ENTRE LOBOS E HOMENS

Escrita porRay Dias
Revisada por Lelen

Nota de autora inicial: Essa é uma fanfic escrita em 2012 por mim, postada em outros sites anteriormente, agora, a história está entrando no Espaço Criativo sob nova revisão e edição. Para quem leu antes, há mudança de narrador e algumas cenas.
Playlist da história


Capítulo Seis • Lobos à Porta de Casa

Tempo estimado de leitura: 27 minutos

  Algum tempo se passou desde que %Luna% saiu revoltada da reserva; ela não passava por lá e não recebia notícias de ninguém, nem mesmo de Embry. Diante de sua chateação por ter sido tratada por Jacob daquela forma, e por sentir-se excluída dos fatos, %Luna% adiantou parte do dinheiro da sua poupança a fim de pagar os serviços de Black. Apesar de saber que não deveria mexer naquela poupança, pois estava juntando capital para o projeto do seu laboratório, a mulher não queria enrolar mais para findar aquele assunto do reparo de seu carro. Num primeiro momento, a sua mágoa contra os quileutes desconsiderou o fato de que nenhum deles tinha obrigação de inteirá-la aos seus assuntos, e só depois de um tempo que %Luna% notou sua insensatez. Entretanto, ela não poderia desconsiderar a mágoa por parte de Jacob, pela forma como ele a tratou, tampouco pelo descaso de Embry em lhe mandar notícias.
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  %Luna% estava contente com o trabalho na farmácia, embora fosse algo de meio período, mas seu foco era o laboratório dos irmãos Vincent. Como uma excelente bióloga pesquisadora que se enveredou na farmacologia natural, o ambiente químico era o que ela mais gostava de atuar. Quando viera para Forks, os irmãos Vincent foram muito solícitos com ela pelos dois empregos: como químico-farmacêutica no laboratório Vincent’s Co, e como farmacêutica responsável na Drogaria H&J. Sue tivera alta participação na contratação de %Luna%, uma vez que ela foi quem a apresentou aos patrões.
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  Eles contaram à %Luna% que Sue foi a responsável, tempo atrás, por algumas descobertas de ervas locais aos irmãos Vincent, que trabalharam em um novo projeto de flora medicinal a partir dessas plantas. Esse novo composto medicinal que eles criaram, com a ajuda dos conhecimentos indígenas de Sue, rendeu-lhes muito prestígio no âmbito da ciência e, lógico, o início de carreiras de sucesso no ambiente fármaco. Para %Luna%, trabalhar com os dois irmãos foi uma tacada de sorte do destino, e claro, com a ajuda de Sue a quem ela seria eternamente grata já que, sem a ajuda dela os primeiros passos de %Luna% para aquela cidade não seriam dados.
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  %Bedingfield% ainda não compreendia tão bem como foi fácil para eles a aceitarem nos empregos dada apenas à recomendação de Sue — que em contrapartida também não a conhecia —, mas ao perguntar em um dia que conversava com Julian Vincent, ele lhe contou que Sue dissera-lhes que tinha ótimos pressentimentos por %Luna% desde o momento em que ela, visitando a cidade, a abordou para uma conversa sobre o lugar. Sue nunca comentara com ela sobre essas ótimas impressões.
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  Julian havia dito aquilo um pouco depois do episódio em que %Luna% havia saído da reserva, chateada. A mulher sentia que devia desculpas por aquela situação; à Emily, Sue e até mesmo a Seth, que sempre lhe soou tão ingênuo.
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  Estava no laboratório fazendo a distribuição dos químicos nas cápsulas a pedido de uma nova encomenda de Julian e Hernando quando os mesmos chegaram:
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  — Bom dia, %Luna% — disse Julian.
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  — Bom dia, Julian. Eu aguardava-os mais tarde. — Ela o olhou e procurou o outro irmão, continuando seu trabalho e sorriu para ele: — Hernando não veio?
