ENTRE LOBOS E HOMENS

Escrita porRay Dias
Revisada por Lelen

Nota de autora inicial: Essa é uma fanfic escrita em 2012 por mim, postada em outros sites anteriormente, agora, a história está entrando no Espaço Criativo sob nova revisão e edição. Para quem leu antes, há mudança de narrador e algumas cenas.
Playlist da história


Capítulo Cinco • Os Segredos Começam

Tempo estimado de leitura: 44 minutos

  Passaram-se três semanas e Erick não telefonava para ela, não mandava notícia nenhuma. Os Carter lhe perguntavam sobre ele, mas %Luna% sempre inventava alguma desculpa. Scott Carter demonstrava interesse na garota e ela estava incomodada com aquilo. Ficou amiga tanto de Peter quanto de Scott. A rotina estava tranquila e as coisas seguiam em busca de um eixo. Embry e %Bedingfield% não estavam namorando, mas continuavam se curtindo. Apesar de gostar muito dele e de saber que era recíproco, ela sentia que faltava algo, e Embry também não demonstrava qualquer necessidade de firmarem algum relacionamento sério.
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  Sobre a reforma da casa dela, Jacob e Embry apareciam em sua casa duas vezes na semana, eles se empenharam mesmo em ajudar com a obra. E Charlie Swan passava em frente à casa de %Luna% todos os dias na volta do trabalho, mas eles não se falavam até então, embora o delegado da cidade sempre lhe acenasse, educado. Algumas vezes, os garotos quileutes estavam lá e eles iam até Charlie para conversar. %Bedingfield% servia um café, mas não passavam dos cumprimentos “leis” da boa ética.
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  O Munstang ainda estava na reserva, nas mãos do instável Jacob Black. %Luna% tivera que ir ao mercado pela semana e o único jeito era ir a pé e tentar encontrar uma carona para a volta ou, por força da raridade, um táxi. Então, saiu cedo de casa com um carrinho de feira. Andava tranquilamente na estradinha não muito fria mais, já que se aproximava o verão. Ela escutou um som baixo de carro e um “bip” de sirene. Olhando para trás viu que era uma viatura, imaginou ser Erick, mas pelo caminho que fazia, a probabilidade maior era de ser Charlie. E era. Ele foi diminuindo a velocidade, e ela diminuindo os passos.
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  — Bom dia, senhorita. Quer uma carona?
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  — Sr. Swan, eu não vou recusar. Poupará muito meu tempo.
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  Ele desceu do carro, pegou o carrinho de compras da garota guardando-o no porta-malas; abriu a porta do carona para que ela entrasse e seguiram parte do trajeto em silêncio. Ambos estavam desconfortáveis, até que Charlie iniciou um diálogo inesperado:
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  — Erick me falou que você era amiga da Bella. — E olhou apreensivo para %Bedingfield%.
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  — Sim. Há algum tempo. Estudamos juntas em Phoenix, mas depois que ela veio para Forks, nunca mais nos vimos e pouquíssimas vezes nos falamos.
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  — Já deve saber que ela não está mais aqui, não é?
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  — Sim, eu sei. — Muitas coisas %Luna% gostaria de perguntar, mas evidentemente se calou: — Erick… Como ele está?
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  — Vocês não têm se falado?
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  — Briga boba. — Ela sorriu sem graça e desviou o olhar.
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  — É por causa dos rapazes da reserva, certo?
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  — Erick não aprova a minha convivência com os quileutes — ela explicou vazia olhando a mata pela janela, concluindo: — E nem tem um motivo decente para isso.
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  — Ele é um bom rapaz, %Bedingfield%. A birra dele com os quileutes está além de ciúmes. Erick é um policial muito dedicado e desconfia até da própria sombra.
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  — Sim, eu sei disso, mas isso não implica em ele desrespeitar as minhas escolhas.
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  — Ele só quer protegê-la. Ainda que não tenha percebido que o pessoal da reserva não é inimigo. — Ele fez uma pausa. — Você e Bella… Qual era o grau de amizade?
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  %Luna% sorriu e vagueou por sua mente buscando na memória indícios daquela amizade antiga, surda, e aparentemente escondida já que aparentava que Bella nunca falara sobre ela com ninguém. Ninguém sabia da sua existência como amiga, única, aliás, de Isabella Swan.
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  — Bella não era o tipo de garota que sabia lidar com pessoas. Ela sempre foi muito reservada. Um dia eu a defendi de alguns garotos que a paqueravam… Não sei se o senhor sabia, mas ela sempre foi péssima em lidar com paqueras. Enfim, ficamos amigas. Melhores amigas. Eu cuidava de Bella o tempo todo e gostávamos da companhia uma da outra. Depois que ela se foi… Bem, a vida às vezes nos joga por rumos diferentes, não é? — disse com mágoa. %Luna% amava Bella como uma irmã e sofreu por não encontrá-la, sofreu pelo afastamento repentino dela.
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  Ao sentir a mágoa de %Bedingfield% em sua voz, Charlie ficou emocionado, olhando para a jovem de forma paternal. %Luna% sorriu em agradecimento, por notar a empatia de Charlie com seus sentimentos, ele a encarava com extrema ternura.
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  Ao chegarem à cidade, os dois desceram do carro e ele entregou a ela o seu carrinho de compras.
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  — Obrigado. Muito obrigado pela companhia, %Luna%.
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  — Imagine, eu quem o agradeço.
