Apenas Amigos


Escrita porBetiza
Editada por Lelen


Capítulo 9

Tempo estimado de leitura: 44 minutos

“Quando o medo não evita, o amor acontece.”

  No dia seguinte, Hoseok desceu as escadas da casa ainda um pouco sonolento e encontrou um bilhete da mãe sobre a mesa da cozinha que dizia que ela estava no hospital, que era para Hoseok ficar tranquilo e tomar seu café com calma e aí sim ir para o hospital.
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  Ele suspirou pesadamente. Fechou os olhos com força desejando que aquilo tudo não passasse de um grande e terrível pesadelo.
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  Enquanto a água para preparar o café fervia, Hoseok aproveitou para fazer sua higiene matinal, quando voltou para a cozinha ele ligou para mãe:
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  “Mãe,como o pai está?” — ele perguntou com a voz baixa, quase temendo a resposta.
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  Do outro lado da linha, houve uma pausa antes de sua mãe responder, e Hoseok pôde ouvir a respiração pesada dela, denunciando o estado emocional.
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  “Filho…” — a voz dela estava trêmula – “Ele... ele piorou. Os médicos estão fazendo o que podem, mas…” — ela parou, engolindo o choro — “Eu não sei o que fazer, Hoseok. Estou aqui, olhando para ele, mas me sinto tão impotente…”
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  Hoseok apertou os olhos com força, tentando segurar a emoção que ameaçava transbordar.
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  “Mãe, calma... eles estão cuidando dele, estão fazendo o possível, né?” — ele tentou reconfortá-la, mesmo sentindo o próprio coração apertar no peito.
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  “Eu sei, eu sei…” — ela suspirou profundamente, a voz ficando ainda mais embargada — “Mas ver ele assim, tão frágil…” — a voz dela falhou, e Hoseok pôde ouvir o som abafado de soluços.
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  Hoseok segurou o telefone com mais força, desejando estar lá com ela naquele momento, desejando poder fazer mais.
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  “Eu vou já para o hospital, tá? Fica firme, mãe. Nós vamos passar por isso juntos.” — sua própria voz vacilava, mas ele tentava ser forte por ela.
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  “Tudo bem, filho... só vem logo, por favor.” — ela pediu, a dor evidente em cada palavra.
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  “Eu tô indo, mãe.” — ele respondeu, sentindo o peso de cada segundo.
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  Enquanto o café terminava de ficar pronto ele ouviu a voz familiar de Namjoon soar do lado de fora da casa e então ele se dirigiu até lá para abrir o portão para o amigo.
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  Hoseok abriu o portão e viu Namjoon parado do lado de fora, com uma expressão suave, mas seus olhos imediatamente notaram o cansaço no rosto do amigo.
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  — Você não dormiu nada, né? — ele comentou suavemente, enquanto entrava na casa, observando o semblante abatido de Hoseok.
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  Hoseok suspirou, fechando o portão atrás de Namjoon e passando a mão pelos cabelos.
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  — O pai... ele piorou. — ele disse, a voz carregada de cansaço e preocupação. – Eu só vou trocar de roupa e ir pro hospital. A mamãe tá lá desde cedo… — completou, já se dirigindo para as escadas, sem conseguir esconder o peso que sentia.
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  Namjoon assentiu, preocupado.
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  — Quer que eu te leve? — ele ofereceu, a voz baixa, como se temesse agravar a tensão que já pairava no ar.
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  — Se não for muito incômodo... — ele olhou rapidamente para Namjoon, agradecido. — Eu só preciso de uns minutos pra me trocar.
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  Namjoon observou Hoseok subir as escadas, sentindo o peso da situação. Ele se aproximou da cozinha enquanto aguardava, olhando em volta, tentando encontrar alguma forma de aliviar a tensão que claramente dominava o ar daquela casa. Tudo ali parecia mais silencioso, mais pesado.
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  Alguns minutos depois, Hoseok desceu, já vestido, mas ainda com o olhar perdido.
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  — Pronto, podemos ir... — ele disse, tentando forçar um sorriso, mas a tristeza era evidente.
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  Namjoon apenas assentiu, pegando as chaves do carro e caminhando ao lado de Hoseok até a porta. Antes de sair, Namjoon colocou a mão no ombro do amigo, parando-o por um instante.
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  — Hobi... — ele começou, a voz suave e cheia de preocupação. — Vai dar tudo certo, tá? Eu tô aqui com você. Não importa o que aconteça.
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  Hoseok olhou para ele, os olhos carregados de emoções. Por um breve momento, a presença de Namjoon parecia ser o único alívio em meio ao caos que ele estava vivendo.
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  — Obrigado, Joon... — ele sussurrou, sentindo um nó na garganta, mas conseguindo manter a compostura.
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  Eles saíram de casa, prontos para enfrentar mais um dia difícil no hospital, mas sabendo que, pelo menos, estavam juntos.
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  No caminho para o hospital, o silêncio entre os dois era carregado. O som do motor do carro parecia ser a única coisa que preenchia o vazio. Hoseok olhava pela janela, as mãos inquietas no colo, tentando processar tudo o que estava acontecendo. Namjoon dirigia em silêncio, respeitando o momento, mas atento ao amigo.
