ENTRE LOBOS E HOMENS

Escrita porRay Dias
Revisada por Lelen

Nota de autora inicial: Essa é uma fanfic escrita em 2012 por mim, postada em outros sites anteriormente, agora, a história está entrando no Espaço Criativo sob nova revisão e edição. Para quem leu antes, há mudança de narrador e algumas cenas.
Playlist da história


Capítulo Trinta • Uma Viagem Inesperada

Tempo estimado de leitura: 47 minutos

  Depois que Mark disse para onde estavam indo, %Luna% queria contar a Seth, entretanto, não achou prudente. Não sabia ainda o que o Mark — exatamente — queria com ela, e acabaria por preocupar Seth sem ter todas as respostas. Apenas digitou: “Estou bem e assim que souber tudo eu te conto o que está acontecendo” e enviou a mensagem. Seth não respondeu e, apesar de ela saber que ele deveria estar muito ansioso, também soube que ele procurava confiar nela.
0
Comente!x

  %Luna% virou o seu rosto para a janela e fechou os olhos. Não conseguiria dormir, principalmente por estar com Mark, mas tentaria ao menos fingir. Alguns minutos depois de fechá-los, ela sentiu um grande impacto sobre seu corpo, como se ela afundasse no banco e abriu levemente os olhos. Não enxergou nada além de borrões na paisagem da janela, e o motor do carro, embora silencioso, “ronronava” mais forte. Era a aceleração que Mark havia avisado.
0
Comente!x

  De fato, ela não estava acostumada a correr daquela forma numa estrada tão sinuosa, e sentiu o início dos enjoos. Se mexeu no banco e voltou a fechar os olhos. Mark, por perceber o desconforto da mulher, parou a música que tocava no rádio e assim ela acabou adormecendo sem notar. Seu corpo estava muito cansado e alguma hora cederia aos próprios limites. Quando acordou, %Luna% não sabia onde estava e Mark abastecia a Ferrari. Ela então pegou o seu celular a fim de ver novas mensagens. Haviam muitas mensagens de Seth preocupado com ela, as quais respondeu com apenas: “estou mesmo bem, não se preocupe, Seth”. Àquela altura, ela deveria ao menos dizer para onde estava indo, então desceu do carro e Mark sorriu para ela.
0
Comente!x

  — E você não queria dormir!
0
Comente!x

  — Onde estamos?
0
Comente!x

  — Ainda na América. Já passamos de Washington e levaremos mais ou menos meia hora para pegar o avião. Pretendo chegar antes disso, se você aguentar a corrida.
0
Comente!x

  — Por que não pegamos o voo do aeroporto de Washington?
0
Comente!x

  — Porque eu não gosto de voos apertados, gatinha. Não combina muito comigo, sabe? — ironizou ele. Era óbvio que um vampiro não passaria muito tempo trancado em um voo com tanto sangue fresco abaixo do nariz. — Iremos em um voo particular.
0
Comente!x

  — Não gosto dessa ideia.
0
Comente!x

  Mark pagou o combustível na bomba e caminhou lentamente até %Luna%, zombando sorridente:
0
Comente!x

  — Não gosta de ficar a sós comigo, %Luna%?
0
Comente!x

  Aquele tom de voz provocativo era de fato perigoso. Em outras ocasiões ela perderia seu autocontrole facilmente para Mark, contudo, ela já não se atraía mais pelo olhar profundo e charme viril dele, então %Luna% rolou os olhos de maneira entediada.
0
Comente!x

  — Não é um fato desconhecido a você que não gosto, mesmo, de ficar muito perto de vampiros — respondi.
0
Comente!x

  — Até o fim desta viagem mudaremos isso.
0
Comente!x

  — Estou com fome. Pegue algumas coisas naquela máquina de lanches que eu vou ao banheiro.
0
Comente!x

  — E sou seu empregado?
0
Comente!x

  — Não, mas é o anfitrião da viagem. Aja como tal.
0
Comente!x

  Ele riu e %Luna% notou que Mark estava muito bem-humorado com tudo aquilo. Ela entrou à porta do banheiro feminino daquela parada, conferindo se não havia ninguém dentro dele. Puxou seu telefone e discou o número de Seth, que atendeu muito rápido. Com certeza o aparelho estava em suas mãos.
0
Comente!x

  — Pelo amor de Deus, até que enfim! Sabe o quanto estou desesperado? As pessoas estão começando a notar que tem algo errado.
0
Comente!x

  — Pelo amor de Deus digo eu, Seth! Não deixe o nosso disfarce ser descoberto! Tome uns calmantes, se preciso for!
0
Comente!x

  — Fala logo, %Lu%: onde você está, como está e o que ele quer?
0
Comente!x

  — Calma, eu estou muito bem. Mark está sendo até cuidadoso comigo, o que não me deixa muito confortável, admito, mas estou bem! Estamos indo para a Bélgica, e agora, exatamente, estamos num posto de gasolina em um lugar que eu não conheço. Mas, já passamos de Washington e pegaremos um voo particular dentro de meia hora, em algum lugar.
0
Comente!x

  — Moral da história: ele está levando você para a Bélgica com um saco preto na cabeça! Por Deus! Como pode não saber onde está?
0
Comente!x

  — Eu dormi, Seth!
0
Comente!x

  — Como pode dormir ao lado desse cara!? Você confia demais!
0
Comente!x

  — Ei, olha só, para de julgar. Eu não quero levantar suspeitas desse telefonema, e até saber o que realmente ele quer comigo, eu não vou demonstrar que estamos em contato. Mas o que já sei é que estamos indo à Bélgica, porque eu realmente sou a criança da lenda de Rhikan, e Mark está ligado à lenda também.
0
Comente!x

  — O quê? Argh! %Luna%! Assim que puder me falar, conte tudo! E mande agora sua localização!
0
Comente!x

  — Está bem, beijo e se cuide.
0
Comente!x

  — Se cuide você!
0
Comente!x

  Desligou a chamada e ouviu a porta do banheiro se abrir. Uma mulher com itens de limpeza adentrou. %Luna% sorriu e a mulher a olhou desconfiada.  Enviou a localização a Seth e saiu do banheiro, encontrando Mark escorado à porta do carro, com os braços cheios de coisas.
0
Comente!x

