Capítulo 16
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– ‘Bora, mas espera que a Duda tá tomando banho, e a gente tá esperando uma pizza! – disse Tha deixando os rapazes entrarem.
– Eba! Comida! – disse Bill, batendo palmas como uma criança feliz. “Own, meu Deus...” pensou Tha, rindo.
– Pois é, pois é, queridos. Mas, pra onde a gente vai? – perguntou Tha, sentando no sofá.
– Vocês escolhem dessa vez! – disse Tom, sorrindo.
– Podexá! – Thaís, então, virou-se e percebeu a presença de uma moça desconhecida na sala. Era loira, alta, esguia e tinha olhos azuis profundos e penetrantes.
– E essa daí, quem é?! – perguntou Thaís, olhando para Bill.
– Ah, essa é a... – começou o rapaz, mas foi interrompido pela moça.
– Eu sou a Maurren Pfeiffer, assistente pessoal dos meninos. Cuido para que... – Ela cuida pra gente não falar nenhuma merda, e se vocês falarem alguma merda, ela cuida de vocês. – completou Tom, interrompendo a moça.
– Ah, claro. Pra gente não falar nada pra imprensa, certo? – disse Tha, olhando para Maurren com certo desprezo. Não havia gostado do nariz empinado da moça.
– Exato. Vou passar a andar com vocês. – disse Maurren.
A campainha então tocou e Gustav foi pegar a pizza.
– Ô DUDA!! DESCE QUE A PIZZA CHEGOU E NÃO VAI SOBRAR PRA VOCÊ! – Gritou Tha enquanto pegava os pratos e os guardanapos na cozinha.
– Err, cadê os talheres? – perguntou Bill, quando Tha apareceu na sala.
–Ô Bill, deixa de frescura, come com a mão, rapaz! É muito mais gostoso! Se você não gostar, eu pego garfo e faca para você! Agora come! – disse Tha, entregando o prato e o guardanapo a Bill, que sorriu com a preocupação da garota.
– Oww! Guardaram um pedacinho pra mim? – Perguntou Duda chegando à sala.
–Eu guardei! – Falou Bill mostrando um prato com dois pedaços de pizza a Duda.
–Ow, Bill, brigada! – disse Duda aproximando-se dele e lhe dando um leve beijo na bochecha.
– Se eu te der o meu pedaço eu ganho um beijo também? – Perguntou Tom com uma cara de safado.
–Err... Não?! – Disse Duda olhando com cara de desprezo pra Tom e em seguida sentando-se ao lado de Bill que já puxava assunto com ela.
O grupo comeu e conversou, e então Thaís perguntou:
– Ei, aqui tem alguma Roxxy? Tipo, local pra patinar no gelo?
– Vamos ver no “mapinha de entretenimento” do Bill... - disse Tom, rindo.
– Pelo menos ele serve para alguma coisa. – disse Bill, revirando os olhos para o irmão.
– ACHEEEI! – exclamou Tom, feliz da vida.
– Nossa, essa felicidade toda é só por isso?! – perguntou Duda.
– É claro! Não é fácil achar uma coisa nesse mapa...
– Realmente, é muito difícil. – disse Duda rindo e em seguida saindo em direção ao carro, acompanhada pelo restante do grupo.
– Como vocês são amáveis, não? – disse Tha, caminhando em direção ao carro, quando tropeçou numa pedra e se desequilibrou, sendo segurada por um desengonçado Bill.
– Ei, Tha, você tá bem? – perguntou ele, pondo a garota de pé.
– Tô, tô, brigada, só... Só tropecei numa pedra aqui. – respondeu Thaís, apoiando-se no ombro de Bill.
Entraram no carro, ficando Bill entre Thaís e Duda, Tom e Georg ficaram na frente, e Gustav ficou do lado de Thaís, enquanto Maurren ficou ao lado de Duda, que só agora tinha percebido a presença da moça ali.
– Oushi, quem é tu?! – perguntou Duda, virando-se para Maurren, com cara de espanto.
– Eu sou a assistente pessoal dos meninos. Cuido para que...
– Ela cuida pra que a gente não fale nenhuma merda pra imprensa. – completou Thaís.
– Exato. – disse Maurren.
– Ah! E isso é uma profissão?! Que coisa de quem não tem o que fazer... – disse Duda.
– Concordo. – disse Gustav, que pela primeira vez mostrava uma expressão de irritação no rosto.
– Você não precisa concordar com nada. – disse Maurren, com autoridade.
– Err, ele não é o seu chefe, Maurren?! Se você fosse minha assistente pessoal, já estaria demitida... – comentou Thaís, fazendo uma careta.
– David Jost é o meu chefe. – respondeu Maurren, ignorando o comentário de Thaís.
– Ah, claro... – respondeu Thaís, revirando os olhos. “Oush, pega a doida...”, pensou.