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  — Veio sim, está descarregando uma caixa. O que faz aqui tão cedo?
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  — Tenho andado tensa, e trabalhar me faz bem… Ocupar a mente.
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  — Não tem receio de sair da sua casa às cinco horas sozinha? É um pouco escuro, não? — Nesse momento Hernando chegou dando-lhe bom dia. %Luna% respondeu a ele e continuou a conversa com Julian sem distrair-se das cápsulas.
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  — Hm… Nos primeiros dias eu estive mesmo receosa com os lobos. Eles têm acampado na entrada da minha casa, eu acho, sinto pelo cheiro…
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  Quando ouviram o que ela dissera, os irmãos se viraram para %Luna% ainda mais interessados e curiosos.
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  — Mas eu acredito que essa minha movimentação matutina tem afastado eles.
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  — Tenha cuidado, %Luna%. Ouvimos relatos bem sérios sobre os ataques.
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  — Acredite, Hernando, eu tenho escutado muito mais.
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  — Se refere ao Erick, certo? — Hernando sorriu sugestivo. — Ouvimos falar que você e o policial prodígio estão juntos.
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  — Na verdade não estamos juntos. Apenas saímos algumas vezes, mas não só ele fica me dizendo para ter cuidado com os ataques. A cidade não fala de outra coisa, então é difícil não escutar os casos dos clientes.
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  Terminando seu trabalho, %Luna% se encaminhou aos armários do laboratório para pegar as caixas de dispensação. Dispensando as cápsulas e bulas, ela entregou os pedidos a eles, enquanto os irmãos trabalhavam no outro lado do laboratório.
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  — Rapazes? Aqui está o pedido das cápsulas de ácido valérico.
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  — Obrigado, %Luna%, pode deixar na recepção?
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  — Claro. Vocês querem mais alguma coisa ou posso ir para a farmácia?
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  — Na verdade, nós gostaríamos de conversar com você. Pode nos esperar um pouco? — Hernando disse.
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  — Sim.
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  Ela não tinha ideia a respeito de que assunto os dois Vincent teriam com ela, por isso, %Luna% caminhava até a recepção, ansiosa. Pegou sua bolsa e tirando o jaleco, dobrou-o e guardou na bolsa. Já agitava as chaves do seu carro na mão, claramente nervosa, quando Julian e Hernando chegaram e os três se sentaram ao sofá da recepção vazia para conversarem.
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  — Temos uma proposta a você, %Luna%. — Hernando, sempre muito direto, iniciou o diálogo.
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  — Está difícil e corrido para Hernando e eu sairmos de Seattle para vir à Forks apenas dirigir os pedidos a você e lidar com a administração da farmácia. Nosso laboratório não é aberto ao público, servindo apenas para que você faça as formulações. Então temos pensado em transformá-lo em uma sede de um novo projeto.
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  — Temos trabalhado com cosmetologia e perfumaria. Nosso laboratório em Seattle tem crescido e pensamos em focar apenas nesses estudos. Temos muitos planos.
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  — Portanto, a área medicinal é algo que aos poucos nós iremos nos desligando. Porém, você é ótima com tudo isso e não podemos findar com a farmácia, já que somos o principal fornecedor de fármacos da cidade.
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  — Então propomos a você que gerencie a farmácia e fique com ela em horário integral. Quanto ao laboratório, não há necessidade de continuar nele, pois, como dissemos estamos estudando se enviamos alguma equipe para cá ou simplesmente o transformamos em uma loja com nossos produtos já concluídos. O que você acha?
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  — Bom, eu desejo muita sorte a vocês! Acredito que terão muito êxito com a cosmetologia, a última amostra do creme que me apresentaram é realmente muito boa. Agora… Eu realmente não esperava por isso.
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  — %Luna%, confiamos muito em você. E no seu trabalho, é claro, por isso não queremos perdê-la.
