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História NÃO RECOMENDADA PARA MENORES ou PESSOAS SENSÍVEIS.

Esta história pode conter descrições (explícitas) de sexo, violência; palavras de baixo calão, linguagem imprópria. PODE CONTER GATILHOS

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E se for ele?

Escrita porKelsea
Revisada por Lelen

Capítulo 15

Tempo estimado de leitura: 15 minutos

De forma automática, Rosana desceu do hotel em que já havia se hospedado algumas vezes em ocasiões especiais.  Ainda com a cabeça erguida ela ignorou os olhares malvados e caminhou até o balcão iluminado por luzes amarelas, onde foi recebida por uma atendente de óculos grossos e bigode por fazer.
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  — Em que posso ajudar?
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  — Eu gostaria de uma suíte com uma cama, por favor.
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  Na correria desde o início do incêndio,  a jovem de cabelos castanhos não teve tempo de trocar de roupa, por isso ainda se encontrava com o mesmo vestido rosa com o qual havia dançado com Matteo apenas algumas horas antes. A lembrança do momento fez a curiosidade invadir o cérebro da herdeira. Onde o italiano estaria, em casa? Onde o ônibus da empresa o havia deixado, ou teria saído? Será que deveria procurá-lo?  Ou melhor, será que ele se importaria? A maneira como a girou e olhou no fundo de seus olhos mais cedo diziam que sim, porém mesmo depois de tudo, algumas dúvidas ainda persistiram na cabeça da aspirante a empresária, afinal a mesma não estava acostumada a seguir o seu coração daquela forma.
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  — Qual será a forma de pagamento? — A mulher de bigode a encarou de cima a baixo como se tivesse alguma propriedade para julgá-la.
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  Rosana enfiou a mão na bolsa a procura de sua carteira, por sorte ela a havia levado para a festa, ainda que fosse estranho. A jovem se deparou com o cartão black sem limite que seu pai deixava sob seus cuidados. Por ser muito responsável e querer sempre fazer o melhor para impressionar Gumercindo, nunca abusou do poder que tinha nas mãos, o usando somente em emergências, mas agora, depois de todas as ofensas ouvidas ela não iria gastar um centavo do dinheiro que juntou durante esses anos, uma noite decente em um hotel de respeito era o mínimo que merecia depois de ser tão insultada. Por isso, exalando confiança ela colocou o objeto em cima do balcão o exibindo para a recepcionista azeda, que ao vê-lo mudou sua postura.
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  — Vai ser nesse cartão, por favor, e eu quero a sua melhor suíte! — provocou.
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  Forçando um sorriso, a recepcionista começou a digitar algo no computador antes de pegar os dados. Por fim, de forma cordial, entregou uma chave.
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  — Obrigada. — Sua voz saiu seca e fria.
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  Ao entrar no quarto, Rosana tirou a máscara de valentia que cobria seu rosto e finalmente permitiu que as lágrimas viessem.
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  Elas desceram e desceram sem parar, até que por fim a cabeça inchada fez com que a jovem se deitasse na cama, onde continuou a derramar mais lágrimas, não se importando em controlar o barulho. Mesmo que ela mesma tivesse enfim tomado a coragem de enfrentar seu pai e dizer tudo que estava entalado durante anos, era doloroso deixar um sonho cultivado desde a infância ir embora.
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  Por muitos anos, a vida da herdeira mais velha de Gumercindo se resumia em acompanhá-lo quando permitido, aprender o máximo que seu cérebro podia sobre café e se preparava para assumir seu lugar de direito, provando assim, de uma vez por todas ao empresário que a havia colocado no mundo, sua capacidade. Há tempos não pensava em si mesma, no que realmente era importante e a deixava feliz, quer dizer, pelo menos até a chegada de um certo italiano. Ao vê-lo pela primeira vez, uma sensação diferente invadiu seu peito, uma certeza, como se os dois estivessem destinados a se encontrarem naquela manhã antes da maldita reunião.
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  Estava tão focada em apresentar o projeto perfeito que nem o viu passar por entrar, precisou ter seu computador encharcado de café para notar aquele que balançaria suas estruturas. De repente a jovem se pegou imaginando: E se naquela mesma manhã tivesse o encontrado mais cedo, talvez tivessem conversado e se tivesse prestado mais atenção nos outros acionistas teria ouvido sobre Matteo, quem sabe não teria se apresentado antes de uma forma mais apropriada.
