Restless Harmony

Escrita porNyx
Revisada por Lelen

Peça 01 • O Encontro

Tempo estimado de leitura: 22 minutos

  — Você está atrasada, %Claire%! — A voz de Ingrid ecoou pelo quarto pela terceira vez naquela manhã, cheia de impaciência. %Claire% murmurou algo inaudível, se virando preguiçosamente na cama.
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  — Eu já estou indo… — disse, a voz abafada pelo travesseiro, claramente sem intenção de se mover.
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  — Não vou te chamar de novo! Se você perder o café da manhã, não me culpe. — Ingrid cruzou os braços à porta, exalando determinação. — Eu não vou me atrasar por sua causa.
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  Essas palavras foram o suficiente para %Claire% arregalar os olhos e se levantar num pulo. Um relance no relógio confirmou: ela realmente estava atrasada. Com movimentos apressados, começou a se arrumar enquanto Ingrid saía do quarto sem olhar para trás, o som de seus passos firmes ecoando pelo corredor.
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  %Claire% suspirou, sua mente ainda nublada pela exaustão. Na noite anterior, havia ficado acordada até 1h15 da manhã, praticando obsessivamente a peça Rapsódias, Op. 79 de Brahms. Seu corpo sentia o cansaço, mas ela sabia que precisava se apressar. Perder o café da manhã era impensável — era o único momento em que sentia que as energias se renovavam, especialmente após longas noites dedicadas ao violino.
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  %Claire% cresceu em uma pequena cidade cercada por colinas verdejantes e o som de uma casa sempre cheia. A música entrou em sua vida antes mesmo de ela entender o que significava. Sua mãe, uma ex-pianista que desistira da carreira para criar as filhas, transformou a sala de estar em um espaço musical. As manhãs eram marcadas pelo som do piano, enquanto as noites traziam histórias sobre grandes compositores. Desde pequena, %Claire% era ensinada que a música não era apenas uma arte, mas um legado — uma responsabilidade.
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  Sua adolescência foi um misto de dedicação e insegurança. Isis, sua irmã mais velha, era o prodígio da família, alguém que parecia nascer para brilhar nos palcos. Enquanto isso, %Claire% se esforçava para acompanhar, sempre com a sensação de estar à sombra de Isis. A pressão familiar pesava, mas havia momentos de pura alegria quando ela tocava sozinha, sem ninguém para julgar. Nessas horas, a música era um refúgio, um espaço onde ela podia ser apenas %Claire%.
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  Ao ser aceita no Conservatório Saint-Helena, %Claire% sentiu que talvez tivesse uma chance de se redescobrir. A vida no conservatório era desafiadora, mas também libertadora. Pela primeira vez, ela estava cercada de pessoas que compartilhavam sua paixão pela música. No entanto, o peso das comparações com a irmã ainda a seguia. Suas apresentações eram tecnicamente impecáveis, mas sempre faltava algo — uma emoção genuína que ela tinha medo de explorar.
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  Chegou ao refeitório a tempo para o café da manhã, graças a Deus. Sentou-se apressada e devorou sua refeição em questão de minutos. Sentia o coração acelerado, não só pela pressa, mas também pelo nervosismo crescente. Checou o celular, viu que estava atrasada — dois minutos. Para a aula que teria, aquilo era praticamente um crime.
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  O horário era de Música de Câmara, compartilhado com os pianistas, e o professor John tinha a reputação de ser implacável com a pontualidade. %Claire% correu pelos corredores, com o som dos próprios passos ecoando, e entrou na sala como um furacão, tentando passar despercebida.
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  A sala de aula era ampla, com uma acústica precisa e paredes cobertas de partituras e instrumentos. No centro havia um grande piano de cauda e, ao redor, cadeiras dispostas para os alunos. O ambiente exalava uma atmosfera de exigência e disciplina, mas também uma sensação de intimidade criada pela música que preenchia o espaço.
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  — De novo atrasada, senhorita %Gumbleton%. — A voz firme do professor fez a garota congelar por um instante. Ela engoliu em seco e esboçou uma careta tímida, detestando ser o centro das atenções.
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  — Me desculpe. Isso não vai se repetir — sussurrou apressadamente, enquanto se dirigia ao único assento vago da sala.
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  O professor não perdeu tempo, retomando sua postura severa enquanto se dirigia à turma:
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  — Muito bem. Pelo visto, todos se acomodaram naturalmente: um violinista ao lado de um pianista. Excelente. Vocês serão as duplas da aula de hoje. — Ele começou a distribuir partituras para os alunos. — Quero que trabalhem juntos na Sonata Primavera de Beethoven.
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  %Claire% sentiu o coração quase parar ao olhar para o lado. O pianista ao seu lado era ninguém menos que %Gabriel% %Irvine%, o prodígio do conservatório. Reconhecido por sua técnica impecável e presença marcante, ele era uma lenda viva entre os estudantes.
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  Ela se engasgou, tentando disfarçar a expressão de puro pânico. Impecável demais, pensou, enquanto ajustava nervosamente a postura. %Claire% não sabia se estava mais assustada com a perspectiva de tocar ao lado dele ou com a certeza de que seria julgada por alguém tão excepcional.
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  Como se as coisas não pudessem piorar, a voz do professor ecoou novamente:
