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História NÃO RECOMENDADA PARA MENORES ou PESSOAS SENSÍVEIS.

Esta história pode conter descrições (explícitas) de sexo, violência; palavras de baixo calão, linguagem imprópria. PODE CONTER GATILHOS

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Weak

Escrita porNatashia Kitamura
Revisada por Natashia Kitamura

Capítulo 6

Tempo estimado de leitura: 15 minutos

  Vi seus olhos vibrarem quando sentiu o metal passar por seus cabelos. Foi possível ver alguns fios esvoaçando com o efeito da bala passando por si e acertando a parede logo atrás.
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  O olhar amedrontado rapidamente mudou para surpresa. Abaixo a arma. Nos mantemos em silêncio por alguns segundos antes de ela conseguir reunir um pouco de calma e abrir a boca para falar:
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  – Por que... você... – perguntou, confusa. Não desvio meu olhar do seu. Me aproximo e, talvez pelo efeito do choque, ela não se afasta. Levanto minha mão vazia e acaricio seu rosto, a fazendo fechar os olhos e aproveitar o carinho. Vejo sua tensão diminuir, os ombros relaxarem. Ficamos alguns minutos calados até eu murmurar:
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  – Você não tem escolha.
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  No momento em que ela abre os olhos, eu vejo. Havia medo. O medo que eu estava acostumado a enxergar, de repente me incomodava. Aguardou uma explicação para a afirmação que eu havia acabado de dizer.
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  – Fuja comigo – repito o que havia dito no dia anterior. Dessa vez ela não hesitou em balançar a cabeça, afirmando. É claro. Agora ela sabia quem eu era. Sabia do meu potencial e do que eu poderia fazer com ela se negasse. Devia, ao menos, saber o que uma pessoa como eu fazia com pessoas que se recusavam da misericórdia. Eu teria de finalizar o trabalho.
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  Ignorei os sentimentos que minha razão trazia para me fazer voltar à minha realidade. Puxei seu rosto e selei nossos lábios. Suas mãos trêmulas tocaram meus braços, hesitantes, mas firmemente. Ao me separar dela, murmurei um "entre" fazendo com que uma garota exatamente idêntica a %Victoria% entrasse no quarto.
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  – O que... – a voz de %Victoria% falhou.
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  A garota sabia o seu papel essa noite.
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  – Tire sua roupa – olhei para %Victoria%, que voltou a tremer, finalmente entendendo meu plano.
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  – %Lucas%, não...
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  – Faça o que eu estou falando. – ignorei seu momento de fraqueza, dando espaço somente para minha frieza. – Rápido.
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  Nossos olhos permaneceram presos um ao outro, até vê-la começar a se mexer, abrindo o zíper do vestido que usava, enquanto a outra garota fazia o mesmo com a própria roupa.
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  Após a troca, puxei %Victoria% para um abraço, que escondeu seu rosto em mim. Com o braço livre, contornei sua cabeça e tapei seus ouvidos. Os braços de %Yard% apertaram a blusa de gola apertada que usava. Olhei para a garota, que fechara os olhos. A seu respeito, fiz o serviço de forma rápida, dando um tiro certeiro bem em seu coração.
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  Assisti a garota cair em nossa frente sem vida. Abaixo o olhar e vejo %Victoria% com seus olhos fechados. Sem a menor intenção de confortá-la, pego sua mão e a puxo para fora do quarto, correndo para o lado exterior da casa. Ouço o som de pavor ao ver os corpos espalhados pelo caminho, todos sem vida.
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  – Me escute bem – me viro para ela e a olho sério. – Não diga nada. Finja pavor, chore, se precisar, e não deixem te tocar. – digo, indo em direção ao carro, que estava um pouco longe da casa. Do bolso da calça, dou-lhe um elástico. – Prenda o cabelo.