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  — Espero que vá me visitar — Charlie pediu ternamente e ela, sorrindo sem graça, acenou afirmativa em um meneio de cabeça. — Sue me falou muito sobre você.
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  — Sue Clearwater? Não sabia que eram amigos…
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  — Somos noivos — ele disse feliz e envergonhado.
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  — Bem, de qualquer forma não haveria como eu saber ainda. Mas fico feliz, Sue é uma pessoa maravilhosa e o senhor com certeza também é. Vou querer acompanhar essa felicidade de perto! — a jovem recém-chegada falou amigável.
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  — E nós vamos querê-la por perto também. E, por favor, não precisa me chamar de senhor.
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  — Tudo bem, Charlie! — disse engraçada e os dois esboçaram um quase riso.
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  — Eu espero mesmo que você possa me visitar. Eu adoraria conhecer uma amiga de minha filha que… — Charlie suspirou deixando as palavras morrerem sem conclusão. — Enfim, estou ansioso para conhecê-la!
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  — Irei visitá-lo com certeza!
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  Ao entrar no mercado, Eva Carter e seus filhos, Peter e Scott, cumprimentaram %Bedingfield%, como sempre muito sorridentes. Ela seguiu em direção às suas compras parando em frente à prateleira de enlatados. Scott estava atrás dela e a surpreendeu:
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  — Posso ajudar, senhorita?
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  — Olá! Muito obrigada, Scott, mas eu não vou atrapalhar o seu serviço. Já estou familiarizada com o mercado — disse simpática, porém, na hora de pegar uma das latas da prateleira %Luna% acabou derrubando mais algumas.
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  — Eu acabei de arrumar isso aí — Scott disse de olhos fechados, brincalhão, e desviando-se de observar a bagunça no chão. Não era grande, mas ainda assim, havia derrubado algumas latas e era uma situação muito chata.
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  — Eu disse que não atrapalharia seu serviço? Que mentirosa! — ela zombou se abaixando junto com ele para pegar os itens caídos. — Me desculpe.
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  — Tudo bem, pode deixar. Peter me ajuda com isso. — Scott sorriu se levantando e a fazendo levantar-se também.
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  %Luna% continuou se desculpando e Scott sorria achando graça pelo constrangimento dela, até que outra mulher aproximou-se analisando aos dois, e soando soberba diante de %Bedingfield%:
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  — Olá Scott. — Sorria para ele e olhava a outra de esguelha.
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  — Olá! %Luna%, essa é Daniela Parker. Dani, essa é %Bedingfield% — Scott falou apresentando as duas.
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  %Luna% estendeu a mão e Daniela cumprimentou-a indiferente.
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  — Sei quem ela é. É a namoradinha do “nosso” Erick Jones. — A mulher enfatizou a palavra “nosso” e olhou para Scott, convencida.
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  — Está enganada. Eu não sou namorada de ninguém.
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  — Hm… Nesse caso, é bem pior. — Daniela mencionou como uma ofensa, olhando grosseiramente para %Bedingfield%, que deu uma risadinha cínica em resposta.
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  — Foi um prazer conhecê-la, queridinha — zombou %Luna%, sem passar mais tempo diante da tal Daniela. Ela deu um “soquinho” no ombro de Scott e sorrindo se despediu: — Até depois, Scott, mais uma vez me desculpe aí pela bagunça na sua prateleira organizada.
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  Daniela Parker na verdade não gostou muito de associar %Luna% a Erick, ou até mesmo a Scott. Ela tinha sentimentos pelo policial e, apesar disso, %Lu% era uma estranha que recém chegava ao condado, chamando atenção demais. Parker, não gostava nada de perder os holofotes. Igualmente a ela, %Luna% também não gostou nada da forma como ela a tratou.
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  Se aproximando do caixa, viu que Peter organizava as latas que ela derrubou, e apesar do trabalho, ele cantarolava todo alegre. Peter tinha 20 anos e era muito engraçado. Scott conferia alguns preços das prateleiras em sua tabela de mão e aparentemente ignorava à Daniela que não parava de segui-lo. Eva Carter sorriu e iniciou um diálogo com %Lu%.
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  — Como está, %Luna%?
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  — Muito bem, obrigada. E por aqui, senhora Eva?
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  — Tudo como sempre! Junior falou que você está atendendo na farmácia agora!
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  — Sim, mas só de vez em quando. Continuo com os trabalhos de pesquisa no laboratório.
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  — E está gostando de trabalhar para os irmãos Vincent?
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  — Sim, o emprego é ótimo! Já saí do período de experiência e agora sou contratada. Estou muito feliz.
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  — Parabéns! Eles quase não aparecem por aqui, mas são ótimas pessoas.
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  — Sim! Sim! Muito simpáticos.
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  — Olha, não pude deixar de perceber o que houve ali — Eva disse apontando para o corredor onde derrubou as latas: — Não ligue para a senhorita Parker.
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  — Ah, imagina! Eu costumo ignorar essas coisas — %Luna% falou sorrindo.
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  — Me desculpe por entrar nesse assunto, mas… Meu Scott está bastante encantado com você. — A senhora a olhou como se esperasse alguma resposta que a jovem provavelmente não daria.
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  %Bedingfield% sentiu-se como se estivesse naqueles comerciais de festa surpresa, onde os balões estão suspensos esperando a hora de serem jogados em cima da vítima com muitos aplausos depois.
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  — Eu gosto muito do Scott, ele é muito divertido e solícito. Um grande amigo! — disse sorrindo sem encarar Eva, mas então olhou para a mulher, sem ação. Eva ainda a encarava aguardando algo mais. — Bem, eu nem sei o que dizer, senhora Carter… Eu só posso agradecer o carinho.