  — Vamos.
0
Comente!x

  — Você demorou.
0
Comente!x

  — Uma mulher não pode ter um pouco de privacidade?
0
Comente!x

  — Para que privacidade em um banheiro de posto?
0
Comente!x

  — Ok… Eu estava tentando telefonar para meu namorado. Ele viajou muito antes de mim e pelo visto não vai me encontrar quando chegar… Preciso justificar essa viagem repentina que fiz.
0
Comente!x

  Os dois entraram no carro e Mark despejou as muitas guloseimas no colo dela.
0
Comente!x

  — O que é isso?
0
Comente!x

  — Você não está com fome? Eu não sabia o que pegar.
0
Comente!x

  — Não precisava pegar isso tudo. Eu não sou uma dragoa.
0
Comente!x

  — Como eu disse, eu não sabia. Você está sendo mal-agradecida.
0
Comente!x

  — Ok, obrigada. E você não está com fome?
0
Comente!x

  — Estou.
0
Comente!x

  — Não vai comer?
0
Comente!x

  Mark olhou para ela com cara de tédio e riu da inocência repentina e até fofa de %Luna%. Levantou um copo tampado com canudinho e o sacudiu, indicando que aquele era o alimento dele.
0
Comente!x

  — Só um suco?
0
Comente!x

  — Quer um pouco? — Ele lhe estendeu o copo e ela recusou.
0
Comente!x

  Ele levou o canudo aos lábios e %Luna% pôde ver o líquido grosso e vermelho forte subindo pelo canudo. Arregalou os olhos, se dando conta de novo de que estava ao lado de um vampiro. Apesar do quão macabro era aquilo, ela ficou aliviada por saber que ele providenciara o próprio alimento, mas extremamente enojada.
0
Comente!x

  — O que foi? Eu não poderia viajar com você sem o meu lanchinho, não é?
0
Comente!x

  — Mark… Quanto tempo esta… dose vai te alimentar?
0
Comente!x

  Ele gargalhou do apavoramento dela e abriu um compartimento entre os bancos do carona e motorista. Era uma geladeira com outros copos como aquele. %Luna% então levou a mão à boca, enjoada.
0
Comente!x

  — Ei! Nada de vomitar dentro do meu carro!
0
Comente!x

  — Fecha isso.
0
Comente!x

  — É só sangue, garota…
0
Comente!x

  — É nojento!
0
Comente!x

  — Não é não, ainda mais o tipo O negativo, que tem um sabor inigualável. A melhor safra.
0
Comente!x

  — Para, por favor.
0
Comente!x

  — Qual o seu tipo sanguíneo, %Luna%?
0
Comente!x

  — Não sei! — Ela encerrou a brincadeira dele com uma resposta mentirosa.
0
Comente!x

  — Hm.... — E então, Mark aproximou seu rosto ao rosto dela rapidamente, sorrindo maquiavélico. Seus olhos eram de um brilho vívido e sedutor. O frio aproximou o nariz do pescoço de %Luna% e aspirou. Ela sentiu a ponta gelada de seu nariz sobre sua pele, arrepiando-se. Mark fez tudo isso enquanto dirigia numa agilidade apavorante. Se ele decidisse a destruir, ela não teria tempo sequer de gritar. — Ora, ora! Você é deliciosa… — disse e se afastou dela ainda rindo do susto dado à mulher que esbravejou enquanto ele a encarava entre um olhar e outro para a estrada com evidente cobiça:
0
Comente!x

  — Nunca mais faça isso!
0
Comente!x

  — Seu tipo é O negativo! Sorte sua eu ter me alimentado agora, pois se eu fizesse isso com fome… Certamente não resistiria.
0
Comente!x

  — Quer um bolinho? Você deveria experimentar novas dietas — falou %Luna% estendendo o bolo de chocolate na sua mão para ele, ironizando.
0
Comente!x

  Ela não sabia se funcionaria, mas, assustada, %Luna% queria dispersar o seu cheiro que ele havia acabado de sentir só por garantia, e abriu o pacote de bolo de chocolate. E pareceu ter funcionado, pois, o olhar dele deixara de ser predador, o tom de vermelho vivo ia se tornando mais opaco à medida que Mark voltou a sugar o canudo de seu copo. Feliz por ter causado nela aquela reação de predador, Mark riu e desconversou:
0
Comente!x

  — Então, aquele que a levou até mim não é o seu namorado?
0
Comente!x

  — Eu já havia dito que não, e você conhece o Jacob.
0
Comente!x

  — Isso, isso… Jacob Black. O seu namorado.
0
Comente!x

  — Por que achou que Seth era meu namorado?
0
Comente!x

  — Porque ele te deseja de um jeito nada casto — confessou Mark o que havia visto telepaticamente.
0
Comente!x

  — Não diga absurdos!
0
Comente!x

  — Você não sabia? — Mark riu, colocando a verdade à frente dela: — Não se preocupe com isso, é só o poder de Rhikan. Todos os lobos sentirão uma espécie de desejo por você. Não é algo voluntário.
0
Comente!x

  — Como pode saber tanto?
0
Comente!x

  — Gatinha, eu tenho só 370 anos, sem contar o tempo como humano… Como poderia não saber tanto?
0
Comente!x

  — Três séculos de maldição…  — %Luna% decidiu perguntar, por mais que aquilo pudesse ser rude: — Quando ou como vocês morrem?
0
Comente!x

  — Não é como você pensa, com estacas, alho e aquelas bobagens. E lógico que não vou te contar como é. Não que você pudesse me matar se quisesse…
0
Comente!x

  — Eu posso. Esqueceu?
0
Comente!x

  — Uma pena que você não sabe como.
0
Comente!x

  — Uma sorte que meus poderes surgem cada vez mais, quando estou perto de você, não é?
0
Comente!x

  E de repente, Mark entendeu o que ela já havia compreendido: cada minuto perto de Mark despertava Rhikan, o que significava que ele precisava dominá-la o mais rápido possível ou também poderia morrer.
0
Comente!x

