Capítulo 8 • A Assistente Pessoal
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Hoje é meu primeiro dia como vice-presidente em uma das novas empresas do meu famoso “pai” e eu já estou atrasado, culpa de quem? De Jack, claro.
Ele veio se arrumar aqui em casa e não quis desgrudar do meu Wii, e o mais interessante nisso tudo é que ele tem um Playstation na casa dele, mas ele vem usar o meu Wii, dá pra entender uma coisa dessas?! Espera, me esqueci de dizer que Jack trabalha nessa empresa também, já faz uns 3 meses, ele é contador, pode rir, é impossível imaginar Jack de terno e gravata sendo responsável por mais de 30 segundos, pois ele só não perde a cabeça, porque é grudada no corpo.
Aqui estou eu no portão do prédio, esperando Jack se embelezar.
– Cheguei, Sr-eu-vivo-com-pressa. – Ele enfim resolve dar o ar da graça, até arrumou o cabelo com gel.
Observo Jack da cabeça aos pés e sinto meu pau se estremecer com essa visão, mas me nego a pensar muito nisso.
Jack me pega o verificando e levanta uma sobrancelha divertida.
- Vê algo que gosta?
Levanto do dedo do meio para ele.
- Vá se foder.
- Eu gostaria disso.
Gemo frustrado, ele não está me ajudando em nada.
- O que deu em você, cara? Somos amigos a tipo... Um tempão e você nunca me passou indiretas.
- Devo lembrar que você não tinha um pau?
Grunho. – Eu tenho um pau.
Jack ri silenciosamente. – Deu para perceber, agora onde estávamos... Há sim, por que você não está usando uma das suas mil gravatas?
Reviro os olhos.
– Porque armaram um complô contra mim e todas as malditas gravatas que tenho são cinza.
– E você tem alguma coisa contra cinza? – Jack está sorrindo dissimuladamente agora.
– Você sabe que sim, não pergunte. E se apresse que eu estou pegando o seu carro hoje, me passe a chave.
– Agora a coisa ficou séria, o carro é meu, eu dirijo.
– Nem pensar, não quero ser preso junto com você como cúmplice da sua falta de responsabilidade no transito, como você conseguiu carteira de motorista mesmo? Subornou alguém?
– Ra ra ra, eu só corro um pouco acima da média, e derrubar alguns cones e algumas placas de transito são besteira. E eu consegui a minha carteira de motorista com honestidade, não tem nada a ver com o fato deu ter comido a instrutora no banco de trás.
Dou uma gargalhada.
– Claro, não tem nada a ver com o fato de você ter comido a instrutora, cara, como eu pude duvidar de você? Você é a honestidade em pessoa.
– Pare de rir de mim ou eu não deixarei você tocar no meu bebê.
– Eu vou te dar uma colher de chá, você pode escolher a música.
Jack suspira e eu já sei que ganhei essa rodada.
No caminho para empresa, Jack me conta como vai a vida dele, eu contei sobre os pais dele? Acho que não, então lá vai, ele são repórteres, daqueles bem grandes e bem chiques e adivinha? Eles fizeram Jack estudar tanto, tanto, sempre cobrando do pobrezinho e o resultado foi esse, Jack ficou rebelde, virou contador e se afastou da família, que morre de arrependimento de ter feito um filho como ele e simplesmente o despreza, não é fácil, eu sei...
De repente Jack diz:
– Eu estou pensando em me estabilizar.
– Desculpe? Eu acho que não ouvi bem, pode repetir?
Ele me olha e dá de ombros.
– Não sei, cara, eu estou cansado de ficar pegando todo tipo de pessoa que encontro por ai, tem até alguns normais e tal, mas não sinto que são o suficiente e eu quero algo mais... Significativo. Já está na hora.
Tento processar o que ele disse e luto contra uma careta.
- Então você quer encontrar alguém para casar e ter filhos, é isso?
