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ATENÇÃO!

História NÃO RECOMENDADA PARA MENORES ou PESSOAS SENSÍVEIS.

Esta história pode conter descrições (explícitas) de sexo, violência; palavras de baixo calão, linguagem imprópria. PODE CONTER GATILHOS

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E se for ele?

Escrita porKelsea
Revisada por Lelen

Capítulo 11

Tempo estimado de leitura: 13 minutos

Sentir os lábios de Matteo contra os seus deixou Rosana em um estado de êxtase e hipnose onde ela parecia não escutar ou sentir mais nada além daquele beijo com o qual havia sonhado desde o momento em que viu aquele maldito italiano entrar no escritório da empresa, pouco antes de sua apresentação.
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  Mesmo estando com a cabeça cheia de vinho, o que mais anestesiava a jovem era sua vontade de permanecer ali, naquele momento, pelo resto da vida, sem preocupações, sem Gumercindo para impressionar, sem mais nada além do puro desejo e borboletas no estômago. Sim, pode ser uma fala clichê, mas era exatamente essa a sensação.
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  A ideia de nunca mais se soltar era tentadora, porém, depois de muito custo, sua mente, por um milagre, voltou ao estado normal e a puxou de volta à razão. Aquilo era errado, o que seu pai diria se soubesse de seus sentimentos pelo filho do homem que, supostamente, o roubou? Não que Rosana acreditasse nessa hipótese, na verdade, depois de conhecer Matteo melhor, a jovem desconfiava que seu pai talvez tivesse ainda mais segredos do que ela imaginava. De toda forma, era muita irresponsabilidade beber daquela maneira em um evento de trabalho e ainda ter envolvimento com um dos acionistas. Se esse fato chegasse aos ouvidos do senhor Gumercindo, Rosana podia dar adeus ao sonho da presidência. 
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  Assim sendo, por mais difícil que fosse, a aspirante a empresária empurrou o italiano e deixou sua personalidade mal-humorada tomar o controle novamente, afinal, uma garota precisava se defender em situações desse tipo. Não que Matteo representasse algum perigo, quer dizer, não representava na forma tradicional, mas sim um perigo para os seus sonhos e seu futuro.
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  — Eu não acredito no que você… Seu aproveitador, eu te ofereço vinho como amizade e é isso que me oferece em troca?
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  Matteo arregalou os olhos, confuso, enquanto sentia seu peito se encolher em tristeza. Aquele beijo era o que ele esperava desde o momento em que colocou os olhos na filha mais velha de Gumercindo. Pressionar seus lábios contra os dela era uma atitude que queria ter tomado há muito tempo, porém somente o vinho lhe deu coragem para concretizar esse desejo que o italiano lutava tanto para manter sob controle. Ele não podia esquecer, afinal, Rosana era filha do homem responsável por arruinar a vida de seu pai e consequentemente de toda sua família, maldito, mas, então por que beijá-la pareceu tão certo? E ainda melhor do que ele havia imaginado? De toda forma, era inútil fazer suposições, visto que lá estava a garota ranzinza outra vez.
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  — O quê? Io aproveitador, ma dio santo, você só me ha afastado agora, não vai me dizer que non ti piacerebbe il mio bacio?
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  A jovem cruzou os braços lutando para não hesitar. Claro que ela havia gostado, na verdade, o beijo a havia feito sentir como se estivesse flutuando nas nuvens, contudo, jamais admitiria essa verdade enterrada no fundo de seu coração, não podia, por mais tentador que fosse.
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  — É claro que não, eu só demorei a me soltar porque estou com a cabeça cheia de vinho e você se aproveitou disso, seu idiota. Ah, maldita hora em que meu pai te mandou vir comigo — acusou, tentando acreditar nas próprias palavras.
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  A decepção fez morada no coração de Matteo, pela primeira vez ele pensou que Rosana admitira seus sentimentos e talvez eles pudessem se dar uma chance, mas  a garota orgulhosa não dava o braço a torcer, ou talvez realmente não sentisse o mesmo… não essa possibilidade era impossível, visto como a garota de cabelos castanhos ondulados havia correspondido ao beijo apenas alguns segundos antes.
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  — Ma que ragazza teimosa, Io ho dito tutto che sinto  chi em il mio core desde la prima volta che ho te visto,  ma tu eres tan invisibile.
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  — Insensível, eu?  Quer saber? Eu é quem não te entendo, italiano, em um momento você me beija e no outro me ofende dessa forma? Eu te odeio.
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  Matteo cruzou os braços com a declaração obviamente falsa, mas se Rosana queria jogar, ele mostraria do que era capaz.
