Uma Viagem Pode Mudar Um Destino


Escrita porThatzFer
Revisada por Carol S.


Capítulo 38

Tempo estimado de leitura: 13 minutos

  – Pare agora onde você está! Não venha até aqui! – Duda gritou para Tom, com o olhar petrificado na areia, enquanto o garoto caminhava até ela.
  – Por quê?! – perguntou Tom já ao seu lado.
  – Ai, garoto! Como você é teimoso! – ela exclamou, virando-se para ele.
  Tom riu, divertindo-se com a raiva de Duda, mas depois sua atenção foi desviada para dois corpos deitados próximo ao mar, e ele entendeu a preocupação de Duda.
  – Aquilo ali é o meu irmão?! – ele perguntou com os olhos arregalados, apontando para um ser de cabelos pretos e bagunçados, abraçado a uma garota de cabelos curtos, na areia da praia.
  – É! E aquela ao lado dele é a minha irmãzinha... – falou Duda, fazendo uma cara de decepção. – Por isso que eu mandei você ficar lá! Minha irmã está nua, sabia?!
  – Pois é... Eu percebi. – ele comentou com um sorrisinho pervertido no rosto.
  – Ei! – a garota exclamou dando um tapa em Tom.
  – Ei digo eu! Você não pode ver uma cena dessas! – exclamou ele segurando a menina e tapando seus olhos com a mão. – Você é uma criança ainda... E meu irmão virou homem!
  – Me larga, seu imbecil! Eu sou só um ano mais nova que você!
  – Eu não acredito que meu irmão tá na boa e eu tô na seca a quase um mês... – ele falou sem dar ouvidos ao que Duda tinha dito.
  – Procure uma prostituta! Assim você ajuda uma pessoa e ainda se satisfaz! Legal, né?! Simples e prático. Ninguém tá lhe impedindo de nada aqui. – ela disse, finalmente conseguindo soltar-se dele.
  – Eu não preciso de uma prostituta! Eu posso transar com qualquer uma que eu quiser, mas, como eu respeito os seus sentimentos, eu só quero com você...
  – Pois é mais fácil você ir a prostíbulo, querido. Pois se quiser transar comigo, vai ficar querendo...
  – O que está acontecendo aqui? – perguntou Victória, chegando ao local com Gustav, mas assim que seu olhar alcançou o mar, ela exclamou: - Volte para lá agora, Gust!
  – Por que vocês, mulheres, sempre acham que tem mais direito que a gente de ver a cena?! – Tom perguntou, revirando os olhos.
  – Porque homens têm uma predisposição menor para esse tipo de cena. – respondeu Duda.
  – Ó meu Deus! Aquilo é o Bill?! – exclamou Gustav, nitidamente surpreso.
  – Pois é, eu também fiquei surpreso. Como o Bill pode estar se exercitando e a gente não?! O Bill! O Bill! Um absurdo isso! – falou Tom, chateado.
  – Err... E quem te disse que eu não estou...? – perguntou Gustav, olhando significativamente para Tom.
  – Gust! – exclamou Vick, dando um tapa no ombro do garoto enquanto seu rosto corava.
  Tom pareceu surpreso por alguns segundos e depois se voltou para Duda com um misto de indignação e tristeza.
  – Tá vendo?! Só a gente que...
  – Não termine essa frase. – disse Duda, interrompendo o garoto com um olhar ameaçador, e depois, seguiu para a casa.
  – Ei! EI! Desculpa! – gritou Tom, enquanto via a garota afastar-se rapidamente.
  – Você é doido de falar isso, cara? – perguntou Gustav.
  – Eu estava só brincando... – o garoto respondeu.
  – Pois eu estou falando sério. Se você está só procurando sexo com a Duda, é melhor você desistir... – falou Vick, enquanto Duda passava por eles praticamente correndo.
  – Ei você! Pare aí agora! Não se atreva a ir adiante! – gritou Tom, tentando alcançar a garota.
  Duda não se deu o trabalho de responder, nem virar-se para ele, apenas levantou o braço e deu uma dedada.
  – Ei! Não mostre o que você não tem! – exclamou ele, assustado.
  – Eu posso comprar um de plástico. – ela respondeu, sarcasticamente.
  Tom riu do que Duda falou, sendo acompanhado pelos outros que vinham logo atrás dele. A garota acabou sorrindo também e finalmente parou de andar. Olhou rapidamente para os que estavam deitados no chão e jogou a muda de roupas que trazia na mão por cima deles.
  – Vocês dois aí, acordem! – falou séria.
  Bill foi quem primeiro abriu os olhos, devagar, pondo a mão sob o seu rosto, tentando tapar o sol.
  – Muito bem, maninho! Fazendo exercício logo pela manhã... Realmente faz bem a saúde. Claro que a qualquer hora e em qualquer lugar é saudável, mas...
  – Cala a boca, Tom! – Duda cortou o garoto, séria.
  – Você não está mesmo pra brincadeira hoje, não é?!
  – Não quando minha irmã está metida na história.
  Foi aí que Bill notou o que estava acontecendo. Olhou rapidamente para Thaís, que só agora despertava, depois olhou para os que estavam em volta e, só então, para o seu corpo com as roupas jogadas por cima, cobrindo somente o necessário. Voltou a olhar para Thaís, e agora ela tina os olhos arregalados e o rosto vermelho, assim como o seu.
  – Er... Vamos dar privacidade a minha irmã, não é?! – Duda falou com um sorriso sem graça, virando-se meio que empurrando os outros.
  – Bem, eles não pediram privacidade, né?! Então...
  – Vamos entrar, agora! – a garota gritou interrompendo Tom.
  – Tudo bem... Já que você está pedindo com todo esse jeitinho... Quem consegue resistir? – falava Tom enquanto era puxado por Duda para o chalé.

