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História NÃO RECOMENDADA PARA MENORES ou PESSOAS SENSÍVEIS.

Esta história pode conter descrições (explícitas) de sexo, violência; palavras de baixo calão, linguagem imprópria. PODE CONTER GATILHOS

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E se for ele?

Escrita porKelsea
Revisada por Lelen

Capítulo 13

Tempo estimado de leitura: 15 minutos

Os ombros de Rosana tremiam e os pelos de seu corpo todo se arrepiaram, dessa vez, ao contrário da noite anterior, devido às baixas temperaturas. Ela não se lembrava de que aquele quarto no chalé era tão frio. Claro que ela sempre ia em julho, mas mesmo assim, seu quarto sempre estava aquecido por causa da… lareira. A jovem encarou o canto vazio onde as últimas vezes chamas vermelhas ardiam. Droga, ela havia se esquecido de pedir aos empregados para pegar lenha semanas antes, provavelmente só havia o bastante para a fogueira da festa mais tarde.
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  Realmente um certo italiano havia bagunçado sua cabeça, mas naquele instante ela não podia deixar de imaginar que um calor humano naquele momento não seria nada mau. Mas o que estava dizendo? Esses pensamentos já deviam ter deixado de existir! Afinal, estava ali por razões profissionais e não havia tempo para se distrair com um romance… Então, por que sua mente insistia em voltar à noite anterior? Ela tocou a mão queimada e se lembrou de como horas antes, a mesma foi cuidada com tanto carinho pelo italiano. Tudo porque a jovem havia tentado fazer uma sopa… quanta besteira e enquanto isso, provavelmente, Matteo do lado de fora relembrava os bons momentos com a bela ex-esposa, como ele a aconchegava nos braços. Essas ideias faziam o estômago de Rosana embrulhar e não pela falta de alimentos. Novamente seus lábios sentiram o gosto do beijo tatuado em sua memória como se o tempo tivesse parado naquele instante… tão mágico…
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  — Se controla, Rosana, hoje é um dia importante, a festa, está lembrada? Você precisa mais do que, em qualquer outro ano, passar uma ótima impressão aos acionistas.  Isso é tudo que importa! — repetiu para si mesma até começar a acreditar, mas era inútil.
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  Ainda trêmula por causa do frio, a herdeira mais velha vestiu uma blusa de lã coberta por uma jaqueta.  Os outros acionistas chegariam somente mais tarde, o que lhe daria tempo de tomar o café da manhã e se arrumar com calma. Seus pés desceram as escadas, enquanto sua mente torcia para que Matteo ainda não tivesse acordado, porém  seu coração clamava pela presença do italiano.
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  Ouvindo um barulho, ela suspirou percebendo que não teria escolha a não ser encarar Matteo, então, com a cabeça erguida, ela caminhou até a cozinha e quase em um sussurro cumprimentou:
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  — Bom dia!
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  Matteo que estava distraído com os pratos, se virou quando ouviu a voz feminina e sem esboçar nenhuma expressão respondeu:
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  — Buon Giorno.
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  A saudação fria atingiu o coração de Rosana como uma flecha, enquanto a jovem pegava uma maçã em completo silêncio.
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  Minutos se passaram enquanto a agonia por aquela situação crescia no peito da herdeira. Obviamente eles não falariam sobre o beijo ocorrido, enquanto os dois estavam com a cabeça cheia de vinho, mas aquela falta de comunicação a deixava maluca, então, tentando parecer o mais natural possível, iniciou uma conversa.
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  — E então? Dormiu bem? — Ela não tirou os olhos da fruta.
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  — Si molto bene! — Outra vez o italiano pareceu responder de forma automática.
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  — Tem certeza, quer dizer, estava muito frio!
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  Pela primeira vez naquela manhã o italiano exibiu uma expressão quando franziu as sobrancelhas.
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  — Tu hai sentido fredo? — Havia um tom de preocupação disfarçada em sua voz o que fez Rosana se controlar  para não sorrir.
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  — Um pouco — ela começou. — Quer dizer, eu acabei esquecendo de pedir para os empregados pegarem lenha para os quartos de hóspedes, então…
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  Ela lançou um olhar para Matteo, torcendo para que ele entendesse a indireta.
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  — Bene, hai una floresta chi tu pode ir lá pegar lenha.
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  A simples frase fez os lábios da herdeira caírem em frustração.
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  — É, mas eu nunca fiz isso sozinha e não sei se vou aguentar outra noite como essa…
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  Matteo cruzou os braços a encarando de cima para baixo como se estivesse entendendo seu jogo.
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  — Está mesmo reclamando deu fredo na tua câmara para alguém que estava dormindo lá fora?
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  A garota de cabelos marrons e ondulados engoliu seco com a bronca.
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  — Você mesmo disse que está acostumado… já eu, não… Além do mais minha mão ainda está queimada, se esqueceu.
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  Matteo respirou fundo, enquanto organizava os pensamentos, aquela ragazza teimosa tinha mesmo o poder de o tirar do sério, ao mesmo tempo em que no fundo sabia estar disposto a fazer o que fosse por ela.