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  — %Luna%, você tem sido o assunto de muitos rapazes na cidade. É comum por ser nova por aqui. Eu temo que Scott se apegue muito a você, e apesar de saber que você não faz nada para que ele crie esperanças, eu gostaria que deixasse claro o que sente por meu filho. Já falei para ele que você tem muito apreço pelos quileutes.
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  Parecia um crime ser amiga ou gostar dos quileutes. %Bedingfield% se incomodava com o fato de que aquilo sempre vinha à tona, com um peso maior do que, a ela, realmente havia.
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  — Hã… Senhora Eva, eu realmente não permiti que o Scott criasse expectativas. Porém, eu deixarei mais claro para ele sobre a nossa amizade. Não quero magoá-lo e adoro muito estar com ele. Prezo nossa amizade. Assim como também prezo pela minha amizade com os quileutes.
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  — Não precisa se explicar, querida, apenas estou dizendo isso para que esteja preparada quando ele decidir falar de sentimentos com você.
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  %Luna% despediu-se da senhora pegando suas compras, ainda pensando no motivo ilógico pelo qual a senhora Eva dissera aquelas coisas. Proteger o filho de desilusões? Poderia ser, mas ainda assim, não havia necessidade daquela abordagem naquele momento. Chegando à porta de saída do mercado, a moto de Jacob estava estacionada beirando a calçada na frente dela. %Bedingfield% olhou para os lados o buscando, mas avistou Seth Clearwater distraído.
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  — Seth?
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  — Ei, %Luna%! — Ele veio andando em sua direção. Seth só tinha 20 anos de idade, mas era tão lindo quanto seus irmãos de tribo. — Te ajudo com as sacolas!
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  — É a moto de Jacob? — ela perguntou admirando aquela bela motocicleta, um pouco velha, mas admiravelmente conservada.
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  — É sim! Estive na sua casa, mas como estava tudo fechado imaginei que você estivesse aqui na cidade. Embry me falou uma vez que você costuma fazer compras as quartas e eu associei as datas. — Seth sorria muito alegre, como sempre. — Jake me pediu para te buscar e deixou que eu viesse no “bebê” dele.
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  — Pilotando na moto do Black? Que honra, hein! — %Luna% piscou fazendo aos dois rirem, e, pela confiança de Jacob nele, Seth sorriu orgulhoso. — Mas, o que ele quer comigo?
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  — Seu carro está pronto.
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  — Já? Que rápido. Tem o quê… — Ela parou de falar, pensativa, contando o tempo mentalmente e, espantada, proferiu: — Umas quatro semanas que eu o bati?
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  — Jake tem esse hobby e ele andou se empenhando no seu carro dia e noite. Na verdade, ele tem se empenhado com seu carro, sua casa… Há tempos não o víamos assim. — Seth olhou para ela com ternura.
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  — Hm… Bom, eu vou, mas e as compras?
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  Scott apareceu para pegar umas caixas que estavam na porta do mercado e ao ver Seth, foi cumprimentá-lo.
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  — Rapaz! Você não para de crescer? — Carter disse olhando-o e rindo para os amigos que conversavam na porta do mercado.
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  Aqueles dois se conheciam desde muito novos, Scott estudou com os meninos da reserva com a mesma faixa etária de Jacob. Peter e Seth estudaram juntos também, sendo os mais novos.
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  — Nem de crescer, nem de ser lindo — Seth respondeu e sorriu zombeteiro.
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  — Ei, Scott, vocês fazem entregas? — %Luna% perguntou.
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  — Sim, mas hoje estamos sem moto e não dá para eu ir fazer as entregas. Peter também não, afinal, é um risco, ele pode não chegar vivo ou inteiro. — Fez uma pausa, rindo descrente. — Por que perguntou?
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  — Preciso ir à reserva com Seth, mas de moto e com essas compras, não dá. Eu posso deixá-las aí e pegar depois?
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  — De jeito nenhum. Eu te dou uma carona até sua casa, de lá você segue com o Seth.
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  — Mas você disse que não poderia fazer entregas… — Seth tirou as palavras da boca de %Luna%.
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  — Sim, entregas, no plural. Uma saída rápida não tem problema. Vou pegar o meu carro, esperem aqui — o rapaz disse sorrindo e saiu.
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  — Ora, ora… Scott Carter tão solícito para a “nova diva da cidade” — Seth falou fazendo a mulher rir.
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  Eles seguiram conforme combinado deixando as compras de %Bedingfield% em casa; ela despediu-se de Scott brevemente e o agradeceu, então partiu com Seth rumo à reserva. Sue foi a primeira a ser cumprimentada por %Lu%, assim que chegaram à reserva. Ao seu lado estava uma mulher morena de cabelos curtos, e com um semblante nada amigável.
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  — Esta é Leah, minha filha mais velha, %Luna%. Ela está fazendo faculdade de medicina um pouco distante e nos visita quando pode — disse Sue, muito feliz.
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  Leah cumprimentou-a de maneira discreta, arredia. A garota começou a achar que havia algo errado com ela, já que era a segunda mulher no dia que a tratava com desdém. Sempre escutou que tinha uma beleza única, invejável, mas nunca fora tratada com tamanha indiferença – ousaria dizer até rivalidade – por outras mulheres. As pessoas em Forks eram assim tão desconfiadas?
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  — Jacob já voltou, mãe? — Seth perguntou.
