Uma Viagem Pode Mudar Um Destino


Escrita porThatzFer
Revisada por Carol S.


Capítulo 43

Tempo estimado de leitura: 27 minutos

  Notas do capítulo
  A primeira música não tem link, pq fui que fiz... Depois eu pretendo colocar uma melodia (com a ajuda da Tha) então, talvez, a gente coloque no youtube xP
  Link de by your side - Tokio Hotel: https://www.youtube.com/watch?v=M6o5K-BAuio

  – Quer dizer que eu sou a primeira pessoa a saber? Nem o Bill sabe?!
  – Uhum!
  – Eu não acredito! – exclamou Duda no telefone.
  – Pois acredite! – falou Tha, sorrindo.
  – Ai meu Deus, eu vou ser tia! Quero ser madrinha também, viu?!
  – Não poderia escolher pessoa melhor! – riu-se Thaís. – E Felipe que me desculpe, mas o padrinho vai ser o Tom.
  Nesse momento Duda não respondeu. Seu coração acelerou um pouco e ela lançou um olhar para o garoto que estava sentado no sofá da sala. Ele entendeu que ela incomodou-se com a sua presença ali, e retirou-se.
  – Duda, você quer falar com o Tom? – perguntou a garota calmamente.
  – Não. – ela respondeu simplesmente.
  – Quando você vai falar com ele, hein? Aliás, já faz cinco anos!
  –É, eu sei. – ela afirmou, parando um pouco para pensar. – Ele tá por aí?
  – Oh my... Você quer falar com ele?! – a garota perguntou depois de uma pausa. – Ele vai morrer quando souber disso! Que merda! Ele não tá aqui no hotel, foi acertar umas coisas pro show que a gente vai fazer daqui a pouco.
  – Ah sei... E quando você e o Bill vão casar?
  – Não sei... Eu e o Bill estamos bem assim. Claro que eu penso em casar, mas não sei se agora, ou aqui. Eu sempre quis casar no Brasil... Mas e você e o Felipe? Tão pensando em casar já? Até porque já são quase quatro anos de namoro...
  – É, três anos e sete meses... Mas ainda falta muito para quatro anos e mais ainda para eu querer casar.
  – Eu ainda prefiro o Tom! Fora que eu duvido que você sinta metade do que sentia por ele pelo Felipe, mas aí é com você.
  – Não é questão do que eu sinto ou sentia, é muito mais que isso.
  – Tudo bem então. O Bill chegou aqui, preciso desligar. Depois a gente se fala. Beijos, mana! Te amo!
  – Também te amo! Beijos! – exclamou Duda, desligando a tempo de escutar a voz do “cunhado” do outro lado.
  Duda desligou o telefone e ficou olhando para ele por um bom tempo. Lembrou-se do dia em que voltou para o Brasil e da sua despedida com o Tom. Não demorou muito para que ela percebesse que nunca o esqueceria. Sentia saudades dele. Da sua voz, do seu abraço, do seu sorriso, do seu beijo... Mas ela não se arrependeu de ter voltado, de ter seguido com a sua vida. Agora já estava formada e com vários pedidos de emprego em boas empresas. Era só escolher o melhor. Ela também não deixou que as oportunidades que surgiram durante a faculdade fossem desperdiçadas. Várias vezes a garota aceitou estágios fora do Brasil, inclusive as duas vezes que a banda Tokio Hotel visitou o país, ela estava fora. Tudo havia dado certo na sua vida, mas ela admitia que teria sido bem mais difícil se Felipe não tivesse estado ao seu lado durante todo esse tempo. Lembrava do dia em que ele apareceu em sua faculdade, com aquele jeito maroto, dizendo que tinha se transferido para terminar seus estudos no Brasil, uma semana depois dela ter voltado. Ele era três anos mais velho que Duda e, dois anos depois, já estava se formando e trabalhando. Ele a amava. Ela sabia disso, e gostava muito dele também. Quando Duda estava com Felipe, ela conseguia não pensar em Tom. Na verdade, ela não pensava muito nele nesses últimos tempos. Só durante um segundo. Ou dois.
  – Pensando nele? – o rapaz que havia saído da sala estava de volta.
  – Felipe... – começou Duda, mas ele a interrompeu.
  – Tudo bem, não vamos falar nele... A tua irmã nem desconfia que tu estejas aqui em Portugal, não é?!
  – É! – riu-se Duda. – Vou me arrumar agora, já está quase na hora. – ela concluiu, dando um selinho nele e saindo da sala.
  Duda entrou no quarto e abriu o guarda-roupa, mas, ao invés de pegar a roupa que iria vestir, pegou uma caixinha e levou-a até a cama, onde se sentou. Ficou fitando-a durante um longo tempo, resolvendo se a abriria ou não. Por fim, decidiu que não poderia mais adiar aquilo, e abriu a caixa. Tirou as várias cartas que estavam dentro dela amarradas com uma fita, e pegou a última que havia recebido, pouco antes de ir para Portugal.
  Segurou a carta durante algum tempo na mão, sentindo o coração bater acelerado dentro do peito. Não havia aberto nenhuma das que Tom lhe mandara durante aqueles anos. Não queria ficar se machucando e alimentando um sentimento impossível de ser concretizado naquele momento. Mas também não jogou nenhuma fora. Guardou todas em uma caixinha, pensando que em algum momento poderia lê-las. E aquele momento havia chegado. Respirou fundo e começou a leitura calmamente.