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  — Cierto, Io vou pegar lá lenha para il tuo quarto Rosana.
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  Os lábios da jovem exibiram um sorriso.
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  — Mas, você vai comigo!
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  — O quê? Que tipo de cavalheirismo é esse? — provocou assustada e ao mesmo tempo animada com a ideia de ficar sozinha na floresta com o italiano de olhos brilhantes.
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  Como se estivesse prestes a vencer uma partida contra seu adversário mais duro, Matteo se manteve firme.
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  — Como dizem chi “é pegar ou largar”.  Va  querer lá  tua lenha ou vai passar otra notte com fredo?
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  Rosana resmungou.
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  — Mas lá fora está muito frio.
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  — Questa jacqua que está usando vai te proteger.
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  Percebendo que dessa vez não teria como vencer, a aspirante a empresária suspirou derrotada.
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  — Tudo bem, eu vou!
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  — Então, andiamo!
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  O vento parecia cortar o rosto de Rosana, enquanto o barulho das folhas a deixava irritada de certa forma, contudo, ela não reclamou, afinal não queria começar uma discussão com o italiano. Matteo andava a seu lado com as mãos no bolso, em silêncio, ainda frio, nem parecia o mesmo homem gentil que havia cuidado de sua mão algumas horas antes. Bom, talvez ela mesma fosse culpada por esse comportamento.  Ela podia mentir para o resto do mundo, porém não para si mesma. No fundo, ela sabia muito bem o quanto queria aquele beijo, mas ela mesma havia arruinado o momento pelo qual secretamente esperava ansiosa.
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  Evitando olhar diretamente para Matteo e para seus olhos sedutores, a jovem voltou para o céu, naquela manhã coberta por nuvens brancas.  
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  — Nossa, o céu está tão feio hoje, você disse que gosta de ver as estrelas, mas imagino que ontem não tinha tido nenhuma — comentou na tentativa de quebrar o gelo.
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  — Stai enganada, o visto multas estrelas até mesmo uma estrela cadente. — Dessa vez o italiano deixou transparecer gentileza em sua voz.
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  — Nossa, quanto tempo que eu não vejo uma estrela cadente!
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  O comentário fez Matteo imaginar como teria sido bom se Rosana estivesse ao seu lado lá fora, talvez eles pudessem rir juntos, falar sobre vários problemas e ela se aconchegaria em seus braços quando o sono chegasse… O que ele estava pensando? Por mais difícil que fosse, precisava manter a frieza, afinal a própria Rosana havia deixado claro que nunca mais o ocorrido na noite anterior iria se repetir. Todavia, o italiano, mesmo assim, daria tudo para sentir aqueles lábios novamente nos seus.
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  — Minha mãe costumava observar o céu comigo, mas meu pai não dá a menor importância para essas coisas…
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  — Anche Io costumava ver il cielo com la mia mama, ela sempre me dizia para fazer um pedido quando visse una estrela cadente.
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  — Ah. E o que foi que você pediu ontem? — A jovem se virou de frente para Matteo, o provocando.
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  O italiano teve que se controlar muito para não acariciar seus cabelos macios e beijá-la mais uma vez ali mesmo.  Sua vontade era tomá-la nos braços em meio àquelas árvores verdes, contudo aquela ragazza teimosa  parecia não sentir o mesmo, quer dizer, às vezes ela parecia amá-lo intensamente para no instante seguinte odiá-lo até a morte, era uma linha tênue capaz de romper a qualquer momento e Matteo faria o que pudesse para que a mesma se rompesse para o lado do amor, contudo naquele instante ele se aproximou perigosamente, mas  desta vez, ao invés de juntar seus  lábios nos dela,  manteve seu tom frio e se limitou a responder:
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  —  A melhor coisa de fazer um pedido  para una estrela e que ela não te julga. Por isto Isto é entre Io e aquela estrela. — Ele a fitou de cima a baixo tentando gritar através da linguagem corporal que ela era seu maior desejo.
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  Rosana, contudo, não entendeu e cruzou os braços ofendida
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  — Tudo bem, eu não pergunto mais, seu grosso.
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  — Se continuar a me ofender Io vou embora e você vai ficar sem la tua lenha… — ameaçou.
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  Rosana cruzou os braços como uma criança mimada.
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  — Tudo bem, eu vou ficar quieta, agora vamos logo, porque ainda tenho muito o que fazer antes dos outros acionistas chegarem.
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  — Ecoo.
