Uma Viagem Pode Mudar Um Destino


Escrita porThatzFer
Revisada por Carol S.


Capítulo 28

Tempo estimado de leitura: 10 minutos

  - Já está tarde. – Disse Gustav olhando para o relógio.
  - É verdade. Acho melhor a gente ir dormir. – Falou Victória, levantando-se.
  - Acho que a Duda não aguentou o sono e acabou dormindo. – Falou Gustav, levantando-se também.
  “Duvido! Ela deve ter planejado tudo isso.”, pensou Vick.
  - É. Deve ter sido. – Concordou Victória.
  Caminharam em silêncio até o corredor em que iriam se separar.
  - Bem... Eu vou por aqui... Er... Boa noite então. – Falou Gustav.
  - Boa Noite! – Exclamou Victória dando um beijo na bochecha do garoto.
  Gustav corou e Victória riu da reação dele, depois retomou o caminho para seu quarto, deixando-o para trás.
  Chegando ao cômodo, viu Duda toda encolhida entre os lençóis na cama de casal, dormia profundamente. Pensou em acordá-la para perguntar o que ela queria com aquilo, apesar de achar que já sabia a resposta, mas notou uma coisa. Thaís não estava em nenhuma das camas, e ela não a tinha visto em nenhum dos cantos da casa pelos quais passou, isso incluía a cozinha, ou seja, estava fora de cogitação a possibilidade de ela ter ido beber água e de ter ido ao banheiro, já que a porta do toalete da suíte estava aberta e Thaís também não estava lá. “Mas onde será que aquela menina está a essa hora?”, perguntou-se Victória enquanto vestia o pijama.
  A porta abriu-se nesse momento, interrompendo as divagações de Victória e, por ela, entrou Thaís.
  - Você não morre mais! Estava pensando em você agorinha. – Comentou Vick.
  - Ah é? – Perguntou Thaís, sorrindo.
  - É mocinha. Onde você estava a essa hora, posso saber? – Perguntou Vick e, ao Thaís virar-se para fechar a porta, a claridade que entrava por ela iluminou seu rosto. – Thaís! Sua safada! O que você estava fazendo, hein?
  - Por quê? O que foi? O que eu fiz? – Perguntou Thaís sem entender a indagação de Vick.
  - Sua boca, querida! Está muito vermelhinha! Fora essa marquinha vermelha em seu pescoço. Esse conjunto de evidências só prova uma coisa... Que você estava se agarrando! Só resta saber com quem!
  As duas começaram a rir e Duda mexeu-se desconfortavelmente na cama.
  - Shh! Fala baixo se não a gente vai acordar a Duda e ela vai ficar irada. – Disse Thaís, baixinho.
  - Tudo bem. Embora ela não merecesse tanta consideração já que me deixou sozinha com Gustav lá no terraço.
  - É, eu vi! – Riu-se Thaís. – A gente estava lá, espiando vocês.
  - Ah! Muito bonito vocês duas, né? Rum. – Disse Victória, fazendo uma careta.
  - Ah Vick, sabe como é... – Tentava enrolar Thaís.
  - Sei não! – Disse Vick, rindo.
  - Tá, tá. – Concordou Thaís rindo. – Amanhã nós conversamos, vamos dormir agora.
  - Tudo bem. Boa noite Tha. – Falou Vick deitando-se. – Só me responde uma coisa, foi com o Tom ou... Com o Bill?
  - Bill... Boa noite, Vick. – Disse Thaís encerrando o assunto e se aconchegando na cama, ao lado da irmã. Sentia que teria bons sonhos aquela noite. Já Victória ficou feliz pela amiga, mas lembrou-se de Duda e o sorriso desapareceu de seu rosto.
  Depois que Thaís saiu do quarto, Bill deitou-se em sua cama virado para o teto e ficou pensando naquela garota. Há algumas horas estava apaixonado pela irmã dela. Ou pelo menos pensava que estava. Depois daquele momento com Thaís, refletiu que Duda estava certa o tempo todo. Ele gostava dela apenas como um amigo, só não tinha conseguido perceber isso antes.
  Bill ainda sentia como se Thaís estivesse ali. Via claramente o seu sorriso e sentia o toque de seus lábios. Como foi bom ter ficado com ela, como acertou em ter dado uma chance aos dois.
  Então, no meio de suas divagações, lembrou-se daquilo que o tinha deixado curioso mais cedo e resolveu ir ao quarto do irmão para que ele lhe esclarecesse o que tinha acontecido.
  Entrou no quarto de Tom, sem bater, e encontrou-o deitado na cama lendo uma revista.
  - Bill! Que ideia ridícula essa de deixar as meninas aqui em casa! – Exclamou Tom assim que notou a presença do irmão.
  - Eu adorei a ideia. – Disse Bill com um sorrisinho.
  - Foi? Por quê? – Perguntou Tom, vendo o olhar significativo do irmão.
  - Err... Eu e a Tha nos acertamos. – Respondeu Bill, notadamente feliz.
  - Já não era sem tempo! Eu aprovo! Tha é legal, o oposto daquela irmã dela. – Disse Tom, ranzinza.
  - Eu não acho. Mas me conte por que vocês estavam molhados. – Falou Bill, sentando-se na ponta da cama do irmão.
  - Aquela louca caiu na piscina e me levou junto. – Contou Tom.
  Bill começou a rir, imaginando a cena.
  - E você vai ficar aí só rindo? – Perguntou Tom, arrogante.
