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História NÃO RECOMENDADA PARA MENORES ou PESSOAS SENSÍVEIS.

Esta história pode conter descrições (explícitas) de sexo, violência; palavras de baixo calão, linguagem imprópria. PODE CONTER GATILHOS

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E se for ele?

Escrita porKelsea
Revisada por Lelen

Capítulo 16

Tempo estimado de leitura: 15 minutos

Sentiu novamente os lábios de Matteo nos seus. Era uma experiência que, mesmo sob o efeito de álcool, Rosana conseguia aproveitar, até porque nas duas vezes a jovem estava com a cabeça cheia de bebida. De toda forma, a mão forte do italiano em sua cintura foi o suficiente para fazer com que os pelos de seu corpo se arrepiassem. Quem diria que depois de uma briga tão feia com Gumercindo, ela estaria justamente ali, nos braços de quem, de alguma forma e apesar dos inúmeros mal-entendidos, sentia que podia confiar de olhos fechados. A prova para essa afirmação veio logo quando, por necessidade de ar, a herdeira interrompeu o beijo e caiu desmaiada no chão frio daquela sala.
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  Depois de algumas horas, seus olhos se abriram e a visão ainda embaçada revelou Matteo a estendendo uma xícara de café. De repente, a cabeça dolorida lembrou do que a havia feito desmaiar e havia algo mais além do excesso de vodca…
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  — Ecco, é de madrugada, pegue esse café, vai se sentir melhor. A dor de cabeça vai passar, mas lembre-se, é para tomar, não para jogar em mim. — Provocou o italiano antes de se sentar ao lado da garota de forma respeitosa.
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  Mesmo tonta e ainda tentando se localizar, a piada fez a jovem sorrir.
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  — Grazie. — Ela pegou o objeto enquanto olhava a sua volta, então as memórias do hotel, de seu vexame no jantar e Matteo a poupando de passar mais vergonha, voltaram com força total. — Foi muito ruim, não foi?
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  — Digamos que se Io non houvesse te tirado de lá, il tuo rosto estaria em tutte il giornale oggi.
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  — Se está esperando que eu vá te agradecer… — Começou a garota com olhos frios e braços cruzados.
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  — Ah non, o que Io ho feto agora?, dio santo.
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  — Você não me deixou terminar… se está esperando que eu vá dizer obrigada… Eu…
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  — Vai me xingar e me chamar de grosso…
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  Contudo, antes que ele pudesse continuar, foi interrompido pelos lábios de Rosana em suas bochechas.
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  — Obrigada, você me salvou, quer dizer, poderia ter sido mais gentil, mas…
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  Ainda impactado pela demonstração de carinho inesperada, o jovem estrangeiro a interrompeu:
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  — Io sabia que teria alguma crítica! Se Io tivesse sido gentile, non teria adiantado, ma que diabos aconteceu para aparecer ion questa cena in quello estado, Io tuo padre ho cancelado la reunión dizendo que tenemos una cena no lugar, o que Io já ho achado estranho, o que aconteceu depois que saímos do chalé.
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  A garota de cabelos castanhos deu um longo suspiro enquanto tentava se acalmar.
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  – Ai, Matteo, é tão complicado, mas eu briguei feio com meu pai… quer dizer, quando cheguei em casa, ele jupiá foi logo me acusando de irresponsável e me ofendeu por ser mulher… — desabafou omitindo os detalhes que envolviam o italiano.
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  — Madonna Mia, Io non credo.
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  — Sim, então eu dei um basta, disse que não queria mais trabalhar naquela empresa maldita e me demiti.
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  — Ma que? Era il tuo sogno assumir a presidência.
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  — Pois é, sabe? Eu passei a minha vida inteira buscando a aprovação do meu pai. Eu estava cega, Matteo, tão cega que não percebi o grande babaca que ele é. Desde que eu era pequena o pegava algumas vezes traindo a minha mãe, e tudo só piorou quando ela morreu, ele ficou mais distante, então acho que, por precisar de um pai que quase sempre estava ausente e querer chamar sua atenção, eu inventei esse sonho, sonho este que provavelmente nunca foi meu de verdade…
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  Matteo a escutava de forma atenta e durante a fala de Rosana ele não soltou a mão da amada por nenhum segundo; quando percebeu o detalhe, ela corou e se soltou, mesmo não querendo.
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  — Me desculpa te fazer passar por esse sufoco. Não deve ter sido fácil me trazer até aqui… E ainda ficar me esperando acordar, sendo que é de madrugada.
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  Matteo a encarou enquanto a jovem cruzou os braços, parecendo esperar por algo.
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  — Que foi?
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  — Essa é a hora que você me corrige e ri, dizendo que foi um prazer ter me trazido…
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  — Mas você quer que eu minta?