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  Depois de alguns minutos, Hoseok finalmente quebrou o silêncio, a voz baixa e pesada.
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  — Eu... — ele começou, com um suspiro, sem desviar o olhar da estrada. — Eu não sei se estou preparado pra isso, sabe?
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  Namjoon olhou rapidamente para ele, percebendo a angústia no rosto de Hoseok, mas sem interrompê-lo.
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  — E se ele não sobreviver? Se... se essa for a última vez que vou ver meu pai? — a voz de Hoseok tremeu, e ele levou uma mão ao rosto, tentando conter as lágrimas que ameaçavam escapar — Eu sempre pensei que teria mais tempo... mais oportunidades de estar com ele, de dizer tudo o que não disse... Mas agora tudo parece tão... frágil.
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  Namjoon manteve o olhar na estrada, mas seu coração apertava com cada palavra de Hoseok. Ele sabia que não havia respostas fáceis para aquilo, mas também sabia que precisava ser o pilar que o amigo precisava.
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  — Hobi, ninguém nunca está preparado para perder alguém que ama... — ele falou, com a voz calma, mas firme. — Eu sei que as coisas parecem impossíveis agora, mas... você não está sozinho nisso. Estamos todos aqui por você, e você ainda tem tempo. Tempo para estar com ele, para dizer o que precisa. Não importa o que aconteça, você tem que se lembrar disso.
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  Hoseok respirou fundo, ainda tentando segurar as lágrimas, e assentiu lentamente.
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  — Eu só... — ele parou, engolindo seco. — Eu só queria que ele soubesse o quanto eu o amo. Que ele saiba disso, mesmo se não puder mais me ouvir...
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  Namjoon apertou levemente o volante, sentindo a dor de Hoseok reverberar dentro de si.
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  — Ele sabe, Hobi... Eu tenho certeza de que ele sabe. — Namjoon respondeu suavemente.
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  O resto do caminho foi percorrido em um silêncio respeitoso, enquanto Hoseok processava suas emoções e se preparava para o que os aguardava no hospital.
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  Quando chegaram ao hospital, Hoseok sentia o coração apertar a cada passo que dava. As portas automáticas se abriram e o cheiro familiar de desinfetante e medicamentos invadiu suas narinas, fazendo com que ele respirasse fundo, tentando controlar a ansiedade crescente. Namjoon estava ao seu lado, silencioso, mas sua presença sólida e constante era um conforto.
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  Hoseok avistou sua mãe sentada em uma das cadeiras da sala de espera, o rosto abatido e as mãos entrelaçadas no colo, como se estivesse rezando. Ela olhava fixamente para o chão, como se o peso do mundo estivesse sobre seus ombros. Assim que o viu, ela se levantou rapidamente, os olhos inchados de tanto chorar.
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  — Hoseok... — ela disse com a voz embargada, e imediatamente o abraçou com força, como se quisesse transmitir todas as suas emoções através daquele gesto.
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  Hoseok a abraçou de volta, sentindo o desespero da mãe. Ele não precisava perguntar; o abraço dela já dizia tudo. Ainda assim, ele precisava ouvir, mesmo que temesse a resposta.
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  — Como ele está? — ele perguntou, a voz saindo em um sussurro.
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  A mãe de Hoseok se afastou um pouco, com lágrimas nos olhos, e respirou fundo antes de responder.
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  — Ele... ele piorou, filho. — ela disse, a voz falhando. — Os médicos estão fazendo o possível, mas... — ela fez uma pausa, tentando segurar o choro. — Eles não sabem quanto tempo mais ele tem... não sabem se ele vai resistir.
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  O coração de Hoseok afundou com aquelas palavras. Ele sentiu uma fraqueza nas pernas, como se o chão estivesse desabando sob ele. Namjoon, percebendo o choque no rosto de Hoseok, colocou a mão em seu ombro, oferecendo suporte silencioso.
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  — Eu... eu não sei o que fazer, mãe. — ele disse, quase num sussurro, com os olhos marejados. — Como a gente lida com isso?
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  A mãe de Hoseok balançou a cabeça, os olhos se enchendo de lágrimas novamente.
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  — Eu também não sei, filho. — ela disse com um soluço. — Eu só... estou rezando para que ele tenha mais um tempo conosco.
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  Hoseok a abraçou de novo, mais forte desta vez, como se ambos estivessem tentando se manter de pé em meio à tempestade de emoções que os atingia.
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  Namjoon, que até então havia ficado em silêncio, observava a cena com o coração apertado. Vê-los assim, tão frágeis, o fez perceber o quanto queria estar ao lado de Hoseok, não só nesse momento difícil, mas em todos os outros. Ele precisava encontrar as palavras certas, mas agora, o mais importante era estar presente.
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  — Ele é forte, Hobi. — Namjoon falou, a voz tranquila, tentando oferecer algum alento. — E vocês também são. Vocês vão superar isso juntos.
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  Hoseok apenas assentiu, ainda segurando a mãe. O caminho à frente parecia incerto, mas, pelo menos, ele não estava sozinho.
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***

  Hoseok seguiu o corredor até o quarto onde seu pai estava internado, o coração apertado e a mente pesada. Ao abrir a porta do quarto, foi recebido pelo som monótono dos aparelhos médicos. O pai estava deitado, os olhos fechados, a respiração rítmica, mas frágil. O tubo de oxigênio e os fios conectados ao corpo dele eram lembretes cruéis da gravidade da situação.
