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ATENÇÃO!

História NÃO RECOMENDADA PARA MENORES ou PESSOAS SENSÍVEIS.

Esta história pode conter descrições (explícitas) de sexo, violência; palavras de baixo calão, linguagem imprópria. PODE CONTER GATILHOS

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E se for ele?

Escrita porKelsea
Revisada por Lelen

Capítulo 6

Tempo estimado de leitura: 14 minutos

Sentindo o coração disparado, Rosana pegou rapidamente uma revista em cima do balcão e começou a folheá-la fingindo interesse, seus olhos poderiam estar impedidos, mas seus ouvidos estavam atentos ao que o italiano iria falar em seguida. Afinal, o que raios ele estava fazendo ali? Bom, claro que como um dos acionistas da empresa, ele tinha direito de conhecer a fazenda e aos cafezais cuja parte lhe pertencia por direito. Entretendo o italiano boa pinta precisava mesmo fazer essa maledita visita justo no dia em que ela estava ali? Francamente, como se não bastasse o cinema, o universo queria pregar outra peça.
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  Alguns segundos depois ela escutou aquele sotaque maravilhoso que a fazia se arrepiar inteira.
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  — Buon Giorno signore, Io sono il nuovo azionista dell'azienda e vi voglio conoscere.
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  — Ah sim, muito prazer, senhor Matteo, não é isso? — O homem de óculos que era o novo gerente do local, estendeu as mãos de forma educada
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  — Ecco, sono Io. Il signore poderia me mostrar il local, sabe, é la prima volta que visitei uma fazenda de café e non sei bem como as coisas funcionam qui, capittche?
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  — Ah, senhor Matteo, eu adoraria, mas infelizmente ainda tenho muito serviço, sabe como é, ainda tenho que verificar as safras, supervisionar a manutenção… mas espera um momento… Rosana.
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  O coração da herdeira saltou no peito ao ouvir o seu nome, afinal ela já imaginava o que o novo gerente iria pedir, de jeito nenhum ela aguentaria ficar sozinha com Matteo, a fazenda era enorme, o tour demoraria muito, além do mais, se olhasse fundo naqueles olhos maravilhosos ou encarasse aqueles lábios perfeitos por muito tempo, a jovem tinha medo de fazer uma besteira da qual logo iria se arrepender. Porém, por outro lado, ela precisava convencer o italiano cabeça dura de aprovar sua proposta, afinal, da mesma forma que convenceu os outros acionistas a negarem, aquele conjunto de beleza de perdição também poderia ser a chave para o seu sucesso. Se conseguisse controlar seus impulsos e resistir à tentação de mergulhar naquela obra de arte em forma de boca, ela poderia ser gentil e, durante o tour, apresentar seus pontos de vista e, quem sabe, no dia seguinte seu projeto estaria aprovado e, finalmente, depois de tantos anos, ela receberia outro elogio de seu pai e provaria de uma vez por todas sua competência para sucedê-lo.
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  Com essa ideia em mente, a jovem se forçou a colocar um sorriso no rosto antes de largar a revista da qual não havia lido uma palavra e responder:
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  — Sim, Antenor?
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  — Você já conhece o novo acionista gringo da empresa, o Matteo?
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  Ela suspirou, tentando ao máximo não cair na armadilha de olhar fundo naqueles olhos hipnotizantes.
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  — Sim, nós já nos conhecemos.
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  — É vero.
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  Matteo colocou as mãos no bolso e abaixou a cabeça, tentando controlar suas pernas trêmulas, a ideia de ficar sozinho com Rosana no meio dos cafezais  era de certa forma tentadora, afinal era um local perfeito para…  Espera, o que ele estava dizendo?  Ela o detestava e havia deixado isso bem claro. Mesmo assim, ele não podia deixar de imaginar como seria sentir o gosto daquele batom rosa claro que a filha de Gumercindo usava e o quanto gostaria de ser o responsável por tirá-lo. Mesmo estando fechado para o amor após o divórcio, de alguma forma aquela maledita desperdiçadora de café o tinha feito despertar novamente para a vida, mesmo que não fosse um grande amor como o que havia vivido com Giuliana, a herdeira daquela fazenda e de toda a fábrica da qual ele era sócio, havia conquistado um lugar em seu coração. como era possível, alguém ter feito esse milagre em apenas dois dias? Essa era uma pergunta que o próprio Matteo não sabia responder.
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  — Então tenho certeza que a Rosana não se importa em te mostrar a fazenda, não é mesmo? — Antenor os trouxe de volta ao momento presente.
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  A jovem engoliu seco, tentando disfarçar as pernas moles.
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  — É claro que não. — Sua voz saiu fraca enquanto ela mesma tentava acreditar na mentira que saía de sua boca.
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  — Perfeito, então eu já vou indo porque se eu não terminar todas as tarefas, o senhor Gumercindo não vai gostar…