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  — Não, nem Paul e nem Sam. Vamos entrar, %Luna%! Seth, guarde a moto!
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  Leah entrou à cabana de sua família, e Sue puxou %Bedingfield% educadamente para a sua casa e as duas puderam conversar sobre a carona que Charlie havia dado à %Luna%. A senhora Clearwater ficou feliz por saber que Charlie e %Lu% encontraram-se e conversaram, ela sabia da relação de %Luna% com Bella; e também sentiu-se vaidosa ao saber que ele havia mencionado o noivado com ela. Contou à moça que iniciaram um relacionamento sete anos atrás, após o falecimento do pai de Seth e Leah, que inclusive, tal como Billy, era um grande amigo de Charlie. Sue explicou que inicialmente foi uma situação difícil, que ela sentia culpa pela memória do esposo, mas com o apoio de Seth ela conseguiu lidar com as dificuldades impostas também por Leah.
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  Leah não cogitava a ideia desse casamento e nem apoiava, pois imaginava que ela e Bella deveriam se tornar mais próximas com isso. E a quileute, não gostava nada, nada, de Isabella Swan. Para %Luna% era um tanto estranho ouvir o modo como as pessoas falavam da sua antiga amiga, alguns com tanto remorso e decepção; outros como um tabu. E desde que chegara a Forks, para ela, falar de Bella também se tornava um feito incômodo. Quase como se… O passado estivesse se apagando aos poucos…
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  As duas permaneceram conversando, até que Jacob apareceu ao lado de Paul, Sam e Billy.
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  — Ora, ora! %Luna% está de volta! — disse Paul sorridente.
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  — Olá, rapazes.
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  — Estou incluído no “rapazes”? — Billy perguntou também surgindo à varanda da casa de Sue.
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  — Claro que sim! — Sorriu largo fazendo os meninos e Sue também sorrirem, e Leah ainda estava distante e séria.
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  — Fico lisonjeado — Billy respondeu simpático. — Hora do meu chá. Usarei sua cozinha, Sue! — A mulher assentiu risonha e Billy empurrava sua cadeira para dentro da cabana, com uma lata de ervas no colo, antes de entrar totalmente, ofereceu: — Aceita uma xícara, %Luna%?
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  — Sim, claro.
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  A mulher não notou que antes de dar sua resposta a Billy, Seth, Quil, Paul, Sam e inclusive Jacob, acenavam reprovadores para ela e quando a garota aceitou a bebida, todos eles abaixaram a cabeça fazendo cara feia. Jacob cruzou os braços e olhou para %Bedingfield% numa troca de olhares rápida, e sorriu. Poderia jurar, apesar de conhecê-la há algumas semanas, que ela não se incomodaria com o paladar singular de seu pai. Aquela era a primeira vez que Black sorria para ela tão espontaneamente.
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  Uma das preocupações de %Luna% era o sumiço de Embry que não lhe telefonava ou visitava há alguns dias, portanto, ela aproveitou a ocasião para perguntar sobre ele. Os rapazes disseram que Embry havia ido para o extremo sul de Silverdale, uma cidadezinha um pouco maior que Forks e um pouco mais colorida, que fazia divisa com outros centros urbanos e era mais próxima da rodovia federal de Seattle. Segundo Black, Embry estava visitando uns amigos antigos da tribo.
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  Enquanto os demais continuavam conversando, %Luna% observou Leah agindo naturalmente com Seth e Quil. Aquilo a intrigou um pouco, pois, por mais reservada que Leah fosse, sua reação de repulsa destinada a si demonstravam um afastamento proposital. O que Leah poderia ter contra %Luna%? Notando os olhares analíticos da moça, Jacob se aproximou discretamente dela e tocou-lhe o braço com o seu, ao lado da garota.
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  — Ela vai te aceitar. Ela é assim mesmo, leva um tempo — informou ao capturar a atenção de %Bedingfield% para si.
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  Jacob começava a trincar aos poucos a barreira invisível que havia entre eles, deixando a mulher mais confortável também. Não que ela sentisse medo de Jacob, até porque “assustador” não era a palavra que combinava com uma figura bonita, galante e sinceramente amigável como a dele. Mas o incômodo que aquela barreira de distância impunha a ela, para %Luna% soava como uma injustiça. Havia algo em Jacob que a fazia querer desvendá-lo, estar perto e criar laços, contudo, toda vez que o quileute erguia um muro, se entristecia. Era como a criança que quer muito tocar o leão, mas precisa contentar-se com o vidro protetor de um zoológico. Jacob parecia mesmo uma fera solitária e aprisionada.
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  — Então já acabou com o conserto do meu carro? — Ela desconversou após sorrir em agradecimento pelas palavras anteriores dele.
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  — Pois é, eu tenho um dom — disse e sorriu convencido.
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  Jacob não percebeu, mas desde que a conheceu e vinha convivendo com a mulher – ainda que muito pouco –, ele reaprendia a esboçar sorrisos, mesmo tímidos.
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  — Vamos, está lá no galpão — chamou-a, se levantando e andando para fora da cabana. Enquanto caminhavam, recordou-se do que havia escutado minutos antes e resolveu zombar da moça. Olhando para ela com curiosidade, perguntou: — Quer dizer que pilotar a minha moto é uma honra, senhorita?
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  — Seth te contou?
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  — Era segredo? Ele não é muito bom com segredos, já aviso.
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  — Não, não era. Mas sim, para ele é uma honra.
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  — Você pilota?
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  — Sim.
