You'd Better Run, James!

Escrito por Annelise Stengel | Revisado por Lelen

Tamanho da fonte: |


Capítulo 1

  - Marty! - Bela falou, agarrando a criança de dois anos no colo e beijando as bochechas enormes dela.
  - E vocês que xingavam ele antes dele nascer. - Annelise reclamou, rolando os olhos e indo até a amiga, cumprimentá-la. - Agora só ficam paparicando.
  - Mas eu esperava que fosse nascer um demônio. O Marty é até fofinho. - Bela contestou, rindo. - Melhor que o James.
  - Eles são praticamente idênticos, Isabela. - Anne falou, rolando os olhos e indo sentar no sofá da sala. - Se você pegar as fotos do Jimmy bebê, são super parecidos.
  - Mas o Marty é mais fofo que o James. - a Way deu ombros. - Enfim, a gente vai fazer o esquema de ir ajudar a Min a se arrumar pro casamento né?
  - Sim. - Annelise confirmou, vendo seu filho correr até si. Pegou-o no colo com um sorriso e o aconchegou entre seus braços. - Que estranho esse ano. Não vai ter sequestro nenhum. Sem contar que a Min convidou a gente pro casamento dela com o Eckes meio do nada, nem deu pra sequestrar ele e fazer a tradição.
  - Né? - Isabela disse, rindo e sentando-se ao lado dela. - Ela é outra sortuda que não precisou sequestrar e forçar o futuro marido a se tornar o marido.
  As duas riram e depois começaram a falar de outras coisas.
  Yasmin era a quinta amiga, que no caso virara a quarta porque Line passava mais tempo ocupada sendo esposa de Danny (depois de um casamento relâmpago que até hoje ninguém sabe onde, quando e como aconteceu, mas sim, eles estavam casados e felizes, obrigada). Claro que ainda se comunicavam com a Jones, afinal, ela fazia parte da vida criminal das outras. Min ia se casar, em uma semana, com Jordan Eckes, do We Are The In Crowd. Assim como Annelise, ela simplesmente teve a sorte de estar no lugar certo, na hora certa, e ser a pessoa certa. Depois de poucos anos namorando, os dois anunciaram o casamento e adivinha quem seriam as madrinhas e padrinhos.
  - Ah sim, a Cáàh não vai vir hoje? - Bela perguntou, franzindo as sobrancelhas. Marty saiu do colo da mãe e começou a brincar um DeLorean de brinquedo que James comprara pra ele. Annelise desconfiava que o marido comprara pra si mesmo antes de pensar no filho, mas nunca disse nada.
  - Nop. Tem consulta pra ver o bebê. E Min está vendo coisas do casamento. Somos só nós duas hoje. - Annelise respondeu.
  - Uma coisa que nunca imaginava. Cáàh grávida. - Bela comentou, arregalando os olhos.
  - Nem eu. - Anne fez uma careta. - A Cáàh é uma demônia. O Charlie é uma mula. IMAGINA SE MISTURAR, VAI VIR O APOCALIPSE ENCARNADO. - A Bourne surtou. Bela rolou os olhos e riu.
  - Mas sabe, sempre que vejo o Charlie olhando pra Cáàh, ele ta sorrindo e com os olhos brilhando. Acho que ele ta realmente feliz.
  - Aham. Eles tão felizes né, o filho é deles. E a gente que vai sofrer com a criança? - Anne disse, brincando. Estava feliz que Cáàh superara um pouco seu medo de engravidar e agora estava prologando a família.
  - Mama! - Marty disse, mexendo no cabelo de Annelise, e Isabela derreteu-se pelas palavras do pequeno.
  - Anne, também quero um filho. - a caçula fez bico. Anne arregalou os olhos.
  - E eu com isso? Avisa o Gerard, é mais fácil você engravidar dele do que de mim. - A sempre adorável Gambá contestou, e Isabela mandou dedo para a Bourne, que só riu, mas depois lembrou-se que o filho estava na sala.
  - Isabela! Não faça isso! Ele não precisa aprender isso agora. - reclamou. Enquanto Isabela ria retardadamente, o telefone tocou e Anne levantou-se rapidamente para ir atender. A caçula ocupou-se em entreter o mini Bourne.
  - Alô! - Anne atendeu.
  - BITCH! - Cáàh berrou do outro lado, fazendo-a rir com o carinho que demonstravam entre si.
