ENTRE LOBOS E HOMENS

Escrita porRay Dias
Revisada por Lelen

Nota de autora inicial: Essa é uma fanfic escrita em 2012 por mim, postada em outros sites anteriormente, agora, a história está entrando no Espaço Criativo sob nova revisão e edição. Para quem leu antes, há mudança de narrador e algumas cenas.
Playlist da história


Capítulo Onze • Acredite se puder...

Tempo estimado de leitura: 33 minutos

  — História verdadeira? Tudo o que Jacob me contou era falso?
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  — Nem tudo.
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  — Nós temos mesmo uma proximidade com lobos, %Luna%. Mas está muito além do que você possa imaginar.
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  — Nós somos os lobos, %Luna% — disse Emy concluindo a fala de Sue.
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  — Espera… Por isso que Seth disse que Embry era o lobo, quero dizer… Ele se transformou mesmo em um lobo?
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  Sue e Emy se entreolharam surpresas pela reação de %Luna%, pois, apesar de soar muita loucura, ela ainda parecia acreditar no que as mulheres disseram.
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  — Por que estão me olhando assim? São vocês que estão me contando histórias sobrenaturais… — %Luna% perguntou tão surpresa pela reação das duas quanto elas.
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  — Você acredita em nós? — Emily perguntou.
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  — Eu não sei se é uma questão de acreditar, mas… Eu sinto que tem alguma coisa estranha comigo desde que estive com vocês. Desde que estive em Forks, na verdade. Mas se eu não acreditar nisso, qual a explicação para todo este circo? — %Luna% argumentou apontando ao seu redor. — Quero dizer… A menos que vocês sejam uma seita esquisita ou perigosa, eu não consigo ver nenhuma ação dentro de um provável normal por aqui. Então, antes de saber se eu acredito ou não, eu preciso ouvir o que vocês têm a contar.
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  — Não somos uma seita, %Luna%. Somos um clã — Emily explicou sorrindo e deixou que Sue contasse a história:
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  — Há muito tempo nos primórdios de nosso povo, um líder quileute se transformou em lobo para defender sua tribo. Ele tivera seus filhos e assim perpetuou-se o segredo. Não são todos que têm o dom de se transformar. Emily e eu, por exemplo, não nos transformamos. Sam é o líder temporário da nossa matilha, ele foi o primeiro da nova geração quileute a se transformar. Contudo, Jacob é, por herança, o líder. Ele é neto de Efraim Black, o primeiro líder. Billy também foi o líder antes dele e assim segue-se sucessivamente.
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  — Mas… Jacob não estava preparado e era muito novo. Então Sam assumiu o posto por ser o primeiro e ter como preparar o restante da matilha que surgiria. — Emy concluiu.
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  — Mas por que Billy não continuou?
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  — Em uma luta Billy acabou ferido.
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  — Entendi… A cadeira de rodas. Então Sam assumiu para ele…
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  — Exatamente. Os garotos só afloram seus dons a partir dos quinze anos. Os últimos foram Embry, depois Jacob, Quil e por último Seth. A mais recente na matilha é a Bruh — Sue disse olhando a garota que estava de costas às três.
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  — Você está bem, %Luna%? Está tão quieta ouvindo essas coisas todas… — Emily disse preocupada.
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  — Estou… Parece que eu entrei em um livro, mas… Continue, Sue, por favor.
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  %Luna% encarava o chão enquanto concatenava seus pensamentos e desconfianças. Mais perto de acreditar e se dar como uma maluca ela estava, do que de sair correndo.
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  — Os meninos foram treinados por Sam desde então. Aprenderam a controlar seus instintos, conhecer uns aos outros e… A defender a tribo de outros perigos.
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  — Que outros perigos?
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  — Existem muitos mistérios os quais você vai conhecer, %Luna%. Por enquanto, você deve apenas saber o essencial sobre nós. — Emy a confortou com voz meiga, a fim de que %Luna% esperasse e aceitasse apenas o que escutava naquele momento.
