Uma Viagem Pode Mudar Um Destino


Escrita porThatzFer
Revisada por Carol S.


Capítulo 22

Tempo estimado de leitura: 10 minutos

  - Era Victória, era? – Perguntou Thaís, chegando à sala.
  - Era! Vô sair para resolver umas coisas... – Falou Duda, pegando a bolsa que estava em cima da mesa e saindo correndo de casa.
  - Ok, Tchau! – Disse Tha.
  Thaís então foi ao banheiro, onde Tom tentava pôr o piercing de volta no lábio.   - Ain! Que merda foi essa que a Duda fez, hein?! – Perguntou ela ao ver o rapaz ali.
  - Ela me deu um gancho. – Disse Tom, gemendo de dor.
  - Ah, deixa eu adivinhar, você tentou beijar ela, não foi? – Disse Thaís.
  - Aham. – Respondeu Tom.
  - Ah, seu idiota! Você não vai conseguir ficar com ela se agir assim. – Disse Thaís. – Vai, deixa eu tentar pôr isso aí.
  Tom então, se abaixou e sentou no vaso sanitário virando o rosto para Thaís que tentou colocar o piercing nele.
  - Ai! – Exclamou ele.
  - Deixa de reclamar, o pior já passou, Tom. – Disse Thaís, rindo da cara dele.
  - Sua irmã é uma doida... – Disse ele, levantando-se.
  - E é minha irmã. Há,há. – Falou Thaís, rindo.
  Então os dois desceram quando a campainha tocou.
  - Já vai! – Gritou Tha, indo abrir a porta.
  - Oi! – Disse Bill entrando na casa, meio envergonhado por ver Thaís, mas ela não demonstrou vergonha nenhuma, sorriu para ele como sempre fazia.
  - Bill! Meninos! Maurren... – Falou com um tom meio decepcionado esse último nome. – Entrem! – Disse ela, feliz em ver Bill, mas tentando não prestar atenção aos olhos dele, que sempre a faziam corar.
  Os rapazes entraram na casa, seguindo pela sala, quando o celular de Thaís tocou.
  - Oi, Du! – Disse Tha.
  - Ô, me espera só pro jantar, certo? Tenho que resolver umas coisas por aqui... Tudo bem? – Perguntou Duda.
  - Ok! Beijo!
  - Beijo!
  Desligando o telefone, Tha olhou para os rapazes e avisou:
  - Duda só vem pro jantar, então vamos ser só nós cinco hoje! – Ao ouvir isso, Tom, que agora aparecia na sala segurando um gelo no lábio, ficou um tanto decepcionado.
  - Seis. – Falou Maurren corrigindo a moça.
  - Você não conta. – Falou Thaís, olhando feio pra Maurren. Não tinha ido com a cara dela desde o primeiro dia em que se viram.
  - Err, o que foi isso Tom? – Perguntou Bill, interrompendo a troca de desaforos que já iria começar entre as outras duas.
  - Ele beijou Duda e ela deu um gancho nele. – Disse Thaís, rindo. – É, os anos de boxe serviram pra alguma coisa.
  Gustav e Georg começaram a rir de Tom. Bill ficou pensativo. “Então Tom queria mesmo ficar com Duda...” pensou ele.
  - Ei, acorda. – Disse Tha, tirando Bill de seus pensamentos. – Será mesmo que eu sempre vou ter que acordar você?
  - Ah, foi mal, Tha. – Disse Bill, corando levemente.
  - Relaxa, menino, eu sei no que você estava pensando... – Disse ela, sorrindo.
  - Sabe? – Perguntou ele, atônito.
  - Pela sua cara, sei. – Disse ela, afastando-se.
  - Gente! Trouxe filmes! – Disse Georg, com uma sacola na mão.
  - Boa! Contanto que não seja nenhum filme pornô to Tom, tá beleza! – Disse Tha, rindo.
  - Ei! Alguma coisa contra meus filmes pornôs? – Replicou Tom, fazendo biquinho.   - Tudo! – Respondeu Tha, rindo da cara que Tom fez. – Mas e aí, Ge? Trouxe que filmes?
  - Deixa eu vê aqui. Err, Iron Man, Madagascar, O Rei Leão, O procurado e Labirinto. – Falou Georg.
  - Own, o Rei Leão é lindo e Labirinto também – Disse Tha – Mas eu voto em O Procurado!
  - Dois votos! – Disse Gustav.
  - Wow! Angelina Jolie! – Disse Tom, animado.
  - Ah, eu queria ver Labirinto... – Disse Bill, fazendo uma carinha de cachorro sem dono.
