Uma Viagem Pode Mudar Um Destino


Escrita porThatzFer
Revisada por Carol S.


Capítulo 18

Tempo estimado de leitura: 6 minutos

  Bill ficou pensando naquilo que Duda disse e chegou a conclusão que talvez ela estivesse certa. Talvez ele estivesse confundindo o que sentia por ela, uma amizade, com algo mais que isso.
  - Bill, você não vai descer, não? Tá todo mundo te esperando lá embaixo. – Falou Gustav, entrando no quarto.
  - Ah! Eu tava distraído aqui, pensando numas coisas... Tinha esquecido... – Falou Bill levantando-se.
  - Hum... Você e seu irmão a fim da mesma garota, né? Isso não tem futuro não.   - Você percebeu, foi? – E ao receber um aceno positivo do amigo continuou. – Mas ela me disse uma coisa agora, que me fez pensar... Talvez eu esteja realmente enganado em relação ao que sinto por ela...
  - Tá achando que gosta dela apenas como uma amiga?
  - Eu não sei... Não tenho mais certeza de nada. Só o tempo poderá me dizer. A única coisa que eu realmente sei é que eu não quero que ela fique com o meu irmão.
  - Medo que ela se machuque?
  - Também. Mas principalmente porque ela é muito pra ele. Ele realmente não a merece. Ele não merece ter o prazer de ficar com alguém como ela, não. Não mesmo.
  - Vocês vão ficar batendo papo aí ou vão descer? – Perguntou Tom chegando ao quarto.
  - A gente já estava descendo. – Disse Gustav.
  - Eita! Esse daqui que é o quarto dela... O que será que eu posso descobrir mexendo aqui nas coisas...? – Disse Tom já andando em direção ao armário da menina.
  - Nada que lhe interesse! – Falou Bill segurando a blusa do irmão e puxando-o para fora do quarto com a ajuda de Gustav.
  - Poxa! Como vocês são maus! – Disse Tom descendo a escada junto com os outros.
  - Por que vocês demoraram tanto, hein?! – Perguntou Thaís.
  - A gente tava dando uma de detetive. – Disse Tom com um sorrisinho malicioso no rosto.
  - É o quê?! Vocês não estavam mexendo nas minhas coisas, estavam?! – Perguntou Duda, levantando-se de sobressalto do sofá.
  - Não, não. É o babaca do meu irmão que fica inventando história. – Disse Bill olhando com cara feia pra Tom.
  - Ah bom...
  - Por quê? Se a gente tivesse mexido nas suas coisas, o que você faria? – Perguntou Tom caminhando até Duda.
  - Eu...
  - CHEGA! – Gritou Thaís interrompendo a irmã. – A gente pode sair logo, por favor?
  - É! Vamos logo! Não vejo a hora de conhecer mais algumas portuguesas... – Falou Georg se encaminhando a porta.
  - Eu vou ficar. – Disse Duda de repente.
  - Eu também. – Disse Tom fazendo com que a garota olhasse pra ele fulminando-o com os olhos.
  - Então eu vou ficar também. – Falou Bill.
  - Ah, não! Você vai sim, Bill! Você que começou com essa história de sair! Então você vai! – Falou Thaís puxando o menino pelo braço.
  - É Bill... Pode ir, eu vou ficar bem. – Disse Duda rindo pra ele.
  - É Bill! Vai de uma vez. –Disse Tom praticamente empurrando o irmão pela porta.
  Finalmente todos saíram então Tom sorriu pra Duda maliciosamente e falou:
  - Agora somos só nós dois.
  - Ham ham – Alguém pigarreou no meio da sala.
  - Ah não! O que você tá fazendo aqui, hein?! – Falou Tom olhando pra Maurren, irritado.
  - Ela ficou aqui pra cuidar da gente, né, criança?! – Falou Duda rindo da cara de Tom.
  - Exato. – Disse Maurren.
  - Por que você não vai procurar o que fazer, hein, garota?!- Disse Tom se segurando pra não matar Maurren.
  - Bem, se vocês quiserem se matar aí, fiquem a vontade. Eu vou ler. – Disse Duda deitando-se no sofá.
  - Não acredito que você vai ler. – Disse Tom olhando incrédulo pra cara de Duda.
  Sem receber resposta, decidiu ir ver televisão. “Não acredito que fiquei aqui pra não conseguir nada” pensou ele ligando a televisão. E virando-se pra Duda chamou:
  - Ei...
  Duda estava pensando no que tinha acontecido no quarto àquela noite entre ela e o Bill. Ela sabia que a sua vontade era de tê-lo beijado. Mas não se arrependia de não ter seguido o seu coração. Ela estaria com um peso na consciência agora se assim tivesse feito. Sabia que no final, mesmo que a irmã não presenciasse o beijo, ela lhe contaria tudo. Não aguentaria guardar aquilo apenas pra ela, escondendo da irmã, que alguns dias antes tinha lhe confessado que era apaixonada pelo Bill. E pior, tinha pedido sua ajuda pra ficar com ele. E ela tinha concordado. Não podia agora simplesmente voltar atrás por um simples desejo. Por uma paixão. Sabia que a irmã lhe perdoaria depois de um tempo, mas conhecia Thaís, sabia que a irmã era do tipo que guardava uma mágoa. E levaria aquilo pro resto da vida. Ela não estava disposta a estragar sua amizade com a irmã por um caso incerto. Um relacionamento que ela não sabia quanto tempo iria durar.
  - Ei... – Tentou Tom novamente, fazendo Duda se mexer desconfortável no sofá.
  Ela queria poder dizer ao Bill tudo aquilo que estava sentindo. Mas achava melhor esquecê-lo. E era melhor fazer isso o mais rápido que pudesse.
  - Ei, Duda... – Disse Tom sentando-se ao lado da garota, fazendo com que ela mudasse de sofá.
  E era melhor ela deixar mais espaço pra irmã se aproximar do Bill. Aliás, ela tinha prometido ajudá-la. E era melhor também ela se livrar do Tom. Não aguentava mais a insistência daquele garoto, nem estava mais com paciência pra ficar dando fora nele.
  - Ei! Tô falando com você, sabia?! – Falou Tom fitando Duda.
  “Não aguento mais esse menino” pensou ela. Fechou então o livro que estava lendo soltando um longo suspiro. Levantou a cabeça, olhou bem fundo nos olhos de Tom e disse:
  - “Feliz é o homem capaz de evitar a maioria de seus semelhantes”.
  - Han? – Falou Tom sem entender nada.
  - Schopenhauer... Procura no Google – Disse, levantando-se.
  Então eles ouviram uma risada. Tom e Duda viraram-se na mesma hora para ver quem estava gargalhando, e por incrível que parecesse, era Maurren. “Maurren? Rindo?”, pensou Tom, que por alguma razão, tinha se irritado com a moça. Duda, ao perceber a irritação de Tom, pensou “Ela pode me ajudar...”, com um sorriso malicioso no canto dos lábios.

Capítulo 18
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