Capítulo 11
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O grupo saiu no carro de Tom, um Cadillac Escalade igualzinho ao das gêmeas. Tom dirigia com um mapa de entretenimento de Lisboa ao lado. No banco da frente estava Thaís, por insistência da irmã. Atrás, Gustav, Bill, Duda e Georg sentavam confortavelmente, afinal, um Cadillac Escalade era um Cadillac Escalade!
– Ei, povo! Achei um lugar legal aqui! Que tal a gente ir pra uma boate? – perguntou Tom, animado.
– Beleza! – responderam os outros, em coro.
E o trajeto seguiu agitadamente. Bill e Duda conversavam que era uma beleza! Ela adorava falar, ele também! Thaís estava um tanto calada. Duda estava tão empolgada com a conversa com Bill que tinha até esquecido a presença da gêmea ali. Thaís apenas ouvia as conversas, ela, que sempre tinha sido apaixonada por Bill – um amor platônico, que fosse -, agora via a irmã gêmea com toda intimidade com ele. Então ela limitou-se a escutar e observar o trajeto.
– Calada por que, Thaís? – perguntou Tom, olhando de relance para a garota, tomando cuidado para não perder o controle do volante.
– Apenas pensativa. – respondeu ela, sorrindo.
– Huum, vá, confesse, sou eu que estou nessa cabecinha agora, não é?
– Desculpe, mas, não, haha. – respondeu Thaís, rindo da cara de decepção de Tom.
– Droga...! – resmungou ele, rindo também.
– Assim você fica mais sociável, né, não? Ah, odeio dar foras no povo, sinceramente. – comentou Thaís, olhando para a paisagem por fora da janela do carro.
– Sério? – perguntou Tom.
– Sério, ué. É uma pena que eu seja irmã gêmea da Duda e tenha que conviver tanto assim com ela, acabei aprendendo, haha. – disse a garota com ar maroto.
– Vocês parecem se dar bem.
– A gente se dá bem. É que, tipo, ela é vinte minutos mais velha que eu. Somos gêmeas, mas não nascemos no mesmo dia, entende? E aí a diferença de tempo entre nós nos colocou em dois signos diferentes. Ela é aquariana, eu sou pisciana. Mas nós duas nos completamos, realmente. – explicou Thaís.
– Uaau, vocês superaram o Bill e eu! Eu sou só dez minutos mais velho que ele!
– Eu sei, já li muito sobre vocês, né.
– É, né? Ei! Agora lembrei o que eu queria comentar com você! Essa tatuagem do seu pulso, é de verdade mesmo?!
– Lógico que é! Ou você acha que eu não lavei o braço?!
– NOSSA! Acho que nunca vi nenhuma brasileira que tenha tatuado nosso símbolo no braço! Isso é que é fanatismo, hein...! – disse Tom, sorrindo.
– Pois é. Foi um auê para meus pais deixarem, mas eles sabiam que era algo importante pra mim, né? E são as duas primeiras letras do meu nome, haha... – disse Thaís.
– Pura coincidência.
– Que coincidência feliz, então. – disse a menina, sorrindo.
Os dois conversaram até chegarem à boate, estavam se dando muito bem, apesar das investidas de Tom. Duda e Bill nem se desgrudavam. Pareciam amigos de infância. Logo que entraram no local, Georg e Gustav se separaram do grupo, foram buscar bebidas e “xavecar” as portuguesas – mas pela parte de Georg do que pela de Gustav, que ia mais acompanhando o amigo do que qualquer outra coisa.
Bill e Duda ficaram conversando, enquanto Thaís foi dançar seguida por Tom, que tentava fazê-la não notar a presença dele. Ele a observava um pouco de longe, ela dançava espontaneamente, mas de alguma forma, era sensual. Tom tinha um interesse muito físico por Thaís, e ela, por ele. Na verdade, Thaís estava se sentindo diferente. Não em relação a Tom, não que gostasse dele. Mas ela estava se sentindo... Livre. Livre para aproveitar as oportunidades que a vida estava oferecendo a ela. E Tom parecia estar incluso no pacote. “E por que não?”, pensava ela, enquanto dançava.
Enquanto isso, Duda e Bill continuavam a conversar. Era incrível como eles pareciam se conhecer a tanto tempo, quando, na verdade, fazia apenas algumas poucas horas.
– Ah, Bill, gostei tanto de conhecer você! Tipo, é legal que só conversar contigo! – dizia Duda, levantando-se da cadeira. – Mas agora vamos dançar, né!
– AAAAAAH não, eu não danço! – disse Bill, envergonhado.
– Como é, menino?! Tá recusando o MEU pedido? Que absuuuurdo! – gritou Duda, fazendo cara de brava.
– Desculpa...! – disse Bill, com cara de cachorro molhado, o que fez Duda morrer de rir. – Que foi?
– AAAH essa sua carinha foi ótima, Bill! – disse a garota, entre gargalhadas.
– Ahhhh...! – riu-se o rapaz, ficando ligeiramente vermelho.
– Mas, voltando, vamos dançar e pronto! – disse Duda, puxando Bill pelo braço.
Os dois foram para um canto da boate, perto de onde estava Thaís. As gêmeas se encontraram e começaram a dançar juntas. Alguns rapazes que estavam lá pararam para observar aquelas estrangeiras. Um deles até se aproximou de Duda, puxando-a pela cintura, mas acabou levando um bom tapa na cara. “Que ousadia!”, pensou a garota, meio chateada.