ENTRE LOBOS E HOMENS

Escrita porRay Dias
Revisada por Lelen

Nota de autora inicial: Essa é uma fanfic escrita em 2012 por mim, postada em outros sites anteriormente, agora, a história está entrando no Espaço Criativo sob nova revisão e edição. Para quem leu antes, há mudança de narrador e algumas cenas.
Playlist da história


Capítulo Vinte e Três • O Ataque Surpresa

Tempo estimado de leitura: 28 minutos

  %Luna% desceu as escadas da cabana de Sue ao encontro de todos à varanda e Jacob a esperava no último degrau. Eles se entreolharam, e ela não pôde deixar outra lágrima guardada. Jacob, se compadecendo da situação de Seth mesmo sem saber ao certo do que se tratava, enxugou aquela trilha molhada no rosto de %Luna% e abraçados os dois seguiram casa à fora.
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  — Está tudo bem com o Seth, %Luna%?
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  — Vai ficar, Sue.
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  — O que ele tem? Conseguiu descobrir? — Leah perguntou disfarçando sua aflição.
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  — Ele se apaixonou por alguém que não pode corresponder.
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  Todos assentiram encarando %Luna%, curiosos. Leah olhava profundamente nos olhos da amiga e nos olhos de Jake. Então, Paul, prosseguindo com o falatório daquela tarde, concluiu:
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  — Ele vai ficar bem quando o imprinting dele acontecer.
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  E percebendo que ninguém ali teria a dimensão do que o Seth precisava, %Luna% sorriu se despedindo, afirmando que ia descansar, até estava mesmo cansada, mas Embry e Leah ficaram a observando, estranhos. A mulher correspondeu ao olhar curioso deles como alguém que implorava para que eles entendessem o que os seus olhos tentavam dizer. Ela deu as costas em direção à cabana de Billy e ouviu passos a seguindo devagar, porém não olhou para trás. Apenas depois que estava deitada na cama de Jacob ela o ouviu entrando no quarto, e se sentando ao lado dela. Black passou um dos braços acima do abdômen da mulher, com as mãos apoiadas na cama, em uma espécie de abraço discreto.
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  — O que houve com ele, de verdade?
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  — Eu não tenho este direito, Jacob.
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  — Ele já teve um imprinting, não é?
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  — Eu acho que você deveria perguntar a ele.
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  — Eu não vou contar para ele e nem o torturar por isso. Seth pode ter se esquecido, mas, as pessoas que mais o compreenderiam com isso sou eu, e talvez a Leah.
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  — Seja como for, ele não se abriu comigo para que eu saísse contando a vocês o que o aflige.
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  — Tudo bem. Mas e sobre você, pode me contar?
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  — Contar o quê?
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  — Para alguém que “não acreditava em amor” como Embry insistia em dizer, e para alguém que não compreende a dimensão de um imprinting… Você ficou bem abalada.
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  — E você está achando que sabe demais, não é?
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  — Não precisa ficar nervosa. — Ele riu.
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  — Não estou nervosa.
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  — Não está. Devo me preparar para ser mordido? — Jacob olhou para ela, zombeteiro.
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  — Sabe, eu queria muito morder você agora. De verdade!
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  Jacob a estava irritando com aquele assunto e %Luna% não sabia ainda o motivo para se incomodar tanto com aquele sentimento antigo. Algo que havia ficado no passado, tão remoto, tão distante, e que se iniciou numa latente recordação de dor.
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  — Você pode me morder — e, se aproximando do rosto dela, Black sussurrou — quando você quiser.
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  — Você está confundindo as concessões que lhe dei, Black.
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  — Uma coisa por vez, primeiro, conte-me o que te magoou tanto com a situação de Seth.
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  — Eu enterro certas coisas que nem mesmo a minha sombra reencontra.
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  — Uau. Entendi. Isto nos faz pular para a próxima pauta.
