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História NÃO RECOMENDADA PARA MENORES ou PESSOAS SENSÍVEIS.

Esta história pode conter descrições (explícitas) de sexo, violência; palavras de baixo calão, linguagem imprópria. PODE CONTER GATILHOS

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Lady Lewis

Escrita porPams
Revisada por Lelen

XXIV • Encontre-me no solário

Tempo estimado de leitura: 29 minutos

  Se existe uma insegurança em nossas vidas, é de não saber o que o futuro nos reserva. Desde o abrir dos olhos pela manhã até o seu fechar à noite, inúmeros acontecimentos cercam nosso dia, em sua maioria inesperados, e quando ousamos planejar algo, o imprevisível aparece para mostrar-nos que o viver é uma surpresa, por isso sempre acontece no presente.
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  E assim estava o nosso rubi com seu corpo trêmulo parada em frente à porta da biblioteca, sem saber o que pensar nem mesmo como reagir diante do que estava por vir. Segundo as palavras de sua criada, o cavalheiro que se encontrava do outro lado era o vosso noivo, a quem nem mesmo tinha certeza que existia e estava ali, a um cômodo de distância.
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  Ao mesmo tempo que %Amelia% sentiu um aperto no peito por medo do desconhecido, suas recordações de momentos com vossa graça invadiram a mente sem pedir licença com total profundidade. Sua mão tocou na maçaneta, mais alguns minutos para reunir a coragem necessária para adentrar o lugar.
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  Como ela queria estar feliz por tal momento, assim como as vossas amigas, havia um casamento, enfim, em sua vida, entretanto, imaginar que fosse um homem desconhecido a entristecia internamente. Claro que a filha de um nobre falido não deveria ter o direito de sonhar alto, casar-se por amor ou algo do tipo. Ela já deveria dar-se por satisfeita apenas em ter um cavalheiro disposto a desposá-la diante de tanta vergonha estabelecida em vossa família. Por mais que o causador de parte do seu infortúnio fosse o pai, ela não se dava o direito de culpá-lo, ambos sofreram com a morte da amada lady Bourbon, um fato inesperado e silencioso que desestabilizou por completo um homem que tinha todo o seu tempo voltado à família e ao amor da sua vida. 
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  Voltando ao presente, %Amelia% tinha agora a responsabilidade de seguir com os planos de matrimônio forjados pelo pai e reaver a honra que a família perdeu.
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  — Está a tanto tempo encarando esta porta, minha querida. — A voz de sua tia soou ao lado num tom de sussurro. — Não és obrigada a entrar, se quiser, digo que está indisposta.
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  — De qualquer forma terei que encarar meu futuro. — A moça voltou o olhar para a tia por um momento. — Então que seja agora, que me surgiu a oportunidade.
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  %Amelia% voltou a encarar a porta e após um longo respiro fundo, atraindo novamente a coragem, girou a maçaneta e abriu-a com suavidade. Assim que seus olhos avistaram o homem que estava em pé, de costas para ela, observando a paisagem noturna fora da janela, juntamente com o primeiro passo para adentrar, veio também um pequeno desespero que fez seu coração acelerar e seu corpo fraquejar, se era pelas proximidades do calor do verão não poder-se-ia afirmar, mas naquele instante, a visão da doce rubi foi ficando cada vez mais escura até que perdera seus sentidos.
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  — %Amelia%! — A última coisa que a pobre donzela conseguiu ouvir fora a voz aflita de vossa tia a chamar-lhe com desespero.
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  Dizem que o corpo humano é uma máquina complexa e bastante curiosa. Sabe-se que para cada ação há sempre uma reação, quando estamos sob pressão ele nos responde de alguma forma para guiar-nos à estabilidade. E assim acontecera com %Amelia%, na ação de um súbito ataque de pânico e ansiedade pelo momento em que vivia, a reação de seu corpo fora desligar a chave geral para estabilizá-la internamento, ou seja, o famigerado desmaio.
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  — Hum... — O primeiro sinal de estabilidade veio de um resmungo, com seu corpo dando sinais de reflexos involuntários.
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  Contudo, a jovem Bourbon fora despertando aos poucos, percebendo a suavidade dos lençóis que a cobriam combinados a maciez de vossa cama. Não demorou muito para sentir os raios de sol que entravam pelas pequenas aberturas das cortinas tocando sua pele, suas pálpebras foram abrindo tão lentas quanto a visão que se mantinha ainda turva.
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  — Senhorita? — A voz de sua criada soou.
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  — Franchy?! — Sua voz estava baixa e parecia cansada.
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  — Senhorita, está se sentindo melhor agora? — perguntou a criada, ao segurar a mão de sua senhora. — Todos ficamos preocupados quando desmaiou.
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  — Ah... Isso realmente aconteceu? — %Amelia% se mostrou surpresa, como de fato estava, pois havia imaginado o desmaio como apenas um pesadelo.
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  — Sim, senhorita. — Assentiu Franchy, observando-a acordar por completo. — Vossa tia ficou ao extremo preocupada e mandou até mesmo uma carta ao lorde Bourbon.
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  — Meu pai, dar-lhe-ei mais esta preocupação. — Ela suspirou fraco. — E quanto ao...
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  Ela parou em silêncio por um tempo, tentando relembrar a imagem do cavalheiro na biblioteca.
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  — Vosso noivo? — indagou a criada, completando.
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  — Sim. — Assentiu.
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  — Também demonstrou preocupação, senhorita. — Assegurou ela, com o olhar gentil. — E pediu que lhe entregasse este bilhete, caso acordasse agora pela manhã.
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  A criada retirou o papel que estava escondido no meio de seu avental e entregou-lhe um pouco empolgada. Parecia feliz pela possibilidade de um futuro casamento de sua senhora.
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  — Agradeço, Franchy, por manter a discrição — disse %Amelia%, com um sorriso gentil.
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  Assim, ao desdobrar o papel começou a lê-lo:
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  “Estimada senhorita Bourbon, espero que estejas bem, diante do ocorrido na noite anterior.
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  Peço que me perdoe pela minha presença repentina e talvez deva ter sido esta a causa do vosso mal-estar. Se permitir, desejo o prazer de vossa companhia nesta manhã, caso a senhorita já esteja melhor.
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  Estarei à vossa espera no solário de minha propriedade.
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Ansiosamente, vosso noivo.”