  — Você se finge de boba, não é mesmo?
0
Comente!x

  — Talvez você que não saiba tanto quanto demonstra.
0
Comente!x

  — Coma as suas balinhas e fique quieta.
0
Comente!x

  — Mark, não fique irritado. Ainda passaremos muito tempo juntos.
0
Comente!x

  — Não estou irritado.
0
Comente!x

  — O que me remete a uma pergunta, e você disse que não negaria as respostas.
0
Comente!x

  — O que é?
0
Comente!x

  — Por que disse que esta seria nossa primeira viagem?
0
Comente!x

  — Porque certamente você vai amar e querer outra.
0
Comente!x

  — Idiota… Você diz que os lobos me desejam, mas você é muito mais pervertido. — %Luna% finalmente sorriu como se estivesse lidando com algum amigo infantil e provocador. Mark gostou daquele sorriso, embora não admitiria para ela.
0
Comente!x

  — Natural, você tem os sentimentos castos dos lobos… Lealdade, amor, admiração… Mas quanto aos frios, você desperta os sentimentos mais impuros… Cobiça, ambição, luxúria… Eu diria até sentimentos carnais. Coisa de humano.
0
Comente!x

  — Eu só não entendo… — %Luna% decidiu partilhar mais de suas curiosidades — por que a deusa teve este tipo de fidelidade dos vampiros?
0
Comente!x

  — Os frios são mais independentes do que os lobos. Os lobos, eles precisam de um líder… Como eles chamam mesmo?
0
Comente!x

  — Um alfa.
0
Comente!x

  — Exato. O papel do seu namoradinho.
0
Comente!x

  — Como sabe disso? — perguntou %Luna%, preocupada com a segurança de Jacob.
0
Comente!x

  — Um lobo sem pata não pode lutar.
0
Comente!x

  — Sam… — E então ela se deu conta do ato: — Foi de propósito. Não é?! Vocês o atacaram para fazer Black assumir a matilha!
0
Comente!x

  — Como eu dizia, nós vampiros não temos isso — desconversou Mark. — Então é muito mais fácil que mudemos de ideais e de lado. Os frios não eram leais a Rhikan, mas, comparado aos lobos, mais fáceis de ceder aos interesses dela. Por isso, eu sou o sacrifício colocado para despertá-la, e você a coisa que a hospeda.
0
Comente!x

  — Mark, por que atacaram o Sam de propósito? — %Luna% retomou o assunto mais importante daquele instante, com raiva.
0
Comente!x

  — Não foi.
0
Comente!x

  — Não minta.
0
Comente!x

  A marca em suas costas queimava, e ela não sabia se poderia ter o controle de Mark como imaginou, mas tentou. Infelizmente, aquele tempo todo, Mark fingia que obedecia “aos seus comandos” e ela só descobriu aquilo dentro do carro:
0
Comente!x

  — Certo, %Luna%, vamos esclarecer: você não tem domínio sobre mim, ok? Não sinto nada além de cócegas quando você faz isso. E desgasta suas energias à toa. Guarde para vampiros mais fracos. Você vai precisar. — Ele riu, passando a língua nos lábios. — Eu só precisei que você achasse que me tinha em controle para estar aqui agora, gracinha. Não fique com raiva, ok?
0
Comente!x

  %Luna% ficou ainda mais brava e percebeu que à medida que a raiva crescia em si, também crescia a queimação em sua marca.
0
Comente!x

  — Mark, se quiser a minha ajuda como diz, conte agora toda a verdade. Desde a sua vinda para Forks quanto ao tipo de ajuda que pode querer de mim!
0
Comente!x

  Ele a encarou sério e notou o quanto ela estava decidida. O carro freou bruscamente. Só então %Luna% se deu conta de que haviam chegado a um aeroporto particular. E ali estava somente um homem os aguardando. E um que ela conhecia.
0
Comente!x

  Mark estacionou o carro em um galpão e desceu sem falar nada. Receosa, %Luna% pegou sua bolsa e o seguiu calada. Darak estava parado próximo à aeronave no mesmo galpão.
0
Comente!x

  — Prepare-se para entrar no avião — disse-lhe Mark e depois foi ao seu lado do carro, e carregou seus “lanchinhos” para dentro da aeronave. Darak encarava sério à mulher e, agora sim, ela havia ficado preocupada. Observou ao seu redor e viu um banheiro.
0
Comente!x

  — Aonde vai? — A voz de Darak trovejou, e sem demonstrar medo, ela empinou o nariz e o respondendo secamente:
0
Comente!x

  — Ao banheiro.
0
Comente!x

  Deu as costas a ele e dentro do reservado, de novo, ela enviou a sua localização para Seth.
0
Comente!x

“Não me responda, só leia: estou num aeroporto particular, vamos partir para a Bélgica agora. Darak também está aqui. Não sei o motivo. Mas descobri que o ataque a Sam foi de propósito para Black assumir como alfa. Estou bem, até agora. Fique atento, assim que puder enviar mais notícias o farei.”

  Ao sair do banheiro, Darak não estava mais lá e Mark carregava as guloseimas que havia comprado para ela em uma sacola e trancava a Ferrari com o alarme. A esperou aproximar dele, para subirem à aeronave.
0
Comente!x

  — Quantas vezes por dia você precisa de “privacidade no banheiro”? Foi ligar para o seu namoradinho, de novo? — perguntou ele, subindo as escadas atrás dela.
0
Comente!x

  — Eu tomei uma lata inteira de refrigerante, esqueceu?
0
Comente!x

  — O quê? Você não aguenta nem um litro sem ir ao banheiro?
0
Comente!x

  — Por que o Darak está aqui?
0
Comente!x

  — Qual o seu problema com ele? Ele te mete mais medo do que eu?
0
Comente!x

  Os dois entraram no avião e ela não avistou Darak ali.
0
Comente!x

  — Só quero saber o motivo.
0
Comente!x

  — Sente-se e ponha o cinto.
0
Comente!x

  Mark deixou a sacola de guloseimas perto dela e adentrou à cabine do piloto. Demorou um tempo ali até o avião decolar. Ao alcançarem altitude, %Luna% olhou pela janela, percebendo que estavam estabilizados no voo e retirou seu cinto.  Mark surgiu pela porta que dava para a cabine e caminhou até ela, sentando-se à sua frente.
0
Comente!x

