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História NÃO RECOMENDADA PARA MENORES ou PESSOAS SENSÍVEIS.

Esta história pode conter descrições (explícitas) de sexo, violência; palavras de baixo calão, linguagem imprópria. PODE CONTER GATILHOS

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Weak

Escrita porNatashia Kitamura
Revisada por Natashia Kitamura

Capítulo 12

Tempo estimado de leitura: 34 minutos

  Maldita hora em que resolvemos acabar com todos os meios de contato que possuíamos. Meu nervosismo e minha ansiedade ultrapassavam a linha da minha sanidade e me fazia com que saísse do controle. Corri para o hotel em que estava, onde fechei a conta e corri o mais rápido que podia para chegar ao aeroporto. Correr é um modo de falar, não fui propriamente com os pés, e sim com o automóvel.
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  E o mundo parecia estar contra mim naquele momento. O próximo voo para Indonésia seria em apenas em oito horas. Oito malditas horas. Corri até o setor de aviões privados e perguntei se o de Connor ainda estaria lá. Não estava. Mas que inferno. Sentei exausto numa das cadeiras que havia lá e comecei a pensar. Não era tão difícil assim chegar na Indonésia. %Lucas% %Lord% consegue tudo o que quer, quando quiser, no momento em que quiser. Me levanto e sigo até o próximo telefone público que avistei. Um helicóptero vinha para me levar até o aeroporto de Madri, onde estava localizado meu avião. Preciso fazer com que providenciem um jato em Lisboa. Ou que as empresas aéreas deem mais atenção às ilhas da Indonésia.
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  Menos de cinco horas depois, respiro aliviado ao entrar em meu avião, onde aeromoças me tratavam como um rei. Precisava relaxar. Um relaxar diferente do que eu estava acostumado. Pedi que elas me dessem privacidade para tentar descansar. Fechei os olhos e respirei fundo.
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  Como sempre, minha mente manteve-se alerta e pensativa, elaborando estratégias e possíveis atitudes que eu teria de tomar assim que o avião pousasse na ilha. Uma tempestade vinha em frente, acompanhado de trovões e furacões. Um tipo de tempestade que não passaria com o tempo; passaria somente com o extermínio de um clã. O mundo estaria entrando na Terceira Guerra Mundial e não saberiam o porquê. O mundo, na verdade, nunca sabia de muito. O tipo de coisa que acontece na penumbra vai além da imaginação do ser humano comum. Com o que estava por vir, era provável que muita gente inocente iria morrer. Eu, como sempre, não me importava com as vidas alheias; não arrisco minha vida por nenhuma delas. No entanto, dessa vez, senti que havia uma na qual me preocupava.
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  Era exatamente por conta dessa vida que eu estava nessa droga de avião.
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  Consegui dormir por cerca de quatro horas, minutos antes do avião pousar. Meu subconsciente era bem treinado para despertar no momento certo. Levantei, certo do que faria em seguida, e me dirigi para fora do avião, onde um helicóptero me esperava ligado para me levar à ilha em que estávamos.
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  – Connor já voltou? – pergunto para o piloto, que prestava atenção no painel de controle.
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  – Não senhor.
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  – Alguém suspeito?
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  – Não senhor.
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  Não digo mais nada. Olho para fora, onde já estava escuro e era extremamente perigoso voar de helicóptero a essa hora da noite. Porém, os pilotos contratados pela minha família recebiam um tratamento especial. Eles tinham de saber pilotar em qualquer situação. Nem que tivesse de passar por uma baita tempestade, eles tinham de nos entregar vivos ao ponto onde deveríamos chegar. Exatamente por esse motivo que não demoramos mais de meia–hora para estar pousando no heliporto da minúscula ilha. O jipe já estava lá para me levar para casa. Mais quinze minutos e eu adentrava correndo, assustando a empregada.
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  – Senhor %Lord%!
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  – Onde estão os hóspedes? – pergunto friamente.
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  – Saíram. – ela dizia em seu sotaque extremamente esquisito.