  %Amelia% demorou alguns minutos para absorver a última frase, estranhando também o bilhete não estar assinado adequadamente. Seu olhar voltou-se para a criada que mantinha certa curiosidade disfarçada de sorriso no canto do rosto.
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  — Então, senhorita, terá uma resposta para dar? — perguntou Franchy.
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  — Acho que sim, seria indelicado de minha parte se não o respondesse. — A mulher respirou fundo e apontou para os papeis que estavam em cima da escrivaninha.
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  Assim a criada correu até o móvel e pegando-os entregou a ela com o tinteiro. A jovem rubi permaneceu por alguns minutos encarando o papel em sua mão sem ter a mínima ideia do que escrever, as palavras pareciam faltar-lhe de uma forma inexplicável. Tomando impulso, finalmente conseguira iniciar sua escrita.
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  "Bom dia, meu bom senhor.
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  Confesso-lhe que não encontro palavras para expressar, sinto-me envergonhada por tal ocorrido. Peço que me perdoe por lhe trazer preocupações justo no dia em que lhe conheceria, e ainda fazê-lo pensar ser o culpado.
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  Certamente desfrutar de vossa companhia seria uma honra, entretanto, encontro-me indisposta e o senhor merece uma companhia que não lhe traga mais nenhum incômodo. Por isso, apenas tenho um pedido, que possamos adiar este encontro para a próxima manhã.
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  Prometo ao senhor que estarei melhor.
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Atenciosamente, vossa noiva."

