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História NÃO RECOMENDADA PARA MENORES ou PESSOAS SENSÍVEIS.

Esta história pode conter descrições (explícitas) de sexo, violência; palavras de baixo calão, linguagem imprópria. PODE CONTER GATILHOS

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Me Apaixonei Pela Babá

Escrita porNatashia Kitamura
Revisada por Natashia Kitamura

[Idade dos filhos]
Anna e Hugo
– 14 anos
Felipe e Arthur – 12 anos
Eric – 9 anos
Helena – 7 anos
Caique – 3 anos


Capítulo 11

Tempo estimado de leitura: 32 minutos

  %Julia% abriu um sorriso pequeno quando Amanda lhe perguntou se ela conhecia Flávia.
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  – Adoro o Instagram dela! - a moça diz, sem saber que estava falando provavelmente da segunda maior inimiga de %Julia%.
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  Sem responder nada, mas com um sorriso no rosto. %Julia% pegou o celular de dentro da bolsa e digitou para mãe “info sobre Flávia ASAP!”. E por estar com os olhos na tela do celular, não viu quando %Henrique% a afastou de si, desejando que aquilo nunca tivesse acontecido, principalmente na frente da mulher que ocupava sua mente nos últimos meses.
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  – Você mais uma vez não me ligou, querido.
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  %Henrique% enviou o olhar mais gélido que conseguia, mas não causou nem um pequeno tremor na ex. Vendo-a agora, não lembrava o motivo que o fez se apaixonar por ela.
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  Haviam se conhecido três meses depois da morte de Cássia e, na época, Flávia parecia ter sido peça fundamental na superação da perda da esposa. Ela cuidava de si e lhe proporcionava tudo o que ele precisava; se não a tivesse pego aos amassos com Leon, um amigo próximo dos dois, estaria casado com aquela maluca.
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  Decidiu ignorá-la. Se ela queria passar pela humilhação, então que fosse assim. %Henrique% não podia dar chance para as pessoas acharem que ele estava com Flávia, e que %Julia% era apenas uma distração.
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  Seguiu em direção a %Julia% e sorriu para ela. Tocou no dorso de sua coluna e a levou em direção ao presidente e sua esposa, que aguardavam os dois para um cumprimento.
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  – Parabéns para nós, %Miller%! - Túlio disse, sempre com a voz mais alta do que o necessário, e um copo de whisky sempre em mãos. – Vencemos aquelas palermas! Agora, faça um bom trabalho para terminarmos de pisar neles.
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  – Estaríamos colocando mais dinheiro em suas contas.
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  – Um motivo a mais para ficarem calados! - Túlio ergueu o copo e, ao ver que %Henrique% ainda não segurava nada nas mãos, gritou para o garçom vir lhe trazer qualquer coisa que pudesse brindar.
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  – Lindo vestido - Sandra sorriu para %Julia% e, em uma fração de segundos, desviou o olhar para Flávia, voltando para %Julia%. “Quem diabos é ela?” Foi o que perguntou. %Julia%, por outro lado, apenas mexeu a boca e respondeu “ex” e olhou para %Henrique%.
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  Viu o canto da boca de Sandra estremecer com o desconforto. %Julia% não tinha culpa de nada, mas tinha de fazer a própria parte. Deveria conversar com %Henrique% mais tarde. Pelo jeito, agora, mais do que nunca, estava ativa no plano da mãe. A partir da conversa mais cedo, %Julia% sabia que Sandra estaria mexendo os próprios pauzinhos, para que, caso a loucura da raiz caísse, ela, o marido e o negócio dos dois não caíssem juntos. Para isso, Sandra seria um tipo de suporte fantasma. As duas eram inteligentes e reconheciam essa qualidade na outra, o que facilitava no relacionamento. Ambas tinham os próprios motivos para acreditar na outra, assim como %Julia% também sabia que qualquer movimento que estremecesse a situação teria Sandra mudando de lado em um piscar de olhos.
