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ATENÇÃO!

História NÃO RECOMENDADA PARA MENORES ou PESSOAS SENSÍVEIS.

Esta história pode conter descrições (explícitas) de sexo, violência; palavras de baixo calão, linguagem imprópria. PODE CONTER GATILHOS

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Weak

Escrita porNatashia Kitamura
Revisada por Natashia Kitamura

Capítulo 7

Tempo estimado de leitura: 24 minutos

  “Atenção passageiros, estamos passando por uma breve turbulência. Solicitamos que afivelem os cintos de segurança, fechem a mesa do compartimento à frente e voltem suas poltronas na posição vertical. Obrigada.”
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  O som dos cintos sendo afivelados soou por todo o avião. Observei despreocupadamente a equipe de bordo caminhar às pressas pelos corredores, olhando os passageiros que não haviam obedecido à ordem anunciada, corrigindo-os logo em seguida. Ao meu lado, %Victoria%, sentada na janela, tentava enxergar alguma coisa do lado de fora. Durante todo o voo, a parte do tempo que permaneceu acordada foi utilizada observando a vista pela janela. Não disse nenhuma palavra e não fez nenhuma pergunta, sempre presa em pensamentos.
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  – Algo a perturba? – pergunto baixo, ainda que não fosse necessário, que a “breve turbulência” parecia muito mais do que isso, causando exclamações de alguns passageiros. Ainda assim, garanti que apenas eu e ela ouvíssemos. Vejo seu olhar encontrar o meu lentamente. Apesar do brilho nos olhos, seu rosto me encarou sem expressão.
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  – Nada demais.
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  Foi o suficiente para não lhe dirigir mais nenhuma palavra. Na minha opinião, ela estava calada demais. Pensativa demais. Pensar muito, em diversas ocasiões, não é o melhor a se fazer.
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  No momento em que virei minha cabeça para observar o tumulto que ocorria próximo à cabine do capitão, abri um pequeno sorriso, enquanto a mensagem era anunciada para todos no voo:
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  “Atenção senhores passageiros, aqui quem fala é o capitão. Estamos em uma área de muito perigo e nos foi exigido um pouso emergencial. Devido a este fato, estamos desviando nossa rota...”
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  Dois três e um voo depois, eu chamava um táxi para nos levar ao hotel diferente do que costumava ficar. Minha família, habituada a ser clientes honoríficos dos estabelecimentos às quais visita, também possui um fácil sistema para saber quando alguém do clã compareceu ou não ao local. Ninguém deveria saber de %Victoria%; quanto mais tempo eu pudesse escondê-la, melhor.
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  Após 20 minutos, o carro estacionava em frente ao hotel 5 estrelas de Dublin. Orientei o motorista a continuar cobrando, pois não nos demoraríamos ali. Ele, com muito bom humor, concordou, colocando o automóvel no ponto morto.
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  – Não saia daqui – murmuro para %Victoria% e saio do carro, indo até o balcão de check-in para me registrar e pedir para que colocassem as duas malas de bordo em meu quarto.
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  – Não se preocupe, senhor Trumel, cuidarei eu mesmo para que suas malas estejam em seu quarto em segurança – o gerente, que logo foi chamado pela recepcionista quando mencionei que queria o melhor quarto do hotel, fala sorrindo.
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  Abro um pequeno sorriso, mostrando que seu serviço era satisfatório e lhe deixo uma nota de cem como gorjeta para que tudo fosse perfeito. Pedi que uma refeição para duas pessoas fosse enviada ao quarto mais tarde, e que, no dia seguinte, um bom café da manhã também fosse enviado para o quarto. Não queria que o rosto de %Victoria% ficasse exposto com facilidade. Ao receber a confirmação de que minhas ordens seriam atendidas, balanço a cabeça e lhes dou as costas, voltando para o táxi e indicando uma rua localizada no outro lado da cidade.
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  – Aonde vamos? – ela finalmente demonstra algum interesse em nosso caminho. Espio-a de canto, satisfeito por ver sua curiosidade. Ela deveria, todo esse tempo, estar tentando montar as peças de um quebra-cabeça sem imagem. Sei que havia sido criada para isso. Mas eu era mais esperto do que sua família rica. Era por isso que todos eles estavam mortos.