  %Amelia% sentiu seu coração acelerar um pouco, ao dobrar o papel e entregar à sua criada. Não sabia explicar o que estava acontecendo internamente, mas certamente havia uma ansiedade por poder ver o rosto daquele cavalheiro.
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  Após sua criada deixar o quarto com a missão de fazer o bilhete chegar ao cavalheiro, ela levantou-se da cama e deu alguns passos até a janela voltando o olhar para a mesma observando a beleza da paisagem que é desfrutada todos os dias. Com o verão ascendendo, o dia se mostrava caloroso e bem sugestivo aos amantes do campo.
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  — %Amelia%?! — Dois toques na porta lhe atraíram a atenção, assim como a voz de sua tia.
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  — Tia Poppy. — %Amelia% a olhou com suavidade, com um sorriso sutil e espontâneo. — Perdoe-me por preocupá-la.
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  — Oh, minha querida — Poppy adentrou mais o quarto indo em sua direção para um abraço reconfortante —, mão me peças desculpas por algo que nem mesmo vós és a culpada... Sei que tens passado por tantas coisas, sentimentos e pressões em honrar vosso pai... Não deverias passar por isso.
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  — Estou bem, minha tia... Acho que não consegui conter-me noite passada, confesso que pensava mesmo que não existia um noivo e que minha vinda para a Escócia era apenas para não trazer mais vergonha ao meu pai. — %Amelia% sentiu seu coração apertar, suas emoções começaram a ser expostas em forma de lágrimas no canto dos olhos.
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  — Minha pequena. — Sua tia a abraçou novamente com carinho.
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  — Após dois anos sendo o desprezo de todos por não ter a beleza que se espera de uma donzela... — A primeira lágrima caiu de seus olhos. — Já me sinto afortunada pela mudança que me fizeste no outono passado.
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  — Não lhe fiz nenhuma mudança, sempre foi uma menina muito bonita, meiga e delicada, apenas precisava ter a coragem de se olhar no espelho e se sentir assim. — A tia ergueu a mão e limpou a lágrima dela, mantendo o sorriso no rosto. — Só me entristece pensar que o senhor que desposará esta linda jovem em minha frente, não é o cavalheiro que lhe toma os pensamentos.
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  — Está tudo bem, tia Poppy, o cavalheiro que tem meus pensamentos certamente nem deve lembrar-se que eu existo. — Ela enxugou as lágrimas que se criaram no canto dos olhos e forçou um sorriso. — Posso desfrutar do desjejum que preparaste para mim?
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  — Claro, minha querida. — Poppy sorriu com gentileza e se afastou de leve. — Peço que se troque e crie expectativas, pois nosso desjejum será em grande estilo e em meio a natureza.
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  %Amelia% assentiu e observou-a se retirar.
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  Mesmo com seu futuro desconhecido, ela deixou-se animar por aquele dia, afinal, nada como as loucas invenções de tia Poppy para lhe trazer o ânimo e deixá-la mais esperançosa.
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  Com o retorno de Franchy, finalmente ela pode escolher com calma um belo e refrescante vestido do campo para a ocasião. Um penteado simples, o rosto com um leve protetor solar deixando transparecer vossa beleza natural e um sorriso esperançoso que orgulhou até mesmo a criada que tanto torcia pela felicidade de vossa senhora. 
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  Logo um suspiro inesperado soou de si, assim que %Amelia% olhou-se pela última vez no espelho, ela não entendia exatamente o que sentira naquele momento, mas lá no fundo, estava um pouco mais aliviada pelo ocorrido ter acontecido ali e não em vossa casa em Londres.
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  De certa forma, havia uma energia positiva que a doce rubi sentia dos campos de lavanda próximos à propriedade do tio, o que lhe transmitia paz e aconchego. Decidida a esquecer seus problemas e temores pelo menos diante daquele dia, ela saiu do quarto e desceu as escadas, motivada, encontrando o olhar empolgado da tia a vossa espera com uma cesta em mãos e inúmeros assuntos na mente para distraí-la. 
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  Tia Poppy já tinha todo o roteiro das atividades daquele dia descrito em vossa mente esquecendo-se do desmaio acidental, nem mesmo preocupou-se com a temporária fragilidade física da sobrinha. Afinal, o primeiro dia do verão deve ser celebrado com euforia, aproveitando o frescor que apenas o campo lhes proporcionava.
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  — Para onde iremos, tia Poppy, que precisaremos de cavalos? — perguntou %Amelia% curiosa por adentrarem os estábulos do lugar.
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  — Para o lugar que eu considero mais precioso daqui — anunciou ela, ao montar primeiro. — Vamos lá?
