ENTRE LOBOS E HOMENS

Escrita porRay Dias
Revisada por Lelen

Nota de autora inicial: Essa é uma fanfic escrita em 2012 por mim, postada em outros sites anteriormente, agora, a história está entrando no Espaço Criativo sob nova revisão e edição. Para quem leu antes, há mudança de narrador e algumas cenas.
Playlist da história


Capítulo Um • A chegada

Tempo estimado de leitura: 35 minutos

  Quando %Luna% era um pouco mais jovem e adolescente, sua melhor amiga, Bella, partiu da cidade de Phoenix. Foi morar com seu pai, em uma cidade que a própria detestava. %Luna%, sempre otimista, muitas vezes dizia à melhor amiga que mudanças são importantes. Mudanças podem ser, muitas vezes, salvadoras. Mas para a %Luna% atual, após alguns anos de experiências não tão felizes com mudanças de planos — as quais não foram planejadas —, esta visão otimista que ela outrora deu à sua amiga podia ser na verdade uma maneira de se enganar.
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  %Luna% agora estava encarando um destino irreconhecível. Via-se no lugar de sua amiga, só que mais velha, formada, e com expectativas saudosistas de encontrar Bella. Mudanças, sejam elas salvadoras ou desastrosas, deveriam ser encaradas, e por isso %Luna% não se apavorou com a grande diferença de cenário ao qual estava adentrando.
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  Forks. Uma cidadezinha terrível se comparada à Phoenix. Até mesmo para Isabella Marie Swan, que nunca fora fã do entusiasmo natural de Phoenix. %Luna%, ao se deparar com o condado, jamais havia imaginado lugar tão monocromático.
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  Há três semanas ela havia chegado à cidade e conhecido Erick, quando o policial lhe ofereceu ajuda com a mudança ao passar em frente à sua nova casa. Erick não poderia evitar aproximação ao notar que alguém finalmente havia se mudado para Forks, e menos ainda ao notar que esta pessoa escolhera o pior bairro de toda a cidade.
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  As poucas semanas de convívio e “boa vizinhança” por parte do policial, foram o suficiente para que os dois se tornassem amigos. Ou um pouco mais do que isso. Estavam terminando de ajeitar a mudança de %Luna%, e Erick, sempre cortês e gentil com ela, pediu licença para atender a um chamado de seu chefe.
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  Quando %Luna% recebia as poucas notícias de Bella por e-mail, ela sempre citava a monotonia de Forks de uma forma exagerada. Talvez até fosse, mas o fato é que em cidades pequenas novos moradores tornam-se uma atração, e isso incomodava Bella. Não incomodaria %Luna%, afinal, a mulher tinha uma maneira despojada de lidar com este tipo de atenção. Em algum momento distinto dos anos passados em que Bella trocava mensagens com %Luna%, ela lhe citou poucas vezes um lugar chamado La Push. Lugar tal, que parecia à %Luna% ter deixado sua amiga muito à vontade. Foram estas mensagens e esta fascinante curiosidade de %Luna% que a levaram a ir conhecer Forks. Por fim, acabou mudando-se para aquela cidade por eventualidades da vida, mas não se esqueceu da tal praia de La Push e da tão falada Reserva Quileute que, aliás, estava ansiosa para conhecer.
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  Naqueles dias de recém-chegada, Erick contou para %Luna% que a reserva indígena Quileute era muito antiga, talvez até mais antiga do que o próprio condado de Forks, notícia essa que fazia a moça imaginar que motivos teriam para que Bella houvesse suportado ou gostado daquele lugar, uma vez que era difícil pensar nela feliz ali. E na verdade, %Luna% não conseguia assimilar nada que pudesse atrair Bella para uma reserva indígena.
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  Apesar da tarde fria de sábado, Erick não trabalharia e havia combinado com %Luna% de saírem juntos, se não fosse um chamado de emergência do seu chefe, Charlie Swan. Só depois que Erick desligou sua ligação e contou à %Luna% o nome do seu chefe, que a garota percebeu tratar-se do pai de sua melhor amiga antiga. Queria conhecê-lo, mas julgou que a iniciativa para isso deveria vir da própria Bella, por isso, quando Erick despediu-se em sua varanda, %Luna% retornou à sua sala, pegou as chaves do seu carro e dirigiu até o endereço da casa do delegado Swan. Embora não tivesse o endereço, o próprio Erick lhe explicou onde ficava quando lhe informou que Charlie era seu único vizinho, alguns metros de estrada à frente.