  — Darak está aqui para me ajudar também.
0
Comente!x

  — Ele é o piloto?
0
Comente!x

  — O principal. — Mark encarou o celular na mão dela. — Conseguiu falar com o Jacob?
0
Comente!x

  — Não.
0
Comente!x

  — Quando ele retorna?
0
Comente!x

  — Não sei ao certo. — As repostas evasivas dela eram uma forma de proteger Jacob ou quem quer que fosse. Ainda não estavam claras as intenções de Mark, mas ele certamente sabia o que se passava na mente dela.
0
Comente!x

  — Tentaremos voltar antes dele, até porque não quero problemas com ele agora.
0
Comente!x

  — Agora? Quando arrumará problemas com ele?
0
Comente!x

  — Vamos falar de nós. Esquece seu namorado.
0
Comente!x

  — Nós? — %Luna% deu de ombros e comentou indiferente: — Pode começar.
0
Comente!x

  — %Luna%, eu te trouxe para a Bélgica, porque… Há uma maneira de eu me livrar da responsabilidade em ser o seu dominador. Não que eu queira me livrar, mas, estando ligado a você que é uma caça, eu me torno uma caça também. Já te expliquei isso. E preciso saber como me defender. O problema é que Darak descobriu isso e também descobriu que a criança já deveria ter sido encontrada para que eu consiga me livrar disso. Então, estamos indo à Bélgica atrás das respostas de como faremos isso. Não quero que os Volturi me encontrem e descubram tudo agora que sabem sobre você.
0
Comente!x

  — Eles sabem sobre mim?
0
Comente!x

  — Lógico, foram eles que mandaram Valerie atrás de você.
0
Comente!x

  — E mandaram vocês três para outra coisa também. Afinal, até onde havia me dito, vocês tinham uma missão e depois que me acharam, foram divididos em duas missões. O que me remete a: por que atacaram Sam de propósito a fim de que Jacob fosse o novo alfa?
0
Comente!x

  — Eu digo que os Volturi estão atrás de você e Valerie é perigosa o suficiente para isso uma vez que enviaram ela, e você está preocupada em por que arrancamos o braço do irmãozinho do seu namorado? Como pode se preocupar mais com ele do que com você?
0
Comente!x

  — Primeiramente porque amar é isto.
0
Comente!x

  — Own… que romântica! — zombou Mark um tanto enciumado.
0
Comente!x

  — E depois, porque confio o suficiente em mim e nos quileutes para saber que vou me livrar deste problema.
0
Comente!x

  — Você não sabe o que está prestes a enfrentar.
0
Comente!x

  — Então me diga!
0
Comente!x

  Vampiro e mulher se encararam analisando os gestos um do outro. Por fim, Mark suspirou, contando mais um pouco do que julgava “ok” ela saber por ora.
0
Comente!x

  — Os Volturi dominam grande parte dos clãs dos frios. E os Cullen foram um deles. E só estão vivos porque Alice previu que a aliança entre os lobos e os Cullen derrotaria os Volturi. Mas não significa que os lobos venceriam os Volturi sozinhos.
0
Comente!x

  — Então quem fez nova aliança com os Volturi e veio atrás dos quileutes agora, Mark?
0
Comente!x

  — Como? — Ele estava assustado com a compreensão tão rápida dela. Ela percebeu com esperteza o que estava acontecendo.
0
Comente!x

  — Os Cullen, não é? Ou melhor… Isabella Cullen.
0
Comente!x

  — Eu não vim aqui para dizer o que fui designado a fazer, ou Darak. Eu vim me livrar do compromisso profético com esta maldita Rhikan dentro de você.
0
Comente!x

  — O que não percebeu é que você depende de mim para isto. E se eu não quiser, você não se livrará da sua responsabilidade.
0
Comente!x

  — Acha mesmo que tem poder para dar as cartas aqui? Somos dois contra uma. Dois vampiros contra uma humana.
0
Comente!x

  — Eu não acho que tenho o poder de dar as cartas. Eu simplesmente tenho.
0
Comente!x

  — Sabe que se você fosse uma vampira seria uma muito forte? — comentou ele, sorrindo ladino e cheio de prepotência e certa admiração nos olhos, ao encará-la. — É confiante, assume riscos e bastante arrogante!
0
Comente!x

  — Não é com a Bella que você está falando.
0
Comente!x

  — Achei que fossem amigas.
0
Comente!x

  — Fomos. Não sei se poderíamos continuar sendo agora.
0
Comente!x

  — Confesso que seria interessante um reencontro entre vocês.
0
Comente!x

  — Então você a conhece mesmo!
0
Comente!x

  Mark ficou mudo. Não percebia o quanto ela conseguia arrancar de informações dele em entrelinhas. %Luna% continuava a mesma mulher inteligente e sagaz que sempre foi e ele não deixaria de notar aquilo.
0
Comente!x

  — O que foi, Mark? Não entendeu que eu já descobri o motivo de você e Darak terem ido à Forks?
0
Comente!x

  — Você acha que sabe.
0
Comente!x

  Mark se levantou e o bom humor havia ido embora. Foi em direção à cabine do piloto e deixou-a na poltrona sozinha.  Enquanto estava só, %Luna% pensava em como ela havia conseguido manipular as informações daquele jeito, já que Mark era um telepata. E então notou nele uma fraqueza: ele não conseguia controlar todo o tempo a telepatia dele. Ou não fosse uma fraqueza, mas os seus poderes se revelando mais fortes. Ela aceitaria colaborar com aquela “missão” que Mark havia lhe trazido apenas por uma razão: precisava descobrir mais a respeito da criança da profecia, se é que ela realmente era ela. Porém, àquela altura, ela não desconfiava do contrário, então teria que descobrir sobre si e deter Mark de descobrir qualquer coisa que a deixasse nas mãos dele.  
0
Comente!x

