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História NÃO RECOMENDADA PARA MENORES ou PESSOAS SENSÍVEIS.

Esta história pode conter descrições (explícitas) de sexo, violência; palavras de baixo calão, linguagem imprópria. PODE CONTER GATILHOS

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Weak

Escrita porNatashia Kitamura
Revisada por Natashia Kitamura

Capítulo 13

Tempo estimado de leitura: 36 minutos

  Sinto uma mão em meu ombro. E apenas quando os pontos negros no céu desaparecem que desvio o olhar da imensidão agora acinzentada.
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  – Sinto muito, %Lord%. – ouço a voz de Connor.
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  – Cale a boca. – falo friamente movendo minhas pernas para dentro do helicóptero. Silenciosamente, os três me acompanham sem nada a dizer durante todo o caminho, assim como fora na ida até ali.
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  – Senhor %Lord%. O senhor Martin ordena que o senhor volte para a Normandia imediatamente. – o piloto dizia de acordo com que recebia as informações da torre.
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  – Diga que estou de férias e que só volto quando achar que devo voltar. – digo sério.
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  Após minha resposta, tive meu momento de paz, com todos em silêncio. Fechei meus olhos e me deixei perder em pensamentos.
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  A noite estava silenciosa. Eu não conseguia dormir. E pela primeira vez na vida, o motivo de minha insônia não era a sede de matar. Era a saudade. Sento na cadeira a beira da janela de meu quarto, de frente para a imensidão do céu e do oceano. Imaginava como ela poderia estar agora. Se ela estaria, assim como eu, encarando o mesmo céu que agora cobria nossas cabeças. Ela adorava encarar as nuvens e estrelas.
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  Nunca pensei que minha emoção fosse aquela que acabaria comigo como jamais alguém acabou. Meu coração agora travava uma luta contra minha razão. Por que eu a deixara ir mesmo? Por que achei que tudo melhoraria com ela longe de mim?
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  Parece que tudo o que eu fiz foi apenas trazê-la para mais dentro de mim. Que tomasse conta agora do meu corpo inteiro.
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  Meu coração berrava por seu nome. Até minha razão começava a fraquejar e implorava por sua volta. Eu queria tocá-la novamente, senti-la, toma-la em meus braços, tê-la em minha cama, possuí-la.
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  Desvio meu olhar para dentro do quarto. Ontem ela estava ali. Me levanto e sigo até o lado onde ela dormira. Seu cheiro ainda estava impregnado em todo lugar. O travesseiro era aquele que mais guardava seu aroma.
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  O vento soprava e com ele vinha o sussurro do apelido dado a mim por ela. Hunt. Ah, como eu amava o som da voz dela ao dizer aquelas palavras. E apenas agora que a perdi que percebi o quanto mexia comigo.
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  Aquilo tudo estava errado. Eu não deveria estar daquela maneira. Não deveria estar deprimido.
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  E, sem ao menos perceber, meu rosto estava molhado e as lágrimas no travesseiro que ontem eram dela, hoje eram cobertas por meus suspiros, misturando-se e se encontrando de uma maneira que eu e ela não poderíamos fazer mais.
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  O dia seguinte fora intenso. Ao abrir os olhos, a imagem de Martin, sério, estava em minha frente e por mais que eu quisesse que fosse uma miragem, não era.
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  – Você me desobedeceu. – ele diz friamente. Respiro cansado.
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  – Me desculpe. – murmuro, sentindo-me como quando adolescente. Talvez ele ainda me visse como um.
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  Silêncio. Ele mesmo não sabia o que dizer perante aquela situação.
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  – Estou decepcionado com você, %Lucas%. – o ouço dizer em sua voz grave.
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  – Me desculpe. – murmuro novamente de forma automática. Era assim que as coisas sempre aconteciam com Martin. Por ser o líder, ninguém tinha o poder de contrariá-lo, nem mesmo eu, seu herdeiro. Entretanto, dessa vez, as desculpas não vinham porque eu havia feito algo de errado. Ainda que tivesse, eu estava mesmo era exausto. Não estava afim de discutir, estava fraco e ele percebia isso. Eu poderia dizer que um pai sabe quando seu filho estava mal. Mas no caso de Martin, um líder como ele jamais aceita que seu herdeiro seja mais fraco do que qualquer outro homem, inclusive a si mesmo, na Terra.