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  %Amelia% não teve muita opção a não ser montar no outro cavalo e criar as expectativas propostas por vossa tia. Seguindo para o norte, ambas passaram por uma clareira que separava a propriedade do senhor Kerr, do vizinho ao lado, continuando na mesma direção com a condutora sem preocupar-se se estava ou não a invadir alguma propriedade alheia.
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  — Tia Poppy, a senhora sabe mesmo para onde estamos indo? — perguntou %Amelia%, insegura com a noção geográfica que a tia tinha.
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  — Claro que sim, minha querida, conheço essas terras como a palma de minha mão. — A tia parou de repente e a olhou confusa. — Por quê?
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  — É que... A poucos metros acabamos de invadir uma propriedade — explicou ela, ao parar o cavalo também, um tanto assustada com o olhar sereno da tia. — Não achas imprudente?
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  — Não quando o dono é noivo de minha sobrinha — respondeu a mulher, com mais tranquilidade ainda.
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  O corpo de %Amelia% gelou um pouco. Não apenas pelo fato em si, como também por imaginar que aquele passeio fora um plano de vossa tia para lhe apresentar o tal noivo, ou, na pior das hipóteses, até mesmo esbarrar ao acaso com ele. Isso trouxe-lhe insegurança novamente e Poppy percebeu de imediato.
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  — Não se preocupe, minha querida, ninguém além de mim sabe para onde vamos e vosso noivo nem mesmo sonha que exista tal lugar em uma propriedade tão grande como essa. — A senhora riu de leve. — Não vos aflijais, pois não planejei nenhum encontro casual entre ambos.
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  — A conheço o suficiente para saber que não me deixaria em tal situação. — Assentiu %Amelia%, com um sorriso singelo para a tia.
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  — Então, continuemos. — Poppy devolveu o sorriso e continuou a seguir com o caminho.
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  De fato, tia Poppy estava certa sobre uma coisa, a propriedade do noivo em questão era a maior e mais cobiçada de toda a Escócia, afinal, para um cavalheiro de sua posição, era de se esperar. Terras imensamente produtivas e muito bem cuidadas, transmitia ao povo que trabalhava nelas a segurança de boas colheitas e prosperidade a todos que o serviam naquela região. E não nos esquecendo dos diversos bosques e florestas que enchiam os olhos de muitos amantes da natureza, envolto as colinas que pareciam. Parecia uma paisagem pintada à mão por Deus, de tão bela.
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  — Chegamos — disse tia Poppy parando o cavalo e já descendo.
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  — É lindo — sussurrou %Amelia% ao parar o dela e descer também com a ajuda da tia.
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  Nossa doce rubi ainda se impressionava com as habilidades de sua tia em cavalgar, o carinho que a mesma demonstrava pelos cavalos e de como aqueles animais pareciam ter afinidade com ela, contudo, tal lugar reservado era uma pequena área verde escondida por altas árvores que os antigos chamavam de bosque solitário, localizava-se entre duas colinas. A região de Inverness tinha mesmo sua beleza escondida que a fascinou sem esforços.
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  — Que lugar é este? — perguntou %Amelia%, curiosa.
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  — O bosque solitário — respondeu Poppy, pegando a cesta amarrada nas rédeas do cavalo e seguindo para perto dos arbustos. — Muitos têm receio de vir aqui, pelas muitas histórias que giram em torno daqui, mas eu acho incrível a vista.
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  — E quais histórias seriam essas? — A jovem a acompanhou com o olhar, observando a tia estender a toalha e ajeitar os alimentos sobre a mesma com cuidado.
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  — Bem, a mais famosa de todas é de um casal de famílias rivais, mesmo com sentimentos proibidos um pelo outro, ambos trocaram juras de amor neste lugar, assegurando que jamais se entregariam a outra pessoa... — Tia Poppy assentou-se na beirada da toalha e olhou para a sobrinha, gesticulando para que fizesse o mesmo. — Entretanto, ambos estavam fadados por vossas famílias a casarem-se com pessoas que não amavam, então, decididos a passarem a eternidade juntos, o casal marcou um encontro para despedir-se da vida nesta terra e seguirem juntos para a eternidade.
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  — E eles fizeram isso? — perguntou %Amelia%, em choque com a história.