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  – Te arrumar – respondi, simplesmente.
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  A vejo fazer uma careta, mas não retrucar. Eu havia dito que algumas coisas iriam mudar e esperava que sua inteligência a fizesse compreender que a aparência era uma das principais mudanças. Ainda assim, sorrio. Uma parte de mim se sentiu satisfeita em vê-la ter uma reação, mesmo que fosse de desgosto. Eu preferia qualquer coisa, ao desinteresse.
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  Fui direto a um cabelereiro que uma mulher com quem dormi disse ser excelente. O corte deveria custar mais de 100 euros. Não se gasta esse valor em um corte de cabelo, a não ser que você seja extremamente rico. E não se cobra um valor desse, se não for bom o suficiente para mudar a aparência de uma pessoa da água, para o vinho.
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  – Peça um corte diferente do seu e mude a cor do seu cabelo – falo entrando com ela – Diga que quer estar irreconhecível.
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  Após concordar com a cabeça, seguiu até o balcão e solicitou os serviços do melhor profissional disponível. A mulher, arrogante, a encarou com a roupa da viagem e ergueu uma sobrancelha, dizendo que não havia ninguém disponível e que eles trabalhavam com agendamento. Coloco as mãos nos bolsos da calça e olho ao redor. Era claro que o luxo era o tema da decoração; além disso, o local não era aberto, como muitos salões de beleza são. Não é possível ver, dali da entrada, quem trabalhava ou era atendido do lado de dentro.
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  – Eu gostaria de ser atendida agora, por favor – ouço a voz de %Victoria%, tão fria quanto a da atendente, soar. Combinado ao olhar que enviou, era impossível não dizer que ela era uma mulher da alta sociedade. Abri um pequeno sorriso, satisfeita por finalmente começar a explorar de seu potencial. Observei uma cliente entrar e me encarar com as sobrancelhas erguidas. Ergui a minha e ela desviou seu olhar. Fez um sinal para a funcionária que atendia %Victoria% e aquela não hesitou em desviar sua atenção para a que entrou por último.
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  – Irei anuncia-la, senhora – disse, educadamente.
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  – Aproveite e chame seu superior – %Victoria% disse. No momento em que a funcionária ousou abrir a boca para responde-la, desviou seu olhar para o cartão de crédito que havia sido depositado na bancada.
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  A cliente que aguardava ser anunciada entortou o pescoço para olhar o design do cartão mostrado e, com surpresa, olhou para mim. Abri um pequeno sorriso arrogante e aguardei a recepcionista mudar seu tom com %Victoria% e arranjar rapidamente um horário com o dono do estabelecimento.
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  O cartão em questão era meu. Eu o havia dado para %Victoria% durante o voo, pois sabia que ela precisaria fazer compras e eu poderia não estar do lado dela o tempo todo. Sem limite, o cartão é oferecido a um grupo seleto no mundo; apesar de irreconhecível para a maioria das pessoas, os lugares de alto padrão eram treinados a reconhecer o emblema de ouro à frente do cartão. Nunca, no mundo, alguém com aquele cartão teve o serviço solicitado, negado. Além disso, a vantagem de se ter um cartão desse, era que ele nunca poderia ser clonado. Nenhum ladrão era louco de roubar alguém que a possuía, em parte, porque grande parte deles tinham posse do objeto. Por outro lado, havia, sim, um sistema muito eficiente de localização do objeto. Como ele era raramente produzido, ao invés de enviar uma nova via em caso de extravio ou perda, o chip também servia para ser localizado, o que significava que %Victoria% não poderia achar que era mais esperta que eu e fugir.
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  Após o pequeno problema ser resolvido, uma mulher apareceu em pleno sorriso para %Victoria%, que guardou o cartão de volta, fazendo questão que ela o visse. A observei sendo guiada com toda pompa para dentro, onde sumiu. Satisfeito por saber que ela conseguia se cuidar sozinha, voltei ao meu trabalho.
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  – %Lucas%! – ouço a voz cheia de sotaque irlandês de Michael e olho ao redor de seu grande muquifo, um lugar escuro, mas repleto de telas de computadores com acesso a bancos, sistemas de segurança nacional de vários países e coisas mais simples, com forjar uma identidade falsa perfeita.
