ENTRE LOBOS E HOMENS

Escrita porRay Dias
Revisada por Lelen

Nota de autora inicial: Essa é uma fanfic escrita em 2012 por mim, postada em outros sites anteriormente, agora, a história está entrando no Espaço Criativo sob nova revisão e edição. Para quem leu antes, há mudança de narrador e algumas cenas.
Playlist da história


Capítulo Bônus • Prólogo de “Lobo Perdido”

Tempo estimado de leitura: 30 minutos

  O corpo de %Luna% caiu ao chão ao lado de Mark e o sopro brilhante que saiu de dentro da mulher pairou minutos sobre seus corpos. A luz que irradiava do ventre de %Luna% fez clarão em toda a caverna. O sopro flutuou como uma brisa movimentando a areia e percorreu até as águas do mar. Em uma velocidade tão grande, mais do que uma brisa, o sopro era visível. Uma forma de luz branca que chegou até onde estavam os vampiros mortos. Entre eles, somente acordados e caminhando, estavam os Volturi a dar as costas ao cemitério que aquele lugar se tornara. A luz branca e densa passou flutuando veloz entre corpos no chão, e em poucos instantes pairava sobre corpos inteiros e não dilacerados de alguns vampiros que estavam ali desacordados. Assim também ela transitou entre os corpos humanos desacordados, dos quileutes. O sopro era tão veloz e poderoso que não se fez sentir pelos vampiros mais antigos e, de repente, o clã dos Volturi caiu por terra. Um a um, restaram apenas as túnicas e capas vazias no chão e cinzas negras a flutuar levadas ao vento.
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  O sopro brilhante seguiu em direção oposta, por entre as matas. Seth caminhava junto a Embry, quando os dois caíram no chão. Haviam também sido tocados pelo sopro. Sue, que já avistara os meninos que quase chegavam ao meio da reserva, correu em sua direção ao vê-los cair, e o sopro transpassando o corpo da mulher, também a desacordou. Seguiu até Leah que estava desacordada e pairou sobre ela. Seguiu até Sam também desacordado e pairou sobre ele. Seguiu até Emy, que estava cansada, mas alerta e estupefata com o que via, e envolveu-a, porém, não a desacordando. Todos os corpos pelos quais o sopro pairou, foram salvos. O sopro apenas não pôde salvar os corpos que já haviam sido mortos.
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  O sopro, era Rhikan.
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  Quando abriu os seus olhos, %Luna% ainda estava na caverna deitada no chão em um recente desmaio, mas ela havia visto tudo em sua mente. Cada percurso feito por Rhikan, cada corpo salvo e morto em que a própria deusa agiu. Ela só não enxergou o que aconteceu a uma pessoa: Jacob Black.
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  Ela ergueu o seu corpo para se colocar sentada, ainda chorava tomada pelos sentimentos que a visão de Black sendo ferido, a passar em sua mente inconsciente, lhe proporcionou. Ao vasculhar a caverna com os olhos, a visão um pouco embaçada, %Luna% notou o corpo de Mark desacordado ao seu lado. A mulher, estranhamente, se sentia renovada, nenhuma dor havia em seu corpo, pelo contrário, sentia-se vivaz. %Luna% engatinhou calmamente até o vampiro ruivo e todas aquelas memórias das suas vidas passadas — que Killiam Mark compartilhou com ela antes do suposto fim de ambos — ainda estavam nítidas em sua mente. %Luna% então segurou sua cabeça a colocando sobre seu colo e tentou acordá-lo. A boa notícia era que ele ainda respirava.
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  — Mark! Mark, por favor, acorde!  — ela pedia calma e insistente, chacoalhando-o levemente e aos poucos Mark foi retomando a consciência.
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  Havia algo diferente nele, a começar por sua cor. A palidez e o olhar sombrio não mais estavam ali.
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  — %Luna%? — perguntou ele, encarando os olhos dela, ainda deitado em seu colo.
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  — Eu avisei que você não morreria, não avisei? — comentou %Bedingfield% risonha.