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  — No início é muito difícil. A primeira transformação é dolorosa e eles devem ser isolados. A maioria não aceita o fardo. Foi assim principalmente com Jacob, que descobriu que o seu era muito maior. Eles conseguem transformar-se a qualquer hora, mas precisam controlar algumas emoções… É que dependendo da tensão em seu corpo o instinto fala mais alto. Hoje eles já estão mais íntimos com seus próprios dons.
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  — Contudo, a Bruh… — Emily disse em tom mais baixo olhando-a. — É tudo muito novo para ela ainda.
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  — Sue… — %Luna% respirou profundamente pensando exatamente no que mais lhe trazia incômodo nos últimos meses: os lobos em sua casa. E juntando os pontos, ela perguntou após tomar fôlego: — Sue, então os lobos na minha casa…
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  — Sim, querida, eles eram os meninos te protegendo.
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  Aquilo foi como uma faca dentro do peito de %Luna%. Ela os havia desprezado na reserva por não lhe contarem nada do que acontecia com Embry e, no entanto, estavam a defendendo o tempo todo… Jacob… Ele era o que mais parecia empenhado dado o fato de estar dormindo tão mal, porém, se recordando também da sua primeira noite em sua casa… Se aquele vulto que ela avistou era um lobo, por que eles brigaram? Por que Jacob havia espantado aquela “coisa”? Era muita informação!
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  — Sei que é muita coisa e você não terá a resposta para tudo agora.
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  — Mas do que eles me defendiam?
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  — Chegamos ao ponto crucial — Emily disse tentando parecer humorada.
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  — %Luna%… Tudo isso tem ocorrido porque algo inesperado surgiu. Até pouco tempo os garotos podiam controlar suas transformações, mas… Recentemente, Embry se tornou algo mais perigoso e incontrolável. Quando aconteceu, o trouxemos para cá, pois os Whitton têm conhecimentos vastos sobre isso. Tivemos que isolar Embry, por isso você não teve notícias dele. Nós sabemos muito pouco dessa nova transformação e temos tido contato direto com esta tribo para poder conhecer da mesma sabedoria que eles têm sobre o assunto.
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  Embry se tornando algo mais perigoso e incontrolável? Finalmente %Luna% se deixou assustar com o que estava vivenciando. Leah surgiu com o chá em mãos, e viu que Bruh a encarou de modo implicante, então, ignorando-a, a filha mais velha de Sue perguntou-lhe se a mãe preferia que ela continuasse contando as histórias para a mãe descansar, mas Sue permaneceu firme. Emily ponderou se não era melhor dar um tempo para a cabeça de %Luna% que, assustada, bebia o chá e se mantinha pensativa e silenciosa, mas a voz raivosa de Bruh as interrompeu:
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  — Ela deve saber de tudo logo! — disse.
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  Emily a chamou para fora do quarto a fim de que ela se acalmasse, e %Luna% ficasse mais confortável com Sue e Leah.
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  — E então, como você está reagindo? — perguntou Leah assim que Emy e Bruh saíram da tenda.
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  — Eu não sei. Sinceramente. Sinto-me tremer inteira por dentro, mas… também me sinto apenas anestesiada.
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  — Devo continuar? — perguntou Sue.
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  — É óbvio! — Mãe e filha se olharam em dúvida quando %Luna% exclamou.
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  — %Luna%, naquela noite em que os meninos saíram para acalmar os lobos e Jacob te levou para casa… Bem, os lobos na nossa reserva não eram da nossa tribo. Eram daqui e levavam notícias de novas feras, muito piores em poder de destruição. Na sua casa… Jacob disse-nos que vocês viram um vulto.
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  — Sim! Ele insistiu que era um lobo, mas eu vi que não era! Andava como uma pessoa e agora sabendo disso, sei que ele lutou com aquilo!
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  — Não era uma pessoa apenas, era uma mistura de lobo e homem.
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  — Espera… Um lobisomem? Mas isso não existe, Sue! E a Leah acabou de dizer que vocês não são lobisomens… Eu…
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  — Você é engraçada! — Leah falou rindo com empatia. — Acredita que nos transformamos em animais, mas lobisomens não existem?