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  – Saíram para onde? – pergunto nervoso. Ela dá um pequeno pulo assustada e fala:
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  – O homem disse ir para pedras.
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  Jared, seu filho de uma puta.
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  Desde que levara Louvre ali pela primeira vez há três anos com sua trilhonésima namorada, ele descobrira um lugar perfeito para se transar com ela e as outras garotas que traria em seguida. Era à beira–mar, um local lotado de pedras enormes que formavam uma cama, confortáveis o suficiente para se deitar e rolar. Pego o jipe eu mesmo e sigo para o local. Não surpreso, logo vejo %Victoria% voltando a pé. Olha surpresa para mim.
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  – O que faz aqui?
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  – Pergunto o mesmo para você. – digo frio. Vejo seu semblante mudar do surpreso, para um mais sério, sugerindo que não gostou nada do meu tom de voz. Mas eu não estava lá um cara de palavras doces. – Onde está Jared?
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  – Com Jacqueline.
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  – É mesmo? – digo irônico. Ela carranca. – Entre no carro.
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  – Posso ir andando para casa, quero tomar um banho...
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  – Entre no carro. – repito a cortando. Ela me olha séria.
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  – Não.
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  – Não estou a fim de brincar agora, %Victoria%. Faça o que eu estou pedindo. – digo exausto. Estava realmente exausto e, claro, isso não passou despercebido pelos olhos da %Yard%.
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  – Você disse que não havia perigo em andar livre por aqui.
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  – Não havia. Agora há. Anda.
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  Sem discutir, ela dá a volta no carro e entra no lado passageiro, se mantendo calada. Acelero indo em direção às pedras, onde avisto o carro que Jared estava usando. Buzino forte para que depois de 10 minutos, o casal pornográfico apareçam enrolados em alguns panos.
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  – Mas que diabos você está fazendo aqui? – Jared pergunta vindo até meu lado do carro.
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  – Preciso falar com você, vamos para casa.
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  – O quê? Agora?
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  – Você pode transar com ela depois, anda, é urgente.
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  Louvre bufa e segue para o jipe dele com Jacqueline, dou ré e volto para a estrada, acelerando para casa.
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  – Aconteceu alguma coisa? – %Victoria% me olhava curiosa.
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  – Quero ter uma conversa com você mais tarde. – digo sério. A vejo engolir seco. Nada mais falamos até chegar em casa, onde saímos do carro e nem olhamos para a cara um do outro. Ela seguiu direto para o quarto e eu para o escritório, onde Jared entra minutos depois.
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  – O que tá acontecendo? Cadê o Connor? – ele se senta numa cadeira.
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  – Victor está atrás de %Victoria%. – ignoro as perguntas dele e me mantenho em pé, o olhando sério. Ele ri.
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  – Isso já sabemos, ele está atrás de todas...
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  – Não. – o corto. – Ele quer somente %Victoria%.
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  Connor endireita sua postura, visivelmente mais atento ao que digo.
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  – Explique.
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  – Jennifer disse que ele é apaixonado por ela. – falo sério.
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  – Como é que é? – ele parecia estar se divertindo com a notícia, reviro os olhos. – Peraí. Bornighan está fazendo essa cena toda porque ama %Yard%?
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  Me mantenho calado de forma que confirmo o que ele havia entendido. Ouço a risada alta dele e levanto uma sobrancelha.
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  – Qual é a graça? – pergunto seco.
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  – %Lord%! Você não está vendo? – Ele se levanta rápido. – Estamos com o ouro em nossas mãos! Enquanto estivermos com %Yard%, Bornighan não se atreverá a nos matar!
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  – E quando é que você começou a se importar em viver?
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  – Oras, digamos que nunca quis morrer. – ele volta a se sentar. – Escuta, %Lord%, estamos com a peça–chave. Tudo o que precisamos fazer é criar um acordo com Bornighan e pronto!
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  – Não. – digo rapidamente, o deixando surpreso. Não havia o que falar. – Não. – repito.
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  – Como... ah... – ele de sério, passa a uma expressão surpresa e divertida. – Você se apaixonou.