  - Ow meu Dus, Bill! Você sempre faz essa carinha para conseguir o que quer, é? – Disse Tha, apertando delicadamente as bochechas de Bill, que corou subitamente.
  - Hum... – Gemeu ele, o que fez a garota gargalhar.
  Era incrível como mesmo gostando de Bill, Thaís conseguia fica a vontade com ele, e ele começava a sentir isso também. Ela o fazia sentir vergonha algumas vezes, era verdade, mas também o fazia rir e se sentir bem com suas gargalhadas sinceras. Bill gostava da meiguice e espontaneidade da garota.
  Então o grupo acabou decidindo ver O Procurado, depois de muito trabalho para convencer Bill. Thaís foi fazer pipoca enquanto Gustav pegou o colchão de casal no quarto dos tios das garotas. O dia estava um tanto frio, então, no fim, estavam todos enrolados confortavelmente. Tom, Gustav e Georg ocupavam o sofá, enquanto Maurren ficou na poltrona com a sua frieza de sempre, e Bill sozinho no colchão.
  - Pipoca caramelada! – Disse Thaís, chegando à sala com uma vasilha cheia de pipoca na mão e uma garrafa de refrigerante na outra.
  - Aew! – Gritaram os meninos, estendendo as mãos para segurarem a vasilha de pipoca.
  Thaís notou que só havia espaço para ela no colchão, ao lado do Bill e foi lá que se deitou.
  - Oh! Isso aqui tá muito bom! – Exclamou Ge, com a voz engrolada.
  - Claro! Fui eu que fiz! – Disse Tha, rindo.
  - É incrível como você está sempre rindo, Tha. – Comentou Tom.
  - E por que eu não estaria rindo? Não me lembro de ter motivos para chorar – Disse Tha.
  Ok. Talvez tivesse. O fato de Bill gostar de sua irmã - mesmo tendo beijado Tha – era algo que a incomodava muito.
  - Acho que isso é coisa de família. – Observou Gustav. – Duda só vive rindo também.
  - E dando murros em pessoas inocentes. – Comentou Tom, fazendo careta.
  - Não tão inocentes assim, né, Tom? – Replicou Tha, com cara de reprovação. – Já disse que se você quer mesmo ficar com ela, não pode agir assim, de súbito.
  - Ah, é?! E tu queres que eu faça o que? Fique esperando ela vir me beijar? – Perguntou Tom, irritado.
  - Não, né. Você tem que ir com jeito, tem que impressioná-la. Vocês dois são muito orgulhosos, agindo assim, não vão se entender nunca. Não sei como o seu ego consegue ser maior que o dela.
  Bill estava calado. Não conseguia deixar de prestar atenção em tudo que Thaís dizia. Queria poder perguntar o que deveria fazer um cara se Duda dissesse que o considerava “apenas um amigo”. Se era melhor continuar tentando ou apenas esquecer. De qualquer jeito, era melhor ele tirar aquilo da cabeça de uma vez.
  - A verdade, é que pessoas como a Duda não devem ser pressionadas, é preciso ir aos poucos. Uma boa conversa é o início de tudo e surpreendê-la é um grande passo. Conquistá-la não é para pessoas como você, Tom, que desiste diante da primeira frustração. – Falou Maurren, surpreendendo a todos.
  - Está enganada Maurren. Qualquer mulher é mulher para mim. Apenas eu não quero mais nada com ela. – Falou Tom, voltando sua atenção para o filme.
  Bill arregalou os olhos nessa hora. “Tom? Desistir de uma garota?”
  - Então tá. Se você quer desistir assim tão fácil... – Falou Thaís, bebendo um gole do refrigerante.
  - Se eu realmente quisesse, eu ficava com ela. Mas não quero ficar com alguém tão irritante assim.
  - Se você diz... – Falou Thaís, encerrando a conversa.
  Passaram a tarde assistindo filmes e comendo pipoca. Thaís olhava de vez em quando para Bill, imaginando se ele estaria ali mesmo, do seu lado, coisa que achava que só seria possível em um dos muitos sonhos que ela já teve. Bill, por sua vez, olhava às vezes um pouco envergonhado para ela, ainda não tinha se esquecido do beijo deles. Apesar disso, o clima não estava tenso entre eles, por mais envergonhado que Bill estivesse, o jeito da menina o tranquilizava.