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  — Ta bene, se é assim, Io também te odeio e nunca teria te beijado se não tivesse me embebedado com esse maledito vino solamente para che io aprove il tuyo projeto idiota,
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  Rosana arregalou os olhos ainda anestesiada pela adrenalina.
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  — Idiota? Ah, eu sabia que suas desculpas eram da boca para fora, não acredito que desperdicei uma garrafa do melhor vinho da adega do meu pai com você.
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  — Sua ragazza interesseira — acusou, apontando o dedo, enquanto continuava perto o bastante da jovem para ouvir sua respiração.
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  — Interesseira, ora, seu mal-educado, você que é interesseiro, aposto que não teria me beijado se eu não fosse filha do dono. — As palavras saíram de forma automática.
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  — É, tiene razon, Io no debia ter beijado filha deum crápula, tu eres tan maledita quanto l tuo padre.
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  — Pelo menos o meu pai não é um ladrão — revidou a garota, porém, ao ouvir palavras em sua voz, se arrependeu logo em seguida.
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  — Matteo, me desculpa, nós estamos de cabeça quente…
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  — Non hai problema, você disse o que pensa… E eu também vou dizer, il tuyo projeto realmente é uma piada e se depender de me, nunca será aprovado — soltou para também se arrepender logo em seguida.
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  — Quer saber? Eu não vou aguentar dormir no quarto ao lado do seu, eu vou dormir lá fora…
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  — Non, Io non voy dejar una dama dormir do lado de fora, Tu  dorme chi, Io dormo lá fora.
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  — Ótimo! — retrucou a garota, enquanto cruzava os braços. — Tem cobertores e travesseiros naquele armário, faça bom proveito. — Apontou de maneira fria para uma pequena porta branca no canto da sala.
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  Matteo foi em direção ao local, lutando para conter as lágrimas, ele sabia que aquele final de semana podia dar errado, mas não esperava que chegasse àquele ponto.
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  Depois que o italiano saiu, Rosana deixou as lágrimas caírem. Em seus lábios ainda podia sentir o gosto daquele beijo roubado, ou melhor, roubado em termos, visto que ela o desejava ardentemente. Há quanto tempo ela não se sentia amada ou desejada daquela forma, pela primeira vez em tempos, a herdeira mais velha de Gumercindo sentiu o peso da pressão sair de suas costas e tudo que importava era aproveitar aquele momento, um momento tão bonito que ela mesma havia acabado de jogar fora por puro orgulho e ambição… Mas o que estava dizendo? Assumir a empresa de seu pai era seu sonho desde criança, não podia colocar tudo a perder por causa de um italiano sedutor que fazia suas pernas bambearem e os pelos de seu corpo inteiro se arrepiarem só com uma palavra.  Ainda mais considerando o que ele havia dito por último.  Não havia dúvidas de que não seria possível ter seu projeto e Matteo ao mesmo tempo. Infelizmente, uma mulher não podia conseguir tudo nesse mundo hipócrita e machista. Com essas ideias rodeando sua cabeça, Rosana subiu para um dos quartos, mesmo sabendo que não pregaria o olho uma vez sequer naquela noite.
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  Matteo se sentou no chão gelado da enorme varanda do chalé. Suas pernas se cruzaram de forma automática, enquanto seus olhos eram puxados para o céu. Desde pequeno, o italiano gostava de observar as estrelas, de algum modo, elas o faziam acreditar em desejos impossíveis e que os mesmos poderiam ser realizados. O jovem se lembrava de uma noite em que, para distraí-lo da saudade do pai, dona Leonora chamou para a varanda da pequena casa, não tão grande quanto o chalé em que estava naquele momento, mas muito confortável e cheia de amor.
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  Matteo poderia passar horas imerso no mundo das estrelas e de tudo mais que viesse do alto, seus olhos de criança brilhavam toda vez que dona Leonora permitia que o menino dormisse do lado de fora para observar aquele mundo tão distante, mas tão atraente a seu ver.
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  O agora adulto que ainda nutria a mesma paixão riu com as lembranças, dormir do lado de fora não era algo novo para ele.
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  — Io no podia deixar a Rosana dormir aqui fora, ainda mais que ela non deve estar acostumada como Io, povereta.
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  Enquanto tentava distrair, Matteo percebeu  um movimento diferente no céu, uma estrela passava por entre as nuvens e as cortava com extrema rapidez. 