- Não sei nada sobre ter filhos, mas ter algo sério e um dia chegar a casar, é algo que quero um dia. Estou com quase trinta anos, homem.
Subitamente aperto meu maxilar.
- E... Você tem alguém em mente?
Jack me olha curiosamente.
- Você não me parece muito feliz com isso, cara. Juro que você não vai perder seu parceiro de crime só porque estou à procura de alguém.
Respiro fundo, tentando controlar minha confusão mental.
- Vai ser mulher ou homem?
Jack da de ombros.
- Quem sabe? O que aparecer e for o suficiente para se estabilizar, eu pego a oportunidade.
Decido compartilhar minha versão de vida, antes que eu pire com suas confissões e digo:
– Eu... Eu... – Engulo em seco – Acho que poderia chegar a me estabilizar logo também. Jack fica em silêncio por um momento, viro para olhá-lo, mas o encontro encarando fixamente a janela com uma expressão indecifrável.
– Isso é apavorante, não é? Estamos virando maricas? – Pergunto.
Jack se vira para me olhar.
– Não, não estamos virando maricas, estamos... Necessitados de segurança familiar.
– Concordo, uma mulher me daria isso e sexo quente todo dia.
- Mas e se enjoarmos da pessoa que escolhermos?
– Se você escolher a pessoa certa, é para toda a vida, você nunca vai querer ninguém mais.
– E como vamos descobrir qual é a pessoa certa?
– Eu não sei, quem sabe? Talvez a pessoa certa seja aquela que te faz sentir completo, aquela que só de olhar te faz sentir feliz, realizado e... Em casa. Esse sentimento não deve ir embora se você não deixar, porque quando eu encontrar o meu mundo, não vou deixá-lo escapar pelos meus dedos, vou regá-lo, amá-lo, protegê-lo, não deixar ele se desgastar pela rotina e às vezes surpreendê-lo. Mas o amor se tornou muito banal atualmente, só que esse sentimento de impotência perante a pessoa certa, deixará você perceber que amor é um nome pequeno demais para esse sentimento todo que te domina e te faz querer marcar para sempre aquela pessoa como sua principal prioridade.
Fico em silêncio, imaginando como seria sentir tudo isso por alguém, e a imagem de Sophia me aparece... Será ela a certa? Então a imagem de Jack sorrindo ao meu lado enquanto matávamos zumbis me confunde, balanço a cabeça, droga, porque isso agora? Eu mereço um pouco de paz mental depois de tudo que me aconteceu, não?! Olho para o lado e percebo que estava contando tudo isso para Jack e em como ele está perplexo, balanço a cabeça. – Olha, tanto faz, isso só é um pensamento romântico da minha parte.
– Christian, eu não sei se isso, esse sentimento que você criou na sua mente, exista mesmo, pois aqui não é um conto de fadas onde duas pessoas se esbarram e BAM, amor eterno e instantâneo, aqui é o mundo real, onde há traições, drogas, abortos. Se você quer amor, você tem que construir ele no dia-dia, no companheirismo, na base da amizade, do sexo quente, claro, mas tem que haver sempre a lógica no meio do amor.
– Eu só... Acredito em um futuro melhor, ou talvez seja meus livros me influenciando mesmo, mas eu tenho esse poder de imaginar algo melhor, você é mais realista, é pé no chão, se acreditar no que eu acredito me faz parecer gay, que se dane o mundo, agora só não espalhe essa nossa conversa por ai, porque foi você que começou com esse papo de ser mal amado.
– Certo, desculpa, apenas estou tentando impedir você de voar alto demais, porque ninguém sabe o que te espera lá embaixo quando você escorregar e cair, e lembre-se de que quanto mais alto voa, mais dura é a queda.