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  – Que tal jantarmos? - Sandra olhou para Túlio, que concordou, alheio a tudo o que acontecia. O homem sabia que não precisava ser cauteloso no momento; Sandra era a pessoa que observava, enquanto ele fazia o papel de rico idiota na frente de todos. As pessoas que estavam ali, em sua grande maioria, achavam que podiam controlar Túlio, desde que dissessem palavras difíceis ou argumentos compridos. Mas o presidente da empresa tinha a esposa como sua principal escudeira, e ele próprio tinha méritos que ninguém precisava saber. Como novo rico aceito pela nata, Túlio era muito bom em saber em quem confiar.
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  E %Henrique% era um deles.
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  O jantar foi tranquilo para aqueles que não se importavam com o fato de %Henrique% ter sido cumprimentado de uma maneira íntima por Flávia. Ela, que havia vindo como acompanhante de um dos acionistas, na verdade não se importava nem um pouco com o homem, assim como não se importou com Leon, o homem com quem se envolveu durante seu relacionamento com %Henrique%.
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  Foi uma falha dela. Estava acostumada a ter todos os homens sob seus pés, além de, claro, saber que %Henrique% era bonzinho demais e nunca desconfiaria dela. Flávia tinha plena consciência de que era uma enorme vadia. Durante toda sua vida, ganhava o homem que mais lhe oferecia benefícios.
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  Mas com %Henrique% foi diferente. Interessou-se por ele quando o viu em um jantar de negócios, como este em que estavam. Calado, ela o ignorou, mesmo percebendo a beleza do homem. Quando chegou a notícia de que ele havia acabado de enviuvar, Flávia soube que era o momento perfeito para se envolver e, quem sabe, tirar uma lasquinha daquele corpo escondido debaixo das roupas sociais. Ela jamais esperaria se apaixonar por ele, e, em um ato de desespero, por não querer aceitar que estava sendo uma mulher comum, envolveu-se com Leon, um caso antigo que tinha um sexo bom. Este estava sempre atrás dela, então tudo o que Flávia precisou fazer, foi enviar uma mensagem para encontrá-lo.
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  Quando foi pega por %Henrique% e o viu escapar por entre seus dedos, sentiu como se seu mundo tivesse acabado. Ele havia falado sobre casamento com ela. Esse, na verdade, foi o gatilho para que ela saísse do controle.
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  Seu orgulho lhe disse que ele voltaria, mas, pela primeira vez em anos, ele se mostrou errado. %Henrique% tanto não voltou, como também apareceu acompanhado de uma menininha vinda de uma família falida. Colocaria as mãos no fogo caso essa nova garota não estivesse com %Henrique% por interesse. Já havia encontrado com algumas desse tipo antes e sabia que não era difícil derrubá-las. Precisava apenas de paciência.
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  Quando %Julia% se afastou para pegar uma bebida e ler a mensagem que a mãe havia enviado com o que sabia sobre Flávia, já esperava ser seguida pela mulher que estava atrás de %Henrique%. Passou a maior parte do tempo na companhia do homem, porque era o único que poderia blindá-la de ter de encarar a mulher.
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  Mas então, pensou consigo mesma: Não é melhor que enfrente a mulher e saiba do que ela é capaz?
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  %Julia% não tinha medo de encarar a mulher, já havia estado nesse tipo de situação várias vezes durante sua vida na elite; só nunca foi a personagem principal da trama. No entanto, sabia dos passos que poderiam levá-la ao fracasso e a um possível sucesso. Flávia, pelo que havia descoberto através de conversas, era esperta, famosa e muito querida pelas pessoas. Não esperava que fosse fácil, mas precisava entender, com mais clareza, quem era ela.