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  Hoseok respirou fundo, tentando reunir forças enquanto se aproximava da cama. Ele puxou uma cadeira e sentou-se ao lado do pai, segurando a mão dele com delicadeza. A pele era fria, mais fria do que ele se lembrava, e a sensação fez seu peito apertar ainda mais. Durante alguns segundos, ele apenas ficou em silêncio, absorvendo a cena, sem saber ao certo o que dizer.
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  — Pai... — a voz saiu fraca, quase um sussurro.
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  Ele não esperava uma resposta, mas havia algo reconfortante em apenas falar, mesmo que as palavras fossem para alguém que talvez não pudesse ouvi-las.
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  — Eu não sei se você pode me ouvir agora, mas eu estou aqui. — ele apertou suavemente a mão do pai. — Eu só... não sei o que fazer. Nunca pensei que teria que te ver assim. Você sempre foi tão forte, tão cheio de vida... — Hoseok sentiu a voz embargar enquanto lutava contra as lágrimas.
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  Ele fez uma pausa, respirando fundo, tentando organizar seus pensamentos.
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  — Eu queria ter te dito isso antes, queria ter falado o quanto eu te admiro, o quanto você significa pra mim. Eu nunca soube como dizer essas coisas em voz alta, mas agora eu percebo que não dá pra deixar nada pra depois... Eu só queria que você soubesse o quanto eu te amo, o quanto você é importante pra mim, pai.
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  As lágrimas que ele segurava começaram a rolar silenciosamente pelo seu rosto. Ele abaixou a cabeça, sentindo o peso da tristeza e da impotência.
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  — Eu não sei se estou preparado para te perder... — ele admitiu, a voz quebrada. — Eu não sei se estou pronto para isso. Mas, se você estiver cansado... se você sentir que não consegue mais lutar... eu entendo. Eu só quero que você saiba que... tudo bem. Eu vou ficar aqui, e vou cuidar da mamãe. A gente vai ficar bem.
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  Hoseok levantou a cabeça e olhou para o pai, tentando encontrar algum sinal, qualquer resposta. Mas tudo o que havia ali era o som contínuo dos aparelhos e a respiração fraca. Ele não sabia quanto tempo ficou ali, segurando a mão do pai, mas a sensação de que o tempo estava escapando por entre seus dedos o consumia.
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  Nesse momento, a porta do quarto se abriu lentamente, revelando Namjoon. Ele entrou silenciosamente, sem querer interromper, mas seus olhos imediatamente captaram o estado emocional de Hoseok. Namjoon caminhou até ele e colocou uma mão gentil em seu ombro, oferecendo o apoio silencioso que Hoseok tanto precisava.
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  — Eu estou aqui, Hobi. — ele disse baixinho, e isso foi o suficiente para que Hoseok sentisse que, de alguma forma, não estava tão sozinho.
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  Hoseok balançou a cabeça, sentindo o calor da presença de Namjoon e se permitindo chorar de verdade, sem segurar mais.
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  Namjoon permaneceu em silêncio ao lado de Hoseok, respeitando o momento delicado. Ele sabia que nenhuma palavra seria capaz de confortar o amigo agora, mas sua presença, pelo menos, poderia oferecer algum apoio. Hoseok segurava a mão do pai com firmeza, enquanto as lágrimas ainda escorriam de forma silenciosa pelo rosto.
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  — Eu só queria mais tempo com ele sabe? — ele disse, com a voz embargada, ainda sem olhar para Namjoon. — Queria poder conversar mais, falar sobre coisas banais, contar como foi meu dia. Eu nunca pensei que o tempo fosse acabar assim, de repente.
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  Namjoon apertou o ombro dele, transmitindo a segurança de que estava ali, presente em corpo e espírito.
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  — Ninguém nunca está preparado, não importa quanto tempo a gente tenha. Mas eu sei que, lá no fundo, ele sabe o quanto você o ama, Hobi.
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  Hoseok fechou os olhos, respirando fundo para controlar o choro, mas ainda sentia o peso da situação esmagando seu peito. A presença de Namjoon, no entanto, era um lembrete de que ele não estava enfrentando aquilo sozinho, e isso, de certa forma, lhe dava forças.
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  — Eu só... eu só não sei o que vai ser sem ele. Minha mãe depende tanto dele, e eu também. Ele sempre foi a nossa rocha. Eu só queria que tudo fosse diferente.
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  Namjoon finalmente se abaixou ao lado de Hoseok, ficando na altura dele.
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  — Você não está sozinho nessa. Eu estou aqui, sua mãe está aqui, e a gente vai passar por isso juntos. Mesmo que pareça impossível agora.
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  Hoseok finalmente olhou para Namjoon, os olhos ainda vermelhos e inchados pelas lágrimas.
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  — Obrigado... — sua voz saiu como um sussurro, mas era sincero.
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  Namjoon se levantou e estendeu a mão para ele.
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  — Vamos lá fora um pouco? Acho que você precisa de um ar. A gente pode voltar depois e ficar mais com ele. Sua mãe vai entender.