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  — O cavalheiro sim, porém a donzela fora descoberta pelos pais e forçada ao casamento às pressas, assim que o rapaz voltou a este lugar não encontrando a amada, apenas uma carta escrita por ela pedindo para esquecê-la, de coração partido ele cumpriu vossa parte no acordo — continuou, ao mordiscar um morango que estava na cesta. — Chamam esse bosque de solitário por causa deste cavalheiro que permanecerá na eternidade sozinho sem vossa amada.
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  — E quanto a donzela? O que aconteceu com ela? — indagou %Amelia%.
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  — Não se sabe, apenas que nunca mais sorriu novamente pelo que aconteceu com vosso amado — respondeu a tia. — Dizem que os gritos de choro dela ecoam pelas árvores deste bosque de tempos em tempos, e que o lugar traz má sorte para quem entra, por isso as pessoas não vêm aqui.
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  — E a senhora ainda vem aqui? — %Amelia% surpreendeu-se pela coragem da tia.
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  — Não acredito em má sorte, acredito em saber aproveitar as oportunidades e desafios que o mundo lhe proporciona — explicou Poppy com segurança. — Se pensarmos que tudo irá mal, então irá, pensamento positivo é a chave para uma boa vida.
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  — Queria ser assim — sussurrou %Amelia% para si.
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  Tia Poppy, minha cara, é como esta autora sempre diz: Se a vida lhe der limões, faça uma limonada e refresque-se neste caloroso verão.
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  — Além do mais, olhe esta vista, que má sorte há em contemplar a natureza? Ter medo de histórias antigas que nem sabemos se é verdade? — Poppy riu de leve e suspirou apaixonadamente. — Se há má sorte, certamente fora quebrada, pois este é o lugar que o senhor Kerr pediu-me em casamento... Sob um céu estrelado do outono com o balançar do vento fazendo as folhas caírem.
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  — Que romântico. — Os olhos de %Amelia% brilharam com as palavras da tia.
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  — Sim, muito — concordou.
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  Elas sorriram uma pra outra e começaram a degustar o desjejum preparado pela tia. Diversas frutas frescas e pequenos brioches doces para começar bem o dia. Em um momento de contemplação, Poppy voltou o olhar para o sul notando algo novo na paisagem, afinal, ela nunca havia estado naquela parte do bosque, pois vossa preferência sempre fora a parte mais próxima a clareira.
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  — Interessante — comentou ela.
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  — O que? — %Amelia% a olhou.
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  — Eu não costumo vir muito a este lado do bosque, e nem imaginava que teria um lugar mais confortável aqui para assentar, porém não sabia que aqui dava vista para o castelo da colina — explicou ela, mantendo o olhar na edificação e apontando para a sobrinha.
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  — Castelo da colina?! — %Amelia% voltou o olhar para onde a tia apontou, vendo o lugar mencionado.
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  — Sim, é chamado de Collis Castelli, latim... — respondeu a mais velha, continuando. — E saiba que pertence ao nosso vizinho assim como este bosque, dizem que a torre mais alta deste castelo permite uma vista panorâmica para toda a região de Inverness... Meu sonho é conhecer esse lugar.
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  Tia Poppy tinha razão em ser fascinada pelo Collis Castelli. Uma edificação construída totalmente em pedra ao longo do século XIV e considerada uma das mais antigas do país que continuam ativas como residência localizada no alto de uma colina, pertencendo há mais de dez gerações à mesma família. Por mais que pareça ser um castelo frio e gélido pela arquitetura em estrutura e paredes de pedra, a decoração interna de todo o lugar fora pensada para transmitir ao máximo conforto e aconchego. Tendo sofrido algumas reformas de tempos em tempos, atualmente conta com uma paleta de cores mais suave em tons pastéis nos tecidos dos estofados e a mobília com um amadeirado mais claro e sutil, deixando de lado a exuberância do estilo medieval, as tradições do estilo clássico e as influências luxuosas de Paris.
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  — Sente ansiedade por conhecê-lo? — perguntou tia Poppy, em curiosidade.
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  — Falas do castelo, ou do dono? — %Amelia% devolveu a pergunta, mantendo o olhar na edificação.
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  — De ambos — brincou tia Poppy, para descontrair a conversa. — Não sintas pressionada a isso, minha querida, já carregas preocupações demais...
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  — Agradeço por tentar me tranquilizar, mas... Não poderei abusar por muito tempo da paciência e compreensão de alguém que não conheço — comentou o rubi.