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  A última vez em que viu uma daquelas, estava no quintal de sua casa, ele não sabia o que era, porém, o garotinho era curioso, por isso indagou sua mãe sobre aquele objeto diferente, aquela estrela que se destacava de todas as outras. Dona Leonora explicou que era uma estrela cadente, uma estrela que passava somente em momentos específicos e por isso era capaz de realizar um desejo.  Na ocasião, ele sabia muito bem o que pedir. A volta de seu pai. Bartollo estava há anos no Brasil, desde antes do nascimento do filho, e o peito do garotinho doía pela sua ausência. Cartas já não eram mais o suficiente, ele clamava por um abraço paterno. A estrela, no entanto, demorou um pouco para atender seu pedido, visto que seu pai só retornou alguns anos depois e mesmo assim a vida o levou embora para sempre pouco tempo depois…
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  Desde a morte de seu pai ele não olhava para aquelas estrelas da mesma forma.
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  — Ah, estrela, questa notte Io non vou fazer um peiedio, porque credo mas em tê, la última volta que te confiei, demorou molto tempo para realizar il mio pedido, sua maledeta.
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  Ele encarou o brilho vindo dos céus e seu coração pareceu implorar para que ele voltasse à infância pelo menos por alguns segundos e acreditasse na magia.
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  — Cierto, Io no credo nel tuo podere, ma se io puder pedir algo, Io, quero que a Rosana admita o que sente, Dio santo, alguns giorno atrás io pediria perla Giuliana, ma quella ragazza mal-humorada con il suyo jeito único e teimoso conquistou il mio coração então, Se io posso pedir algo, per favore faz a Rosana ser mia, o pelo menos me dê a chance de sentir aquellos labios divinos una otra volta…  Ma questo pedido tem que ficar entre doi due, capito?
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  Ao terminar sua conversa com a estrela cadente que desapareceu e continuou seu caminho, o jovem italiano deu risada.
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  — Madona mia, a que ponto chegamos…  Io sono chi dormindo de lado de fora em um chalé luxuosa para agradar quella ragazza como se non bastasse ainda a desejei para una estrella… Io devo estar loco, ma loco de amore… o que non de todo malo.
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  Em meio a escuridão da noite, os olhos de Rosana permaneceram abertos, enquanto a mente da herdeira repassava o momento mágico que ela havia vivido horas antes. Matteo a havia beijado e havia dito que ela era o sentido para sua vida encontrado no Brasil, era bom demais para ser verdade. Ela colocava os dedos de leve nos lábios enquanto sentia as bochechas corarem. O que estava acontecendo? Nunca nenhum beijo a havia feito se sentir daquela forma, até porque a jovem não havia beijado tantos rapazes assim durante a vida, mas algo parecia sussurrar em seu peito que Matteo era especial. A sensação de estar em seus braços e sentir seu hálito maravilhoso sobre sua boca, mesmo que embriagado de vinhos, era mais do que ela poderia ter sonhado. A simples lembrança a fazia sorrir mais do que o momento em que seu pai a tornou presidente interina. Droga, por que aquele italiano tinha que aparecer em um momento tão conturbado de sua vida e por que tinha que ficar no meio de sua realização profissional? Se a situação fosse outra… Quem dera ela pudesse reescrever as estrelas, dessa forma ela faria Matteo aparecer no momento exato em que ela esperava, talvez em uma festa onde ele a ensinaria a dançar música italiana… pareceria que ele era feito para estar ali naquele momento. Nada os poderia afastar porque eles seriam destinados um para o outro. Infelizmente na vida real o destino apreciava criar empecilhos para que os dois vivessem aquele amor, como se não coubesse a ela decidir o que era melhor e outras pessoas como seu pai, o passado da família de Matteo e sua ambição lhe dissessem o que fazer e buscasse seu desejo mais profundo. Não era justo, mas era a verdade.
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  Enquanto abraçava os próprios joelhos envolta pelos pensamentos, a aspirante a empresária imaginou Matteo lá fora, sozinho, com frio, e seu peito doeu de uma forma diferente. Talvez ela tivesse sido muito dura, afinal não havia como negar que a herdeira havia gostado do beijo. Talvez ter deixado sua mente tomar o controle novamente durante um momento tão bom, não tenha sido uma boa ideia. Percebendo que não conseguiria pegar no sono, a jovem deixou que uma ideia tomasse conta de sua mente. Uma ideia que a faria se redimir com o italiano de olhos brilhantes.
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Lelen

Mas a consciência tem que aparecer, né? Não podia se deixar levar pela bebida e ser feliz por uma noite, né?
Olha, vou te contar, quando a consciência tem que vir ela não vem, agora que tava tudo ok, não tinha nada que aparecer…

Kelsea

pois é né Rosana? Não podia ser feliz e seder as vontades do coração por pelo menos uma noite…

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