Rolo os olhos - E quem disse que eu vou escorregar e cair? Agora pare de filosofar, fica super estranho, de qualquer jeito, foi mal, eu me empolguei de mais, obrigado por me segurar num momento de tal fraqueza emocional. – Ironizo – Agora será que dá para deixarmos essa conversa complexa de lado por um minuto, ou pelo resto da minha vida? Senão ai sim, iremos nos transformar em maricas e agora precisamos bancar os empresários sérios.
– Hum? – Jack pergunta confuso.
– Já chegamos, idiota.
Jack fica sério e descemos do carro.
– Eu preciso ficar aqui no primeiro andar para agendar algumas coisas, te vejo mais tarde.
Dou-lhe um aceno e pego o elevador.
Chegando a minha sala, vejo meu pai me esperando.
– Christian, que bom te ver novamente depois de tantos meses. Sente-se ali.
Rolo os olhos, ele está bancando o civilizado.
Suspiro e sento na cadeira, oh homem que adora dá ordens.
– O que foi que aconteceu agora?
– Nada muito relevante no momento, só vim aqui para te deixar saber quem é a sua assistente.
De repente batem na porta.
Meu pai se vira e diz:
– Entre.
A porta se abre e eu levo um choque, OH MEU DEUS, SOPHIA, só pode ser pegadinha, Sophia é a minha assistente, caralho.
Respiro rapidamente e sinto uma leve pressão se formando na minha calça, céus, ela é linda.
Ela está me encarando com os olhos arregalados, meu pai é o único que não percebeu a súbita tensão que se formou na sala.
– Bem, Christian, essa é Sophia, ela trabalhou como minha estagiaria ano passado, tem ensino técnico de administração e cursa psicologia, se quiser mais detalhes, estão na pasta azul em cima da sua mesa. Apresentações feitas, então vamos ao trabalho. Já deixei algumas coisas para Sophia fazer na mesa dela. Ha, e Christian, quero você na minha sala no final do dia.
E ele simplesmente se vira e vai embora, me deixando desesperado e sozinho com Sophia.
Ela pigarra nervosamente e fala:
– É... Como?... Por quê?
Interrompo o seu gaguejar e digo:
– É... Meio que parece que eu sou seu chefe agora, e que você trabalhou para meu pai por um ano, mais tempo do que uma pessoa normal aguentaria. Bem... Vamos ter que dar um jeito de trabalharmos juntos, eu acho.
Sophia se recupera rapidamente e diz:
– Certo, e isso funcionaria como? Até um cego poderia ver a ereção na sua calça, como seu pai não percebeu, eu não sei.
Sinto minhas bochechas esquentarem, meu deus, eu estou corando! Sinto-me um adolescente pego no flagra, mas eu sou um homem adulto, porra.
Resolvo tomar um rumo totalmente diferente, levanto da cadeira, aproximo-me perigosamente dela e me inclino até meus lábios roçarem sua orelha.
– Nós dois poderíamos jogar um jogo novo, se você quiser.
Mordo suavemente o lóbulo de sua orelha e a sinto estremecer.
Sophia me encara com os olhos enlaçados de luxuria, dá um passo para trás e se contorce até ficar prensada com a minha ereção, gemo baixinho no ouvido dela.
Meu pau está duro feito uma rocha, olho para baixo e me choco ao ver a ponta do meu pau visível pela beirada da calça, parece que Sophia também percebeu isso, porque ela coloca o dedo na boca e chupa.
Grunho, ela está me matando aqui.
Liquido pré-semem aparece na minha fenda e antes que eu possa fazer qualquer coisa, Sophia passa o dedo molhado na cabeça do meu pau, limpando a gota, em seguida ela lambe o dedo e sussurra:
– Melhor do que chocolate.
Depois dessa frase, meu pau começa a doer de tão duro, em seguida arqueio minhas costas buscando algum conforto para minha ereção, mas Sophia se afasta e fica séria.
– Eu... Não devia ter feito isso... Desculpe-me, só... Tenho alguns trabalhos para fazer agora...
Então ela se vira e vai embora da minha sala, me deixando perplexo e com as bolas doendo.