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  Durante o caminho até a área das bebidas, leu um pouco das mensagens da mãe. Aparentemente, Flávia havia vindo do interior de Minas, onde cresceu na alta elite pelos pais serem donos de fazendas importantes da região. Era inquestionável a etiqueta de alguém que nasceu em berço de ouro; após %Henrique% ignorá-la, ela soube muito bem sair da situação, abraçando outras pessoas que estavam chegando, como se fosse muito íntima delas. As pessoas logo acharam que era um comportamento comum e, talvez, %Henrique% tenha saído como um homem frio. Mas, ao contrário das mulheres, um homem frio significa algo positivo, principalmente quando se está envolvido com o dinheiro de quase todos do local.
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  A mulher foi a São Paulo após se tornar influencer. Envolveu-se com alguns artistas, que ajudaram em seu reconhecimento, e agora havia estabilizado sua posição com as maiores marcas do Brasil e do mundo, sendo grande referência para muitas outras mulheres. Era por isso que havia sido aceita pela nata. Porque ela era a vitrine perfeita das mulheres da elite, para o mundo.
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  – Lindo o sapato, escolhi um igual, mas no caramelo. - Flávia iniciou a conversa, parando em frente a %Julia%.
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  A mais nova olhou para a influencer, que tinha um sorriso inocente e simpático no rosto. Sequer parecia a mulher que viu no jóquei, muito menos a que abraçou %Henrique% quando chegaram.
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  – O caramelo é incrível - %Julia% sorriu para Flávia, esforçando-se para não olhá-la da cabeça aos pés, pois incitaria a rivalidade –, na verdade, toda a coleção está maravilhosa.
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  – É verdade. Ganhei a bolsa em conjunto, você sabe, eles precisam dessa propaganda.
  – Você já postou? Não vi ainda. É aquela com as pedras cravejadas no fecho?
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  “Ponto.” Pensou %Julia%, quando viu os olhos de Flávia estremecerem; apostava que a mulher não imaginava que ela fosse levar a conversa com tanta leveza. No entanto, não queria se mostrar uma concorrente à altura dela, queria que ela a subestimasse, pois assim seria mais fácil de controlar os ataques que virão em seguida. Estava apenas mostrando à socialite que, apesar da família falida, o sangue azul corria em suas veias. Sabia como se comportar e sabia exatamente como funcionava o sistema; se Flávia queria apostar em uma garotinha, então era a escolha dela.
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  – A versão com a alça curta - apenas respondeu a mais velha. – Seria um perigo perto das crianças de %Henrique%. Elas tendem a ser um pouco hiperativas.
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  – Crianças?
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  – Ah - Flávia arregalou os olhos, surpresa – você não sabe?
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  %Julia% tentou se mostrar desconfortável, enquanto Flávia empinava os seios e erguia o queixo com um pequeno sorriso de vitória nos lábios.
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  – %Henrique% tem sete filhos. Sete. Dá para acreditar?
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  Era isso. Flávia achava que estava com a vantagem. %Julia% fez a sua parte em se mostrar incomodada, mas, como havia mostrado antes, fazia parte da elite e recebera a educação adequada para qualquer surpresa; assim, se recompôs, passando uma imagem de que deixaria para absorver aquela notícia “chocante” depois, longe dos olhos de Flávia.
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  – Mas não se preocupe, querida – a mulher voltou-se a olhar ao redor e, em um sussurro inaudível a qualquer outro que não fosse %Julia%, disse: – Por mais pestes que aquelas crianças sejam, tenho certeza de que %Henrique% faz um bom serviço a satisfazendo.
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  Nojo, foi a palavra que ressoou na mente de %Julia%, enquanto ela assistia Flávia se afastando. Talvez ela fosse adorável às milhões de pessoas que a acompanhavam e faziam dela a própria influência, mas ali, naquele momento, sobre aquele específico assunto, Flávia era um monstro. Apesar de se referir a %Henrique% como a um objeto sexual, %Julia% sabia que o homem conseguia se defender perfeitamente; já as crianças…
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  – Está tudo bem? - Amanda perguntou. – Ela te provocou, não foi?