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  Rosana caminhou em silêncio mantendo a cara amarrada na tentativa de disfarçar o desapontamento que crescia em seu peito. Ela tinha esperanças de que o pedido de Matteo para a estrela estivesse relacionado a ela, mas quanta bobagem. Claro que o italiano estava morrendo de raiva da noite anterior, quer dizer, tudo bem que ele tinha sido gentil ao ajudá-la com sua mão queimada, porém…  Droga, toda essa situação era tão confusa. Ao mesmo tempo em que ela queria desesperadamente se jogar nos braços do italiano, queria proteger sua posição e defender seu projeto com unhas e dentes. Se fosse alguns dias atrás, antes de conhecer Matteo, a jovem herdeira não teria dúvida alguma sobre seguir sua mente ao invés de seu coração. 
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  Todavia, tudo mudou quando viu o acionista estrangeiro pela primeira vez naquele maledito dia, algo diferente despertou dentro da garota de cabelos castanhos e ondulados, no momento ela não soube dizer o que era, mas agora ela entendia que naquele instante, ela estava apenas começando a aprender  o significado da palavra amor.
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  Depois de colocar a cabeça no lugar e com sua lenha garantida graças a experiência e a força de Matteo,  Rosana teve força e disposição para receber os acionistas da melhor forma possível, vários elogiaram a decoração e a maneira como tudo estava tão bem organizado, o que a deixou orgulhosa, contudo ela não pode deixar de creditar parte do mérito ao italiano cabeça dura que no dia anterior também havia trabalhado de forma incansável para ajudá-la.
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  A noite caiu e era a hora da quadrilha em volta da fogueira. Mesmo estando frio, aquecida pela lareira acessa, a jovem optou por um vestido rosa de manga curta com o qual ela se achava bonita. Seus cachos soltos e os lábios preenchidos por seu gloss favorito completaram o visual com o qual a aspirante a empresária se sentiu satisfeita para finalizar, era hora do perfume, ela segurou seu frasco favorito, porém, em um momento de distração, ele se espatifou no chão, mas mal havia tempo de limpar, depois ela pedia para um empregado, aquela era a hora de encarar seu destino.
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  Nos anos anteriores  ela não havia se preocupado tanto com o look da quadrilha, na verdade da última vez optou por um vestido caipira com tranças, mas nem  sob tortura ela permitiria que Matteo a visse vestida daquele jeito, não que o italiano tivesse qualquer  influência na sua decisão. Pelo menos essa era a mentira que contava para si mesma.
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  Enquanto caminhava em direção à fogueira, Rosana amaldiçoava o vento por bagunçar seus cabelos. Céus essa era uma preocupação que nunca havia ocupado a sua cabeça. Por algum motivo que ela sabia muito bem ter nome e sobrenome, naquela noite, pela primeira vez, ela se encontrava agindo como uma garota insegura.  Seu olhar passeava pelo jardim quando de repente, ela se deparou com o motivo de seus nervos estarem à flor da pele.  Diferentemente de mais cedo, Matteo lhe lançou o sorriso amigo e muito sedutor.
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  Ao ver a garota de cabelos ondulados usando aquele vestido tão lindo, com os cabelos ao vento, o jovem italiano não teve outro pensamento a não ser que a ragazza mal-humorada estava perfeita naquela noite.  Enquanto ele usava uma blusa xadrez e uma calça jeans rasgada, era o que ganhava por tentar se adaptar cem por cento aos costumes brasileiros. Ao olhar de Rosana todavia, ele continuava lindo e charmoso como sempre.
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  — Pelo jeito você veio mesmo disposto a entrar no clima — provocou.
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  — Si, il mio padre sempre falava sobre a quadrilha e como ela é incrível.
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  — Então suponho que ele também tenha te ensinado como se dança.
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  Com as mãos no bolso o italiano sentiu suas bochechas corarem.
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  — Non, na verdade, non.
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  A jovem olhou em volta, afinal se os acionistas a vissem dançando com o italiano poderiam pensar bobagens ou até mesmo que ela era uma irresponsável, porém ao encará-los com mais atenção, percebeu que todos estavam distraídos dançando com suas esposas, dançando ou bêbados demais para prestarem atenção. Então ela decidiu se divertir e fazer o que queria por pelo menos uma vez.
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  — Ah, então pode deixar que eu te ensino agora mesmo.
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  E em meio a uma música tradicional, Rosana puxou o gringo de olhos brilhantes para perto da fogueira onde dançaram ao ritmo tradicional em perfeita sintonia.
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  — Você pegou do mesmo jeito? — elogiou, enquanto embalava seu braço ao de Matteo.
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  Ele deu uma leve risada antes de comentar.
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  — Acho que porque Io tenho lá meglio  professora.
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  Foi a vez de Rosana corar.
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  A dança continuou por alguns minutos, nenhum dos dois dava sinal de cansaço, porém tudo mudou quando de repente, a música tradicional de quadrilha deu lugar a uma balada lenta.
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Lelen

Gente, até eu fiquei confusa e ofendida com essa postura de início de capítulo por parte do Matteo. Esses dois tentando fingir que já não se gostam, aff.
E agora com a musiquinha lenta, DANCINHA AGARRADINHOS <3

Kelsea

Pois é né? Imagina a Rosana… ah maus a dança lenta vai fazer eles admitirem sim senhor!!!

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