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  — Já que estão na ponta, vamos começar com vocês dois.
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  %Claire% sentiu o rosto esquentar. Definitivamente, hoje não era seu dia de sorte. %Gabriel%, por outro lado, parecia completamente calmo, o que só aumentava sua sensação de estar ferrada.
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  A garota ajeitou o violino nos ombros, tentando ignorar o olhar atento de %Gabriel% ao seu lado. Ele já havia aberto a partitura, os olhos passando rapidamente pelas notas como se estivesse analisando algo complicado. Enquanto isso, ela lutava para controlar as mãos trêmulas, ajustando o arco e respirando fundo.
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  — Prontos? — perguntou o professor, de braços cruzados enquanto observava.
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  — Sim, professor John — respondeu %Gabriel%, sua voz calma, mas baixa, quase como se preferisse não chamar atenção. %Claire% apenas acenou com a cabeça, evitando qualquer contato visual.
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  %Gabriel% começou a tocar primeiro, as notas fluindo do piano com precisão impressionante, mas também com uma certa frieza técnica. %Claire% se juntou logo em seguida, hesitando no início, mas rapidamente sendo levada pela harmonia que ele criava. O som do violino começou a ganhar força, como se o instrumento respondesse à energia contida de %Gabriel%.
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  O professor caminhou ao redor deles, avaliando cada detalhe.
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  — Interessante… — murmurou para si mesmo, mas %Claire% ouviu e imediatamente pensou que algo estava errado.
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  Após alguns minutos de prática, o professor pediu que parassem.
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  — %Claire%, você é mais expressiva, quase instintiva. %Gabriel%, você é técnico, controlado. Normalmente, eu diria que isso poderia ser um problema, mas aqui… funciona. O contraste entre vocês cria algo inesperado.
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  %Claire% arriscou um olhar para %Gabriel%. Ele não a encarou de volta, mas permaneceu olhando para a partitura, os dedos ajustando um botão invisível na beirada do teclado, claramente desconfortável com a atenção.
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  — Continuem. Trabalhem mais a dinâmica. Quero sentir mais a conversa entre o piano e o violino. Vocês dois têm potencial juntos, mas precisam ouvir um ao outro.
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  Eles começaram novamente. Desta vez, %Claire% tentou se concentrar mais no que %Gabriel% estava tocando, ajustando seu arco para complementar os movimentos dele. Aos poucos, ela percebeu que não precisava competir; era uma parceria.
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  Quando terminaram, o professor bateu palmas brevemente.
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  — Bom. Muito bom, claro que tivemos muitos tropeços, mas foram muito bem. %Claire%, confie mais em si mesma. %Gabriel%, deixe-se levar um pouco mais.
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  %Gabriel% recolheu as partituras em silêncio, sem olhar diretamente para %Claire%. Ainda assim, ela sentiu a necessidade de agradecer.
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  — Você toca muito bem — ela disse, com um sorriso tímido.
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  Ele hesitou por um momento, os olhos fixos nas partituras, antes de responder em um tom quase murmurado:
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  — Obrigado. Você também.
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  %Claire% se afastou de %Gabriel%, voltando para sua cadeira com um suspiro leve, enquanto ele fazia o mesmo. Os dois sentaram em silêncio, acompanhando o resto da aula sem trocar uma palavra. %Claire% olhou para frente, mas a mente ainda estava com o som do piano de %Gabriel%, sua precisão e sua contenção. Havia algo nele que parecia com ela, uma espécie de retração, de querer se esconder atrás da música sem se expor demais.
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  O resto da aula passou sem incidentes, ambos focados em suas próprias reflexões. %Claire% não conseguia parar de pensar na última frase do professor, que soara mais como uma avaliação do que uma simples sugestão. O contraste entre ela e %Gabriel%, a ideia de como ambos poderiam se complementar, mexia com ela de uma maneira nova, e ela sentia um desejo quase estranho de explorar mais isso, mais ele.
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  Quando o professor finalmente terminou a aula e se aproximou da dupla, %Claire% olhou para %Gabriel%, que parecia imerso em seus próprios pensamentos, com os olhos fixos no piano. %Claire% foi a primeira a falar, respondendo por ambos quando o professor os chamou:
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  — Claro, professor — disse ela, com a voz firme, tentando esconder a leve ansiedade que começava a crescer dentro dela. %Gabriel%, não disse nada, apenas assentiu com a cabeça, mantendo o olhar distante.
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  — Nos vemos então, 17h30. — O professor saiu, deixando para trás duas figuras pensativas, ambas tentando entender o que aquela convocação poderia significar.
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  %Claire% não conseguiu evitar a sensação de que algo estava prestes a mudar. Algo dentro de %Gabriel%, ou talvez dentro dela mesma. Ela olhou para ele, mas ele parecia imerso em seus próprios pensamentos. E, pela primeira vez, %Claire% não se incomodou com o silêncio entre eles. Em vez disso, ela sentiu uma curiosa expectativa.
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🎻🎹