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  Subitamente, Mark tentou se levantar, mas ainda se sentia um pouco fraco e dolorido.
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  — Calma! Não se esforce! Seu corpo ainda está se adaptando a ter sangue correndo por ele de novo.
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  — Sangue? — perguntou Mark confuso.
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  — O erro de Valerie, a vampira que lhe transformou, e de Killiam, seu antepassado pai vampiro, como você disse, foi o que permitiu que você estivesse vivo agora. Rhikan dizimou lobos e vampiros, transformando-os apenas em homens, e curou os homens que estavam feridos.
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  — Até os Volturi? — perguntou.
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  — Não. Ela levou-os. Acredito que a deusa, apenas poupou àqueles que não desejavam o seu poder. E bem... agora você é humano. Bem-vindo à vida de novo, Mark.
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  %Luna% sorriu fracamente e sentiu o abraço forte e urgente de Mark em seu corpo. Ele chorava. Ela não deveria estar acostumada àquela figura tão humana vinda de Mark, mas graças a ele, por ter lhe mostrado suas memórias do passado, ela se lembrava do homem Killiam Mark Jr. Ruskt. E também agora estavam lá, as suas memórias de vidas passadas permitindo que descobrisse e tivesse certeza de que ela amou aquele homem que, em vida, era tão doce e gentil.
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  — Obrigado. Obrigado, %Luna% — ele agradecia ao ouvido dela, cheio de uma ternura antiga, ainda abraçados.
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  — Eu que agradeço por você não desistir de me encontrar, Mark — falou %Luna%, relembrando de todos os momentos através dos séculos que aquele homem a havia reencontrado.
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  Os dois se soltaram daquele abraço e %Luna% se levantou rápida, tendo que ajudar Mark a ficar de pé.
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  — Vamos! Eu preciso achar o Jacob!
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  — Ele está bem?
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  — Eu não sei, Mark! De todos que eu vi Rhikan salvar, eu só não pude vê-lo. Eu estou... com muito medo.
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  — Nós vamos achá-lo. Fique calma — disse Mark com certo pesar pela preocupação dela.
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  — Você consegue caminhar?
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  — Consigo. Estou um pouco fraco, mas consigo.
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  Mark e %Luna% se colocaram a caminhar para fora da caverna em que haviam se escondido. Ela andava um pouco mais rápida do que ele, e quando saiu da praia adentrando pela floresta, %Luna% não obteve dificuldades em encontrar o campo onde a batalha aconteceu: havia rastro de destruição por todo lugar onde Rhikan passou.
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  Em um misto de susto, pressa e desespero em achar Jake, ela correu pela mata sem se preocupar com o ex-vampiro, pois sabia que não havia mais perigo e Mark daria conta de alcançá-la. Aos poucos, %Luna% foi percebendo corpos pelo chão de vampiros que eram recrutados pelos Volturi. Todos estavam desacordados e um a um, ela foi checando os sinais vitais. Não sobrara entre aqueles, nenhum vivo até então.
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  Caminhando mais, ela chegou ao centro de todo aquele horror. Tropeçou em uma capa e ficou em choque ao notar que ali jazia o nada que um dos Volturi havia sido resumido pela deusa. Havia uma atmosfera pesada ali, uma atmosfera densa e horripilante. %Luna% sentiu a mão de Mark no seu ombro, que se colocou a encarar, inerte como ela, àquela sobra do que chegou a ser um Volturi.
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  — Darak ficaria feliz em ver isso — afirmou Mark com um sorriso mínimo, mas em nítido escárnio.
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  — Darak?
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  — Ele planejou entre os séculos destruir os Volturi sendo por este motivo a causa pela qual eu pude te encontrar entre os séculos.
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  — Me desculpe, Mark... eu acabei matando Darak e agora vejo que vocês eram, de certa forma, amigos.
