Capítulo 39
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– É, no fim das contas, eles tão bem de novo. – Thaís falou para o grupo que observava o casal de longe.
– Mais uma vez. – concordou Bill.
– Quantas vezes eles vão brigar e se acertar depois, hein?! – perguntou Victória, sorrindo.
– Hum, conhecendo minha irmã e conhecendo o Tom, várias vezes. – disse Tha com um sorriso maroto.
– Boa sorte pra eles, realmente. – comentou Gustav.
Thaís olhou para Bill, e o garoto estava sério, com um olhar perdido sob a praia.
– Por que você está com essa cara? – a garota perguntou a ele, baixinho.
– Você acha que a sua irmã gosta do Tom? – ele indagou, sem desviar o olhar da praia.
– Acho. Não parece, não é mesmo? Mas é justamente por isso que eu digo que ela gosta dele. Por que a pergunta? – respondeu a garota.
– Estou preocupado. Eu nunca vi o Tom assim. Ele sempre foi muito simples e, ao mesmo tempo, muito complicado. Eu sinto que ele gosta dela, mas não consigo saber o quanto. Nem até quando vai durar. Tenho medo que ele só sinta isso até conseguir transar com ela. Tudo bem que com ela está demorando mais que com todas as outras, e, como eu já havia dito antes, eu sinto que ele gosta dela, mas sei lá, tenho medo que ela sofra no final. – ele disse, por fim.
– Minha irmã não vai sofrer pelo Tom. Se ela sentir que isso vai acontecer, vai se afastar. Guarde o que eu digo. E outra, eu ouvi bem quando ela disse que vai voltar pro Brasil, e aí é que eu quero ver como vai ser. – falou Thaís, preocupada.
– Ué, nós todas vamos voltar para o Brasil, não?! – perguntou Vick, que prestava atenção na conversa.
– Não, Vick. Eu... Eu vou ficar. – disse Tha, diante de olhares de surpresa dos outros, menos do Bill.
– Eu sempre soube que você não iria conseguir voltar. – Bill afirmou, sorrindo.
– A Duda vai embora? E você vai fica?! Como assim? O que você vai ficar fazendo aqui?! – bombardeou Victória.
– Eu pensei em... Er... Tentar seguir uma carreira aqui ou...
– Ou você poderia entrar na banda! - sugeriu Gustav, interrompendo Thaís.
– Ou tentar uma carreira solo e... O QUÊ?! Você tá falando sério?! – exclamou Thaís, ao perceber o que Gustav estava dizendo.
– É mesmo! Você poderia entrar para a banda! Assim a gente nunca se separaria, né?! Você estaria sempre comigo! Vou falar com o David agora... – Bill falou, entusiasmado.
– A Duda poderia entrar também... Já imaginou um duelo de guitarras entre ela e o Tom?! – perguntou Gustav, parecendo imaginar algo.
– Mas a Duda não ia voltar comigo pro Brasil? – Vick parecia confusa.
– “Palma, palma, não priemos cânico”. Gente, eu ainda tenho que falar com a Duda, com meus pais e tenho que resolver todos os trâmites para ganhar cidadania alemã! Relaxem! – falou Tha, rindo da confusão dos amigos.
– Ain! Vocês querem parar com isso?! Vocês estão realmente me deixando confusa! Quer dizer que eu posso não só perder uma amiga, como duas?! – Victória exclamou, parecendo finalmente ter chegado a uma conclusão. – Ah não! A Duda vai voltar comigo para o Brasil!
– Calma, Vick. Isso está sendo demais para a sua cabecinha... – comentou Thaís, rindo. – Mas você não vai perder nem uma nem duas amigas, relaxa. Só não vai morar no mesmo país que uma delas.
– Ótimo. Férias então... Já sabe, né?! Amigas servem pra isso! – falou Vick, sorrindo. – Mas a Duda volta... Nunca seria a mesma coisa com ela longe. Não que a gente fosse deixar de ser amiga... Mas é bom ter ela por perto.
– É como eu disse antes, Vick. Se ela voltar para o Brasil, quero ver como é que vai ser. Você é amiga de milhões de anos! Mas o Tom?! O Tom é... Algo indefinido! E pra Duda muitas vezes estar longe dos olhos, significa estar fora do coração, ela vai acabar procurando outro pra suprir a falta que ele vai fazer. E, infelizmente, disso eu tenho certeza absoluta. – falou Tha, por fim.