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  Contudo, pela primeira vez, ouço seu suspiro. O som não foi alto, mas para meus ouvidos treinados, foi o suficiente para atiçar minha curiosidade, abrindo novamente meus olhos. Vejo-o lentamente desistir de manter sua pose ereta e então afastar-se, sentando em uma poltrona afastada de minha cama.
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  – Kamilla e Elizabeth estão lá em baixo.
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  – Me desculparei com elas mais tarde. – digo olhando para a parede.
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  – Sabe %Lucas% – ele começa a dizer e fecho meus olhos esperando o sermão de sempre. A voz contida, acompanhada de um penetrante e frio olhar –, nunca pensei que um filho meu pudesse fraquejar. – ele parecia envergonhado de dizer aquilo. – Nós líderes, dedicamos nossa vida ao trabalho e, principalmente, em criar herdeiros competentes para o futuro. Apesar de tudo que aconteceu nos últimos dias, devo admitir que, diante de todos estes acontecimentos, o que mais me decepcionou foi ver que não manteve sua decisão.
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  O olho confuso. Era a primeira vez, desde minha primeira missão, que o encaro dessa maneira. Procurei mensagens subliminares, mas não havia nenhuma.
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  – Um %Lord% nunca volta atrás em sua decisão. – ele diz sábio.
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  – Fiz pelo clã. – finalmente digo algo a não ser me desculpar.
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  – Fez por medo. – ele retruca rapidamente.
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  – Não tenho medo.
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  Martin ri e cruza sua perna, apoiando as mãos no colo.
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  – Ah, tem. Tem sim. Todos tem.
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  – Você não tem.
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  – É claro que tenho. – ele ergue uma sobrancelha. – Acordo todos os dias pensando o que fazer para manter meu clã vivo e bem-sucedido. Essa é a educação que recebi e que tentei passar a você. O clã acima de tudo.
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  – Foi exatamente o que eu fiz. Pelo clã.
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  Vi seu olhar sereno. Então, sem nenhum tom de acusação, perguntou:
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  – Então por que a salvou?
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  Não o respondi.
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  – Sua atitude colocou o clã em risco. Criou inimigos, eliminou companheiros, desvinculou aliados, forçou clãs que estavam indecisos, de escolherem lados, lados errados. – sua voz tornou-se mais grave e o olhar, mais duro. – Se é isso o que você chama de fazer pelo clã, então – ele retirou uma arma de dentro de seu paletó e acionou o gatilho –, é meu dever como líder, exterminar este erro.
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  Era a primeira vez. Houve momentos, no passado, que ele me ameaçou, que Drew me ameaçou, que Kamilla e Elizabeth me ameaçaram. Fazia parte do treinamento. Muitas vezes, a munição eram balas especiais que tinham o poder de fazer o alvo sentir dor, mas não morrer.
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  Mas essa era a primeira vez que Martin apontava uma arma com a intenção verdadeira de me matar.
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  Meu maxilar travou e a mente se limitou a mostrar somente um vazio. Perguntei-me se estava com medo de morrer. Se estava magoado por, depois de tantas missões, ser morto por meu próprio líder.
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  – Não tenho medo de morrer.
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  – A pergunta correta é – ele olhou para mim, ainda sério –, você quer viver?
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  O som sumiu de meus ouvidos. Até então, um zunido rodeava o lado de fora da casa, provavelmente o vento. Porém, a pergunta feita por Martin me fez pensar. Era um hábito entre nós, assassinos profissionais, questionar o outro sobre seu medo de enfrentar a morte. Porque era isso o que fazíamos o tempo todo, enfrentávamos a morte. Ninguém nunca perguntou se havia, ali, vontade de ver. É pressuposto que a resposta seja afirmativa, mesmo alguns achando que, aqueles que não ligam de morrer, automaticamente também não possuem vontade de viver.
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  A imagem de %Victoria% em meus braços surgiu à minha frente. Cenas de nossas noites juntos, nossas refeições... tudo passava como um filme em fast motion.