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  — Eu não nego, mas me importa mais que você esteja viva. — A voz sedutora e o olhar brilhante eram os mesmos do vampiro, porém, algo novo permeava ali e que %Luna% ainda não sabia reconhecer, e ousaria dizer que era o amor de Mark por ela.
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  — %Luna%? ... %Luna%! — Os dois escutaram o grito ao longe.
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  Quando Mark e %Luna% buscaram os donos daquelas vozes, eles avistaram Sue e Charlie correndo até eles, e %Luna% correndo de volta os abraçou apertadamente!
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  — Sue, Charlie! Vocês estão bem? — perguntou a mulher observando-os de cima a baixo.
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  — Sim, querida! E você?
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  — Estou. Cadê todo mundo, como estão todos?
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  — Estão todos salvos. — Charlie disse: — Milagrosamente salvos.
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  — Leah, Paul e Quil ficaram muito feridos, mas fomos tomados por um desmaio e ao despertarmos, eles estavam bem assim como Seth e alguns outros. Mas, o Billy... — Sue não terminou de falar, sua voz embargou.
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  %Luna% compreendeu que havia algo errado com Billy Black e novamente o seu coração se apertou.
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  — E Jacob? Digam-me que o encontraram! — pediu.
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  — Não, %Luna%. Estamos à procura dele, já que os meninos estão melhores na reserva. Até por que... Billy quer se despedir — disse Charlie, e Sue voltou a chorar.
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  — Sue, por favor, leve o Mark para a reserva. Ele está muito fraco. Eu vou procurar o Jake com o Charlie!
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  Sue murmurou em afirmação e seguiu com Mark pelo caminho que levava à reserva, enquanto Charlie e %Luna% se desdobraram entre corpos e matas destruídas atrás de Jacob Black.
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  Não havia tempo de conversar, explicar o ocorrido ou buscar entender se Charlie sabia o que aconteceu à Bella e os outros vampiros que não estavam mais entre os corpos. %Luna% precisava encontrá-lo. E com ímpeto ela seguiu por horas entre a mata. A noite caía e o frio era perturbador, mas %Luna% não queria parar. Não havia mais como encontrar Black com a conexão mental de antes. Ele não era mais lobo, e ela não era mais hospedeira. Foi com muita revolta que %Luna% acolheu ao conselho de Charlie sobre eles retornarem à reserva. Estava escurecendo e os dois não achariam Black no meio do breu.
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  Quando retornaram e %Luna% pisou no solo da reserva, foi impossível para ela não chorar. O clima de devastação era palpável. Não havia ninguém fora das cabanas, como era hábito, e a única realmente habitada e acesa era a cabana dos Black.
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  %Luna% se apressou limpando as lágrimas e subiu aqueles degraus que tantas vezes ela havia se sentado para refletir. A sensação fúnebre era inevitável. Os quileutes choravam, espalhavam-se pela sala da cabana. Embry e Seth se levantaram e seguiram até ela assim que %Luna% entrou. O abraço apertado dado entre os três era claro: recusava palavras para definir o momento. Leah estava sentada no sofá desolada ao lado de Emily, e %Luna% apenas pegou em sua mão. Quil e Paul estavam dentro do quarto de Billy ao chão, sentados, e Sam encostado à porta. Ele estava na posição de alfa novamente representando a todo o clã. Sue, abaixada na beira da cama de Billy, segurava fortemente sua mão e tinha o rosto revestido em lágrimas.
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  %Luna% não conseguiu evitar a dor que era ver Billy Black deitado em sua cama, os longos cabelos grisalhos espalhados soltos pelo travesseiro, seu corpo em uma fragilidade irreconhecível. Billy não estava ferido, mas era como se tivesse a sua vida sugada. Aparentava o dobro de sua idade que já era avançada, mas nunca fora tão visível, já que ele era um ancião indígena, forte e sadio. Billy olhou para %Luna% e sorriu e então, ela se aproximou, segurando o embargo em sua garganta.
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  — Você não o encontrou? — perguntou Billy com a voz fraca quando %Luna% se aproximou. Ela negou em um aceno silencioso, mas Billy sorriu como se aquilo não fosse importante. — Tudo bem... Ele vai te encontrar.
