Capítulo 10 • Sophia – Parte 2
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Eu estou tremendo, incontrolavelmente, as lembranças que tanto tentei esconder estão nadando de volta a minha consciência e estou me afogando nelas, me sufocando, tentando encontrar ar.
Respiro fundo várias vezes e sinto o cheiro de morte, de putrefação, o mesmo cheiro que senti ao estar naquele quarto com Weslley.
Sento na cadeira e fecho os olhos com força, agora não, agora não é hora, agora é hora de ser forte. As poucas imagens que tenho daquele dia forçam a barreira da minha mente, tentando sair, me destruir, e estou quase me perdendo naquelas memórias, quando meu celular toca.
Smile de Avril Lavigne substitui o silencio da sala.
Finalmente as imagens retrocedem.
Suspiro e atendo o telefone.
– Alo, Kelly?
– Quem mais poderia ser? Eu tenho uma novidade! Acabei de atropelar um cara tãoooooo sexy!
Tusso, Kelly, sempre divertida, ela é uma distração muito bem vinda agora.
– Espera, como assim?
– Eu peguei nossa moto e resolvi te visitar na empresa, já que não tenho clientes agora, então um cara, loiro, dos olhos AZUIS, atravessou sem olhar e acabei batendo nele, foram papeis pra tudo que é lado, imagina minha reação desesperada? Agora estou aqui no hospital com ele! Ai, será que eu vou receber um processo ou uma transa quente?
– Deixo ver se entendi direito, você atropela o cara e está mais preocupada se vai transar com ele, do que com o estado dele? Menina, você é ninfomaníaca, sabia?
– Ainda bem que nós, ninfomaníacas, nos entendemos muito bem.
Rolo os olhos.
– Tanto faz. – Em seguida uma ideia me vem na cabeça – O cara que você atropelou, deu um nome?
– Claro, é Jack. Imagina que sexy esse nome ficaria sendo gritado por mim, em um orgasmo?
– OH MEU DEUS, eu estou totalmente ignorando o fato de você, orgasmo e sexy estarem na mesma frase. Agora me diga, você sabe quem Jack é?
– Jack é Jack, dã.
– Ele é o melhor amigo de Christian.
– Espera. Aquele Christian? E Jack trabalha na mesma empresa que você?
– Na verdade... Eu descobri hoje que Christian é meu chefe.
– Como é que é? Então... Esse Jack, é aquele Jack pegador, que você queria me apresentar?
– Exatamente.
- Mais alguma recomendação?
- Pela leitura corporal dele, suponho que ele deva ser bissexual.
- Uau! Christian sabe disso?
- Parece que sim, isso que me deixa curiosa, parece que Christian tenta loucamente esconder alguma coisa de Jack e acontece o mesmo com Jack.
– Bom... To nem aí, ele continua sendo um gato de qualquer jeito. E como estão as coisas com Christian sendo seu chefe? Cristo, o pai dele foi seu chefe por um ano.
– É, e eu pareço conhecer mais o pai dele, do que ele próprio. Lembra que o Martin ficou me paquerando secretamente por uns dois meses e meio?
– É, aquele canalha. É melhor esse Christian não ser um canalha também ou vou dar uma voadora nele.
Rio – E desde quando você sabe dar voadora em alguém?! Mas obrigada pela sua proteção. Lembra-se do caso que Christian teve no bar ontem?
– É... Mas pelo que você me disse, que Jack te disse, Christian ficou uns cinco anos sem sexo ou punhetas devido a uns medicamentos super loucos, eu sei que ainda é frustrante isso tudo...
– Ta, ta, chega, pessoa sentimental. Há, não se esqueça de tomar cuidado com Jack, ele é totalmente pegador.
– Eu me dou bem com pegadores, lembra? Mas se ele é tão pegador assim, não vou atrás, pois por incrível que pareça, estou tentando encontrar um relacionamento duradouro pela primeira vez na minha vida.
Pisco surpresa – Duradouro quanto?
– Mais de oito meses.
Assovio – Seu relacionamento mais longo foi de três semanas.
– Bom... Eu gosto de curtir a vida, mas agora está na hora de ficar na minha um pouco, sabe? Afinal de contas, não vou ficar jovem para sempre, e ainda quero ter pelo menos um filho.
– Uau, que mudança, e eu pensando que era a única romântica aqui.
– Eu não estou sendo romântica, estou sendo prática.
– Hum... Sua sem sentimentos.
- Espera, eu tenho que ir ver o médico do hospital, ele está me chamando com uma cara de que o gato comeu o canário. Vou te deixar informada mais tarde, cambio desligo.
Começo a rir, ela é uma criança grande ou uma piriguete redimida? Quem sabe.
Continuo sorrindo para mim mesma, até me lembrar da situação que me encontro, então levanto da cadeira e vou para sala de Christian.
O encontro sentado no chão com a cabeça entre as mãos.