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  — Depois de ver o que fez com seu carro… Céus, você deve ser uma suicida em cima de uma moto. — Riu discreto.
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  — Ei! Qual é!?
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  — Pobre moto… — Jacob ainda se divertia zombador, e %Luna% lhe deu um soco no braço a fim de que ele parasse: — Ai! Nem doeu, sua fracote!
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  — Pode zombar! Só porque é maior do que eu.
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  — E mais forte.
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  — Anormalmente, mais forte — ela respondeu.
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  — E mais bonito também. — Continuou a provocando.
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  — ‘Tá legal, aí você já está sonhando! — %Luna% zombou de volta.
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  — Estou? — Jacob a encarou surpreso como se o fato de ser lindo fosse a coisa mais óbvia do mundo.
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  — Claro! Você é bonito, mas aí dizer que é mais do que eu? Quem andou te enganando? O Billy ou a Sue?
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  — É, tem razão, podemos concordar que você é muito linda — falou sério e fez uma pausa pensativa, pigarreando ao dizer: — Mas temos de convir que eu também não sou nada mau. Se fosse um ranking, nós dividiríamos o pódio.
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  — Certo, entraremos em acordo: Eu sou linda e você é legal. — Apesar do elogio dele deixando-a animada por saber que ele a achava uma mulher bonita, esboçou desinteresse ao provocar de novo.
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  Os dois haviam chegado à porta do galpão em que provavelmente o carro dela estava, quando Jacob perguntou-lhe:
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  — Preparada para ver isso?
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  — Preparada sempre e para tudo.
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  Ele empurrou a pesada porta de correr do galpão, permitindo que mais luz entrasse ali além das claraboias do telhado, e %Luna% avistou seu Mustang novinho em folha. Duvidou inclusive se aquele era o mesmo carro.
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  — Uau. Esse aí não é meu carro! Tem certeza que não trocou? Posso verificar o chassi?
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  — Bom, eu dei uma polida e um trato na pintura também, ficaria um trabalho porco se eu mexesse apenas na frente batida… — Jacob olhava o carro admirado com o que havia feito.
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  — Black… Não sei se com os meus salários de bióloga e farmacêutica eu conseguirei pagar po… — Black não a deixou terminar, interrompendo-a antes que viesse falar de mudanças no preço:
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  — Garota, o que tínhamos combinado era um preço camarada! E eu não sou de quebrar as minhas promessas. Foi um passatempo cuidar do seu Mustang, o pagamento combinado já é o justo. Não se preocupe com isso.
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  — Certo, mas você não fez promessa alguma para mim, Jacob.
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  — %Luna%. Você pode deixar eu te mimar um pouco? Já tem algum tempo que eu não conserto uma máquina foda como essa! A gente pode combinar de, além da grana, você não sair batendo o carro por aí, que tal? Afinal, é a minha obra de arte ali.
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  Segurava a capa do carro e deixou-a em um canto ao se aproximar da mulher com todas aquelas justificativas. A expressão dele não era de alguém que estava brincando e, na cabeça de %Bedingfield% apenas uma frase se repetia:
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  — Você quer fazer mimos a mim? Posso saber que papo é este agora?
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  — Considere um pedido de desculpas por toda a minha grosseria quando nos conhecemos.
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  — Não. Eu não posso aceitar isso, Jacob! — ela falou apontando o próprio carro.
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  — Quer deixá-lo comigo? — Jacob arregalou os olhos sorrindo fraco.
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  — Não. Lógico que não! Tira o olho do meu carro, posso no máximo te deixar dirigi-lo às vezes, mas não aceito aquele orçamento que você deu! Mexeu em mais coisas do que o combinado, então eu vou pagar. O meu valor justo.
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  — Nesse caso, me vejo obrigado a recusar.
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  Os dois permaneceram naquele debate por menos tempo do que duraria, graças a Seth os chamando e avisando que Billy a procurava. Jacob assentiu e, apontando um dedo para ela, afirmou que aquela história de preços e consertos não seria discutida mais. %Luna% passou os dedos na lataria do automóvel com um sorriso maravilhado e os olhos brilhando de felicidade. Ela era apaixonada por aquele carro e estava radiante com o resultado entregue.
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  Ao chegarem à varanda da casa de Billy, o cadeirante estava lá com um sorriso simpático no rosto e uma caneca na mão. Quil, Paul, Leah, Seth, Sam, Emily e Sue observavam de onde antes %Bedingfield% e Jacob estavam: a cabana ao lado.
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  As cabanas dos quileutes eram uma de frente para a outra, em um formato circular no seu espaço reservado da mata. Eles dividiam-se em grupos dentro da reserva. Eram todos integrantes de uma só tribo, porém o grau de parentesco influenciava nas separações. Um exemplo nem tão claro era a família de Quil, que morava mais ao norte da reserva, então viviam em outro ponto da reserva as famílias Call, Ateara, Magwire e Koto. No Sul da reserva, que ironicamente compunha a entrada dela dado o acesso à estrada, as famílias Black, Clearwater e Ulley. Apesar disso, Quil residia com Embry e Paul na cabana de Sam. Jacob residia com o pai na mesma cabana, mas todos eram uma só família.
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  %Luna% não entendia as razões para os rapazes morarem juntos ao invés de Quil e Embry estarem com suas famílias primárias, mas adotou como explicação aquela história de Embry dizer que era “praticamente” irmão dos meninos. Portanto, por uma amizade ou escolha, ele e Quil decidiram morar com Sam. Em todo caso, para ela ainda era confuso compreender aquele papo de “clãs”, sendo que a reserva inteira era uma única tribo: quileutes.