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  — E eu fico honrada e sempre muito agradecida. Vocês deram um impulso fora de sério para mim aqui em Forks. Porém, a farmacologia não é o meu foco. Eu lhes disse isso no início, não me levem a mal.
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  — De forma alguma. O que te incomoda nisso tudo? — Hernando disse simpático como sempre eram os dois irmãos.
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  — Não é questão de incomodar. Longe disso. Acontece que eu tenho estudos de biologia próprios e o fato de ter seguido farmácia é justamente para o desenvolvimento desses estudos. Com isso, assumir a farmácia em tempo integral seria um pouco inviável para mim. Há algum problema em Steve continuar comigo?
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  — Não — eles disseram olhando-se e sorrindo juntos. — Mas você assume a gerência da farmácia para nós?
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  — Bem, eu não vejo problema com isso, Julian.
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  — Ótimo! Nós mandaremos a documentação toda para você ler e analisar se quiser. Não muda muita coisa, apenas não precisaremos mais vir aqui tratar de alguns assuntos. Você fará por nós. Ah, e obviamente nós ajustaremos o seu salário de acordo com o novo cargo.
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  — Sim. Mas… Quanto ao laboratório… Vocês poderiam me emprestá-lo enquanto não tomam alguma decisão sobre ele? — %Luna% perguntou um pouco temerosa da reação deles.
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  — Emprestar? Posso perguntar para o quê? — Hernando pareceu calmo assim como Julian.
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  — Justamente por esses estudos que citei. Eu ainda não tenho todo o dinheiro para iniciar a construção do meu pequeno laboratório e seria de muito auxílio que eu pudesse continuar tendo acesso a ele.
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  — Bem, %Luna%… É um assunto delicado. — Julian pronunciou-se. — Você poderia nos dizer quais são esses estudos?
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  — Estudos com plantas medicinais. Não é nada absurdo, apenas meu prosseguimento com o que venho desenvolvendo dentro da farmacologia homeopática.
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  — Nesse caso não vejo problema, desde que nós possamos acompanhar os resultados enquanto estiver utilizando o nosso laboratório. Apenas por formalidades, se é que entende. Não queremos nos envolver nos seus estudos. Fique tranquila com isso — Julian afirmou olhando para Hernando.
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  — Eu também não — Hernando disse sorrindo.
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  — Eu sou imensamente grata.
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  Eles despediram-se sob o acordo de que %Luna% recebesse os papéis para a análise e formalização da proposta, e ela seguiu para seu carro. O laboratório ficava na parte de trás do centro de Forks, uma parte menos movimentada, não isolada. Os irmãos Vincent, que haviam se esquecido durante a conversa, entregaram a ela um convite antes que a mulher saísse do local.
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  No caminho até a farmácia, %Luna% pôde ver os Carter cumprimentando-a do mercado. A localização da loja deles era próxima à loja dos Vincent. Na verdade, o centro de Forks tinha os seus pequenos estabelecimentos próximos, com exceção da escola municipal e da delegacia que não se enquadravam naquele aglomerado de comércios. Educada, %Luna% os cumprimentou de volta com um sorriso largo em seu rosto e avistou que Daniela Parker estava na porta do mercado, ao lado de Peter. Foi notório ver o desgosto na face dela.
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  %Luna% nunca foi de preocupar-se com repulsas alheias, mas começava a achar aquilo um tanto quanto precipitado. O que, afinal, ela teria feito contra Daniela? Seria pela revelação que Eva lhe prestou ao dizer que Scott interessava-se por ela? Seria por seu envolvimento com o Erick? Que razão Parker tinha para encará-la como se %Luna% fosse sua própria inimiga? Um lampejo de outra ideia surgiu em sua mente: seria por sua relação antiga com Isabella Swan? Bella parecia ter deixado mágoas em algumas pessoas da cidade, o que deixava %Luna% ainda mais intrigada. Pensando sobre tudo aquilo, ela também pensou em Erick… Ele de fato desaparecera de seus dias.