  “Mais uma vez eu estou escrevendo... Mais uma carta que eu não vou receber resposta... Às vezes eu me pergunto se você as lê ou simplesmente as joga fora. Mas tudo bem, eu já estou me acostumando a falar sozinho, não é tão ruim assim, me faz pensar um pouco...
  Quanto tempo já se passou mesmo? Eu perdi as contas... Você acredita que às vezes eu ainda me pergunto se algo que eu pudesse ter dito ou feito teria te impedido de ir? Mas algo sempre me responde que não...
  Você, sempre tão certa do que realmente quer. Tão diferente de mim...
  Algumas pessoas acham que o tempo me mudou, outras nem percebem que eu não sou mais o mesmo, não conseguem ver o que não está igual aqui dentro. Mas, nenhuma delas, exceto o Bill, percebe que quem me transformou foi você. O máximo que me dizem foi que você me ensinou a perder, e eu acreditei nisso durante muito tempo, mas agora eu sei que você apenas me ensinou a viver. Hoje eu consigo entender a escolha que você fez. Diferente do que eu pensava, você não estava desistindo do amor. Quando você disse que eu te amar não era o suficiente, você queria dizer que não podia largar tudo por algo tão efêmero, que se fosse realmente ‘amor’ o que sentíamos, ele podia esperar, diferente das outras oportunidades que a vida lhe deu. E foi por isso que você se entregou a mim e aproveitou talvez não tudo que eu pudesse te oferecer, mas o máximo do que o amor poderia nos dar naquele momento.
  Você se entregou a mim para poder me deixar... E eu te sacrifiquei por isso.
  A chance que eu sempre disse que você nunca nos deu, na verdade você já havia nos dado. E eu não consegui perceber isso. Isso me remete a outra coisa... Por que eu não peguei o primeiro voo que tinha para o Brasil depois que você se foi? Por que eu não fui atrás de você... Como ele foi? Desde que eu soube que você estava com ele que eu não consigo tirar essas perguntas da minha cabeça... Foi difícil perceber, foi difícil entender... Mas acho que eu finalmente sei a resposta. Eu não era maduro o suficiente para isso... O meu orgulho estava ferido pela sua escolha... E, diferente dele, e igual a você, eu tinha muito a perder. Não que todo o resto fosse mais importante... Mas afinal, o que eu resolveria indo atrás de você?! Isso não te traria de volta, e eu não poderia ficar. Tinha um show à noite e se não comparecesse perderia o meu contrato, perderia tudo o que eu havia conquistado... E qual seria a garantia de que eu também não perderia você? Talvez eu pudesse ter deixado tudo de lado, eu pudesse ter sido capaz de esquecer tudo o que eu conhecia... Talvez eu não me importasse em ter que reconquistar tudo, contanto que eu estivesse ao seu lado... Mas saber que eu teria que conquistar tudo novamente sem ter você... Isso acabaria comigo! Seria tão mais difícil... Conviver com o peso de haver perdido tudo... Entretanto, se ainda assim eu tivesse tido a possibilidade de ir, seria apenas para te mostrar o que eu só realmente descobri quando você foi embora... Que é a dimensão do que eu sinto por você. Outra coisa que eu só vim descobrir e, principalmente, aceitar a algum tempo e, mesmo assim, acho que eu nunca vou conseguir me acostumar... É essa parte de mim que eu sinto estar incompleta, e vai permanecer assim até você voltar, pois é você a parte que falta... E isso eu não posso mudar.
  Amor... É esse o nome que dão a isto que eu estou sentindo, não é?! Eu já não me arrisco a dar nomes, acho que isto acaba delimitando esse sentimento incondicional, inexplicável e totalmente irracional que mora dentro de mim. E ao pensar que foi você que despertou tudo isso, eu percebo que apesar desse vazio constante pela falta do seu sorriso, do seu calor, eu consigo ficar feliz só em saber que é assim que você está. Independente de quem esteja ao seu lado. Não que isso signifique que eu me conformo em saber que ele está no lugar que um dia já me pertenceu, mas isso deixou de ser o mais importante.
  Sabe o que mais me incomoda nisso tudo? A imagem que ficou gravada em minha mente: a sua mão estendida para mim, as lágrimas que desciam pela sua face, o quanto seu corpo tremia graças ao esforço que você fazia para não vir até mim. Essa lembrança ainda corta o meu coração. Como eu queria ter tido o direito àquele último toque. Como eu queria ter enxugado aquelas lágrimas do seu rosto... Eu só tornei tudo mais difícil para você, não foi? Eu só tornei maior o seu sofrimento... Eu não imaginava que você pudesse realmente ir embora, que você conseguisse me deixar. E, mesmo que eu soubesse, se eu pudesse voltar atrás, eu faria tudo novamente, simplesmente porque eu nunca desistiria de tentar. Se eu desistisse de você, eu estaria desistindo de mim também.