– Qual o seu maior sonho? – Duda perguntou, olhando para o mar.
– Que Tokio Hotel seja reconhecida mundialmente e, que assim, nós cheguemos a um êxtase profissional, marcando a história do rock!
Duda riu um pouco, não da resposta do garoto, mas do jeito que ele falou. Segundo ela, parecia uma criança prevendo como os ET’s dominariam o mundo e como ele lutaria contra todos eles e venceria no final.
– Por que você está rindo? – ele indagou desconfiado.
– Pensei que você diria ‘ Ter um carrão e várias mulheres lindas aos meus pés’. – ela respondeu sarcasticamente.
– Ah! Mas isso eu já tenho, amorzinho. – Tom brincou, com um sorriso safado no rosto.
– É mesmo! Desculpe-me, Sex Gott. – Duda falou, piscando para Tom e, então, começou a cantar baixinho. – “I got a girl in Paris, I got a girl in Rome... I even got a girl in the vatican dome...”
– Que música é essa? – Tom perguntou assim que Duda começou a cantar.
– Não me diga que você não conhece a sua música! – a garota exclamou fazendo uma cara engraçada e, empolgada, levantou-se e voltou a cantar. – “I got a girl right here, I got a girl right there, I got a girlfriend everywhere...”
Duda acompanhava a letra com uma dancinha ridícula, fazendo Tom gargalhar na areia.
– Para com isso, vai! – ele pediu sorrindo, mas, como Duda não parou, ele continuou. – Essa não é minha música, tá?! Se você não parar eu...
– Você vai fazer o que, hein?! Nada. Você é daqueles que muito fala e pouco faz... – assim que Duda terminou de falar, divertida, começou a correr, pois Tom já havia se levantado de um pulo e tentava alcançá-la.
A garota ria, enquanto tentava cantar a música e, assim que se virou para ver a cara de Tom, o garoto segurou-a pela cintura e os dois caíram na areia.
– E agora? Não está com medo do que eu possa fazer? – ele perguntou, tentando fazer uma cara de mal, enquanto Duda sorria.
– Ainda não estou sentindo o perigo... – ela respondeu com um sorriso desafiador.
Tom correspondeu o sorriso e, com um só movimento, pôs a menina nas costas e caminhou para o mar.
– Me solte! Agora! Tom, ponha-me no chão! Isso não é um pedido! É uma ordem, entendeu?! – Duda gritava desesperada, adivinhando o que o garoto iria fazer.
– E agora?! Tá sentindo o perigo?! – ele perguntou sarcasticamente, já com os pés dentro d’água.
– É sério! Se você me molhar, eu te mato!
– Essa eu quero ver! – ele exclamou rindo, jogando-a no mar em seguida, e afundando-a para que ela se molhasse completamente.
– Ah, garoto! Você vai conhecer o inferno agora! – ela gritou, pulando em suas costas.
Tom ria, divertindo-se com a situação, enquanto a garota tentava esganá-lo. Ele levou-a até a beira e deitou-a na areia, imobilizando-a enquanto ela se debatia e gritava-lhe ofensas.
– Ei, ei! Psiu! Silêncio! Ei, ei! – ele falava sorrindo, enquanto a garota fuzilava-o com os olhos.
– O que é?! – ela perguntou irritada.
Ele deixou de imobilizá-la, porém não saiu de cima dela.
– Eu te a... – Tom começou, mas Duda não deixou que ele terminasse, pôs um dedo sob os seus lábios, impedindo-o de falar.
– Não diga isso. – ela falou.
– Por quê?! – Tom perguntou sem entender.
– Porque é o que você fala para todas. E... Eu não quero ser apenas mais uma. – ela respondeu.
– Mas pra você é de verdade... – ele disse com uma carinha triste.
– Há outros jeitos de falar que me ama sem ter que usar essa expressão. – ela falou e, ao ver a carinha do garoto, continuou. – Sim, mas... Você não iria fazer nada depois de me dizer isso, não? – ela perguntou, com um sorriso malicioso lhe curvando os lábios.
Tom sorriu, esquecendo o que Duda havia lhe falado anteriormente e baixou a cabeça até ela, lhe mordendo o lábio inferior.
– Er... Estamos interrompendo alguma coisa? – Bill perguntou com um sorriso amarelo. Ao seu lado estava Thaís, que sorria imaginando a resposta do cunhado.