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  Talvez ela devesse procurá-lo? Ou manter-se apenas distante conforme o espaço imposto por ele? Eram muitas as dúvidas de %Luna% em relação à expectativa e curiosidade que algumas pessoas da cidade tinham sobre ela. Durante aqueles tempos em que ela estava mais presente à cidade, e mais afastada da reserva, %Luna% pôde evidenciar o quanto ela estava mexendo com as pessoas da cidade. Murmúrios sobre o que ela teria vindo fazer ali passavam ligeiros aos seus ouvidos com frequência, e pareceu que ser “amiga” de Bella não era mesmo um bom presságio.
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  Abriu as portas da farmácia e pendurou sua bolsa na saleta aos fundos notando que algumas caixas tinham chegado, e supôs que os irmãos Vincent teriam as deixado ali antes de irem ao laboratório naquela manhã. Enquanto ela se preparava para levá-las ao mesmo quarto dos fundos, Scott apareceu na porta da farmácia.
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  — Bom dia, %Luna%! — ele disse escorado na porta.
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  — E aí, Scott! Bom dia — ela respondeu indo cumprimentá-lo, e recebeu um abraço forte.
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  — Como você está, %Luna%?
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  — Estou bem e você?
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  — Um pouco mais calmo. Hoje estou mais absolvido do mercado! Ganhei uma folga! — Ele riu.
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  — Pobre Peter. — %Luna% olhou para o semblante gentil à sua frente, por sobre os olhos iniciando o sistema do balcão.
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  — Ah, pois é. Acredita que ele quis um pagamento extra por me cobrir hoje? — Scott se aproximou do balcão e ficou bem próximo olhando as tarefas de %Luna% com seu queixo escorado em suas mãos.
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  — Hm… E o que ele pediu em troca? Alguns telefones? — %Luna% sorria fazendo insinuações sobre as garotas que viviam correndo atrás de Scott, “o bom partido” da cidade.
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  — Na verdade… — Scott pôs-se a rir tampando o rosto com as mãos. De um jeito muito fofo, vale citar. — Ele está me fazendo um grande favor. Pediu o telefone da Daniela.
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  — A Parker?
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  — Sim.
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  — Ela é a fim de você? — %Luna% perguntou mais interessada parando de digitar no teclado.
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  — É sim. Por quê?
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  — Acho que agora entendo por que ela não me engole.
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  — Está falando precisamente do quê? — Scott ficou sério e de certo modo, esperançoso com a insinuação escutada por %Luna%.
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  — Acho que… Ela me vê como uma ameaça.
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  — Qualquer uma dessa cidade deve te ver como uma ameaça. Você tem tudo para isso.
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  — E posso saber o porquê?
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  — Algumas garotas correm atrás daqueles que consideram bons partidos da cidade. E você é uma forasteira que tem tudo para atrapalhar os golpes do baú.
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  Aquela era a primeira vez que a sinceridade de Scott regada a elogios para %Luna% a deixava constrangida.
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  — Mas acha que Daniela aceitaria sair com Peter? — ela disse sorrindo em dúvida.
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  — Não. Mas acho que ela faria qualquer coisa para chegar a mim de alguma forma.
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  — Entendi. — Os dois começaram a rir. — Deve alertar o Peter, não acha?
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  — Ele é novo, mas não é bobo. Sabe muito bem de tudo isso.
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  Scott se ofereceu para ajudá-la com as caixas que ela tinha que guardar. Enquanto ele as carregava, %Luna% limpou a farmácia, atualizou o sistema e em seguida ele se despediu dizendo que aproveitaria o dia em outra cidade. Ela lhe desejou boas diversões e na porta da loja, Scott a abraçou apertado beijando seu rosto demoradamente. Lógico, aquilo foi o suficiente para que Parker e companhia pudessem olhar para ela, de onde estavam, com sangue nos olhos.