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  %Luna% estava ansiosa para reencontrar Bella, e ao chegar frente ao quintal da casa simples, seguiu cautelosamente a bisbilhotar. Subiu as escadas da varanda, bateu à porta de entrada. Bateu uma vez, duas vezes, três vezes, mas ninguém a atendia. %Luna% espreitou as janelas fechadas, assim como as cortinas igualmente fechadas tentando observar o interior do imóvel. A casa dos Swan, apesar de organizada — não como se ali existisse uma família grande, e sim, organizada como se fosse inabitada —, de fato, estava vazia. %Luna% estranhou, por não sentir resquício de uma presença viva ali, mas retornou para o seu carro e, sem ter muito o que fazer, afinal, ela não conhecia nada por ali e ninguém, a mulher dirigiu seguindo a estrada. Encontrou poucos transeuntes em seu caminho, e pediu-lhes indicações de como chegar à praia de La Push.
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  O lugar, apesar de inóspito e descolorido, apresentava um ar paradisíaco e sombrio. Algumas rochas grandes próximas ao mar, fincadas à areia da praia chamaram a atenção da jovem visitante, que decidiu ir até lá. Caminhando distraída, %Luna% trombou em algo que mais do que a vista do mar, lhe chamou maior atenção. Um homem alto com peitoral largo, pele incendiada tanto na cor quanto temperatura, cabelos curtos escuros, a encarava surpreso a segurar os braços dela. Não seria surpresa que o rapaz não a tivesse percebido aproximar-se, pois ele realmente era enorme comparado a ela. %Luna% ficou encarando de volta ao peitoral à sua frente — que a mesma julgou atraente —, hipnotizada. Ao notar a surpresa da mulher, o homem deu uma risada abafada e discreta, o que deixou %Luna% suficientemente embaraçada ao ponto de não conseguir formular uma frase que fizesse sentido.
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  — Desculpe! Distraída com o mar, é lindo aqui… Não vi à frente — ela disse tudo muito rápido, sem ponto ou vírgula e denotando transparente seu constrangimento.
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  — Como? — O homem a olhou confuso e lhe perguntou, indiferente no olhar, mas sem parecer hostil e soltou-a.
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  — Ah… Eu estava distraída com a beleza do mar e não o vi se aproximando, me desculpe. — %Luna% sentiu-se sufocada por sua vergonha, mas respirou fundo sem encarar diretamente o olhar à sua frente ao explicar-se. — Claro… La Push é realmente linda.
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  A voz dele, trovejante, mas também melodiosa, soou e %Luna% então sorriu.
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  — Não se preocupe, na verdade a culpa é minha. Eu deveria olhar para baixo, você é relativamente pequena.
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  Por mais que sua voz não demonstrasse ofensa, %Luna% sentiu-se insultada. Estava na defensiva e ainda que não costumasse ser grosseira, foi bem direta em sua resposta:
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  — Não te passa pela cabeça que você seja grande demais? Tipo, acima da média?
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  O homem não mentiu ao chamá-la de pequena, e compreendeu que a garota à sua frente e que ele julgou estar vermelha por raiva, e não mais vergonha, havia se ofendido. Sem sorrir ou demonstrar a menor simpatia, ele a olhou desculpando-se:
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  — Tem razão, me desculpe.
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  — Tudo bem… Me desculpe também — ela respondeu com um fraco sorriso.
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  Os dois, como se analisassem um ao outro, se mantiveram conectados aos olhos um do outro. Ele, que antes estava sério pela defensiva da mulher, suavizou a sua expressão e %Luna% viu a chance de apresentar-se devidamente.
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  — Eu me chamo %Luna% %Bedingfield%. — Estendeu a mão em direção a ele.
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  — Jacob Black — ele limitou-se a responder apertando a mão dela sem sorrisos extensos.
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  O nome dele não soava estranho aos ouvidos dela.
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  — Jacob Black?
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  — Sim. Você me conhece?
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  %Luna% encarou Jacob, duvidosa e tentando se recordar do motivo pelo qual o nome dele era tão familiar a ela. Ele, por mais contido que se demonstrasse, havia ficado curioso com a maneira como a garota parecia o conhecer. Para Jacob, absolutamente, nunca houvera se deparado com olhos castanhos tão intensos e atrativos.