  As cartas estão diminuindo... Talvez um dia eu possa deixar de mandá-las, e talvez este dia esteja próximo, assim como o dia do nosso reencontro. É estranho, mas eu sinto isso. Você consegue sentir também? Essa é só mais uma das minhas perguntas que vão ficar sem resposta...
  Mais uma vez, adeus.
  Tom Kaulitz.”

  Quando terminou de ler a carta, Duda tinha certeza que não precisava ler mais nenhuma outra das que ele lhe mandara, aquela havia resumido tudo. Sem que ela percebesse, uma lágrima solitária desceu pelo seu rosto e ela pousou sua mão sobre o colo, à procura de uma correntinha que antes ficava ali. Já havia outra no seu lugar, mas, na realidade, ela nunca conseguiria ser substituída.

  – Pensando nela? – Bill estava encostado à porta, fitando Tom que segurava uma corrente entre as mãos, e mantinha o olhar distante.
  Assim que ele olhou o irmão, pôs a corrente novamente por baixo da blusa, e se levantou.
  – Posso cantar uma música no show de hoje?
  – É o quê?! – Bill exclamou assustado.
  – Você ouviu. – Tom respondeu simplesmente.
  Bill ficou olhando para o garoto durante um tempo, sem falar nada. Por fim, o garoto percebeu que o irmão estava falando sério, e realmente precisava daquilo.
  – Tudo bem, se você quer... Vou falar com o David. – ele concluiu, retirando-se do quarto.
  Tom suspirou e sentou-se novamente na cadeira, pegando seu violão e começando a tocar.

  – Você está linda! – Felipe exclamou assim que Duda apareceu na sala.
  – Obrigada! – ela falou corando levemente.
  Duda estava vestindo uma calça jeans e uma blusa costa nua azul-marinho, seus olhos estavam marcados por uma sombra preta e seus cabelos, agora mais curtos, estavam soltos.
  – Então, vamos? – ele perguntou, levantando-se.
  – Felipe, er... Você não acha melhor eu ir sozinha? – Duda indagou, tocando no ombro do rapaz.
  – Mas... Por quê?
  – Você se lembra do show que a gente se conheceu. Eu fiquei de um lado para o outro o tempo todo, praticamente não vi nada, a maior confusão, e você não vai poder ficar lá comigo o tempo todo...
  – Eu já entendi. – Felipe disse, interrompendo-a. – Eu queria ir, mas se você acha melhor assim, tudo bem. Eu entendo. Só espero que eu não me arrependa depois de ter concordado com tudo isso.
  – Nem pense isso. – ela falou dando um selinho rápido nele e saindo de casa.