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  A manhã correu tranquila como sempre. Poucos clientes a serem atendidos; um movimento sutil na rua… E %Luna% lia e escrevia suas anotações — como era hábito quando as tarefas de seu expediente já haviam sido feitas e ela ficava com horas sobrando —, tentando se concentrar. Mas em sua mente a culpa por saber que não havia sido gentil com Sue, Emily, Seth e até mesmo Billy e os outros garotos na reserva estava a incomodando. Portanto, assim que ela fechou seu caderno de pesquisas e procurou terminar uma tarefa que havia se esquecido no computador da loja, decidiu telefonar para a matriarca Clearwater.
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  Logo que a atendeu, Sue disse que estava preocupada com a moça. Gostaria de ter telefonado, mas ao mesmo tempo quis dar-lhe o espaço que era pressuposto. %Luna% desculpou-se pelo modo tempestivo com o qual saiu da reserva e pela forma grosseira que se manteve distante. Confessou que estava chateada com todos, mas em seguida compreendeu que os assuntos deles não eram os assuntos dela. Sue nada disse, o que deixou a %Bedingfield% ainda mais certa de que queria ser uma deles mais do que uma “visitante” e amiga. Ela sentia o desejo de ser parte do clã, um desejo, aliás, irreconhecível que nela despertava-se pouco a pouco, e assustava %Luna%. Sue lhe perguntou quando ela voltaria para vê-los, e %Luna% esquivou-se numa desculpa de estar ocupada. A verdade é que estava evitando encontrar-se com Black, e ainda mais com Embry que lhe demonstrou mínima consideração. Contudo, convidou Sue a ir vê-la quando quisesse e pediu para falar com Seth.
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  — Você está com raiva de mim? — E, direto sem rodeios ou voz amargurada, Seth atendeu à chamada com claro sentimento de culpa.
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  — Não, Seth, isso seria impossível. Eu queria ver você inclusive…
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  — Sério?
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  — Pode vir à farmácia?
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  — Claro! Eu pego a moto do Jake e chego rapidinho!
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  — Não! Quero dizer… Não diz a ele que vem me ver, pode ser?
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  — Segredinho nosso, gata — Seth disse com uma voz propositalmente sexy que %Luna% nem sabia que ele teria, mas compreendeu estar rodeada de um bom humor do garoto.
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  — Ah! Seth, a sua mãe preparou umas plantas da reserva para mim. Então não se esqueça de trazer as mudinhas, por favor.
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  — Cuidado com essas plantas, hein… — Seth zombou dando uma risada sutil.
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  — São apenas as mudas de babosa e manjericão que o Billy utilizou no chá, é bem difícil achá-las por aqui, mas o Billy tem um cultivo próprio.
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  Aquelas plantas eram o novo objeto de estudo de %Luna%, que atribuiu ao universo uma boa coincidência de logo Billy, logo ali na reserva quileute, ela as encontrar.
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  Assim que Seth chegou à cidade, estacionou animado em frente à farmácia e sorriu abertamente para %Luna%. Queria ter ido visita-la, mas sua mãe o impedia dizendo que era melhor dar a ela o próprio tempo.
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  — Ei, pequeno Clearwater! Estava com saudades suas! — ela confessou se aproximando dele e o abraçando.
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  — Não sou tão pequeno assim, %Bedingfield%! — ironizou arqueando a sobrancelha com seus pequenos olhos apertadinhos num sorriso. — E nós também sentimos a sua falta! Deveria ter aparecido!
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  — Eu estive ocupada…
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  — Mentirosa! — A acusou. — Você está evitando o Jake. Ele foi rude, mas não tinha a intenção de te magoar, %Luna%…
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  — Não importa, não é para justificar a ele que eu te chamei… — %Luna% deu de ombros e puxou um envelope do bolso de trás de sua calça e o entregou a Seth. — Entregue nas mãos de Black, por favor. É o dinheiro do conserto do Mustang.
