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O hífen, que já causava um pouco de problema para os escritores, acabou se tornando um elemento com uso bastante difícil depois do acordo ortográfico. Se você está, atrás da sua tela do computador ou celular, soltando um enfático “SIM!”, continue lendo para resolver suas dúvidas!
Basicamente, a regra geral é que se você vai ligar uma palavra à outra, você usa hífen se são letras iguais. Caso sejam letras diferentes, você apenas junta as palavras. Exemplos disso são: anti-inflamatório, supra-auricular, arqui-inimigo, e neoliberalismo, extraoficial, superintendente.
Preste atenção em alguns casos especiais:
1) Palavras iniciadas com H no Português não tem um som consonantal, portanto, considera-se que todas elas devem ser separadas por hífen. Por exemplo: pré-histórico, anti-higiênico, super-homem.
2) Prefixos que terminam em vogal e são seguidos de uma palavra que comece por R ou S devem dobrar essas letras, como em “suprarrenal” e “minissaia”. Mas se o prefixo terminar com consoante, deve-se usar o hífen sempre! Se não, pode transformar-se em uma nova sílaba e se pronuncia diferente, como em “ab-rogar”, “sub-reino” e “sob-roda”. Imagine-se lendo “abrogar”, “subreino” e “sobroda”. Você automaticamente lê como uma sílaba, certo? Por isso, o hífen ajuda a manter o prefixo separado.
É importante notar que no caso do R ou S, se o prefixo terminar com R ou S e a palavra seguinte também, mantém-se a regra geral de que LETRAS IGUAIS são separadas por hífen.
Não se usa mais o hífen quando a vogal final do prefixo e a inicial da palavra são diferentes, por exemplo “eraoespacial”. Isso com prefixos como agro-, anti-, auto-, infra-, pluri-, semi-… Destaca-se que o prefixo “co-” sempre se junta com a segunda palavra, mesmo quando ela começar com O, como no caso de “coordenar” e “cooperar”. A exceção dessa regra é o prefixo “vice-”, que sempre é escrito com hífen ao se juntar à outra palavra.
Depois da reforma ortográfica, palavras que se utilizavam do hífen para transformar o “não” em prefixo (Organização Não Governamental, texto não verbal, filme de não ficção) não precisam mais dele. Ou seja, assim como eu escrevi nos exemplos entre parênteses, essas palavras não vão ser mais ligadas através dele.
O uso obrigatório do hífen restringe-se agora aos seguintes prefixos: ex, sem, além, aquém, recém, pós, pré e pró.
Espero que a coluna tenha ajudado, e uma dica bastante bacana que vi enquanto pesquisava era que os escritores tentassem lembrar-se de pelo menos uma palavra de cada tipo de sufixo, para usar como base para as próximas que desejam escrever e possam causar dúvidas. E, caso ainda fique em dúvida, não deixe de pesquisar, porque uma hora se torna automático lembrar o que vai junto e o que vai separado!
Coluna por Annelise Stengel