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  %Luna% olhou para ele, confusa, e saltando sobre ela, calmo e com sua respiração próxima e olhar fulgurante, Jacob se deitou ao seu lado. Apoiou a cabeça em uma das mãos e a encarou sedutor:
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  — Vamos falar de nós.
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  — Nós? Não há um nós, Black. Há eu e há você.
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  — Você e Scott se beijaram?
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  — Achei que falaríamos sobre “nós” e não sobre mim.
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  — Você precisa se decidir...
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  — Eu não acho que lhe devo alguma explicação da minha relação com Scott.
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  — Não, não deve. Mas eu estou tentando consertar as coisas entre nós dois.
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  — Ah é, e posso saber por quê?
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  — Porque é estupidez demais continuar negando um para o outro o que sentimos.
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  — As coisas sempre são assim contigo? Na sua hora?
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  — Ora, vamos, %Luna%! Você é extremamente teimosa!
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  — Pode até ser, mas quando eu quis investir nisso — a mulher apontou para os dois — você ergueu um muro de Berlim! E agora, porque você quer, acha que pode vir e dizer “Scott, cai fora!”?
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  %Luna% se virou na cama, sendo espelho dele e o encarava furiosa.
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  — Eu só quero que saiba que eu já me arrependi de tudo o que eu não fiz. E quero que fiquemos bem de novo.
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  — Nós estamos bem, eu te disse quando voltamos do galpão. Até te abracei.
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  Não é o suficiente.
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  Que merda, Jacob! O que você quer?
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  — Você e Scott estão juntos mesmo ou não?
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  — Ainda não! Satisfeito?
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  Silêncio.
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  — Ele me ama — %Luna% confessou enquanto seus olhos e os de Jacob encaravam-se de forma apreensiva um pelo outro.
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  — Ele disse?
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  — Tantas vezes quanto as que corri atrás de você. — Ela lançou e novamente um silêncio se prostrou entre eles, até que ela falou um pouco mais duramente: — Não… Não corri tanto assim atrás de você. Não foi preciso, você me dispensou bem rápido. Ele disse que me ama muito mais do que isso. Não é segredo para ninguém nesta cidade, e só você não enxerga que eu poderia ter tido qualquer cara desde que cheguei…
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  Ela decidiu não continuar a frase. Não poderia esclarecer para Jacob o poder que ele tinha sobre ela.
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  — E você pretende dar uma chance a ele?
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  — Por que isso te interessa agora?
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  — Porque eu amo você e estou disposto a lutar por isso — Jacob confessou de um jeito totalmente firme.
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  Ele se aproximou dela lentamente. Seus olhos hipnotizados um no outro. Ele umedeceu seus lábios, tão chamativos, e quando os roçou aos de %Luna%, ela o empurrou. Levantou da cama um pouco ansiosa, com uma das mãos na cintura e a outra bagunçando os próprios cabelos. Já Black a encarava tranquilo. %Luna% queria bater nele por ele fazer aquilo depois de tanto ela sofrer. A mulher pegou o próprio casaco as chaves do seu carro e saiu do quarto com Jacob a seguindo, mas parando quando ela pediu:
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  — Me dê um tempo. Eu quero ficar sozinha, Black.
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  Billy, Sue e Charlie conversavam ainda na varanda de Sue, e estranharam a saída repentina dela.
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  — Onde vai, %Luna%? — perguntou Charlie com autoridade paternal.
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  — Só dar uma volta, pai! — ela gritou sem perceber o que havia dito, e ao fechar a porta do carro, o olhou pedindo: — Er.. Desculpe, Charlie.
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  Ele apenas sorriu, indicando que ela poderia chamá-lo por “pai” quando quisesse. Sue o abraçou de lado e sussurrou feliz algo para ele obtendo o cativo sorriso de emoção do delegado. %Luna% observou o pequeno grupo pelo retrovisor uma última vez, e lá estava Billy a analisando com sua habitual feição indecifrável. Jacob surgiu na porta da cabana e, encostado nela, olhou sereno para ela. Os dois trocaram olhares cheios de significados e ela deu partida sem pensar duas vezes.