  %Claire% andava apressada pelos corredores do Conservatório, o som de seus passos apressados ecoando nas paredes. A conversa com o professor John e %Gabriel% estava prestes a começar, e ela sabia que já estava atrasada. Mais uma vez. Sempre que se tratava do professor, ela sentia que estava sempre dando uma impressão errada. Nervosa, pegou o copo de café que tinha em mãos, mas antes de entrar na sala de música, jogou-o rapidamente no lixo, como era proibido beber na sala. Os nervos estavam à flor da pele, e a sensação de ter algo errado no ar só aumentava.
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  — Atrasada novamente, senhorita %Gumbleton%! — A voz do professor John soou dura ao vê-la entrar. %Claire% deu um suspiro nervoso, sentindo a pressão aumentar. Seu estômago revirava enquanto ela tentava manter a calma.
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  — Eu já não sei mais como me desculpar, professor John. A última aula me atrasou. — Ela mordeu o lábio, tentando não demonstrar o desconforto que sentia. O professor a olhou com um sorriso irônico, mas não respondeu imediatamente. %Claire% percebeu que ele estava se divertindo com a situação, mas não havia nada engraçado para ela naquele momento. %Gabriel%, por outro lado, estava calado, sua postura mais rígida e impassível, o que só aumentava a tensão no ambiente.
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  — Enfim — o professor continuou —, chamei vocês dois aqui hoje, pois tenho uma proposta, e não aceitarei “não” como resposta. — Ele fez uma pausa, como se esperasse uma reação. %Claire%, de olhos arregalados, sentiu a ansiedade crescer, enquanto %Gabriel% permaneceu inexpressivo. — Vocês dois têm estilos diferentes, mas juntos podem criar algo realmente único. E é por isso que os convoco para a apresentação de final de semestre da nossa academia.
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  %Claire% ficou paralisada por um momento, seus pensamentos girando em torno da proposta do professor. Ela mal podia acreditar no que ouvia. Não sabia se estava mais surpresa ou ansiosa. O professor olhou para eles, aguardando a reação. Ela tentou processar as palavras, mas tudo que ela sentia era um nó no estômago. %Gabriel%, por outro lado, parecia completamente calmo, como sempre. Ele não demonstrava emoções facilmente, o que tornava a situação ainda mais desconcertante para %Claire%.
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  — A música que gostaria que tocassem juntos é a Sonata para Piano e Violino em Sol Maior, D. 384 de Schubert. — Ele entregou uma partitura, e %Claire% olhou para ela, o rosto contraindo-se em apreensão, aquela sonata era muito difícil! Sua mente estava uma confusão, mas a ansiedade tomou conta de tudo. Ela mal conseguia segurar o violino, os dedos tremendo ligeiramente. Como poderia tocar com %Gabriel%, um pianista tão talentoso, alguém que ela mal conhecia, sem saber como ele reagiria a qualquer coisa que ela tocasse?
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  — Professor, eu… — %Claire% começou a falar, mas o professor a interrompeu com um gesto.
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  — Esta sonata é uma jornada de descoberta, não apenas da música, mas de vocês mesmos como músicos e pessoas. — Ele sorriu ligeiramente, como se já soubesse o que estava por vir. — Tocar em conjunto não é apenas sobre técnica, é sobre encontrar um novo espaço, onde o som de um se une ao outro, criando algo que nunca existiu antes.
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  %Claire% olhou para %Gabriel%, esperando encontrar algum tipo de apoio, mas ele apenas olhou para a partitura, imerso nela, seu rosto ainda impassível. Ele parecia calmo, mas %Claire% sentia-se como se estivesse prestes a morrer tamanha sua ansiedade. Suas mãos estavam geladas e seus dedos começaram a tremer ainda mais.
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  — Eu não acho que vou conseguir acompanhar… — sussurrou %Claire%, a insegurança transparecendo em sua voz. %Gabriel%, sem olhar para ela, respondeu de forma direta:
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  — Vai conseguir. Só precisa ouvir.
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  As palavras de %Gabriel%, ditas com a tranquilidade de quem não se importava com falhas, atingiram %Claire% como um pequeno choque. Ela engoliu em seco, sentindo a tensão aumentar. Sua insegurança estava crescendo, mas %Gabriel% parecia tão distante, tão absorvido na música e no desafio à frente, que %Claire% se sentiu ainda mais pequena, ainda mais distante dele. Ela se sentia tão inadequada, tão insegura, especialmente em comparação com o talento de %Gabriel%, tão bem reconhecido por todos no Conservatório.
