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ATENÇÃO!

História NÃO RECOMENDADA PARA MENORES ou PESSOAS SENSÍVEIS.

Esta história pode conter descrições (explícitas) de sexo, violência; palavras de baixo calão, linguagem imprópria. PODE CONTER GATILHOS

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E se for ele?

Escrita porKelsea
Revisada por Lelen

Capítulo 9

Tempo estimado de leitura: 14 minutos

A bela vista das árvores pelo caminho não era o suficiente para acalmar o coração de Rosana, que parecia bater a mais de mil por hora. Não era surpresa, considerando que um certo italiano de olhos brilhantes se encontrava sentado ao seu lado no ônibus. Suas mãos repousavam, de forma serena, sobre suas pernas. A jovem arregalou os olhos se indagando se Matteo não estava tão nervoso quanto ela, visto que parecia tão calmo. A verdade desconhecida pela jovem herdeira era que, assim como ela, o jovem acionista estrangeiro, também tinha uma bomba em seu peito.  Por inúmeras vezes na noite anterior ele ensaiou as conversas que poderia ter com a garota de cabelos castanhos ondulados durante o tempo em que estivessem na estrada, porém, quando a viu, todas as palavras que tinha se esforçado tanto para decorar, e todas as ideias para uma conversa, simplesmente deixaram seu cérebro, era um efeito bizarro que nem mesmo Giuliana, no início do namoro, era capaz de causar na mente do italiano.
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  A falta de ação dos dois jovens resultou em um silêncio constrangedor durante grande parte do caminho, onde Matteo e Rosana se encaravam enquanto as palavras ameaçavam sair, porém na hora H os deixavam na mão.  Percebendo que ainda havia um tempo de viagem e com a intenção de não morrer sufocada pelas batidas insanas de seu coração, ou ceder a vontade de segurar a mão de Matteo, Rosana se lembrou de um jogo que costumava jogar com sua mãe quando pegavam a estrada, não era nada novo, sim o velho “fusca azul”. Infantil, verdade, porém naquela situação iria servir. Dessa forma, a herdeira mais velha de Gumercindo fixou seus olhos na estrada e as lembranças das vezes em que fazia o mesmo com dona Maria do Socorro invadiram sua mente.
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  Certa vez a, até então, menina de cinco anos precisou viajar em companhia da mãe até o Rio de Janeiro ao encontro de Gumercindo. Como toda criança, Rosana era inquieta e cheia de energia em seu corpo para gastar com brincadeiras, ficar presa em um carro durante tanto tempo, era praticamente tortura. Percebendo a inquietude da filha, Maria do Socorro sugeriu que a mesma procurasse um fusca azul e se ela conseguisse vencer o jogo, elas chegariam mais rápido. A sorridente Rosana de cinco anos aceitou o desafio! Depois de alguns minutos ela sorriu ao avistar o carro pedido por sua mãe!
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  — Olha lá, eu encontrei! — sua voz infantil exclamou de forma inconsciente.
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  — Muito bem, minha filha, agora tente achar outro.
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  — Outro, mãe?
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  — É! Vai fazer isso e quando perceber vamos ter chegado no Rio de Janeiro, o que acha?
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  — Tudo bem, mãe! Afinal, quanto mais carros azuis eu achar, mais rápido essa viagem vai passar!
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  Maria do Socorro acariciou os fios ondulados da filha, impressionada com a esperteza da mesma.
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  Ainda embriagada pelas doces memórias, a jovem empresária começou a procurar por um fusca azul do mesmo jeito que fazia quando era pequena, de repente o tempo parecia não ter passado, ela sentiu como se tivesse cinco anos de novo e com a mesma empolgação abriu um sorriso quando viu um fusca azul à sua frente, sem pensar duas vezes, deu um leve soco no ombro da pessoa que estava ao seu lado.
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  — Eu ganhei!
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  No entanto, ao invés de se deparar com sua mãe, um Matteo confuso fez a jovem voltar à realidade e perceber o que havia feito.
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  — Nossa, me desculpe, Matteo, eu me distraí! — Ela esfregou as mãos de forma discreta enquanto sentia suas bochechas arderem.
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  De braços cruzados, o italiano permitiu que um sorriso sincero escapasse de seus lábios. De certa forma a maneira como ela o havia tocado e se distraído tão fácil era fofa.
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  — Imagina, Rosana, não há problema, só fiquei curioso, o que a senhora ganhou? — O italiano colocou as mãos na perna em sinal de que era todo ouvidos.
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  Rosana empurrou os fios soltos para trás antes de comentar:
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  — Ah, é só um jogo que minha mãe fazia comigo quando viajávamos, nada de mais… não sei se na Itália têm, se chama…
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  — Fusca azul? Estava conosco e também costumava jogar com a mia mama quando íamos de ônibus para Roma visitar meus tios!
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  Os olhos da herdeira mais velha se arregalaram incrédulos.
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  — Sério?