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  — Billy... — %Luna% queria dizer algo, mas não sabia o que, e de qualquer maneira, o velho a interrompeu com um menear de sua cabeça fazendo-a apenas escutá-lo.
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  — %Luna%... Eu o vi.
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  — Onde? — ela o interrompeu ansiosa, e todas as pessoas ali encararam Billy com surpresa.
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  — Você tem que ir agora... tem uma missão nova para você. Rhikan se foi e ela levou quem deveria... os sacrifícios — Billy parou de falar e tossiu.
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  — Não fala nada, Billy — pediu %Luna% preocupada — Aguente firme, pelo menos até eu encontrar o Black para que ele se despeça.
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  — Você não vai encontrá-lo... — Ele sorriu com uma paz em sua face, incompreensível a um pai que estava morrendo sem ver o único filho; e chamou: — Quileutes...
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  Assim que Billy pronunciou, Sam fez sinal da porta para que todos entrassem no quarto. %Luna% ficou ao lado de Billy, ainda segurando sua mão, enquanto Sue segurava a outra.
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  — Vocês estão livres. Mas eu peço que não se abandonem. Não deixem morrer nossas tradições... — Billy pausou e encarou firme os olhos de cada um. — Cuidem uns dos outros.
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  O choro era geral e %Luna% não conseguia sentir nada além de uma revolta e uma profunda tristeza. Billy não podia partir daquela forma! O patriarca quileute encarou àquela que seria sua nora e pediu que se aproximasse. %Luna% baixou os olhos à altura de seu rosto, e o ancião pediu que ela chamasse a Mark. De alguma forma, Billy soube que o “não vampiro” estava presente. Assim que %Luna% fez menção de se levantar, porém, Charlie, parado à porta, pediu para que ela ficasse ali e foi ele mesmo atrás do novo humano. Mark, ao adentrar ao cômodo, ainda estava fraco e agora, receoso. Billy o encarou e sorriu largamente:
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  — Obrigado. — Mark apenas assentiu com a cabeça e Billy continuou: — Agora está entre amigos. É um quileute se quiser.
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  Em seguida encarou Sam com afinco e ordenou:
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  — Até que ele volte, você será novamente o alfa. Apesar de não serem mais lobos... Sempre seremos uma alcateia. E vocês têm o dever de cuidar de Mark, de %Luna% e das sementes plantadas.
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  Todos eles estavam confusos, mas não discordaram de nada e apenas o ouviram. Billy, de novo, voltou seu olhar para %Bedingfield% e suspirou pesadamente antes de pronunciar a sua última fala:
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  — Você deve seguir o seu caminho e não se preocupe em achá-lo, ele achará você. Obrigado, %Luna%, por tudo o que fez e pela felicidade que sei que ainda trará. Você foi a pessoa mais especial que nós poderíamos ter conhecido. E fez meu filho feliz, o Jake te ama, confie nele, e... — Suspirou novamente, mais fraco por tanto falar. — E digam ao Jacob que eu o amo, que sempre o encontrarei no brilho lunar... Cuidem uns dos outros, meu querido clã... Eu... Amo... Vocês.
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  E então, Billy fechou os olhos. Com um sorriso calmo e satisfeito. E os quileutes presentes fecharam os olhos, com uma expressão de luto, dor e saudade.
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=::=

  O velório de Billy seguiu às tradições quileutes e ele foi cremado em uma grande fogueira à luz da Lua. %Luna% se manteve entorpecida em todos aqueles dias, seguindo atrás de Black por onde pôde. Mark, Seth e Embry sempre estavam com ela e Charlie comandou uma equipe na delegacia para procurar Jake. Erick foi generoso em guardar aquele segredo e trabalhar com tanto fulgor como os quileutes na busca pelo amor da vida de %Luna%.