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  Destravei o carro com a chave e tirei uma mochila preta do porta–malas. De dentro dela, tirei uma peruca da cor oposta às do cabelo dela e joguei para si, vendo que não havia cor ou corte que acabasse com sua beleza. Enquanto ela arrumava a peruca com as mãos trêmulas, eu trocava de roupa. Ao finalizar, peguei em sua mão e voltei para o lugar do crime, onde liguei para a polícia local.
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  %Victoria% entendeu exatamente o que eu estava fazendo. Colocando a minha vida e a dela fora de risco e de suspeita. Eu sempre fazia isso. Fingindo ser a pessoa que ouvira algo de estranho enquanto passava pelo local. Eu seria a última pessoa a ser desconfiada pelos policiais.
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  Eles demoraram doze minutos para chegar, em uma quantidade de viaturas menor do que o necessário para cobrir um serviço daquele. Ficaram apavorados com o que viram ao entrar na casa, o que, devo admitir, me deu certa satisfação.
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  Algumas horas de depoimento depois, nós dois estávamos livres para irmos para onde quisermos. Policiais são cegos e muito ligados a protocolos. Fica fácil prever o que irão analisar e quais decisões irão tomar. Sua equipe não analisa os corpos das vítimas da forma como deveria ser feito. Se o fizesse, saberia facilmente que aquela no lugar de %Victoria% não era ela, e sim uma garota idêntica desesperada por uma ajuda econômica, para ajudar sua família da miséria e doenças crônicas.
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  Eram 6 da manhã quando eu e %Victoria% fomos dispensados da delegacia. Fomos para o hotel onde eu estava hospedado e comemos algo antes de subirmos para o quarto.
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  Nenhum de nós dois se atreveu a dizer nenhuma palavra enquanto comíamos. E assim foi o silêncio se estendendo até ela se sentar em minha cama e ficar olhando para mim.
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  – O que vamos fazer agora? Eu não tenho roupa, nem nada. – ela parecia bastante calma e ciente do que estava acontecendo. Encarei seus olhos; o medo ainda tinha lugar ali, mas agora vinha acompanhado de outras coisas que eu não esperava, como a razão. A razão era uma das coisas que o ser humanos menos tinha em momentos de desespero, e o que mais os salvavam. Um homem com razão não tinha temores.
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  Não a respondo e pego meu celular, digitando o número de casa.
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  – %Lord% – ouço a voz de Martin. Ele sabia que era eu. Assim como eu tinha certeza de que era ele. Vou até a porta–balcão e olho para a paisagem que a cidade proporcionava no início da manhã:
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  – Está feito.
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  Silêncio. Eu podia sentir os lábios de Martin se formando em um pequeno sorriso, o que, para muitos, era como uma luz na escuridão, a esperança de que haviam feito um bom serviço. Ouvi, também, certa hesitação de sua parte, que foi logo substituída com a personalidade fria que estive acostumado deste criança.
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  – Vestígios?
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  – Nada.
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  – Ótimo. – mais uma vez, ouço nada somente o silêncio. – Sua missão acabou. Pode voltar para casa no final da semana. Vou te dar um tempo para descansar.
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  – Não preciso. – minha voz saíra mais ríspida do que eu planejava.
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  – Não foi uma pergunta. – ele respondeu no mesmo tom que o meu. Ao ver que eu não responderia, voltou a se silenciar, até que limpou a garganta: – A principal característica de um homem inteligente, é saber parar quando se é necessário.
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  Era óbvio que eu não estava ligando de sair de férias. Meu plano, inclusive, era exatamente esse. Contudo, eu conhecia meu clã. Sabia que se sumisse ou pedisse por uma pausa, seria um motivo para eles suspeitarem de algo. Qualquer coisa que não fosse o normal era motivo de suspeita; é essa a vida que levamos. Nossos sentidos se aguçam de maneiras que uma pessoa comum chamaria de estratosférica. Eu precisava de um tempo para criar um novo plano. Olho para o lado, onde %Victoria% permanecia sentada em minha cama, em silêncio, como se soubesse que não devesse fazer som nenhum. Eu precisava ter certeza de que ela estaria segura, e ignorante a toda a verdade que corre em minha vida; não pelo medo dela descobrir que sou um mostro, mas para o próprio bem.
