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– Por Fe Camilo.
Olá, belíssimas!
Hoje estou aqui com a complexa missão de dar algumas dicas na escrita de uma Distopia, gênero que é um desafio para a maioria das escritoras.
Para quem não sabe, distopia – no grego antigo – significa literalmente “lugar ruim”. A palavra é usada para descrever um lugar, uma época, uma comunidade ou uma sociedade imaginária onde se vive de forma precária, sofrida, sob um regime autoritário e muito desespero. Alguns exemplos famosos são 1984 de George Orwell, Jogos Vorazes de Suzanne Collins, e O Conto da Aia de Margaret Atwood.
É muito comum para quem deseja se aventurar nesse gênero, surgir dúvidas como “o clichê é um problema?” e “como inovar nessa categoria e não ficar extremamente parecido com outras distopias já existentes”? Para a primeira pergunta, eu diria que: não necessariamente. Eu não sou inimiga dos clichês, até porque se eles não fossem tão bem-sucedidos sequer existiriam, mas acredito que o equilíbrio é necessário, principalmente se você quer deixar sua marca e estabelecer seu próprio estilo como escritora.
Em relação à segunda pergunta, acredito que a melhor forma de a responder é elencando algumas dicas que podem servir como um norte na criação de diferentes universos. Assim, confira abaixo algumas recomendações valiosas para ajudá-las nessa empreitada.
Dica 1: Crie um mundo verossímil
Essa categoria literária costuma fazer mais sucesso quando há alguns elementos que se aproximam da realidade em que vivemos, ou seja, quando o leitor consegue se identificar e se conectar de alguma forma com o que está lendo. Isso não quer dizer que você não pode deixar a imaginação correr solta e pensar em cenários e criaturas inusitadas, mas certifique-se de pensar em algum elemento de familiaridade com esse mundo. A melhor forma de fazer isso é dedicando tempo para fazer a construção de um mundo novo pensando nos componentes que fazem parte de um sistema social como conhecemos.
Dica 2: Crie uma backstory
Aqui está mais uma forma de fazer a sua história algo crível, e na minha percepção esse é um fator que pode tornar o enredo um sucesso ou um fracasso total. É preciso ter em mente que as pessoas não acordaram em um belo dia de sol e o mundo havia se tornado algo completamente novo, todos os grandes eventos históricos sempre tiveram aquela faísca inicial, e todas as outras ações que levaram ao seu ápice. Portanto, não deixe de pensar em como a sociedade como conhecemos agora se tornou esse mundo novo e desesperador que será abordado na história.
Dica 3: Defina quem está no poder
A maioria das distopias tem como centro do enredo as dinâmicas de poder que fazem parte dessa sociedade. É possível notar que sempre há o(s) líder(es), aqueles que se beneficiam e apoiam esse regime e aqueles que serão as grandes vítimas e – muito possivelmente – tentarão ir contra as normas vigentes e lutar por justiça. Saber quem está controlando e mantendo o sistema, como essa pessoa ou grupo conseguiu usurpá-la e, principalmente, o que fazem para seguir controlando as massas é de suma importância para o desenrolar da história.
Dica 4: Leia ficções distópicas
Jamais me cansarei de dizer que referências são extremamente importantes para qualquer escritor, e o primeiro passo para escrever bem é ler bem. Portanto, quando se trata de construir uma realidade completamente nova, isso não seria diferente. Entender como outros autores abordam a criação de novas configurações sociais, a maneira como estabelecem os mecanismos que mantém esses sistemas funcionando e até mesmo como destroem ou tentam destruir esses cenários, é fundamental para entrar nesse mindset e servir como alicerce nas suas invenções.
Dica 5: Pense fora da caixa
Essa dica é essencial para equilibrar o clichê com o totalmente novo. A melhor maneira de não cair no limbo da pseudo-cópia após se inspirar demais em uma história, é sempre se questionar por cada ideia pensada e tentar elevá-la. Por exemplo, eu gostaria de criar uma situação na qual a personagem foi traída, mas não seguir o clichê costumeiro do cônjuge se envolver com outra pessoa, então tentei pensar outras formas de traição existentes, como por exemplo, ir contra as ideias dela ou mesmo quebrar uma promessa. Para cada ideia que possa parecer clichê demais, reflita: o que posso alterar para que tenha algo de inovador?
Por hoje é só, meus amores, espero ter ajudado de alguma forma a elucidar melhor esse desafio que é a criação de uma distopia. Caso tenham se inspirado em criar algo, não deixe de me chamar para ler!
Até a próxima! 😉
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