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Quando você cria a sua história, ela tem um objetivo, certo? Independente do gênero da história, ela tem uma trama.
Por exemplo, vamos criar uma historinha com os seguintes fatos:
– A Personagem Principal é Luíza, estudante de direito. Vem de família de classe média.
– Marcos é garçom de um restaurante japonês na frente da faculdade dela. Vem de família pobre.
– A trama principal envolve a história de amor deles e como eles construíram esse relacionamento apesar de virem de mundos diferentes.
“Ótimo”, você pode pensar, “agora que já apresentamos os personagens e a trama principal, só falta criar o romance, né?” Nop! Precisamos pensar nas subtramas, pequenos conflitos que se desenvolvem junto com o conflito principal.
Subtramas trazem realismo para a sua história. Ela pode ser ligada diretamente à trama principal, afetando-a, como por exemplo: Imaginemos que Marcos foi processado e tem chances de ser preso. Isso está diretamente ligado à trama? Não. Aqui temos um problema pessoal de Marcos, que estará lá com ou sem Luíza, mas isso pode afetar a trama principal diretamente, tanto por levantar dúvidas sobre o caráter dele, quando por poder impedir os dois de ficarem juntos devido à distância.
Ao mesmo tempo, podemos ter uma subtrama que não influencia em nada a trama principal. Exemplo: O casamento dos pais de Luíza está em crise, as chances são que eles se divorciem. Nesse caso, não há efeito direto no relacionamento de Marcos e Luíza.
Essa historinha e esses exemplos bem bobinhos foram só um jeito de dizer para vocês que subtramas são essenciais! Não vá enfiando conflitos só para encher linguiça, não é esse o objetivo. Pense comigo, a vida não acontece de uma vez só. Subtramas interrompem o fluxo da trama principal e essas interrupções acontecem na vida real. Às vezes estamos achando que as coisas vão por um caminho, ou não estamos preparados para uma distração e então, BAM!, uma reviravolta acontece e tudo vira ao contrário.
Quando você está escrevendo uma história, se pergunte o que sobra dela se você tirar o romance. Se a sua história só gira em torno das coisas que acontecem entre o mocinho e a mocinha, haverá um momento em que ela se tornará exaustiva. Eu, nesse exemplo, pensei: “o que é a vida de Luíza quando ela não está com o Marcos e vice-versa?” Ninguém vive para uma coisa só, a vida tem “subtramas”, essas pedrinhas que podem afetar nosso caminho, como podem também nos ensinar algumas lições!
Como sempre digo e repito, equilibre-se nas suas ideias e acima de tudo, divirta-se!
Coluna por Gabi