  Aproveitou o tempo sozinha para enviar a Seth as mensagens contando tudo aquilo, quando aterrissassem ele as veria. E ele também lhe enviou uma mensagem de apoio, dizendo que estava preparando tudo para viajar se preciso fosse, e, infelizmente, dissera algo mais que ela não gostaria de saber quando o sinal de seu telefone retornasse: Bruh Ateara descobriu que ela viajou com Mark, mas ele prometeu que ficaria de olho na loba. No momento, Bruh era a última das preocupações de %Luna% e ela diria isso assim que visse a notícia.
0
Comente!x

  O tempo que levou para chegarem à Bélgica ela não calculou, embora tivesse o achado muito longo. Principalmente por ter estado o voo inteiro sozinha. %Luna% se permitiu cochilar algumas vezes no fundo da aeronave, pois queria evitar dormir durante a noite agora que havia dois vampiros ao seu lado.
0
Comente!x

  Eles chegaram no local, já em noite alta. O céu era nublado e ela não pôde observar abaixo dele. Não demorou muito tempo sobre as densas nuvens, logo, o avião começou a baixar voo e pousou numa pista aberta. %Luna% ainda não conseguia enxergar nada. Escutou o barulho das turbinas diminuir, e se levantou para espiar mais pelas janelas. Darak apareceu junto a Mark, ele abriu a porta da aeronave, enquanto Mark a encarava.
0
Comente!x

  — Chegamos.
0
Comente!x

  Darak desceu na frente e %Luna% pegou sua bolsa. Colocou-a sobre o ombro e esperou Mark sair, no entanto, ele lhe deu passagem primeiro. Por uma razão desconhecida ela não queria sair na frente de Mark, ainda mais depois de perceber a maneira como ele a olhava cheio de malícia. %Luna% odiou-se naquele momento por não ter aproveitado para mandar a localização a Seth enquanto o avião baixava voo.  Então ela desceu à frente de Mark e não viu mais a Darak.
0
Comente!x

  — Onde está o Darak?
0
Comente!x

  — Indo para o mesmo lugar que nós.
0
Comente!x

  Uma chuva fina caía e o caminho era muito escuro. De repente, os postes de luz da pista de pouso começaram a acender e iluminar o caminho. Ela ainda não havia descoberto para onde estavam indo, mas o caminho era longo. Mark andava calmo sob a chuva fria, e, embora estivesse com um sobretudo grosso de couro, não era como se não sentisse o gelo das gotículas por causa dele. Ele realmente não sentia incômodo com o vento frio cortando o rosto e a água gelada tocando a pele. Ela, por sua vez, apertava-se em sua jaqueta.
0
Comente!x

  — Logo poderá se aquecer — disse ele.
0
Comente!x

  — Para onde estamos indo?
0
Comente!x

  — Para a minha casa.
0
Comente!x

  — Por que Darak foi na frente?
0
Comente!x

  — Não se preocupe, ele só foi adiantar as coisas para você.
0
Comente!x

  — Que coisas?
0
Comente!x

  — Não tenha medo, eu já disse que nada vai te acontecer.
0
Comente!x

  — Que coisas, Mark?
0
Comente!x

  — Agora que chega aqui é que se preocupa? Ele foi acender a lareira, preparar o quarto de hóspedes, estas coisas…
0
Comente!x

  %Luna% o encarou, desconfiada. Por que tratá-la como uma hóspede? E pedir para Darak fazer tudo?
0
Comente!x

  — O que você e Darak são um do outro?
0
Comente!x

  — Que pergunta é esta?
0
Comente!x

  — Parece que ele faz tudo para você.
0
Comente!x

  — Não é assim, ele só está me ajudando.
0
Comente!x

  — São parentes?
0
Comente!x

  — Talvez parceiros.
0
Comente!x

  — A palavra amigo não existe no seu vocabulário ou está tentando esconder que vocês são um casal?
0
Comente!x

  — Ok, chame como amigos se preferir. Eu vou fingir que não ouvi a sua ofensa.
0
Comente!x

  %Luna%, depois de um longo tempo, sorriu zombando pela reação ofendida de Mark. Seria engraçado se Mark e Darak fossem mesmo um casal. Mas não era algo evidente. De repente, uma grande mansão, na verdade, um castelo antigo, se iluminou. Aquela era a casa de Mark. Darak havia acendido as luzes. %Luna% encarava aquilo imaginando o próprio castelo do Drácula. Era amedrontador. Mark não pôde evitar rir, e ela se recordou de que tudo o que ela pensava não estava protegido dele.
0
Comente!x

  — Eu sei que você está se comunicando com Seth desde que saímos e enviando a ele nossa localização — confessou-lhe Mark.
0
Comente!x

  — Como?
0
Comente!x

  — Eu sei que você também já sabe que não há segredos da sua mente para mim.
0
Comente!x

  %Luna% parou de caminhar e Mark, ao notar, parou também, ele se virou para ela com uma expressão confusa.
0
Comente!x

  — Eu não darei nem um passo a mais, se você não me contar tudo, Mark.
0
Comente!x

  — Tudo o que você precisa saber é que… Não há um passo seu que eu já não saiba.
0
Comente!x

  — Eu quero saber a verdade, Killiam. Desde a sua vinda para Forks.
0
Comente!x

  Ele não gostou que ela o tenha chamado pelo primeiro nome. Uma rajada de vento e Mark já estava colado à sua frente e os dois se encaravam desafiantes. %Luna% não poderia negar: coragem era algo que ela tinha. As mãos de Mark passaram lentamente por sua cintura e ao sentir a pegada forte dele, %Luna% apertou ainda mais o olhar na direção do vampiro como se dissesse: “continue e eu te matarei”, algo que ainda não era possível, mas a postura de confiança fazia na percepção dela toda a diferença. De repente, Mark a colocou sobre seus ombros e correu até a mansão. Tudo em um movimento explosivo, como uma bala que sai do revólver. %Luna% estava molhada e gritava contra o gesto dele. Quando ele a colocou no chão, os dois estavam em uma grandiosa sala daquele castelo. %Bedingfield% estava brava, mas não fez mais nada além de reparar o local. Totalmente diferente do que havia imaginado. Era moderno, bem mobiliado e muito elegante. Não se parecia em nada com o castelo mal-assombrado por fora. Darak, encostado na parede e de braços cruzados à frente do tórax, encarava aos dois entediado.
0
Comente!x