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  Ergui uma sobrancelha, esperando que ele fosse direto ao ponto, mas sabia que isso nunca aconteceria. Irlandeses gostavam de conversar; são receptivos por natureza.
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  – Você precisa se exercitar – digo assim que o vejo com dificuldade de se erguer de sua cadeira. Ouço sua risada.
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  – Não vê que eu emagreci? Perdi uns 5 quilos, cara!
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  Soltei um riso de sarcasmo, pois, para mim, era óbvio que mesmo que Michael tivesse eliminado 5 quilos, outros 10 foram adicionados em seguida.
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  – Adivinha quem passou por aqui mais cedo? Connor! – voltou a falar enquanto abria uma gaveta velha e pegava um pequeno bolo de documentos. Abriu um pequeno sorriso ao encontrar o que queria – E ele fez exatamente o que você fez – sua voz era mais maliciosa agora. Voltou o olhar para mim e balançou o passaporte e outros documentos que havia pedido. – Quer dizer que %Lucas% %Lord% finalmente vacilou?
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  – Bom saber que perdeu o interesse em viver, Hunger.
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  – Uou, uou! Não está mais aqui quem falou, cara! Só fiquei surpreso. Não achava que você tinha dessas, %Lord%. – entregou meu pedido para que eu pudesse avalia-lo, mas não parou de falar, um hábito seu para desviar a atenção do produto final, fazendo com que o cliente aceitasse um serviço malfeito. Mas ele não se atrevia a fazer comigo, pois uma vez que tentou, quase perdeu o dedo.
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  – Hunger – corto seu blábláblá e vejo seu olhar assustado – Faça o que tem de fazer calado.
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  – Tudo bem, tudo bem. O nome dela é Sarah %Victoria% Evans...
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  – Tire o %Victoria% – mando, vendo-o digitar algumas coisas em seu computador. Idade?
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  – 29. Honestamente, acho que seria melhor se fosse 32, mas não pega muito bem você andar com uma mulher mais velha, quando... – sua voz morreu assim que encontrou meu olhar. Limpou sua garganta e voltou a falar o necessário.  Nacionalidade canadense, descendência francesa.
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  – Adicione o nome do meio de Louise. O nome da avó paterna.
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  Enquanto ele ia falando, minha cabeça pensava nas estratégias que ele utilizaria para inserir os dados de %Victoria% nos sistemas dos governos em questão. Junto com ele, eu montava toda sua linha histórica – aonde estudou (inseria seu nome na lista de formandos da universidade em questão), para onde viajou (nome na lista de passageiros embarcados), onde passou a infância (nome nas escolas infantis e juvenis). Durante uma hora inteira, ouvia as informações que ele passava, e as corrigia de acordo com o necessário. Era esse o protocolo que eu sempre fazia antes de uma missão que requeresse um disfarce. Eu estava acostumado a pensar em todos os tipos de situações, e mandar Michael colocar os dados que comprovem a vida do personagem. No final das contas, não haveria como alguém provar que ela era %Victoria%, e não Sarah Louise Evans.
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  – Pais?
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  – A mãe é viúva desde quando Sarah tinha 8 anos, filha única, e vive numa fazenda no interior de Montréal. Pagou os estudos da filha com o que ganhou no trabalho.
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  – Renda?
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  – É uma fazenda leiteira. 500 dólares por hectare por ano. Ela possui cerca de 80 hectares, então 40.000 ao ano.
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  – Imprima as planilhas com as rendas desde o ano de sua formação até hoje. Ela irá decorá-la.
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  – E quando você vai trazer a belezura para a foto?
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  Enviei-lhe um olhar para calar a boca, que foi prontamente atendido. Olhei em meu relógio e vi que ainda havia tempo antes que ela terminasse sua transformação no salão.
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  – Chips.