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  Não respondo, nem o contradigo. Eu não havia aceitado até então. %Victoria% era mais do que uma mulher descartável, isso eu já havia percebido. No entanto, para uma pessoa que nunca sequer experimentou algo próximo do amor, não foi nada fácil acostumar com a ideia e aceita-la. Aceitar significava que eu tinha um ponto fraco, e %Lucas% %Lord% nunca tinha um ponto fraco.
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  Tive, ainda, um comichão para negar a afirmação de Louvre, mas, perante a situação em que estava, se eu negasse, ele entregaria %Victoria% de bandeja para Victor.
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  Sua risada me tira dos pensamentos. Vejo estremecer de tanto rir.
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  – Não estou achando graça...
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  – Eu não acredito! %Lucas% %Lord% apaixonado! Haha, essa é boa! Se não fosse tão perigoso, eu definitivamente postaria em uma rede social.
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  – Cale a boca.
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  – Certo. Então me diga, %Lord%. O que pretende fazer?
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  – Matar Victor.
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  – É uma boa opção. – Marc concorda com a cabeça. – Já pensou em como?
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  – Não.
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  Nos mantemos em silêncio.
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  – Olha %Lord% – ele começa a falar –, somos amigos. – ele afirma. Me mantenho calado. – Sabe que sempre apoiamos uns aos outros e tal. Você e Louvre são as únicas pessoas que confio na vida. Nem meus pais eu tenho essa confiança. – ergo uma sobrancelha, para que ele fosse logo ao ponto, mas, como sempre, Jared gostava de falar. – Mas veja nossa situação. Você pode acabar com essa guerra agora mesmo. – ele se levanta e vem até mim. – Ou esperar pelo pior.
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  Nada digo, fico olhando para seu rosto, porém pensando nas possibilidades. Com ou sem %Victoria%? Era melhor que eu entregasse ela e acabasse com tudo isso. Da maneira como sempre fazia em situações difíceis, parei para pensar. Avaliei minhas alternativas e reavaliei meus sentimentos. %Victoria% era tão importante assim? O que mudaria com ela em minha vida? Se permanecesse, a guerra entre os clãs poderia durar meses, talvez até anos. Valia a pena?
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  – Você está encrencado, %Lucas%. – o ouço continuar. – Vou estar do seu lado, sabe que vou. Mas saiba que, se Jacqueline morrer, mato %Victoria%. – meus olhos voltaram do transe e enxergavam Louvre com uma expressão fria. O olho sério. – Você mata a minha, eu mato a sua. Estamos quites. – olho em seus olhos e vejo que ele falava sério. – A escolha é sua. Não ligo de matar alguns, principalmente daquele lado. Quero a vingança de minhas garotas. Mas eu tenho uma aqui, viva e comigo. – ele agora falava mais baixo. – Se ela morrer, não importa se é meu amigo ou não. Eu mato %Yard%.
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  A frieza de nossos olhares era pior do que viver pelado na Antártida. Isso era a nossa amizade. Deixávamos claro nossas decisões, não deixando de apoiar ao outro.
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  – É melhor pensar bem e pensar rápido. – ele volta a sorrir, se afastando de mim e indo em direção a porta. – Acho que não temos muito tempo, Victor já deve estar sabendo nosso paradeiro. Connor mandou um recado para a torre de contato essa manhã, disse que chega hoje de madrugada com equipamentos. Espero que até o amanhecer você já tenha tomado sua decisão, %Lord%. Até amanhã. – ele sai e fecha a porta atrás de si. Fecho os olhos e respiro fundo. Essa posição de vítima era nova para mim. Eu nunca, antes, precisei estar em uma situação em que arriscaria mais do que tinha controle. Vidas era como objetos, poderiam ser substituídas por outras. Porém, aparentemente, não a de %Yard%.
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  Passo mais uma hora no escritório, pensando sobre todas as situações, possibilidades, riscos e planos. A coisa era fácil. Eu entregava %Victoria% em troca de Bornighan parar com toda aquela palhaçada. E a via ficar nos braços dele.
