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Segunda Lei de Newton, por Mah Vargas {Outros, Finalizada}
Nota: [usr 4,7]
ATENÇÃO! ESTA AVALIAÇÃO POSSUI SPOILER.
RAZÕES PARA LER: O bom desenvolvimento já começa pelo o que a gente encontra na tabela da fic. O título é bastante curioso, principalmente quando você se depara com “mistério/terror” na classificação de gênero da história e compara isso com “segunda lei de Newton”. Não faz muito sentido de início, o que deixa tudo ainda mais curioso. Em seguida, a sinopse, apesar de consideravelmente curta, consegue ser bem marcante e instigante, te deixando com a pulga atrás da orelha e com o sentimento de urgência em ler a história.
E ela não desaponta! Já no início, a leitora vai se deparar com uma impactante carta de Christie Elliot, a personagem principal, que consegue, em meio a fatos corriqueiros e triviais, dar o tom da narrativa, que faz jus à classificação. Isso me deixou com aquela sensação de “hm… vamos ver onde isso vai dar!”, num sentimento misto de empolgação e curiosidade (que foi a palavra que definiu essa leitura) e até um pouco de medo também, confesso, rs.
A tensão é criada logo de cara, trazendo pressa e desespero nas ações da personagem, e é extremamente possível identificar tudo isso no decorrer da primeira parte da história. O que foi mais legal pra mim, entretanto, foi o fato de que há uma total quebra de expectativas quanto à participação da leitora no enredo. [SPOILER] [blur toggle=click]No momento das perguntas, a autora diz à leitora que ela tem um papel importante na história, o que nos sugere (pelo menos a mim sugeriu) que, de alguma maneira, eu, como leitora, estaria por trás das investigações da morte de Christie. Mas, pasmem! Na verdade, a vilã era eu! Isso pra mim foi o maior de todos os plot twits que eu poderia imaginar. Pode parecer algo bobo, mas isso realmente me surpreendeu, porque não costumamos ser as vilãs das histórias que lemos e isso com certeza me deu um gás ainda maior para continuar lendo a história e descobrir o que de ruim eu faria.[/blur]
Outro ponto muito interessante é que, por ser uma história de época (1929/1939), existem certas questões presentes que nos fazem realmente relembrar que tudo se passa em um tempo bem passado, como o casamento arranjado, a mulher que não pode andar desacompanhada e o preconceito racial (evidente/escrachado). Achei extremamente acertado da parte da autora distribuir pela narrativa discursos como esses, que caracterizam ainda mais a época em que a história foi ambientada.
Para fim dos elogios, devo mencionar a parte final. E que final, meus queridos! A história, apesar de breve, consegue mostrar exatamente o essencial para causar tensão em quem lê. Poderíamos perfeitamente classificar a fanfic como um conto, que possui apenas um conflito a ser resolvido e não se estende demais para além dele. O destino traçado pela atitude impensada que a personagem tomou na adolescência é trágico e irreversível, trazendo como consequência um final ainda mais doloroso do que a própria morte. A autora finaliza com conjecturas de Christie, que volta a nos lembrar que nossas escolhas podem ser fatais. Então é realmente de te deixar pensando: quantas possibilidades boas de vida nós deixamos escapar por causa de escolhas erradas? Será que a vida também vai voltar pra nos cobrar mais cedo? Nossa, isso sim é assustador!O QUE PODE MELHORAR: Acho que o que mais notei negativamente foi no quesito gramática, no uso da vírgula. Em muitos momentos, a vírgula poderia ser trocada por um ponto final, separando as sentenças, pois, em muitos dos casos, senti que essa questão prejudicou a fluidez da leitura. Já em outros momentos, havia a necessidade da vírgula e ela estava ausente. Um bom exemplo disso são os vocativos, que não têm vírgula antes deles, mas possuem necessidade de tal. Há um ou outro errinho ortográfico aqui e ali, uns na concordância nominal, um “se não” em lugar de “senão”, uma crase aqui, um “porquê” ali (engraçado que estava errado num capítulo e, duas partes à frente, estava certinho) e algumas palavras que estavam acentuadas, mas foram alteradas na nova ortografia, então creio que isso tenha passado despercebido até mesmo pelos olhos da beta, assim como o “porquê” mencionado acima. Entretanto, fora isso, a escrita da autora estava muito boa.
Outra coisa que notei é que, enquanto eu escrevia os pontos positivos, parei pra pensar que a personagem não teve a personalidade muito bem desenvolvida no decorrer da história, mas isso foi algo que eu realmente só reparei quando comecei a escrever, porque definitivamente não foi algo que interferiu na minha imersão.
Além disso, a única coisa que eu sugeriria que a autora prestasse mais atenção (além da parte de gramática e ortografia, que pode ser facilmente corrigida) é na construção do enredo. A história é ótima, te prende do início ao fim, mas, mesmo sendo uma história curta, poderia ter desenvolvido um pouquinho mais os fatos para que não passasse a sensação de pressa, tanto no decorrer da história (capítulo 3) como no final, como se não houvesse tido tempo suficiente para desenvolver além do que foi feito. Mas só isso.MENSAGEM: Querida Mah Vargas, eu nunca tinha lido essa história e a encontrei por acaso, mas lê-la foi uma escolha muito feliz (diferentemente da escolha da Christie hahaha)! Gostei demais da premissa, de como você criou rapidamente o clima de tensão na história e como conseguiu nos surpreender com aquele plot twist logo de cara! Sua escrita é muito boa e a sua história com certeza entrou para a minha lista de favoritos. Amei!
SUGESTÃO DE COLUNA: Para solucionar os probleminhas apontados, as colunas abaixo poderão te ajudar muito. Sucesso demais pra você, garota!
– Crítica por: Nix
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