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  — Idiota.
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  — I como dizem qui... l... “Lá vamos nós de novo…”
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  — Tudo bem, eu imagino que realmente não deva ter sido fácil.
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  – Si, non è stato facile, ma Io non ho detto che non è stato un piacere…
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  A declaração pegou a garota de surpresa, um nó se formou em sua garganta e milhões de resposta surgiram em sua mente. Queria dizer que estar ali era a única coisa boa daquela situação e que agora, livre da influência de seu pai, estava disposta a dar uma chance para o que quer que aquele sentimento fosse. Contudo, o desconforto em seu estômago só a permitiu fazer uma pergunta:
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  — Onde é o banheiro?
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  — Al final del corredor. Perché?
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  Ao ver a amada posicionar as mãos sobre a barriga, ele deduziu por si só.
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  — Ah, dio santo!
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  Sem pensar se estava na frente do italiano de seus sonhos e o que ele pensaria depois de vê-la naquele estado, Rosana atendeu ao chamado da natureza e se dirigiu a porta indicada, não demorou nem mesmo dois segundos para que toda a bebida ingerida saísse da pior maneira possível.
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  Matteo foi logo em seguida e se posicionou na frente da porta, caso houvesse uma emergência. Realmente “quella ragazza” dava trabalho, contudo, mesmo naquela situação ele estava feliz por tê-la ali ao seu lado. Diferente de sua ex-mulher, Rosana o permitia ver suas imperfeições e de alguma maneira isso o deixava cada vez mais encantado… e já era mais do que hora de admitir, apaixonado.
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  Quando os barulhos de vômito cessaram, Matteo tomou coragem e bateu na porta.
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  — Rosana, está tudo bem?
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  — Está sim, mas… — Ela abriu a porta antes de continuar e ao colocar os olhos na amada, Matteo reparou o estágio no vestido Rosa que a deixou tão deslumbrante no chalé. — Vou precisar de outra roupa.
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  Ele a encarou por alguns segundos, mesmo com o vestido sujo e os cabelos e despenteados, ela estava linda.
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  — Cierto. Io já volto.
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  A passos rápidos, Matteo foi até o quarto, onde começou a buscar alguma roupa. Suas camisas eram muito grandes para Rosana, e além do mais não queria que ninguém a visse saindo vestindo uma roupa masculina e pensassem mal dela. Então ele se lembrou de uma peça que tinha trazido de sua mãe, como lembrança. Era um vestido preto de mangas curtas, simples, mas iria servir. Ele sentiu o cheiro das mãe pela última vez antes de sacrificar sua única lembrança, mas era pelo melhor dos motivos, por amor.
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  — Ecco qui! — Ele estendeu a peça.
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  Rosana encarou a vestimenta de forma desconfiada, será que aquele vestido era de Giuliana? Mas ela estava muito fraca para discutir, então aceitou de bom grado e exibiu um sorriso antes de sua porta novamente, a fim de tomar um longo e renovador banho.
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  Ver Rosana usando as roupas de sua mãe transportava o italiano para o passado, para os momentos em que a doce dona Leonora o carregava nos braços e ele sentia aquele cheiro doce daquele vestido. Mesmo depois de mais velho, a mãe sempre conseguia o acalmar e, por causa disso, certo dia ela decidiu presenteá-lo com o vestido que havia marcado sua infância. Contudo, agora esse vestido pertencia a Rosana, e parecia ter sido feito para ela.
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  — O que foi? — Ela colocou o cabelo para trás da orelha de forma tímida, percebendo o quanto Matteo a estava encarando de um jeito diferente, mas muito bom.
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  — Nada, é que…
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  — Já sei, é estranho ver um vestido que foi da sua Giuliana em outra mulher, não é? — Rosana não disfarçou o tom de tristeza na voz, afinal, se Matteo havia guardado um vestido pertencente à ex-esposa, era porque não a havia esquecido.
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  O italiano por sua vez lançou um sorriso discreto enquanto seus dentes se prendiam nos lábios tentando disfarçar a risada, era muito bom quando Rosana ficava com ciúmes.
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  — Primeiro que questo vestido non era da “mia” Giuliana como você gosta de dizer.
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  Rosana colocou as mãos no rosto, horrorizada.
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  — Ah meu Deus, então é de outra? Você tinha uma amante? Ai, eu sou mesmo uma trouxa e…
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  Na tentativa de fazer a amada se aclamar, Matteo a segurou pelos braços de forma leve e olhou fundo em seus brilhantes olhos verdes. Esse gesto foi o suficiente para, na cabeça da herdeira, o tempo parar.
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  — Rosana, questo vestido era de la mia mamma.