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  Suspiro e sigo para a porta, indo em direção ao meu quarto com ela. Ao entrar, a vejo lendo um livro. Desvia seu olhar para mim.
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  – Parece exausto. – comenta.
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  – Estou exausto. – concordo parado na porta.
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  – Então vem dormir. – ela sorri carinhosa. Fico parado apenas a observando. Algo em meu estômago se remexe e garanto que não era a fome. Ela percebe minha seriedade e me olha com preocupação. – O que foi? – pergunta singela.
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  – O que você tem com Victor Bornighan? – vou direto ao assunto. A vejo mudar sua expressão calma para uma mais séria. Desvia seu olhar do meu e passa a encarar a parede a frente.
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  – Nada.
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  – Não parece. – falo friamente. Ela suspira.
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  – Qual a importância?
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  – Ele está matando metade do mundo por causa de você. E não estou sendo metafórico. – digo rapidamente a fazendo com que olhasse para mim surpresa.
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  – Como?
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  – Sei que me ouviu bem.
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  – Ele não... – e se interrompe, apertando os lábios e olhando os lençóis.
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  – O que tem com ele? – volto a perguntar. Demora um tempo para ela responder.
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  – Ele me ama. Mas não o amo. Meu pai havia prometido minha mão a ele. – ela fala amargurada. – Eu não queria. Ele sempre vinha com frases doces e presentes caros, mas nada importava para mim. Eu odiava tudo aquilo. Odiava saber que eu era mais uma peça no jogo da família dele e a minha. Mas meus pais me disseram que essa era uma união extremamente importante para a segurança da minha família. Quando todos foram mortos, me senti péssima, é claro. Contudo, aquela parte de mim aprisionada sobre as responsabilidades da minha família se sentiu livre.
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  Me mantive parado na soleira da porta ouvindo tudo o que ela tinha para falar.
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  – Na época, ele prometeu ser um bom marido, mas não queria me casar com ele. Disse que me faria mudar de ideia, mas não conseguiu. Sempre deixei claro que não queria nada com ele. Não sei por que ele está fazendo isso..
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  – Porque te ama. – a corto rude. Ela me olha assustada.
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  – Achei que pessoas como vocês não amassem.
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  Eu também. Ele pensou, mas não comentou nada.
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  – Você sabia que somos inimigos mortais? – perguntei-lhe.
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  Ela arregala os olhos.
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  – N–não.
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  – Pois somos. E ele aparentemente agora me quer ver morto mais do que tudo na vida. Existe uma pequena diferença entre sermos inimigos mortais e agirmos conforme o jogo, e sermos inimigos mortais com sede de vingança.
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  A vejo ficar boquiaberta.
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  – Eu... eu não...
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  – Sei que não sabia disso. Ele não deve ter lhe contado muito sobre sua... vida. – digo, vendo-a engolir seco. – Por que ele não estava com você no natal?
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  – Não sei. Para ser sincera, nunca falei com ele sobre nada. Nunca quis falar com ele. Sei que vivia trancado com meu pai e irmãos no escritório, e com frequência havia pessoas ligadas a ele na casa.
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  – Mas não aquele dia.
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  – Eu lhe pedi para se afastar. Pedi um tempo. Disse que enlouqueceria. – ela suspirou, parecendo exausta só de lembrar de tudo o que passou. Sei que Victor não é um homem fácil, mas nunca imaginei que sua teimosia fosse ser tão ridícula. – Ele estava sempre ao redor, se não próprio, seus funcionários. Eu sequer abria uma porta sozinha, era exaustivo. Cheguei a pensar que instalaram câmeras em meu banheiro. – ergo a sobrancelha, sem dizer-lhe que com certeza Bornighan havia feito aquilo, pois foi o que eu fiz quando ela estava em Dublin sozinha. – Ele disse que voltaria logo após o natal. Queria uma resposta.
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  – Serei sincero com você. – me apoio na porta, o cansaço estava tomando conta de mim, mas não deixei transparecer. – Ele está tentando matar todo meu clã e aliados. Está matando inocentes atrás de você. E não estou afim de fraquejar por causa de uma mulher.