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  — Então você só queria um garoto de entregas… Para trazer plantas e levar dinheiro… — reclamou.
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  — Não só isso, eu também queria ver este rostinho lindo! — %Luna% riu apertando as bochechas do rapaz. — Me faça esse favor, vai? Eu não quero vê-lo por enquanto, mas quero menos ainda ficar devendo dinheiro.
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  Seth suspirou assentindo e guardando o envelope no bolso de seu agasalho.
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  — Tudo bem, mas ele vai recusar. E pior: vai vir até você! Escreve o que eu estou dizendo, eu conheço o Jake! Ele é mais transparente do que você imagina.
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  Seth se despediu a abraçando e convidando novamente para voltar à reserva quando quisesse, porque ninguém havia ficado magoado com ela.
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  — Você tem notícias do Embry? — ela perguntou, antes que ele ligasse a motocicleta, e Seth ficou sério. A expressão de ansiedade e preocupação tomando-lhe o rosto. %Luna% não precisou ouvir o que quer que fosse. — Deixa para lá, seu rosto já disse tudo. Entendi o recado do Embry…
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  — %Luna%, desculpe, mas…
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  — Esquece, Seth! — Ela sorriu amenizando sua fala ao interrompê-lo. — Não vamos envolver outras pessoas na nossa amizade, ok? Se o Embry quer ficar longe, então eu ficarei. Dele, não de você. Prometo.
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  Clearwater tentou esboçar um sorriso, mas a sua expressão de seriedade se mantinha. Ele trocou um cumprimento de soco à mão dela, e engatou a moto, partindo sob os acenos distantes da garota.
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  Ao chegar a hora do almoço, %Luna% esperou por Steve para a troca de turnos; assim que ele chegou ela voltaria para casa, mas quando daria partida em seu carro, a viatura da polícia parou na lanchonete badalada da cidade. Avistou Erick sair dela sozinho e o seguindo, %Luna% trancou o seu carro e foi até ele.
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  A lanchonete tinha uma daquelas sinetas que fazem barulho quando se abre as portas. Não estava vazia e todos olharam para a entrada a fim de ver quem chegava, inclusive Erick, que, sentado à mesa, a olhou de soslaio, o policial enrijeceu da postura ao rosto quando a encarou.
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  — Erick. Como você está?
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  — Bem. E você?
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  — Também… Será que eu posso me sentar?
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  — Eu não posso demorar, %Luna%. — Ele desconversou.
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  — Eu não pretendo alugar você por muito tempo — ela disse já se sentando e Erick permaneceu sério e desconfortável. — Até quando vamos ficar sem nos falarmos, Erick?
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  — O que você quer, %Luna%?
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  — Conversar com você. Mas aqui não é hora e nem lugar. Quando podemos nos ver?
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  — Vai estar em sua casa hoje à noite?
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  — Como todas as noites. — Assim que ela o respondeu, ele se afeiçoou de uma expressão de sarcasmo.
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  — Passo lá — falou seco, frio e voltando-se à garçonete, ignorando a mulher à sua frente.
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  — Até mais então. — %Luna% despediu-se e levantou-se saindo irritada de dentro da lanchonete.
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  Abriu a porta do carro com raiva de Erick. Ele precisava ser tão ridículo, tão imaturo? O que ela fizera a ele para ser tratada com tanto desdém?
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  Pensando sobre aquilo com a sua cabeça encostada ao volante, %Luna% achava aquela atitude de Erick um exagero. E a culpa também era do próprio por ter se iludido. Contudo, algo lhe ecoava que de um jeito ou outro, sendo culpa diretamente dela ou não, %Luna% havia magoado os sentimentos de alguém e aquilo devia desculpas. É assim que funciona: você tem que mandar o orgulho pular do barco para a humildade navegar nele.