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  Dirigiu pela estrada, devagar. Não estava nervosa e nem com medo, nem sentia ódio ou raiva, estava, na verdade, feliz. Feliz pelo que havia escutado. E confusa. Confusa porque era como se Jacob estalasse os dedos para que ela fosse em sua direção. %Luna% já havia passado de Erick a Embry, de Embry a Jacob, de Jacob a Erick, de Erick a Jacob, e enfim, de Jacob a Scott... deu-se conta de que ultimamente ela brincava de malabares com os corações. Inclusive o seu próprio. Se pegou indagando para si: “Se eu, não tivesse me envolvido com a reserva, Erick e eu estaríamos juntos?”. Chegou rapidamente à conclusão de que não. Eles eram muito diferentes.
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  E não haveria como ela não se envolver com La Push, uma vez que %Bedingfield% foi a Forks justamente pelo desejo de conhecer La Push. Bella havia falado tanto naqueles e-mails sobre a reserva, a praia, os indígenas… Era claro que %Luna% nunca quis conhecer Forks. Nem mesmo quando no passado…
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  — Ei, linda, e se fôssemos até aquela cidade aonde o pai de Bella mora? Como se chama mesmo, Bell?
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  — Forks. Não acho que %Luna% gostaria de Forks. Ela é ensolarada demais para um distrito como aquele.
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  Exatamente, Theo! %Luna% disse beijando o namorado. — Não vamos mudar os planos! Iremos para a Califórnia nas férias!
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  — Theo, por favor, nós custamos a convencer René…
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  — Eu sei, Bell, mas não acho que sua mãe se importaria caso quiséssemos voltar uma semana mais tarde, apenas para você visitar o seu pai.
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  — Theodor… Eu não vou a Forks. Eu odeio lugares frios!
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  Bella riu, olhando cúmplice para Theo. Ele pegou sua namorada %Luna% no colo, enchendo-a de carinhos e sussurrou em seu ouvido: “Eu faço tudo por você, você não poderia fazer isto por mim?!”.
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  Após ser tomada por aquela memória triste, %Luna% balançou a cabeça afastando as lembranças. Theo... Ela já não chorava por ele há muito tempo. Dirigindo ainda, ela olhou para o céu à sua frente e a mistura de tons indicavam um céu sombrio e estrelado que só existia em Forks. %Luna% deu-se conta de que não havia ido a Forks nem mesmo por Theo, o que fazia ela sentir que o traíra por isto. Ela havia ido a Forks exatamente por La Push: o paraíso escondido de Bella. E quão falso aquilo soava, uma vez que Bella havia ido embora como fumaça que se esvai sob a chuva. Não havia sequer o fantasma de sua antiga amiga.
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  Às vezes %Luna% sentia como se tudo houvesse existido apenas em sua mente. Todos aqueles e-mails pareciam histórias fantasiosas de alguém criativo o suficiente para se tornar um escritor. Por onde estaria Bella? E como ela pôde sumir do mapa, abandonar o pai, La Push…  E Se Embry não tivesse o imprinting com Leah, eles estariam juntos? E se estivessem juntos, ela e Black teriam se tornado amigos? %Luna% também sentia como se fosse empurrada para Black desde o primeiro instante. Aquele Jacob do quarto era tão oposto daquele homem que esbarrou com ela enquanto caminhavam na areia da praia. Tão oposto daquele que socorreu o seu carro quebrado na estrada. Tão diferente daquele que a levou até Sue, e tão diferente daquele em sua cozinha no escuro, o qual já havia instigado desde aquele momento nela, algum fascínio…
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  Se fosse responder sobre amá-lo ou não, talvez %Luna% diria que não o amava, mas que dependia dele. Aquela era uma sensação tão estranha e doentia. Tudo soava como se Forks não fosse o seu lugar sem ele. E se ela não pudesse tê-lo, por que estar ali? Se ela desejasse e pudesse amar a Scott seria tão prudente. Tão mais fácil! Eles poderiam ser uma família comum de pessoas apaixonadas com filhos divertidos, que se reúnem aos domingos na casa dos avós… E…  Oras... O que ela estava pensando? Nada naquele lugar era comum. Nada. Nenhuma pessoa. Tudo em Forks era peculiar demais para quem deseja ser medíocre.