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  — Não diretamente, mas sinto já tê-lo escutado — ela o respondeu.
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  — Bom… Deve tê-lo ouvido por aí, todos nos conhecemos aqui em La Push — o rapaz respondeu displicente.
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  — Não. Não foi aqui. Eu acabei de chegar à cidade e é a primeira vez que eu venho a este lugar e até então, não esbarrei em ninguém além de você — %Luna% respondeu sorrindo tímida com as mãos nos bolsos da própria calça.
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  Jacob observou os trejeitos curiosos e tímidos da mulher, e respirou fundo. Um silêncio torturante se estendeu e novamente o clima tenso se estabeleceu entre eles. Por mais que %Luna% pudesse julgar que a razão para tal estivesse sob o frio local, e o clima ainda mais denso das nuvens misturadas ao ar e maresia, não era. O clima constrangedor se deu à presença forte e máscula de Jacob, que assim como %Luna%, sentiu-se constrangido pela presença extrovertida e atraente da mulher. E tratando-se de “frio”, a falta de agasalhos em Jacob não passou despercebida por %Luna%. Enquanto ela estava abarrotada de blusas grossas e quentes, ele estava sem camisa. E por mais que %Luna% fosse pouquíssimo acostumada às baixas temperaturas, acreditou não ser normal que, mesmo um nativo, não estaria incomodado com a crescente rajada gelada de vento àquela praia. Sendo assim, %Luna% julgou Jacob, à primeira vista, peculiar. Por sua vez, ela também se autojulgava dessa forma.
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  — Bem, de qualquer forma, seja bem-vinda à La Push, %Luna% — Jacob respondeu rompendo o silêncio, e virou-se saindo de perto da visitante em despedida e sem nenhuma formalidade.
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  Apesar de ter sido educado, para %Luna%, Jacob parecia apresentar uma personalidade rígida e antissocial. Com isso, ela começou a assimilar a razão pela qual Bella gostou tanto daquele lugar. Se as pessoas locais fossem antissociais como Jacob lhe pareceu, Bella, que era a pessoa mais antissocial que %Luna% conhecia, certamente esteve confortável. E, como num estalo, um rompante de memória acometeu %Luna%. Foi Bella quem falou do Jacob para ela, e observando boquiaberta o homem que se afastava devagar, %Luna% deu alguns passos à frente e lhe gritou:
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  — Bella!
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  Rapidamente Jacob se virou com uma expressão de certa raiva e desconforto. Sem receio, %Luna% se aproximou um pouco mais à medida que ele a encarou.
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  — Isabella Swan me falou sobre você! Eu sabia que o seu nome era familiar!
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  — Argh! Há quanto tempo ela falou sobre mim?
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  O resmungo ou rosnado de Jacob fizera %Luna% estranhar sua reação, e ele se aproximou ainda mais. Estava desconfortável, curioso pela resposta, ansioso e seu corpo tremeu um pouco. Entendendo que não foi bem recebido o nome de sua amiga, %Luna% limitou-se a empolgar-se menos e ser mais clara nas justificativas.
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  — Há alguns anos. Dois ou três… Não nos falamos há muito tempo, mas…
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  Antes que ela pudesse terminar de contar a ele sua relação com a antiga Swan, Jacob saiu apressado na direção dos pequenos rochedos atrás dela, e aos poucos correu adentrando a mata que parecia ser a mesma que margeava a estrada por onde %Luna% dirigiu.
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  %Luna% não compreendeu nada do que havia acabado de acontecer, mas deu de ombros e retomou o caminho às rochas que pretendia escalar para sentar-se e observar o mar. E assim o fez até que adormeceu involuntariamente ali. Quando a noite já se fazia apresentar, %Luna% foi acordada educadamente por outro rapaz. Ele era alto e bonito, assim como Jacob e bastante parecido fisicamente. O frio gélido do mar chicoteou a face de %Luna% numa brisa pesada, e os sussurros do vento e das ondas uivaram o princípio da noite. A moça, num rompante, sentou-se assustada, e sonolenta teve dificuldade de abrir os olhos. Sentia-se cansada e exausta ainda, devido ao trabalho daquela manhã em sua casa. Desde que se mudara, não havia descansado direito. O rapaz que a encontrara levemente a sacudiu pelos ombros e a chamando.
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  — Ei, moça! Você está bem?