  – Eu realmente não acredito que transamos aqui, Bill. – dizia Thaís, lutando para vestir as roupas sem chamar muita atenção.
  – Vai dizer que não gostou? - disse Bill com um sorriso safado.
  – Oi?! Quem é você e o que fez com o Bill com quem eu estava há alguns minutos atrás?! – perguntou Thaís, sarcasticamente.
  – É, acho que eu realmente saí do mesmo lugar que o Tom... – comentou Bill, agarrando Thaís pela cintura e beijando seu pescoço.
  – Tô vendo... – respondeu Thaís, arrepiada. – Mas tá bom por hoje, né, amor?!
  – Agora que eu sei que você vai estar comigo pra sempre, por hoje tá bom... – falou Bill, rindo.
  Thaís apenas sorriu e deu um selinho no garoto, então eles seguiram para o chalé. Ao entrarem na casa, foram recebidos com risinhos abafados e olhares repreensivos de Duda para todos.
  – Como estávamos comentando, a manhã foi bastante produtiva, hein? – começou Tom, com o mesmo sorriso safado de Bill.
  – Foi sim, e muito boa por sinal. Por quê?! Quer saber os detalhes, é?! – perguntou Tha, com o seu melhor sorriso pervertido.
  – Hum... Eu até gostaria muito, sabe? Não é todo dia que seu irmão vira homem, mas poupe-me dos detalhes. – disse Tom, fazendo uma careta. – A propósito Tha, que pernas são essa que você tem, hein?
  – As mesmas que a sua namorada tem, só que um pouco maiores. – respondeu Thaís, notando o olhar de desaprovação de Bill para Tom.
  – Que bom que você tá namorando, Tom! Nem me contou, né?! Essas coisas se contam pros amigos, sabia?!
  – Desculpe não ter te contado... É que sabe como é, foi uma surpresa pra mim também.
  – Hum, pensei que vocês já tivessem se resolvido.
  – Se resolver é uma coisa, querida. Namorar é outra totalmente diferente. – comentou Duda.
  – Ai, que casalzinho mais complicado... – falou Thaís, baixinho.
  – Quem complica as coisas são vocês. Não é, Tom? – perguntou Duda.
  – É verdade. – concordou o garoto.
  – Ótimo! Aí está uma boa oportunidade para descomplicarem! – disse Thaís, sorridente.
  – Não pretendemos assumir um relacionamento agora. – falaram Duda e Tom juntos.
  – Ai, credo. Pelo menos vocês concordaram em alguma coisa.
  – Garanto a você que essa não é a única que concordamos... – disse o garoto, mexendo levemente no piercing, enquanto olhava para Duda de relance.
  – Ei! Não falem essas coisas na minha frente! Eu sou uma criança... – falou Tha, fazendo uma careta.
  – Isso é uma piada? – Duda perguntou, levantando uma sobrancelha.
  – Não. – respondeu Thaís. – Por quê?
  – Tava esperando a confirmação pra saber se era pra rir ou não. – respondeu a garota.
  – Isso não pareceu uma piada. – disse Tha. – Você mesmo vive dizendo que é uma criança.
  – Tudo bem, já que você faz tanta questão, você pode ser uma criança. Só que diferentemente de mim, você é uma criança depravada! – falou Duda, sorrindo.
  – Eita! Acho que minha irmã tá tentando ser virgem de novo...
  – Ela não é virgem?! – perguntou Tom, chocado.
  – Er, não, Tom. Ela tem 18 anos, cara! – respondeu Tha, sentindo que tinha falado demais.
  – Sim, mas... – continuou Tom, sem saber o que dizer.
  – Ah, gente! A Duda já namorou, né? – pronunciou-se Victória e, continuando um pouco mais baixo, falou: - Não que ela só tenha feito com o namorado, mas...
  – Er... Nós poderíamos não discutir a minha vida sexual?
  – É, é mesmo. Mas a minha, todo mundo discute, né?! – comentou Thaís, fingindo irritação.
  – Porque você tornou a sua pública, querida! Posso fazer nada... – falou Duda, rindo.
  – Nada a ver, a praia tava quase deserta! – replicou Tha.
  – Hum, Gust, vamos sair daqui antes que nossa vida sexual também entre na conversa... – disse Vick, levantando-se com Gustav.
  – Acho que vou sair daqui também. – comentou Duda.
  – Ei! Você fica! – exclamou Tom.
  – Eu vou ficar por quê?! – ela perguntou irritada.
  – Você não é virgem... – ele falou como se sofresse uma desilusão.
