A Little Space


Escrita porBetiza
Editada por Lelen

Capítulo 1

Tempo estimado de leitura: 8 minutos

"Veio como uma onda, ao ponto de não conseguirmos nos recompor. Nós lutamos como fogo, até o ponto em que nosso amor se transformasse em cinzas."

  – Você não entende nem as minhas poesias, quem dirá os meus silêncios…
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– Talvez eu não entenda, %Jeonghan%. Mas não é por falta de tentativa. Você se esconde nos seus próprios labirintos, e eu fico aqui, tentando alcançar um mapa que você nunca entrega.
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  – E se o mapa não existe? E se tudo o que eu sou são essas palavras tortas e esses silêncios?
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  – Então me deixa entender o vazio também. Não quero apenas as partes bonitas, %Jeonghan%. Quero você por inteiro, até o que dói.
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  – Mas e se você não gostar do que encontrar?
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  – E se eu já estiver apaixonada pelo caos?
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  %Jeonghan% desvia o olhar, respirando fundo. %Yeonji% dá um passo à frente, mas mantém a distância respeitosa.
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  – Eu sei que você tem medo. Eu também tenho. Mas não vou fingir que não quero tentar, mesmo que o amor entre nós pareça impossível às vezes.
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  – Às vezes parece mais fácil deixar queimar do que tentar reconstruir.
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  – Mas é exatamente nas cinzas que tudo renasce.
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  Silêncio. Eles trocam olhares intensos, onde as palavras não ditas pesam mais do que qualquer verso.
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  %Jeonghan% e %Yeonji% sempre tiveram essa estranha conexão, onde as palavras pareciam insuficientes e, ao mesmo tempo, excessivas. Era uma dança constante entre aproximação e distância, como ondas que nunca se cansavam de bater na mesma praia.
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  Eles haviam se conhecido em um café pequeno e discreto no centro da cidade. Ele estava sentado em uma mesa no canto, rabiscando versos em um caderno velho, enquanto %Yeonji% folheava um livro de filosofia na mesa ao lado. Quando ele a viu pela primeira vez, não foi o sorriso dela que chamou sua atenção, mas a expressão de curiosidade tranquila que parecia ler o mundo com outros olhos.
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  O primeiro contato foi breve. Um comentário casual sobre o livro dela, seguido de uma troca hesitante de palavras. Mas, de alguma forma, aquelas conversas esporádicas se tornaram rotina. Ele voltava ao café sempre no mesmo horário, e ela também. Até que, sem perceberem, as mesas separadas deram lugar a uma única mesa compartilhada.
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  %Jeonghan% sempre foi o caos em forma de poesia. Ele carregava o peso de traumas antigos, mágoas mal resolvidas e uma tendência quase masoquista de mergulhar no próprio sofrimento para encontrar inspiração. %Yeonji%, por outro lado, era racional, prática, mas com um coração que se recusava a endurecer. Ela acreditava que mesmo as dores mais profundas poderiam ser curadas, desde que se estivesse disposto a tentar.
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  Eles nunca rotularam o que tinham. Não era namoro, mas também não era apenas amizade. Havia beijos roubados no meio de discussões intensas, abraços que pareciam promessas em noites silenciosas, mas também havia dias de afastamento, quando as diferenças entre eles pareciam insuportáveis.
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  %Jeonghan% costumava desaparecer por dias, afundando-se em sua própria cabeça, enquanto %Yeonji%, com o coração na mão, tentava não enlouquecer com a ausência dele. Ela sabia que ele voltaria, mas isso não tornava as ausências menos dolorosas.
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  “Você não pode continuar fazendo isso”, ela dissera uma vez, os olhos brilhando com lágrimas que ela se recusava a deixar cair. “Não pode ir e vir como se eu fosse uma pausa na sua tormenta. Eu sou um porto, %Jeonghan%, mas até portos têm limites.”
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  “E se eu não souber como ancorar?” ele respondeu, com a voz baixa, carregada de um desespero que ele tentava esconder.
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  Apesar de tudo, eles continuavam presos um ao outro. Como se algo maior os unisse, algo que não conseguiam explicar. Era amor, mas um amor torto, imperfeito, cheio de rachaduras. Um amor que os testava constantemente, mas que também os fazia crescer de maneiras que eles jamais imaginariam.