Tom concentrou-se por um momento e, quando olhou para os outros dois, pareceu estar a ponto de matá-los.
– Claro que estão interrompendo algo! Querem sair daqui agora?! – ele perguntou, irritado.
– Calma, calma. Vocês não iam fazer nada de muito interessante aí mesmo, né?! Então, vocês precisam se arrumar! – disse Tha, abafando um risinho.
– Se arrumar pra quê? – Duda perguntou.
– Bem, nosso querido David Jost ligou para nos avisar que faríamos um show hoje, num resort. Georg e Maurren já devem estar chegando. – explicou Bill.
– Ah, que droga! – Tom se queixou.
– A gente tem que participar também? – perguntou Duda à irmã.
– Aham, David que mandou. – Thaís respondeu animada.
– Droga. – Duda xingou baixinho.
– Que foi? – perguntou Tom, agora sentado ao seu lado.
– Não sei... Não estou em clima de show. – ela respondeu simplesmente.
– Hum, então acho bom você se animar. Hoje não seremos só Thaís e Duda, seremos Tokio Hotel e convidadas! – exclamou Thaís, dando pulinhos.
Duda não falou nada, levantou-se e seguiu os outros, mas não tinha um bom pressentimento quanto ao show.
Depois de algum tempo, todos já estavam prontos e dividiram-se em dois carros para chegar ao local do show. Foram recebidos com muita animação e, depois de alguns autógrafos, seguiram para o quarto que lhes foi feito de camarim.
– Eduarda, eu posso falar com você? – Maurren perguntou, enquanto caminhavam.
– Fale. – respondeu Duda, séria.
– Pode ser em outro lugar? – ela indagou, e Duda fez um sinal positivo com a cabeça.
Maurren a levou até um Hall enorme, completamente vazio, e apoiou-se em um grande espelho que havia entre dois banheiros, o masculino e o feminino.
As duas ficaram olhando-se durante um bom tempo, até que Duda quebrou o silêncio.
– Não é por nada não, mas... Você poderia ir direto ao assunto?
Maurren riu amargamente e depois respondeu:
– Não se preocupe. Eu serei rápida. Eu só queria te falar que... Bem, se o Tom não pode ser meu, ele também não será seu! – Maurren sorriu vitoriosa e, antes que Duda pudesse falar algo, a garota empurrou-a no banheiro feminino, trancando-a em seguida.
– Sua louca! Me solte! O que você está pensando?! – Duda gritava, esmurrando a porta.
– Pode gritar, meu bem! Ninguém vai escutá-la mesmo. No mínimo, acharão você amanhã. Mas não se preocupe, estarei pensando em você. – Maurren parou para rir exageradamente e depois continuou. – E, ah, isso é só para você sentir o quão rápido Tom pode esquecer que você existe. – ela concluiu, saindo do hall rindo, deixando Duda furiosa trancada no banheiro.
– Alguém viu a Duda?! – Tom perguntou aos que estavam se arrumando para o show.
– Você não estava com ela? – Thaís indagou.
– Pois é, ela disse que queria escolher a guitarra e depois sumiu! – o garoto exclamou.
– Bem... Eu não sei onde ela tá, mas eu vi ela saindo pra algum lugar com a Maurren, parece que elas iam conversar.- pronunciou-se Ge, enquanto afinava seu baixo.
– Duda e Maurren?! Conversando?! Só se for para uma das duas sair direto pro caixão... – comentou Thaís.
– Err, Tha, nesse caso seria você e a Maurren, não ela e a Duda, já que é você que a odeia, né? – perguntou Georg.
– É, mas a minha irmã e ela têm mais motivos para se odiarem do que eu. Aliás, todas querem o Tom! – respondeu Tha e, vendo Tom dar um sorriso convencido, continuou. – Não se anime, não foi exatamente isso que eu quis dizer, Tomzinho.
– Ah, Tha! Você mesma admitiu! Todas me querem! – riu o garoto, com uma cara de triunfo.
– Não todas, querido, mas... Quem se importa? Minha irmã vale mais que todas as suas fãs juntas! – replicou Thaís.
– Hum... Vou ter que concordar com você, Tha. Mas eu continuo a ser desejado por todas, o eterno Sex Gott! – exclamou Tom, orgulhoso.
– Ai, ai... Você não tem jeito... De qualquer modo, acho bom a gente procurar a Duda, o show vai ser daqui a meia hora. – disse Thaís, olhando o relógio.