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  Depois de passar uma vida inteira cega com o único objetivo de arrancar um elogio de Gumercindo, Rosana estava despertando, recuperando sua vida e tomando as rédeas.  Como ela queria entrar naquela sala de acionistas outra vez e dizer o que realmente pensava de cada um deles: aproveitadores, sanguessugas, mais preocupados com as amantes de lábios e peitos enormes do que com a própria família que nas reuniões tanto diziam querer proteger, um bando de hipócritas. Então a fala de seu pai veio à sua mente, haveria um jantar na noite seguinte onde todos eles estariam presentes, aquela era sua chance de mostrar seu valor, de deixar bem claro que a partir de agora não se importava com a opinião de nenhum daqueles imbecis. Só havia um problema: A coragem. Acostumada a se comportar e sempre estampar sorrisos falsos nos lábios, pelo menos diante de uma plateia, a herdeira não conseguiria dizer tudo que pensava em um lugar público. Em casa, somente com a presença de Angélica, era uma situação, agora em um restaurante chique, diante de todos os acionistas, era outra história. Seu plano parecia perdido até uma ideia surgir. Na noite em que bebeu com Matteo, teve coragem de dizer a ele suas primeiras impressões e de não recusar o seu beijo logo de primeira. Aí estava a resposta. Com um sorriso verdadeiro nos lábios, ela desceu até o bar onde arranjou uma cadeira e chamou o garçom. Ele perguntou o que iria querer, ela pensou bastante, não estava acostumada a beber nada além de vinho ou no máximo algumas cervejas leves, porém a situação era extrema, então, lutando para não vacilar, afirmou:
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  — Vou querer sua vodca mais forte.
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  O garçom a encarou com desconfiança, mas atendeu ao pedido. Com as mãos trêmulas segurou o copo a fim de levar o conteúdo até a boca, o líquido desceu queimando por sua garganta e como era de se esperar, o gosto não era nada agradável, todavia, nenhuma bebida alcóolica no mundo era feita para ser saborosa. 
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  O primeiro copo foi embora em minutos, enquanto Rosana sentia seu peito queimar devido a temperatura quente e o gosto forte da bebida, porém não iria desistir até estar pronta. Assim vieram o segundo, terceiro, quarto, quinto copo. Quando se deu conta, a jovem não tinha mais controle sobre suas atitudes. Caiu na risada.
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  — Olha só a minha situação, qual meu quarto mesmo? Ah, o que importa… — Sua voz arrastada ecoou por todo o bar.
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  Mais risadas, dessa vez, estava tonta demais para se importar com os olhares julgadores, mas louca o bastante para dizer o que pensava:
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  — O que estão olhando? Nunca viram uma garota que brigou com o pai antes? Ah, se soubessem não estariam me julgando dessa forma… Mas eu digo para vocês que não vai ficar assim. Eu vou atrás do que é meu. Garçom, mais uma! — gritou.
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  O jovem tímido se aproximou e em um sussurro advertiu:
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  — Acho que a senhorita já exagerou.
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  A jovem usando sua força socou o copo na mesa antes de responder:
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  — Olha só, eu me libertei de um ditador para encontrar outro. Quer o meu dinheiro ou não?
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  — Bom, sim, mas…
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  — Então me traz logo a droga de mais uma rodada e rápido.
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  Enquanto esperava, Rosana sentiu sua cabeça girar, ao olhar a sua volta só via borrões.
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  — Olha só… parece que essa tontura está me dando um… — Sem aviso, ela caiu da cadeira já com os olhos fechados.
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  As pálpebras da jovem abriram de forma gradual enquanto, em meio aos borrões, ela enxergou um barman de testa franzida de braços cruzados.
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  — O que aconteceu? — Sua voz saiu fraca e sua cabeça ainda não havia parado de girar.
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  — Ainda pergunta? A senhorita está dormindo aqui há quase um dia.
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  Rosana quase deu um salto da cadeira, mas por sorte seus dedos, mesmo moles, a seguraram.
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  — O quê? Como assim? Espera, que horas são?
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  — São seis horas da tarde desta segunda-feira, sabia que não deveria ter te servido tantas vodcas. Esses herdeiros.
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  — Primeiro que não sou mais herdeira, segundo, havia mais pessoas aqui, e agora estou sozinha.
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  — Deve ser porque, como eu disse, são seis horas da tarde de segunda-feira e o seu ronco também não colaborou muito…
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  Tentando colocar a cabeça no lugar em meio aos flashes dos momentos antes de apagar, Rosana indagou:
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  — Espera, então eu apaguei mesmo.
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  — Sim, bem feio, perdi a conta de por quanto tempo te chamei, mas acabei desistindo, apesar de a senhorita ter espantado os meus clientes.
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  A fala do barman ficou em segundo plano enquanto a mente de Rosana se lembrava do principal motivo pelo qual havia bebido tanto, o jantar, enfrentar os acionistas, e o polo que havia escutado, já estava na hora.
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  — O que eu te paguei ontem em bebida é suficiente para pagar qualquer prejuízo, agora eu preciso ir.