  – Grande merda! – Duda exclamou, corando superficialmente.
  – Por que então a gente não...
  – Eu não transo com qualquer um! – a garota exclamou de supetão, tentando livrar-se do assunto.
  – Eu sou qualquer um pra você, então?
  “Merda, merda, merda. Eu falei merda! Ai meu Deus... E agora? Do jeito que o Tom é... Isso não vai dar certo.”, pensou Duda tentando encontrar uma solução.
  – Droga, vai dar confusão de novo. – resmungou Thaís, baixinho.
  – Não é que você seja qualquer um... Bem, não foi isso que eu quis dizer... Er... – disse Duda tentando achar o que seria mais certo para falar, não que ela achasse que algo poderia mudar o que ela tinha falando, mas ela queria pelo menos tentar consertar o que havia dito.
  – Mas foi o que você disse. – falou o garoto por fim, saindo da casa.
  – Eita, Duda, agora lascou... – disse Bill.
  – Ai, Duda, você e sua grande boca! Poxa, depois do esforço que eu e o Bill fizemos para fazer o Tom se ligar que o negócio da entrevista era mentira, aí você vai e diz isso! Caramba... Você gosta dele, Duda? – perguntou Tha, séria.
  – Ei, peraí! Quem colocou minha vida particular na conversa foi você, maninha! E eu nunca disse a ele que era virgem nem muito menos lhe pedi para fazer ele se ligar em alguma coisa. Fora que eu falei aquilo sem querer! Você fala como se nunca fizesse isso! – respondeu a garota, irritada.
  – Não fuja da pergunta. – disse Thaís, aborrecida. – Você gosta do Tom ou não?! Não faça rodeios, seja direta como você sempre foi e responda.
  Duda parou por um momento e passou a mão pela cabeça, parecendo pensar sobre o assunto. Na verdade, ela se perguntava se estava na hora de admitir para ela e para todos os outros o quanto ela gostava daquele garoto. Por fim, ela respondeu:
  – Claro que eu gosto dele! Se não, eu não estaria com ele... Você sabe disso.
  – Então você deveria demonstrar isso melhor, porque pelo jeito que você parou para pensar e enrolou para responder, sinceramente, não parece. – disse Tha, saindo da sala e deixando a irmã sozinha.
  Bill apenas assistia a discussão das duas caladas, pressentia que era melhor não se intrometer. Quando Thaís saiu da sala, ele a seguiu, assim como Duda, que correu para alcançar a irmã. Assim que se aproximou dela, puxou-a pelo braço e virou-a para ela.
  – Olha aqui, Tha, eu parei para pensar na hora apenas para ter noção do quanto eu gosto dele e, sinceramente, não é pouco. E não, eu realmente não quero demonstrar o quanto eu gosto dele, porque, querendo ou não, ele é o Tom Kaulitz. – nessa hora a garota olhou para Bill, como se lhe pedisse desculpas e voltou-se para a irmã novamente. – Eu demonstro que gosto dele, mas se eu demonstrar o quanto, ele vai pensar que tem direitos sobre mim, que pode fazer o que quiser comigo e você sabe que comigo não é bem assim... Fora que já está perto da gente voltar para o Brasil, e eu, realmente, não quero me envolver pra valer com alguém.
  – Você vai voltar para o Brasil. Eu vou ficar. E acho que você tá perdendo a chance de viver um amor por besteira. Duda, você tá aqui, sem saber se vai estar viva amanhã, deveria aproveitar esse lugar, essas pessoas e o Tom. Ele tá apaixonado, mana, só você que não enxerga isso. Vai lá e demonstra o que você sente. – disse Thaís. – Até porque eu nunca vi você discursar com tanto sentimento guardado aí dentro.
  Duda riu e depois falou pra irmã:
  – Ow maninha... Você às vezes esquece que eu não sou como você. Mas não se preocupe com isso, certo? Eu vou aproveitar muito bem os meus últimos dias aqui. Mas eu vou aproveitar como eu quero, do jeito que eu achar melhor. Não é porque todos estão transando e aproveitando dessa forma que eu vou fazer o mesmo. Há outros jeitos de aproveitar e demonstrar sentimentos e, se o Tom não entende isso, saiba que ele está livre para ir e vir, assim como eu também. – disse Duda por fim, dando um abraço na irmã e depois caminhando na direção de Tom.