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  Não respondo Martin. Deixo-o que mande em mim, como normalmente seria. Ouço apenas um "esteja aqui em três dias" e em seguida o som da ligação sendo finalizada. Jogo o aparelho no chão e piso fortemente em cima, quebrando-o. Em seguida, procuro pelo chip e o guardo em meu bolso. Eu o queimaria mais tarde.
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  – É o seguinte – puxo uma cadeira e me sento de frente para ela –, as coisas mudarão um pouco daqui pra frente. Você tem de fazer tudo o que eu mandar. Se alguém descobrir que eu não te matei... você morre e eu morro junto. E eu não salvei você para morrer.
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  A vejo engolir seco, mas manter a expressão séria e orgulhosa que me fez tomar as decisões malucas de salvá-la E mantê-la comigo. Mexeu a cabeça em um modo de mostrar que concordava com o que eu dizia.
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  – Haverão regras e você terá de segui-las. – fui incisivo em meu olhar, pois sabia, com exemplo de seu comportamento anterior com seu responsável anterior, que ela não era adepta a autoritarismo. – Se você fizer algo de errado e sair fora do que combinarmos, vou ter que te matar e, como pôde ver, eu não estou muito afim de fazer isso.
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  – Então eu também devo ter as minhas regras.
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  Eu quis rir. Pela audácia de impor suas exigências para o assassino da família dela. Pela coragem de manter sua essência em um momento em que ninguém em sã consciência faria. Me lembrei, mais uma vez, a razão dela estar viva.
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  – Muito bem. Discutiremos isso mais pra frente.
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  Vou para perto da janela e me perco em pensamentos, arquitetando nossos próximos passos, trazendo à mente todos os lugares pouco visíveis ao meu clã e também aos meus inimigos. %Victoria% pareceu respeitar o meu silêncio, mantendo-se calada enquanto deita-se na cama e encara o teto. Após vários minutos sem nenhum movimento por nenhuma das partes, me movo até minha mala plano B. Ela servia para caso o plano não desse certo. Apesar de impossível, sou um homem prevenido, que gosta de arquitetar até mesmo as possíveis falhas e como sair delas; mesmo não conseguindo estimar 100% do resultado, a probabilidade de me dar mal também diminui.
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  Sinto a presença de %Victoria% ainda na cama. Sabia que, com seus olhos, me observava ir de um lado para o outro, pegando o pouco que eu havia deixado de fora – objetos que me livraria logo mais. Não se atrevera a falar nada, nem me questionar sobre o que eu estava fazendo ou o que iríamos fazer em seguida. De costas para ela, levanto minha mão como um sinal para que ela viesse até mim. Silenciosamente, ela apenas se levantou e veio até mim, e então saímos os dois do quarto. No hall de entrada, paguei rapidamente a conta e, meia–hora depois, estávamos no aeroporto comprando nossas passagens para Dublin.
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  – Michael? %Lucas%. Preciso de um serviço seu. – falo sério, ao mesmo tempo que ando de mãos dadas com %Victoria%. Minha mala já havia sido despachada e estava apenas com uma mochila de costas. Sigo para um lugar mais reservado e entrego um cartão de crédito de uma conta em um paraíso fiscal. Ele estava no nome de outra pessoa, senão a minha. Facilitava na hora de sair em missões. Com os dedos, fiz somente uma vez os sinais dos números da senha, para em seguida vê-la me dar as costas e ir em direção às lojas de marca que a área de embarque possuía. – Estou aqui. – disse, ao celular. – Preciso de uma identidade. Não, para uma mulher. Cale a boca e preste atenção. Preciso dela para amanhã no fim da tarde no máximo. Não importa quanto vai custar, apenas faça. – uma coisa que eu odiava, era ser contrariado quando eu estava pagando pelo serviço da pessoa. – Sim. 28 anos. A levo aí para a foto. Quem se importa com a droga da data de nascimento? Faça o que quiser, apenas faça-a ter entre 27 e 30 anos. E se a fizer oriental, eu te mato.