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  — Achas que o aborreceu pelo desmaio? — Vossa tia riu de leve. — Fatalidades acontecem, minha querida, olhe para mim, desmaiei na noite de núpcias, deixando o senhor Kerr desesperado.
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  %Amelia% permaneceu em silêncio, mantendo o olhar no horizonte, enquanto a vossa tia, em risos, desviou a atenção para os pedaços de brioches. Internamente o rubi indagava-se: Como o vosso pai conseguira arranjar-lhe um casamento com alguém tão importante? E desde quando lord Bourbon tinha conhecidos na Escócia além do senhor Kerr e tia Poppy?
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  — Senhor Kerr! — A voz de Poppy soou empolgada pelo hall de entrada da casa, assim que retornou com a sobrinha e encontrou-o vindo do corredor em que se encontrava o escritório. — Retornaste mais cedo hoje.
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  — Minha senhora. — O homem manteve o olhar sério e vagamente inexpressivo, porém com suaves expressões de preocupação. — Os criados sinalizaram a vossa ausência durante o dia.
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  — Vossa esposa estava a aproveitar o frescor do dia apresentando as belas paisagens das colinas locais para a sobrinha. — A forma como Poppy especificou, fez com que o marido já entendesse para onde exatamente fora, e, voltando o olhar para a jovem Bourbon, assentiu com o rosto a explicação dela.
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  Poppy aproximou-se mais um pouco do marido e sussurrou algo em vosso ouvido, então retornou para perto da sobrinha e a puxou consigo em direção às escadas. Já no corredor dos quartos, a animada tia aconselhou-a a banhar-se um pouco para refrescar e aproveitando para se livrar dos vestígios de terra e folhas que adquiriram no seu piquenique. A doce rubi assentiu e adentrou o quarto, sendo recebida por Franchy que a aguardava próximo a janela.
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  — Franchy? O que faz aqui? — perguntou ela, estranhando ao ver que a banheira em vosso quarto estava cheia de água.
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  — A senhora Oslo pediu-me para preparar vosso banho agora ao pôr do sol — respondeu prontamente. — Eu nem mesmo sabia de vossa localização, apenas assenti à ordem.
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  — Ah, certamente minha tia está envolvida. — %Amelia% riu baixo. — Ela sempre teve uma ótima percepção de tempo e espaço.
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  — A senhorita pretende banhar-se agora? — perguntou a criada.
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  — Sim, mas prefiro fazê-lo sozinha, agradeço por preparar meu banho, retire o restante da noite de descanso, Franchy — disse a jovem, com um olhar gentil. — E obrigada por... O bilhete.
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  — Ah, sim, senhorita Bourbon. — Em um impulso de memória, a criada lembrou-se de um detalhe. — Bilhete entregue em mãos e o convite estendeu-se para amanhã ao nascer do sol.
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  — Agradeço, e tenha uma boa noite, Franchy — disse %Amelia%.
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  — Boa noite, senhorita %Amelia%. — A criada sorriu de volta retirando-se em seguida.
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  A doce rubi espreguiçou-se de forma demorada e logo sentiu um fundo no estômago. Após o desjejum com a tia e passar horas cavalgando pelos campos, nem mesmo houve uma pausa para o almoço sendo a fome acalentada pelas sobras das frutas do cesto.
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  Após o banho, %Amelia% vestiu os trajes apropriados e pediu a um dos criados para que o jantar fosse servido em vosso quarto. Por mais que fosse inspirador ver a forma em que tia Poppy e o senhor Kerr interagiam na presença de outras pessoas, ela somente desejava descansar após aquele dia.
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  Com o nascer do sol, %Amelia% foi despertando lentamente graças a um feixe de luz que passava pelas cortinas, ao abrir os olhos, sua mente fora rápida o bastante para relembrar o compromisso daquela manhã. Erguendo o corpo no susto da batida na porta, sentiu a cabeça rodar de leve.
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  — Sim?! — disse ela, elevando um pouco mais a voz.
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  — Minha querida, já está acordada? — a voz de tia Poppy soou do outro lado da porta.
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  — Sim, acabei de acordar. — Seu tom era baixo em quase sussurro.
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  — Eu não quero te assustar, querida, mas acho que deveria se aprontar de imediato pois há uma carruagem lhe aguardando — anunciou tia Poppy, com um tom impressionado. — Acho que vosso noivo é bem pontual.