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  De repente, a resposta àquela pergunta estava na ponta da língua, mas, como sempre quando a pessoa com quem eu conversava era Martin, ele já sabia.
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  – Se você encontra um motivo para fazê-lo querer viver, deve, diariamente, lutar por ela, não dá-la gratuitamente a outro, principalmente a um maldito Bornighan.
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  – Eu não a amo.
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  Vejo-o abaixar a arma.
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  – Isso me preocupa. – ergo as sobrancelhas com seu comentário. – Pessoas como nós associam o amor ao fracasso e, por isso, ensinamos uns aos outros, e aos que vêm em seguida, a não sentir esse sentimento. Mas, na minha opinião, é exatamente isso o que nos faz seguir em frente.
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  – Por que ensinou errado?
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  – Porque não fui educado corretamente. E nem Elizabeth, e nem Drew, e nem qualquer um de nossos antepassados. Mas, em nossa própria maneira, amamos.
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  – Por que nunca disse isso para mim antes?
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  – Ora, %Lucas%, eu preciso mesmo te ensinar tudo? – Martin perguntou, sério e agora mostrando-se mau humorado. De fato, depois que eu conquistei a posição em que estou, o líder não se vê mais paciente com qualquer coisa a não ser a perfeição. – Eu achei que você fosse mais inteligente.
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  E eu fiquei sem resposta novamente. Ele suspira mais uma vez e desarma a arma.
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  – Eu sabia que mantinha %Yard% viva.
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  Arregalo os olhos e me sento na cama.
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  – Nós, %Lord%, e todos os demais herdeiros dos clãs, não fomos ensinados a lidar com sentimentalismo. Há muito com o que se preocupar, a não ser isso. Somos, sempre, obrigados a aprender na pele a dor que o amor nos traz, pois com ele vem a repulsa, a negação, a sensação de fraqueza e incapacidade. Alguns se matam ao admitirem amar, outros, como eu e seus antepassados, associamos o amor à vida.
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  “Você sempre foi um robô. Uma máquina de matar. Sempre focado, sempre... perfeito. E por muito tempo foi o meu orgulho. Estava certo de que você seria um líder tão bom quanto eu e Elizabeth fomos. No entanto, comecei a perceber que você não tinha fraquezas. Eliminava companheiros sem um fio de piedade. Porque era o certo, era seu dever. No início, aceitei. Eliminar os traidores era o correto, independente de a pessoa em questão ser alguém a quem confiávamos. Mas então você começou a matar porque achava que as atitudes deles levaria à traição. E isso é um terrorismo não usual dos %Lord%.”
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  Visualizei os companheiros a quem matei durante o pós-missão, quando eles saíam para se envolver com prostitutas e voltavam com mulheres e a ideia de terem uma família. Família nada mais é do que fraqueza e motivo para trair. Não hesitava em tirar-lhes a vida. O clã sempre em primeiro lugar.
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  – Quando soubemos que você não havia matado a %Yard%, um fio de esperança surgiu em nossas vidas. Foi um grande baque saber que você resistira ao sentimento e se entregara à moça tão facilmente.
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  – Por que não me falaram antes? – pergunto nervoso. Ele olha para mim surpreso. – Por que não me disseram que concordavam com o que eu estava sentindo?
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  – Queríamos que se virasse sozinho.
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  – Sequer demonstraram apoio. Eu fiquei o tempo inteiro pensando nas vidas que seriam tiradas caso eu ficasse com ela. – eu estava descontrolado. O que o amor havia feito comigo? Eu não conseguia controla-lo, Martin sabia disso e se mantinha calado para me ouvir. Ele estava disposto a isso. – Eu pensei na decepção que o senhor sentiria por ver seu herdeiro, seu único herdeiro vacilar contra a maior regra que o senhor mesmo ensinou! – falei mais alto.
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  Seu silêncio e sua tranquilidade me deixavam louco.
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  – Se eu soubesse... se eu soubesse que... mas que merda, Martin! – dou um soco na cama.
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  – Sinto muito, %Lucas%.
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  – Não, não sente.
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  – Sinto.
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  – Quer saber? Dane–se. – falo irado. – Ela já está a milhas daqui em algum lugar do mundo com Bornighan. E eu não me importo mais. Escolhi viver sem ela e é assim que vai ser.