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  A mulher também foi até à reserva indígena vizinha, Whitton, já que aquele povo tanto os ajudou. Ela imaginou que acompanhada de Seth eles poderiam ajudar de novo, mas os dois não os encontraram. Inclusive, para os Whitton, Rhikan também realizaria o desencanto de seu povo. Mas ficou no ar aquela dúvida entre Seth e %Luna%: o povo Whitton havia desaparecido com Rhikan?
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  Em muitos dias depois, aliás, um dia frustrado de novas buscas, %Luna% se reuniu com todos os quileutes e reportou ao Sam as suas preocupações. Ninguém se importava com "o que aconteceu" no dia da libertação da deusa. Eles haviam adiado todas as dúvidas porque precisavam encontrar Jake, e diante da ausência dele, nada do que passou realmente importava. Mas depois de mais um dia de buscas que não deram em nada, %Luna% decidiu acatar ao conselho de Billy em seu leito de morte e também a uma forte intuição em seu peito: seguir adiante.
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  — %Luna%? — Mark parou atrás dela enquanto a mulher fervia água para fazer café.
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  Eles estavam na cabana de %Luna%, aguardando aos demais. %Luna% não tivera mais coragem de ficar na cabana Black, tão vazia.
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  — Oi... — Ela se virou de frente à mesa da cozinha onde Mark estava parado sério e preocupado a encarando, tão tristonha.
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  — Está tudo bem?
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  — Não, Mark. E não sei se ficará novamente algum dia.
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  — Se o Billy disse que ele vai te encontrar... talvez seja verdade. Confie. Eu não encontrei você em todos estes anos? O amor pode ser a bússola mais poderosa, %Luna%.
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  — Mark... Eu... — %Luna% hesitou, não sabia o que lhe dizer.
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  Seis semanas se passaram desde que Rhikan manifestou-se, Jacob sumiu e Billy morreu... E Mark era humano de novo. E um humano que havia encontrado a mulher que amava, mas não era correspondido. O que %Luna% poderia dizer a ele? Ela não sabia, e Mark notadamente sabia disso ao encarar os olhos da mulher. Contudo, ele não lhe fazia nenhum pedido, contentava-se em estar ao lado dela.
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  — Não se preocupe em me dizer nada. Não estou falando do amor que lhe tenho para pressioná-la. Eu só vim para avisar que o pessoal está reunido na cabana da Sue, lhe aguardando.
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  %Luna% então sorriu ao perceber Mark tão à vontade entre os quileutes.
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  — Você está confortável aqui, não é?
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  — Estou. Mas, se você partir eu seguirei com você... não sei se me acostumaria a viver aqui sozinho.
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  — Eles são uma ótima família, Mark, mas tudo bem. Eu entendo se quiser ir comigo.
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  — E você decidiu partir mesmo?
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  — Sinto que eu não posso mais ficar em Forks depois de tudo. Preciso voltar a Phoenix, tentar retomar uma vida normal e agora, ajudá-lo a ter a sua também... afinal, eu te prometi isso, que estaria ao seu lado. E você é um humano de quase quatrocentos anos agora. — %Luna% riu com um pouco de humor.
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  — Trinta e dois.
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  — Como? — perguntou ela surpresa.
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  — Eu morri aos trinta e dois anos e é a idade que voltei a ter, certo?
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  %Luna% olhou para ele, admirada, percebendo o quanto ela sabia pouco da história de Mark, pelo menos, até recuperar a sua memória de vidas passadas.
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  — Certo, mas isso não facilita o fato de que você não tem uma identidade civil deste século — respondeu %Luna% aflita, tentando afastar aquelas memórias que insistiam em passar por sua mente e até mexiam com seu coração.
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  Mark riu e se aproximou, desligando a água no fogão que a mulher nem notou que já fervia.
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  — Eu tenho documentos deste século. Relaxe. Eu tenho tudo, %Luna%, inclusive muito, muito dinheiro.
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  — Eu sei. Eu fui até a Bélgica contigo, esqueceu? Mas o que pretende fazer, Mark? Você é um mortal agora.