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  A jovem de cabelos castanhos ondulados sentiu as bochechas corarem enquanto se soltava lentamente.
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  — Ah, da sua mãe?
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  — É, pode parecer coisa de bambino, ma a mi me piaacce sentir ilchiro da mia mama, ainda mais agora que estamos longe.
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  O coração de Rosana se apertou em culpa e em admiração. Realmente, Matteo era um homem misterioso, mas sensível, o que a encantava cada vez mais... droga.
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  — Nossa, me desculpa, eu não tinha ideia, e pode deixar eu vou te devolver ele lavadinho…
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  — Non, no precisa me devolver, é um presente. Ele ficou bem em você!
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  Rosana não sabia o que dizer diante de tamanha gentileza e prova de amor.
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  — E antes que me pergunte, eu nunca nem mostrei questo vestido para a Giuliana Capicche.
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  Um milhão de pensamentos invadiam a mente da herdeira mais velha de Gumercindo. Apesar de seu jeito durão e teimoso, o italiano gostava dela de verdade, talvez mais do que ela pudesse imaginar. Mas mesmo assim, a aspirante a empresária não podia perder a pose.
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  — Eu não ia perguntar isso.
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  Matteo deu risada, colocando as mãos no bolso.
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  — Cierto, Io vou fingir que acredito…
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  Rosana retribuiu com um leve sorriso enquanto os dois ficaram ali, apenas se admirando por alguns segundos. Era como se nada mais na face da Terra importasse; a empresa, o projeto, a briga feia de seu pai... de alguma forma, tudo a havia levado aquele momento, onde a jovem sentia que era onde deveria estar.
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  Matteo, por sua vez, fitava com carinho aquela bela mulher que em apenas algumas semanas a havia conquistado seu coração de uma forma que ele nunca pensou ser possível. Depois da morte de seu pai, seguida pela partida inesperada de Giuliana, ele se sentiu morto por dentro, não possuía mais vontade de viver, mas ao ver aquela garota de cabelos castanhos e olhos encantadores, tudo ganhou um novo sentido e agora a vendo ali na sua frente usando o vestido de sua mãe, conseguia conter a emoção que pulsava em seu peito, mas era preciso, afinal, Rosana poderia voltar para a defensiva quando ele menos esperasse, ele precisava fazer o mesmo.
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  — Você precisa dormir. Vou preparar a sua cama.
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  — Eu não estou vendo uma cama extra aqui… — Disse Rosana.
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  — Io se. Tu vai a dormir a câmara mia e Io vou dormir no sofá. — Apesar da gentileza, sua voz saiu fria.
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  — Não Matteo, eu posso muito bem dormir no sofá.
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  — Non discuta comigo, a casa mia, si?
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  — Tudo bem, eu vou aceitar.
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  Enquanto o italiano arrumava a cama, os dois permaneceram em silêncio absoluto, não porque não havia o que ser dito, mas porque ambos pretendiam ir com cautela.
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  — Eu realmente não sei o que dizer, muito obrigada pela sua gentileza! — Rosana foi a primeira a quebrar o gelo tarde da noite.
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  — E agora lá vem o ‘mas’… — Provocou o italiano, mas para sua surpresa, a garota respondeu:
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  — Não, dessa vez é sem ‘mas;, a briga com meu pai realmente mexeu comigo, você me ajudou quando eu nem precisava, mesmo eu sendo chata.
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  — É, você é molto chata mesmo, ma…
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  Sem mais nem menos, o italiano se aproximou até ficar a centímetros dos lábios de Rosana; em um gesto inesperado ele acariciou seus cabelos de forma cuidadosa e muito amorosa.
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  Mesmo assim era o suficiente para eletrizar o corpo inteiro da garota.
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  — Bonna notte, Rosana.
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  — Bonna notte.
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  Rosana foi para debaixo das cobertas com a cabeça leve. Apesar do rompimento com Gumercindo e de ter aberto mão daquele que acreditava ser seu maior sonho, tudo estava bem e ficaria bem, desde que ela tivesse Matteo a seu lado.
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  No dia seguinte ela levantou com um sorriso no rosto, seus olhos foram atraídos pelos inúmeros objetos ainda espalhados pelo quarto do italiano, a fim de saber mais sobre aquele que a havia conquistado. De forma discreta começou a encarar os porta retratos todos são delicados, mostravam Matteo e sua família tão linda. Um tropeço, porém, a fez achar no chão uma caixa rosa coberta de oração e em vermelho escrito o nome que ela menos queria encontrar ali: Giuliana.
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