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  Sua garganta ainda queimava, a cabeça ainda girava e as pernas cambaleavam, porém ela não iria desistir naquela altura, por isso pediu à recepcionista mal-humorada que chamasse um táxi. Por um milagre, a jovem entrou no carro intacta e conseguiu dizer o endereço, talvez porque o soubesse de cor devido às inúmeras vezes que se viu sentada àquelas mesas chiques na companhia de seu pai.  Nas ocasiões em questão, ela era sempre tratada com honra e regalias, porém naquele dia seria uma penetra, e das mais indesejadas.
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  O taxista estacionou e Rosana desceu rapidamente ao reconhecer o letreiro. Ainda com a injeção de coragem fornecida pela bebida, a herdeira entrou no local e caminhou direto para a mesa onde seu pai e os outros mauricinhos se encontravam, contudo, junto a eles estava…  Matteo.
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  Droga, com toda a euforia em se vingar, se esqueceu completamente de que o italiano de olhos brilhantes estaria presente.
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  Todavia mais uma vez o álcool em sua mente cortou qualquer sinal de nervosismo, pelo contrário, a fez ser notada em forma de um pigarro.
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  Ao ver a filha, Gumercindo lhe lançou um olhar repreensor e assustado ao mesmo tempo.
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  — Achou que eu não viria, não é pai? — Ela bateu à mesa, não demonstrando medo.
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  — Rosana… o que vocês estão fazendo aqui? — O empresário bebericou o vinho na tentativa de disfarçar as mãos trêmulas.
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  — Você sabe muito bem o que eu estou fazendo aqui, pai, você e esse seu bando de sanguessugas nunca me valorizaram, por isso agora quero que todos vocês vão para o inferno! — Seu tom era alto o bastante para chamar a atenção de todos no restaurante.
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  — Rosana, você bebeu? — Gumercindo deixou transparecer uma gota de preocupação, mesmo que pequena, contudo, seu objetivo era evitar um escândalo.
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  — Não é da sua conta. Eu cometo erros também, sabia? Mesmo que você me reprove por isso, sim eu posso ter colocado fogo no chalé sem querer, mas esses seus engravatados aí colocam fogo na sua empresa todos os dias com as mulheres que levam para lá.
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  Matteo encarou a amada com pesar, seu coração não suportava a ver naquela situação, precisava fazer algo.
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  — Já chega… — Gumercindo se levantou pronto para tomar uma atitude drástica quando uma mão italiana o parou.
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  — Per favore signor Gumercindo, Io resolvo.
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  Por impulso, o jovem italiano pegou no colo a herdeira, mesmo entre os berros, e a tirou dali. Seu coração temeu e se alegrou ao perceber que só havia um lugar para o qual levá-la.
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  O apartamento de Matteo, apesar de apertado, era muito aconchegante ele acendeu a luz ainda com Rosana nos braços.
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  Já um pouco mais calma, ela caiu na risada com a constatação.
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  — Você está me carregando da mesma forma que um marido carrega uma mulher!
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  — Acredite, Rosana, Io queria molto te trazer aqui, ma, non questa situacione.
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  Contra a vontade, a colocou no chão.
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  — Por que me trouxe até aqui para o seu apartamento? Eu tenho coisas a resolver no restaurante.
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  — Non, você non tem nada que resolver lá, ainda mais in questo estado — afirmou, sentindo de longe o hálito forte da garota de cabelos marrons.
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  — Eu te odeio, sabia? Está sempre atrapalhando meus planos, eu estou ótima e quero que me leve de volta até lá.
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  Mesmo com os olhos sequestrados pelo álcool, Rosana continuava linda e a mulher mais sedutora que já havia conhecido.
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  Colando as mãos na cintura ele se aproximou até ficar apenas alguns centímetros daquela boca que continuava perfeita mesmo exalando vodca.
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  — Ah, é, e sei io no levar o que vai fazer?
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  — Eu vou gritar e você não vai poder me impedir de gritar, quer ver…
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  Rosana cumpriu a promessa e sua voz em segundos ecoava por todo o apartamento. Ragazza teimosa, mas foi então que ele se lembrou do melhor jeito de fazê-la se calar.
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  — Io non queria ter que fazer isso, Rosana, quer dizer, non é que Io non queira molto pelo contrário, você, que se dane, Io vou te fazer parar de gritar.
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  Se calando ela desafiou:
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  — Ah é? Quero ver como!
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  Antes que ela pudesse recomeçar a “linda sinfonia” Matteo a puxou para si e a envolveu em um beijo apaixonado, este obviamente a impedia de pronunciar qualquer som ou palavra.
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