Deus, ele deve estar sofrendo também, e eu só me preocupando com meus próprios sentimentos, faria qualquer coisa para fazê-lo sorrir de novo.
Caminho até ele e me ajoelho.
– Christian, sei que não está tudo bem, por tanto não vou perguntar, mas eu tenho que saber quando você vai estar pronto para irmos ver o testamento do Doutor Robert.
Ele levanta o olhar e me vejo perdida na negra imensidão dos seus olhos.
– Eu tenho algumas coisas para te contar, sente aqui um momento.
Sento-me e o encaro com expectativa.
Vinte minutos depois e estou com uma maldita dor de cabeça e várias perguntas com respostas.
– Eu... Nunca contei isso para ninguém... Mas... Você... É diferente.
Reflito uns segundos e sinto meus olhos marejarem, Christian, esse homem lindo e forte teve que suportar tudo isso, sozinho.
Mas passado é passado, eu superarei o meu e ele o dele.
Sento no seu colo e o abraço.
– Você não merecia nada disso, você é especial e eu gosto de você do jeito que você é. – Sussurro.
Ele beija meu rosto – Também gosto de você, e isso é loucura, mas aqui no fundo sei que sabemos que não é.
De repente uma onda de excitação passa por mim, e não sei quem começa primeiro, mas estou beijando ele como nunca beijei ninguém antes, nossas línguas duelam entre si.
Sinto meus mamilos duros e prontos, em seguida meu sexo se aperta e sei que é isso o que eu quero, Christian, aqui, agora, nu e dentro de mim.
– Sophia... Temos que parar.
Não consigo parar, muito menos falar alguma coisa, então rasgo a camisa dele, onde botões voam para todos os lados.
Ele lambe os lábios – Enrole suas pernas no meu quadril.
Faço e ele se levanta, me jogando no sofá e me despindo apressadamente.
Em um minuto estamos os dois nus, peito contra peito, calor contra calor, ofegantes. Então percebo que Christian não está usando cueca e encaro a pesada ereção dele, com os olhos semicerrados.
Ele não percebe isso, pois está muito ocupado observando meus seios.
Christian se abaixa e lambe uma das aureolas, depois chupa profundamente, me contorço com a onda de prazer que sinto no meu sexo.
Cedo de mais ele larga meu peito, solto um gemido de frustração, ele ri roucamente e começa a dar o mesmo tratamento ao meu outro seio.
Cansada de ser torturada, alcanço a sua ereção e acaricio a ponta, hummmm, ela pulsa dura e quente contra a palma da minha mão.
Christian geme, puxa minhas mãos e as prende acima da minha cabeça, céus, me sinto tão vulnerável assim.
Remexo-me para tentar aliviar a dor entre as minhas pernas.
De repente sinto um dedo na minha entrada, gemo e empurro mais, porém logo a sensação some e vejo Christian lambendo o dedo.
– Tão molhada e doce para mim.
Só consigo balançar a cabeça.
– Por favor, por favor...
Ele parece entender o que estou pedindo, se inclina para o chão, puxa um preservativo da calça, rasga o pacote com os dentes, e desliza lentamente pelo seu pau, me observando com puro deleite.
Christian se abaixa e me beija, nublando meus sentidos.
Sinto seu pau cutucando minha entrada, me dando um pouco de lucidez, mas não o suficiente para lhe contar que...
Christian empurra com força e sinto uma dor tão aguda e desconfortável, que não consigo segurar e grito de dor.
Ele congela em cima de mim e me encara com um misto de raiva, preocupação e tesão. – Você... É virgem?
Dou-lhe um sorriso fraco.
– Não sou mais.
Ele começa a se separar de mim, mas o puxo para baixo e o olho nos olhos.
– Eu queria com você, isso não é uma sentença de casamento ou de compromisso, apenas faça com que eu me lembre disso muito bem depois.
Ele me olha por uns segundos e eu identifico orgulho masculino nas suas feições, em seguida ele me dá aquele sorriso espetacular.
– Quem disse que eu não quero compromissos com você?
Antes de dar tempo para eu responder ou analisar os fatos, ele empurra os quadris para frente e sinto meu desejo se renovando, a cada estocada dele, a cada som de sucção.
Ele me beija mais rápido e me inclino para receber mais profundamente suas penetrações.
Deixando me afogar no desejo, começo a ficar frenética, aperto a bunda dele e cravo minhas unhas na sua pele ao mesmo tempo em que ele me morde no ombro e meu sexo se contrai contra seu pau.
Sinto um misto de diferentes sensações e uma barreira parece se romper dentro de mim, gemo e gemo, sentindo Christian grunhir e empurrar mais forte, prolongando nosso orgasmo.
Ele desaba em cima de mim e me abraça, suados e emaranhados, me aconchego a ele e fecho os olhos com a repentina sensação de paz.