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  — Você acabou de me dizer o mesmo, Leah!
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  — Não, não! Eu disse que era ultrajante você nos chamar disso, e não que não existem. %Luna%… Respire e apenas ouça a mamãe, tudo bem?
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  — Naquela noite, um lobisomem de uma tribo antiga, e agora extinta, veio para as proximidades de Forks. O chefe dos Whitton surgiu na nossa reserva contando-nos que há poucas semanas um homem apareceu lhes pedindo abrigo, pois toda sua gente havia sido dizimada. Ele era um lobisomem, como alguns dessa tribo onde estamos.
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  — Há lobisomens aqui? — %Luna% perguntou apavorada para Sue.
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  — Sim, o ancião foi um e o atual chefe também. Eles não se transformam mais por causa do veneno que tomam, a vida deles teve de ser sacrificada para que isso que eles considerem “um mal”, não continue. Eles não devem ter muito tempo e nem tiveram filhos. Se empenharam a descobrir mais coisas e, com o passar dos anos, Billy e eu tivemos muitas informações dadas por eles. Eles sabiam sobre nós e vigiavam-nos por pensarem que seríamos da mesma espécie. Billy e eu nunca acreditamos nisso, pois já nos transformávamos há mais de sete gerações. Esse homem que lhes pediu abrigo transformou-se e fugiu para caçar. Essa era a noite que você estava conosco. Os Whitton acreditam que a única forma de acabar com isso é matando a fera, e assim fizeram com aquele último lobisomem da antiga tribo desconhecida. Ainda naquela noite, Embry se transformou também. Foi um choque para todos nós, nunca esperaríamos que acontecesse com um de nós. Entretanto, os meninos correspondem à sétima geração e pelo que sabemos agora, os homens lobos só se transformam na sua real figura, à sétima geração. — Sue chorava.
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  — Então todos estão condenados a…
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  — Não temos certeza, %Luna%… Parece que sim, mas o que nos espantou é que por ordem, Sam deveria ser o primeiro. Contudo, fazendo as contas somente a partir de Embry que de fato houve as sétimas transformações. Então, teoricamente, Sam e Leah estão fora.
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  — Mãe, antes de continuar… Ela deve saber mais de nossos dons.
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  — Tem mais? — %Luna% perguntou confusa, inerte e chocada.
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  — Tem. Nós podemos ouvir os pensamentos uns dos outros. Por isso temos essa ligação tão forte e somos como irmãos. A matilha defende um ao outro com a própria vida. Somos habilidosos, temos excelente visão, escutamos uns aos outros a distâncias longas e…
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  — Bem, isso explica um bocado. — %Luna% interrompeu Leah. — Como a leve mudança de cor nos olhos de Seth agora há pouco e puxa…
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  — Pois é. O chefe Kwyto disse que um lobisomem pode ou não guardar suas memórias enquanto está transformado. Embry é um dos que podem, e segundo o chefe isso nunca aconteceu com nenhuma fera que ele tenha conhecido, nem mesmo com ele. E aí está mais uma dificuldade que enfrentamos, pois até onde um lobisomem é controlado se sua memória estiver preservada? Um lobisomem é capaz de matar em alto grau. Embry guardou você na memória dele e por isso a temos protegido dele. Na primeira noite, na porta de sua casa, era o Embry que Jacob tentou impedir de avançar e não o outro lobisomem desconhecido. Ele sente seu cheiro a distâncias e vai atrás de você, como fez hoje. Ele não quer matá-la, mas a proximidade de um lobisomem com alguém, ainda que ele nutra boas memórias, é perigosíssimo.
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  — Acho que agora, eu estou começando a entender melhor… Apesar de achar que posso ser mentalmente interditada a qualquer instante.
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  — A estadia dele por essa tribo foi de muita ajuda, %Luna%. Não teríamos sabido lidar se não fossem os Whitton.
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  — Ah claro, isso porque impedimos que ele morresse! — resmungou Leah contra o argumento da mãe, e %Luna% percebeu a reprovação no olhar de Sue para a filha. — Ah, qual é, mãe! Conta logo tudo, ela pode ficar doida e cair dura mesmo!
