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História NÃO RECOMENDADA PARA MENORES ou PESSOAS SENSÍVEIS.

Esta história pode conter descrições (explícitas) de sexo, violência; palavras de baixo calão, linguagem imprópria. PODE CONTER GATILHOS

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Weak

Escrita porNatashia Kitamura
Revisada por Natashia Kitamura

Capítulo 3

Tempo estimado de leitura: 12 minutos

  Após daquele dia, %Victoria% parecia mais atenta ao seu redor. O lugar onde estávamos em Bora Bora não era tão grande e podíamos facilmente nos encontrar sem planejar até pelo menos três vezes ao dia, a não ser que eles decidissem sair para um passeio de escuna, o que sou obrigado a dizer que, se fosse uma vítima fugindo de um assassino desconhecido, não acharia essa atividade uma boa ideia.
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  Meu rosto parecia estar bem marcado na memória da última %Yard%. Uma simples aparição, mesmo que longe, mas em seu campo de visão, era o suficiente para fazê-la se aproximar. Quem não gostava da ideia era seu companheiro intruso, o tal do John, que me mandava olhares desconfiados e nervosos sempre que nos encontrávamos. Como todas as vezes que o encontro acontecia, suas caretas não me afetavam; ele não era minha prioridade, por mais que, nos dias de menos paciência, minha vontade de meter uma bala no meio de sua testa aumentasse consideravelmente. Um dos principais ensinamentos para um assassino, é a virtude da paciência. Quando se conquista esse dom, a espera se torna até divertida, como um gato que brinca com o rato antes de devorá-lo.
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  Três dias para a execução.

  Meu plano já estava formado. Por mais que os seguranças da casa aonde os dois estavam morando tivessem o tamanho e o armamento suficiente para espantar qualquer um de perto da casa, para mim era apenas questão de jogo de cintura. Como alguém cuja prioridade não é matar mais do que o necessário, eu sempre deixava a decisão na mão deles, a de morrer ou não. Na maioria das vezes, eles eram ensinados a entender de que colocar sua vida em jogo à frente de alguém que o contratava era uma virtude. Pelo bem da virtude da família deixada para trás, seria bom se pelo menos eles fossem bem pagos, o que dificilmente acontecia.
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  Por volta das sete da manhã, passava, como sempre, próximo à casa em roupas de ginástica. Uma bermuda e uma camiseta, com os óculos de sol e fones de ouvido. Um funcionário me parou para perguntar as horas; gentilmente respondi. Aproveitei para pedir sugestões de outros caminhos, já que aquele era o “único que conhecia”.
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  Diferente dos seguranças profissionais, aqueles foram gentis em me dar as dicas como se eles fossem os donos de um bar e eu, um turista em busca de um calor local.
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  Quinze minutos depois, me afastava com um sorriso.
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  Eu já não era mais um alvo para eles.
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  Dois dias para a execução.