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  Hoseok olhou para o pai mais uma vez antes de assentir. Ele soltou a mão do pai com delicadeza e, após um último olhar, seguiu Namjoon para fora do quarto. Enquanto caminhavam pelo corredor do hospital, Hoseok ainda sentia o peso da tristeza, mas a presença de Namjoon ao seu lado oferecia o consolo que ele tanto precisava naquele momento difícil.
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  Lá fora, o vento estava leve, mas frio, o que fez Hoseok puxar a jaqueta um pouco mais fechada. O hospital tinha uma pequena área externa, com bancos e um jardim simples, onde alguns familiares de pacientes se acomodavam. Namjoon levou Hoseok até um canto mais isolado, onde poderiam ficar a sós.
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  Hoseok sentou-se em um dos bancos, os ombros caídos de cansaço e preocupação. Namjoon se sentou ao lado, quieto por um momento, apenas observando a forma como o amigo respirava profundamente, tentando encontrar algum alívio.
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  Depois de alguns segundos de silêncio, Namjoon inclinou-se para frente, apoiando os cotovelos nos joelhos e olhou para Hoseok.
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  — Eu queria poder fazer mais, Hobi... — ele disse suavemente. — Queria poder tirar essa dor de você.
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  Hoseok olhou para ele, a expressão cansada suavizando um pouco com o carinho nas palavras de Namjoon.
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  — Ter você aqui já ajuda. Mais do que você imagina.
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  Namjoon sorriu de leve, e um breve silêncio caiu entre eles. O som das árvores balançando ao vento preenchia o ar, e Hoseok encostou a cabeça no ombro de Namjoon, buscando consolo naquele gesto.
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  — Eu sinto que vou desmoronar a qualquer momento, mas... com você aqui... — ele hesitou por um instante, tentando encontrar as palavras. — ...me sinto um pouco mais inteiro.
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  Namjoon virou a cabeça ligeiramente, olhando para Hoseok. Ele ergueu a mão e, com delicadeza, pousou-a sobre a de Hoseok, que estava entre os joelhos. O gesto era pequeno, mas a conexão era profunda.
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  — Eu estou aqui. E eu não vou a lugar nenhum desta vez. Eu prometo.
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  Hoseok sorriu de lado, ainda que fosse um sorriso triste. O conforto daquela promessa, no entanto, aquecia algo dentro dele, um pedacinho de esperança em meio ao caos.
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  — Você sempre sabe o que dizer para me acalmar, Namjoon.
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  Namjoon riu levemente, um som que fez Hoseok relaxar um pouco mais. Ele virou o rosto para Namjoon, observando-o de perto.
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  — Sério, eu não sei o que eu faria sem você...
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  Por um breve momento, os olhos dos dois se encontraram, e havia algo mais profundo naquela troca de olhares, algo não dito, mas claramente sentido.
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  — Você nunca vai precisar descobrir isso, Hobi... – ele respondeu suavemente, apertando a mão de Hoseok.
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  Hoseok suspirou, mas dessa vez o suspiro parecia um pouco mais leve. Ele sabia que as coisas ainda estavam difíceis, mas a presença de Namjoon ao seu lado tornava tudo um pouco mais suportável.
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  E, pela primeira vez em dias, ele sentiu que não estava sozinho.
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***

  Namjoon e Hoseok ficaram mais alguns minutos do lado de fora, até que Hoseok sentiu que era hora de voltar para dentro. Ele se levantou primeiro, esticando a mão para Namjoon, que aceitou a ajuda com um pequeno sorriso. Juntos, caminharam de volta para o hospital em silêncio, o clima mais leve entre eles após o momento de conforto.
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  Assim que entraram, encontraram a mãe de Hoseok no corredor, claramente exausta, os olhos inchados e vermelhos de preocupação e cansaço. Hoseok caminhou até ela com um olhar preocupado.
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  — Mãe... você precisa descansar um pouco. — Ele falou suavemente, colocando a mão no ombro dela. — Eu fico aqui com o papai agora. Vá para casa, tome um banho, coma alguma coisa e tente dormir um pouco.
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  Ela balançou a cabeça, os lábios tremendo um pouco como se estivesse prestes a protestar.
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  — Eu não posso, Hoseok... e se... e se algo acontecer enquanto eu estiver fora?
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  — Eu te ligo se houver qualquer mudança, eu prometo. Não se preocupe, eu vou cuidar de tudo aqui. Você precisa descansar para poder cuidar do papai depois. Ele vai precisar de você forte.
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  A mãe de Hoseok olhou para o filho, claramente dividida entre querer ficar e ceder ao cansaço que a consumia. Namjoon, que observava a cena em silêncio, deu um passo à frente, oferecendo seu apoio.
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  — Eu também fico aqui, tia. O Hobi não vai estar sozinho. Nós vamos cuidar de tudo.
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  Ela olhou para Namjoon, reconhecendo a sinceridade no olhar dele, e soltou um suspiro longo, finalmente assentindo.
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  — Está bem... mas, por favor, me liguem se algo mudar, de verdade.
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  Hoseok sorriu levemente e puxou a mãe para um abraço apertado.
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  — Pode deixar, mãe. Vai descansar um pouco. Você merece.