  - E você quer que eu faça o quê? Expulse a Duda de casa? – Indagou Bill entre gargalhadas.
  - É! – Disse Tom, sério.
  Bill então parou de rir percebendo que o irmão tinha levado seu comentário a sério. Ficou calado, encarando-o. Não entendia por que Tom estava tão chateado a ponto de querer expulsar a garota de casa. Sim, ela o tinha derrubado na piscina, mas isso não era tão grave assim. Parece que havia por trás daquilo muito mais do que ele imaginava.
  - Tom? Está acontecendo alguma coisa? – Perguntou Bill.
  - Não! O que poderia estar acontecendo? – Perguntou Tom, irritado.
  - Não sei... Não estaria perguntando se soubesse. Você que deveria me falar.
  - Não está acontecendo nada. Eu apenas não estou suportando estar no mesmo lugar que aquela garota. – Falou Tom.
  - Tom, eu nunca expulsaria a Duda daqui. Se você quiser pedir a ela para procurar outro lugar para ficar, fale você. E se a Duda quiser ficar, ela vai ficar. Não concordo com essa sua ideia insensata de que ela saia dessa casa. – Disse Bill saindo do quarto.
  Quando fechou a porta, Bill deu de cara com Maurren no corredor.
  - Maurren? Você já chegou? – Perguntou Bill, assustado com a presença da moça ali.
  - É. Como você não deve ter percebido, é claro. A não ser que você acredite em espíritos. – Falou Maurren, arrogante como sempre.
  Bill franziu levemente a testa, chateado.
  - Agora se me der licença, eu vou para o meu quarto. – Anunciou ela, seguindo pelo corredor.
  Bill observou-a durante um tempo e depois foi para o seu quarto dormir. Tom, depois que o irmão foi embora, ficou a olhar pela janela, pensativo. “Eu não queria que ela fosse embora, mas ao mesmo tempo esse é o meu maior desejo. Não posso continuar vendo-a todos os dias, se não eu vou enlouquecer. Mas também não posso falar isso nem para ela nem para ninguém pois ela vai achar que saiu ganhando. Não quero dar o braço a torcer.”, pensava Tom quando deitou-se na cama, adormecendo pouco tempo depois.
  - Bill... – Sonhava Thaís agarrando a irmã na cama.
  - Que Bill que nada! – Acordou Duda assustada, empurrando a irmã para o outro lado que imediatamente agarrou o “seu Bill”, no caso, o travesseiro.
  “Eu hein, Thaís ficou doida de vez... Nunca fez isso!”, pensou Duda se levantando. “O pior que atrapalhou meu soninho...”, lamentou-se Duda.
  Resolveu então terminar de ler o livro que tinha começado antes de viajar. Pegou o livro e encaminhou-se para a sala. Chegando lá, encontrou Maurren tomando café. Ao ver Duda, ela sorriu e pôs a xícara em cima do pires, o que Duda não pôde deixar de achar estranho.
  - Bom dia, garota. – Falou Maurren sorrindo.
  “Ih... Tá todo mundo doido hoje.”, pensou Duda visivelmente alarmada.
  - Bom dia. – Falou sentando-se no sofá e abrindo o livro.
  Maurren foi até o sofá, sentando-se ao lado dela. Duda levantou a cabeça esperando que a moça falasse algo, mas esta ficou calada. Duda então voltou sua atenção para o livro.
  - Sabe... – Começou Maurren, tocando no braço da garota.
  “Ela tinha mesmo que esperar eu voltar a ler o livro para poder falar?”, indagou-se Duda irritada, voltando a olhar para Maurren.
  - Eu não queria falar nada, mas acho melhor você saber por mim do que ser pega de surpresa. – Disse a garota.
  Duda levantou a sobrancelha, atenta ao que estava por vir.
  - Quando eu cheguei ontem, passei pelo quarto de Tom e por acaso escutei uma conversa não muito agradável. – Continuou Maurren com o seu discurso.
  Duda fez uma cara de curiosidade com uma ponta de irritação, aliás, o que ela tinha a ver com aquilo?
  - Eu ouvi Tom falando, bastante alterado, que lhe expulsaria daqui hoje. Ele repugna a ideia de ter que estar no mesmo lugar que você. – Terminou Maurren.
  Era como se tivesse levado um choque. Duda paralisou-se atônita com o que tinha acabado de ouvir. Tentava processar aquela mensagem, mas isso havia se tornado uma tarefa bastante difícil. “Tudo bem que ele me odeie, mas não querer que eu esteja no mesmo lugar que ele a ponto de me expulsar? Ele quer me expulsar! Ele não tem esse direito! Ou melhor, ele tem. E vai usufruir dele. Ai, ai Tom... Nunca pensei que você pudesse me magoar tanto.”, pensou Duda, balançando tristemente a cabeça.
  - Você ouviu o que eu falei, querida? – Perguntou Maurren.
  - Sim. – Disse Duda baixinho.
  - Ele vai lhe expulsar! – Exclamou Maurren como se quisesse enfiar na cabeça da garota aquela informação.
  - Não vai ser preciso. – Falou Duda, levantando-se. – Eu vou embora daqui. Não vou dar o gostinho a ele de me mandar embora. Eu mesma vou, com minhas próprias pernas. – Finalizou a menina indo para o quarto arrumar as malas.
  “Não pensei que iria ser tão fácil.”, pensou Maurren, e um sorriso seco curvou seus lábios.