  – Gente, estou interrompendo a concentração de vocês para dar um pequeno aviso... Só para vocês não se assustarem na hora. – Bill falou para todos que estavam no camarim. – O Tom vai cantar uma música no show de hoje.
  – O Tom?! – Gustav e Georg perguntaram ao mesmo tempo.
  – É, eu sim. Por quê? Algum problema?
  – Não, nenhum. Só espero que o pessoal não desista de assistir o show... – Georg falou sorrindo.
  Tom apenas olhou-o fazendo uma careta e Thaís falou:
  – É, parece que o show de hoje terá muitas surpresas...
  – E qual seria a outra? – Bill perguntou curioso.
  – Espera e verás. – Thaís respondeu misteriosa, dando um beijo no rapaz.
  – Ei, vocês! Está na hora. – David anunciou, entrando na sala.
  – Vamos nessa! – Bill exclamou animado.
  Antes de sair, Thaís sussurrou para Tom:
  – Você deve amar mesmo ela... Porque você está abandonando todo o seu orgulho para fazer isso.

  No palco, a banda era anunciada, levando milhares de fãs à loucura. Duda sentiu o coração disparar de ansiedade assim que viu o vulto de pessoas no palco. Todas as luzes haviam sido apagadas, e foi na total escuridão que a voz de Bill pôde ser escutada.
  – Portugal! Estamos de volta! – e então as luzes acenderam-se de uma só vez, enquanto Bill começava a cantar “Leb Die Sekunde”.
  Apesar de longe, do lugar que Duda estava dava para ver perfeitamente o palco, e todas as pessoas que estavam nele. Entretanto, seu olhar parou em apenas uma delas. Ele estava lindo com sua blusa XXL branca e o boné azul bebê. Havia voltado a usar dreads no cabelo – eles haviam sido substituídos por tranças negras durante alguns anos – e estava mais encorpado, com mais cara de homem. Ela observou os outros e notou poucas diferenças. Georg estava bem mais magro, o que só havia ressaltado os músculos do seu corpo. Gustav também estava mais magro, porém aquele seu rosto de criança fofa continuava o mesmo. Bill estava, assim como Tom, com mais cara de homem, e havia adotado um corte de cabelo parecido com o que ele usava em 2006. Sua irmã estava linda. Havia abandonado aquele aspecto de adolescente e se tornado uma mulher. Seus cabelos, ondulados, estavam chegando à cintura, e ela usava um vestido xadrez um pouco folgado.
  Duda voltava aos poucos a ser aquela fã de antigamente, cantando todas as músicas e gritando assim que começava uma que ela gostava muito. Qual não foi a sua surpresa quando Bill interrompeu o show, dizendo:
  – Temos uma novidade para vocês! – ele parou um pouco para deixar as pessoas gritarem, e depois continuou. – Meu irmãozinho aqui vai cantar uma música que ele mesmo fez. – aí sim a algazarra foi geral. Milhares de meninas gritavam enlouquecidas devido aquele anúncio. Tom já havia se livrado da guitarra e caminhava até o microfone com o violão na mão.
  “Tom vai cantar? Que história é essa?”, Duda perguntava-se sem entender.
  – E aê, galera?! – ele exclamou no microfone, quase levando ao infarto milhares de garotas. – Eu espero que vocês não fujam do show caso eu cante muito mal...
  – É, não vão embora mesmo! – Bill interrompeu-o, fazendo o garoto rir.
  – Essa foi uma música que eu escrevi e... Precisava cantar ela hoje. – ele disse, já sentado no banquinho, com o violão sobre a perna, pronto para começar. – Bem... Você sabe que essa é pra você.
  O coração da garota que já batia apressado quase pulou pela boca quando ele falou isso. Podia ser para qualquer uma, mas ela sentia que era para ela. Ele começou a dedilhar no violão e a mente de Duda foi invadida pelas lembranças do dia em que eles se beijaram pela primeira vez. Quando ele tocou para ela... Era a mesma melodia. Ele dedilhava devagar, passando para um mais rápido, e depois a música ia pegando sua cadência. Quando ele começou a cantar, todos gritaram desesperados, e ele sorriu marotamente.