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  — Leah veio com Sam trazê-lo para cá. Não deixaram que nenhum de nós ficasse aqui, mas Leah se escondeu e como Sam não concordava em deixá-lo sozinho, ele permitiu que ela ficasse aqui. No meio da noite, Leah percebeu que pretendiam matar Embry e os impediu. Os Whitton acham que somos demônios e não há outra forma de cura a não ser matando o lobisomem. Mas nós acreditamos que podemos controlar isso! E Embry tem se empenhado muito nisso!
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  — O que eles estavam fazendo lá fora, Sue, quando eu cheguei e o porquê destas pinturas?
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  — Eles estão fazendo o ritual da grande Lua. Acreditam que essa fumaça e com as rezas que fazem, o Deus da Lua irá enganar o lobo-homem escondendo a lua.
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  — A lua os transforma? Como na mitologia?
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  — Não dá para saber até onde as histórias dos homens brancos são reais sobre esta “mitologia”. Mas alguns pontos batem com o que temos vivido. Não é que a Lua os transforme, mas a energia dela de alguma forma ativa algo. Por isso é tão complicado controlar.
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  — E no que consiste a pintura que fizeram em Seth e em mim?
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  — A pintura de Seth é uma defesa espiritual para o provável lobisomem que há nele. Pintaram um Sol. O contrário da lua. E a sua pintura é uma defesa para o lobo que há dentro de Embry. Ainda que ele se lembre de você, ao se aproximar é como se você fosse um espírito ruim para ele. Ele se afastaria.
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  — E eu acho isso tudo uma bobagem arcaica — Leah sussurrou para mim. — Se isso funcionasse, o chefe e o velho Whitton não teriam que sacrificar suas vidas com o tal veneno.
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  — Que veneno é esse, Sue?
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  — Eu ainda não sei. Eles não contam. Só sei que é uma mistura de várias ervas que eles injetam diretamente na veia. Nós chamamos de veneno, eles chamam de antídoto.
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  — Há quanto tempo os Whitton fazem isso?
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  — Desde que o chefe se transformou aos seus quinze anos. O velho índio foi o primeiro, mas tanto ele quanto a tribo, nada sabiam a respeito. O ancião se isolava toda vez que chegava a temporada da grande Lua. Ele serviu de estudo para a tribo, tem cortes por todo o corpo e só não o mataram por medo de acontecer com outro deles. Eles acharam que era um castigo dos Deuses e tiveram medo de matá-lo. Como eu te disse, essa transformação só acontece de novo na sétima geração. Foi quando aconteceu com o chefe Kywoto, filho do cacique da sétima geração. Nessa época, depois do ancião ter sido objeto de estudos, eles já haviam descoberto esse veneno que isola as células mutativas, aumentando o número de anticorpos que as combatem e destroem. É uma morte lenta… O chefe apenas se transformou uma vez, e não foi em lobisomem, foi em lobo, mas ainda assim o veneno não o impediu de, aos vinte três anos, tornar-se a grande fera. Daí eles perceberam que aplicar o veneno uma só vez, ainda na juventude do lobo, não bastava e passaram a drogar-se sempre.
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  — Mas se o ancião foi o primeiro e único, por que o filho do cacique herdou a genética? Eles têm alguma ligação?
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  — Qualquer um deles pode se transformar, mesmo que os pais não se transformem. Assim como nós. Paul, por exemplo, não é filho de lobos, mas transforma-se em um. Está no sangue do clã, %Luna%, não no gene da pessoa.
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  — É místico. — Leah deu de ombros ao dizer, deixando %Luna% ainda mais confusa sobre que tipo de misticismo a mulher era cética e qual não. Sobre seu clã ela acreditava em tudo, mas era irônico que achasse a cultura dos Whitton uma “bobagem arcaica”.
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  — O que aquela anciã te disse, Sue? Digo, antes de vir me pintar.
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  — Ela… Acha que há algo dentro de você que guarda o espírito de um lobo… Mas não sei se você deve acreditar nisso, querida.
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  — Seth disse que você pensa o mesmo.