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  — Vamos, tentem. Com ensaio, tudo é possível — o professor os encorajou, enquanto %Gabriel% finalmente respondeu à pergunta dele:
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  — Por mim tudo bem. Me sinto honrado com o desafio, professor. — %Gabriel% abriu um sorriso fechado, mas que não chegou a alcançar seus olhos. %Claire% se sentiu um pouco desconfortável, mas sem outra escolha, ela pegou o violino.
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  A música começou, e os primeiros acordes fluíram, mas algo estava errado. O som parecia forçado, sem harmonia. %Claire% tentava se ajustar ao ritmo de %Gabriel%, mas a diferença em seus estilos de tocar era gritante. %Gabriel%, com sua precisão e técnica, tocava com frieza, como se estivesse tocando sozinho, enquanto %Claire% se esforçava para alcançar a perfeição que ele parecia exigir de si mesmo. As falhas começaram a se acumular, e com elas, a frustração de %Claire%.
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  — Desculpa, me atrapalhei — sussurrou %Claire%, tentando se desculpar enquanto as notas erradas ecoavam pela sala. %Gabriel%, no entanto, não parecia nem um pouco perturbado, seu olhar fixo na partitura enquanto continuava a tocar sem perceber a angústia de %Claire%.
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  O tempo passava, e a sensação de desconexão entre os dois crescia. %Claire% se sentia cada vez mais insegura, como se fosse uma espectadora da música, ao invés de uma participante ativa. Mas, aos poucos, algo começou a mudar. %Gabriel%, ao perceber que a harmonia não viria apenas da sua técnica, começou a suavizar seu toque, diminuindo a intensidade das teclas, quase dando espaço para %Claire%. A tensão entre eles, embora ainda presente, começou a diminuir, e %Claire%, surpreendentemente, se encontrou mais relaxada. Ela seguiu o ritmo dele, mas agora estava ouvindo mais, não apenas tentando acompanhar.
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  Na terceira tentativa, algo mágico aconteceu. %Claire% finalmente encontrou o ritmo, o arco do violino mais firme, os dedos mais soltos. Ela começou a ouvir, realmente ouvir a música como uma conversa entre ela e %Gabriel%. %Gabriel%, percebendo a mudança, ajustou seu toque mais uma vez, criando um espaço onde ambos poderiam se encontrar.
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  Quando a música terminou, a sala estava cheia de um silêncio profundo, mas cheio de algo mais. %Claire% olhou para %Gabriel%, e pela primeira vez, sentiu que não estava apenas tentando acompanhá-lo, mas compartilhando algo com ele.
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  — Você ouviu — disse %Gabriel%, o tom mais suave, quase surpreso.
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  — Eu ouvi — respondeu %Claire%, agora com uma confiança tímida, mas verdadeira.
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  O professor ficou em silêncio, satisfeito. Ele sabia que, apesar de ser só o começo, algo importante estava acontecendo ali.
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  — E então, %Claire%, o que o professor queria com você? — perguntou Ingrid assim que %Claire% entrou no dormitório, tirando a mochila com um suspiro cansado. %Claire% se jogou na cama, como se todo o peso do mundo estivesse em seus ombros.
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  — Que eu toque na apresentação final do semestre. — A resposta veio rápida, mas %Claire% não conseguiu esconder a insegurança em sua voz.
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  Ingrid arregalou os olhos, surpresa e, ao mesmo tempo, feliz por ela. Não era para menos. Aquela era uma oportunidade rara e importante.
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  — %Claire%, isso é incrível, meus parabéns! — exclamou Ingrid, imediatamente indo até ela e a abraçando com força. — Mas… por que parece que você não está feliz?
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  %Claire% suspirou fundo, afundando ainda mais no travesseiro, a sensação de cansaço e apreensão tomando conta dela.