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  Com certa dificuldade e preguiça %Luna% abriu os olhos e pôde ver nitidamente o rosto dele, após algumas piscadelas. Um belo rosto com olhar profundo.
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  — Sim. Estou bem.
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  — O que faz aí a essa hora?
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  — Eu estava andando pela praia e me sentei nas rochas por um momento, mas não me percebi adormecendo… Quais as horas, por favor?
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  — É um pouco tarde. Beirando sete horas da noite.
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  — Certo! Preciso ir embora agora mesmo! — Alarmada, %Luna% notou a escuridão e a lua fraca refletindo-se no mar. — Droga! Como vou encontrar o meu carro nessa escuridão?!
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  O rapaz, percebendo-a assustada, preparou-se para ajudá-la a retornar.
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  — Se acalme. Eu vou te ajudar. Primeiro temos que descer. Venha! — Ele estendeu a ela sua mão e guiou %Luna% por entre as rochas.
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  Quando os dois já pisaram na areia firme, ele a encarou perguntando:
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  — Consegue ter alguma ideia de onde deixou o seu carro, moça?
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  — Não andei muito longe. Estava a uns dez metros das rochas quando encontrei Jacob, então logo à frente, perto da estrada…
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  — Jacob? Você o conhece?
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  — Não exatamente. Trombamos aqui e acabamos nos conhecendo.
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  — Certo… Vamos logo. — O rapaz sorriu e pegou a mão de %Luna% pondo-se a puxa-la.
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  Ela não enxergava nada e não sabia como o rapaz podia ter um senso de direção tão bom. Logo, os dois chegaram ao lado do carro dela e %Luna% respirou aliviada.
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  — Este é o seu carro? — ele perguntou.
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  — Sim. Mas como…? Enfim, obrigada!
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  Por mais confusa que estivesse, %Luna% estava mais com frio e pressa de se aconchegar ao carro em segurança. Desistiu de ficar parada ali conversando e explorando perguntas ao estranho, já era tarde para ela estar naquela situação sendo uma completa novata na região, e ainda que o homem lhe tenha sido simpático e prestativo, %Luna% precisava ir logo para casa.
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  — Consegue encontrar o seu caminho de volta? — ele perguntou quando a viu remexer sua bolsa atrás da chave do carro.
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  Ela então olhou à sua volta, a estrada reta, mas percebeu-se com incerteza sobre o caminho de volta. Ela havia chegado ali por indicações, e se estivesse mais claro talvez reconhecesse o lugar melhor.
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  — Sem querer abusar, eu ficaria grata se pudesse me explicar de verdade. — Ela sorriu e o rapaz riu da situação inusitada.
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  — Tudo bem… Se não se importar, eu posso te levar de volta dirigindo.
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  Poderia ser perigoso, afinal ela não o conhecia, mas %Luna% não tinha muitas opções, mal sabia explicar seu endereço direito ainda. Ou aceitava a ajuda ou corria o risco de se perder na estrada e passar a noite dentro do próprio carro no meio do nada. A segunda opção a apavorava muito mais, e por mais errado que fosse, aceitou a ajuda.
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  — Claro que não me importo, na verdade eu fico muito grata.
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  Ele sorriu tranquilamente e ela lhe entregou a chave, o homem abriu o carro e os dois adentraram. A luz do automóvel deixou as características físicas do estranho ainda mais evidentes. Era tentador, não tanto quanto Jacob, mas perdia por décimos para ele. Para piorar a situação dela, o rapaz também estava sem camisa.
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  %Luna% franziu o cenho, e de soslaio observou o rosto do homem se perguntando, silenciosamente, se as pessoas de La Push não teriam roupas. Ou se elas realmente não sentiam o frio absurdo do local. Aquele momento de surpresa por um corpo tão exposto, trouxe novamente a hipnose que ela experimentou ao se deparar com Jacob. Ao notar que a mulher estava muito calada e aparentemente assustada, o homem rapidamente estendeu sua mão na direção dela e se apresentou:
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  — É um prazer conhecê-la. Meu nome é Embry Call.
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  Indiscutivelmente simpático e bonito, com dentes brancos e afiados como de cães em um sorriso descolado, o rapaz deixou %Luna% mais confortável ao se apresentar.
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  — %Luna%. Muito obrigada pela sua ajuda — ela respondeu sorrindo simpática e um pouco sem graça.