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  Após alguns segundos absorvendo a informação, %Amelia% finalmente despertou por completo e levantou-se da cama seguindo até a porta. Do lado de fora, tia Poppy mantinha um olhar animado acompanhada de Franchy que já pensava no vestido certo para a ocasião especial. Enquanto a criada adentrou seguindo até o armário de vestidos, tia Poppy segurou na mão de sua sobrinha guiando-a até a penteadeira para ajeitar os cachos de vosso cabelo.
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  — Então, como estou?! — perguntou %Amelia%, ao olhar-se no espelho.
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  — A semelhança que tens com vossa mãe agora emociona-me muito — disse a tia, transbordando orgulho. — És ainda mais linda, minha querida.
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  — Obrigada, minha tia, por tudo. — A rubi abriu um sorriso singelo para ela, então voltou a atenção para a criada. — E agradeço a vós também, Franchy, por sempre torcer por mim.
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  — Imagina, senhorita %Amelia%, sempre foi tão amável comigo e vossa família sempre cuidou da minha. — Franchy sorriu de volta.
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  — Acho que devo ir agora. — O último suspiro antes de deixar o quarto.
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  Subir em uma carruagem sem saber exatamente o que acontecerá ao chegar ao destino final fez com que %Amelia% passasse todo o caminho pensativa no que encontraria quando chegasse. Senhor Hilte, o mordomo, prontamente a aguardava no jardim frontal, com o parar da carruagem em frente ao homem, %Amelia% recebeu de imediato a ajuda para desembarcar.
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  — Bem-vinda ao Collis Castelli — disse o senhor Hilte, ao recebê-la agora formalmente. — Meu senhorio a aguarda no solário.
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  Ela assentiu com a cabeça e o seguiu pela trilha de pedras ornamentais. Pelo caminho, %Amelia% observou bem a sutileza das flores que compunham os canteiros do jardim, formando um padrão de cores definidas em brancas representadas por lírios e jasmins, e misturadas aos rosas representados por camélias e peônias. Nem mesmo em toda primavera ela havia sentido tamanho perfume quanto o que sentia ali.
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  — Senhorita? — disse Hilte, chamando-lhe a atenção.
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  Ela havia parado por um momento, perdendo-se na beleza das flores, e deixou que a distração a envolvesse esquecendo da pessoa que a aguardava.
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  — Está tudo bem, senhorita? — indagou o homem.
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  — Sim, perdoe-me. — Ela sorriu de leve, um pouco sem graça e voltou a caminhar seguindo o mordomo.
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  Poucos metros adiante e finalmente chegara ao solário. Com a estrutura toda em madeira e vidro, recém-construído há dois anos, era a edificação mais iluminada da propriedade e totalmente diferente da arquitetura do castelo. Em um movimento rápido, o senhor Hilte girou a maçaneta e abriu a porta, gesticulando para que ela entrasse.
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  O primeiro passo fora amedrontado, entretanto, o segundo seguiu mais firme. Não tinha como %Amelia% fugir do futuro que a aguardava, e o mesmo seguia parado de costas para ela, bem ao fundo do lugar, observando a paisagem do lado de fora.
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  — Senhor? — A voz da rubi soou leve e suave, mesmo internamente estando em total desespero.
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  O cavalheiro sentiu o corpo arrepiar com a doçura daquela voz, um sorriso discreto formou-se no canto do seu rosto assim que se moveu para se virar. O olhar de %Amelia% iniciou confuso formando um misto de surpresa e inexpressividade, enquanto ele manteve seu rosto sério e sereno.
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  — Vossa graça? — sussurrou ela, sem saber se colocava como uma pergunta ou afirmação, não entendendo se o rosto do cavalheiro a vossa frente era realmente o que de fato via, ou uma miragem do que ardentemente desejava ver.
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  E eis que finalmente a última peça se encaixa.
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Lady Lewis

Obrigado, me desculpe, eu te amo
Tudo isso não é suficiente para expressar meu tudo
- Promise / EXO

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Lelen

Ai, gente, esses casais dando certo, é tudo o que a gente quer ver, né? <3
Ri alto do jogo entre primos ali, “vencer em primeiro lugar” IHASPOIDNASPOD
E agora, FINALMENTE chegou a hora da Amelia, hora do felizes para sempre, PELO AMOR DE SANTO CRISTO. Tô com um pouco de medo porque não sei quantos capítulos faltam para finalizar a história, mas tenho fé que de agora em diante vai ser só felicidade, sem dramas a serem resolvidos OINASDOPSANDPO

Pâms

agora vai kkkkkkkkkkkkk

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