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  Rompendo com aquela confusão de pensamentos atravessados, %Luna% parou o carro em frente à grande casa branca da cidade. Abriu o portão preto, alto, de grades pontiagudas ouvindo-o ranger. Caminhou na curta trilha de pedras, e bateu à porta.
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  — %Luna%?
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  — Como vai senhora Eva?
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  — Ótima. Que surpresa! Ora, entre.
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  Dando-lhe espaço para entrar, ela avistou que o senhor Carter estava sentado em sua poltrona, mas dobrou os jornais em seu colo e se levantou para cumprimentá-la.
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  — Como vão as coisas, %Luna%? — Eles apertaram as mãos.
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  — Estão bem. E por aqui?
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  — Hã… Algumas décadas são necessárias para uma grande novidade surgir outra vez em Forks.
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  — Entendo, depois da “amiga da misteriosa Bella”, vão levar alguns anos. — %Luna% fez piada e eles riram breves, mas rápida ela explicou sua presença ali: — Desculpem-me atrapalhá-los a esta hora, mas eu gostaria de saber se o Scott estaria em casa.
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  — Oh, querida — Eva voltou com uma xícara de café para ela, respondendo um tanto chateada: — Lamento, mas ele saiu.
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  — Certo, tudo bem. Não era nada importante… — %Luna% bebericou o café com os olhos do casal sobre si.
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  Viu que foi uma péssima ideia ter ido até lá. Peter descia as escadas e sorrindo ao vê-la, se aproximou e logo a abraçou.
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  — Procurando o Scott?
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  — Sim.
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  — Ele saiu com a Parker.
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  Eva pigarreou olhando-o reprovadora.
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  — Ér… Ele não deve demorar. Você sabe como ele é em relação as Parker.
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  — Tudo bem, Peter! Você me acompanha até lá fora?
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  — Claro, se quiser aguardá-lo eu te faço companhia.
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  — Pode ser. Tenho mesmo que falar contigo sobre um assunto aí…
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  Os dois saíram pela varanda e Peter fechou a porta da casa sob sussurros e caretas aos pais. %Luna% sorriu discretamente por notar que eles haviam mesmo ficado surpresos. Caminharam até o carro dela e Peter acomodou-se no banco do carona enquanto %Luna% entrava pelo outro lado.
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  — E aí, o que você quer saber do Scott?
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  — Eu não quero saber nada dele. Quero saber que ideia estapafúrdia é esta a sua de empurrar o Seth para a Lili, Peter?
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  — Bem, antes eu podia contar com meu irmão para me aproximar de Daniela, mas aí você surgiu…
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  — Você sabe que ela é apaixonada pelo Scott, não sabe?
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  — Ela é apaixonada pelo dinheiro da nossa família, e não por algum de nós.
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  — Você sabendo disso não acha também que merece uma pessoa melhor?
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  — Eu gosto dela. Não dá para evitar por quem nos apaixonamos… Não é, %Luna%?
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  — É.
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  Um breve silêncio se fez até Peter se pronunciar novamente.
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  — Posso te perguntar uma coisa?
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  — Se eu gosto do Scott?
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  — É.
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  — Ele é muito especial para mim, um amigo que eu sinto que posso contar tudo e que sempre estará ao meu lado. Não importa o que eu faça de errado. E… É como se ele fosse igualzinho a mim, sabe? O mais próximo da realidade que eu já pertenci um dia. Não sei explicar. É um sentimento fraternal.
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  — Então, por que você dá esperanças a ele?
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  Eu não dou, Peter. Seu irmão e eu acordamos que não vamos evitar um ao outro independente de nossos sentimentos.