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  Vejo seus lábios tremerem. Eu sabia que estava sendo duro com ela. Eu tinha de ser.
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  – Vou fazer um acordo com ele. Pessoas estão morrendo e não sabem o porquê. Você volta para ele e ele para com essa besteira. – finalizo a fazendo arregalar demasiadamente os olhos.
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  – Você... vai me jogar para ele?
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  – Achei que você fosse mais altruísta, %Victoria%. – provoco-a, sentindo meu peito doer ao ver sua expressão. – Salvar milhões de pessoas deveria estar no seu currículo de boas atitudes.
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  Seu olhar dizia estar com raiva. Ao mesmo tempo, conseguia enxergar certo desespero em seu olhar. Victor deveria ter sido extremamente idiota com ela, para a mulher querer morrer, a ir para seus braços.
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  – Entendo. – ouço sua voz responder, séria.
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  Foi como um soco no estômago. Eu não queria ouvir aquela palavra. Queria vê-la suplicar para ficar comigo. Mas o que mais eu poderia esperar de uma mulher que não tinha medo da morte?
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  – Faça o que for melhor... para o mundo. – ela acrescenta, deixando a frase no ar. Para mim deixou claro de que não era o melhor para ela. Não era para mim também. Esperava que ela soubesse.
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  Desencosto da porta e sigo para o banheiro a fim de tomar um longo e demorado banho quente. Não a encaro e fecho a porta, fechando meus olhos e respirando fundo em seguida. Meu peito me incomodava. Eu não queria admitir nem por decreto que era meu coração reclamando. Tomo meu banho e, quando meus dedos já estavam enrugados, minha pele vermelha por causa da água quente, os vidros embaçados e o vapor tomava conta do banheiro fazendo com que minha visão fosse diminuída, resolvo sair do chuveiro. Enrolo uma toalha na cintura depois que me seco e saio para o quarto. Olho para a cama e via %Victoria% abraçada a um travesseiro, me aproximo silenciosamente e abaixo de frente para ela. Acaricio suas maçãs levemente. Ela deveria estar desapontada. Eu sabia que estava. Eu estava desapontado comigo. Respiro exausto e deposito um beijo em seus lábios.
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  – Me desculpe. – sussurro tão baixo que nem eu mesmo consegui ouvir o que disse. Ela se mexe mas não acorda. Me levanto e coloco uma boxer, indo até meu lado da cama, deitando e antes de adormecer, olho para o lado, rezando para que não fosse a última vez que a visse antes de fechar os olhos para aguardar a chegada do dia seguinte.
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  – Estou sabendo do acontecido. – ouço a voz de Connor assim que entro na cozinha no dia seguinte. Estava sério. Me sento na bancada e pego uma maçã, dando uma mordida e encarando a mesa de mármore em minha frente. – Por que diabos você sempre se mete em confusão? Hein? É como quando estávamos naquele inferno de internato e você botou fogo na ala C. – ele se senta no outro lado da bancada de modo que ficasse de frente para mim. – Já decidiu? Jared me contou o que pretende fazer caso Jacqueline não sobreviva.
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  – Ele não tem que se preocupar com ela. – falo sério. Connor concorda com a cabeça.
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  – Sabia que ia fazer isso. – ele suspira cansado. Balança a cabeça exausto. – Mas que merda, %Lucas%.
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  Nada digo. Continuo comendo minha maçã, ainda encarando a mesa.
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  – Sei que Jared acha que tudo é culpa da %Yard%. – Connor diz mais baixo. – Não sei por que tanto drama com a garota dele, ele sequer a ama. Mas acho que está com inveja. – desvio meu olhar para ele. – Sei que me entendeu. – ele fala sério. – Jared sempre quis se apaixonar.
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  Continuo calado. Sabíamos os três de que Jared sempre fora o mais apegado aos sentimentos. Connor se divertia com eles, então não tinha exatamente tempo para senti-los da maneira como deveria. Porém, ele tivera a vez dele com Catherine. Ela fora morta pelos Bornighan numa missão que ele tivera de fazer. Fora motivo o suficiente dele querer matar Victor com as próprias mãos.