  — E então, o que achou da minha casa?
0
Comente!x

  — Diferente do que eu imaginei, mas que se dane a casa! Eu disse que quero saber tudo ou eu não vou colaborar em nada com você, Mark!
0
Comente!x

  — Eu avisei para não contar nada a ela — pronunciou-se Darak irritado.
0
Comente!x

  — Acho melhor você não nos irritar, %Luna%, e dançar conforme a nossa música.
0
Comente!x

  — Acho bom vocês não me irritarem também e contarem tudo o que eu quiser saber!
0
Comente!x

  — Argh! Ela é muito mais irritante do que eu pensava! — reclamou Darak novamente.
0
Comente!x

  — Darak, pode nos dar licença? — pediu Mark.
0
Comente!x

  — Deveria? Você amolece fácil perto dela.
0
Comente!x

  — Darak. Por favor — repetiu o vampiro como se fosse uma ordem, discreto e cortês como um Lord e o outro saiu.
0
Comente!x

  Mark caminhou na direção de %Luna% e, cara a cara, ele desfez a postura rígida. Respirou fundo e, com as mãos na cintura, sorriu:
0
Comente!x

  — %Luna%, eu vou te falar o que for preciso saber, mas, por favor, se concentre no motivo pelo qual eu a trouxe. Depois eu te conto tudo. Tem a minha palavra. E antes que teime em discordar: eu farei um pacto com você.
0
Comente!x

  — Pacto?
0
Comente!x

  — Só tem que confiar em mim, até porque você não tem muitas escolhas, por mais que finja ter o controle, sabemos que você não o tem. Estou um passo à frente de você.
0
Comente!x

  Ela ponderou sobre o que ele dizia e sentiu a necessidade de concordar com ele.
0
Comente!x

  — Por ora… Eu vou me concentrar nisso. — %Luna% se referiu ao motivo de estarem ali.
0
Comente!x

  — Obrigado. Será bom para você também.
0
Comente!x

  Naquele instante, ela sentiu como se Mark estivesse a protegendo ou ajudando em algo que ainda não havia acontecido. Ele chamou Darak e o outro apareceu diante deles.
0
Comente!x

  — Pode ir primeiro — ordenou Mark para o outro. — Não se preocupe em voltar até estar saciado.
0
Comente!x

  — Mas e você?
0
Comente!x

  — Tenho as minhas reservas.
0
Comente!x

  — Certo. A papinha do seu bebezinho aí está na geladeira.
0
Comente!x

  Eles riram e Darak saiu.
0
Comente!x

  — Que babaca! Odeio ele! — disse %Luna%.
0
Comente!x

  — É recíproco, ele também a odeia. Mas como eu disse antes… Se você me tiver nas mãos, terá o Darak.
0
Comente!x

  — Ele foi fazer o que eu acho que foi?
0
Comente!x

  — Caçar? Sim. Digamos que Darak tem menos controle quanto às suas necessidades do que eu, o que o faz ser um pouco mais perigoso.
0
Comente!x

  — Que horror… E onde exatamente, estamos na Bélgica?
0
Comente!x

  — Bruxelas.
0
Comente!x

  — Que ironia — murmurou ela soltando um “bufar” pelo nariz ainda encarando a decoração do castelo. — E você, quando vai caçar?
0
Comente!x

  — Quando minhas reservas acabarem. Ainda passaremos um tempinho, juntos.
0
Comente!x

  Ele disse sedutor e passou as costas da mão no rosto da mulher de um jeito delicado e sedutor. %Luna% olhou séria para ele, afastando sua mão. Mark deu-lhe as costas e seguiu para uma escadaria larga, parou no terceiro degrau e convidou ela a subir.
0
Comente!x

  — Mostrarei seus aposentos. Vamos — disse.
0
Comente!x

  %Bedingfield% o seguiu com sua bolsa em mãos e ao chegar no quarto, sua mala já estava lá. Darak a havia carregado até ali. Mark dissera que no closet do quarto havia roupas de cama para ela se aquecer e agasalhos também. Despediu-se e saiu falando para ela ficar à vontade.
0
Comente!x

  %Luna% caminhou até a janela grande do quarto e ao chegar no vidro, um raio grotesco se mostrou no céu, fazendo a cena se tornar um clássico de filme de terror. Ela olhou para baixo e notou o quão alto estavam os quartos daquele castelo. %Luna% se sentia uma prisioneira na torre. Afastou-se das janelas devido à chuva perigosa, e as grandes cortinas grossas azul-marinho davam um toque gótico ao estilo moderno do quarto. Abriu sua mala e quando pensou em colocar as roupas no closet, ela encarou aquela ação com mais calma e desistiu, porque não desejava ficar por ali muito tempo, por isso, não faria nada para acomodar-se àquela situação.
0
Comente!x

  Decidida a dar notícias a seu amigo, ela pegou o celular em seu bolso, mas não havia sinal naquele lugar, estava incomunicável. Depois de trocar sua roupa, vestindo algo mais confortável e se aquecendo bem, inclusive com um dos agasalhos do guarda-roupas do quarto, %Luna% deitou-se na cama olhando para o teto.
0
Comente!x

  Black. Era tudo o que se passava em sua mente. %Luna% fechou os olhos e recordou-se do beijo dele, dos toques dele sobre ela e das suas memórias juntos. Onde e como estaria o seu amor? O que ele pensaria se voltasse e não a encontrasse? Ela sentia tanto a sua falta que chegava a doer. E de repente, como se seus lábios estivessem sobre os dela, %Luna% sentiu o toque quente deles. Abriu os olhos assustada e não havia ninguém ali. Fechou-os novamente se concentrando em Jacob. O sorriso dele surgira em sua mente como um borrão. %Luna% franziu as sobrancelhas em claro esforço para conseguir se concentrar. E foi aí que um grande clarão em sua mente se fez nítido. Era outra visão surgindo… Ela viu o sorriso de quem desaprendeu a sorrir: o primeiro gesto dele em que ela se apegou. Depois, o olhar marcante, os traços do rosto em suas expressões próprias e, por fim, o sorriso solar: aquele sorriso de quem havia tido o brilho devolvido.
0
Comente!x