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  Ela se afastou com um olhar cansado, mas aliviado, e depois de mais algumas instruções e despedidas, seguiu em direção à saída do hospital. Hoseok a observou partir, sentindo o peso da responsabilidade cair sobre seus ombros, mas com Namjoon ao seu lado, ele sabia que poderia aguentar mais um pouco.
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  Alguns minutos após a mãe de Hoseok sair, ele e Namjoon se sentaram na pequena sala de espera ao lado do quarto do pai dele. O clima no hospital era pesado, mas a presença de Namjoon ao seu lado ajudava Hoseok a se sentir menos sufocado pela preocupação.
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  De repente, o celular de Hoseok vibrou no bolso. Ele olhou para a tela e viu que era Jungkook ligando. Respirando fundo, ele atendeu.
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  “Alô?”
  “Hyung! Como estão as coisas por aí? Tem alguma novidade sobre o seu pai?”
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  Hoseok fechou os olhos por um momento, deixando escapar um suspiro cansado.
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  “Ele está... estável, mas os médicos disseram que a situação é grave. Não há muito o que fazer além de esperar…”
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  “Eu sinto muito, hyung... Se precisar de qualquer coisa, você sabe que estou aqui, né?”
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  “Eu sei, Kook. Obrigado por cuidar do Sherlock para mim durante tudo isso. Ele está bem?”
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  Jungkook riu baixinho do outro lado da linha.
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  “Sherlock está ótimo! Acho que ele está até gostando de ficar aqui em casa. Está correndo pelo quintal e brincando com Bam. Não se preocupe com ele, eu estou cuidando bem.”
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  “Eu confio em você, Kook. Obrigado por estar sempre por perto. Qualquer novidade eu te aviso, tá?”
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  “Combinado, hyung. Fica bem... e me avisa se precisar de mais alguma coisa, sério.”
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  “Obrigado, Kook. A gente se fala depois.”
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  Desligando a chamada, Hoseok soltou um suspiro longo. Namjoon observava em silêncio, respeitando o momento, mas ao perceber a expressão cansada no rosto de Hoseok, ele tentou puxar assunto.
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  Segundos depois, o celular de Hoseok vibrou novamente. Dessa vez era uma mensagem de Jungkook com uma foto de Sherlock brincando com Bam no quintal. Sherlock, com sua pelagem branca e fofinha, parecia até estar sorrindo e parecia tão despreocupado que fez Hoseok abrir um pequeno sorriso.
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  — Olha só... Jungkook acabou de me mandar uma foto do Sherlock.
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  Ele virou o celular para Namjoon, que se inclinou para ver melhor a imagem. Namjoon sorriu também, sentindo um calor no peito ao ver o cachorrinho, que era parte da história deles.
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  — Ele parece tão feliz... Ele sempre gostou de correr por aí, lembra? Quando a gente era criança, ele fazia a mesma coisa no quintal lá de casa.
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  — Lembro, sim. Ele sempre foi cheio de energia. Parece que nada muda, né?
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  Namjoon balançou a cabeça com um sorriso nostálgico, os dois imersos nas lembranças.
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  — Acho que ele sempre soube o quanto é importante pra você, Hobi. Ele sempre estava por perto quando você precisava de um momento de paz...
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  — É verdade... Sherlock faz parte de tudo, desde sempre. Lembro dele pulando no meu colo toda vez que eu chegava da escola... e de como ele ficava doido quando você aparecia.
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  — Ele meio que virou o nosso parceiro, né?
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  Os dois riram suavemente, e por um momento, a tensão do hospital pareceu diminuir, como se aquelas memórias de infância tivessem trazido uma leveza bem-vinda.
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  Hoseok suspirou, ainda olhando para a foto de Sherlock por mais alguns segundos antes de voltar à realidade do hospital. Ele virou-se para Namjoon, com um sorriso fraco no rosto, mas uma preocupação genuína no olhar.
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  — Namjoon, eu sei que você está aqui por mim, mas... pode ir para casa descansar. Não precisa ficar aqui o tempo todo. Já tá tarde, quase hora do almoço, e você deve estar cansado.
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  Namjoon balançou a cabeça quase de imediato, franzindo a testa de leve.
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  — Não. Eu não vou a lugar nenhum, Hobi. Você sabe disso.
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  — Sério, Joon... Eu vou ficar bem. Minha mãe já foi descansar, eu só vou ficar aqui cuidando das coisas.
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  — E é por isso mesmo que eu vou ficar. Você precisa de alguém aqui também, nem que seja só para te fazer companhia.
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  Hoseok soltou um riso sem humor, um misto de exaustão e alívio tomando conta de sua expressão.
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  — Eu não quero que você se desgaste...
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  — Você não tem que carregar isso sozinho. Eu estou aqui, Hobi, e vou ficar até que você não precise mais.
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  Hoseok mordeu o lábio, emocionado, mas sem palavras para expressar a gratidão que sentia pela presença constante de Namjoon. Ele sabia que Namjoon falava sério — ele sempre estava lá, nos momentos mais difíceis.
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  Hoseok apertou o telefone nas mãos, os dedos tremendo ligeiramente. A ligação para a mãe era a coisa mais difícil que ele já teve que fazer. Ele sentiu a garganta fechar e o peito apertar enquanto escutava o toque do outro lado.
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  Finalmente, a voz da mãe atendeu, cheia de ansiedade.
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  ”Hoseok? O que aconteceu?”
