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ATENÇÃO!

História NÃO RECOMENDADA PARA MENORES ou PESSOAS SENSÍVEIS.

Esta história pode conter descrições (explícitas) de sexo, violência; palavras de baixo calão, linguagem imprópria. PODE CONTER GATILHOS

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E se for ele?

Escrita porKelsea
Revisada por Lelen

Capítulo 18

Tempo estimado de leitura: 13 minutos

Rosana mastigava um pão amanteigado em uma mesa distante das outras da pensão. Não que estivesse recebendo olhares maldosos nem nada do tipo, porém ela temia que a qualquer instante seria reconhecida como a herdeira de Gumercindo que deu vexame em um restaurante chique.  Seus minutos de sossego naquele lugar estariam acabados, além do mais, não queria fazer novos amigos, pois não pretendia ficar por muito mais tempo, visto que naquela manhã mesmo logo depois do café sairia à procura de um novo emprego, por mais que seu currículo fosse excelente, a jovem estava disposta a aceitar qualquer cargo, afinal mesmos sendo a filha do dono  aguentou humilhações e menosprezo, por essa razão  já estava mais do que acostumada. 
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  Um outro problema também alugava sua mente, um que ela tentou deixar para depois, porém o gosto dos lábios de Matteo se sobressaindo sob o álcool que havia ingerido naquele dia ainda a fazia tremer, da melhor maneira possível. Droga, ela não queria mais pensar no italiano de olhos brilhantes ou lembrar de sua gentileza em impedi-la de dar um vexame ainda maior, afinal, por mais que Matteo realmente sentisse algo a seu respeito, as malditas lembranças de seu casamento ainda pareciam transportá-lo para um passado onde foi muito feliz, feliz de um jeito que talvez ela nunca conseguisse o fazer…  Esse pensamento era como uma flecha presa em seu peito, machucava mesmo sabendo que precisava ser arrancado. Por que raios era tão difícil tirar aquele maldito acionista estrangeiro de seus pensamentos e principalmente de seu coração? Se pudesse, naquele instante mesmo, Rosana se apaixonaria pelo primeiro que aparecesse e lhe imploraria para arrancar-lhe aquela paixão “maledita” do peito, pediria para ser beijada e borrada com novos lábios a fim de tirar o gosto de Matteo de sua pele para sempre. Contudo, a garota de cabelos ondulados sabia que seria inútil.
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  O toque do celular fez Rosana voltar à realidade. Em meio a um suspiro ela encarou a tela e seus olhos se arregalaram em surpresa ao ver o nome da secretária de seu pai ali escrito.
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  — Naná, o que você quer? — A garota não se importou de ser simpática, afinal mesmo sendo criança, o trauma de ver aquela mesma secretária aos beijos com seu pai na fazenda ainda a fazia encarar a trabalhadora de tantos anos com certo desprezo.
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  — Olá, Rosana, espero que tenha um bom dia. — O tom sarcástico da secretária fez a ex-herdeira quase desligar o telefone.
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  — Vá direto ao ponto! — exigiu, mantendo a frieza.
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  — Certo, o seu pai me pediu para lhe entregar os seus pertences que ficaram aqui, isso inclui seu computador e enfeites de sua mesa.
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  — Ah, é só isso, pois não faço questão nenhuma… até…
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  Mas antes que ela pudesse encerrar o telefonema indigesto, se lembrou que não teria dinheiro para comprar um notebook novo e precisaria de um em seu novo emprego, além do que, antes de tudo, seu pai a havia presenteado com um computador novinho, realmente não podia deixá-lo. Rosana não queria um tostão de Gumercindo, mas naquele momento não podia recusar algo que quer ou não já era seu.
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  Ela suspirou.
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  — Tudo bem, eu aceito me encontrar com você para me devolver! — afirmou sabendo  que o pai não queria vê-la nem pintada de outro.
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  — Ótimo, se puder passar agora aqui no prédio da empresa.
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  — Certo, mas eu já vou avisando que me recuso a botar os pés naquele lugar, não vou entrar.
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  Naná suspirou com a exigência.
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  — Tudo bem, se for para me ver livre de você… — A secretária se permitiu destilar o ódio.
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  — Digo o mesmo.
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  Pelo jeito os planos haviam mudado. Depois de terminar de saborear a primeira refeição do dia, esta interrompida de maneira brutal pela amante de seu pai, a jovem pediu um táxi para o lugar para o qual pensou que nunca mais voltaria, mas não era uma volta, só pegaria o que lhe era de direito, nada mais.