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  – Isso é errado.
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  – Mas foi o que decidi. – o corto autoritário. – Vou agir da maneira que me ensinou desde que nasci. E não vou ignorar minhas raízes. – falo mais para mim mesmo do que para ele.
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  – Achei que fosse mais sensato. Estou definitivamente decepcionado com você, %Lucas%.
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  – MAS QUE PORRA! – berro. – TUDO O QUE FAÇO É MOTIVO DE DECEPÇÃO! SE QUERIA QUE SENTISSE AMOR, POR QUE NÃO ME ENSINOU? A CULPA É SUA! FOI VOCÊ QUEM ME ENSINOU A SER ASSIM! – eu estava puto da vida e tudo o que vinha em minha cabeça era que a culpa era de Martin. A culpa era toda dele.
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  O vi se levantar calmo.
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  – Quando quiser tê-la de volta, me avise. Estarei pronto para ataca-los. – ele diz mantendo a calma. Eu respirava fundo e forte. – Sei que não vai sobreviver muito tempo sem a garota. É viciante, este sentimento. – ele se dirigia para a porta. – Uma vez sentido, é impossível se ver livre dele. Sei que pareço entender do assunto, mas não entendo. Porém, é impossível não saber o que o amor causa nas pessoas. Espero que você sinta falta dele e faça o que é certo para você. – e sai do quarto fechando a porta atrás de si.
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  Fecho os olhos numa expressão de dor. Todas as dores que nunca imaginei sentir, estava sentindo naquele momento. Todos os sentimentos que diziam ser bom, estavam sendo ruins para mim. Saudade, paixão, amor, dependência. Eu decidira viver sem ela. Sem ela, iria viver.
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  Já por quanto tempo, eu não sabia dizer.
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  O dia que se seguiu foi bem cinzento. E não era porque eu estava desanimado pela ida de %Victoria%, mas sim porque o tempo estava realmente fechado. Logo que Martin saiu do quarto e os ouvi indo embora no barulhento jipe, pude dar atenção à paisagem externa. Estava um vento forte, indicando que vinha por aí uma tempestade.
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  Tomo um banho e coloco uma roupa qualquer apenas para ficar em casa. Eu estava de férias e férias para os mortais normais significava relaxar. Por mais que no momento eu não conseguisse relaxar, eu relaxaria, de uma maneira ou de outra. Desci as escadas e encontrei com Jared e Connor.
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  – Como está? – o último me olha curioso.
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  – Não estou deprimido, se é isso o que te perturba.
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  Ele se mantém calado perante minha resposta. Me sento e sou servido de um almoço preparado por Jared. Levanto uma sobrancelha e o olho desconfiado.
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  – Se acha que vou perder meu tempo tentando te animar com remédios escondidos no alimento, vá tirar seu cavalo da chuva, %Lord%. – diz sério, continuo com a mesma cara e ele revira os olhos. – Eu não transei ainda com Jacqueline e fiz uma higiene das mãos redobrada para cozinhar.
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  Fora o suficiente.
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  Comecei a me alimentar sobre os resmungos de Louvre e as risadas de Connor. A TV é ligada e a notícia principal aparecera.
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  – ... De acordo com informantes interno, a garota era mantida escondida numa ilha da Indonésia. – desviei meus olhos para a televisão. – %Victoria% %Yard% será levada para realizar alguns exames de rotina e então voltará a comandar os negócios da família. Ela passa bem e agora é mantida sobre proteção 24 horas. Jullie Bougver para a ABC News.
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  Sem perceber, eu olhava sério para a TV e parara de comer. Ela é desligada, mas meu olhar se mantinha agora na quina da bancada.
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  – Eles não perdem tempo mesmo. – Marc diz irônico. – Ou Bornighan não perde. Ele quer mesmo te ver na fossa, %Lord%.
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  – Ele terá de fazer muito mais para que isso aconteça. – falo, continuando a comer.
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  – E o que vai fazer?
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  – Nada.
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  – Nada?
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  – Nada.
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  Ficamos calados. Sinto a troca de olhares de meus dois companheiros e então a cabeça de Louvre ser balançada em negação.
