Zorro? Really?

Escrito por Lígia Barros | Revisado por Pepper

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  Eu ia matar a Julie! Maldita hora que ela me convenceu a acompanhá-la na fantasia de coelhinha para a festa. Era tão desconfortável ter todos aqueles olhares sobre mim. Argh!
  Mas o que eu esperava? Era baile de Carnaval! O salão lotado quase não dava espaço para qualquer pessoa se mexer. Onde Julie tinha conseguido aqueles ingressos? Americana teimosa, devia ter deixado isso comigo.
  Seria uma desgraça para encontrar Julie novamente, depois que eu conseguisse pegar uma bebida no bar do salão. SE eu conseguisse pegar uma bebida, na verdade. Mas eu consegui. Depois de alguns -muitos- minutos, eu finalmente estava com uma bebida na mão.
  Isso não duraria muito tempo.
  Eu havia conseguido um pequeno espaço para respirar, e ainda assim alguém conseguiu derrubar minha bebida. Pelo menos não foi em cima de mim.
  Espera, espera, espera, espera! Aquilo não tinha sido sem querer! Como eu sabia? Em uma fração de segundos após minha bebida voar longe, eu tinha minha boca grudada na boca de alguém, em um beijo quente. E muito bom, é preciso dizer.
  É claro que eu não deixaria alguém me beijar assim e eu já estava pronta para dar um tapa naquele ser, assim que ele se afastasse. Era Carnaval, mas também não vamos exagerar, certo? Bom, meu plano não deu exatamente certo, já que a medida que ia se afastando, o cara ia segurando meus braços com força.
  - . - Hm, nome bonito. Tentei fazer com que ele me soltasse, mas o desgraçado só apertou mais meus braços. Ele riu baixinho. - Por favor, não me bate. Eu posso te pagar uma bebida?
  - Se você me soltar agora, talvez eu não o faça. - Ele me soltou, aos poucos, sorrindo. - E... deve, .
  Passei por ele, esperando que ele viesse atrás de mim. Qual é! Ele era gato, pelo que dava para ver e bom... Ele não podia me beijar do nada, mas isso não queria dizer que eu não poderia aproveitar um pouco, depois de falar com ele.
  Era impressão minha ou tinha mais gente naquele salão idiota? Impressão. me puxou pela mão e me levou a um canto do lugar onde era muito mais fácil de caminhar. Perto do bar, enquanto ainda me puxava pela mão, pude vê-lo olhando para a esquerda e logo em seguida virando para trás, para me olhar. Ele sorria malicioso.

  - Você me pagou uma bebida para ficar olhando aqueles dois? - Eu estava praticamente bebendo sozinha no bar, já que não tirava os olhos de um casal que se agarrava no canto do salão. Talvez alguém que ele conhecesse, ou gostasse. Mas aquilo não era da minha conta, eu só não ficaria sozinha que nem uma idiota.
  - Eu estava pensando em qual seria o melhor jeito de te convencer a fazermos o mesmo que eles. - me olhou. Eu não pude evitar de levantar uma sombrancelha ao mesmo tempo em que um sorriso malicioso crescia no meu rosto. Então era isso?
  - Sabe... - Eu apoiei minha mão na coxa de e fiz carinho nela, apertando-a de leve. - Você não precisaria me convencer. Muito menos fazer muita coisa. - Levantei do banco onde estava sentada, e me aproximei do banco de . Talvez a minha bebida estivesse muito forte porque eu puxei pelo pescoço e depositei um beijinho lá, antes de perguntar se ele sabia como sair dali.
  Eu, definitivamente, não era a mesma garota que recebeu o beijo de , minutos antes. Antes, eu estava prestes a bater no cara e depois eu estava sendo levada para fora do salão pelo mesmo. Talvez fosse a curiosidade de saber o que estava por trás daquela fantasia de Zorro. Tivemos que passar no meio da 'pista de dança' e eu definitivamente reclamaria, se não tivesse me pego pela cintura e me abraçado pro trás. Oh sim, eu não iria reclamar daquilo.
  Será que nós tinhamos alguma chance de conseguir um quarto naquele hotel? Hm... Sim.
  - Hóspede. - me levou para o elevador e me prensou na parede do mesmo enquanto as portas automáticas se fechavam.

  Agradeci que o elevador tinha velocidade suficiente para nos levar até o andar do quarto de antes que ele explodisse e fizesse tudo ali mesmo no elevador.
  Enquanto estavamos no elevador, as mãos de não me largavam e ah, as mãos dele!
  No meio do corredor, eu empurrei na parede e tirei aquela maldita máscara. E apenas... wow! Ele era muito bonito! Não... ele era lindo! Eu parei por alguns segundos, o ollhando e isso fez com que ele gargalhasse.
  - Desapontada? - Ele sabia que não. botou um sorrisinho malicioso em seu rosto. - E aí? Está desapontada comigo?
  - Não mesmo. - Retribui o sorriso e o puxei para um beijo.
  Quando chegamos na porta do quarto no fim do corredor, aos beijos, começou o meu desespero. não achava a maldita chave do quarto. Eu não ia aguentar, eu não terminaria a noite frustrada!
  - Acha essa bosta, . Agora! - Como ele tinha perdido aquilo?! A verdade era que a proximidade de nossos corpos tinha feito com que a "animação" de me "animasse". Qual é, ele parecia bom!
  Oh Jesus, finalmente! Entramos no quarto e eu parei antes que ele me agarrasse novamente.
  - Essa capa é escrota. Tira. - Retribui o sorriso malicioso que me lançou logo após sussurrar um "gostei". Me aproximei e passei a mão por seu peitoral e logo comecei a abrir os botões daquela camisa horrível. - Essa camisa. Ela não te favorece.
   riu. Mas não aguentou e simplesmente me pegou pelos braços e me jogou no sofá.
  Tempo depois nossas fantasias estavam no chão, as costas de estavam arranhadas e eu estava exausta. E satisfeita. Oh tinha sido bom. Muito bom.

  Acordei na cama sem ao meu lado. Gritei seu nome mas não tive nenhuma resposta. Reparei em uma blusa e uma calça jeans dobradas no pé da cama e a pontinha de um bilhete que estava entre as roupas. Peguei a blusa e logo a reconheci... Não, não, não, não! Aquilo era da Julie! Peguei com pressa o bilhete e li o que estava escrito:

"Lígia,
Pra começar, sim eu sei o seu nome. E, bom... vista as roupas de Julie e venha nos encontrar para o café da manhã.
Estou te esperando, coelhinha.

  Oh não. Eu estava fudida. Eles eram amigos.

FIM



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