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  Pegou o chá estendido amigavelmente por Billy e notou que todos estavam, seja na varanda de Sue ou dos Black, encarando-a apreensivos. Ela começava a observar a bebida procurando algum problema aparente. Leah olhou para %Bedingfield% de maneira desafiadora e a garota ouviu os comentários dela com um dos rapazes:
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  — Ela não vai conseguir beber — Leah afirmou firme para Paul ao seu lado.
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  — Caso dez dólares com você como consegue — ele respondeu.
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  %Luna% arqueou a sobrancelha encarando a xícara com a bebida escura de cheiro tão forte como fumo e grama recém-cortada.
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  — Você consegue — Jacob sussurrou ao ouvido dela, e destinou-se a sentar ao lado do pai em seguida.
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  Billy entregou outra caneca com a bebida para o filho, e só então, compreendeu do que se tratava tanta expectativa: apenas os Black conseguiam beber aquele troço de aparência e cheiros duvidosos.
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  — %Lu%, o que achou do seu carro? — disse Billy muito simpático, mais do que o de costume.
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  Ela encarou o senhor que lhe lançava um olhar de desafio, diante do sorriso simpático. Por um breve instante, enxergou semelhanças entre o rosto dele e de Jacob, além é claro, de sentir o tom de quem achava que ela desistiria do chá.
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  — Perfeito demais. Mesmo para mim — ela disse e os três riram.
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  %Luna% fez que ia levar a caneca à boca, tão desafiadora ao encarar os dois Black, quanto eles com ela. O restante da plateia continuava encarando a cena apesar de disfarçarem com conversas sutis entre eles. A mulher começou a rir e, por fim, soprou o chá afastando a fumaça e foi sentar-se em um banquinho rústico e muito bonitinho em frente à cadeira de Billy. Tomou então o primeiro gole do chá e ouviu Paul comemorar contra Leah, mas a mulher rebateu quase rosnando para ele, alto o suficiente para que %Luna% escutasse:
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  — Um gole? Isso não foi beber o chá! Espere, Paul, você me deverá dez dólares!
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  — Jacob que fez. Não é maravilhoso? — Billy soou orgulhoso pelo filho, atraiu de novo a atenção de %Bedingfield% para si, ao apontar um dos banquinhos que a mesma se sentou, admirando.
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  — Pai… — Jacob resmungou revirando os olhos.
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  — É sim, um trabalho muito delicado. Você tem muitos dons não é, Black?
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  — Nada de mais, %Luna%.
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  — Bom, eu não conseguiria — ela disse dando de ombros.
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  — Qualquer dia ele te ensina, %Lu% — Billy afirmou sorridente.
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  — Se ela quiser, pai, não imponha… — Jacob bebia vagarosamente seu chá olhando-a por cima da caneca com a sobrancelha arqueada.
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  Aquilo lhe soou também desafiador e %Luna% não recusava desafios ou aventuras. Uma de suas qualidades e defeitos.
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  — Eu vou adorar! — respondeu a mulher.
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  — Agora beba seu chá, senão vai esfriar mais. Ou não quer? — Billy perguntou, divertido com a premissa de que uma simples caneca de chá se tornou um ritual de aceitação da intrusa aos quileutes.
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  As conversas cessaram na cabana ao lado e o silêncio dominou a floresta. %Bedingfield% podia escutar o cricrilar dos grilos e algumas risadinhas dos meninos. Jacob a encarava confiante, tão confiante como ela mesma não poderia confiar, e lhe pareceu que se tratava de um ritual.
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  — Vou encarar como uma missão ou um ritual de chegada à tribo — afirmou risonha erguendo a caneca na direção dos Black, e depois, em direção aos demais que ainda observavam curiosos, com sorrisos divertidos e piscou especialmente para Paul.
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  Suspirou e virou a bebida em um gole maior que o outro. O gosto era péssimo, mas o azar de Leah era não saber que %Luna% tinha o hábito de bebidas fortes e amargas, e o chá de Billy, por mais que parecesse coado com a meia de um ogro de montanhas vulcânicas, não era diferente de qualquer chá forte demais, escuro demais e amargo demais. %Bedingfield% virou outros goles da bebida que já havia esfriado o suficiente.
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  Ouviram-se os gritos dos garotos quileutes ecoando o nome dela como um coro de final de campeonato, outros gargalhavam, e ainda havia alguém entre eles praguejando um grande nojo pela bebida. Se quisesse saber um dia como se sentiam os heróis das batalhas com gladiadores, %Luna% soubera naquele instante. Não pode deixar de se divertir com tudo aquilo e começou a rir trocando olhares engraçados com Billy e Jacob.
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  — São 10 pratas, Leah! — Paul ria com a mão estendida para a outra.
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  Leah bufou batendo na mão do rapaz de forma violenta e os dois trocavam olhares em silêncio, de repente ecoou-se uma risada geral só entre os rapazes. Como se tivessem escutado uma piada.
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  — Billy trapaceou. Aquele não era o mesmo chá de esterco que ele bebe! — Leah resmungou apontando incrédula para Billy.
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  O mais velho respondeu ameno:
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  — Deixe de ser irritante, Leah, eu não trapaceio. Você quer experimentar para tirar a prova?
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  — Não vou engolir bosta de vaca. — A mulher saiu brava para dentro da sua cabana e Paul a seguiu.