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  Ele tentou começar a falar, mas as palavras simplesmente não vinham. Depois de alguns segundos de silêncio, ele respirou fundo e, com um esforço enorme, forçou as palavras a saírem.
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  “Mãe…” — a voz dele falhou. — “O papai... Ele... ele se foi.”
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  Do outro lado da linha, houve um silêncio profundo. Era como se o mundo parasse naquele momento, enquanto ele esperava a reação da mãe. Finalmente, ouviu-se um soluço abafado, seguido de um choro pesado.
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  “Não... Não, Hoseok, não…”
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  Ele fechou os olhos, sentindo o peso da dor da mãe o esmagar. Namjoon o observava de perto, os olhos cheios de empatia e preocupação, sem saber o que dizer ou fazer naquele momento. Quando Hoseok finalmente conseguiu desligar o telefone, o som do silêncio que se seguiu foi insuportável.
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  Ele encarou Namjoon por um momento, os olhos marejados, as lágrimas que ele estava segurando até então finalmente ameaçando escapar.
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  — Ele se foi, Joon... — a voz de Hoseok saiu rouca, quase inaudível, e, naquele momento, ele desmoronou.
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  Namjoon não hesitou. Ele deu um passo à frente, envolvendo Hoseok em um abraço apertado, segurando-o firme enquanto o amigo finalmente deixava as lágrimas rolarem. Hoseok agarrou-se a Namjoon, apertando o tecido da camiseta dele com os punhos fechados, seu corpo inteiro tremendo com o peso da tristeza.
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  — Eu não sei o que fazer, Joon... — ele soluçou contra o peito do amigo, as lágrimas quentes molhando o ombro de Namjoon.
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  — Você não precisa fazer nada agora, Hobi... Só deixa isso sair. Eu estou aqui.
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  O abraço entre eles era a única coisa que parecia real naquele momento. A única coisa que oferecia algum tipo de conforto diante de uma dor tão imensurável.
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  Hoseok continuava chorando no peito de Namjoon, e o peso de tudo parecia sufocá-lo. Namjoon permaneceu firme, abraçando o amigo com força, sem soltar, oferecendo toda a calma que podia em meio ao caos que Hoseok sentia.
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  — Você não está sozinho nisso, Hobi... — murmurou, passando a mão nas costas dele em um gesto de consolo. — Estamos todos com você, sua mãe, eu... e tudo o que você precisar, estou aqui.
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  Aos poucos, os soluços de Hoseok foram diminuindo, mas o aperto no peito dele ainda estava ali. Quando finalmente conseguiu respirar de forma mais calma, ele se afastou só o suficiente para olhar para Namjoon, os olhos ainda cheios de lágrimas, mas com uma gratidão silenciosa.
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  — Obrigado por estar aqui... — sua voz saiu fraca, mas carregada de sinceridade. — Eu não sei o que faria sem você.
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  Namjoon apenas assentiu, sem dizer nada, porque ele sabia que palavras eram desnecessárias naquele momento. Ele olhou nos olhos de Hoseok com uma profundidade que só os anos de amizade permitiam, deixando claro que não havia lugar onde ele preferiria estar.
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  O momento entre eles foi interrompido por um breve toque no celular de Hoseok, lembrando-o que sua mãe ainda estava a caminho. Ele passou a mão pelo rosto, tentando limpar as lágrimas, ainda sentindo o peso da perda. Mas antes de qualquer coisa, ele tinha que ser forte para ela também.
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  — Eu vou... vou precisar contar pra ela de novo quando chegar...
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  — Eu vou estar com você o tempo todo. Vamos fazer isso juntos.
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  Hoseok assentiu, sentindo uma pequena, mas significativa, força interior voltando. Ele sabia que ainda tinha um longo caminho pela frente, e que a dor da perda não ia embora tão cedo. Mas naquele momento, com Namjoon ao seu lado, ele sabia que poderia enfrentar o que viesse.
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  Hoseok deu uma última olhada para a porta do quarto de hospital onde seu pai estava. Seu coração apertou, mas ele respirou fundo. Havia muito ainda para processar, mas ele sabia que não estava sozinho.
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***

  Horas depois, Hoseok estava sentado na pequena sala de espera ao lado da mãe. O clima pesado pairava entre eles, com o silêncio sendo cortado apenas pelo som baixo da televisão ao fundo e o murmúrio distante de enfermeiros e pacientes andando pelos corredores. A mãe de Hoseok estava com o olhar fixo no chão, o rosto marcado pelas lágrimas que ela tentava segurar.
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  Hoseok a observava, sentindo o peito apertado. Ela parecia tão frágil, tão desgastada. Ele sabia que, apesar de estar tentando ser forte para ele, a dor era insuportável para ela também.
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  — Mãe... — sua voz saiu baixa e trêmula, mas ele precisava falar. — Eu sei que nada do que eu disser vai mudar o que aconteceu... mas estou aqui, com você. Não vamos passar por isso sozinhos.
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  Ela ergueu o olhar lentamente, os olhos ainda marejados, e sorriu de forma triste para o filho.
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  — Eu sei, querido... — sua voz também estava fraca, quase um sussurro. — Mas é tão difícil. Tantos anos juntos... e agora... — Ela fechou os olhos por um momento, tentando conter o choro. — Eu só não sei como seguir em frente sem ele.