  De repente, a porta abriu, entrando por ela Duda, cheia de sacolas nas mãos. Bill logo correu para ajudá-la.
  - Ah! Vocês estão aqui! Que bom! Já ia ligar pra vocês! – Falou Duda, animada. – Eu trouxe o jantar. Tha, você pode ir chamar nossos tios?
  - Vou lá! – Disse a menina, saindo da sala.
  Logo Thaís voltou acompanhada dos tios. Duda foi para a cozinha e, em poucos minutos, a mesa já estava pronta.
  - Tá na mesa! – Falou, sentando-se na cadeira.
  Quando todos já estavam confortavelmente sentados, Duda olhou para Bill perguntando:
  - Sua proposta ainda está de pé? A de irmos com vocês para a Alemanha?
  - Está. – Respondeu ele tentando adivinhar onde a garota queria chegar.
  - Bem, então tios, eu e Thaís vamos para a Alemanha com os meninos! – Exclamou Duda, sorridente.
  Todos olharam para ela, abismados.
  - Mas... Você não ia ficar? – Perguntou Dona Iolanda, com uma voz triste.
  - Ia, mas eu dei um jeito. – Falou Duda.
  - Como assim, ‘deu um jeito’? – Perguntou Seu Carlos.
  - Bem, eu não queria que o pouco tempo que a gente ia passar com vocês fosse ainda mais reduzido e, por isso, eu queria ficar. Mas, eu tive uma ideia hoje de manhã que resolveria esse problema. – Disse Duda, sem tirar o sorriso do rosto.
  - E qual é? – Perguntou Thaís.
  - Tios, vocês não gostariam de matar a saudade não só da gente, como também dos nossos pais e do resto da família que está no Brasil?
  - Sim! É claro! – Respondeu Iolanda por ela e Carlos.
  - Então! Quando a gente voltar pro Brasil, vocês vão com a gente e passam um mês lá! – Falou Duda, vibrante. – Já consegui as passagens e é só você pedir férias na empresa tio! E todo mundo fica feliz!
  - Mas... Mas como você conseguiu essas passagens? – Falou Carlos, estático.
  - Ah! Isso foi fácil. Eu tinha direito a algumas passagens de graça pela companhia, para onde eu quisesse, que ganhei numa promoção aí. Foi só colocar as passagens no nome de vocês e pronto! Tudo certo! Meu presente de aniversário de casamento, viu?– Falava ela, animada.
  - Uhul! S’imbora todo mundo pra Alemanha! – Disse Thaís levantando o copo de coca. – E vamos ao brinde então!
  Todos brindaram, já fazendo planos pra viagem. Carlos estava animado já que iria rever todos da família, e Dona Iolanda também, que iria visitar mais uma vez o Brasil e, consequentemente, a família do seu marido, pela qual nutria imenso carinho. Um belo presente de aniversário de casamento, esse que eles ganharam. Os meninos, por sua vez, faziam planos de como iriam aproveitar o tempo com as garotas na Alemanha.
  - Ei, mas a parada de a gente abrir os shows de vocês, ainda está de pé? – Perguntou Thaís.
  - Lógico que sim! – Respondeu Bill, feliz da vida.
  - Aê!! – Exclamou Thaís, batendo palmas. – Sonhei com isso a vida toda, vei!
  Os olhos da menina brilhavam de felicidade. Desde criança que ela sonhava em fazer da música a sua vida. Sonhava em estar nos palcos e passar para a plateia o que ela sentia, como a música tinha esse poder de mexer com ela. Duda amava a música tanto quanto Thaís. Mas não tinha essa mesma vontade da irmã de estar nos palcos e fazer da música a sua vida. Para ela, a música era uma forma de se desligar de tudo, de esquecer seus problemas e o mundo em que vivia. Mas não poderia se desprender da realidade. Ela precisava enfrentá-la e, acima de tudo, precisava mudá-la. Ela achava que só assim evoluiria como pessoa e teria uma participação na modificação deste mundo para um melhor.

Capítulo 22
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