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  – Tenho uma missão em Nebrasca essa semana. Se quiser...
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  – Pare de se preocupar comigo. – o corto sério. – Não preciso de ninguém para cuidar de mim.
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  – Pare de agir como um dependente então.
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  O olho nervoso, jogando o talher no prato, causando um alto tilintar no ambiente.
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  – Desde quando tenho agido como um dependente?
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  – Desde que %Yard% foi embora.
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  – Não faz nem 24 horas que ela se foi e já tenho uma imagem de fraco? – me levanto, jogando o prato quase vazio na pia.
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  – Para você ver como está sua situação. – Jared me olha calmo. Murmuro um "Vá se foder" e saio da cozinha. Eu sequer os vi direito, eles não têm o direito de me julgar.
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  Uma semana se passou e eu estava começando a me sentir entediado, ou melhor, eu já estava em puro tédio.
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  Aproveitei o tempo de sobra para me dedicar ao meu físico. Corria todas as manhãs, treinava à tarde, trabalhava meu tiro à noite. Marc e eu, apesar de continuarmos hospedando ali, não nos comunicávamos ou porque eu não estava, ou porque ele estava se divertindo com Gabrielle, uma de suas garotas que havia se salvo, graças à uma viagem que fez para visitar sua família no Brasil. A orientação que sempre passava àquelas que sairia para fazer uma visita, era sumir do mapa e não ter acesso a nenhuma rede social ou aparelho tecnológico. Descobriu sua sobrevivência quando ela o ligou de um número público, desesperada após descobrir o extermínio das colegas. Imediatamente ele providenciou um helicóptero e foi busca-la, voltando cinco dias depois com a mulher.
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  Por mais que eu tentasse manter meus pensamentos longe de %Yard%, era impossível não me flagrar imaginando como ela estaria no momento. Sempre que isso acontecia, balançava a cabeça e espantava todos os pensamentos para longe. Como no mundo a palavra paz não podia, por decreto algum ser realizada, a minha principalmente, o inferno começara a me ligar dizendo que estava quente demais lá em baixo e que eu estava a tempo demais no paraíso.
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  Gabrielle queria ir para Paris a fim de fazer compras, porém, eu e Marc havíamos assuntos a tratar agora que Bornighan se mantivera sigiloso e Louvre avisara que Strudel estava com plano para ambos os clãs. Marc, com seu bom–coração ou apenas afim de fazer um agrado à namorada, a mandou com três seguranças especiais junto. A garota ficaria sozinha durante dois dias na cidade do amor para as compras.
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  – Ela mal se foi e já sinto falta de seus peitos. – ele ri se sentando assim que fechara a porta. O continuo olhando sério. – Mas que cara...
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  – É a única que tenho.
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  – Já teve expressões melhores.
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  Fico calado. Ele se senta.
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  – Qual é a pior?
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  – Strudel planeja minha morte e de Victor.
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  – Não é novidade. – ele se encosta na poltrona sorrindo.
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  – Strudel já tem o equipamento e a equipe.
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  – Isso é novidade. – ele torna a desencostar e me olha mais interessado. – Onde ele conseguiu?
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  – Parece que sua ida à América Latina para procurar terrenos para suas empresas multinacionais não era exatamente o que ele planejava. Praticamente todos estão com ele. E você sabe como os latinos são baderneiros, não conseguem evitar um burburinho. – digo jogando uma pasta com as informações de todos os grupos aliados. – Os caras são tipo os Perkins, só que piores.
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  – E o que estão planejando exatamente?
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  – É isso o que não sabemos.
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  – Strudel de merda. Se manteve em cima do muro por todo esse tempo.
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  – Era de se esperar uma atitude dessa.
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  – Era mesmo. Bom, podemos ir até os Estados Unidos e matar todos, o que acha?
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  – Sugestivo. Mas tenho uma ideia melhor.
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  – E qual seria?
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  – Vamos espera-los atacar os Bornighan, é óbvio que eles são mais fracos que nós, apesar de toda essa tecnologia que eles dizem ter, e é claro que eles vão nos atacar em segundo lugar. Devem estar preparando uma boa para nós. Assim que atacarem, estaremos pronto para contra-ataca-los e, de quebra, conseguir suas ações.