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  %Julia% se limitou a abrir um pequeno sorriso. O sangue estava fervendo. Queria agir como antes e encontrar a maneira mais adequada de humilhá-la. Essa era a melhor maneira de dar-lhe uma lição; mas não fazia mais parte daquele mundo; não queria fazer parte. Queria ser uma pessoa melhor e justa, que não usa o dinheiro como arma e abusa do psicológico alheio para vencer.
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  Respirou fundo ao ver %Henrique% se aproximar com uma expressão preocupada. Amanda falava sobre como ninguém deu importância a Flávia, já que a reação de %Henrique% foi mais do que apropriada; porém, a mulher conseguiu conquistar a atenção da maioria e, assim, fazer mais contatos.
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  – Está tudo bem? - %Henrique% perguntou, parando de frente para %Julia%, que lhe sorriu.
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  – Claro.
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  – Flávia disse algo…
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  – A mesma besteira que uma mulher como ela falaria, eu suponho. – %Julia% olhou para Amanda, que bebeu um gole de seu vinho com um pequeno sorriso no rosto. – Ela está jogando no escuro, então veio conhecer, um pouco, o campo alheio.
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  – Pareceu que ela havia ganho – Amanda disse – Por isso vim…
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  – É melhor que seja assim. Dessa forma, ela não perde tempo pensando em maneiras de me derrubar. Existem outras coisas mais importantes para eu me dedicar.
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  Amanda ergueu uma sobrancelha e %Julia% soube imediatamente do quão orgulhosa a própria se encontrava consigo mesma, por ter escolhido o lado certo. Elas não eram cúmplices, como Sandra havia se disposto a ser, mas ainda assim Amanda não daria o braço a torcer com as mulheres que haviam escolhido Alina.
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  – Vou dar uma volta… - Amanda disse, enviando uma piscadela para %Julia%, que sorriu. – Te ligo depois para combinarmos um almoço.
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  Tradução: vou descobrir o que estão falando sobre você ou Flávia, e te ligo para contar tudo depois.
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  – Podemos ir, se quiser - %Henrique% disse, visivelmente preocupado. – Você não precisa…
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  – Está tudo bem. Se formos agora, ela vai achar que sou mais fraca do que ela supôs, e pode querer acabar comigo logo. – %Julia% enlaçou o próprio braço no de %Henrique%. – Vamos dar uma volta e gastar mais uma hora aqui. Deve ter alguém com quem você consiga manter uma conversa por todo esse tempo, e que tenha uma acompanhante nova, não é?
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  %Henrique% olhou ao redor e sorriu.
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  – É claro.
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  A conversa durou mais do que uma hora, para surpresa dos dois. O alvo escolhido foi Renato Borges, um dos acionistas a favor de Túlio, desembargador do estado e, principalmente, amigo próximo do presidente. Ele havia se divorciado recentemente e levou para a festa, uma acompanhante da idade de %Henrique%, mas que gostava de todo o glamour que Borges conseguia lhe oferecer. %Julia% soube, mais tarde, pouco antes de ir embora, que a moça, Laura, era apenas uma das prostitutas que Borges contratava e traía sua ex-esposa. Mas isso não era do interesse de %Julia%; o que importava, é que se Laura era uma prostituta, então era a favorita, já que não se leva em uma reunião com pessoas extremamente importantes como aquela, uma mulher com quem somente se encontra para gastar a noite.
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  – Elas acham que eu sou burra de verdade – Laura disse, durante a conversa com %Julia%, após 20 minutos falando sobre amenidades, um hábito que as pessoas têm para avaliar se a outra vale ou não a pena. – Elas me olham achando que eu o fiz se divorciar da ex-esposa. Por que as que vem depois sempre são as culpadas?
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  – Porque alguém sempre precisa ser o alvo da fofoca. - %Julia% disse, a taça de vinho em mãos. – Você se acostuma. Não vai levar muito tempo para elas esquecerem; logo mais outro homem poderoso se divorcia e surge com uma outra mulher.
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  – Você faz parecer ser um esporte.
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  “É um esporte”, %Julia% pensou. “Um esporte ridículo.”
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  – O que te faz pensar que elas a acham burra?