  Flash Back
  Depois de dizer a Bill que iria para o seu quarto, Maurren apressou o passo para chegar mais rápido até ele. Na verdade, não era bem seu o quarto. Dona Simone, a mãe dos gêmeos, tinha disponibilizado aquele aposento para ela quando seu trabalho exigisse que ficasse perto dos meninos por mais tempo.
  Maurren, logo que chegou ao quarto, deixou suas malas encostadas na parede e passou a andar de um lado para o outro do cômodo.
  “Tom quer que ela vá embora. Não acho que esse seja realmente o seu desejo. E mesmo que fosse, ele nunca teria coragem de fazer isso com ela. Simplesmente porque ela é ‘ela’. O que aquela pirralha tem que o incomoda tanto? Ou melhor, o que ela tem que faz com que ele se importe? Que faz com que ele denote alguma atenção à ela? Todos que conhecem um pouco o Tom têm a consciência de que muitos já o incomodaram. Mas estes que o aborrecem ele simplesmente ignora. Assim como eu. Ele simplesmente finge que não existe. Mas com ela não! O que aquela garota tem?! Bem, não preciso realmente me importar com isso, só preciso tirá-la daqui. Antes que... Antes que ele admita para si mesmo que ela mexe com ele. Mas como? Como?! Todos tem um ponto fraco... É claro! Como eu não pensei nisso antes? O orgulho! Tom expulsar ela iria ferir seu orgulho profundamente, aliás, ela não estaria saindo porque quer, e sim, porque estaria sendo mandada. Ele não seria capaz de chegar a esse ponto, mas isso não é um problema. Eu farei isso por ele.”, pensou ela, finalmente parando de andar de um lado para o outro no quarto e sentando-se na cama com um sorriso vitorioso nos lábios.
  Flash Back OFF

Capítulo 28
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