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  — Não… Eu disse que você é parecida conosco, uma guerreira como nós. Foi em sentido metafórico.
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  — A minha pintura também consiste em me defender do meu suposto espírito lobo? — %Luna% perguntou suspirando e encarando de novo apenas os braços pintados, agora que já estava coberta com suas roupas.
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  — Sim… Mas não se ligue a isso, %Luna%. Se você tivesse um espírito lobo nós já saberíamos.
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  — Eu não sei o que dizer…
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  — Fico abismada de você acreditar em nós — disse Leah.
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  — Vocês se esquecem de que eu sou indígena também… Eu já ouvi sobre muitos mistérios dos meus antepassados Coxiponés. — Sue a encarou, curiosa.
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  — Numa outra ocasião… Eu adoraria saber também — ela disse.
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  — Depois que eu me recuperar de tudo o que ouvi e entender como esse capítulo vai acabar, Sue… — %Bedingfield% terminou de beber seu chá enquanto mãe e filha se olhavam satisfeitas por terem contado a ela a verdade, até que se lembrou e perguntou-lhes: — Onde está Quil?
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  — Ele acabou de chegar! — Bruh pronunciou entrando novamente no quarto e com o semblante mais satisfeito. Estava verdadeiramente preocupada com o irmão, por isso o mau humor.
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  — Ele precisava distrair Embry até amanhecer. — Emily falou assim que Bruh saiu novamente.
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  %Luna% olhou pela entrada da tenda e o Sol da alvorada surgia fraco pela luz de um novo amanhecer. Nem percebeu que a madrugada lhe passara tão rapidamente desde que saíra da casa dos Vincent. Queria sair, mas por recomendação, %Luna% teve que continuar dentro da tenda até que alguém dissesse que ela poderia sair.
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  — Vamos te deixar descansar um pouco. — Sue, Emily e Leah saíram deixando-a. 
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  %Luna% observou que na tenda não havia onde se deitar, mas um grande toco de madeira em formato de um banco rústico e não esculpido estava ali, como se fosse uma espécie de descanso. %Luna% não sentia sono, estava com muitos pensamentos confusos à mente, então deitou-se no toco, com um pé fora dele e o outro em cima, escondeu seus olhos com o antebraço e sibilou para si:
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  — Como eu fui me envolver com isso tudo e por que eu? O que aquela maluca da Swan fez enquanto esteve aqui e por que ela desapareceu?
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  O som de passos firmes e um cheiro conhecido de suor amadeirado surgiu e %Luna% tirou o braço dos olhos, se ergueu rapidamente sentando e viu a figura de Jacob parado em pé na entrada da tenda, a encarando com ansiedade.
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  — Loba! — Urgente, Jacob caminhou até a amiga e se agachando em sua frente, a analisou. Viu que ela estava bem e sorriu, mas não podia esconder o quanto estava cansado.
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  — Black! Que droga, Black! Como você está? — %Luna% encarou o homem abaixado a sua frente e tomada por uma súbita preocupação, sentiu vontade de o abraçar. Não se contendo, ela o abraçou o mais forte que podia.
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  %Luna% nunca tinha abraçado Black daquele jeito, mas era tão forte a sua felicidade e alívio em vê-lo bem, assim como era tão grande o seu medo de que o alto desespero interior que ela escondia, transparecesse. E transpareceu.
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  — Acabou… Acabou, %Luna%… Foi a última noite confusa do Embry. — Jacob afagava os cabelos dela, dentro daquele abraço, enquanto lágrimas repentinas jorravam dos olhos de %Luna% em direção aos grandes ombros de Black.
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  — Como ele está? Onde você esteve, Black?
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  — Ele está bem, cansado e um pouco machucado… Eu tive de caprichar em algumas mordidas… — Jacob riu sem graça. — Suponho que já tenha escutado tudo, certo?
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  — Vocês tiveram que brigar?
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  — Somente lá em Seattle quando Quil e Seth foram te pegar, eu tive que dar cobertura e Embry estava bem disposto…
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  — Como foi isso?