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  – Admito que quando soube que %Yard% era a mulher por quem Victor está apaixonado, pensei em entrar naquele seu quarto e mata-la na mesma hora. – ele diz me olhando, esperando alguma reação. – Só assim estaríamos quites, você sabe. – ele se referia à Catherine. – Então me lembrei que Jared havia dito sobre você estar apaixonado por ela também.
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  Mordo a maçã com mais força. Eu odiava ter de ouvir que estava apaixonado. Era como dizer uma fraqueza ao inimigo de bandeja.
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  – Não acho que deveria devolvê-la. – ele diz sincero e o olho agora surpreso. – Sinceramente, %Lord%, Louvre diz isso porque acha que tudo é culpa dessa sua garota. Mas não tenho certeza que Bornighan irá simplesmente se contentar em recebe-la de volta de mãos beijadas.
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  Eu sabia disso.
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  Devolver %Victoria% a Victor não garantiria a felicidade do homem, porque ela faria da vida dele um inferno. Se ela sentia por ele a repulsa que demonstrou na noite anterior, Victor acharia que eu quem fiz a cabeça dela. Porque Bornighan sempre fora assim, criara mentiras em sua cabeça e acreditava nelas como se fossem verdades.
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  – Faça o que você quiser. – ele diz, suspirando. – Mas acho que está na hora de começar a pensar em você. E nela.
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  Volto a olhar para a mesa calado.
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  – Victor está na Austrália. – ele diz finalmente mais alto. – Planeja vir para cá daqui em um ou dois dias.
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  – Quem falou...
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  – Jared.
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  Respiro fundo.
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  – Ele sabia da sua decisão. Nós te conhecemos, %Lucas%. – ele explicou calmo. – Falou com Bonighan esta manhã.
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  Me mexi, incomodado. Eu simplesmente odiava quando as pessoas agiam às minhas costas, sem antes me consultar. %Victoria% e Victor são problema meu.
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  – O que falou?
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  – Bom, parece que estão para entrar num acordo, mas pelo que entendi, Victor quer fechá-lo pessoalmente. E com você.
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  Era impossível não se sentir intimidado com a expressão que veio a seguir em meu rosto.
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  – Estaremos preparados caso mude de ideia. – ele fala mostrando duas chaves. – Trouxe algumas munições, mas não sei se sairíamos vivos assim tão fácil. Bornighan vem crente que você irá negar %Victoria% a ele.
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  Ouvimos um alto barulho e a porta sendo aberta.
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  – Pegue sua namoradinha, Bornighan está na ilha principal. – Jared diz sério. O olho nervoso. – Desculpe, %Lord%, mas quero acabar com essa história o mais rápido possível. Quero dormir sossegado essa noite, não com uma metralhadora do lado.
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  Aperto os lábios. Eu queria lhe dar um soco bem dado no meio de seu rosto, mas tudo o que faço é levantar e passar por ele, indo até meu quarto. Entro e vejo %Victoria% saindo do banheiro, secando os cabelos num belo vestido amarelo. Me olha séria, chateada, mais propriamente dito. Sim, era possível ver em seus olhos o quão magoada estava.
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  – Pegue suas coisas. – falo seco. Ela arregala levemente os olhos. – Vou te levar até Victor.
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  Permanecemos mais um tempo em silêncio e encarando os olhos um do outro. Vi passar por seus olhos uma súplica de que eu não fizesse o que estava para fazer. Ela não queria ir. Talvez não pelo fato de não querer me deixar, mas sim por não querer ficar com Victor. Provavelmente a ação faria com que sua vida antiga voltasse, e, pelo que vi, %Victoria% é uma mulher que quer voar.
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  Tenho certeza que, também, ela pode ver em meus olhos que eu não queria deixa-la ir de verdade, mas sempre aprendi a colocar o meu clã em primeiro lugar. Eu jamais trairia o meu clã.
