Interlocking Hearts


Escrita porLuana
Revisada por Andressa


Capítulo 7 • Sophia – Parte 1

Tempo estimado de leitura: 9 minutos

  Acordo tremendo novamente e isso só pode significar que meus pesadelos noturnos voltaram.
  Suspiro e me levanto, olho o despertador 7:00 AM, tenho meia hora até ter que começar a me arrumar para meu primeiro dia no trabalho.
  Vago pelo meu apartamento vazio e começo a pensar em Christian...
  A vida não é um conto de fadas como nos livros, que tudo que começa mal, termina bem.
  E Christian é um cara legal ou pelo menos eu acho que é, embora depois de ontem eu tenha algumas duvidas, é sempre bom fazer novos amigos e com Christian tudo flui tão facilmente, não que seja só amizade que eu queira dele, porque obviamente não é, aqueles olhos negros e aquela boca carnuda que dá vontade de devorar e oh, aqueles cabelos ruivos que me faz querer puxar com força e nunca mais soltar e o corpo, meu... Aquele corpo até dá água na boca, principalmente a deliciosa barriga tanquinho.
  Até agora não consigo acreditar em como reagi perto dele, desejo puro e carnal, pareceu que ele também foi afetado devido a incrível ereção que se encontrava entre as suas pernas grossas, mas ao invés de me usar como alivio, que eu iria de bom grado, me processe, mas uma chance dessas eu não deixaria passar.
  Voltando ao ponto, Christian pareceu tão chocado pela situação toda e depois simplesmente saiu, me deixando com Jack, que no começo flertou descaradamente comigo, mas depois que eu dei um chega pra lá nele, formamos meio que uma parceria, ele começou a me contar sobre a situação, dizendo que faz 10 anos que Christian não transa, dizer que fiquei chocada foi pouco, é quase impossível, espera, é impossível um cara como o Chris passar esse tempo todo a base de punheta, mas então Jack me disse que o Chris tinha passado por umas experiências e não tinha uma ereção desde os 18 anos, obviamente fiquei muito mais chocada e pedi para ele me contar tudo, só que Jack disse que essa não era a história dele para ele contar e que quando Chris quiser se abrir comigo, ele faria isso no tempo certo.
  Fico meio curiosa com a relação entre Christian e Jack, parece haver muita camaradagem entre eles, mas como estou estudando psicologia, às vezes consigo decifrar o que o corpo humano diz indiretamente, e parece que Jack luta contra alguma coisa e Chris parece um cara muito confuso sobre o que quer.
  Jack, ele é um cara... Meio incomum, é um idiota que adora sacanear os outros, mas tem algo nele, não sei o que.
  Eu vou perguntar se Kelly quer tentar alguma coisa com ele. Para quem não sabe, Kelly é a minha companheira de casa, ela tem muitos parafusos a menos, só que é muito inteligente, eu costumo chamá-la de bolo fofo, por que... Ela parece um bolo, daqueles bem fofos, cheios de camadas de chocolate, claro que os olhos verdes e os cabelos super pretos e naturalmente lisos a faz parecer uma versão redonda e brasileira da branca de neve. Não vou negar que tenho uma inveja azul do cabelo dela, o meu é um rebelde sem causa.
  Bom... Bom... Kelly com seu jeito doido seria completamente capaz de transformar Jack-o-Destruidor-de-Corações em um chorão apaixonado, se for o que Jack precisa. E ela adora desafios românticos, legal pra ela, eu sou mais tranquila no quesito relacionamento, até hoje eu só tive um namorado, que durou três anos até que ele resolveu virar gay.
  Depois desse, eu só tive apenas outro que nem deve ser considerado como um caso, ele me perseguiu por meses, foi simplesmente assustador, estremeço só de lembrar o que aconteceu depois... Estou torcendo para que as minhas “amigas” não contem a ele para onde me mudei, porque deixei muitas desavenças em Salvador e ninguém além de mim e da minha família sabe o que aconteceu naquela noite com Weslley.
  Voltando a assuntos menos complexos, Kelly ontem me disse que Christian tinha transado com Carla, a fofoqueira do bar, que espalhou para todas o quanto Christian fode duro.
  Suspiro mais uma vez e me deito no sofá, quando entrei sábado naquela balada com Kelly e Ellen, jamais imaginei que passaria por cima do meu medo e das minhas regras e me tornaria a garota ousada que sempre quis ser com um estranho, imaginei menos ainda que no dia seguinte fosse deixar a minha pacata vida para trás e começar a ter fortes e desconhecidas emoções.
  Agora me deu uma saudade de Danilo, meu ex, ele virou gay, mas continuamos amigos, só que ele viajou para Paris como Designer e parou de ligar, é uma pena, eu realmente o amei, da saudade dos velhos tempos de amizade.