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  — Esquece isso… Me diz, como você está? Não deve ter sido fácil ouvir a Sue, não é?
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  — Acho que eu estou bem, embora me sinta meio louca. Eu não estou num transe, não é? Ou em coma e sonhando com tudo isso?
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  — Bebeu algum chá? — Jacob brincou.
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  — Seria uma boa justificativa para tudo isso, parece mesmo que estou alucinando. E o que mais me assusta é que eu sinto que é verdade, acho que acredito, Black.
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  — Ainda acha que somos uma boa companhia depois dessa noite?
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  — Eu sou uma de vocês agora… Não sou?
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  — É sim… Esse é o preço por se envolver demais conosco… Nunca dá para esconder por muito tempo quando se aproximam demais. — Os dois riram de modo contido enquanto seus olhos esmiuçavam o semblante um do outro, profundamente. — Gostei da maquiagem! — Jacob disse zombando da pintura no corpo de %Luna% que bateu em seu ombro. — Ei! É sério! É linda… A pintura…
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  Black se levantou estendendo a mão para que ela se levantasse também. Assim que ficaram em pé e de frente um com o outro, mais uma vez, foi o momento de Jacob a abraçar apertado. %Luna% correspondeu também com força, mas ele gemeu de dor. As costelas dele estavam machucadas.
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  — O que houve?
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  — Não se preocupe, vamos. O dia amanheceu e…
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  — Anda, Black! Me deixe ver! — %Luna% insistiu se afastando e, contrariado Black, ergueu a camisa do rapaz possibilitando-lhe ver o ferimento. Uma imensa marca de mordida. Dentes cravados em sua pele na altura de suas costelas, porém, não sangrava mais. — Você… Você tem que tratar esse ferimento, Black! — ela advertiu, nervosa.
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  — Eu sei, eu sei! Está tudo bem, não foi nada grave… Estamos acostumados a isso. Eu só queria te ver primeiro. Lobinha. — Jacob a encarou com ternura passando uma das mechas do cabelo dela para trás da orelha. — Agora vamos sair dessa tenda.
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  Os dois seguiram para fora da barraca e a tribo estava tranquila. Nem parecia que estavam realizando rituais num grande círculo de indígenas proferindo preces baixas, com aquela fogueira alta, apesar de mesmo apagada ainda ser possível ver o resto da fumaça subindo até os céus, e os indivíduos que participavam do ritual dirigiam-se às suas cabanas. As mulheres começavam a sair dos seus esconderijos e retomar suas rotinas; as crianças acordavam saindo para brincar; Billy e Sue conversavam com os precursores da sabedoria daquele povo acerca dos lobos-homens; e Seth, se afastando de Emy que estava na porta de uma cabana, se aproximou de %Luna% e Black.
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  — Bela obra de arte! — Abraçou a amiga elogiando a pintura em seu corpo assim como Black havia feito, e os três sorriram. — Ei, Jake, vá cuidar disso.
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  %Luna% olhou de Seth para Black entendendo que o mais novo falava do ferimento e os dois pareciam trocar informações sem nada dizer.
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  — Ele tem razão! Onde podemos fazer o curativo?
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  — Uow! Jacob te deixou ver uma ferida dele? — Seth encarou %Luna% surpreso e olhou para Jake de forma brincalhona. — Sabe, %Luna%, talvez você devesse cuidar desse curativo. Isso doeu bastante, e o Jake está fingindo-se de durão.
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  — Seth, estou exausto. Não me provoca, dê um tempo! — Black deu um peteleco na testa do mais novo, e se aproximou beijando a testa de %Luna% que ainda estava abraçada ao amigo mais novo. — Você, descanse. — Black deu as costas a eles e se encaminhou para a cabana onde Emy estava à porta.
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  — %Lu%, sobre o Embry, você quer vê-lo? — Seth perguntou.
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  — Eu posso?
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  — Vamos, ele está arrasado por você… No caso, pela razão que te envolveu nisso tudo…
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  Os dois foram atrás de Black e entraram na cabana maior onde estava Quil cuidando de alguns ferimentos, abraçado à sua irmã; Paul tomava uma sopa conversando com Emily e Sam e, finalmente, Leah estava fazendo os curativos em Embry, que se mantinha cabisbaixo ainda deitado em uma maca improvisada. Jacob estava sentando-se em uma maca perto de Paul e tirou sua camisa.