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  Hoseok sentiu o coração apertar ainda mais ao ouvir isso. Ele se inclinou um pouco, pegando a mão da mãe com delicadeza.
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  — Eu também não sei, mãe... mas vamos descobrir juntos. Um dia de cada vez.
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  Ela olhou para a mão do filho segurando a sua e então o encarou com ternura. Hoseok sempre havia sido um ponto de apoio para ela, mas naquele momento, parecia que os papéis estavam mais claros do que nunca. Ela inspirou profundamente, apertando a mão dele com mais força.
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  — Eu estou tão orgulhosa de você, meu filho. Seu pai também estava... mesmo quando ele não sabia como demonstrar.
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  Hoseok sentiu as lágrimas voltarem aos olhos, mas ele não tentou impedi-las dessa vez. Ele sabia que precisavam compartilhar aquele momento de dor e de amor. Apertando ainda mais a mão da mãe, ele sussurrou:
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  — Eu sei, mãe. E eu sempre estarei aqui para você, assim como você esteve para mim.
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  Eles se abraçaram ali, naquele pequeno espaço da sala de espera, buscando forças um no outro enquanto enfrentavam juntos a dor imensa da perda.
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***

  O enterro do pai de Hoseok foi um dia nublado e melancólico, com uma leve garoa caindo sobre o cemitério. Hoseok estava de pé ao lado de sua mãe, ambos vestidos de preto, enquanto o caixão descia lentamente à terra. Ele sentia o peso da tristeza sobre os ombros, mas o apoio ao redor o ajudava a se manter firme.
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  Seus amigos mais próximos haviam feito questão de estar lá. Namjoon estava ao lado dele o tempo todo, oferecendo silenciosamente o conforto que Hoseok tanto precisava. Jungkoik, Jimin, Suga, Taehyung e Jun também estavam presentes, em pé um pouco mais atrás, respeitosos e visivelmente tristes pela perda do amigo.
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  Conforme o serviço fúnebre se desenrolava, Hoseok sentia o coração pesado, mas também aquecido pela presença das pessoas que amava. Ele sabia que, embora aquele fosse um dos momentos mais difíceis de sua vida, ele não estava sozinho. Cada abraço, cada palavra de apoio de seus amigos ajudava a amenizar um pouco a dor insuportável da despedida.
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  Depois de um longo silêncio em frente ao túmulo recém-coberto, os amigos de Hoseok se aproximaram um a um para oferecer suas condolências. Jin, sempre discreto, deu um aperto de mão firme e disse, com a voz suave, que ele sempre estaria por perto. Taehyung ofereceu um abraço caloroso, enquanto Jungkook segurava Sherlock, o cachorrinho de Hoseok, que ficou o tempo todo ao lado dele, como uma pequena fonte de conforto.
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  Após o enterro, Hoseok ficou parado ali por mais alguns momentos, segurando a mão da mãe, enquanto Namjoon ficava ao lado dele, pronto para apoiá-lo a qualquer momento.
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  Hoseok permaneceu em frente ao túmulo por mais alguns minutos, absorvendo o silêncio e o peso da perda. Namjoon e os amigos esperaram pacientemente, dando espaço a ele e à sua mãe para o momento de despedida final. Quando Hoseok finalmente se afastou, Namjoon o acompanhou, mantendo uma presença silenciosa e reconfortante ao seu lado.
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  De volta à casa da família, o clima era pesado, marcado pela ausência palpável do pai de Hoseok. Amigos e parentes haviam passado para oferecer condolências, mas aos poucos, o fluxo de pessoas começou a diminuir, e Hoseok se viu sozinho com a mãe na sala de estar. Ele a observou, notando o quanto a perda a tinha envelhecido em questão de dias. Sentindo-se preocupado, ele decidiu que era hora de abordar algo que já vinha pensando há algum tempo.
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  — Mãe... — Hoseok começou, com a voz baixa, sentado ao lado dela no sofá. — Eu estava pensando... você poderia vir morar comigo em Seul. Assim, não ficaria sozinha e eu poderia cuidar melhor de você.
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  Sua mãe, ainda com os olhos vermelhos e o rosto cansado, suspirou profundamente. Ela sorriu de leve, mas balançou a cabeça em negativa.
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  — Hoseok, meu filho... eu sei que você quer o meu bem, e agradeço por isso, de verdade. Mas essa é a minha casa. Aqui estão todas as lembranças que eu e seu pai construímos juntos. Não posso deixá-las para trás.
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  Hoseok mordeu o lábio, tentando conter a frustração e a preocupação que sentia. Ele queria insistir, dizer que seria melhor para ela estar perto dele, mas sabia que forçá-la não seria justo. Em vez disso, ele segurou a mão dela com carinho.
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  — Eu entendo, mãe... mas saiba que, sempre que precisar, estarei a apenas uma ligação de distância. Se algum dia mudar de ideia, minha casa em Seul está aberta para você.
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  Ela apertou a mão dele com ternura, dando um sorriso triste.
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  — Eu sei, querido. E isso me dá paz. Mas vou ficar bem aqui.
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  A conversa terminou com um abraço longo e silencioso, onde Hoseok prometeu a si mesmo que viria visitá-la com frequência e que não a deixaria enfrentar o luto sozinha, mesmo que de longe.