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  — Típico dele. Escolheu se contentar com a sua amizade mesmo sabendo que isso o destruirá por dentro.
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  — Peter, do jeito que você fala é como se eu fosse um veneno para ele.
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  — E é. Scott sempre deixa os sentimentos dele o intoxicarem. E eu torço a cada dia para que ele um dia se apaixone por alguém capaz de amá-lo.
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  %Luna% começou a se sentir afetada e culpada com a sinceridade expressa nas palavras de Peter. Ela sorriu sem graça para ele e girando a chave de seu carro, se despediu:
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  — Bem, Peter, eu não quero fazer mal ao seu irmão… Fique tranquilo quanto a isto. — Sorrindo ainda sem jeito, concluiu: — E eu preciso ir agora.
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  — Não era a minha intenção constranger você, eu não tenho nada a ver com a relação de vocês, me desculpe.
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  — Imagina! Tudo bem, eu realmente tenho que ir.
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  — Ok.
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  Peter beijou o rosto de %Luna% e saiu do carro. O sr. Carter aproximou-se da porta do motorista sem que ela percebesse e a assustou ao dizer:
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  — %Luna%, tenha cuidado na volta para casa, certo?
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  — Obrigada, Sr. Carter. — Ela o olhou em dúvida, sentindo que os olhos do velho Carter se tornaram diferentes, mais opacos.
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  Ela deu partida deixando os dois homens para trás acenando em sua direção. Scott chegou antes que ela pudesse se afastar demais, constatou ela pelo retrovisor. Mas %Luna% não quis mais ficar e falar com ele, por isso apenas continuou acelerando. Ao passar pela sua casa à beira da estrada, %Luna% parou o carro no que antes era um gramado. Sem cerimônias, abriu a porta da sala deixando um rastro de pegadas na varanda empoeirada. %Luna% acendeu as luzes e foi até a cozinha. Havia esquecido algumas coisas na geladeira que acabaram por apodrecer e como se fosse melhor momento para aquilo, ela iniciou uma limpeza em sua cozinha. Então, o seu celular alertou a chegada de mensagens:
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  “Aconteceu alguma coisa? Onde você está? Scott.”
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  “Está tudo bem, Scott. Estou em casa, no Kalil. %Luna%”
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  “Posso passar aí? Você veio até aqui e eu não estava… Daniela me chamou para um jantar na casa dela e eu não deveria ter ido. Foi extremamente desagradável. — Scott.”
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  “Que chato. Você é gentil demais para se livrar da Daniela, não é mesmo? Fique tranquilo, não precisa se explicar. %Luna%.”
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  “Desculpe… Isto é ciúmes? :D — Scott.”
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  “Não. É só um toque. Se não gosta da situação, por que não se livra disso? %Luna%”.
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  “Algumas situações eu simplesmente não sei como me livrar... Você não respondeu se posso passar aí. :/ Scott.”
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  “Precisa aprender. E acho melhor não, Scott, eu comecei uma faxina. Nos vemos depois, beijos! :* %Luna%”.
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  Scott digitava uma mensagem quando %Luna% o interrompeu enviando outra:
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  “E antes que pergunte, eu não estou chateada” — %Luna%.
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  Ele não digitou mais nada. Depois de limpar toda a cozinha, %Luna% subiu as escadas com os objetos de limpeza em mãos. Abriu a porta do seu quarto e então estranhou a janela aberta. Pensou por alguns segundos recordando o último dia que estivera ali, e não havia engano. Alguém havia invadido a casa. Assustada, ela enviou uma mensagem a Jacob:
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  “Estou no Kalil. Venha rápido, acho que tem alguém em minha casa” — %Luna%.
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  Ela estava com medo demais para sair do quarto ou fazer qualquer barulho. Sua mente dizia para ter coragem e ir até o corredor vasculhar outros cômodos, mas algo dentro dela estava fazendo-a sentir frio demais. Seu corpo congelava e aquele vento assobiando pela janela do quarto não trazia uma boa sensação. %Luna% novamente pegou o telefone e discou uma chamada para Erick, mas ele não atendeu. Então telefonou a Charlie que, ao atender, disse:
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  — Não faça nada %Luna%, você está bem?