  Tom estava sentado bem distante dos outros, fitando o mar sem nenhuma emoção, enquanto as palavras de Duda rodavam em sua mente. Duda parou bem próxima ao garoto e suspirou, tomando coragem para conseguir, depois, sentou-se ao seu lado.
  – Desculpa. – ela disse, olhando para ele.
  Tom não falou nada, continuou inerte fitando o mar.
  – E eu não queria te pedir desculpas apenas pelo o que eu falei, mas também por ter feito você ficar com a Maurren aquele dia. Eu joguei baixo, eu errei. Não devia ter feito aquilo com você.
  O garoto apenas se ajeitou na areia.
  – Olhe para mim... – ela pediu sem receber resposta. Vamos! Olhe para mim! – ela pediu novamente, dessa vez, segurando o rosto do garoto e virando-o para ela.
  Tom olhou-a nos olhos e eles traziam ódio. Duda soltou o rosto do garoto, mas ele não desviou o olhar.
  – Tom... Ow Tom, eu sei que você pode compreender que eu não quis dizer aquilo que eu acabei dizendo. Eu acho que já deu para perceber que você não é qualquer um pra mim. Se fosse, eu não voltaria tanto pra você sem perguntar o porquê.
  Tom abaixou a cabeça, parecendo refletir sobre o que tinha sido por Duda. A garota tocou-lhe a mão e continuou:
  – Eu só queria que você soubesse que não é porque eu não demonstro o que eu sinto por você do jeito que você quer, que isso signifique que eu não goste de você. Quando chegar a hora certa, se chegar, vai acontecer. É melhor que se precipitar e não ser tão bom o quanto poderia ter sido.
  Duda então se calou, assim como Tom continuou em silêncio, olhando para a areia. De repente, Tom virou sua mão, deixando que a de Duda se encaixasse na dele. Os dois olharam-se no mesmo momento e Tom sorriu, permitindo que Duda pudesse, finalmente, sorrir aliviada.

Capítulo 38
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