Uma Viagem Pode Mudar Um Destino


Escrita porThatzFer
Revisada por Carol S.


Capítulo 17

Tempo estimado de leitura: 9 minutos

  Bill foi aproximando-se da garota lentamente, ela mal conseguia respirar de apreensão. Foi quando sentiu uma pontada no coração e olhou para o lado a tempo de ver sua irmã caindo no chão, desmaiada. Duda empurrou Bill de cima dela e patinou o mais rápido que podia até onde sua irmã encontrava-se caída. Ajoelhou-se ao lado dela e viu-a abrir levemente os olhos. A dor que sentia em seu coração ainda persistia.
  – O que houve? – Perguntou Bill chegando ao local junto com os outros.
  – Ela desmaiou, mas vai ficar bem – Disse Duda se segurando na calça de Tom para conseguir se levantar.
  – Você está bem?! – Perguntou ele ao ver como Duda estava pálida.
  – Estou sim... Cuida da Thaís, por favor. – Disse Duda se encaminhando a saída da pista de patinação.
  Ela pressentia que algo ruim tinha acontecido e, para ela e a irmã terem sentido aquilo ao mesmo tempo, só podia ter sido alguém em comum as duas. Começou a ligar pra casa. Chamou, chamou, chamou e ninguém atendeu. Ligou mais uma vez e novamente ninguém atendeu. Tentou então ligar para o celular da mãe, que também disparou sem que ninguém atendesse. Tentou o celular do pai já nervosa, rezando para que tudo estivesse bem, e que ela estivesse enganada, que nada de ruim tivesse acontecido. No segundo toque, seu pai atendeu.
  – Alô?
  – Pai! Finalmente consegui falar com você!
  – Eu já ia ligar pra você...
  – Por quê? O que aconteceu?
  – Sua mãe... Ela sofreu um acidente de carro... Eu estou aqui no hospital com ela...
  Duda ia escorregando encostada à parede ao ouvir cada palavra que seu pai dizia.
  – Pai, eu vou praí! – Falou Duda de repente interrompendo seu pai.
  – Não, filha! Eu quero que você e sua irmã aproveitem a viagem! Sua mãe já está sendo atendida e eu sei que ela vai ficar bem. – Falou, tentando convencer a menina – Olhe, os médicos estão vindo falar comigo, vou ter que desligar agora, qualquer novidade eu te ligo, tudo bem assim, minha querida? Vai dar tudo certo, não se preocupe! Beijos! Fique bem! - Falou desligando.
  Quando desligou o telefone pôde perceber que havia alguém do seu lado. Era o Bill. Não sabia há quanto tempo ele estava ali, nem dava a menor importância a isso. Ao olhar em seus olhos, não conseguiu segurar-se mais e pôs-se a chorar. Sentiu então que os braços de Bill a envolviam, a acolhiam, com um abraço protetor, um abraço de irmão. Ficaram assim durante um bom tempo, sem pronunciar sequer uma palavra, mas também, não era preciso. Às vezes, o silêncio fala palavras desconhecidas, que superam qualquer coisa que possa ser dita.
  – O que aconteceu? – Perguntou Thaís chegando acompanhada dos meninos, se apoiando em Tom, com um pequeno machucado na testa.
  Tom não gostou de ver o irmão abraçado com Duda daquele jeito. Mas viu a cara triste da garota e tentou afastar o ciúme que sentia, apesar de ainda achar que era ele que deveria estar ali no lugar do Bill.
  – Foi que... – Começou Duda, mas foi interrompida pelo seu celular que tocava.
  – Alô? Pai?
  – Filha! Olhe, está tudo bem com sua mãe, viu? Tá tudo bem! Ela só está com uma perna quebrada e torceu o braço, além de alguns arranhões espalhados pelo corpo... Mas nada demais... Tirando isso ela está ótima! Quando ela puder falar eu ligo pra vocês, certo? Mande um beijo pra sua irmã! Tchau!
  – Tchau, pai! Beijos! – Falou Duda desligando.
  – O que foi?! – Perguntou Thaís se ajoelhando na frente da irmã.
  – Mamãe, Tha! Ela sofreu um acidente de carro, mas ela está bem! – Apressou-se em dizer, tranquilizando a irmã. – Painho disse que quando ela pudesse falar, ele ligava! – Falou Duda com um sorriso estampado no rosto.
  Ficaram algumas horas ainda patinando depois resolveram ir embora, já que todos estavam muito cansados. No carro, o pai das gêmeas ligou para que elas pudessem falar com a mãe. As meninas ficaram ainda mais tranquilas depois daquele telefonema e bem felizes por terem se certificado que sua mãe estava realmente bem. Para comemorar, combinaram de sair com os garotos.
  – Depois a gente marca direitinho! – Falou Thaís saindo do carro.
  As gêmeas chegaram exaustas em casa, tomaram um banho demorado e depois ficaram o resto da tarde conversando e comendo besteiras. Quando Duda se levantou dizendo que ia descansar um pouco no quarto, Thaís lhe perguntou algo que a tinha incomodado a tarde inteira:
  – Ei, vem cá, por que você não fica com o Tom? – Perguntou Thaís com medo de escutar que era porque a irmã gostava do Bill.
  – Ah! Até parece, né, Thaís?! – Falou Duda, rindo.
  – Ué, por que não?! Ganha o coração dele, oras!
  – Ganhar é fácil, eu quero é fazê-lo desistir de ganhar o meu – Falou Duda indo para o quarto.
  “Então tá”, pensou Thaís indo à cozinha pegar água. “Não seria má ideia se eles dois ficassem... Até porque tá na cara que ele tá afim...”, continuou pensando até chegar à escada, foi quando percebeu que a campainha estava tocando.
  –Olá! O que vocês tão fazendo aqui?! – Perguntou Thaís abrindo a porta e dando de cara com os garotos da banda.
  – A gente veio buscar vocês pra sair. – Disse Tom.
  – É! Vocês ficaram de ligar pra marcar e nada! Então a gente resolveu vir buscar vocês assim mesmo. – Completou Bill.
  – Humm! Então, pra onde a gente vai?! – Perguntou Thaís.
  – Vamos pra um restaurante aí comer e beber! – Falou Tom rindo.
  – E pegar umas também, né, Tom?! – Falou Georg olhando pra Tom e rindo.
  – Mas é claro, meu amigo! – Disse Tom dando uma batidinha no braço de Georg.
  – Ah, claro! – Riu Thaís.
  – Cadê Duda? – Perguntou Bill.
  – Tá lá no quarto dela. – Respondeu Thaís.
  – Posso ir lá chamá-la?
  – Err... Pode, claro! É o 2º da esquerda, é só subir a escada...
  – Ah, ok...
  Bill foi subindo a escada devagar, sob o olhar reprovador do irmão e o apreensivo de Thaís. Enquanto subia as escadas, pensava no que diria a Duda. Tinha decidido que contaria a ela o que estava sentindo, que era algo mais forte que uma amizade. Mas ainda tinha medo da reação da garota, tinha medo que ela se afastasse ainda mais dele, e era o que ele menos queria no momento. Nunca achou que existisse alguém como ela, em quem pudesse confiar em tão pouco tempo, e ele realmente não queria perder aquilo. Mas precisava tentar, não podia ficar com aquelas dúvidas na cabeça, das incertezas do que poderia ter sido e não foi.
  Chegou ao quarto que Thaís lhe tinha dito, a porta estava entreaberta e saia dela o som do violão, misturado com a voz da garota. Bill aproximou-se da porta e pela pequena abertura pôde visualizar Duda sentada na beira da cama, tocando e cantando. Ela estava tão envolvida pela música que não percebeu quando ele entrou no quarto e encostou-se à parede, ouvindo-a.
  “... If I could dim the lights in the mall
  And create a mood I would
  Shout out your name so it echos in every room
  I would
  That's what I'd do, That's what I'd d, That's what I'd do
  to get through to you
  I'm gonna muster every ounce of confidence I have
  And cannon ball into the water
  I'm gonna muster every ounce of confidence I have
  For you I will
  You always want what you can't have
  But I've got to try
  I'm gonna muster every ounce of confidence I have
  For you I will
  For you I will
  For you I will ” *
  – Mas eu não posso... – Falou Duda baixinho.
  – O que é que você não pode? – Falou Bill, fazendo com que Duda notasse sua presença ali.
  – Ah! Nada não... Tava só pensando alto aqui... – Falou ela baixando a cabeça.
  Bill caminhou até ela, agachou-se na sua frente e levantou o rosto da garota pra ele. Passou a mão pelos cabelos dela até chegar à nuca e puxou-a para ele. Foi quando Duda desviou-se do beijo, deixando Bill receoso. Segurou-lhe então o rosto e deu-lhe um beijo na bochecha.
  – Bill, você ainda não percebeu que a gente é só amigo? Se você está confuso, pense nisso. E não se preocupe, nada vai mudar entre a gente. Você nunca vai me perder.