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  — Eu quero viver como uma pessoa comum, até porque… Quais as opções? Mas você não acha que vou jogar minha fortuna pela janela, não é?
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  %Luna% riu, negando em um movimento com a cabeça, e ele continuou a sua explicação enquanto passava o café para ela:
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  — Eu tinha que manter um disfarce, então o assumir agora como um humano não é difícil. Eu ficarei bem, e depois... também tenho que cuidar de você até que Jacob retorne e eu possa te entregar para ele.
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  Toda vez que Mark deixava claro que ainda a amava e que respeitava os sentimentos dela por Jacob, o coração de %Luna% se apertava um pouco. Ela não conseguia lidar com o fato de que era muito, muito cruel que ela não pudesse amá-lo de volta. E a assustava pensar em uma hipótese de realidade em que Jake não voltasse.
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  — Mark... Eram dois sacrifícios. E nós estamos aqui...
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  — Você também acha que Rhikan nos poupou porque levou outras pessoas em nosso lugar? — perguntou ele enquanto pegava a garrafa de café e caminhava para fora indicando-lhe que o seguisse.
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  Os dois caminharam em direção à cabana de Sue, onde todos os aguardavam e conversavam.
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  — Billy se foi sem um motivo aparente e parecia entender os propósitos de sua morte como se a própria Rhikan lhe tivesse confessado algo. Sem falar que a aparência de Billy foi sugada, um envelhecimento que não condizia com a figura forte dele… Tenho certeza que Rhikan o levou por um motivo. Talvez, seja este: a troca de um sacrifício por outro.
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  — Mas se Billy morreu no lugar de um de nós... quem foi o outro?
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  — Jacob — pronunciou %Luna% em um tom de voz que segurava o choro.
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  — Então Billy não teria dito que ele vai encontrá-la com toda aquela certeza. Jacob está vivo, %Luna%. Só não sabemos onde — Mark a reconfortou com certeza e confiança nas palavras de Billy.
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  E quando ele disse aquilo, %Luna% sentiu seu coração ter esperança de novo. Algo lhe dizia que Jacob estava mesmo vivo e em algum lugar que eles não sabiam onde era, mas que ele iria os encontrar. Às vezes, uma depressão desesperançosa sucumbia aos pensamentos de %Luna% e ela temia que Jacob não só desapareceu como havia se tornado pó, tal como os Volturi. Porém, Mark e os outros sempre traziam a esperança dela de volta.
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  Quando chegaram à cabana, ela pôde contar a todos o que viveu em outras vidas, os motivos pelos quais Mark estava ali e tinha a encontrado. Não haviam tido aquela conversa sobre as descobertas do dia da batalha, já que o foco era encontrar Jacob. Mas %Luna% havia decidido contar-lhes e explanar suas preocupações também. Todos ficaram surpresos, entretanto, diante do histórico daquela relação entre a mulher, os vampiros e os quileutes, não era assim tão surpreendente ouvir mais alguns segredos místicos, porque, afinal, eles sempre seriam seres de magia. Já haviam visto muita coisa inacreditável, não era espantosa a realidade de que Mark estivesse ligado secularmente à %Luna%.
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  Então Sue, encarando pensativa tudo o que ouviu… Tendo ela tomado o posto de matriarca mais velha da alcateia, a senhora tocou a mão de Charlie, encarou com sabedoria aos jovens presentes e lhes disse que era a hora de eles viverem as suas novas vidas. Afinal, Sam e Emily seriam pais. Ela estava grávida e descobriu aquilo um pouco depois da partida de Billy. Sue e Charlie continuariam em Forks, assim como Paul, Quil e alguns outros. Leah e Embry iriam embora juntos a Seattle, já que Leah ainda teria que se formar médica e Embry encontrar algo que o motivasse até que pudessem se casar.
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  Leah foi crucial para ajudar os irmãos quileutes a se acostumarem com o fato de que não eram mais lobos e não tinham mais aquela conexão só deles, uma vez que ela havia deixado de ser uma loba há algum tempo antes de tudo aquilo acontecer.