  Ao lembrar do seu primeiro beijo, %Luna% reviu mentalmente aquela cena, porém, ela foi mudando aos poucos: os dois giravam e tudo ao seu redor ficou turvo. Eles giravam até se verem em uma praia de ondas fortes e muito sol. Black estava vestido todo de branco. Pela primeira vez, inteiramente vestido. Havia uma cicatriz nova em seu pescoço, mas %Luna% não conseguia ver a si naquela visão, porém, toda a reserva estava ali. Olhando-os admirados. A sensação daquela visão de %Luna% era de que ela e Black estavam felizes. Aquela cena, que mais parecia uma visão do futuro, fora interrompida, infelizmente, por toques na porta do quarto em que ela estava hospedada.
0
Comente!x

  %Luna% despertou assustada, levantando da cama e indo até a porta, confusa. Ao abri-la não havia ninguém. A mulher achou aquilo estranho, já que o som era muito real e se recusava a pensar que o que estava tendo era um sonho, e não uma premonição enquanto estava acordada. Ela saiu da porta de seu quarto em busca de outros cômodos. Muitos passos depois, encontrou uma porta entreaberta e era outro quarto. Muito maior do que aquele em que ela estava. %Bedingfield% não entrou, mas achou estranho que os dormitórios fossem tão distantes um do outro. Desceu as escadas e caiu em novo corredor, com algumas outras portas distantes, cujas quais não precisou passar por elas.
0
Comente!x

  A escada continuava a descer à sua frente e ela seguiu. E então, o último corredor ao qual %Luna% encontrou tinha uma luz ao fundo, e ao segui-la, se viu saindo pela lateral esquerda da grandiosa escadaria da entrada. Desceu e observou novamente o lugar. Grandes sofás, um piano e uma harpa, poltronas e mesas decorativas. Dois ambientes montados: de um lado, o direito à escadaria, uma antessala sisuda, como se fosse para conversas sérias, e no outro lado, o esquerdo à escadaria, uma sala confortável como se fosse para relaxar. A mulher seguiu pelo lado direito, adentrando novo corredor e, ao fim dele, deparou-se com a cozinha. Mark estava com roupa mais confortável também e preparava algo em um fogão moderno sobre a bancada. Ele notou-a chegar e olhou para ela com travessura.
0
Comente!x

  — Vejo que está mais confortável.
0
Comente!x

  — Sim.
0
Comente!x

  — E agasalhada.
0
Comente!x

  — Você está fazendo o que, exatamente? — perguntou ela, estranhando um vampiro cozinhar.
0
Comente!x

  — O seu jantar.
0
Comente!x

  — Está muito tarde para isso.
0
Comente!x

  — Agora você vai comer. Não fiz tudo isto à toa.
0
Comente!x

  — Por que você não come?
0
Comente!x

  Ele fez uma pausa a encarando e ao notar que ela realmente tinha dúvidas do motivo pelo qual não se alimentavam, mudou sua face em uma expressão envergonhada. Abaixou a cabeça e continuou a picar as cebolas e sorriu de lado, respondendo óbvio:
0
Comente!x

  — Porque minha alimentação é outra.
0
Comente!x

  — E daí? Qual o problema em me fazer companhia e experimentar coisas novas? — falou %Luna% se sentando à bancada.
0
Comente!x

  — %Luna%… Vampiros não têm sistema digestivo.
0
Comente!x

  — O quê? Como não? Vocês não eram humanos antes?
0
Comente!x

  — Desde que fui transformado nunca mais pude sentir o gosto disso — falou ele, apontando para o fogão. — Somos, como você disse uma vez, monstros. E nos alimentamos de sangue. E só.
0
Comente!x

  %Luna% encarou Mark com espanto. Não pelo o que ouviu, mas por sentir, pela primeira vez, a tristeza dele em falar aquilo. Ele não gostava de ser vampiro?
0
Comente!x

  — Você é um bom anfitrião. Cozinhando o que não come para suas visitas. Mas como sabe cozinhar?
0
Comente!x

  — Você não é a primeira humana para quem cozinho. — Ele a encarou com expressão maléfica. — Afinal, as mulheres se encantam por caras que dominam a culinária, pelo que eu pude perceber em meus 300 anos.
0
Comente!x

  — Você atrai as suas presas pelo estômago?
0
Comente!x

  — Claro! É eficaz.
0
Comente!x

  %Luna% se levantou para sair dali contrariada e irritada por saber que ele utilizava aquele truque para acabar com a vida de outras mulheres. Agir daquela forma, as iludindo para depois matar, era muito mais cruel do que se ele apenas as atacasse. Antes que ela conseguisse sair, Mark surgiu em sua frente, prendendo-a entre a bancada e ele. Foi então que um clarão veio novamente na mente dela, recordando um momento como aquele. O dia em que Black fizera a mesma coisa, prendendo-a entre ele e a bancada, o dia em que, pela primeira vez, Jacob dormiu na casa de %Luna%.
0
Comente!x

  — %Luna%? — Mark olhava-a curioso.
0
Comente!x

  — Saia.
0
Comente!x

  Ele se distanciou ainda confuso, e a encarou com seus olhos apertados, analíticos.
0
Comente!x

  — O que houve?
0
Comente!x

  — Você não sabe? — perguntou ela surpresa, pois uma memória daquela, tão forte, deveria ser fortemente perceptível a ele também.
0
Comente!x

  — Você ficou como uma estátua.
0
Comente!x

  Então ela acabava de descobrir algo novo: Mark não podia ler as suas visões e memórias. Apenas os pensamentos superficiais. %Luna% sorriu para ele, relaxando o próprio corpo.
0
Comente!x

  — Está me escondendo algo — declarou Mark ao notar a reação de alívio da mulher.
0
Comente!x

  — Não, não estou. Só que pelo visto, você não é tão telepata assim.
0
Comente!x

  — Como?
0
Comente!x

  — Esqueça, Mark. — E concentrando-se em mudar o foco do assunto, ela tocou o corpo dele a fim de afastá-lo, estava perto demais. — Deixe eu te avisar uma coisa: eu nunca prepararei uma refeição para você, se algum dia os papéis inverterem.
0
Comente!x