– Que bom que David Jost só é alguma coisa por causa dos meninos, então você só é o pouco que é por causa deles, estou certa? – disse Duda, fazendo Maurren fazer uma careta. – Mermão, mas que tipo de profissão é essa? Você tem que fazer alguma faculdade pra chegar a ser isso?!
– Relações públicas. – respondeu Maurren, já irritada com a petulância de Duda.
– Ei, vei, cala a boca aí, eu quero ouvir música! – gritou Tom, do banco da frente.
– Oush, menino, ninguém tá te impedindo de ouvir música, não! – disse Duda, fazendo uma careta para Tom, que pelo retrovisor do Cadillac, soltou um beijo para ela.
– Um beijo pra você também, amorzinho... – disse ele, dando uma piscadela para a garota, que corou levemente.
– Aff... - disse Duda, baixinho, virando a cabeça para Maurren a tempo de ver um vestígio de tristeza em seu rosto. – Maurren, você está bem?!
– Estou. E caso não estivesse, não lhe interessaria. – falou Maurren, virando a cara.
“Nossa, que mulher chata!”, pensou Duda, soltando um “Tá certo, então” e se metendo na conversa de Bill e Thaís.
– (...) é, mas lá no Brasil a gente... – dizia Tha animadamente.
O resto do caminho o assunto foi o Brasil e suas belezas tropicais. Tha e Duda falavam animadamente sobre o seu país, sendo interrompidas algumas vezes pelas gracinhas de Tom e Georg sobre ‘as lindas mulheres brasileiras’ e os comentários de Bill de como seria bom fazer um show lá.
– CHEGAMOS! – gritou um animado Tom estacionando o carro e interrompendo mais uma vez Duda que olhou com cara feia pra ele.
– Vamos logo, então! – falou Tha esperando Gustav descer do carro e descendo em seguida.
Quando todos conseguiram sair do carro, foram correndo pegar os equipamentos. Na fila, uma menina se aproximou com um pedaço de papel e uma caneta na mão estendendo-a na direção de Tom e Duda que estavam juntos naquele momento. Tom estendeu a mão pra pegar o papel, mas foi surpreendido por Duda que agarrou o papel e a caneta virando pra menina e dizendo:
– Você quer o nosso autógrafo é? Das gêmeas? – Disse Duda sorrindo gentilmente pra garota.
– Claro que não! Ela quer o autógrafo dos gêmeos! Que pergunta! – Disse Tom com uma cara feia pra Duda.
– Na verdade, eu queria das meninas mesmo, sou grande fã delas, fora que eu já tenho o autógrafo de vocês.
Duda assinou sorrindo e entregou-o em seguida a Thaís que ficou super feliz em dar um autógrafo: “Nossa! O meu primeiro!” exclamou ela sorrindo.
– Viu Tom? Ela queria um autógrafo meu e não seu! – Disse Duda com cara de deboche pra Tom.
– Ela só quis um autógrafo de vocês, porque já tinha um nosso, tá?!
– Ahh... Como essa vida de famosa é difícil, não é mesmo? – Disse Duda ignorando o comentário de Tom enquanto a menina saía correndo já com os autógrafos na mão exclamando “Consegui! Consegui!” sorrindo pros seus amigos.
– Não esqueça que você só ta conhecida assim agora, por nossa causa...
– Não se esqueça que a gente só ta conhecida assim pelo nosso próprio mérito, se a gente cantasse rui m ou algo do tipo, nem vocês nem ninguém fariam alguém gostar da gente. – Falou Duda enquanto pegava seus patins e saia em direção ao gelo.
Duda e Thaís patinavam felizes rindo de um Bill que mal entrara e já ia levando uma queda. Quando Tom entrou foi logo se amostrando.
– Vejam como é que se faz e aprendam! – Exclamou provocando uma competição entre ele e Duda que tentavam ver quem patinava melhor. Assim, deram espaço pra Bill e Thaís conversarem mais, se conhecendo melhor. Ele gostava do jeito da menina, cada vez que conhecia mais ela, mais percebia o quanto ela era diferente da irmã. Mas ainda assim, sempre que olhava Duda conversando com o irmão, sentia ciúmes, queria estar lá no lugar dele, não entendia porque, mas tinha a impressão que Duda estava se afastando dele.
– Oopss! - Esbarrou Duda em Bill interrompendo seus pensamentos.
Os dois caíram no gelo, sendo Bill por cima de Duda, o que provocou uma crise de riso na garota. Depois que passou o susto, Bill começou a rir também, acompanhado pelo resto das pessoas, que logo voltaram a patinar. Quando finalmente Duda conseguiu parar de rir percebeu a situação: Bill ainda estava por cima dela olhando bem dentro dos seus olhos, rindo também, o que a fez corar levemente desviando o olhar de Bill. Foi então que ele percebeu que precisava fazer alguma coisa. Queria beijá-la, então pôs a mão em seu rosto, fazendo-a se virar pra ele que a encarava.