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  — Sim — sussurrou.
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  — Fique onde está. Tem alguém com você aí?
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  — Não sei. A janela do meu quarto estava aberta quando cheguei. Alguém esteve aqui ou está — sussurrou de novo.
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  Então, %Luna% ouviu o barulho das tábuas rangendo no andar inferior da casa.
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  — Ouvi barulhos, tem alguém na sala.
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  — Esconda-se e não faça nada! Estamos chegando.
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  %Luna% desligou e discou novamente para Erick, a chamada ainda não havia sido atendida, então ela colocou o celular em seu bolso depois de abaixar ainda mais o volume dele. Saiu cautelosa do quarto, embora Charlie houvesse pedido para não se mexer. Há algum tempo, ela escondia tacos de beisebol em lugares estratégicos da casa. Pegou um deles embaixo da sua cama e saiu pelo corredor sorrateiramente. No alto da escada, %Luna% olhou para a sala e não avistou ninguém, felizmente, as luzes estavam acesas. Ela desceu degrau por degrau com o taco de beisebol a punho. Nenhuma sombra. Nenhum som. Deu as costas para a entrada da cozinha, e foi quando ela ouviu a voz dele:
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  — Você é muito mais bonita do que nas fotos espalhadas pela casa.
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  Um tom de voz sedutor e firme. %Luna% se sentiu ainda mais fria do que antes, e poderia afirmar ter tido uma queda considerável da sua pressão arterial. Virou-se, amedrontada, mas curiosa, para o homem. Ele vestia uma blusa fina de mangas compridas, preta e justa. Calças jeans surradas que caíam levemente de sua cintura. Botas pretas de cadarços. Era forte, notava-se pelos braços cruzados à frente do corpo. Seus olhos eram pequenos e escuros, quase negros e sua barba bem-feita e ruiva no mesmo tom dos cabelos, também impecáveis.
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  — Quem é você e o que faz na minha casa?
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  — O que você faz sozinha numa casa como essa? Pode ser perigoso sabia? — Ele se aproximou aos poucos, rodeando-a à medida que ela fugia devagar em passos cuidadosos para longe dele.
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  — Responde a minha pergunta! — ela disse enérgica tentando passar confiança ao seu corpo em tremores.
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  — Que brava! — O homem sorriu mostrando os dentes. — Eu posso ser seu amigo. Ou não. Depende de você.
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  Chegando à frente dela, ele segurou firme o taco de beisebol na mão de %Luna% e retirou-o com agilidade sussurrando:
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  — Mas posso garantir que um taco de beisebol não é uma boa arma para defesa, gracinha.
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  %Luna% se manteve muda, o encarando com a respiração muito mais ofegante do que ela esperava. Ele aproximou-se do pescoço dela afastando os seus cabelos. %Luna% notou um anel em seu indicador direito, com as iniciais “KM”. O homem cheirou o local do pescoço dela roçando seu nariz gelado na pele macia e dourada de %Luna%.
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  — Doce… Mas há algo diferente em você, gracinha.
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  Mantendo um invasivo contato visual e hipnotizada nele, %Luna% o deixou parar novamente em frente ao seu corpo. Muito, muito perto. O homem puxou o braço dela com agressividade e sentindo a veia sobressaltada no punho de %Luna%, ele levou o braço novamente ao seu nariz.
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  — Mas embora confundível… Doce. O que é você?
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  — Quem é você? — %Luna% insistiu.
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  Com uma risadinha irônica ele puxou o braço em suas mãos fazendo seu corpo chocar-se ao de %Luna%. Tão mais perto, ela pôde notar que os olhos escuros dele não eram como achou, quase negros, mas sim, tinham uma tonalidade de vermelho sangue, um vinho escuro...
