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– Por Fe Camilo.
Olá, meus amores!
Se você é do tipo que acredita que o amor supera qualquer coisa e é capaz de transformar qualquer pessoa, então acredito que essa coluna seja para você.
Muitas meninas cresceram consumindo contos de fada e desenhos da Disney nos quais a força do amor é o suficiente para acabar com qualquer mal e quebrar todas as barreiras, mas será que isso é real mesmo? Poderia esse sentimento ser tão profundo e poderoso ao ponto de fazer com que um vilão se tornasse um herói? Bora refletir juntas!
Uma das primeiras coisas que aprendi na Psicologia foi que – mesmo com todo conhecimento técnico do mundo – não somos capazes de mudar absolutamente ninguém. As pessoas mudam somente se estiverem dispostas a tanto. O que podemos fazer, no entanto, é proporcionar que essas pessoas encarem seus “demônios” de frente e esperar que elas façam o esforço necessário para repensar sua forma de ver o mundo e mudar suas atitudes.
Ah, Fernanda, então quer dizer que a mocinha pode sim ser a causadora da mudança no boy? Meio que sim. Ela pode ser uma das coisas que o motiva, além de ser aquela que serve como o “anjinho” no ombro dele e o questiona para que ele dê uma acordada para a vida, mas perceba que ambos precisam ter uma atitude ativa nesse processo, não vale só dizer “eu te amo”.
Além disso, precisamos ter em mente que muitas pessoas simplesmente preferem manter-se na zona de conforto e decidem não fazer qualquer mudança significativa, fora aquelas que precisam de mais do que o amor e suporte como motivação. Por isso é extremamente fundamental fazer uma boa construção dos personagens para que você possa direcioná-lo para um lado ou outro.
Como a minha intenção é ajudar e não as deixar ainda mais confusas, bora fazer um exercício mental para que vocês entendam como se atentar a alguns pontos importantes na história, e não pender para a famigerada romantização.
#Exercício 1.
Suponhamos que o PP tem um passado trágico que lhe deixou diversas sequelas e sua atitude de bad boy nada mais é do que um mecanismo de defesa para lidar com esses traumas. Se apaixonar por alguém é o suficiente para que todos os traumas desapareçam da noite para o dia? Não. Portanto, nesse caso é necessário ter o cuidado de desenvolver um personagem que pode se esforçar para ser alguém melhor, mas entender que isso é um processo, dessa maneira a história precisa ser destrinchada de forma a mostrar esse progresso gradual e – possivelmente – lento.
#Exercício 2.
Suponhamos que o PP é mais um playboy/bully do que uma pessoa ruim de fato. Ele pode ser daqueles privilegiados que fazem o que dão na telha sem se importar com os outros simplesmente porque podem. Se apaixonar por alguém pode fazer com que ele ponha a mãe na consciência? Sim. Mas é claro que para isso seria necessário um choque de realidade, o qual só seria possível se o par romântico fosse alguém bem diferente dele e do que ele está acostumado a ter em seu círculo social, pois essa pessoa seria como uma “anteninha” de questionamento ambulante. Digamos que a própria existência dessa pessoa sirva como um furo em sua bolha, e aí basta a autora criar um universo em que esses mundos se chocam e voilá, o resto é história.
#Exercício 3.
Suponhamos que o PP é vilão no nível psicopata, que mata ou fere as pessoas deliberadamente e sem o menor remorso ou justificativa plausível para tanto. Será que encontrar o amor de sua vida o faria deixar de ter o que é provavelmente um distúrbio de personalidade? Não. Aliás, esse é um dos casos que arrisco dizer ser dos mais impossíveis, afinal é um caso que sai da normalidade até mesmo em um universo ficcional. Nesses casos, é muito mais possível que o par romântico se veja em um relacionamento tóxico e/ou abusivo. E – digo mais – é muito mais provável que ele a corrompa do que ela o purifique.
Finalizados os exercícios acredito que ficou um pouco mais fácil separar a romantização da realidade, certo? Na dúvida, coloque a situação em perspectiva e se questione: como seria isso no mundo real?
Espero ter ajudado e até a próxima! 😉
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