  I’ve never thought it would be so hard being without you
  Eu nunca pensei que fosse tão difícil ficar sem você
  I broke the rules I made to protect me
  Eu quebrei as regras que criei para me proteger
  We’ve made a joke of all that
  Nós fizemos daquilo tudo uma brincadeira
  And look how we are now
  E veja agora como estamos

  Every day I try to eliminate all the hope
  Todos os dias eu tento eliminar a esperança
  But it insists on reappear in me
  Mas ela insiste em reaparecer em mim
  Tell me now
  Me diga agora
  Was that a definitive goodbye?
  Aquele adeus foi definitivo?
  You know I would wait for you my entire life
  Você sabe que por você eu esperaria toda a minha vida

  And through the whispers and even through the silence
  E nos sussurros e até mesmo no total silêncio
  I can hear your voice
  Eu consigo escutar sua voz
  It’s not I haven’t tried to forget you
  Não é que eu não tente te esquecer
  But it’s when I’m about to get it
  Mas é que sempre que estou prestes a conseguir
  I see you walk through the door you left open
  Eu vejo você entrar pela porta que deixou aberta

  I still send you letters
  Eu ainda te mando cartas
  Not so often as I sent someday
  Não com a mesma frequência que um dia eu já mandei
  But they help me think I have you here
  Mas elas me ajudam a pensar que tenho você aqui
  Even If I still wait for your answers
  Mesmo que eu ainda espere por suas respostas

  You know I’ve never been good with words
  Você sabe que eu nunca fui muito bom com as palavras
  I’ve always been better with actions
  Eu sempre fui melhor com as atitudes
  But now I leave my proud behind
  Mas agora eu deixo o meu orgulho de lado
  And I admit the tears that dropped when you left
  E admito as lágrimas que eu deixei cair quando você se foi

  Behind my mistakes I’ve hidden my love from you
  Por trás dos meus erros eu escondi de ti o meu amor
  But the words that I’ve never could said
  Mas as palavras que eu nunca consegui dizer
  Seem to out naturally now
  Parecem sair naturalmente agora
  Just like the time that should have helped me forget you
  Assim como o tempo que devia ter me ajudado a te esquecer
  Seem to have made me love you even more
  Parece só ter me feito te amar ainda mais

  Assim que a música acabou, as pessoas passaram a bater palmas, assoviar e gritar. Tom sorria como se tivesse acabado de fazer um trabalho bem feito, e ele realmente havia feito. A garota nunca havia imaginado que ele pudesse cantar tão bem. Ou talvez fosse o fato da saudade que ela havia sentido daquela voz durante aqueles cinco anos.
  – Fiquei com medo agora de perder o meu lugar na banda... – Bill comentou sorrindo.
  O resto Duda não pôde ouvir, pois sua atenção foi desviada pelo seu celular, que vibrava no seu bolso. “Está na hora.”, era o que dizia a mensagem. Um sorriso apareceu no seu rosto e ela vibrou de excitação. Andou rapidamente e entrou por uma porta guardada por três seguranças. Ela seguiu pelo corredor com a respiração ofegante, e se perguntava “cadê ele?” constantemente, até que foi puxada pelo braço, por um outro corredor.
  – Quando eles terminarem de falar, você entra.
  – Obrigada, Jost. – ela agradeceu, dando um rápido abraço no homem.
  – Tudo bem... Agora preste atenção, e arrase! – ele exclamou sorrindo e, antes de voltar pelo corredor, concluiu. – Ah! Você está realmente linda!
  Duda sorriu envergonhada, vendo David desaparecer pelo corredor. Passou a prestar atenção no que acontecia no palco, para não perder a hora.
  – Eu também tenho uma novidade para vocês! – Thaís anunciou fazendo com que todos os fãs gritassem. – Não só para vocês, como também para todos da banda. – ela sorriu feliz e olhou diretamente para Bill. – Esta família vai aumentar um pouquinho... – e pôs a mão sobre a barriga. Bill arregalou os olhos e o silêncio tomou conta do local. – Eu estou grávida! – ela exclamou, e os fãs voltaram a gritar, enlouquecidos.
  Bill empalideceu na hora, Duda pôde ver de relance quando o lábio dele se mexeu numa silenciosa exclamação “eu vou ser pai!”, todos já abraçavam Thaís e lhe davam parabéns, menos o garoto, que continuava imóvel devido ao choque. Foi ela que foi até ele e abraçou-o, e então ele pareceu despertar. Pegou o microfone, ajoelhou-se de frente à garota, e, antes de começar a falar, deu o seu mais sincero sorriso.
  – Thaís, desde que eu te conheci nenhuma outra garota teve vez no meu coração. Eu espero que você aceite, pois eu nunca quis tanto estar com alguém, como com você. E não é só durante um dia ou um ano... É até o resto da minha vida! Você quer casar comigo?!
  Os olhos da garota brilhavam e ela sorria como se fosse surtar a qualquer momento, pediu que ele se levantasse e, quando Bill já estava completamente de pé, parado em frente a ela, Thaís beijou-o apaixonadamente, parecendo responder afirmativamente a sua pergunta. Depois que eles se desgrudaram, ela pegou o microfone e falou:
  – Eu queria muito agradecer a presença de todos vocês aqui, e queria dedicar esta última música a uma das pessoas mais importantes na minha vida! Maninha, mesmo com toda a distância que nos separa, eu quero que você saiba que eu sempre, sempre vou estar ao seu lado!
  “Ow, Tha... Você nem sabe que a distância que nos separa agora é mínima e que logo, logo o tempo que nós ficamos sem nos ver vai ser encerrado.”, Duda pesou, enquanto a música começava.