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  — Si, Io adorava e, aliás, você perdeu! — Ele socou de leve os ombros de Rosana.
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  A jovem olhou para o lado avistando um outro fusca azul bem atrás do ônibus.
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  — Ah seu, não é justo, eu não sabia que estávamos jogando.
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  — Agora sabe!
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  — Mas eu duvido que apareça mais algum fusca azul nessa estrada, então por que não mudamos para qualquer carro preto?
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  — Cierto!
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  A viagem seguiu com uma mistura de risadas, socos leves no ombro e até mesmo um empate onde os dois acabaram se tocando ao mesmo tempo, situação essa que fez o jogo se encerrar.
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  Rosana colocou as mechas marrons para trás da orelha em sinal de vulnerabilidade, fazia tanto tempo que ela não se divertia daquela forma em uma estrada.
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  — Ah, eu conheço o caminho, nós chegaremos em alguns minutos. Foi bem legal, obrigada pelo jogo, quer dizer, a maioria dos executivos com quem já viajei, e até mesmo o meu pai, acham bobo e infantil….
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  — Ei, non é não e eu espero poder jogar esse jogo com você ainda por muitas estradas.
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  Rosana sorriu de forma tímida enquanto sentia seu coração voltar a pular em seu peito, contudo, mais uma vez para sua sorte, antes que ela pudesse ceder aos encantos do italiano, o motorista olhou para trás de forma discreta e anunciou:
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  — Senhores, chegamos, podem descer.
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  Ainda desconcertada por mais um quase beijo e por toda a situação, a jovem aspirante à empresária gaguejou por alguns segundos antes de finalmente conseguir agradecer ao motorista e dizer:
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  — Vamos descer, Matteo, eu vou te mostrar o lugar!
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  O sofá de couro legítimo na cor azul céu foi o primeiro item que chamou a atenção de Matteo, seguido pelos lustres de vidro que deveriam custar mais do que um ano de seu salário no supermercado. Seus olhos captavam cada detalhe sem pressa, como se ele estivesse saboreando uma refeição, nem mesmo o chalé da toscana era tão bonito, mas ele esperava que daquele lugar saíssem boas recordações.
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  Rosana cruzou os braços enquanto fitava o italiano de cima a baixo, impressionada com a maneira encantada com a qual ele olhava aquela sala que ao seu ver não passava de um lugar velho no qual ela já havia estado milhares de vezes.
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  Temendo interromper o jovem de olhos brilhantes, ela aproveitou para continuar o admirando por alguns minutos enquanto reparava que os olhos de Matteo ficavam ainda mais bonitos quando brilhavam de alegria.
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  — Meu pai comprou este chalé alguns anos atrás especificamente para as festividades da empresa. — Rosana se aproximou, tomando ainda cuidado para manter uma certa distância segura.
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  — É muito belo!
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  — É sim, mas não temos tempo a perder, italiano, temos que decorar esse lugar inteiro!
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  — Ma você non ia me mostrar lugar primeiro?
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  — Eu te mostro enquanto decoramos — explicou a jovem herdeira, colocando uma caixa cheia de bandeiras nas mãos do italiano. — Preparado ou é demais para você?
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  — Que, claro que non, Io ho lavorado por anos in um supermercado in la mia cittá i        ainda ajudava mia mama algumas vezes.
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  Rosana abriu um sorriso enquanto sentia sua admiração por Matteo aumentar. Realmente, ele parecia ser do tipo trabalhador que não se deixava abater por nenhuma dificuldade. Uma qualidade que o deixava ainda mais interessante.
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  Depois de uma tarde intensa de trabalho, o lugar finalmente estava pronto, Rosana sentia suas mãos tremerem em exaustão, mas ela ainda tinha outra tarefa a cumprir.
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  Matteo encarou satisfeito as bandeirinhas penduradas no teto que mais pareciam uma canção harmoniosa de cores. A cultura brasileira era tão intensa e interessante, ele mal podia esperar para aprender mais, ainda mais ao lado da professora que o havia ajudado a decorar o local e estaria ao seu lado durante o fim de semana.
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  — É, Matteo, eu admito, você foi de grande ajuda, eu nunca tinha terminado tão rápido.
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  — Você fazia mesmo todo questo lavoro sola nos anos passados? — indagou enquanto esfregava as mãos na tentativa de se livrar do suor.
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  — Sim.
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  — Achei que il tuo padre teria piu persone para te ajudar.