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  Marc sorri.
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  – Você é um cara inteligente.
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  Sorrio. Passamos horas imaginando o tal plano arquitetado de Strudel e formando estratégias não-oficiais para mata-los. Então o telefone toca. Era Gabrielle avisando que já estava em Paris. Marc passa parte do tempo conversando com ela enquanto eu olhava concentrado para a planta da casa de veraneio de Strudel, até ouvir um berro. Desvio rapidamente minha atenção para Marc, que berrava no telefone e então se calara. Estava lívido e chocado. Seu pescoço e rosto vermelhos, as mãos grudadas no telefone com os nós nos dedos chegando à brancura. Os olhos arregalados e os dentes se rangendo. Me levanto e vou até ele. Demora um tempo até ele apenas soltar o telefone, o deixando cair no chão.
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  O fico olhando curioso, esperando que ele dissesse alguma coisa. E realmente disse. Olhou para mim e murmurou:
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  – Victor Bornighan é um homem morto.
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  Fico sério. Ele não se movera um músculo e olhava fixamente para um ponto qualquer da parede em nosso lado, provavelmente planejando algo para matar Victor da maneira mais fria, dolorosa e cruel.
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  – Ele a matou. – ele apenas diz um tempo depois. Foi impossível não arregalar os olhos surpreso. – Está nos observando. Viu a oportunidade e matou Gabrielle.
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  O telefone toca novamente, desta vez, o meu. Vejo o nome de Louvre no visor.
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  – AQUELE FILHO DA PUTA DO BORNIGHAN—
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  – Matou Jacqueline.
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  – ELE MATOU—como é que você sabe?
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  – Ele acabou de matar a garota de Marc.
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  – Marc estava com uma garota? O que diabos vocês dois estão fazendo aí?
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  Me mantenho de boca fechada e escolho ativar o viva-voz.
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  – Aquele filho da puta aproveitou um lampejo de segundo em que Jacqueline foi ao toiellete e a matou. Matou a minha mulher!
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  Vejo o olhar de Marc procurar o meu. Seu rosto ainda estava lívido e ele mal conseguia falar. As pontas de seus dedos estavam quase roxas, tamanha força que apertava o aparelho celular.
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  – No final das contas, a culpa não era de %Yard%.
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  – Nunca foi.
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  – Eu vou mata-lo.
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  – Tem todo o meu apoio. – Marc quem respondeu.
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  – Não. Eu irei mata-lo. Irei mata-lo com minhas próprias mãos.
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  – Entre na fila. – eu digo.
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  – Poderíamos decapitá-lo em três e então esfaquear as três partes até nos sentirmos vingados. – Marc diz, olhando para o teto com os olhos brilhando em sede de matar.
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  Não respondo. Finalmente me senti vivo. Finalmente senti a adrenalina correta, aquela que me faz amar o meu trabalho, gostar de ver as pessoas sofrerem.
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  Eu queria, sim, viver, Martin. Eu viveria para matar Victor Bornighan. E ao meu lado eu teria dois homens-bombas com sede de vingança. E não há nada melhor do que homens com vontade de matar ao lado.
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  – Temos que saber à que altura do plano ele está. Temos que observar Strudel—
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  – Que se dane a porra desses baderneiros! – Louvre me cortou aos berros.
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  – Jared, volte à realidade.
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  – Jared, eu não sei, mas eu estou sendo bem realista. – Marc me olhou. – Minha realidade sempre foi querer matar Bornighan. Deixei passar por ordens suas e do chefe, mas ele parece querer morrer de qualquer maneira. – ele sorri de uma maneira macabra. – Vou mata-lo. Arrume suas malas, %Lord%, voltaremos amanhã para a Normandia.
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  Sem dizer mais nada, ele se vira, subindo as escadas rapidamente e se trancando em seu quarto.
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  – Quem diabos era essa Gabriella? – Jared pergunta, calmo e chocado.
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  Abri um pequeno sorriso. Não conseguia responder à pergunta de Jared, mas tinha certeza de uma coisa:
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  Victor Bornighan cavou sua própria cova, e eu seria o primeiro a enterrá-lo.