  No one knows how you feel
  Ninguém sabe como você se sente
  No one there you'd like to see
  Ninguém lá que você gostaria de ver
  The day was dark and full of pain
  O dia era escuro e cheio de dor
  You write help with your own blood
  Você escreve 'Ajuda' com o seu próprio sangue
  ‘Cos hope is all you’ve got
  Porque esperança é tudo que você tem
  You open up your eyes but nothing's changed
  Você abriu os olhos, mas nada mudou

  I don't want to cause you trouble
  Eu não quero causar problemas
  Don't want to stay too long
  Não quero ficar muito tempo
  I just came here to say to you
  Eu só vim para te dizer

  –Turn around, I am here (Vire-se, estou aqui ) – Duda entrou cantando, fazendo todos virarem-se para ela, que caminhava lentamente até eles.

  If you want it's me you`ll see
  Se quiser é a mim que vai ver
  Doesn't count
  Não importa
  Far or near, I can hold you when you reach for me
  Longe ou perto, eu posso te apoiar quando me procurar

  O público começou a gritar e pular loucamente e Thaís ficou paralisada, não esperava nunca que a irmã pudesse estar tão perto. Duda foi até ela e a abraçou demoradamente, sentindo a irmã chorar de felicidade.

  Your life is meaningless
  A sua vida não tem sentido
  Your diary, full of trash
  O seu diário está cheio de lixo
  It's so hard to get along with empty hands
  É tão difícil se dar bem com mãos vazias
  You're looking for the rainbow
  Você procura pelo arco-íris
  But it died not long ago
  Mas ele morreu a pouco tempo
  It tried to shine just for you until the end
  Ele tentou brilhar pra você até o fim

  Depois foi a vez de Bill cumprimentar-lhe com um abraço apertado e em seguida foi Georg, que lhe deu um beijo na bochecha. Ela apenas acenou para Gustav e, quando se virou, Tom estava parado à sua frente, sorrindo bobamente para ela.

  I don't want to cause you trouble
  Eu não quero te causar problemas
  Don't want to stay too long
  Não quero ficar muito tempo
  I just came here to say to you
  Eu só vim para te dizer
  I am by your side
  Eu estou ao teu lado
  Just for a little while
  Mesmo que por um tempo

  Foi aí que o seu coração parou por alguns segundos e depois se descontrolou, passando a bater ainda mais rápido que antes. Ela sorria como uma criança e ele a pegou pela cintura, puxando-a para ele. Nesse momento, o tempo parou, e ela só passou a escutar as batidas de seu coração, misturadas com as do dele.

  Turn around I am here
  Vire-se, estou aqui
  If you want it's me you`ll see
  Se quiser é a mim que vai ver
  Doesn't count
  Não importa
  Far or near, I can hold you when you reach for me
  Longe ou perto, eu posso te apoiar quando me procurar

  – Eu sabia que eu voltaria a te sentir um dia... – ele sussurrou em seu ouvido, e deu um beijo no pescoço da garota, fazendo ela se arrepiar.

  If the world makes you confused
  Se o mundo te deixa confusa
  And your senses, you seem to lose
  E os seus sentidos você parece perder
  If the storm doesn't wanna to diffuse
  Se a tempestade se recusa a ir embora
  And you just don't know what to do
  E você não sabe o que fazer

  Ela não conseguia falar nada, sua voz havia sumido. Seus olhos estavam cheios de lágrimas, porém elas contiveram-se dentro deles. Ele soltou-a do abraço, mas ficou segurando o rosto da garota entre as mãos. Eles sorriam e se olhavam como se mais nada importasse, como se só houvesse os dois ali.
  – Agora eu tenho certeza que eu nunca te esqueci. – Tom falou, com os olhos brilhando.