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  Mesmo sendo presidente interina por um mês, todos os funcionários mais importantes ainda insistiam em responder a seu pai, o que de certa forma fazia Rosana ficar ainda mais determinada em provar seu valor.
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  — Foi um prazer conhecê-lo, senhor Matteo.
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  — Igualmente! Ti veggiamo! — O italiano acenou de forma simpática antes de voltar seu olhar para aquela que havia sido sua perdição nos últimos dois dias.
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  — Então, você… vai me mostrar a fazenda?
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  — E eu tenho outra escolha? — sussurrou para si mesma, mas não baixo o suficiente para que o italiano não pudesse ouvir.
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  — Io não entendo por que ainda está tão brava comigo.
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  Rosana suspirou, lembrando a si mesma de que, por mais encantador que Matteo parecesse no fundo, ele era como todos os outros, nunca sabia o que havia feito de errado.
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  — Muito bem, não vamos falar sobre isso, agora vem logo porque vai ser um longo tour se você quiser conhecer a fazenda toda.
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  — Cierto!
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  A herdeira mais velha de Gumercindo deu passos mais rápidos na tentativa de sempre ficar à frente do italiano para evitar discussões ou olhar para uma certa boca perfeita. No início, seu plano parecia estar dando certo, já que durante a ida ao galpão de grãos, os dois só trocaram palavras relacionadas a café e ao que estava acontecendo naquele local.
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  Matteo comentou sobre como os grãos brasileiros se desenvolviam muito mais rapidamente do que os grãos plantados em outros países como na Itália e por isso era tão importante que o mesmo continuasse sendo o produto principal daquela empresa.
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  Rosana, ignorando a indireta, continuou o tour indo até uma estação de irrigação onde vários funcionários eram responsáveis por regar as mudas várias vezes por dia. Matteo ficou fascinado pelo maquinário moderno que seus olhos encaravam pela primeira vez. De certa forma era fofo a maneira como o italiano se encantava com tudo à sua volta.
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  — Você realmente nunca tinha visto uma máquina dessas? — Rosana cruzou os braços, disfarçando sua curiosidade sobre o passado do acionista estrangeiro.
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  — Non, in la mia città todas las producciones agrícolas son familiares.É fantástico.
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  A jovem aspirante a empresária deu uma risada com a empolgação de Matteo, era incrível como algo tão comum para ela podia ser tão encantador aos olhos de outra pessoa.
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  — O café parece ser bem importante para você, não é, Matteo?
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  O italiano desviou os olhos das máquinas irrigadoras e se voltou para sua guia.
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  — Ecco. Io tovama todos os dias, o café que mia mama faz é il melhor di too il mondo. E ela tinha umas mudinhas na casa nostra e plantava por divercione.
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  — Entendi, parece ser muito legal, no meu caso, se eu aparecesse com um café artesanal, meu pai me deserdava, mas eu imagino que tenha mesmo um gosto diferente.
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  — Tu precisava provar il café da mia mama, Rosana! Tenho certeza que nunca mai ia querer outro, o seu pai ia me matar por isso.
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  Os dois caíram na risada com a fala.
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  — Eu ia adorar provar o café da sua mama, mas por que você disse que ela tinha umas mudas, ela parou de plantar?
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  As lembranças dolorosas da morte de seu pai invadiram a mente do italiano.
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  — É una lugano história — Matteo se limitou a responder.
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  De algum modo, o olhar triste e perdido de Matteo mostrava que realmente algo muito ruim havia acontecido em sua família, talvez tivesse a ver com sua ida para o Brasil. Uma curiosidade insistente dominou o peito de Rosana, porém, ao mesmo tempo, ela não queria invadir a privacidade do italiano dessa forma, afinal eles mal se conheciam, a herdeira não podia exigir que simplesmente, de uma hora para outra, ele se abrisse com ela sobre seus problemas. Contudo, ao vê-lo naquele estado, a garota de cabelos castanhos ondulados percebeu que ele não era apenas um galanteador, mas um ser humano com questões não resolvidas, mágoas e feridas assim como ela, talvez ela tivesse pegado pesado, talvez ele houvesse ofendido seu projeto por estar em um dia ruim, ela nunca saberia, por mais que quisesse.
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  Enquanto o observava lutando contra a vontade de tocar seu ombro em forma de consolo, Rosana respondeu:
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  — Tudo bem, não precisa me contar se não quiser, mas pode me falar mais sobre o café da sua mãe!