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  O que deixava %Luna% também confusa: por que Rhikan aparentemente tirou os poderes de todos se já havia outras formas? O que os Whitton teriam vivenciado quando a deusa se libertou dela e para onde foram?
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  Após reflexões e o apoio de todos aqueles que retomavam seus planos ali na reserva, %Luna% decidiu voltar para Phoenix. Lá era o lugar onde ela tinha uma vida antes de Forks. %Luna% até poderia ficar, mas precisava sair dali e ela não sabia o motivo. Era um pressentimento. Uma intuição de que ela precisava se afastar de Forks por um tempo, e Seth também decidiu que iria com a amiga. Ele desejava cursar faculdade de engenharia mecânica, e em Phoenix teria melhores oportunidades e ainda poderia cuidar de %Luna%, segundo ele. Quanto a Mark... Bem, Mark e Seth estavam se dando bem, e %Luna% não poderia deixá-lo. Antes da libertação da deusa ela tivera a revelação de que Mark ficaria vivo como um humano e precisaria de ajuda por um tempo para se "reencontrar". Apesar de ter uma vida falsa que agora seria a sua vida real, Mark queria viver como um deles.
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  Aquela reunião não foi como as outras. Nada seria como antes. Mas todos sabiam que apesar das mudanças, eles seriam para sempre homens e lobos. Porque seus corações ainda eram selvagens e sua família unida como uma verdadeira alcateia.
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  %Luna% deveria acreditar naquilo: que Jacob estava vivo. Que, em algum lugar, ele estava vivo, embora, até o dia em que Seth, Mark e ela deixaram a reserva, ainda não haviam descoberto sequer vestígio do que aconteceu com ele. Mas com todo o medo de estar errada, ainda assim, com poucas certezas, %Luna% precisava acreditar que ele estava vivo. E uma fagulha lhe encheu de renovo e esperança quando Charlie surgiu para se despedir dos três quileutes que iriam partir para Phoenix:
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  — Achei que não viria dizer “até logo” à sua filha — falou %Luna% ao observar a viatura estacionar em frente à sua antiga cabana na reserva.
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  — Precisei passar na minha antiga casa... recebi informações de que havia estourado um cano no jardim.
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  — O quê? — perguntou Sue surpresa ao parceiro.
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  — Não é segredo que as vias hidrográficas de Forks são muito mal conservadas — respondeu Charlie, e Leah concordou.
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  — Vai ficar tudo bem por aqui, não é, Charlie? — perguntou %Luna%, dando no delegado um filial abraço.
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  — Vai sim, querida, pode ir para a terra do Sol tranquila — falou ele risonho, mas havia uma preocupação em sua voz, nitidamente reconhecida por %Bedingfield%.
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  — E você vai me esperar entrar no carro para contar para todos, menos para mim, o que está te deixando assim aflito? — perguntou %Luna%.
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  Todos haviam notado que Charlie estava estranho, preocupado e aflito e ela não deixaria aquilo passar também. O delegado percorreu seu olhar pelas faces de todos que estavam ali se despedindo com sua expressão reticente.
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  — Charlie...? — Sue o chamou, encorajando-o.
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  — Recebi uma carta de Bella.
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  E assim que eles ouviram aquilo, as expressões confundiram-se em surpresa, horror, curiosidade e raiva.
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  — Ela quer me ver e está a caminho de Forks — falou Charlie um pouco receoso. — E eu aceitei vê-la. Ela diz que tem algo sério a tratar.
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  — Quando ela chega? — perguntou %Luna%.
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  — Ela não disse, na carta apenas avisou que viria.
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  — Bem... — falou %Luna% batendo as mãos nos quadris. — Sendo assim, é melhor eu ir antes que ela chegue. Não quero ter o desprazer de encontrá-la.
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  — Achei que ela estaria morta — comentou Mark baixinho, porém, todos escutaram.