  - Ooooi minha vadia! E aí, como foi lá? - perguntou, sentando-se, e pôde ouvir a emoção e a felicidade na voz da amiga, quando essa surtou:
  - É UM MENINO ANNE! - ela gritou e Annelise gritou junto, feliz. - EU TO INDO PRA SUA CASA CONTAR TUDO, ME ESPERE.
  - Ta bem, ta bem! Aaaaaaaaaaaaah que lindo Cáàh! - a morena disse, correndo para a sala enquando desligava o telefone. - VAI SER UM MINI SIMPSON! - berrou, alegre, pra Bela, que franziu as sobrancelhas.
  - Ta, isso a gente já sabia. Ele é Simpson, ela é Simpson, a cria só pode ser mini Simpson né Anne. - rolou os olhos. Annelise mandou dedo, aproveitando que o filho brincava com o carrinho.
  - Deixe o papel de lerda para mim, Isabela, você entendeu o que eu quis dizer. É UM MENINO! - gritou, só pra confirmar já que Bela não parecia ter entendido ainda.
  Carla estava para ter o bebê, a previsão era para dali duas semanas (uma alegria que não teria que estragar a festa de casamento de alguém como uma certa Bourne), mas nunca decidira se queria ou não saber o sexo do bebê. Há três dias decidira-se, e era hoje que via o resultado, o qual já vimos acima.
  Antes que a Way pudesse surtar também, a campainha tocou, e Annelise correu até lá, imaginando se Cáàh teria chegado tão rápido. Abriu a porta e encontrou James, com um bico.
  - Amor! Por que tocou a campainha? - perguntou, beijando-o enquanto ele entrava. James corou e sorriu de lado.
  - Não sei onde tá minha chave. - deu um riso nervoso e tirou o sorriso do rosto ao ver o olhar de Annelise. Foi perdoado depois de fazer um biquinho, e foram até a sala.
  - Paaaaaaaaaaaaaaaaaaaai! - Marty levantou-se correndo e foi abraçar James, que sorriu aquele sorriso que só ele sabe sorrir, mostrando todos os dentes e deixando suas bochechas ainda mais fofas.
  - Campeão! - disse, pegando-o no colo e beijando sua bochecha, depois dando uma, duas voltas com ele, enquanto a criança gargalhava e as duas meninas olhavam idiotamente.
  - Ta, chega James. - Annelise o impediu de fazer o menino passar mal, e James finalmente notou Bela ali, indo cumprimentá-la.
  - Cáàh e Charlie não estariam aqui? - ele perguntou, sentando-se no chão, já que o filho o puxava para brincar de carrinho.
  - Eles estão vindo, tinham uma consulta no médico. - Bela explicou. - Na verdade a Cáàh já contou, é ...
  - NÃO CONTA, EU CONTO, É MINHA CASA SUA PÔIA. - Annelise berrou, interrompendo a amiga e pulando em cima desta, esmagando-a.
  - AH ANNELISE, VOCÊ É UMA GORDA, SAAAAAAAAI DEMÔNIA! - Isabela reclamou, empurrando a amiga para o chão, que riu e caiu de bunda, perto de James. Ele distraiu-se um pouco do filho e abraçou a esposa pela cintura, depois deitando e deixando-a de pernas pro ar.
  - PORRA JAMES, PARA COM ISSO. - A garota reclamou, sem ar de tanto rir, até que acabou dando uma cabalhota para trás, levantando blusa, comendo cabelo, aquela cena bonita. Isabela quase dava cria de tanto rir, e James corara levemente, rindo também.
  Os amigos se acalmaram, e Annelise foi até James, se ajeitando entre as pernas dele e abraçando-o. Não o via desde manhã, quando ele fora para o estúdio compor algumas músicas novas com Matt.
  - Então, já sabem o sexo do bebê Simpson? - ele perguntou, olhando o filho deixar os carrinhos de lado e puxar a caixa de Lego.
  - Sim! Vai ser um menino! - Anne contou, feliz, e James sorriu também. A campainha tocou novamente e Bela prontificou-se a atender, deixando os Bourne sozinhos na sala.
  Assim que ela saiu, James puxou Annelise mais perto, olhou Marty de canto e aproveitando que o menino não estava prestando atenção, beijou-a demoradamente, até alguém tacar alguma coisa neles.