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  — %Luna%, não é esterco, não se preocupe — Seth gritou do outro lado, gargalhando da reação da irmã. — Só é um chá de mato ruim para caramba!
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  Billy deu de ombros e deixou sua caneca num banquinho ao seu lado. Puxou a carteira do bolso de sua camisa de flanela, e encarou Black com certa decepção ao entregar a ele cinco dólares.
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  — Entendi agora. Alguém mais apostou por aqui? — %Luna% falou olhando a todos, sorrindo em falso tom de ofensa.
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  — Valeu, %Luna%. O velho não queria me pagar essas cinco pratas há algum tempo — Jacob disse colocando a mão sobre o ombro do pai que riu desanimado.
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  — Você é corajosa. Gostei ainda mais de você — Billy comentou: — É das minhas!
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  — Espero não ter mesmo bebido bosta de vaca fervida em água. — %Luna% arqueou a sobrancelha e Billy riu fartamente como Jacob.
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  — É uma bebida de ervas medicinais que Sue e eu cultivamos. Eu tomo há muito tempo, desde que tinha a idade de Jacob. Meu avô passou para o meu pai, que passou para mim. É de fato um ritual quileute.
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  — Apenas os quileutes mais fortes e líderes natos dão conta de beber isso — Jacob falou alto provocando aos outros garotos.
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  — É amarga e picante. O gosto picante tem um fundo que me lembra o de um tempero que eu utilizo muito. O que são essas ervas?
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  — Ocimum Basilicum e Aloe Vera. Como bióloga deve conhecer, não?
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  — Claro! Babosa e Manjericão. Conheço muito. As propriedades nutricionais do manjericão e da babosa são excelentes. Grandes remédios. Principalmente o Aloe Vera que cura ferida interna, previne tumores, reduz colesterol e outras infinidades de propriedades!
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  — Babôssa? Mândiéricao? — Billy perguntou com sotaque carregado por não conseguir pronunciar as palavras em português como %Luna%.
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  Foi ali que ela notou a curiosidade no semblante dos Blacks, pelo idioma português dominado por ela, bem como os nomes desconhecidos das ervas.
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  — Bem, acho que vocês podem saber um pouquinho mais sobre mim. — Ela sorriu enquanto eles se encontravam atenciosos.
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  %Luna% convidou os outros que estavam na cabana de Sue para se juntarem a eles, e ouvir a sua história.
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  — Só falta o Embry… Mas depois eu conto a ele! — Suspirou e começou a narrar: — Eu não conheci a minha mãe, ela faleceu no parto e o meu pai conviveu pouco tempo comigo. Mas enquanto ele era vivo, nós chegamos a fazer uma viagem à terra de nossos ancestrais, como ele mesmo dizia. No Brasil. Meu avô não nasceu lá, mas o meu pai sim. Algum tempo depois da morte do meu avô, o meu pai voltou para os Estados Unidos. Nessa viagem que fomos juntos, eu conheci um pajé da nossa tribo. E então, eu também tenho sangue indígena… — ela contou como se fosse uma surpresa e estava repleta de orgulho de sua história.
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  — Eu desconfiava — Billy falou sendo assentido por Sue.
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  Todos estavam interessados em ouvir mais sobre %Luna%, em especial, Jacob que a encarava intrigado.
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  — Pois é… O meu pai foi nascido na tribo Bororo ou também chamada de Coxiponé. E o meu avô nascido por descendentes americanos da tribo Cheyenne que, infelizmente, é uma tribo extinta hoje. — Billy e Sue se entreolharam curiosos. — Fomos à tribo Coxiponé no Brasil e, conhecendo um pajé amigo dele, eu aprendi muitas coisas lá. Inclusive sobre plantas de cura. Foi onde me interessei por biologia.
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  — Seu avô era um Cheyenne? — Jacob perguntou.
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  — Pouquíssimas vezes minha tia e eu conversamos sobre essas coisas. Não tenho certeza se ele era Cheyenne ou apenas conviveu com eles. Ela disse uma vez que ele passou muito tempo em outra tribo. E que nessa outra tribo fora onde ela nasceu e viveram até os cinco anos de idade dela, depois todos foram para o Brasil. Já meu pai nasceu lá.
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  — Sua tia? — Quil perguntou confuso.
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  — O meu pai faleceu quando eu tinha 12 anos, então eu fui criada pela minha tia Pearl. Aos dezesseis anos, por curiosidade e nostalgia das memórias últimas com meu pai, eu voltei à tribo no Brasil. Quase morri, diga-se de passagem, porque não me reconheciam, e eles têm alguns conflitos territoriais que não facilitam em nada a convivência com estrangeiros. São um povo desconfiado por natureza. Na ocasião, eu convivi um pouco mais com o pajé e aprendi um pouco mais sobre as ervas, plantas, curandeirismo…
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  — Essa tribo aonde o seu avô passou um tempo até a sua tia nascer… Você não sabe mais nada sobre isso?
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  — Não me lembro de muita coisa, Sue. Eu era mais nova quando minha tia me contou, e raras vezes nós voltamos a falar do assunto. Mas engraçado… — %Luna% iria falar alguma coisa, porém foi interrompida por Sam que se levantou bruscamente atraindo toda a atenção.
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  Ele olhava para o vazio à frente. Jacob se levantou em seguida imitando os gestos dele e logo todos os meninos fizeram o mesmo. Parecia uma hipnose. Billy estava apreensivo e disse forte e sério “Entrem!” e os meninos seguiram-no. Leah também foi atrás.
