Interlocking Hearts


Escrita porLuana
Revisada por Andressa


Capítulo 4 • Revelações

Tempo estimado de leitura: 11 minutos

  Baixo uma respiração profunda e conto a situação para o Dr. Robert, claro que deixei de fora as partes que poderiam dar um enfarto nele.
  – E então? – Pergunto impaciente.
  – Parabéns, Christian. Você a partir de agora voltará a ter ereções matinais e relações sexuais.
  – E é isso? Voltei ao normal? Como? Pelos poderes de Merlin? – Ironizo.
  – Entenda, eu não posso lhe dizer.
  – Você quer me contar por bem ou por mal? Porque eu não estou mais aguentando estar no escuro sobre isso tudo.
  Dr. Robert suspira do outro lado da linha.
  – Certo, mas não diga que não lhe avisei, tudo isso é confidencial e muito perigoso. O que injetamos no seu sangue, foram partículas para neutralização dos feromônios sexuais temporariamente. Eu pensei que você ficaria apenas alguns dias incapacitado, não anos. As suas células congelaram a substancia química do medicamento no seu sangue ao invés de expulsá-los. Mas como todo medicamento tem contra indicações e efeitos colaterais, a brecha que colocamos nele foi atrás do olfato. Ele causou uma alta melhoria no seu sistema olfativo, fazendo você ser capaz de sentir o odor do desejo alheio. O cheiro maravilhoso que você diz ter sentido, vinha da sua amiga, era o cheiro do desejo dela por você sendo expelido no ar.
  Hum... Eu não sei se fico chocado ou confuso com tudo isso, mas dar a louca não vai resolver a minha situação.
  – Continue.
  – A brecha do seu medicamento era conseguir um odor sexual compatível com o seu, quando isso aconteceu, as células do seu sangue descongelaram o medicamento, que se dissolveram. Porém sua capacidade olfativa apenas foi controlada temporariamente, em casos de forte adrenalina ou concentração, ele será liberado por um tempo determinado.
  – Meu deus... E você está me dizendo isso tudo assim, sem mais nem menos?
  – Eu resolvi me aposentar, ia ficar mais alguns dias para coletar algumas evidencias médicas, mas desisti, isso tudo está ficando perigoso de mais para um velho como eu.
  – E eis a questão, por que diabos meus pais pagaram para você injetar esse medicamento maluco em mim?
  – Bom. Eu tenho um contrato com seus pais.
  – Qual contrato?
  – O de confidencialidade.
  – E eles sabiam o tempo todo que isso iria acontecer comigo? – Eu estou... Sentindo-me mais sozinho do que o normal agora.
  – Sinto muito, filho. Eles queriam que você casasse com uma tal Gisele, então compraram esse medicamento para ela, e como o seu desejo liberou o dela, seus pais naturalmente acharam que o desejo dela, libertaria você também.
  Suspiro e tento raciocinar por um minuto.
  – Eu não me lembro dessa Gisele, quem é ela?
  – Ela é uma das socialites mais famosas atualmente, filha única da família de um pai advogado prestigiado e uma mãe médica de alto escalão. Se não me engano, é Advocacia Parkson&Cia.
  – Médica e advogado?
  – Bom. Ela diz ser médica, mas eu já... Hum... Ouvi falar que ela é meio cientista e tem clinicas secretas.
  – Opa, então espera ai. Foi ela que fez esse medicamento “do mal”?
  – Não especificamente, eu acho que ela pode ter vendido algumas substancias especiais para a pessoa que produziu esse medicamento.
  – Ah. Então é assim que meus pais ficaram sabendo dele. E o que você tem a ver com isso tudo?
  – Na época, eu estava no auge da minha carreira e os meus superiores me contataram por telefone, dizendo que teria um melhoramento no meu nome se eu fizesse alguns experimentos com um casal de jovens.
  – E?