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  Laura olhou para %Julia% como se ela fosse a burra das duas.
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  – Elas comentam sobre minha roupa e maquiagem como se eu não soubesse sobre moda e beleza. Pelo amor de Deus, eu sou formada em cosmetologia! É incrível como elas me tratam como uma puta, mas as verdadeiras putas são tratadas como rainhas.
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  %Julia% ergueu uma sobrancelha. Sabia que Laura não era da alta sociedade, pois ninguém que pertence a ela verbaliza com uma pessoa que acabou de conhecer, a palavra “puta”. Todas haviam passado por uma aula de etiqueta aos 15 anos, e sabiam, de cor, as regras a serem seguidas. Ombros para trás, coluna ereta, barriga enxuta, queixo paralelo ao chão, não pender o peso em uma das pernas, cabelo impecável, sorriso gracioso, jamais gargalhar, trabalhar muito bem a sobrancelha e nunca, em hipótese alguma, falar palavras de baixo calão em um lugar público.
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  Era cansativo, mas depois de anos agindo da mesma forma, era até difícil sair do padrão.
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  – Como você e Borges se conheceram? - %Julia% quis mudar de assunto. Mais um pouco e Laura provavelmente aumentaria o tom de voz, algo inadmissível.
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  – Ah, no Club Med. Ele estava com os amigos e eu, com as minhas amigas, havia um luau e passamos a conversar. Foi divertido. Ele me mostrou muitas coisas depois. Estava no processo de divórcio com a esposa.
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  %Julia% tomou conta da conversa, fazendo perguntas que sabia que Laura gostava de responder. A mulher era egocêntrica e tinha prazer em falar sobre si mesma; para %Julia% era perfeito, queria saber de tudo sobre ela, a ponto de conseguirem chegar a uma intimidade.
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  Até que, em um determinado momento, ela conseguiu.
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  – Mas você sabe, eu até fiquei preocupada com a noite de hoje. É a primeira vez que Renato me trás para conhecer tantas pessoas ao mesmo tempo. Além disso, uma das verdadeiras putas dele está aqui.
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  – É mesmo? - %Julia% ergueu a sobrancelha, não parecendo nada incomodada, como deveria, de falar sobre um assunto mais baixo.
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  Laura soltou uma pequena risada e olhou ao redor.
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  – Flávia Dias.
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  Era como ganhar na Mega-Sena, só que a da virada. %Julia% mal conseguia acreditar que finalmente havia encontrado munição para usar contra Flávia. Só precisava se preocupar em conquistar as informações corretas e então correr atrás para conferir se eram verídicas.
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  – Flávia?
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  – As pessoas acham que ela é uma socialite, mas na verdade, ela nada mais é que uma mulher que abre as pernas para conseguir subir na vida.
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  %Julia% mostrou-se chocada com a informação, apesar de não estar tão surpresa assim. Já imaginava que ela era uma mulher que gostava de se envolver com vários homens; teve a noção quando %Henrique% comentou sobre ela ter sido pega com um dos grandes amigos dele. Mas uma cúmplice era mais do que havia pedido.
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  – Não!
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  – Pois é, menina. Renato me contou tudo. Tudo. Grande parte do que ela tem, conseguiu com as conquistas dela. Ele mesmo comentou que deu a ela a Mercedes que ela anda por aí. O apartamento na Bela Vista foi dada pelo Hugo Dimas.
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  – O presidente da rede de shopping?
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  – Ele mesmo! Estou te falando, existe uma lista de homens que ela tem em sua agenda pessoal, e de vez em quando eles saem escondidos para passar um final de semana em Búzios ou Angra dos Reis…
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  O fato dos homens mencionados serem casados em nada abalou %Julia%. Sabia que havia muito disso na alta sociedade. Apesar de sempre ser um escândalo, não é comum as pessoas ficarem sabendo, com certeza, dos casos. São sempre fofocas, e é disso que todos se aproveitam. Mesmo sabendo com convicção, ninguém consegue comprovar se é verdade ou não, o que faz com que os mais ousados vão se tornando mais acomodados com as traições.