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  – Ele está fora de si. – Marc diz, nos primeiros quinze minutos ao ter Jared se reunindo conosco  na Normandia. – Está louco.
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  – Sei que está. – concordo. Estávamos numa picape indo direto para minha casa, onde haveria uma reunião com nossos líderes e integrantes mais importantes dos clãs, obviamente. – Não é ótimo?
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  – Como você aguentou esse tranco, hein, Connor? – Louvre agora falava conosco. – Saber que sua mulher foi assassinada. Com você ao telefone? Bem debaixo do seu nariz? Sem poder fazer absolutamente nada?
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  Vi Marc ficar sério. Desviar o assunto para Louvre não significava que ele havia esquecido de “sua Gabrielle”. Ainda não sei o que aquela mulher tinha, mas podia arriscar, valendo minha vida, que desde sua morte, Marc não se envolveu com nenhuma outra, e isso, sim, era uma novidade. Vi em seus olhos que ele odiava quando tocavam neste assunto, pois era o único assunto em que ele fraquejava sem ao menos perceber.
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  – Me diga? Por que não foi até Bornighan e o matou? Quem sabe assim minhas garotas estariam vivas e %Yard% continuasse com %Lord%.
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  Fico calado. Ele estava bêbado. E falando sério, Louvre bêbado não se podia ser levado a sério.
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  – Tinha outras coisas mais importantes a fazer, Jared.
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  – Bobagem. – ele ria. – Isso queria dizer que ela não era tão importante ass...
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  Foi o suficiente para ativar o modo de fúria de Connor, pois este se levantou de onde estava dentro do automóvel e pulou para cima de Louvre, pegando em seu colarinho. Imediatamente parei o carro e deixei que os dois saísse do carro e trocassem vários socos. Observei, tranquilo, ambos se jogarem para cima do outro pela raiva. Encostei no carro e cruzei meus braços, vendo-os brigar até ficarem sem fôlego.
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  – Não diga que ela não era importante, Jared! Sei que está bêbado, mas posso fingir estar fora de mim e meter um tiro nessa sua boca grande.
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  – Vá em frente. – Louvre ri.
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  – Connor. – digo sério o fazendo soltar Jared e se sentar na grama. – Você é provocado muito fácil.
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  – Não é a provocação, %Lord%, sabe disso. É o assunto.
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  – E você, %Lucas%? – suspiro, esperando pelo pior. – Não fica com vontade de mata-lo só de pensar em imaginar Victor transando com %Victoria%? Ela gemendo o nome dele, ele a beijando e a possuindo?
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  Não, eu não pensara naquilo. Até agora. Pode ser que tenha passado algo pela minha cabeça, mas nada que me fizesse ficar tão sério quanto o momento.
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  – Obrigado por me fazer imaginar, Jared.
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  – Vocês são dois frouxos. – ele ri. – Suas garotas morrem e são comidas por Bornighan e vocês não mexem um músculo. Você deu sua garota de bandeja para ele, %Lord%, é um covarde.
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  – E o que você pretende fazer? – Connor o olha com ar superior. – Bêbado desse jeito. Matar ele a machadadas? Será morto antes de sequer tentar!
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  – Se houver um machado no meu lado e um Bornighan na minha frente, será a machadadas que ele irá morrer. Salute! – ele levanta a taça de champanhe e, em um gole, termina com ele, o tacando num canto e pegando a garrafa em seguida.
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  Eu e Marc nos entreolhamos. Jared seria um problema ao chegarmos no castelo. Seu clã, e principalmente sua mãe, iria nos matar.
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  – E vocês sequer tentaram evitar esse desastre! – a mulher dizia abraçando Jared, que agora fazia drama dizendo coisas como "ele a tirou de mim", "ela não vai voltar" ou "Deus, me leve com ela". – Olhe só para ele! Quem era essa garota, afinal?
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  – Bornighan a matou. – digo sério, como se não fosse nada demais, surpreendendo a todos na sala.
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  – Bornighan? – Martin me olha sério. Concordo. – Então parece que ele ainda está afim de nos prejudicar.