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  Enquanto %Jeonghan% se expressava através de versos melancólicos, %Yeonji% era o equilíbrio que ele não sabia que precisava. Mas ela também se descobria vulnerável ao lado dele, encarando seus próprios medos e inseguranças. Eles eram opostos, sim, mas talvez fosse exatamente essa tensão entre as diferenças que mantinha o fio invisível que os ligava.
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  Ainda assim, a pergunta pairava no ar: quanto tempo mais eles poderiam continuar assim? Quanto tempo o amor deles suportaria as cicatrizes que iam acumulando?
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  Por enquanto, tudo o que eles tinham eram momentos. E, naquela noite, com os olhares intensos que trocavam, era difícil dizer quem estava tentando salvar quem.
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  – De peito aberto, eu aceito a minha solidão. Eu aceito, eu não fujo mais.
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  As palavras de %Jeonghan% ficaram suspensas no ar, como uma lâmina afiada que cortava algo profundo dentro dela. %Yeonji% sentiu os olhos marejarem, mas piscou rapidamente, recusando-se a deixar as lágrimas caírem. Não agora. Não na frente dele.
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  Ela o observou por um instante, tentando entender a profundidade daquelas palavras. Ele não estava apenas falando sobre estar sozinho; ele estava escolhendo isso. Escolhendo a solidão como um escudo contra o mundo, contra ela, contra tudo que eles poderiam ter sido juntos.
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  – Então é isso? Sua voz saiu mais baixa do que ela esperava, quase um sussurro.
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  %Jeonghan% não respondeu de imediato. Ele apenas desviou o olhar para o chão, como se estivesse buscando uma resposta que não sabia dar.
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  – Não é sobre você, %Yeonji%. É sobre mim. Sempre foi.
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  Aquilo doeu mais do que ela queria admitir. Porque, no fundo, ela sabia que era verdade. Ela sempre sentiu que lutava contra uma parede invisível, contra um vazio dentro dele que ela nunca seria capaz de preencher.
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  Sem dizer mais nada, %Yeonji% deu dois passos lentos até a cama dele, onde sua bolsa estava jogada de forma desleixada. Com mãos trêmulas, ela a pegou, segurando-a com força, como se fosse a única coisa que a mantinha firme naquele momento.
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  – Eu esperei, %Jeonghan%. Esperei que você me deixasse entrar. Esperei que você quisesse lutar por nós. Mas acho que sempre soube que, no fim, seria eu quem teria que ir embora.
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  Ele levantou os olhos, e por um momento, ela pensou que ele fosse pedir para ela ficar. Que ele fosse dizer algo que desfizesse o nó em seu peito. Mas tudo o que viu foi o mesmo olhar perdido de sempre, um olhar que parecia implorar por algo que ele não sabia como pedir.
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  – Eu sinto muito, %Yeonji%.
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  Essas palavras quebraram o pouco que ainda restava de esperança dentro dela. Mas, em vez de responder, ela apenas assentiu lentamente. Porque não havia mais nada a ser dito.
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  %Yeonji% deu meia-volta e caminhou até a porta. Antes de sair, parou por um breve segundo, respirando fundo. Não olhou para trás. Não podia.
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  Quando a porta se fechou atrás dela, o silêncio no quarto de %Jeonghan% era ensurdecedor. Ele permaneceu sentado, imóvel, encarando o vazio, como se cada palavra dita tivesse levado um pedaço dele junto com ela.
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  E do outro lado, %Yeonji% caminhava pela rua deserta, segurando as lágrimas que ameaçavam escapar. A cada passo, sentia o peso daquele adeus definitivo. Ela sempre soube que amá-lo seria difícil. Mas nunca imaginou que o mais difícil seria deixá-lo.
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  Naquela noite, ambos aceitaram suas próprias solidões. Ela escolheu seguir em frente. Ele escolheu continuar preso a si mesmo. E talvez fosse exatamente assim que deveria ser.
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Capítulo 1
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