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  – Cara, está cada vez mais difícil arranjar um desses. Vocês, por um acaso, não têm nenhum serviço para ameaçar o povo da empresa de telefonia, não, né? Eles criam barreiras para a criação de chips universais.
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  – Fale com Marc.
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  – Isso!
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  Michael adorava falar com Marc; isso porque Marc era sempre bem mais agradável, apesar de não ser tolo como outras pessoas. Ele também ganhava presentes de Marc, que era considerado pelo nosso clã como o relações públicas. Ele sabia como agradar e se manter na graça das pessoas com quem trabalhávamos. Entretanto, era quem fazia o trabalho quando alguém estava confiante demais em sua conexão conosco.
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  Olhei para a caixa com o novo celular que seria entregue a %Victoria%. O chip entregue por Michael era um sistema que somente o clã %Lord% costumava usar. Nós pagamos uma boa grana a Michael para que ele criasse um chip que pudesse ser usado em qualquer lugar do mundo, que hackeasse os melhores sinais, para que não tivéssemos interferência na comunicação durante as missões. Eles também não eram rastreáveis ao sistema comum, o que nos tornava fantasmas aos olhos do povo.
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  – Agora, eu só preciso do rosto dela.
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  – Pago na volta – digo, olhando em meu relógio, e dando-lhe as costas – Não atenda mais ninguém hoje – mando, ouvindo um “você é quem manda!”.
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  – Você ficou aqui esse tempo todo? – ouvi sua voz soar, enquanto eu olhava alguns destinos no celular. Com tudo certo, eu poderia leva-la aonde quisesse.
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  Desviei meu olhar para cima, para vê-la uma nova mulher. Seus cabelos estavam num modelo chanel com a franja reta. A cor, apesar de diferente da que costumava ser, não parecia ter sofrido muita alteração, o que, de fato, foi inteligente. Mudar de forma ainda mais brusca poderia ser um sinal de desespero.
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  Satisfeito com sua aparência, me levanto e deposito minha mão em sua cintura.
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  – Gostou? – ela pergunta.
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  – Muito.
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  %Victoria% sorri e mexe um pouco no cabelo.
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  – Então vou falar para Maureen que deu certo.
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  Selo meus lábios nos dela demorando um pouco ao sentir nossas línguas se tocarem. Em seguida, abro a porta do estabelecimento, para que pudéssemos ir em direção à rua de baixo, onde ficavam as lojas de marca para que ela pudesse comprar mais roupas. Escolheu uma para usar no momento, e as demais pedi que fossem enviadas para o hotel, que orientei deixar as compras em nosso quarto.
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  – Sempre fico faminta depois de um dia de compras – ela diz, quando entramos no táxi e após eu passar o endereço de Michael para o motorista. Não era para tanto. Ela não havia se alimentado bem durante a viagem e não lhe dei tempo para comer uma boa refeição.
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  – Só mais um lugar e vamos jantar. Prometo.
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  Michael limpa a garganta ao ver meu olhar atrás de %Victoria% assim que abriu a boca para falar uma de suas besteiras no momento em que entramos no espaço dele.
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  – Bom. Vamos tirar a foto dela – diz, mostrando-se uma pessoa séria. Não dirige a palavra à %Victoria%, uma ordem que lhe dei no momento em que ergui minha sobrancelha. A faço sentar em frente a uma tela branca, com uma máquina de fotografar na frente.
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  – Fotografe o chão.
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  Michael suspira, mas obedece. Eu não poderia correr riscos. Já havia utilizado desse método para matar um político antes. Um único disparo no meio da garganta. Fim.
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  Após mostrar que era somente uma máquina fotográfica, permito que ele tire a foto de %Victoria%.