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  – Você sabia que há uma reunião de swing todo mês?
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  – É mesmo? - %Julia% arregalou os olhos.
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  É claro que ela sabia. Na época em que era obrigada a ir aos eventos dos pais e fugia com Alina para fumar um baseado, via casais não-oficiais escondidos, aos amassos ou falando sobre a festa. Até que, um dia, Alina disse que Allan, seu irmão mais velho, confirmou que era verdade. Ele havia ido com a esposa e, lá, encontrou a maioria das pessoas que eles encontravam nas festas convencionais.
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  As pessoas nunca tinham noção de tudo o que acontecia com a alta elite.
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  – Tenho certeza de que a maioria das pessoas aqui já transaram umas com as outras pelo menos duas vezes.
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  – Uau.
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  – Não fique tão apavorada, querida. Se você está entrando nesse mundo, tem que saber da verdade nua e crua. Seja boa para seu namorado, ou ele optará por algo melhor.
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  – Você parece feliz. - %Henrique% comentou, enquanto saíam do quarteirão onde havia acontecido o jantar.
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  – Eu estou.
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  %Julia% sorriu para o chefe após mandar uma mensagem para a mãe com os nomes mencionados por Laura. Daisy pesquisaria para saber se aquelas fofocas sobre Flávia eram reais.
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  – É sempre bom ter cartas escondidas na manga. – ela diz, erguendo os ombros.
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  %Henrique% soltou uma pequena risada.
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  – Às vezes eu me esqueço que você já fez parte disso tudo.
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  – Eu também. - %Julia% sorri. – Mas então, quando as coisas vão acontecendo na minha frente, percebo minha mente trabalhando como antes. E quando vejo, armazenei tudo em minha memória.
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  – E o que você descobriu?
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  – Que nada mudou. - ela olhou janela afora. – As pessoas continuam mais preocupadas em estar acima das outras e sentir prazer, do que seguir com a própria vida.
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  %Henrique% não respondeu. Por várias vezes se pegou admirado com a perspicácia e maturidade de %Julia%. Apesar de ela ser muito mais jovem que ele, agora que a conhecia melhor, e principalmente, o mundo de onde ela veio, passou a enxergá-la como uma mulher muito maior do que as várias que conheceu ao longo da vida. Perguntou-se se Cássia era assim quando tinha a idade de %Julia%. Sentiu-se estremecido por parecer estar se esquecendo das características da falecida esposa.
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  – Que tal um lanche? - perguntou a %Julia%, que sorriu, animada. Adorava quando os dois iam do evento, a um lugar comum para comer. Descobriu, após a queda da família, quantos lugares gostosos havia para se comer, que uma pessoa da alta elite jamais iria, pois nunca chegaria a seu conhecimento.
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  Foram em um restaurante que servia comida caseira, próximo à Rua Augusta. O local, que ficava aberto até mais tarde, era famoso por possuir funcionários atenciosos, que agiam como se fossem uma grande família, tornando o ambiente simples, aconchegante.
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  – Mesa para dois? - um deles perguntou, ao ver %Henrique% e %Julia%.
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  Foram levados a um canto mais tranquilo do restaurante. Apesar do horário, ainda haviam muitas famílias e reuniões de amigos no local, tornando importante para os dois, a escolha do lugar mais afastado, onde podiam conversar sem terem de berrar palavras ao ar.
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  – Como você conhece esses lugares? - %Julia% perguntou a %Henrique%, que abriu um pequeno sorriso.
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  – São os lugares que mais frequentei quando mais novo. É barato e dá para se comer bastante. É simples demais?
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  %Julia% quase riu. Ela, mais do que talvez qualquer pessoa daquele lugar, não poderia julgar estar tendo uma refeição em um local como aquele. Queria dizer que não era mais parte da alta sociedade, e que havia mudado, mas %Henrique% viu com os próprios olhos como é a %Julia% de antes, e, ainda mais, como é a vida que ela levou antes da falência do pai.