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  — Caramba, Jake, nunca vimos alguém te morder assim! — Paul falou para o amigo, e mesmo que tivesse sido baixo, deu para os outros escutarem.
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  Assim que Bruh percebeu a presença de Black, encaminhou-se até ele para tentar cuidar de seus ferimentos, ignorando o irmão. Uma pequena discussão baixinha iniciou-se entre Jacob, Bruh e entre Quil e Bruh. Sam revirou os olhos pelo comportamento da Ateara mais jovem, Emily ria da insistência da mais nova, e Paul acenou amigável para %Luna%, que ainda estava ao lado de Seth. Ela observava a presença de todos, como se estivesse num campo de batalha, sentiu-se um pouco culpada por aquilo. Seth lhe abraçou e a encorajou a se aproximar mais de Embry e Leah.
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  — Você é incrível, não faz essa cara de culpada… — Seth sussurrou para ela sorrindo.
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  — Não… Vocês é que são incríveis… Olha o que vocês fizeram… — %Luna% o respondeu sem saber ao certo se aquilo tudo era fascinante ou aterrorizante.
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  Leah e Embry, que já haviam notado a chegada de %Luna% e Seth à cabana, estavam em silêncio, um pouco apreensivos em como seria a interação entre eles. Embry tinha os olhos marejados de arrependimento, culpa e preocupação por %Luna% e antes da chegada dela, Leah tentava convencê-lo de que estava tudo certo com a não-quileute.
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  — Vê, Embry? Ela está bem! — Leah disse tentando confortá-lo de novo, assim que a mulher se aproximou dos dois.
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  — Não por minha causa, é óbvio.
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  %Luna% e os irmãos Clearwater encararam-se e Seth puxou Leah para que os outros dois ficassem a sós.
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  — Eu fiquei muito preocupada com você, Embry… Como você está? Está muito ferido?
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  — Você é muito gentil… Mas deveria se preocupar em estar perto de mim, %Luna%. Eu sou a razão para tudo isso estar acontecendo!
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  — Eu nunca irei me afastar de nenhum de vocês, Embry! Não importa o quão difícil possa ser… Eu queria ser e sou uma de vocês! É como me sinto, assim como a Emily…
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  — Se não fosse por Jacob, Paul, Sam e Seth… Você não estaria aqui, %Luna%… Eu me tornei… Um monstro.
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  — Não! Não! Pelo que eu sei, ninguém sabe o que você teria feito comigo! Você me guarda em suas boas memórias e isso não significa que você me faria mal.
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  — Quando se é um monstro de mais de dois metros, o mal sempre acontece, mesmo que não seja intencional.
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  — Embry… Para de falar assim, tá? Eu te amo e nada vai me afastar de você. A não ser que você não queira mais ser meu amigo.
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  — Não é questão de querer… Eu não posso mais ser.
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  — Essa noite, depois de descobrir tudo, eu juntei algumas peças soltas e… Emily… A cicatriz dela, não foi um urso, não é? Foi o Sam.
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  — Sim.
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  — Eles se casaram e estão juntos apesar disso.
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  — Mas você não sabe dos sentimentos dele… Não é como se Sam pudesse ignorar o que sente por Emy e ela por ele…
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  — Exato, eles se amam! Sem dúvidas Sam tem medo e fica vigiando para que não faça nenhum mal a ela, mas o amor dos dois é muito maior, Embry. Apesar de nós dois não termos este tipo de sentimento nessa intensidade um pelo outro, não é como se…
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  — Ela é o imprinting dele, %Luna%. É muito diferente. — Embry a interrompeu, calmo e com ar de mais sabedoria do que ela e até mesmo do que o seu “antigo eu”.
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  — Imprinting?
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  — Não te contaram?