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  – Não sei porque não quis oriental. Com essa maquiagem toda, ela se passaria por uma facilmente. De qualquer maneira, consegui fazer com que a nova garota de Marc Connor seja oriental. Muito gata. Sem ofensas - olhou para %Victoria%, que não demonstrou nenhuma reação – Aquele é realmente mais sem coração que você – o vimos andar atrás de sua mesa bagunçada e se sentar na frente de um computador velho – A cada missão que ele entra, volta com uma. Aí é aquela história. Ele enjoa dela, acha outra e mata a antiga.
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  – Hunger – o interrompo, vendo-o, inicialmente não perceber meu punho fechado devido às besteiras que decidiu começar a soltar. Sua garganta se mexe, engolindo seco, mostrando que havia percebido o erro de, mais uma vez, falar mais do que devia.
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  Fecho meus olhos, clamando pela paciência que preciso ter com esse panaca na frente de %Victoria%. Não ouso encará-la, já que sabia que se encontrava absorvendo as informações em uma parte de seu cérebro. Ao abrir os olhos, encaro diretamente Michael, que aperta os dedos na borda da mesa.
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  – Dê as planilhas para ela – falo baixo, vendo-o me obedecer de pronto e então voltar sua atenção à tela do computador para terminar o serviço que eu havia contratado. Enquanto isso, me viro para %Victoria%, que folheava a pasta com as planilhas das rendas da fazenda aonde “havia crescido. Explico brevemente para ela o que era aquilo e porquê ela deveria manter em memória aqueles dados. Entrego, também, o celular com o chip hackeado, omitindo o real serviço dele. Ela era inteligente, saberia que havia algo diferente nele.
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  – Quanto, Michael?
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  – 250.
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  – Delete tudo – mando, vendo-o mais uma vez obedecer e acabar com qualquer rastro de que um dia ele fez esse serviço para mim. Mando uma mensagem para um contato que costumo utilizar para fazer as minhas transferências pessoais, em um banco de paraíso fiscal, e confirmo em um manear de cabeça, que o pagamento dos milhares havia sido feito. Michael não confirma a informação em minha frente porque, como Marc gostava de ressaltar, ele tinha medo de mim.
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  – Bom trabalhar com você, %Lord%. Não é que nem Connor ou Louvre que reclamam do preço. Eles não sabem o trabalho que é fazer o que eu faço.
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  – Boa noite, Hunger.
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  – A gente se vê. Tchau boneca – ele acena para %Victoria%, que nada faz, apenas se vira quando coloco a mão em sua cintura e anda para fora do prédio que parecia estar abandonado.
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  – Não acredite em tudo o que ele fala. – murmuro enquanto esperávamos o táxi chegar para nos levar ao restaurante. Ela me olha. – Marc não mata as garotas que salva.
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  Vejo seu olhar sério.
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  – E o que ele faz?
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  – As manda para a Austrália. O vice-presidente de lá é amigo íntimo dele. Não vai deixar ninguém chegar perto de uma ilha que ele comprou especialmente para elas, escondido da família.
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  A vejo abrir a boca.
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  – Elas ficam trancadas? Numa ilha?
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  – Você prefere morrer ou viver com mordomia em uma ilha? – desvio o olhar rapidamente para ela e a vejo se calar – Ele é um idiota.
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  – É seu amigo?
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  Abro um pequeno sorriso. Ah, as diferenças em nossas vidas.
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  – Não tenho amigos.
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  – Mas mantêm um relacionamento amigável com ele.
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  – Somos cúmplices, é diferente.
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  – Companheiros então.
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  Ela era realmente teimosa. Não lhe respondo mais. Não gosto de ser argumentado e sabia que ela não iria hesitar em me contrariar. %Victoria% parecia gostar de falar sobre relacionamento que não fosse o nosso comigo. Como se quisesse me humanizar.