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  A pessoa do outro lado da ligação se chama Michael Thorn. Ele era uma pessoa que eu poderia chamar de "companheiro". Fazia serviços para a família. Identidades falsas. Era o melhor do mundo. Cobrava fortuna por uma simples. Porém, fora indicado à morte por um arqui-inimigo do Peru. Obviamente, fomos contratados para mata-lo, mas a oferta dele no final das contas fora melhor para nós. Ele faz tudo o que pedimos quando queremos. E na nossa vida, o que mais precisamos é de várias máscaras.
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  No momento em que desligo a ligação, ouço o aviso de embarque próximo para nosso voo. Olho discretamente para todos os lados, não identificando ninguém suspeito. Encontro %Victoria% na segunda loja, sendo rodeada por vendedoras interessadas em fazê-la comprar o lugar inteiro. Ao me ver entrar no local, ergue duas peças de vestido, assentindo para que eu escolhesse qual dos dois lhe ficaria melhor. Imaginei seu corpo nu coberto por aquelas peças. Abri um sorriso de canto e disse:
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  – Leve as duas.
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  Pude enxergar o olhar de inveja que as vendedoras enviaram à %Victoria%, mas esta estava satisfeita demais com suas compras, para se importar. Fiz sinal para que se apressasse, pois o embarque estava para começar. Com minha ajuda, carregamos todas as sacolas para a área de embarque.
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  Não foi difícil embarcar com %Victoria%, utilizei a identidade da menina morta para sairmos do local, e em breve um acidente ocorrerá com o avião, deixando a dúvida se havia ou não passageiros. Alguns ficariam sumidos para sempre, outros diriam que nada aconteceu. Fatos da vida, ninguém se importará daqui a alguns anos.
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  Algumas várias horas de voo tomaram conta da nossa agenda. %Victoria% não falou muito, ao contrário de sua personalidade, porque eu não falei. Tentar nos conhecermos sob os ouvidos dos outros poderia nos trazer encrenca. Já havia visto muitas situações que passageiros próximos foram a peça chave para descobrirem planos de ataques ou assassinatos. No fundo, o ser humano é curioso e fofoqueiro, que adora saber da vida dos demais.
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  No entanto, diferente do meu comportamento usual, me peguei, por mais vezes do que queria admitir, observando-a. Se eu nunca havia feito nada de errado – ao meu ver – em minha vida, esse era o momento certo para a primeira vez. Vi suas pálpebras fechadas e a boca levemente aberta, indicando que estava em um sono profundo. Fiquei alguns minutos absorto em sua beleza e no que ela estava começando a significar para mim. Ao imaginá-la um cadáver sem vida, algo em meu peito doeu, como se fosse rapidamente apertado. Será que isso era paixão?
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  Abri um pequeno sorriso para minha desgraça. Era uma desgraça, eu sabia. Tive vontade de rir quando, com esses pensamentos à tona em minha mente, logo retruquei a mim mesmo. Eu não estava me importando nem um pouco.
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  Nem um pouco.
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Vitória Paiva

Nunca que vou cansar de enaltecer sua mente e sua criatividade com essa história, juro!!! Eu to muito envolvida e viciada! 
O QUE FOI ESSA ATT DUPLA???? A PP É PODEROSA E SEGURA DEMAIS E EU TO AMANDO ELA COLOCANDO EM CHEQUE TODAS AS CERTEZAS DO PP E MEXENDO COM A MENTE DELE!!! ESSE FINAL, ELE TA MAIS RENDIDO DO QUE NUNCA E TO AQUI POR ISSO! 
EU JÁ QUERO MAIS, CONTINUA, POR FAVOR!!!

Natashia Kitamura

Admito que também to amando fazer uma PP tão confiante, hahahaha! Acho ainda mais legal ser o ponto de vista dele; ele enxergar um mulherão desse!
Você é uma linda, Vitória, muito obrigada por estar sempre comentando, me incentiva muuuito! <3

Caroline

Ai, sou muito fã da sua escrita, ja estou muito ansiosa por mais. Parabens pela historia diferenciada e incrivel. 

Natashia Kitamura

Oi Caroline! Muito obrigada por acompanhar e deixar seu comentário! Fiquei muito feliz! <3 Espero que o que vem pela frente continue te satisfazendo, hahahaha! Bjsss!

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