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  — Não há de quê. Nota-se que você é nova na cidade. Lembra-se ao menos do seu endereço? — Embry riu divertido e brevemente desculpou-se pela piada. %Luna% riu também, afinal, era inusitado que uma pessoa não soubesse voltar para casa.
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  — Então, Embry… Eu moro em um lugar bem inóspito aqui de Forks. Sabe a estrada Sul, saindo da cidade?
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  — Sim, estamos nela. — %Luna% o encarou, confusa, e ele abafou uma risada divertida concentrando-se em ligar o motor, finalmente, enquanto lhe explicava: — Esta é a estrada Sul, nós estamos a oitenta quilômetros da saída da cidade. É uma estrada única.
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  — Sim, eu sei disso… — ela disfarçou tentando parecer menos ridícula. — Eu só queria te dizer para pegar a direção norte da estrada Sul.
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  E ao se dar conta da confusão que quase fizera para indicar sua casa, %Luna% revirou os olhos sentindo-se patética.
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  — Você é engraçada… — O rapaz sorriu fofo para ela e manobrou em direção à estrada.
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  — Acho que estou mais para patética. — Ao ouvi-la, Embry lançou a %Luna% um olhar de reprovação pelo que ela havia dito, mas ela não se importou e continuou: — Então… Sabe onde é a casa do delegado Swan?
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  — Você mora perto?
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  — Não muito, na verdade. Uns quinze quilômetros da casa dele.
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  — Eu sei onde é. Você mora no antigo bairro Kalil. — Ele a olhou curioso e espontaneamente perguntou: — O que te fez comprar uma casa em um lugar abandonado? Não sei se você sabe, mas é a única moradora de lá.
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  — É, eu percebi isso desde que cheguei. Infelizmente, foi o único bairro onde eu pude comprar uma casa. O fato de não ter habitação me fez pagar uma mixaria por ela. Mas por que o bairro é tão desabitado?
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  — Bem… Forks tem muitas lendas. Logo você saberá — ele respondeu tranquilo e mudou o assunto: — Então, %Luna%, há quanto tempo chegou?
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  — Comprei a casa há quatro semanas, mas somente há três me mudei.
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  — E você mora sozinha?
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  %Luna% ficou receosa em respondê-lo. Pensou ela que talvez não fosse adequado já que ele era um desconhecido, mesmo que já não lhe fosse tão estranho. Pelo menos ela sabia o seu nome e por onde poderia, supostamente, encontrá-lo. Ela, por fim, chegou à conclusão de que se fosse para ele lhe fazer algo ruim, aquela informação seria ridícula, já que ele a estava levando à própria casa. Uma atitude muito irresponsável da parte dela, mas %Luna% não sentiu que Embry era alguém do qual ela devesse correr. Este sentimento, de estranheza e fuga, ela havia sentido brevemente por Jacob.
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  — Sim, mas Erick me faz companhia e estou providenciando um bom cão de guarda — ela respondeu-o.
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  — Eu sou um ótimo cão de guarda. — Ela não compreendeu e se assustou ao ver que o rapaz ria alto. — Piada interna… — justificou-se Embry e, ficando sério, falou: — Um dia, quem sabe, eu te explico?
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  — O que me denunciou?
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  A pergunta súbita de %Luna% foi recebida com confusão e desconfiança por parte de Embry.
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  — Como?
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  — Quando você disse “nota-se que é nova na cidade”, o que me denunciou? Quero dizer… Foi só pelo fato de eu não saber onde estou, para onde vim ou vou? — Ela riu discreta e Embry lhe sorriu com ternura.
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  — Seria o suficiente. Mas na verdade quando eu disse isso, ainda não tínhamos descoberto que você está completamente perdida. Eu percebi pelo fato de nunca antes tê-la visto em La Push ou dentro da reserva. Eu, com certeza, não deixaria você me passar em branco.
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  O rosto de %Luna% corou a fazendo perceber aquilo e estranhar, por ser algo muito incomum a ela.
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  — E eu percebi ainda mais, na verdade, primeiramente pela sua pele.
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  — Como assim?
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  — Com exceção de nós, os quileutes, os habitantes de Forks não são muito bronzeados.
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  — Ah… Isso é porque a reserva de vocês tem, privilegiadamente, uma praia em seus territórios?
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  — Hm… Não — ele murmurou sorridente. — Não sei se já percebeu, mas Forks não é um lugar muito quente e o Sol se esconde daqui.
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  — Mas ainda estamos no inverno — ela falou convincente.