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  – É ótimo.
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  Os dois permaneceram em silêncio até o garçom pegar o pedido das bebidas dos dois. Apesar de não ser uma churrascaria, a comida passava a todo momento e, os garçons, sempre solícitos, deixavam os alimentos na mesa sem que qualquer um dos dois concordassem.
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  – Vocês são muito magros, precisam comer mais! - um deles disse, alegre, enquanto deixava uma pequena travessa com bananas à milanesa para os dois.
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  – Eu conversei com Hugo… hum… sobre se tornar um homem – %Henrique% iniciou a conversa assim que o último garçom deixou a mesa, pois não havia mais espaço para deixar travessas com comidas. Os dois perceberam que, dessa maneira, nenhum garçom se aproximaria, pelo menos por um tempo.
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  – Ele entendeu?
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  – Acho que ficou tão constrangido quanto eu. – o homem riu, lembrando-se da conversa que teve com o filho mais velho. Apesar de não ter falado que sabia sobre seu romance, usou da desculpa de estar na hora de terem esse tipo de conversa.
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  A iniciativa surpreendeu mais Hugo, do que %Henrique% quando %Julia% lançou o assunto. O motivo é devido ao distanciamento que houve após a morte de Cássia. Hugo se fechou quando %Henrique% começou a se dedicar mais ao trabalho, do que aos filhos. Receber tamanha atenção exclusiva do pai, repentinamente, o garoto se mostrou hesitante, talvez pensando que fosse um surto do pai, talvez ele estivesse doente, ou talvez ele tivesse ouvido algo ruim vindo dos professores. Falar sobre amor era a última coisa que o filho mais velho de %Henrique% imaginaria ter com o pai; manteve-se calado por um tempo, sem expressar nada no rosto, pois não conseguia acreditar que aquele momento entre pai e filho estava acontecendo; quando deu por si, estava agindo como um adolescente de 15 anos, falando para o pai não se preocupar e que ele já sabia das consequências.
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  – Eu e a Anna fomos um erro? - Hugo perguntou, de repente, quando %Henrique% aceitou que o filho não colaboraria com ele.
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  – Jamais. - %Henrique% disse, inicialmente preocupado. Não imaginava que os filhos pudessem achar que foram um erro na vida dos pais. – Eu e sua mãe sempre quisemos todos vocês.
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  – Ouvi dizer que ninguém tem sete filhos porque quer.
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  – Bem, pode ser verdade para muitas famílias – %Henrique% disse, pensativo –, mas não para a nossa. Sua mãe sempre quis uma família grande, e eu sempre quis cada um de vocês.
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  – O senhor não se arrepende? – Hugo perguntou, parecendo ainda mais inseguro. – De ter se casado com a mamãe e tido todos nós?
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  – O único arrependimento que tive até hoje, foi não ter dado mais atenção para vocês no último ano. – ele comentou, sincero, olhando nos olhos do filho. – Mas isso nos fez chegar até aqui, comigo podendo oferecer a vocês todo o conforto que merecem. Há males que vem para o bem.
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  – E a mamãe?
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  – O que tem sua mãe?
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  – Você vai se esquecer dela?
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  %Henrique% sorriu para Hugo. Sabia das inseguranças que a falta da mãe podia causar nas crianças; ele mesmo sentia, de vez em quando, o medo de esquecê-la ou de decepcioná-la.
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  – Nunca. Todos vocês tem um pouco dela dentro de cada um; vejo sua mãe em todos. É impossível esquecê-la.
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  – E a %Julia%?
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  – O que tem a %Julia%?
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  – O senhor não gosta dela?
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  %Henrique% não respondeu. Sabia o que o filho queria dizer com a pergunta; não era do tipo de se fazer de bobo, mesmo na frente de crianças. Viu, nos olhos de Hugo, a ansiedade em qual resposta ele receberia do pai.
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  – O que você acha da %Julia%?