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  – Você tem dez minutos para estar lá em baixo. – resolvo acabar logo com todo aquele sofrimento de ambos os lados e saio do quarto, fechando a porta logo atrás de mim.
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  Encosto na parede ao lado da porta e fecho os olhos. Era por isso que pessoas como eu não deveriam sentir aquilo que pessoas com um trabalho normal e uma vida normal sentiam. Eu não sabia lidar com todo aquele carinho. E por mais que eu gostasse de recebê–lo, eu não poderia oferecê–lo da mesma maneira. Principalmente para %Victoria%.
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  Desço as escadas lentamente e vejo Connor e Louvre a minha espera no Hall. Jacqueline acompanhava Marc, que me olhava sério.
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  – Olha %Lord%, eu sinto muito..
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  – Não sinta. – o corto seco. Nada mais é dito. Eu odiava palavras de conforto num momento em que elas não fariam efeito algum. Poupe–me os momentos de emoção. Eu já estava com emoção demais para lidar. Ouvimos passos lentos depois de alguns minutos e Connor corre para ajudar %Victoria% com as malas. Não me movo. Eu não estava disposto a encará–la. Era doloroso demais para mim. Vê–la ir assim, sem nem dizer nada.
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  Fomos o caminho inteiro calados. Ninguém se atreveu a dizer nada, nem Marc com um de seus comentários inoportunos. Assim que avistamos a ilha principal, era possível enxergar os diversos aviões negros da família Bornighan.
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  – É... espero que Victor esteja de bom humor. – Marc finalmente abre sua boca grande para dizer uma grande merda. Descemos no heliporto e por questão de nanosegundos não pego em minha arma quando avisto Victor saindo de um dos jatos.
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  %Victoria% ficava atrás de mim, imagino eu olhando para a imagem do sucessor do Sr. Bornighan. Victor parecia bem nervoso por vê–la tão perto de mim e eu mais nervoso ainda por ver que ela sairia de onde estava para ir direto aos braços dele.
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  – Parece que você descobriu meu desejo antes mesmo de eu ter o gosto de mandar um dos seus para o túmulo, %Lord%. – ele falava friamente.
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  – Não estamos no colégio, Bornighan, aqui fora tenho poder sobre meus atos. – falo rude.
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  – Então, quer manter um diálogo ou ir direto ao assunto? – ele desvia o olhar para um ponto atrás de mim.
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  – Isso depende de você, quem está com ela sou eu. – falo irônico, o fazendo se mexer desconfortável.
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  – Por pouco tempo, %Lord%, por pouco tempo. – ele diz agora mais baixo. As hélices dos aviões e helicópteros haviam parado de girar, fazendo com que o silêncio se instalasse ao nosso redor. Homens com jaquetas de couro e o imenso emblema dos Bornighan estavam espalhados ao lado e atrás de Victor. Mais que o quádruplo do que eu estava disponibilizando atrás de mim. Sem sobra de dúvidas, eu estava em desvantagem. – Me diga antes – o ouço começar a falar –, por que não a matou?
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  – Porque havia outros planos para ela.
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  Victor entendera a quais planos para a %Yard% eu me referia e, imediatamente, uma expressão de fúria tomou conta de seu rosto.
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  – E o completou?
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  Abri um pequeno sorriso de sarcasmo.
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  – Estou com ela aqui, não estou?
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  Foi o suficiente para tirá-lo do sério.
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  – Entregue-a.
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  – Achei que quisesse um diálogo antes.
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  – Você não está a par da sua posição, %Lord%. – ele diz superior. – Não estou para brincadeiras, então a devolva logo ou eu te mato.
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  – Me mate e garanto que a levo comigo antes. – sorrio desafiador. – Não que ela já não queira ficar comigo...
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  Ele sacou sua arma. Segundos depois os milhares de homens e mulheres Bornighan atrás repetiram seu gesto. Ouço atrás de mim as armas também serem sacadas. Não o fiz.
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  – Não tem medo de morrer, %Lord%?
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  – Você tem, Bornighan?