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  – Vamos dizer que %Lucas% deixara uma marca bem feia no coração de Victor. – Connor dá uma risada tentando dissipar a tensão. – Ouvi dizer que %Yard% o chutou.
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  – Sim, o chutou. – o pai de Louvre olha sério para mim. – E Victor Bornighan o culpa por isso, %Lucas%.
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  – Não é minha culpa se ele não é bom o bastante para ela. – respondo.
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  – Bom, ele não parece pensar a mesma coisa. – a mãe de Jared diz séria. – Está matando todos que têm a ver conosco. E ainda há esse problema de Strudel. Dois clãs querendo nos ver mortos e agindo ao mesmo tempo não é uma boa notícia.
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  – Digamos que ele está na mesma situação que a nossa, Gertrude. – Kamilla diz, tomando partido do nosso clã. – Se %Victoria% %Yard% não corresponde a Victor Bornighan, %Lucas% %Lord% não tem nada a ver com isso. Ele a entregou para o próprio Victor sem aclamações, se ela o chutou, é porque realmente não tem interesse nele.
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  Nada mais disseram. Kamilla era a mulher mais fria e leal ao nosso clã do mundo. Podia ser o que quisesse, mas não podiam mexer com seu único herdeiro, ou seja, eu.
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  – Então, o que faremos? – o líder dos Louvre pergunta.
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  – Vamos matar o maldito do Bornighan! Eu vou fazer picadinho dele! – o filho diz em seu estado não–lúcido. Seu pai o olha nervoso.
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  – Tire-o daqui e faça com que ele volte à sobriedade.
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  Dois subordinados de seu clã o levam, que é carregado aos gritos, jurando morte ao nosso inimigo em comum.
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  – Não podemos ficar parados num momento como esse. – o líder continua assim que filho fora tirado da sala. – Se continuarmos dessa maneira, seremos alvo fácil para os Bornighan e os inúteis dos Strudel.
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  – Vamos acabar com Strudel primeiro. – meu pai diz sério. – Eles estão apenas nos dando trabalho e na hora de acertar as contas com Bornighan, o que menos quero é pessoas se achando assassinos entrar no meio da reunião.
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  Todos pareceram concordar com ele.
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  – Chame Perkins e mande-os acabar com os Strudel, pelo que conversei com Nicolas Perkins, ele conhece os líderes de alguns dos clãs aliados de Strudel e dará um jeito de trazê-los para nós.
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  Mais concordância.
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  – Dou um mês para acabarmos com eles. Nesse um mês espero que vocês juntem forças o suficiente para a tal guerra que se aproxima com Bornighan. Eles não estão se importando com Strudel, mas podemos tirar proveito deles, então é neles que começaremos.
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  E assunto encerrado. Vinte minutos depois, estávamos apenas eu e meu clã na sala.
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  – Victor Bornighan me ligou esta manhã. – Martin diz sério.
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  O olho sem uma expressão definida.
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  – Me informou sobre a morte da garota de Louvre. E acrescentou de que se você se aproximar da garota %Yard%, ele a mata.
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  Sorrio, gostando da ameaça. Victor era um cara inteligente. Sabia que eu não conseguia negar um desafio.
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  – %Lucas%. – Kamilla me fala receosa, a olho. – Sei que essa garota é importante para você. Não quero que se intrometa em assunto que não é seu...
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  – Se tem ela no meio, é assunto meu. – digo sério. Kamilla concorda com a cabeça.
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  – Só quero dizer que talvez ela esteja correndo mais risco jogada no mundo do que com você, então faça a coisa certa.
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  – Vou pegá-la de volta. – falo decidido. Vejo um sorriso se abrir nos lábios de ambos.
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  – Qual é o plano? – Martin pergunta.
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  – Irei sozinho. – falo fazendo com que seus sorrisos diminuam, eles abrem a boca. – Ela é assunto meu. – repito. – Não de vocês.
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  – %Lucas%, você é nosso herdeiro...
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  – E está na hora de me deixarem agir como meu próprio líder.
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  Ambos se entreolham.
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  – Bem... Faça o que achar que é certo. – Martin diz confiante. – Qualquer coisa, estaremos aqui.
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  Concordo com a cabeça e saio da sala. Abro um pequeno sorriso.
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  É hora do show.
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