  Ele, ainda confuso, retornou às panelas, observando-a pela visão periférica com uma sobrancelha arqueada.
0
Comente!x

  — Nem poderia. A menos que você fosse a refeição.
0
Comente!x

  — Bem, isso não acontecerá.
0
Comente!x

  — Por que diz que não sou tão telepata assim?
0
Comente!x

  — Se fosse, teria esta resposta.
0
Comente!x

  Mark estava irritado. Ela já sabia identificar por seus gestos, o vampiro empurrou o prato com a refeição em direção a ela. Estava bonito, mas na verdade a mulher não estava com fome e jamais comeria qualquer coisa preparada por ele. Afinal, ele ainda era o inimigo.
0
Comente!x

  — Coma. Não faça esta desfeita depois do trabalho que eu tive — disse ele sério e saiu da cozinha, deixando-a sozinha.
0
Comente!x

  De novo, ela pegou seu telefone, checando que ainda estava incomunicável. Estava nervosa por aquilo. O prato ainda cheio com a massa de talharim, perfeitamente apresentável e cheiroso à sua frente, demonstrava a falta de perigo. Mas ela não comeria nada feito por ele. Não mesmo! %Luna% jogou a comida no lixo e colocou o prato na lava-louças junto com as panelas que ele utilizou para preparar o jantar. Aquela era uma cozinha fictícia, então ela a manteria limpa sempre que a utilizasse.
0
Comente!x

  Depois de tudo lavado, secado e guardado, %Luna% retornou ao seu quarto, subiu a escadaria e, no segundo corredor, decidiu ver aqueles cômodos. Acendeu as luzes e caminhou cautelosa até a porta, eram apenas mais dois quartos de hóspedes vazios. Retornou à escada e subiu até o corredor dos seus aposentos, passando pela porta daquele outro quarto que ainda tinha a porta semiaberta, então ela decidiu espionar daquela vez. Quando entrou, %Bedingfield% gostou do que viu: uma enorme cama king size em uma decoração rústica monárquica. A cama era do estilo antiga, com quatro grandes pilares com um tecido escuro fechando-a por cima. Impecável. O guarda-roupas, também antigo, todo em pedra mármore com portas de madeira talhadas à mão em toques dourados. Pouca mobília, mas uma poltrona de apoio ao pé da cama, abajures em mesas de cabeceira e estátuas decorativas. Cortinas cobrindo as grandes janelas, muito antigas, em vermelho-sangue com dourado.
0
Comente!x

  %Luna% caminhou até a janela e observou a vista: dava para ver toda a entrada do castelo. Suntuoso e apavorante. O dono daquele quarto só poderia ser o dono da casa, a julgar pela visão. Ela preparou-se para sair rapidamente dali, pois já sentia calafrios perturbadores e deu de cara com Mark às suas costas assim que se virou. O vampiro a olhava novamente, com olhos de predador.
0
Comente!x

  — Gostou do meu quarto?
0
Comente!x

  — Desculpe entrar assim, mas, sabe que sou curiosa.
0
Comente!x

  — Gostou do meu quarto?
0
Comente!x

  — É muito bonito.
0
Comente!x

  — Gostou do meu quarto?
0
Comente!x

  Por que ele repetia aquela pergunta?
0
Comente!x

  — Eu já disse que é muito bonito.
0
Comente!x

  — E não foi isso que eu perguntei.
0
Comente!x

  %Luna% e Mark se encaravam um analisando o outro.
0
Comente!x

  — Gostei.
0
Comente!x

  Ele sorriu satisfeito. Havia algo estranho naquela pergunta.
0
Comente!x

  — Que bom que a decoração te agrada.
0
Comente!x

  — Bem, eu vou indo… — falou ela, estranhando, e muito, o comentário, mas Mark a segurou pela mão, impedindo-a de sair.
0
Comente!x

  — E do seu quarto, %Luna%. Você gostou?
0
Comente!x

  — Aquele não é o meu quarto. Mas, estou bem acomodada se esta é a sua dúvida.
0
Comente!x

  — Claro… Vá dormir. Amanhã iniciaremos as buscas.
0
Comente!x

  Killiam a soltou e ela saiu dali bem rápido. Queria perguntar-lhe se ele dormia naquela cama, ou em um caixão, mas %Luna% também já sabia quando Mark indicava um perigo a ela e naquele momento ele agia como se ludibriasse sua presa. A mulher entrou no quarto e tomou uma segunda cápsula de cafeína, visando passar a noite em claro, trancada no quarto e pensando em La Push. Sua vontade era de explorar aquele castelo em busca de respostas para que pudesse estar à frente dos vampiros, no entanto, ela não teve coragem. Aquela noite Darak ainda estava caçando e %Luna% não queria ser surpreendida por ele ao voltar, por isso, deixaria a expedição para o dia seguinte.
0
Comente!x

N/A Fixa: Olá leitora, se você gosta das minhas histórias e gostaria de saber mais sobre meu processo criativo e/ou me conhecer, eu tenho um convite para você! Entre no meu grupo de leitoras no whatsapp e me siga no instagram @escritoraraydias! Aguardo você, ansiosa para conhecer as amoras que leem meus pequenos universos! ✨💖

Ouça a playlist da história!


0 0 votos
Classificação do artigo
Inscrever-se
Notificar de
guest
2 Comentários
mais antigos
mais recentes Mais votado
Feedbacks embutidos
Ver todos os comentários
Lelen

Nossa, eu super ia dar umas voltinhas por essa casa/castelo, se eu sou importante pra essa coisa toda acontecer, então os dois interessados que lutem pra me manter protegida, uai.
Mas também não ia confiar em comida de vampiro, mas deu uma dorzinha no coração quando ela jogou a comida no lixo :(((
Agora esperemos o que vai rolar nesse país frio.

Ray Dias

Ela sabe que eles não podem fazer nada contra ela ainda, por isso que ‘cria umas asinhas’, mas é bom não confiar no Darak. Ele é bem pior do que o Killiam. HAHAHAH

Todos os comentários (71)
×

Comentários

Você não pode copiar o conteúdo desta página

2
0
Adoraria saber sua opinião, comente.x