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  A garota de cabelos ondulados deu um longo suspiro.
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  — Bom, até tinha, mas eu me ofereci para essa função, sabe, qualquer chance de impressionar o meu pai precisa ser aproveitada…
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  Ao encarar os olhos tristes da jovem, Matteo sentiu outra vez a culpa consumir o seu peito. Rosana queria ter seu projeto aprovado para conseguir provar seu valor ao pai e isso ele entendia muito, afinal, por mais que Bartolo fosse ótimo, Matteo muitas vezes precisou mostrar a ele do que era capaz.
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  — Você valoriza molto a opinião de tu padre, non?
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  — E como não? Quer dizer, meu sonho sempre foi ser como ele… Mas sabe? Ele queria um filho homem… eu sei, parece coisa do século passado, afinal estamos em 2024,  mas para o meu pai parece que ainda estamos em mil novecentos e cacetada. Enfim, por isso eu sempre tive que dar o meu melhor e mesmo assim… Ai, desculpa estar te falando isso, é só que…
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  A jovem se sentou enquanto pensava sobre como era fácil conversar com Matteo, de alguma forma ele parecia entendê-la como ninguém jamais tinha feito.
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  — Non precisa se desculpar, Rosana, Io entendo e non te preocupes, si tuo padre non reconhecer tuo valor, sintomolto, ma ele é um idiota.
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  Rosana riu.
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  — Per favorenon fale para ele que eu disse isso.
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  — Tudo bem, vai ser o nosso segredo.
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  — Ma é vero. Una persona appassionata per il lavoro e che se dedica tanto come tu, precisava essere valorizzata.
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  A jovem cruzou os braços, tentando não se derreter com o elogio, porém era tarde demais.
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  — Nossa, nem parece que estou falando com a mesma pessoa que chamou meu projeto de piada.
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  Foi a vez de Matteo rir.
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  — Io já me desculpei e se quer saber, tuo projeto non é una piada. Quer dizer, café é molto melhor que vino, ma Io admiro il tuo esforço.
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  Rosana tirou os cabelos do rosto, sentindo seu coração bater mais forte, lá estava o Matteo fofo e gentil por quem ela havia se encostando naquele dia, um Matteo para quem talvez ela pudesse dar uma chance… Mas o que estava dizendo? Havia assuntos mais importantes para serem resolvidos. Com a mente no lugar, ela desviou a atenção daqueles malditos olhos brilhantes que pareciam querer prendê-la e pigarreou antes de falar:
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  — Bom, falando em vinho, depois de ter tido esse trabalho, merecemos um descanso, então o que acha de dividir essas duas garrafas comigo? — Ela exibiu os objetos.
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  Matteo cruzou os braços enquanto lançava na direção da herdeira um olhar malicioso.
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  — Ah, Io no se, quer dizer, Non me piace molto il vino…
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  — Ah, vamos, esses vinhos são os melhores, eu aposto que depois de beber essas duas garrafas comigo você vai até mudar de ideia sobre o meu projeto.
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  — Ah, agora Io  entendi, Rosana, você solo está me oferecendo para que Io vote a favor sem  il tudo  projeto e convença os outros acionistas a fazer o mesmo.
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  — O que? Claro que não, italiano teimoso. — Rosana fingiu ter se ofendido mesmo sabendo que a acusação era verdadeira, quer dizer em partes… — Eu estou aqui te oferecendo uma bebida como amiga, quer dizer, eu sei que nós nos desentendemos, mas eu quero fazer as pazes, Matteo, e de forma definitiva, e nada melhor para selar a paz do que vinho.
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  O italiano suspirou, sabendo que seria um caminho sem volta, afinal, quando o álcool tivesse roubado sua razão e ele sentisse o cheiro de Rosana ou chegasse perto o suficiente daqueles lábios perfeitos, ele não sabia se seria capaz de se segurar. Contudo, era para isso que havia ido para o Brasil, para ter novas experiências e não dava para resistir a uma aventura tão atraente… 
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  — Cierto, Io aceito!
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  Rosana sorriu satisfeita.
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  — Muito bem! — A herdeira pediu que Matteo segurasse uma das garrafas enquanto ela tirava da bolsa duas taças. A noite estava só começando para a jovem que estava cada vez mais perto de realizar seu sonho e de fazer algo de que talvez fosse se arrepender no dia seguinte, ou não.
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Lelen

Vamos embebedar o italiano e fazer ele dizer que amou o projeto sim HAHAHAH
E será se finalmente vai rolar o beijo entre eles? hmmm???

Kelsea

Kkkkkkk isso mesmo!!! Será que vem aí???????👀👀

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