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Quando a sua história começa?
Esse é um dos questionamentos que nos fazemos no início do planejamento para colocar uma nova ideia no papel. Não estou falando da cena inicial, a qual tem uma grande relevância para engatar o leitor, mas sim o ponto que seu personagem está no princípio da história. Na grande maioria das obras que nós conhecemos, a rotina do protagonista é apresentada no começo sendo interrompida logo depois pelo conflito do trama, criando um nó, como diria nosso querido Aristóteles, e desenrolando-o até o fim do enredo. Durante o andar da carruagem muitas vezes descobrimos uma história triste, trágica, vergonhosa ou até mesmo crucial para entendemos a chave para resolução dos problemas que os personagens estão passando. Muitos não veem a importância da backstory nos personagens, por isso vim desmentir esse pensamento. Mas, afinal, o que é isso?
De acordo com The Plot Company, backstory são “eventos significativos que ocorreram no passado da vida do protagonista que pode ser utilizado para preparar a progressão da história”. Não há como ser mais claro, não?
Uma história sem um bom backstory tende a ser ruim. A falta dele reflete um mal planejamento do escritor e limita aos personagens a superficialidade; mesmo com vidas comuns, uma boa persona é aquela que cria empatia do público e a história de fundo costuma ser a grande chave para engatá-la. Muitos personagens carregam traumas que o fazem agir de x maneira e a curiosidade para descobrir o porquê da coisa instiga o leitor a continuar lendo e a criar teorias.
Uma boa backstory geralmente não é entregue de mão beijada ao leitor. Não o subestime 一 dê poucas dicas e até mesmo finja que disse tudo o que tinha que falar, embora a peça essencial para terminar o quebra-cabeça esteja “perdida”. Ela deve ser algo não usual, mas que mantenha a verossimilhança. Parece difícil? Deve ser, porque, na verdade é sim.
Hoje em dia é muito fácil cair em backstories cheias de clichês. Não que seja errado (falar mal de clichê? Logo eu, o clichê em pessoa?), mas um pouco de criatividade sempre é bem-vinda. Quantas vezes você encontrou um mocinho que não queria se envolver com mulher alguma, pois foi traído no passado? Ou uma mocinha que era apaixonada pelo melhor amigo que não dava a mínima para ela no passado?
A backstory também deve ser coerente durante toda a história. Uma mulher que viveu vários relacionamentos casuais não irá se apaixonar por um homem de uma hora para outra só por causa de um beijo na balada ou porque estão vivendo sozinhos na mesma casa. Simplesmente não faz sentido.
Consegue pensar em alguma maior relevância que as histórias de fundos têm em uma obra? Comente com sua opinião! Ela é muito bem vinda.
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Até mais.
Coluna por Maraíza Santos
Que coluna maravilhosa!
Não sabia que existia esse termo “backstory”, vinha utilizando disso em algumas histórias, e agora mais do que nunca irei investir. Realmente faz toda a diferença, um backstory bem situado é um pontapé para uma história fantástica! Torçamos para que nossas autoras trabalhem fortemente nesse aspecto!