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  — São muitas coisas a se saber, e pelo visto…
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  — Imprinting é algo como… O grande amor da vida de um lobo. Nenhum outro lobo pode fazer mal a pessoa de um imprinting, porque é como atingir o próprio lobo. Sam vive por Emily, não mais por ele.
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  — Todos os lobos têm isso?
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  — Em algum momento de nossas vidas acontece, nunca é igual e não tem um tempo definido. Acontece de repente. Lembra que eu te disse que o amor acontece de imediato pelo menos para nós quileutes? E você não é meu imprinting, %Luna%, o que significa que eu não sei até onde eu posso segurar meu ímpeto violento… Nem mesmo Sam conseguiu em determinada vez… — Embry disse e os dois olharam para Sam e Emily que conversavam ainda com Paul.
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  — Você também me disse recentemente: “Quero que se recorde do Embry que você conheceu… Quero ver você feliz”. Recorda-se disso, Call?
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  — Sim, e quero mesmo que você seja feliz. Eu não sou mais o Embry Call que você conheceu na praia…
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  — Para mim, sempre será.
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  — Eu tenho medo do que eu possa te fazer, %Luna%…
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  — Eu também. Não vou mentir! Mas eu acredito muito no seu coração, nos seus sentimentos e sei que você é muito mais forte do que tudo isso. Você sempre soube controlar seus instintos, não é? Então ainda que essa tribo Whitton diga o contrário, não é porque você se tornou um lobo maior e mais poderoso que signifique que você não se conheça.
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  Embry sorriu do tom de elogio usado por %Luna% que fazia parecer que ser um “lobo maior e mais poderoso” fosse algo bom. Ele a abraçou sincero e aliviado. %Luna% sabia que ele precisava ouvir aquilo dela, não era a transformação que o assustava ou que o revoltava, mas sim as pessoas das quais ele teria que se afastar, e as limitações novas que teria de impor. Mas agora ele sabia, assim como ela e todos os quileutes pensavam, que poderia ser apenas uma questão de tempo para Embry ter novamente o controle em suas mãos.
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  — Embry… Você também me disse que não entendia nada antes, mas que agora entende tudo, que eu não vim para a vida de vocês à toa. Que eu sou a chave de tudo… O que você quis dizer?
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  — Esses tempos na reserva Whitton me ajudaram bastante. Ajudaram a ver que você tem um papel fundamental entre nós. %Luna%, eu não teria me transformado se não fosse você.
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  — Claro que teria… Sue me explicou.
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  — Sim, o que eu quero dizer é que eu não teria me transformado por agora. É algo ligado às sensações, à energia que você trouxe…
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  — Então eu sou culpada?
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  — Não! Nada a ver! Você entendeu mal… É complicado. Como muitas coisas que estão para vir, você descobrirá aos poucos. É algo da sua alma. E não se esqueça: eu também disse que eu quero, preciso e vou te proteger. Sempre.
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  %Luna% e Embry se abraçaram sob os olhares de Jacob, que estava realmente feliz por eles estarem bem após tantos acontecimentos confusos. %Luna% estava realmente aceitando tudo de uma maneira muito melhor do que o imaginado.
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  — Agora entendo a primeira piada que você fez quando eu te conheci, Call…
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  — Não me lembro…
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  — “Sou um excelente cão de guarda!”. — Quando %Luna% respondeu, não apenas ela e Embry caíram na gargalhada como os demais presentes que acabaram escutando aquilo. Bruh era a única que não esboçava nenhuma reação, a não ser olhar para Jacob encarando a figura dele risonha a observar %Luna% de um jeito diferente.
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  Com exceção de Embry que precisou ficar sob os cuidados do povo Whitton e Leah que ficou com ele porque ainda não confiava em deixá-lo sozinho, todos os outros retornaram para à reserva quileute naquele mesmo dia.
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N/A Fixa: Olá leitora, se você gosta das minhas histórias e gostaria de saber mais sobre meu processo criativo e/ou me conhecer, eu tenho um convite para você! Entre no meu grupo de leitoras no whatsapp e me siga no instagram @escritoraraydias! Aguardo você, ansiosa para conhecer as amoras que leem meus pequenos universos! ✨💖

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