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  Quase rio.
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  Humanizar.
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  Que piada.
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  No restaurante, %Victoria% não se fez de rogada e pediu tudo o que teve vontade de comer, que era muito mais do que a etiqueta da alta sociedade exigia. Observei, satisfeito, vê-la surpreender o garçom com todas as suas exigências e então me encarar quando foi a minha vez de pedir o que eu iria comer.
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  – Onde está sua família? – ela perguntou assim que o homem se afastou de nós.
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  A encarei sério, encostado em minha cadeira, pensando a razão de ela querer saber sobre as pessoas que tinham eliminado toda sua família.
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  – Por que o interesse?
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  Seus ombros balançam em desinteresse.
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  – Todo mundo tem uma família. Ou será que você não tem?
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  – Eu não tenho.
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  – Você não os conhece? Eles sabem sobre o que você faz? Estou tendo um estopim de perguntas na minha cabeça agora, e todas levam à sua criação.
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  – Criação?
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  – Podemos falar muito sobre a maneira como a família cria uma pessoa – ela se remexe em sua cadeira e sorri para o garçom, quando este traz nossas bebidas, mas não para de falar: – Veja bem, meus pais me criaram de forma diferente dos meus irmãos, o que pode soar machista, mas na verdade não foi. O caminho que eu decidi seguir foi diferente da dos meus irmãos.
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  – É por isso que você está viva, e eles não.
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  Ela se calou e bebeu um gole de seu vinho.
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  – Isso não foi gentil – respondeu, mais baixo, em seguida – apesar de eu não concordar com a maneira como eles eram, ainda assim eu os amava.
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  Inclinei a cabeça, interessado na maneira como ela falava sobre amor com tanta facilidade. Uma pessoa, até então eu achava, não podia ser calculista e amorosa ao mesmo tempo. %Victoria%, porém, parecia ter um bom equilíbrio dos dois. Ao mesmo tempo em que expressa o significado que sua família tem para ela, também não demonstrava nenhum tipo de luto pelas pessoas que dizia amar. Não houve nenhuma pergunta sobre como aconteceu e se eles sofreram. Estaria eu sendo muito clichê, ou ela quem não era qualquer uma?
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  – Por que você não tem amigos e família. Me parece uma vida muito solitária.
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  – Quando se faz o que eu faço, é preciso saber ficar sozinho. Qualquer coisa pode ser usado de isca para a morte.
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  Vi sua cabeça mexer em concordância, compreendendo que a vida de alguém que é contratada para matar outra pessoa deve, obrigatoriamente, ser solitária. Bebeu outro gole de seu vinho e ao depositar a taça na mesa, manteve seu olhar no objeto por um tempo, até finalmente perguntar:
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  – Então por que estou aqui com você?
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  – Porque estou de férias – respondo em minha voz indiferente. Eu havia a treinado por anos, é claro. Não mostrar nenhuma emoção foi, inclusive, o treinamento de maior sucesso de Martin e Kamilla. O estranho é que, diferente das demais vezes que menti, dessa vez houve um leve sentimento do que poderia confundir com culpa. Pensei comigo, %Victoria% é apenas um passatempo. Ela, com certeza, se unirá às mulheres de Marc, na Austrália, mais cedo ou mais tarde.
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  A questão que ainda não estava clara era: quando?
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MaraizaS

Luke virou gado e o dos mais obedientes hahahaha já vi que vai se lascar bonito. To amando a história! 

Natashia Kitamura

Hahahahahahaha, amo! Ele está aprendendo de uma maneira diferente dos homens do próprio clã, o valor da mulher! 

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