  Notas finais do capítulo
  *"Se eu pudesse escurecer as luzes no shopping.
  E criar um clima, sim, eu faria
  E gritaria seu nome para que ecoasse em todos os quartos,
  Eu faria
  É isso que eu faria, é isso que eu faria, para chegar a você
  Vou juntar cada pouco de confiança que tiver e cair na água.
  Vou juntar cada pouco de confiança que tiver
  por você, eu vou.
  Sempre queremos o que não podemos ter,
  Mas tenho que tentar,
  Vou juntar cada pouco de confiança que tiver
  por você, eu vou.
  Por você, eu vou.
  Por você, eu vou
  Por você, eu vou "

  For you I will (confidence) - Teddy Geiger

Capítulo 17
0 0 votos
Classificação do artigo
Inscrever-se
Notificar de
guest
0 Comentários
mais antigos
mais recentes Mais votado
Feedbacks embutidos
Ver todos os comentários
Todos os comentários (0)
×

Comentários

×

ATENÇÃO!

História NÃO RECOMENDADA PARA MENORES ou PESSOAS SENSÍVEIS.

Esta história pode conter descrições (explícitas) de sexo, violência; palavras de baixo calão, linguagem imprópria. PODE CONTER GATILHOS

O Espaço Criativo não se responsabiliza pelo conteúdo das histórias hospedadas na sessão restrita ou apontadas pelo(a) autor(a) como não próprias para pessoas sensíveis.

Você não pode copiar o conteúdo desta página

0
Adoraria saber sua opinião, comente.x