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  — Você sabe, Ingrid, eu não me sinto pronta para uma apresentação dessa grandeza. E também… — %Claire% hesitou por um momento, suas palavras presas na garganta.
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  Ingrid, sempre perspicaz, balançou a cabeça negativamente, como se dissesse que já sabia onde a amiga queria chegar.
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  — %Claire%, você é grandiosa! Não entendo essa insegurança toda até hoje — insistiu Ingrid, sentando-se ao lado dela na cama, segurando suas mãos com firmeza. %Claire% sabia que sua amiga queria ajudá-la, mas a insegurança ainda era um peso difícil de dissipar. — E também o quê? — perguntou Ingrid, atenta, esperando que %Claire% continuasse.
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  %Claire% virou a cabeça para encarar Ingrid, o olhar cheio de uma mistura de nervosismo e um certo desconforto.
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  — Eu vou tocar junto com o %Gabriel% %Irvine%. — As palavras saíram baixas, mas Ingrid, que sabia o quanto aquilo significava para %Claire%, ficou sem palavras por um momento.
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  Ela arregalou os olhos, a surpresa evidente no rosto. %Gabriel% %Irvine% era uma lenda viva no conservatório, um prodígio que poucos ousavam desafiar.
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  — Ah, meu Deus! Agora posso te compreender, querida — disse Ingrid, mais para si mesma do que para %Claire%, já imaginando a complexidade da situação. %Claire% fechou os olhos, pressionando o travesseiro contra o rosto, sentindo um misto de frustração e medo.
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  — Ei, calma. Você, mais do que ninguém, pode tocar com ele. Vai ser magnífico! — Ingrid tentou aliviar, seu tom cheio de confiança, embora %Claire% não pudesse se livrar da sensação de que estava prestes a fracassar.
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  — Eu amo como você acredita em mim, Ingrid. — %Claire% esboçou um sorriso fraco, mas, por dentro, a ansiedade não a deixava em paz. — Hoje tocamos pela primeira vez juntos e… eu penei muito para conseguir entrar no ritmo dele. O jeito como ele toca é… é de uma frieza absurda!
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  Ingrid riu baixinho, mas logo se controlou, percebendo a seriedade da situação.
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  — Não é à toa que o apelido dele é “príncipe de gelo”. Nunca o ouvi falar com ninguém, apenas com os professores. Parece que nenhum aluno está à altura dele — comentou Ingrid, um pouco mais amuada, sentindo a tensão que envolvia o nome de %Gabriel%.
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  %Claire% ficou pensativa, olhando para o teto, a mente repleta de dúvidas. %Gabriel% era brilhante, indiscutivelmente talentoso, mas também tão distante. Ela sabia que precisava se conectar com ele de algum modo, mas a ideia de fazer isso sem saber se ele sequer queria se conectar com ela a deixava ainda mais insegura. Ela não sabia o que esperar da experiência, mas sabia que, de alguma forma, essa parceria era inevitável.
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  Ela se levantou da cama e foi até a janela, olhando para o pátio do conservatório, onde alguns alunos ensaiavam ao ar livre. Sua mente estava confusa, cheia de incertezas. Ela sabia que esse momento representava uma grande oportunidade, mas também sentia como se estivesse em um terreno desconhecido, onde cada passo seria um risco.
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  — Eu só não sei se consigo fazer isso sozinha — sussurrou %Claire% para si mesma, mas Ingrid, com sua energia habitual, se levantou e foi até ela.
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  — Não é sozinha. — Ingrid sorriu, colocando a mão no ombro da amiga. — E não se esqueça de que você tem um talento único. Não importa o que %Gabriel% seja ou como ele seja. O importante é que você tem o que é necessário para brilhar, %Claire%.
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  %Claire% a olhou, grata, mas ainda sentindo a enorme pressão sobre seus ombros. Ela sabia que a jornada não seria fácil, mas talvez, apenas talvez, tivesse a chance de descobrir algo novo sobre si mesma, e talvez até sobre %Gabriel%. O que ela ainda não sabia era o quanto essa parceria inesperada mudaria a forma como ela veria a música, e a vida, dali em diante.
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Lelen