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  — Eu quero você comigo — ele declarou roçando o nariz dele na face de %Luna%.
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  E de repente a porta da casa se abriu revelando Erick, com a arma apontada na direção dos dois. O policial gritou:
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  — Solte-a e se afaste imediatamente!
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  O homem continuou rindo e quando Erick ameaçou atirar, ele beijou os lábios de %Luna%. Ela encarou Erick de olhos saltados, à espera de que ele fizesse algo a mais do que largar a arma no chão e sair pela porta da frente. Que raios de reação foi aquela de Erick? Era sério que ele a abandonaria ali?
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  Ao partir do beijo, o homem sorriu para ela. Havia um olhar maligno nele. %Luna% estava assustada demais para se mexer, então ele afastou seus corpos e voltando-se em direção à cozinha parou próximo à mesa de recados. Pegou o porta-retratos de %Luna% e o observou lhe perguntando:
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  — Qual seria o seu último…
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  Imediatamente parou de falar e olhou descontente em direção à porta da sala. Deixou o porta-retratos no lugar e sorrindo com a mesma ironia de antes, concluiu para %Luna%:
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  — Qual seria o seu último desejo? Reflita sobre isso, gracinha.
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  E saiu pela cozinha ao terminar de falar. %Luna% escutou o barulho de portas de carro. E logo, Charlie surgiu com a arma empunhada, a encontrando sozinha e trêmula.
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  — Tem mais alguém por aqui? — perguntou se aproximando dela cauteloso, %Luna% balançou a cabeça silenciosa, negativamente e logo ele estava a abraçando. — O que houve, filha? Está tudo bem?
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  — Cadê o Jacob?
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  — Já está o perseguindo.
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  — Ele demorou!
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  — Eu o fiz vir de carro comigo, desculpe.
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  — E o Erick?
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  — Não havia ninguém lá fora e nenhuma viatura. Ele esteve aqui? — disse Charlie confuso.
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  — Sim! Entrou e ameaçou o cara. Deixou a arma cair ao chão antes de sair pela porta. Parecia hipnotizado.
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  — Vamos sair daqui, Jake sabe se cuidar e vai nos encontrar na reserva.
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  %Luna% aguardou Charlie no sofá da sala enquanto ele verificava e trancava os cômodos da casa. A ficha dela caiu e a partir dali a mulher se deu conta do risco corrido. Afinal, quem era aquele homem?
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  Ao entrar na viatura, Charlie não perguntou nada até chegarem à reserva.
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N/A Fixa: Olá leitora, se você gosta das minhas histórias e gostaria de saber mais sobre meu processo criativo e/ou me conhecer, eu tenho um convite para você! Entre no meu grupo de leitoras no whatsapp e me siga no instagram @escritoraraydias! Aguardo você, ansiosa para conhecer as amoras que leem meus pequenos universos! ✨💖

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Lelen

Agora eu tô preocupada com meu Seth e seu coração partido 🤧 🤧
E meu coração tá com o Scott, então a Luna pode ficar com o Jacob 😂 (achei bonitinho o Peter sendo sensato com relação ao irmão, por alguma razão eu fiquei com a imagem dele sendo um garoto com atitude de garoto mesmo 😂 )
Agora vamos lá: que diabos aconteceu com o Erick aí? Tô julgando, mas entendi que foi alguma questão de poderzinho do vampiro (agora se foi pra controlar o moço ou se foi alucinação da Luna fica aí o questionamento kkkk)
Sinto que eu deveria saber quem/o que é KM, mas meu cérebro tá lento, então só vou esperar até tudo ser revelado mesmo 😂 😂 😂
PS: Eu amo o Charlie <3

Ray Dias

Que felicidade que a imagem do Peter ficou fiel ao que eu pretendia, porque ele é assim mesmo “um garoto”. O vampiro tem sim alguns dons de controle, inclusive sobre a Luna. O Killiam Mark é o vampiro, então por enquanto, a história dele vai demorar um pouco… Só confia na manhê!

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