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***

  Seul, poucos dias depois…

  A entrada do museu estava mais vazia do que Namjoon prévia, e não que ele tenha achado ruim, era ótimo na verdade.
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  Olhou o relógio de pulso checando as horas e riu para si mesmo de como ele estava adiantado.
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  Ele realmente deveria fazer isso agora? O peso da dúvida o atingiu com força, e ele se perguntou se esse era o momento certo para se declarar a Hoseok. O pai dele havia falecido há poucos dias, e o luto ainda estava presente no olhar de Hoseok, nas suas palavras, em cada gesto contido. Namjoon sabia que Hoseok precisava de apoio e conforto, não de mais confusão emocional.
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  "Será que isso vai parecer egoísta?", ele pensou, mordendo o lábio enquanto observava as portas de vidro do museu. "E se ele achar que estou me aproveitando da fragilidade dele? Talvez eu deva esperar mais um pouco... deixar as coisas se acalmarem."
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  Mas, ao mesmo tempo, Namjoon não conseguia afastar a ideia de que já tinha perdido tempo demais. Eles se conheciam desde sempre, e Namjoon sentia que, de alguma forma, sempre esteve adiando essa conversa por medo, medo do que pensarusm, medo de encarar o que sentia de frente e de peito e mente abertos, medo de estragar a amizade recém reconstruída, por insegurança sobre seus próprios sentimentos... Agora que Hoseok estava passando por uma fase tão difícil, ele questionava se continuar adiando não seria pior. Era como se um relógio invisível estivesse marcando o tempo que ele havia desperdiçado, o tempo que ele poderia ter passado ao lado de Hoseok de um jeito mais profundo, mais verdadeiro.
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  "E se nunca for o momento certo? A vida é imprevisível... se eu não falar agora, talvez nunca tenha outra chance."
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  Namjoon fechou os olhos por um instante, respirando fundo. A perda recente de Hoseok o preocupava. Talvez Hoseok não estivesse emocionalmente disponível para lidar com isso agora, ou talvez ele não soubesse como reagir. E se a confissão de Namjoon viesse como um fardo em vez de um alívio? Namjoon queria ser o apoio de Hoseok, não um motivo a mais de estresse.
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  “Mas... e se ele estiver esperando por isso também? E se Hoseok estiver precisando ouvir o que sinto, de uma vez por todas?”
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  Namjoon balançou a cabeça, confuso. Ele estava preso entre a urgência do momento e o receio de fazer algo no tempo errado. No fim, era sempre assim... um ciclo de incertezas, de adiamentos, de esperas. E agora, com Hoseok de luto, o peso da dúvida era ainda maior.
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  Ele olhou para a porta do museu mais uma vez. Talvez... talvez hoje não fosse o dia.
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  Namjoon olhou o relógio de novo, seus dedos tamborilando contra o metal frio do pulso. A dúvida ainda latejava em sua mente, e ele se perguntava se não seria melhor ir embora e deixar essa conversa para outro dia, um momento mais apropriado. O coração batia acelerado, e ele já estava prestes a dar meia-volta quando, de repente, ouviu uma voz familiar.
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  – Namjoon? – Era Hoseok.
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  Namjoon parou no meio do movimento e levantou a cabeça, seus olhos encontrando os de Hoseok. Lá estava ele, parado bem em frente, com aquele sorriso tímido que Namjoon conhecia tão bem.
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  – Não fui só eu que me adiantei então? – Namjoon riu, tentando disfarçar a surpresa e o nervosismo.
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  Hoseok deu uma risada leve, e o som trouxe um calor confortável para o peito de Namjoon.
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  – Parece que não… – respondeu Hoseok, com um brilho suave no olhar.
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  Namjoon engoliu seco, o sorriso ainda preso em seus lábios, enquanto os dois permaneciam ali, parados à porta do museu, cercados pelo silêncio tranquilo daquele lugar.
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  Namjoon manteve o sorriso no rosto, mas por dentro, uma tempestade de pensamentos se formava. Ele observava Hoseok, cada detalhe de sua expressão, e a dúvida que o acompanhava nos últimos dias parecia ainda mais forte agora.
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  O momento parecia certo e, ao mesmo tempo, tão errado. A perda recente ainda pairava entre eles, e Namjoon não queria cruzar uma linha sem ter certeza de que Hoseok estava pronto. Mas e se ele nunca estivesse?
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  Hoseok inclinou a cabeça, notando o olhar pensativo de Namjoon.
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  – Tudo bem? – perguntou, a voz suave, mas carregada de curiosidade.
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  Namjoon abriu a boca para responder, mas hesitou. As palavras estavam na ponta da língua, prestes a sair... mas, por algum motivo, ele as segurou.
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  – Sim – mentiu, desviando o olhar para o museu atrás de Hoseok. – Está tudo bem.
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  Mas dentro dele, nada estava resolvido. E enquanto os dois caminhavam em direção à entrada, lado a lado, a tensão invisível entre eles parecia crescer, deixando um silêncio no ar. Um silêncio que só o tempo e a verdade poderiam quebrar.
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  E naquele instante, Namjoon sabia que a decisão que tomaria mudaria tudo. Ele só não sabia como.
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Capítulo 9
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