  Pelo amor de Deus, xô deprê, me esqueci até de apresentar Ellen a você, ela é a minha colega de trabalho, tem curvas, é branquinha, cabelo cor de mel, curto e de chapinha, ela terminou semana passada com Bernardo, uma carinha bacana, só que calmo de mais, simplesmente não era pra ser. Somos meio que um grupo, Ellen, sendo a mascote com 1.58, eu no meio com 1.67 e Kelly no começo com 1.72, no meu trabalho também tem Elisa que é bem amigável, mas ainda não temos tanta intimidade assim.
  Falando de mim, me mudei para São Paulo quando fiz 18 anos e comecei minha faculdade de psicologia, lá eu conheci Kelly, que tinha um “peguete” na minha sala, então conversamos alguns meses, ficamos amigas e decidimos parar de gastar tanto dinheiro com 2 apartamentos, se poderíamos dividir um entre nós duas.
  Alguns meses depois, encontrei um estágio nas indústrias L&S e agora estou oficialmente contratada como assistente pessoal do Sr. Donato, parece que gostaram do meu trabalho, pena que ainda não tive a chance de conhecer o Donato filho, me disseram que ele estava cuidando de outra empresa da família, mas agora resolveu se estabilizar nessa, e semana passada foi transferido como vice-presidente para essa instalação que é uma das 5 empresas da família Donato, povo rico esse, né? E o mais engraçado é que o Sr. Donato chefe, Martin, é advogado e não um publicitário ou psicólogo.
  Eu fiquei sabendo que essa empresa quer dar aulas de psicologia trabalhista a algumas pessoas, só que estão em falta os professores qualificados, então me candidatei para ser professora, agora só é esperar minha aprovação.
  De repente olho meu celular e vejo que são 7:40 AM. Oh deus, me atrasei, preciso correr.
  Levanto-me e bato na porta do quarto de Kelly.
  – O quê? – Ela sai com a cara de sono e um pijama de oncinha, te contei que ela é Designer de interiores? Pois ela é.
  – Eu vou me arrumar para o trabalho, a casa é toda sua, só não faça nada que eu não faria. – Pisco para ela e caminho para o meu quarto.
  – E tem alguma coisa que você não faria?
  Franzo o cenho, faço bico e digo:
  – Provavelmente não. – Ela sorri para mim e revira os olhos.
  Bato a porta e começo os preparativos.
  Uma hora depois, e estou com um rabo de cavalo, saia cinza justa, blusa branca de babados, jaqueta de seda bege, sapatos altos prata e o essencial, lingerie cara. Eu sei que pode parecer clichê, mas eu me sinto bem desejável assim.
  Termino de passar o lápis de olho e completo com um brilho rosado nos lábios e um simples colar.
  Tudo pronto. Pego minha maleta lateral e saio do apartamento.
  Depois de pegar meu carro, Kia, como a chamo, é um Chevrolet basicão e minha amiga de todas as horas.
  Droga, engarrafamento uma hora dessas!!!
  Sem nada para fazer, começo a pensar no meu apartamento, que é bem simples, sofá marrom, TV 32, tapete branco, uma mesa de centro, uma estante de livros e decoração bege bebê.
  Começo a tentar imaginar a minha família agora, faz 2 meses que não ligo para eles, por falta de tempo mesmo, minha mãe é igualzinha a mim na personalidade forte, mas meio diferente na aparência, eu sou morena, ela parda, tenho olhos castanhos claros, ela olhos pretos, tenho cabelo encaracolado preto, ela liso castanho claro, dizem que me pareço muito com o meu pai, só que eu não me lembro dele e nem quero lembrar, para mim que ele se ferre, me abandonou aos 3 anos porque tinha outra família, o otário.
  Minha mãe se assumiu lésbica há 7 anos trás, hoje ela tem 42 anos e desde então está casada com Jimmik de 56 anos que eu chamo de Jimmy ou Coisa azul, de qualquer jeito isso foi um choque para todos, mas eu já desconfiava e não liguei muito. A propósito, Jimmy é uma pessoa super legal, ela, que é o ele da relação, me ajudou muito quando eu tinha 15 anos e assim por diante, só que nenhum relacionamento é perfeito, Jimmy por exemplo, é uma ex-viciada em jogos.
  Eu era uma pestinha, mais do que o normal, admito, eu era uma depressiva psicopata, porém agora isso é passado e as brigas de família enfim cessaram, porque eu fui formando um novo caráter e tal.
  Minha mãe passou 8 anos com Marcos, um alcoólatra drogado e ela só fez isso para me dar um futuro melhor e escola particular, a agradeço por isso, mas desavenças familiares na adolescência todo mundo teve e sabe como às vezes é difícil, só que a superação surge daí, as pessoas crescem, florescem, mudam e eventualmente superam tudo.
  Meus avós maternos infelizmente morreram, os paternos nem adianta perguntar, não é?! Eu tenho 3 tios, mas perdi o contato deles, depois de se casarem, pois cada um foi para seu canto e é só isso que eu sei.
  Dou-me conta que estou perdida nos meus pensamentos e nem vi o transito andando, começo a dirigir e olho para o relógio do painel, 8:50 AM. Merda, agora só tenho 20 minutos para chegar ao trabalho!
  Meu último pensamento antes de pisar no acelerador é sobre como vai ficar a minha situação com Christian.

Capítulo 7
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