  Look around I am here
  Olha em volta, eu estou aqui
  Doesn't count far or near
  Não importa longe ou perto
  I am by your side
  Eu estou ao teu lado
  Just for a little while
  Mesmo que por um tempo
  We'll make it if we try
  Nós vamos conseguir se tentarmos

  A garota tocou na mão dele e tirou-a lentamente do rosto, mas não a soltou. Levantou o microfone e voltou a cantar aquela última estrofe da música, aí sim suas mãos soltaram-se, Tom aprumou a guitarra e começou a acompanhá-la. Duda foi para perto da irmã, e seu olhar cruzava-se com o de Tom, que quase não conseguia se concentrar na música.
  A música finalmente acabou e os fãs gritavam e jogavam coisas no palco.
  – Obrigado! – Bill gritou, acenando para o público.
  Thaís abraçou a irmã e, antes que elas pudessem sair do palco, Duda sussurrou em seu ouvido:
  – Desculpe não ter avisado, mas eu queria terminar como tudo havia começado: com uma surpresa. – e deu um beijo em sua bochecha.
  Gustav e Georg foram os primeiros a sair do palco, logo atrás deles vinha Bill, que puxava Thaís pela mão. Assim que eles entraram no corredor pouco iluminado, Bill deu um selinho rápido na garota e eles passaram a conversar animadamente. Duda sorriu ao ver a felicidade da irmã, e foi surpreendida por Tom, que segurou-a pelo braço, forçando-a a parar de andar.
  – Apesar da minha vontade de fazer isso tenha despontado assim que eu te vi, eu sentia que não podia ser ali, nem naquele momento. Entretanto, nada me impede agora. Eu quero relembrar o nosso amor... Eu sei que você ainda pensa em mim.
  – Não sei do que você está falando... – ela disse, tentando escapar da situação, voltando a andar.
  – Sabe sim. – Tom falou simplesmente, puxando-a para ele e beijando-a.
  A garota tentava fugir dele, a culpa por estar traindo alguém que tanto a amava queimava dentro dela, assim como o desejo de se entregar aos seus próprios sentimentos, adormecidos por tanto tempo.
  Ela a empurrou com força, e ele a prendeu contra a parede.
  – Não me importa ele. Não me importa se podem nos ver ou que vão pensar. Eu quero você. E quero agora. – ele falou, segurando o rosto dela entre suas mãos e voltando a beijá-la.
  Ainda assim a garota tentou sair do beijo, mas Tom não desistia fácil e, por mais que ela se esforçasse, ele sentia que no fim, ela se renderia. E foi exatamente isso que aconteceu. Seus sentidos, vencidos, renderam-se aquele desejo que também era seu, e ela deixou-se levar pela emoção de estar novamente com ele.
  Tom passou uma mão pela cintura da garota, e apertou mais o seu corpo contra o dela. Como eles haviam sentido falta daqueles toques, do contato de um corpo com o outro... Duda pôs uma de suas mãos sobre o peito de Tom, queria sentir novamente aquelas batidas tão próximas a ela. Ele mordeu o lábio inferior dela e sorriu, voltando a beijá-la logo depois. E, de repente, todos aqueles anos de ausência foram reduzidos ao nada...
  O que sobressai no final? O amor ou a razão? Talvez a união dos dois.

FIM

Mesmo que você não conheça a banda, ou não goste muito dela, dá pra ler direitinho e entender * A história é minha e da Thaís (Ginn_k), que deu a ideia original da fic e ajudou a escrever os primeiros caps. e também a dar vida a personagem de mesmo nome dela *Tom, Bill, Gustav, Georg e David Jost NÃO nos pertecem (ainda... xP)*Duda, Tha, Vick, Maurren, Felipe e Nuno(participação especial) são NOSSOS! -> Todos os direitos reservados! (adoro essa frase xP)Imagem da capa - > Desenho feito por mim (Duda_) e Thaís (Ginn_k) x]* Agradecimento especial a Keca (keca_way) por ter ajudado com a sinopse

Capítulo 43
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