  - PORRA VOCÊS NÃO PARAM NUNCA COM ISSO, OLHA O FILHO DE VOCÊS AÍ DO LADO! - A voz simpática de Carla os atingiu e eles riram, Annelise levantando-se e - delicadamente, óbvio - pulando na amiga.
  - Cáàh sua linda, parabééééééééééééns! - falou, esmagando a futura mãe, que riu boba.
  - Oi pra você também Anne. - Charlie disse, depois de cumprimentar James.
  - OOOOOOOOOOOOOOOI CHAR, PARABÉNS PRA VOCÊ TAMBÉM SENHOR PAPAI SIMPSON! - Annelise pulou no alto, fazendo festinha, e eles riram.
  Mais uma vez, a campainha os interrompeu, e dessa vez James foi abrir a porta, para Yasmin e Jordan, que conseguiram sair do compromisso de casamento e vieram se juntar aos amigos. Cumprimentaram-se animadamente, como os amigos doidos que eram, e depois sentaram-se todos (Annelise voltou para o chão com James, que agora ajudava o filho a construir uma super torre aérea com radar) e prestaram atenção no casal Simpson, já que eles tinham as notícias mais interessantes dali.
  - Ok, ok. Como Anne já deve ter contado, porque ela é uma fofoqueira e não aguenta ficar quieta - Cáàh começou, levando dedo da amiga. - nós vamos ter um menino! - anunciou, e todos bateram palmas e gritaram, deixando-os envergonhados e de olhos brilhantes.
  - AH EU NÃO SABIA, PUTARIA ISSO ANNE. - Yasmin reclamou, quase deixando sua girafa (popularmente conhecido como Jordan) surda, o que o fez fazer uma careta por um instante. Annelise escondeu-se atrás de James, fazendo sinal para alguém continuar.
  - Segundo! - Charlie chamou atenção com sua voz grossa e todos se calaram e voltaram a prestar atenção. Carla mordeu o lábio inferior e olhou para todos ali na sala.
  - Segundo, já escolhemos o nome. E NÃO ANNE, NÃO VAI SER APOCALIPSE SIMPSON. - Berrou, ao ver a amiga abrir a boca. Annelise fechou-a e fez cara de anja, enquanto James estalava um beijo em sua bochecha, rindo. - O nome do nosso filho vai ser... Dasdla!
  Silêncio.
  - O que ela disse? - James sussurrou, um pouco alto, para Anne, que arregalou os olhos e deu ombros, não tendo entendido também.
  - DASDLA, PORRA. - Carla berrou, fazendo Bela rir.
  - Dasdla Porra? Que nome lindo.
  - É SÓ DASDLA. - A Simpson retrucou.
  - Dasdla? Dadsla? Como é? Não consigo nem pronunciar isso. - Annelise reclamou, começando a repetir diversas vezes, tentando ver qual soava certo.
  - É Dasdla, Anne. - Yasmin disse, achando estranho mas sendo a menos lerda ali, entendendo de primeira. Cáàh ficou feliz por alguém ter aparentemente aprovado o nome. Porém Min voltou-se para ela. - Dasdla. De onde você tirou esse nome Cáàh?!
  - É uma longa história. - Charlie disse, coçando a nuca. Cáàh estava com um bico.
  - Deve ter sido de algum dicionário nórdico. - Jordan disse, rindo. Annelise gargalhou.
  - Deve significar Apocalipse, ou Dia do Juízo Final! - falou, e depois levou uma almofada na cara, que quase a desequilibrou (sim, sentada).
  - CALA A SUA BOCA ANNELISE BOURNE, QUER MORRER? - Cáàh berrou, ameaçadora, e a outra arregalou os olhos castanhos, pegando a almofada e escondendo a maior parte do rosto.
  - Desculpa. - falou, com uma vozinha mínima. Cáàh sabia assustá-la.
  - É um nome tão ruim assim? - Cáàh choramingou, e todos trocaram um olhar.
  - Não, não é. - Bela a consolou. - Só é diferente, nós vamos nos acostumar. Não se preocupa!
  - É. Eu prometo não chamar o Dadsla de demônio. - Anne disse, fazendo joinha.
  - É Dasdla Anne. - James a corrigiu, o que para todos os outros pareceu hilário, já que James normalmente era a pessoa que tinha problemas para falar até "processos químicos". Se bem que Anne obviamente seria a próxima da lista a ter problemas para falar qualquer coisa.
  - Das.. Dads... PORRA. O APOCALIPSE, PRONTO. - resolveu Anne, arrancando risadas de alguns e até um sorriso de Cáàh.

