|| Arquivado em: Colunas, Como eu faço?
– Por Fe Camilo.
Essa coluna é para você, querida leitora, que sempre teve interesse em escrever, mas não sabe nem por onde começar. Cola aqui comigo, que eu vou te dar dicas simples – porém valiosíssimas – para você tirar aquela ideia incrível da cabeça e botar no papel!
Dica #1. Um ponto de partida.
Pela minha experiência, um dos principais desmotivadores de um novo escritor é querer abraçar o mundo de uma vez só. Ao invés de pensar em milhões de ideias e depois precisar juntar todas elas para escrever, que tal começar de uma forma mais simples? Essa dica também é o que eu chamo de: baby steps.
Basicamente, o que você deve fazer é se apegar a apenas UM ponto de partida, e é a partir dele que você vai construir sua história. Esse ponto de partida pode ser uma pessoa (a protagonista, o favorito, a melhor amiga, o vilão); um lugar (Brasil, Nova York, floresta, casa mal-assombrada); um tema (romance adolescente, amizade colorida, suicídio, viagem); ou qualquer ideia inicial que você tenha tido.
Essa ideia precisa ser concreta o suficiente para que você possa construir toda a sua história a partir dela.
Dica #2. Teia de Aranha.
Se você já tem o seu ponto de partida em mente, agora precisa partir para a segunda fase do processo, que é expandir essa ideia aos poucos. A palavra-chave aqui é: aos poucos!
É preciso se atentar para não deixar uma avalanche de informações toldar o seu ponto de partida, pois além de desgastar sua criatividade e energia de maneira desnecessária, você pode ter mais dificuldade em alinhar todas as informações depois. Mas não se preocupe, estou aqui justamente para te dar um passo-a-passo infalível para que esse processo dê mais do que certo.
Suponhamos que você decidiu partir de um lugar, você quer que sua história se passe em New York. Para você criar uma teia de aranha a partir desse lugar, você precisa se fazer algumas perguntas simples que vão te direcionando para a construção do seu enredo, como por exemplo:
– Por que New York? O que há de especial nesse lugar?
A resposta pode ser algo como: é uma cidade grande com pessoas de variados países e eu gostaria de explorar diferentes histórias de vida e diversas culturas, então esse lugar permite que tudo isso seja possível.
– O que justifica a história se passar nesse lugar?
Essa pergunta é o gancho perfeito para criar seu/sua protagonista, por exemplo, pois ela pode morar em New York ou estar viajando por turismo/trabalho.
Deu para notar que é mais simples do que parece, né? Não precisa ter pressa alguma, se dê o tempo necessário para construir uma teia de aranha que se alinhe com seu gosto, e represente quem você é/quer ser como escritora.
Dica #3. Pesquisa.
A regra de ouro para escrever bem é ler. Quanto mais você ler, mais conhecimento você adquire sobre diferentes universos possíveis e como construir personagens. Além disso, o seu vocabulário e conhecimento gramatical, involuntariamente, acaba se expandindo também.
Para construir uma história que passe credibilidade, é importante que você “saiba do que está falando”, por assim dizer. Assim, se você deseja escrever uma ficção científica que se passa no espaço, busque conhecer mais sobre o assunto para utilizar os termos corretos e acrescentar curiosidades que enriquecem a história.
Essa dica serve para absolutamente tudo. Se a sua protagonista é uma médica, mergulhe nas séries de Grey’s Anatomy ou Doctor House, por exemplo; se a história se passa na Itália, dê aquela explorada no google maps para entender melhor a geografia do lugar. Você pode pesquisar de diferentes formas e em variados lugares, e logo irá notar que as ideias fluirão mais facilmente quando tiver todo esse conteúdo acumulado aí na cachola.
Dica #4. Linha do tempo.
Uma vez que você tiver uma ideia sólida e com noções básicas do que você quer que aconteça na história, algo que pode lhe ajudar muito (principalmente se pretende escrever uma longfic) é um guideline ou linha do tempo. A linha do tempo é importante para que você tenha em mente as informações que não podem faltar e os momentos mais importantes da história.
Um bom guideline é aquele que não se torna uma prisão da qual você não consegue escapar mais, é necessário que ele seja conciso, alinhado com o objetivo final (como você imagina a história terminando), e permita que você use sua criatividade livremente e faça alterações nele sempre que precisar, sem sentir qualquer culpa por isso.
Dica #5. Clima Perfeito.
O clima perfeito pode variar de uma pessoa para a outra, mas basicamente se trata de algo que propicie que as ideias fluam sem muitas dificuldades. Esse clima pode ser um ambiente silencioso – ou o contrário disso – talvez você se inspire mais em um parque, ouvindo o som da natureza, ou até com uma playlist que te inspira. Seja lá qual for seu gatilho criativo, uma vez que você o descobrir, sempre o utilize como a ferramenta preciosa que ele é.
Para você que ainda não tem certeza de qual é o clima perfeito para ti, eu sugiro que você tente alguns que lhe pareçam interessante e escolha o(os) melhor(es) para você. Aqui vão algumas possibilidades: músicas que seriam uma ótima trilha sonora para a história, outras histórias que tenham uma temática parecida com a sua, séries que tratem do assunto que você quer escrever, fotos de lugares e pessoas que representem as projeções da sua mente, e por aí vai.
Essas foram as cinco dicas para você começar a escrever AGORA, então não perca mais tempo, aproveita que as ideias ainda estão frescas na memória, e se joga!