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  Rosana encarou o lugar que costumava enxergar como sua segunda casa de cima abaixo. As paredes, a pintura e o logo da empresa que almejara por tanto tempo comandar, eram fisicamente os mesmos, contudo agora, ao fitá-lo, não via mais seu grande sonho, ou o lugar onde gostaria de passar o resto da vida como presidente, mas sim um ambiente tóxico, comandado por um homem machista e sem escrúpulos do qual ela exigiu a aprovação por tanto tempo inutilmente.
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  Naná se encontrava à porta de vidro com os braços cruzados. Rosana não se apressou a ir até ela.
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  — Há quanto tempo! — cumprimentou a ex-herdeira não escondendo o descontentamento em ver a secretária.
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  — E não é, Rosana? — respondeu a mulher com a mesma “cortesia”.
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  — Esse lugar me dá enjoo então se puder ir logo com isso…
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  — Será um prazer.
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  Naná esticou as mãos entregando à Rosana o que ela havia ido buscar. Antes de partir, no entanto, a aspirante a empresária encarou a amante de seu pai e se indagou se talvez, somente talvez, ela também fosse mais uma vítima dos caprichos de Gumercindo.
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  — Sabe, Naná, se eu fosse você não esperaria nenhum reconhecimento por parte de seu “patrão”, pois senão pode morrer sendo apenas uma secretária — se limitou a aconselhar antes de entrar novamente no táxi que a esperava.
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  Agora sim, estava pronta para começar uma nova vida, porém antes de mais nada precisava reiniciar seu computador, afinal não queria guardar nenhum arquivo relacionado àquela maldita empresa.
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  A escrivaninha de seu quarto temporário era pequena, contudo iria servir.
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  Rosana ligou o aparelho e se irritou ao perceber que o mesmo estava logado na conta de seu pai.
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  — Ótimo, provavelmente ele em algum momento pediu para aquela secretária usá-lo — resmungou enquanto seus dedos exploravam o mouse.
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  Antes de clicar no botão de sair, no entanto, algo chamou sua atenção: uma pasta intitulada “Bartolo Batistela”. Seu pai não conhecia tantos italianos, além do mais ela reconheceu o sobrenome de Matteo.  Sem pensar duas vezes abriu a pasta onde se deparou com inúmeras fotos de Bartolo em diferentes situações, como se estivesse sendo seguido. Ela não reconheceu o local, por isso imaginou que os registros haviam sido feitos na Itália, mas por que seu pai havia se interessado  em saber o paradeiro completo de um  ex-amigo que segundo o próprio havia traído sua confiança?
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  Ao rolar a tela para baixo, ela reparou um detalhe ainda mais estranho, a última foto estava coberta por letras vermelhas que formam a palavra eliminado. Não podia ser, teria seu pai algo a ver com a morte de Bartolo? Será que realmente o pai de Matteo sempre foi inocente e Gumercindo o vilão da história que o incriminou? Bom, quando se tratava do pai, Rosana estava aprendendo a não duvidar de nenhuma possibilidade chocante, porém, um assassinato? Era difícil de acreditar.
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  Matteo precisava saber de sua descoberta, porém depois da briga feia que tiveram, a ex-herdeira estava praticamente certa de que o italiano nunca mais iria querer vê-la.  Mesmo assim, ele merecia saber a verdade.  Com os dedos trêmulos ela discou o número que em um momento de fraqueza registrou em seu telefone, sentiu o coração disparar ao som da espera de ser atendida, porém, caixa postal. Droga, claro que ele não iria atendê-la. Rosana então optou por uma mensagem, ainda anestesiada pela descoberta digitou:
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  “Seu italiano teimoso, preciso falar com você, é urgente!”
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  Nenhuma resposta. Não havia tempo para esperar, a jovem precisava correr atrás de recomeçar a vida. Naquela manhã a garota de cabelos castanhos foi a três empresas diferentes deixar o currículo na tentativa de conseguir algo, em qualquer área, as perspectivas não eram ruins, porém o tempo de resposta, uma semana, iria parecer uma eternidade. Em seu tempo livre, ela checava para ver se havia resposta de Matteo, nem sinal do italiano de olhos brilhantes. Pelo jeito ele realmente havia se magoado com o último encontro, mas a culpa era dele mesmo, quem mandou deixar uma caixa cheia de fotos românticas com a ex bem à sua vista?
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  Certo, talvez Rosana tenha exagerado, afinal as fotos não estavam exatamente à vista, mas mesmo assim não dava para apagar o fato de que elas eram lembranças dos tempos mais felizes de Matteo, com os quais ela nunca iria poder competir, por mais que tentasse.