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  – Eu gosto dela. - ele respondeu rapidamente, para a surpresa de %Henrique%.
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  – Gosta?
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  – É. Ela cuida bem da gente, mesmo quando não precisamos ou… bem… merecemos. - ele sorri sem graça. – Às vezes a gente pensa como seria ter ela como mãe… é errado?
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  %Henrique% sorriu para o filho.
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  – Ter uma nova mãe não significa que sua mãe biológica deixará de existir. Tenho certeza de que sua mãe não gostaria que ficássemos sozinhos por muito tempo. Sabemos o que poderia acontecer na ausência de alguém para cuidar de todos nós.
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  – A Anna está mesmo mais legal depois que a %Julia% chegou. - o irmão comentou, pensativo. – Ela está menos mandona. E mesmo chamando a %Julia% para tudo, não fica achando que é a dona da casa. E nem trata mais ninguém mal.
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  – E você?
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  – Eu? O que tem eu?
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  – Você acha que a %Julia% fez bem para você?
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  Hugo não disse nada. Era mais fácil acompanhar o processo dos outros, do que o dele próprio. Os irmãos não conversavam sobre esse tipo de assunto, são novos demais para terem essa observação. E Hugo não era o tipo de garoto que prestava atenção em si mesmo. Por isso, apenas ergueu os ombros, como se não soubesse e não se importasse tampouco.
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  Contudo, manteve em mente a conversa que teve com o filho. Obviamente, não mencionou nada com %Julia% sobre ela ter sido parte do assunto entre pai e filho. Com o pouco que %Henrique% contou, viu na mulher o orgulho da aproximação que os dois tiveram com uma pequena conversa.
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  – Como está se sentindo? – %Julia% perguntou a %Henrique% enquanto caminhavam até o estacionamento onde haviam deixado o carro. O homem se pos a pensar. Não esperava que pudesse estar se sentindo tão leve com relação à vida dos filhos. O medo de perdê-los e o medo de estar sendo o pior pai do mundo já não o atingia mais; sabia que estava fazendo seu melhor, na medida do possível; além disso, as crianças estavam reagindo bem ao retorno dele e sua tentativa de voltarem a ser uma família comum.
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  Olhou para a mulher ao seu lado. Devia muito a ela. Devia a várias pessoas, todos seus funcionários e Amélia, a governanta que encontrou %Julia%. Mas sentia um imenso carinho por %Julia%. A mulher não estava passando pela melhor fase de sua vida, e ainda assim conseguiu concertar uma família que estava caindo aos pedaços.
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  –… %Miller%?
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  %Henrique% ouviu a voz de %Julia% e saiu de seu transe. Ela estava parada a alguns passos atrás, em frente ao estacionamento. Ele, sem perceber, havia passado um pouco da entrada.
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  Mas não era isso o que estava em sua cabeça agora.
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  %Julia% estava, como sempre, muito bonita. A achou bonita no primeiro jantar, quando o salvou de causar uma má impressão nos acionistas que não eram muito a favor do presidente; contudo, também a achou bonita quando foi pega de surpresa por todos os %Miller% em sua residência, ou quando havia acabado de sair de uma guerra de travesseiros com Helena e Caique.
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  – Você está muito bonita. – não resistiu aos próprios pensamentos. Viu o olhar de %Julia% tomar um tom surpreso; sua boca se abriu e então se fechou sem dizer nenhuma palavra. No entanto, %Henrique% percebeu, %Julia% não deu um passo para trás ou desconversou o assunto, o que serviu de incentivo para %Henrique% se aproximar dela e dizer, em um tom rouco e baixo: – Preciso beijá-la.
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  Viu a cabeça da moça assentir em um leve movimento com a cabeça e então, sem esperar nem um segundo mais, %Henrique% levou suas mãos no rosto de %Julia% e encostou seus lábios nos dela, iniciando um beijo longo e calmo, repleto de um desejo que estava preso em ambos já fazia tempo.
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Capítulo 11
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camila amelia

finalmente o beijo veio hahah to amando

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