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  %Luna% ficou naquela varanda sem entender muita coisa, quando Emily e Sue chamaram sua atenção para uma conversa. Ela não percebeu o que as mulheres diziam e nem mesmo respondeu, pois olhava para dentro da casa de Billy ansiosa e curiosa.
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  Todos os meninos vieram novamente à varanda e olharam aflitos na direção de %Luna%. Encaravam uns aos outros silenciosos. Sue levantando-se, disse que iria tirar os biscoitos que assava do forno e traria para todos, mas os garotos não falavam nada e Billy puxou uma conversa aleatória da qual %Luna% não conseguia entender nada. Ela apenas olhava para os meninos. Todos visivelmente nervosos e aflitos. Os músculos enrijecidos, olhares ansiosos.
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  Quil, por natureza, era o mais estressado ou nervoso; ele sempre ficava inquieto e parecia explodir. Seth tocou o ombro dele, como se lhe pedisse para se controlar. Então %Luna% encarou Jacob, que passou do estado de “desinibido” para “altamente fora de aproximação”. Aquela barreira que ela começava fervorosamente a odiar, se reergueu.
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  — Então, %Luna%, o que achou do chá? — Seth pronunciou para tentar descontrair um pouco o clima.
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  — Fichinha — ela respondeu sem muito humor, mas arrancando fracos risos.
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  Diante da situação que ela notava ser apreensiva, %Luna% pediu licença e permissão a Billy para levar as xícaras à cozinha da casa dele, mais do que rapidamente ele agradeceu e permitiu. Lógico, ela não queria se afastar, mas sabia que era por sua causa que nada estava sendo pronunciado. Aquela foi uma retirada estratégica.
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  Leah, assim que voltou de dentro da casa, estava distante da varanda. De repente, ela bufou e saiu correndo, havia entrado na mata como um furacão. Algo ali estava intrigando muito a jovem %Bedingfield%, e esta impressão não era surpresa. Na verdade, os quileutes, desde que ela topara com Jacob na praia, tornaram-se uma espécie de necessidade para %Luna%. Ela sentia como se precisasse ficar perto e não era apenas por Embry ou qualquer outra coisa. Ela se sentia confortável com eles. Ousaria dizer até… Parte deles.
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  Lavou as xícaras muito atenta aos burburinhos que se esforçava em ouvir. Assim que acabou, ela foi dando passos calmos e silenciosos até a varanda de volta. Talvez a vissem e se calassem ou, na melhor das hipóteses, estariam tão concentrados na conversa que não notariam a sua chegada. Batata.
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  %Luna% chegou próxima à porta e escutou Sam exclamando baixo:
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  — Ela não pode saber! Embry precisa de ajuda agora!
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  — O que houve com Embry? O que eu não posso saber? — impulsiva, %Luna% se intrometeu.
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  Jacob pegou em seu braço guiando-a para onde estava o carro dela. Ele mantinha-se sério, de humor afetado e como se fosse explodir de raiva.
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  — Jake! Calma aí! — Paul dizia.
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  — Eu resolvo isso! — Jacob gritou para eles arrastando %Luna% para o galpão.
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  — Black, me solte agora! O que você está pensando? Está me machucando, seu louco!
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  Jacob nada disse, apenas soltou-a aflito por não perceber o que estava fazendo. Entrou com ela no galpão e puxou a imensa e pesada porta do lugar. Pegou as chaves do Mustang no seu bolso e as entregou.
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  — Tá. Estou sendo expulsa. Entendi! Só que não saio daqui sem saber o que está acontecendo com Embry! — %Luna% parecia uma ursa raivosa.
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  — Não, %Luna%! — Black estava nervoso, mas não bravo, apenas nervoso com algo. — Você não está sendo expulsa. Não queremos que pense isso. — Pousou as mãos no rosto dela fazendo-a olhá-lo nos olhos. — Desculpe ter machucado você.
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  — Então o que foi tudo isso? — A mulher estava confusa e estressada por ser culpa dele a deixar daquele jeito, tão irritada e frustrada.
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  — Eu não posso lhe explicar direito. É coisa de clã. Embry está bem, apenas saiba disso.
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  — Coisa de clã… Entendo, eu não tenho esse direito mesmo… Peça desculpa aos outros pela minha intromissão.
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  — %Luna%…
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  %Bedingfield% deu as costas a ele entrando em seu carro e saindo da reserva sem olhar para trás. Avistou Seth correr até Jacob que, já no meio da floresta, olhava o carro partindo. %Luna% espiou pelo retrovisor Black sair olhando por cima do ombro, devagar. Ela chorava. Não esperava ser tão íntima deles, mas achou que merecia alguma consideração, afinal, ela não pediu nada além de notícias de Embry.
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  O que estava acontecendo com ele que ela não poderia saber? Entretanto, de uma coisa ela tivera certeza: se Embry considerasse-a como dizia, ela acabaria sabendo das coisas.
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N/A Fixa: Olá leitora, se você gosta das minhas histórias e gostaria de saber mais sobre meu processo criativo e/ou me conhecer, eu tenho um convite para você! Entre no meu grupo de leitoras no whatsapp e me siga no instagram @escritoraraydias! Aguardo você, ansiosa para conhecer as amoras que leem meus pequenos universos! ✨💖

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Liv
  — Ele só quer protegê-la. Ainda que não tenha percebido que o pessoal da reserva não é inimigo. — Ele…" Leia mais »

fodase com esse papo de proteção, ele poderia ter dito de várias formas e escolheu ser o mais babaca

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