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  — Ele se esconde. Você verá.
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  Os dois sorriram e logo, Embry animou-se mais para conhecer %Luna%. Ela também, aos poucos, se sentiu mais tranquila para conversar abertamente com ele.
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  — De onde você vem, %Luna%? É bem diferente das garotas daqui, e vai perceber logo isso.
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  — Posso considerar isso um elogio?
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  — Com certeza. Os rapazes confirmarão o que eu digo — ele brincou.
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  — Eu venho de Phoenix — ela respondeu risonha.
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  — Hm… De onde disse conhecer Jacob?
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  — Da praia mesmo, eu não o conheço de fato. Uma amiga que me falou dele.
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  Embry deslumbrou-se com a novidade e sustentou um olhar sacana ao pensar de que amiga se tratava.
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  — Uma amiga, é?
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  Antes que ele pudesse perguntar mais coisas a %Luna%, ela espontânea, adiantou-se nas perguntas.
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  — Você e ele são parentes?
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  — Hm… Na Reserva, a maioria de nós somos.
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  — São irmãos?
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  — Praticamente.
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  — Praticamente? Isso não soa muito afirmativo.
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  — Tem razão! — Ele riu. — Sim! Somos irmãos — Embry falou mais convicto, e percebeu que %Luna% arqueava a sobrancelha em tom de dúvida, mas ele não deu muita importância àquilo. Ele apenas sorriu para ela, e fez a pergunta que coçava em sua língua. — Esta sua amiga… Qual o nome dela? Talvez eu a conheça.
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  — Com certeza deve conhecer! Pelos e-mails que ela me mandava, parecia que Bella estava quase se tornando uma moradora da Reserva! — %Luna% respondeu animada e não notou quando Embry arregalou os olhos e empalideceu.
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  — Como disse que ela se chama?
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  — Isabella Swan. Ela é a filha do delegado Swan… Charlie, não é?
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  Embry se posicionou mais contido, e desconfiado observando as reações de %Luna% a respondeu:
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  — Eu a conheci sim… Veio a Forks por causa dela?
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  — Quase isso. Talvez eu possa dizer que “praticamente” isso. Nosso último contato foi há uns três anos se não me falha a memória, e por e-mail. Desde que Bella se mudou para cá eu não a vi mais. Só nos comunicamos poucas vezes pela internet, ela deu uma sumida, sabe? Então eu mandava e-mails para ver se havia acontecido algo, e vez ou outra ela passou a me responder e enviar e-mails também. Muito raramente. Como terminei a minha faculdade no ano passado, e já que estava curiosa para conhecer a cidade que sequestrara Bella, vim aqui num rápido passeio. Conheci uma senhora simpática, que após algumas conversas me falou das oportunidades de emprego aqui para o meu cargo… Eu achei que mudar poderia ser uma boa coisa dessa vez, então juntei tudo o que eu tinha, e aqui estou. Quero rever a Bella, mas fui à casa dela e não a encontrei. Sabe onde posso encontrá-la?
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  — Não. Bella se mudou e há algum tempo ninguém mais a vê ou tem notícias dela na cidade.
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  — Nem mesmo o Charlie? — %Luna% perguntou estranhando aquilo.
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  — Ele não gosta nem de falar sobre ela.
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  — Ela voltou a morar com a Renée?
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  — %Luna%… A Bella se casou. Foi embora da cidade com a família do noivo. É como se ela nunca tivesse estado em Forks.
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  As últimas palavras de Embry… “Como se ela nunca tivesse estado em Forks” trouxeram um arrepio frio na espinha de %Luna% que, sobressaltada, engoliu a saliva seca em sua boca.
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  — Jacob não pareceu confortável quando me ouviu falar o nome dela…
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  — Bem, é melhor você não falar mais nela. Pelo menos não com ele, é doloroso.
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  — Acho que seja sim, ele saiu correndo e rosnando.
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  — Rosnando? — Embry manteve o olhar fixo à estrada, mas estava intrigado com o que ouviu.
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  — Resmungando, é lógico. Mas… — %Luna% começou a rir discreta. — Parecia mais um rosnado de lobo.
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  Com aquilo, Embry tornou-se constrangido e preocupado, mas sorriu para %Luna% a fim de disfarçar que por pouco ela não havia descoberto o que não devia. À medida que %Luna% ia contando tudo, Embry empalidecia um pouco mais e ela até percebeu, tendo ponderado algumas vezes se deveria ou não continuar o assunto.