  Eu estava aproveitando o final da tarde para verificar o movimento da praia onde eles estavam localizados. Não chamar atenção é um dom que os Lord têm na hora da ação. Estava tudo a meu favor. No fim da tarde a praia já não estava tão cheia, pelas minhas contas, umas poucas cinco, seis pessoas. Casais caminhando à beira-mar. Estupidez. Após terminar a última checagem, coloquei as mãos nos bolsos de minha calça e passei a andar sem rumo. Não havia mal algum aproveitar o serviço extra, para também emendar uma folga.
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  Sentei em um banco de madeira de frente para o mar, sentindo uma leve brisa refrescante bater em meu rosto. Aquilo, sim, era clima para um assassinato. Chuvas, tempestades, tempo nublado, escuro e sem energia? Clichê de filmes de terror. Além de atrapalhar o plano, fazendo com que as vítimas talvez mudassem seus trajetos originais, ainda fazia com que eu tivesse de usar roupas pesadas e tivesse uma visão ao menos 30% pior do que se estivesse cumprindo o serviço em um tempo bom. Além de que, por mais que as pessoas neguem, elas sempre ficam mais receosas e atentas ao que acontece ao redor com o tempo ruim. Principalmente se elas já são alvo de algo ruim, como minhas vítimas.
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  “Você está aproveitando para conhecer umas locais, não é? Posso te passar o nome de algumas que salvei da última vez que estive aí.” A mensagem de Marc surgiu, após ele entender que eu já havia terminado meus deveres. Obviamente não lhe respondi. Eu não tinha interesse nenhum em dormir com mulheres locais.
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  Apesar de ser treinado para não sentir nenhum tipo de emoção, isso não significa que não sei me divertir como um ser humano comum. Mesmo Marc não sendo meu amigo, ele era o mais próximo de um que eu teria, ainda que jamais vá saber disso.
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  É por isso que, mais do que minha própria família, ele me conhecia. Ele sabia que, antes de eu cumprir uma missão, não me distraía com álcool ou mulheres. Elas eram minha recompensa, após mais um trabalho bem feito.
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  Era assim que Marc sempre aparecia ao final de cada missão, com o sorriso mais odioso do mundo, que sabia exatamente o que todos os outros homens de nossa idade em nossa equipe queria. Se eu estava junto, então não havia problema para eles se divertirem um pouco.
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  “Seja um bom chefe.” Ele sempre dizia.
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  Com o pensamento de que futuramente eu serei o chefe deles, o chefe do clã, aceitava acompanha-los. Tirando-os de algumas enrascadas, colocando-os em outras.
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  Saíamos para beber, íamos a cassinos e visitávamos bordéis quando achávamos precisar de uma atenção do sexo oposto. Eles, mais do que eu. Como pessoas comuns, eles sentem a necessidade de se sentirem amados. Aflição. Pena.
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  Matei alguns deles também. Os que decidiram amar demais.
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  Era assim que nosso clã funcionava.
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  Posso me considerar um homem de sorte. Teria mais, se pudesse usufruir de toda a beleza que o que chamam de Deus, me concedeu. Porém, só faço uso dele quando estou numa missão. Sou belo o suficiente para fazer qualquer pessoa se apaixonar por mim. Conquistar é uma missão fácil. O difícil era ser conquistado.
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  Estava tão absorto em meus próprios pensamentos que quase não senti sua presença se sentando ao meu lado. Não lhe dei atenção, mostrando-lhe meu desinteresse.
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  – Não tem um dia que eu não me pergunte o porquê de você estar sozinho em um lugar paradisíaco como esse. – a ouço dizer. Movimento meus lábios formando um sorriso de canto sem desviar o olhar do horizonte.
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  – E por que decidiu me perguntar agora?
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  – Não estou perguntando. – ela responde no mesmo tom sarcástico que eu havia usado. Foi o suficiente para chamar minha atenção. Era uma garota esperta e, querendo ou não, eu gostava disso.
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  – Não está? – a olho com o mesmo sorriso.
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  – Não. Estou fazendo apenas um comentário. – vejo ela sentir meu olhar sobre si, decidindo me dar o ar de sua atenção, virando seu rosto em minha direção.
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  – E por que você está aqui? – brincar com a vítima era meu passatempo favorito. Confundi-la, conquista-la, iludi-la. Isso era divertido.
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  – Férias, já disse.
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  – Por que mente? – encarei bem no fundo de seus olhos e vi sua pupila aumentar devido a surpresa em minha pergunta afirmativa.
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  – Eu não estou mentindo.
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  – Sim, você está. – confirmo, a deixando mais desconfortável.