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  Victor abriu um sorriso. Era tão valente quanto eu, e era isso o que nos diferenciava de nossos subordinados. Todo mundo sempre tinha alguma coisa a perder, alguma coisa que fizesse querer continuar vivo.
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  Pensando bem, é uma ironia que, depois de anos nos evitando e tudo o que tinha de relacionado ao outro, fossemos ter a mesma pessoa como incentivo para se viver.
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  O que definirá o vencedor dessa nossa disputa, é justamente aquele que tiver coragem de desviar o alvo da arma ao outro, à %Victoria% %Yard%. Meus pelos eriçaram com a ideia, o que me deixou com raiva.
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  Uma mulher.
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  De todas as perdições existentes no mundo, eu escolhera uma mulher para me apegar.
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  Como qualquer maldito fracote.
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  Pude enxergar o fundo do armário em que fui trancafiado quando criança. Um pingo de suor escorreu por trás da minha orelha. Aquela era uma memória que ainda tinha poder sobre meu psicológico, mas é óbvio que meu treinamento foi muito bem realizado, já que ninguém além de meu subconsciente, tinha ciência disso.
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  – Vamos, %Victoria%. – a voz de Bornighan soou de repente.
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  – Se importaria de eu ter uma palavra com a %Yard% antes? – pergunto para Victor, que revira os olhos.
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  Era uma provocação, é óbvio. Sempre que um líder pedia, abertamente, um favor ao outro, estava ironizando perante a seus subordinados a tal liderança que aquele exercia.
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  – Obviamente que me importo, mas isso não é minha escolha. – ele diz a contra gosto, olhando para mim. – Pegue as malas dela. – ele diz para dois homens, que se aproximam lentamente, me ultrapassando e pegando as malas de %Victoria%. – Imagino que terá problemas com seus superiores, %Lord%.
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  – Isso já não é da sua conta. – sorrio frio. Ele dá uma pequena risada e abaixa a arma, fazendo o número 2 com o dedo, indicando para mim e todos ao nosso redor que eu tinha 2 minutos.
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  Me viro para ela, sem medo de receber um tiro pelas costas. Ela desvia seus olhos para mim.
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  – Seja o que for, não olhe para trás.
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  – Mas... – encosto meu dedo indicador em seus lábios.
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  – Se você disser algo, vou ter que mudar de ideia e, pelo que vê, se eu fizer isso, seremos todos carne morta. – digo com um certo tom de divertimento. Ela tenta abrir a boca novamente, mas eu aperto mais meu dedo contra ela. – Foi bom enquanto durou. – vou para mais perto de modo que meus lábios tocassem em seu ouvido. – Obrigado... %Vicky%.
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  A vejo arregalar os olhos ao me ver lhe dar um apelido, e dou dois passos para o lado, encarando Connor e Marc, que concordam com a cabeça, dizendo que estava tudo certo atrás de mim. Ouço passos de apenas duas pernas se aproximando e em seguida alguém tomar %Victoria% em seus braços.
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  – Vou esperar ansioso por outro motivo para lhe matar, %Lord%. – ouço a voz de Victor tão perto quanto o vento que tocava em meus cabelos.
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  – Não se preocupe, criarei um antes para te ver morto. – digo sério. Ouço uma risada e então os passos, agora dobrados, se afastarem. Me viro a tempo de ver %Victoria% me mandar seu último olhar antes de entrar dentro daquele jato negro com Bornighan atrás, a mão posta em seu quadril. Com a visão, imediatamente meu sangue começara a ferver.
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  Mas nada foi pior que ver o jato abrir voo. Sem relutar, sem lutar, sem demonstrar que eu me importava com a ida dela. Apenas fique ali, parado, sentindo um gosto amargo na boca, uma sensação de perda que jamais havia visto dentro de mim antes.
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  Vi, então, que ela era única pessoa com quem eu me importara na vida. A única que me fizera sentir alguém. Aquela que me fez ver que eu era humano e que eu podia sim, me apaixonar. Aquela que eu amo e que não vou deixar de amar.
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