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  — Ah si! — Matteo abriu um sorriso, geralmente quando ele se lembrava do pai, a tristeza o invadia por horas, às vezes até mesmo dias, porém, o sorriso de Rosana o fez se sentir melhor de forma instantânea, nem mesmo Giuliana possuía esse poder. Realmente aquela ragazza mal-humorada, aspirante a empresária tinha algo especial.
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  — Todo giorno dopo il lavoro quando io chegava em casa, começava a sentir aquele cheiro  divino e tutta la familia se reunia para bevere, era um momento muy especial…
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  — Nossa que bonito, sua família parece ser incrível nem parece de um ladrão… — No mesmo instante, Rosana percebeu o erro que havia cometido.
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  O sorriso no rosto de Matteo se transformou em uma expressão de raiva.
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  — Ja te falei, mio padre non é ladrão.
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  — Tudo bem, tudo bem, eu não devia ter falado isso, Matteo, me desculpa, eu imagino que pelo que está me contando, quer dizer, eu nunca tinha pensado nessa possibilidade antes de te conhecer, mas agora, vendo você falando da sua família com tanto carinho, eu percebo que o meu pai nem sempre está certo.
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  O jovem arregalou os olhos tentando conter os arrepios que surgiram em seu corpo.
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  — É vero? — indagou ele enquanto se aproximava de Rosana.
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  — Sim e talvez eu tenha pegado pesado com você naquele dia, quer dizer, você podia ter dado a sua opinião de um jeito mais cuidadoso ao invés de chamar o meu projeto de piada? Podia, mas eu não quero guardar ressentimentos, além do mais, trabalhamos na mesma empresa e acho que se deixamos tudo isso de lado, podemos ser amigos. O que acha?
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  Matteo suspirou, “amigos” não era bem a palavra que ele esperava ouvir, mas para o momento já era um grande avanço.
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  — Io também te devo desculpa, Rosana, quer dizer, io não devia ter sido tão duro com o seu projeto, ainda mais sabendo o quão importante ele era para você.
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  — Tudo bem, eu aceito suas desculpas.
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  — E eu devia ter dito que fiquei admirado por você ter feito la apresentação sin nenhum slide, se fosse io in tuo lugar, teria tremido.
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  A conversa estava tomando um rumo perigoso, afinal, quando Matteo era gentil, a tentação de provar o gosto de seus lábios perfeitos crescia ainda mais. Porém, como estavam sendo sinceros, ela cruzou os braços antes de admitir:
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  — Bom, eu não teria conseguido sem seu apoio.
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  Matteo arregalou os olhos em surpresa, um agradecimento? Por essa o italiano não esperava.
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  — Io ouvi direito?
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  Rosana deu uma risada
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  — Sim, quer dizer, depois que derramei café no meu computador e perdi a cópia da apresentação que eu havia levado, aliás, isso foi muito patético, eu pensei em desistir, pensei em voltar para a casa do meu pai e admitir que eu era uma fracassada, mas aí você veio com seus olhos brilhan-, quer dizer, de forma gentil e me mostrou que mesmo sem os slides eu era capaz e que não podia desistir do meu sonho tão fácil.
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  Matteo sentiu as bochechas corarem, mas mesmo assim teve que fazer uma piada.
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  — Você nunca vai admitir que acha os meus olhos brilhantes, non é vero?
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  — Vai sonhando, isso é coisa da cabeça da Angélica.
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  Matteo exibiu um sorriso malicioso enquanto se aproximava ainda mais da herdeira da fazenda, talvez ele finalmente conseguisse fazê-la se abrir.
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  — É mesmo? — sussurrou ele de uma forma tão sexy que fez os pelos dos braços e do pescoço de Rosana se arrepiarem de forma involuntária. Que sensação era aquela? Tão forte capaz de faze-la perder a razão, afinal estava flertando com o italiano responsável pela não aprovação de seu projeto em um ambiente de trabalho, alguns dias atrás algo do tipo seria inaceitável, mas naquele instante, olhando naqueles olhos brilhantes e para aquela boca tão perfeita que parecia implorar por um beijo…
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Lelen

Ai, meu santo Deus, alguém revela a verdade verdadeira dessa amizade dos pais dos pps que o negócio tá difícil
Será se agora a Rosana vai dar trégua pro Matteo e tentar ser amiga de verdade? Será se? :O
Eu jurava que a ex do Matteo tinha morrido, mas foi um divórcio, hum? Que rolou?

Kelsea

Siiim, calma que logo a verdade vai vir. Será que vai surgir uma amizade, ou algo mais? Poisé, o Matteo se separou, logo também vai ser explicado!

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