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  Constrangidos pelo comentário de Mark diante de Charlie, rapidamente os quileutes desconversaram e voltaram a se despedir de Seth, Mark e %Luna%. Claro que os três aventureiros: Seth, Mark e %Luna%, não estavam despreocupados com a carta de Bella. Certamente ela não procuraria por Charlie se não tivesse algo realmente importante a dizer a ele. Assim que haviam se afastado suficientemente da reserva, o diálogo no carro surgiu:
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  — Ela não é mais vampira — falou Mark no banco do carona e olhou para %Luna% pelo retrovisor central, assim como Seth que dirigia.
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  — Certamente não. Rhikan não poupou ninguém que estava lá — comentou Seth.
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  — A questão é... Rhikan poupou alguém? — perguntou Mark curioso.
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  — Boa pergunta, Mark. Eu não sei — respondeu %Luna% pensativa.
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  — Será que a Bella ainda é uma vampira? — perguntou Seth preocupado — E será que ela sabe tudo o que aconteceu aqui? Ou ainda… Será que ela sabe algo sobre Jake?
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  — A única coisa que me fará voltar a Forks por uma carta de Bella é o Jacob. E eu duvido muito que, vampira ou não, ela tenha notícias a dar. Eu vi o quanto ele estava ferido enquanto lutava com ela e vi quando Jacob estava desacordado no chão, sem mais ninguém por perto. Bella não está com ele — declarou %Luna% certeira aos amigos.
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  — Ela deve ter perdido a sobrevida e agora... está buscando reparar as coisas com o pai — falou Seth convencido.
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  — Que se dane — %Luna%, porém, respondeu com raiva dela.
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  Se não fosse Bella, nada daquilo teria acontecido. Por mais que %Luna% tivesse um destino ali, certamente foi a vingança dela com Jacob que fez as coisas acontecerem como aconteceram. Mark se manteve em sigilo sobre aquele assunto, e nenhum dos três falou mais nada. Mas a dúvida dele também era a de %Luna%: ainda havia outros vampiros no mundo ou Rhikan dizimou a todos?
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  Entretanto, talvez aquilo não importasse mais. No momento, eles eram apenas humanos e seguiriam com as suas vidas. %Luna% não sabia o porquê, mas sentia que Phoenix era onde ela deveria estar. Era uma certeza tão grande quanto a sensação que ela tivera ao chegar a Forks: a de ter uma missão para cumprir ali.
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  E no fim, %Luna% estava certa. Então, Phoenix... O que será que você tem para ela?
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N/A Fixa: Olá leitora, se você gosta das minhas histórias e gostaria de saber mais sobre meu processo criativo e/ou me conhecer, eu tenho um convite para você! Entre no meu grupo de leitoras no whatsapp e me siga no instagram @escritoraraydias! Aguardo você, ansiosa para conhecer as amoras que leem meus pequenos universos! ✨💖

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Lelen

IDKRPODPOERRPOMORP COMO ASSIM TERMINOU DESSE JEITO?
MIMDÊ A CONTINUAÇÃO!
Eu achei que Rhikan ia ser o diabo na terra, mas acabou que ela trouxe o bem – por enquanto, porque vai saber o que nos aguarda ainda – se for olhar de certo ângulo. E, apesar de amar a forma caricata que os Volturi foram retratados nos filmes, eu sempre imaginei quem daria fim ao reinado deles.
Será que acabou toda a magia do mundo? Não tem mais vampiros ou lobisomens? Ou será que quem não estava no raio de alcance da deusa permaneceu igual? Porque se permaneceu, corremos perigo se nossos lobinhos favoritos não puderem mais se transformar pra defender os humanos.
E o que aconteceu com o Jacob? Por que foi só ele que desapareceu? E desapareceu pra onde? Foi levado pra outro reino com a deusa? Foi teletransportado pra algum canto? Tá finalizando alguma tarefa paralela importante? SERÁ QUE É ELE NA PORTA DA CASA DA LUNA?
MUITA COISA EM ABERTO, PRECISO DE RESPOSTAS!!!.

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