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  Meu tom de voz era sereno, comedido, misterioso. Eu queria cada vez mais e mais o descontrole por parte dela.
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  – Sua foto está no jornal – explico, vendo-a engolir seco – A filha desaparecida da família %Yard%, que foi inteiramente assassinada na semana passada.
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  E o jogo começou. %Victoria% estava espantada com a notícia e parecia não querer acreditar no que eu falava.
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  – C-como v-você––
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  – Eu apenas leio o jornal – ergo os ombros, fazendo a cara mais inocente de seu mundo. Não é certo fazer com que a vítima saiba quem é seu assassino antes do tempo – Você não?
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  Não recebo uma resposta para minha pergunta. Eu estava indiferente. Surpreendido pela atitude dela, a vejo se acalmar rapidamente e voltar ao seu estado normal.
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  – Estou fugindo – ela diz após um tempo. Sorrio por dentro – Aquele homem que viu comigo, o John, ele é filho do secretário do meu pai. Cresceu comigo. Meu pai pediu a ele que me salvasse quando atacaram a nossa casa.
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  – Você estava lá? – mostrei-lhe um pouco de compaixão.
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  Ela assentiu e olhou para o horizonte, como se estivesse revivendo o terror que o meu clã lhe causou.
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  – Deve ter sido os Morgan – ela murmurou, o que, admito, me deixou bastante surpreso – Mas não importa mais. Não há muito o que eu possa fazer. Eu nem queria a empresa.
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  Ficamos calados por um tempo. Nesse meio tempo, observei com atenção seu perfil. O rosto era fino e alinhado; tudo nele parecia se encaixar harmoniosamente. Os lábios eram finos e levemente arcados para cima. Dava a impressão de um sorriso, mesmo os olhos mostrarem ser o oposto. Suas sobrancelhas não eram finas, mas também não tão grossas. Parecia ser vaidosa. Uma mulher deve ter vaidade. Seus ombros estavam desnudos e bronzeados. Ela cheirava a flores. Não parecia chateada por ter tido a família inteira assassinada há alguns dias.
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  – E acha que Bora Bora é o melhor lugar para se esconder? – voltei a puxar assunto, interessado em não fazê-la parar de falar. Curiosamente, queria saber até onde ela iria.
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  %Victoria% levanta os ombros, como se não se importasse.
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  – John acha.
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  – John acha – repito o que ela disse – E John sabe até quando deverão se esconder?
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  Ela me olha desconfiada.
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  – Não sei. – responde séria. Continuo com meu sorriso e volto a atenção para o mar.
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  – Se ele foi incumbido de te proteger, o que faz aqui sozinha?
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  – Preciso de um ar. Não gosto dele na minha cola sempre.
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  – Isso não deveria se fazer quando se está fugindo. – a olho de canto, vendo-a abrir um sorriso, como se risse da situação.
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  – Não tenho medo. Quero dizer, de morrer – não consegui evitar mostrar minha surpresa. Ela não tinha medo de morrer? Era a primeira. Eu não gostava de matar pessoas assim, pois acredito que são essas quem mais merecem viver – Ele fica no meu pé e sequer posso fazer alguma amizade ou conversar com alguém que não seja ele.
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  – E por que veio falar comigo?
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  Mais uma vez, a vejo mexer os ombros.
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  – É o único que eu senti segurança em falar – quase ri. Essa garota tem o perigo correndo em suas veias – Desculpe se te atrapalhei.
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  – Não atrapalhou – falo calmo a fazendo abrir um leve sorriso – Quer jantar?
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  – Não, não estou com fome – ela se levanta, limpando a areia de seu vestido – Acho melhor voltar para casa. John deve estar louco da vida atrás de mim. Moro ali, caso queira conversar, minha janela é a da esquerda, se estiver de frente para a casa – ela aponta para o local, como se eu já não soubesse exatamente onde era. Mas concordo com a cabeça, sem dizer nada. – Então tchau.
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  – Até logo. – falo, arriscando jogar-lhe um sorriso malicioso. Aguardando sua reação, a vi perceber e suas bochechas tomarem um tom levemente avermelhado. Virou-se e começou a caminhar em direção à enorme casa. A vejo se distanciar, ao mesmo tempo que mudava meus planos.
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  Hora de fazer uma visita inesperada.
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