Eu achei que o Gabriel ia ser um grande babaca nesse começo aqui, mas fico feliz de estar enganada e ele pelo menos ter educação HAHAHA
Eu adoro contrastes de estilos embora música clássica passe longe de coisas que eu conheço (e eu não tenho ideia do que imaginar na hora das músicas HAHAHAHA), ainda assim é música e eu amo histórias com música!
Acho que só por causa disso das músicas eu meio que associei o começo com “Canção dos Ossos” HELP. Mas bora ver o que cada um vai descobrir um do outro e de si mesmos nessa jornada juntos!

Nyx

Hahahah o Gabriel é bem introspectivo, mas babaca ele não é, ufa hhahah!
Eu te forçando a conhecer um pouco mais de música clássica na marra hahha, perdão, espero que curta essa viagem louca que eu estou te colocando!
Hhahahahah eu tô passando mal, eu nunca imaginei Canção dos Ossos ali, mas eu amei hhaha! Espero que você continue gostando. Obrigada por betar minha história e por esse comentário! <3

Betiza

Já gostei do começo! Amei a personalidades da Claire, sinto que ela vai ser minha protegida… e sobre o Gabriel… vou esperar os próximos capítulos para expressar meus sentimento pelo querido. Ansiosa pelos próximos ❤️

Nyx

Bets, que incrível ver você por aqui, e que honra também!
O Gabriel é uma incógnita mesmo hahaha!
Muito obrigada por esse comentário, de verdade! ❤️❤️

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