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  Os dias se passaram enquanto a rotina da jovem se resumia em procurar um novo emprego, dormir na pensão e esperar uma resposta do italiano. Claro que ela queria saber mais sobre o caso de Bartolo, não somente por Matteo, mas também por ela própria, afinal, gostasse dela ou não, se tratava de seu pai, homem que ela idolatrava até pouco tempo.
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  Contudo, para seu azar não havia mais nenhum documento relacionado ao caso naquele maldito computador, nada além das fotos suspeitas.
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  A vontade de deixar o medo de lado e questionar Gumercindo era grande, porém sóbria não conseguiria e não estava nem um pouco disposta a dar outro vexame por causa da bebida.
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  Só lhe restava imaginar o que poderia ter acontecido, por que razão seu pai teria interesse em matar Bartolo sendo que ele mesmo havia confirmado que eram sócios e amigos, se bem que não dava mais para acreditar em uma palavra sequer que saísse da boca de Gumercindo. Tantas perguntas sem respostas.
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  Além de toda essa confusão, a jovem também não conseguia deixar de sentir falta de Matteo, maldito italiano, custava muito responder uma mensagem?  Precisava deixá-la naquela agonia?
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  Rosana tentava mentir para si mesma alegando que seu único interesse na comunicação com o acionista estrangeiro era desvendar aquele mistério que dizia respeito a ambos. Todavia, já não tinha como escapar, era bem mais do que isso. Ela sentia falta das conversas, do cuidado de sentir a mão firme do italiano sobre a sua. A todo instante ela se pegava recordando os dois beijos roubados e as danças. Até mesmo a mão queimada a fazia sorrir.
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  Era engraçado pensar como apenas algumas semanas atrás tudo que importava era fazer um trabalho e impressionar Gumercindo. Porém o italiano de olhos brilhantes chegou como um furacão a fim de mostrar a ela que a vida é muito mais. Antes de conhecê-lo, Rosana pensou que só seria feliz quando assumisse a presidência da empresa e recebesse um elogio de seu pai. Mas com Matteo ela descobriu que felicidade acontece a todo instante, seja em uma festa junina em um jogo de fusca azul ou até mesmo ao visualizar uma estrela cadente, se visse uma agora, a jovem pediria para que esses momentos ao lado do italiano se repetissem para sempre…
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  Seus pensamentos foram interrompidos pelo som de seu celular que exibia uma notificação de mensagem. O coração da jovem disparou com a possibilidade de ser Matteo, porém a decepção tomou conta quando viu o nome de Antenor.
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  “Rosana, sou eu, venha correndo, aconteceu um problemão aqui na fazenda e só você pode resolver.”
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  A jovem de forma educada respondeu:
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  “Oi Antenor, eu sinto muito, mas não posso ir, meu pai com certeza me proibiu.”
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  “Ele não precisa saber, afinal não resolve nada mesmo, vem logo, por favor.”
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  Rosana suspirou derrotada. Ela tinha muita consideração ao homem, que havia sido como um segundo pai e auxiliado muito durante todos os anos em que trabalhou na fazenda.
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  “Certo, estou indo.”
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  Sem demora, ela pegou um táxi para a fazenda onde o gerente a esperava com uma feição preocupada.
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  — Antenor, o que aconteceu?
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  — Ai, Rosana, é muito grave, um problema lá nos cafezais e eu preciso de ajuda, vou ligar para os agricultores especializados, mas você precisa ver com seus próprios olhos.
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  — Tudo bem.
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  Acelerada ela se dirigiu ao cafezal, mas tudo parecia bem, na verdade o que encontrou lá foram várias velas acesas, uma toalha estendida.
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  — Mas o quê?
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  Ainda sem entender nada ela andou pelo local, a fim de descobrir alguma pista sobre o que estava acontecendo e por que ao invés de um grande problema, como havia dito Antenor, ela havia encontrado um cenário super-romântico? Sem mais nem menos, uma música italiana começou a tocar, contudo, suas dúvidas foram esclarecidas quando um Matteo surgiu mais lindo do que nunca à sua frente com um enorme sorriso no rosto.
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Lelen

Ooown! E venha os momentos de felicidade, pelo amor de deeeeeeeus!

Kelsea

Siiiiim que venha a felicidade!!! Agora ela vem!!!!

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