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  — Hã, como posso dizer… — Ela notou as sobrancelhas de Embry unindo-se como se ele estivesse pronto para ouvir algo reprovador e com isso, ela ficou mais temerosa a falar: — Esquece!
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  — Fala! Pode falar, ele o quê? Ele fez algo?
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  — Não exatamente…
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  — E então? — Embry a interrompeu subitamente, deixando evidente o seu olhar aflito à mulher.
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  %Luna% analisou-o preocupada sobre o que ele imaginou que ela iria dizer. O que Jacob poderia ter feito para deixar o garoto naquela apreensão?
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  — Me desculpe, afinal ele é o seu irmão, mas Jacob me parece ser antissocial e arrogante.
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  Embry aliviou-se por completo, suas mãos soltaram levemente o volante que apertavam, e seus braços, enrijecidos, aos poucos relaxaram.
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  — %Luna%, Jacob é amargurado quando o assunto é a Bella. Ele foi apaixonado por ela, mas então, as coisas tomaram rumos diferentes… Ela deve ter comentado algo sobre isso com você, não?
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  — Não comentou, e nem comentaria. Bella nunca foi o tipo de garota que falava em namorados ou paixões. Mesmo com a sua única amiga.
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  — Única? — ele perguntou surpreso ao encarar %Luna%.
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  — Bella é bem antissocial, e por isso eu achei que ela tivesse se sentido tão atraída por La Push. Foi a impressão que tive das pessoas do lugar, assim que esbarrei em seu irmão.
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  — Acho que não conheci a mesma Isabella que você. Ela era quieta, mas sociável do jeito dela.
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  — Com certeza a mudança para Forks transformou a personalidade da minha amiga. E La Push deve tê-la feito muito mais feliz do que o costume, eu presumo.
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  — Sim… Bella mudou muito por aqui, mas não acho que a Reserva a fez feliz. Eu diria, talvez, apenas confortável… — %Luna% e Embry sorriram um para o outro, tímidos, e por fim haviam chegado à casa dela.
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  Com a conversa amena, mal perceberam o tempo passando. Embry estacionou ao lado externo da casa, paralelo no que seria a garagem e assim que desligou o motor, ele abriu a porta e desceu. Rápido, surgiu à porta de %Luna% impedindo-a de descer sem sua ajuda. Seu cavalheirismo foi notado por ela, e a fez sorrir.
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  %Luna% esqueceu-se de manter as luzes da varanda acesas ao sair, pois de fato não imaginou que voltaria àquela hora. Embry olhou em volta aos arredores da casa e, como se estivesse esperando algo acontecer, ele passou o próprio braço à frente do corpo de %Luna% pedindo-lhe para esperar antes de entrar.
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  — É melhor eu ir à frente, se não se importa. Está muito escuro. E bem… você sabe que estamos a sós, ou pelo menos devíamos estar. — Embry a encarou de uma forma que não dava a ela opções de negar, como uma ordem, e %Luna% não o contestou. — Pode me dar a chave da sua casa?
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  — Um momento… — Ela procurou em sua bolsa o chaveiro de cãezinhos e assim que encontrou, o entregou ao rapaz, um pouco nervosa: — Aqui está.
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  — Desculpe, %Luna%, parece que eu estou assustando você, mas eu só quero mesmo verificar se não há perigo para você. — Ele segurou as mãos dela de forma reconfortante. — Fique dentro do carro, está bem? Eu vou na frente, acendo as luzes da varanda e volto para te acompanhar.
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  — Certo…
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  Embry avançou cauteloso e %Luna% o observou, até perceber que o rapaz aspirava o ar profundamente, como se buscasse farejar algo. E, óbvio, %Luna% achou aquilo deveras esquisito. Embry manteve-se respirando fundo e contraído da cabeça até os pés, como em posição de guarda. Ele subiu os degraus da varanda, abriu a porta e entrou. Logo as luzes foram acesas pela casa, em todos os cômodos. %Luna% notou que ele olhava realmente se a casa estava vazia e aquilo a deixou mais preocupada. Depois de poucos minutos, Embry retornou até ela e novamente abriu a porta do carro acompanhando-a até sua sala.
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  — Está tudo certo! Nem cheiro de… Quero dizer, nem sinal de perigo.
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  — Você aceita um café?