  – E eu neguei, claro. Eu não sabia sobre o que era ou por que, mas eles não se deram por vencidos e resolveram me destituir do cargo e depois disso a minha vida virou de cabeça para baixo, eu perdi tanto dinheiro, tanta credibilidade, até que resolvi fazer o que eles tinham me pedido. E Gisele apareceu, eu acho que ela meio que sabia o que estava acontecendo ali. Você não, você chegou tão assustado, meu pobre menino, eu ainda não sabia o que ia injetar em você, eu achava que era um medicamento para o seu próprio bem, então... Quando você começou a gritar e se debater, eu apenas fiquei parado e fiz o que tinha que fazer, eu sinto muito.
  Sério, eu não queria reviver tudo isso agora, mas Dr. Robert está me contando e eu só... Relembro-me de tudo, e doeu tanto às injeções constantes, acho que fiquei internado uns 3 meses, e foram os piores meses da minha vida, pensei que estava no inferno.
  – Eu sinto muito também. E a sua família? Você tem uma?
  – Não. Eu sou viúvo, minha esposa morreu de câncer. E também quando eu perdi dinheiro, não tinha como sustentar nem a mim mesmo e fui embora, deixei a minha noiva, Caroline, depois de tanto tempo, quando resolvi casar de novo, tive que ir embora, por que... Se acontecesse alguma coisa com ela, eu nunca teria me perdoado.
  – E quando você descobriu para que os medicamentos serviam?
  – No começo desse ano, eu comecei a suspeitar, porque eles me mandaram injetar mais desse medicamento em alguns soldados dos EUA e do Iraque, então eu fui perguntando aos soldados o que era aquilo e eles me contaram tudo, fiquei tão chocado e desesperado que depois de ter feito esse trabalho, voltei para o Brasil e fingi estar muito doente para não ter que fazer mais essas viagens de novo.
  – Madre de dios... E esses soldados sabiam das consequências? Por que em nome de deus eles iriam querer uma vida incompleta assim?
  – Eles queriam servir o pais deles, e eles queriam ter um olfato melhor para descobrir inimigos nas guerras ou na vida real, suplementar as condições físicas, esse tipo de coisas do exército. Eles aceitaram esse termo de condições para usar.
  – Hum... Então eles não estavam nem ai para os efeitos colaterais... Mas quanto custa umas doses desse remédio?
  – Não sei. Deve ser muito caro.
  – Mas voltando a falar de mim, como eu não me lembro de Gisele?
  – Christian, lembra quando eu disse que o medicamento podia ter efeitos colaterais?
  – Sim, e daí?
  – Ele teve em você, apagou a parte da sua memória que se lembrava de Gisele e algumas outras coisas, por exemplo, como os medicamentos foram injetados na época entre o final do ensino médio e o começo da faculdade, você perdeu boa parte dos acontecimentos, dos sentimentos, das confusões internas.
  - E... Essas lembranças podem retornar?
  - Elas podem, com o tempo começar a voltar lentamente. Primeiro viram as confusões mentais e sentimentos desconhecidos, depois virão às memórias.
  Pigarro. – Esses... Sentimentos desconhecidos são meus mesmo?
  - Claro, são os sentimentos que induziram a você esquecer. Aí quando chegar a hora, eles começarão a vir à tona.
  – E Gisele, eu ao menos gostava dela?
  – Duvido muito. Você era jovem, gostava do desafio, mas amor não.
  – Agora me conte. Por que você ainda não foi embora do país e se escondeu em algum lugar seguro?
  – Porque eu estou procurando provas concretas para desmascarar quem está fazendo isso, lucrando a base de medicamentos desconhecidos e potencialmente problemáticos, eu tenho algumas fontes que esses medicamentos estão também sendo vendidos no mercado negro por...

