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Inocente é quem pensa que após finalizar uma obra o autor não tem mais no que se preocupar. Em meio a revisões, procura de furos na história e etc, há também uma ideia constante: será que eu poderia fazer uma continuação?
Há histórias que já de início foram planejadas para ter continuidade em outro momento, porém boa parte delas não eram idealizadas desse jeito. Decidir se sua obra deve ter uma chance de contar mais sobre ela é um desafio que autores encaram constantemente.
Não importa de onde a ideia veio, ela costuma brotar na mente e deliberar uma resposta concreta. Porém, muito leitores, assim como autores, não gostam da perspectiva de uma continuação baseado em um gancho desnecessário. Por isso há algumas perguntas que o escritor deve fazer antes de decidir escrever uma continuação:
– Eu preciso mudar a trama idealizada originalmente para ter uma continuação?
– Meus personagens têm mais história para contar?
– Estou fazendo isso apenas por que não quero dar adeus aos meus personagens e sair da zona de conforto?
– Não quero perder os leitores dessa história em específico?Diante dessas perguntas, é necessário refletir muito se a continuação é necessária. Com sinceridade consigo mesmo, é importante que o autor saiba o que está fazendo ao embarcar em uma continuação que não foi previamente planejada. Uma má continuação pode tirar boas impressões da história anterior ou mesmo fazer o leitor perder o interesse em relação a esse escritor em específico. Não desejamos isso, não é mesmo?
Se a ideia é apenas reviver os personagens para agradar os leitores, um spin-off em forma de conto é o ideal. O grande problema é quando a história é mal programada, de forma que o autor não consegue levar adiante o enredo sem parecer repetitivo. O ideal é o escritor ser bastante racional e ver se tem fôlego para uma segunda parte.
Então, se a ideia for realmente boa e você desejar escrever? Como atrair antigos e novos leitores?
Uma das minhas dicas para manter os antigos leitores é possuir a mesma linha de gênero e proposta da história anterior. Não faz sentido mudar a história para ser em terceira pessoa quando antes era escrita na primeira pessoa; se ela é focada em romance, não dá para criar uma segunda história em que a aventura seja o gênero principal da história. Lembre-se que os leitores da continuação serão os mesmos da primeira obra, logo, estão esperando uma igual abordagem. Uma mudança brusca daquilo que eles esperam pode repelir antigos leitores e não é isso que desejamos, certo? Outra coisa é a divulgação, que deve ser intensificada para já leitores. Um aviso nas notas e imagens de divulgação em grupos de Whatsapp/Facebook e no Twitter e Instagram são sempre bem vindos. Lembre-se: quanto mais sua obra é exposta, maior é a chance de ganhar novos leitores.
O essencial, porém, está na história e como você a conduzirá. Recomendo ler toda a obra anterior para reconhecer certos ganchos e evitar repetir situações que aconteceram no decorrer da trama que antecede a continuação. Assim, no momento em que estiver escrevendo teremos uma mesma abordagem, porém um novo e mais instigante enredo.
Apesar de todas essas dicas, a escolha está nas mãos do escritor. Devemos refletir diante dessa grande questão e ponderar bastante antes de tomar essa decisão para evitar frustrações, tanto do autor como do leitor.
O que você acha sobre as continuações? Elas são necessárias? Você, como leitor, gosta delas? Conte para gente nos comentários desse post.
Então, é isso. Até mais!
Coluna por Maraíza Santos
Eu, sem dúvidas, estou constantemente nesse dilema. Me apega demais aps personagens e não consigo dizer adeus, mas esse post me fez refletir muito sobre as consequências que uma continuação mal feita pode acarretar para a história. Muito obrigada, foi muito útil 🙂