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  Horas depois, em sua casa, %Luna% foi replantar as novas mudas que Sue havia lhe dado, depois cuidou do seu jardim da frente. Ao pôr do sol, com o relógio marcando aquilo que deveria ser um fim de tarde, %Luna% guardou seus aparatos de jardinagem e tomou um banho. Desceu já vestida com um moletom e uma camiseta dos Ramones ansiosa para ler o convite que Vincent havia lhe dado.
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  O convite consistia em um jantar na casa de Hernando, às 20 horas no fim de semana próximo, em sua casa em Seattle. %Luna% sentiu-se honrada e imaginou que aquele jantar seria algo sofisticado apenas pela aparência do convite. Bebericando um pouco de suco na cozinha, ela escutou um estrondo de tábuas caindo aos fundos.
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  Os lobos continuavam rondando a sua casa durante aqueles tempos e ela sabia disso pelo cheiro. Algumas noites, os uivos eram bem fortes como se eles estivessem se comunicando. %Luna% identificou que um deles dormia à porta de entrada, pois todas as manhãs havia pelos em seu tapete. Já estava acostumada a barulhos como aqueles, mas pensava, a cada vez que percebia a presença dos animais selvagens: “Será que os quileutes sabem que lobos ainda estão rondando minha casa?”.
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  A considerar as atitudes dos rapazes, ou melhor, de Black quando soube dos lobos, ela poderia jurar que seria um fato preocupante para eles. Mas os quileutes não a procuraram e não davam notícias sobre Embry, muito menos sobre aquele assunto. Eles estariam caçando-os como naquela vez? Eles estariam tentando controlá-los? E seria por isso que os lobos estavam acampando em suas terras: por serem expulsos do território da reserva? E quanto aos ataques humanos? Se eles fossem mesmo perigosos, os quileutes a deixariam sem aviso sobre aquilo?
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  %Luna% colocou o copo na pia após aqueles pensamentos e pela primeira vez desde que chegou ali, fizera algo impulsivo em relação àqueles barulhos: abriu a porta da cozinha e foi aos fundos da casa. Naquela hora do dia, geralmente era quando os lobos chegavam, mas %Luna% não pensou nisso. Ela pensava em Embry. Na última vez que eles se viram antes dele sair para caçar. Quando se deu conta do que estava fazendo, ela já estava no meio do quintal dos fundos sem nada nas mãos e longe da porta da cozinha. O que quer que pudesse vir a acontecer ali, ela precisaria ser ágil.
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  Algo se mexia nos arbustos da floresta que dava para o fundo da sua casa, e mais uma vez, impulsiva, %Luna% deu passos à frente. Onde ela estava com a cabeça? De repente, uma buzina soou na entrada da casa, tirando-a daquele transe de curiosidade e deixando-a ser tomada pelo desespero do que havia feito. %Luna% correu para dentro de sua casa de novo e, caindo na realidade do que havia feito, imaginou se algo terrível tivesse lhe ocorrido. Aleatoriamente, em sua mente, pensava como pôde ser maluca de comprar aquela casa abandonada com fundos para uma floresta, em um lugar que ninguém habitava. No mesmo instante, indagou-se silenciosa, se era hora de ter um cão de guarda, mas rapidamente percebeu ser a maior besteira fazer aquilo. Imaginou a loucura que seria ter um cão de guarda em uma casa cercada de lobos!
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  %Luna% não poderia saber, ouvir e nem notar a presença de estranhos nos arbustos que a vigiavam no momento em que surgiu corajosa, movida a uma curiosidade fatal.
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  — Ela é louca! Não, não, ela é corajosa muito corajosa!
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  — Ela não sabia o que estava fazendo.
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  — Sim, mas, mesmo assim, cara, ela sabe dos lobos! Achei que ela iria para os arbustos.
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  — Anda, vem. Vamos ver quem chegou aí.
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