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  — Aceito, mas em outra ocasião. Agora eu preciso ir.
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  — É verdade, está ficando tarde… Espera, mas como você vai voltar?
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  — Isto não é problema! — Ele sorriu a ela, despreocupado. — Eu sou bem rápido e conheço bem a região. — Como se desse conta de que faltava algo, Embry ergueu as sobrancelhas e fitou %Luna% por um instante e, duvidoso, lhe perguntou: — Onde está o tal Erick? Seu namorado… Você não disse que ele lhe fazia companhia?
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  — Ah, é! Bem, ele deve estar na delegacia. Talvez em casa… Ou talvez haja algum recado no meu telefone… Ele me faz companhia de vez em quando.
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  %Luna% desconfiou que insinuar que Erick era seu namorado, foi uma estratégia de Embry para sanar a própria dúvida, então ela deixou clara a situação.
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  — Nós não somos namorados, só amigos.
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  — Se você quiser, eu posso ficar aqui. Claro, não quero que pense mal…
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  — Tudo bem, eu agradeço! Mas não é preciso, é melhor você ir… Pode ser arriscado, então volte com o meu carro, amanhã você traz de volta!
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  — Não precisa, %Luna%. Eu agradeço.
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  — Tem certeza? Eu não vou precisar dele por hoje, e acho que não tem táxi aqui a esta hora e…
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  — %Luna%, fique tranquila, eu tenho certeza. Não precisa se incomodar.
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  — Sendo assim eu te acompanho até lá fora.
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  — Sendo assim, você me acompanha até a porta da sala e tranca a casa toda, e descanse! Vou deixar meu telefone com você pode ser?
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  — Claro!
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  %Luna% correu até o balcão que separava a sala e a cozinha, e pegou uma caneta e a agenda ao lado do telefone. Embry então anotou o seu número, e os dois trocaram sorrisos e olhares.
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  — Caso precise, pode me ligar a qualquer hora. E eu falo sério! Fico um pouco… Preocupado com você aqui sozinha… É muita loucura para quem acabou de te conhecer?
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  — De forma alguma, até porque se for, estamos ambos loucos. — Os dois ficaram se olhando sorridentes, até que Embry beijou a testa de %Luna%, suave, passou uma das suas mãos pelo braço dela, e afastou-se devagar.
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  Ela o acompanhou até a porta apenas, e verificou todas as trancas da casa. A garota não queria admitir a ele, mas tinha medo de ficar sozinha ali desde que notou que seu bairro era realmente deserto. O bairro Kalil era um cenário ideal para um crime silencioso, e isso a fazia se arrepender aos poucos. %Luna% recordou-se de Embry dizer-lhe que Forks tinha muitas lendas e, decidida, descobriria cada uma.
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  Enquanto se preparava para dormir, %Luna% pensou em Bella e nas coisas que havia descoberto sobre a antiga amiga. Ela queria procurá-la, mas talvez fosse melhor não. Se Isabella havia feito questão de sumir sem dar explicações, %Luna% pensou que talvez ela não fosse tão importante para sua amiga quanto pensou.
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  Aquilo de certa forma a magoava, mesmo após tanto tempo, mas %Luna% sabia que precisava pensar em sua nova vida em Forks, organizar seus planos referentes à vaga de emprego que pretendia preencher pelo início da semana, como esperançava.
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  Com dificuldade, %Luna% tentou dormir. Ficou observando o teto de seu quarto por muito tempo enquanto recordava o dia mais bacana que tivera ali desde sua chegada. Não sabia se pela linda praia da Reserva Quileut, ou por sua — aparentemente — nova amizade com Embry. Ficou decidindo se deveria telefonar para saber se ele havia chegado bem, mas concluiu que era melhor fazê-lo no dia seguinte pela manhã cedo. Sem dúvidas Embry era cativante e %Luna% começava a achar que seria difícil andar distante dele. E aquilo significava muitas visitas a La Push.
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  Um tempo apegada bastante à praia. Bella tinha razão. Coisas maravilhosas estavam escondidas por lá.
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N/A Fixa: Olá leitora, se você gosta das minhas histórias e gostaria de saber mais sobre meu processo criativo e/ou me conhecer, eu tenho um convite para você! Entre no meu grupo de leitoras no whatsapp e me siga no instagram @escritoraraydias! Aguardo você, ansiosa para conhecer as amoras que leem meus pequenos universos! ✨💖

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