  TU TU TU.

  – Alô? – Estou intrigado.
  TU TU TU.
  Meus pais são uma fraude dupla, os exércitos são fodões, pessoas muito poderosas estão fabricando e vendendo esses medicamentos no mercado negro e... TU TU TU. Minha pergunta é... Quem? Quem são eles? E por quê? Pelo dinheiro? Meu Deus, e o Dr. Robert lá dentro no ninho de cobras, se submetendo a levar ordens e todo o tipo de coisas estranhas só para conseguir algum tipo de prova... Claro que no lugar dele eu talvez tentasse ajudar em alguma coisa também, mas para a idade dele é perigoso. Só para saberem, ele tem 63 anos.
  Disco o número do Dr. de novo e a gravação diz que o celular está fora de área ou desligado, porra de voz irritante. Não tem como o celular estar desligado se ele acabou de falar comigo.
  Ligo para clínica e Magali atende:
  – Boa tarde, Christian, A que a devo a honra Sr. Grey?
  Grunho.
  – Magali, e o seu cascão já encontrou? Porque você não vai perturbar a Mônica?
  – Christian, e você? Já encontrou sua Anastásia? Não vá me dizer que ela não gosta do seu sorvete de baunilha?
  – Você está bêbado? Identificador de chamadas existe para isso. – Falo divertido.
  – Ta, claro. Passe-me para a linha do Dr. Robert, por favor.
  – Ele não está, acabou de sair correndo junto com um cara mal encarado. Estranho, né?
  – É... Estranho. Bom, eu vou indo. E lembre-se, pare de comer tanta melancia.
  Desligo sorrindo e paro para ajustar as minha ideias. Como assim o Dr. Robert saiu? Será que devo me preocupar? Franzo o cenho, respiro fundo e resolvo me focar no meu problema atual, S-O-P-H-I-A.
  Olho em volta e vejo que Jack já voltou a jogar o meu Wii de novo, me levanto e desligo essa droga.
  – Christian, desgraça, por que desligou? Eu estava na fase quinze dos zumbis!!
  – Como se isso fosse importante. Você ao menos ouviu a conversa que eu tive ou estava muito ocupado matando zumbis?
  – Eu ouvi, camarada, eu ouvi. E tipo... Bagulho mó louco. Eu acho que você deve é se sair logo, antes que sobre para você.
  – Mas agora que eu sei que o doutor Robert é uma vítima nisso tudo, não vou deixar ele se jogar na frente do perigo assim não.
  – E você vai fazer o que? Se jogar com ele?
  – Se for preciso. E você vem comigo.
  – Ra ra ra. Vai sonhando. Chama Sophia, ela com certeza é melhor companhia que eu.
  – Em falar em Sophia, me conte como você educadamente a mandou ir embora do meu apartamento.
  – Hu? Educadamente? Eu disse a ela a verdade “Sophia, sinto muito, mas o Chris aqui saiu para foder, o que ele não faz há uns cinco anos, então dê um desconto a ele.”
  Rosno e começo a puxar meu cabelo.
  – Você é um belo amigo do caralho, foda-se Jack. E o que ela disse?
  – Bem... Ela ficou me olhando por uns segundo e mandou-me dar isso a você.
  Jack puxa um bilhete amassado do bolso e me entrega.
  “Da próxima vez que você resolver foder alguma qualquer, não me chame para ficar com a cara de tacho olhando para o seu apartamento vazio.”
  Eu não sabia da enormidade do meu ato até agora, eu sei, eu praticamente fodi a coisa toda. E o pior é que meu pau está ficando duro imaginando Sophia me implorando para foder ela. Que bela hora para ele resolver voltar a funcionar.
  Frustrado olho para Jack.
  – Eu vou dormir. – Serio, eu quase sempre estou com sono. Deve ser outro efeito colateral do medicamento, só pode.
  Jack ri.
  – Christian, meu camarada, não use essa desculpa para mim, vá aproveitar o seu pau de volta e bata uma punheta pelos velhos e novos tempos.
  Encaro Jack fixamente, balanço a cabeça e digo:
  - Se você continuar assim, vou acabar pensando que você quer vir me ajudar com esse “probleminha.”
  Jack ruboriza e eu sorrio.
  - Cara... N-Não... Nada haver.
  – Tanto faz. Só caia fora logo. – Viro-me e sigo para meu quarto.
  Deito na cama e minutos depois caiu em um confortável sono erótico, envolvendo uma pessoa misteriosa, algemas e chocolate.

Capítulo 4
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