  Mais tarde, em um lugar sombrio e tenebroso... er, não.
  Matt entrou na casa, já estava escuro, as crianças e Emma estavam dormindo. Ele dirigiu-se para o pequeno escritório que montara para si e jogou um molho de chaves na mesa, rindo, e sentou na cadeira, pegando o telefone. Discou um número rapidamente, aguardou, e pouco depois foi atendido.
  - Deu tudo certo, to com as chaves dele. - exclamou, e a voz do outro lado da linha comemorou. Depois fez uma pergunta. - Sim, sim, acho que semana que vem ta bom. - Matt suspirou. - Ainda acho que Anne... não, sim, mas... Marty... não é isso, eu quero! Vai ser divertido. Só acho que... é, é. Ok. Até semana que vem então. - despediu-se e desligou. Suspirou novamente, passando a mão no rosto e olhando as chaves.
  Era tudo para ser divertido.

Capítulo 2

  - Charlie, to com fome. - Cáàh reclamou, do sofá. O marido apareceu ali perto, cruzando os braços.
  - E eu tenho cara de quem sabe cozinhar alguma coisa? - ele arqueou as sobrancelhas e ela bufou. - Fome de quê?
  - Não sei. Será que nosso filho vai nascer com cara de nada? Eu não tenho vontade de nada nessa merda de gravidez. - ela resmungou e Char sentou-se ao seu lado, abraçando-a.
  - Não fale isso perto da Anne, ou ela vai acabar com uma lista de caras que nosso filho vai nascer. - ele murmurou e ela riu.
  - Verdade. MISTO QUENTE! Quero comer misto quente Char, faz misto quente pra miiiiim. - Cáàh choramingou, cutucando o marido, que só rolou os olhos e beijou-a rapidamente, antes de se levantar para a batalha que travaria na cozinha. Porém, interrompeu-se no meio do caminho.
  - Mas daqui a pouco a gente vai pra casa da Min e do Jordan, pro churrasco.
  - Eu sei! - ela falou, os olhos brilhando. - Mas eu estou com vontade de misto quente, e não vai ter misto quente lá, você quer que seu filho nasça com cara de misto quente Charlie Simpson? - Carla falou tudo aquilo rápido, e Charlie voltou a rolar os olhos.
  - Sua mimada. - reclamou, e deu as costas, indo preparar o pão para a menina.
  - OBRIGADA CHAR, TE AMO. DASDLA TAMBÉM AGRADECE. - Ela mandou beijos e pôde ouvir o marido rir na cozinha.

  - Marty, não, vem cá filho. - James correu atrás do garoto, que estava perto da piscina de Yasmin e Jordan. O pai pegou o garoto no colo, que riu e o abraçou pelo pescoço, enquanto era levado de volta para perto das pessoas.
  - Essa criança não para de rir, meu Deus? - Yasmin exclamou sozinha, fazendo Jordan rir.
  - Você vai entrar com ele depois Jim? - Anne perguntou, levantando os óculos de sol para encarar o marido e ignorando a amiga.
  - Posso entrar. - ele respondeu, sorrindo largamente e abaixando-se para beijá-la nos lábios.
  - Vem cá filho, vem passar protetor. - ela falou, pegando o garoto e colocando-o no colo. Tirou a camiseta azul listrada de verde que ele vestia, e enquanto ele esperneava, passou o líquido/gosma branco no corpo branquelo da criança.
  - Credo Annelise, esse menino nunca viu o sol não? - Bela reclamou, rindo, enquanto Gerard tentava fazer algo que poderia ser tanto uma trança no cabelo de Bandit, quanto um ninho de ratos.
  - Ver ele viu, acha que deixo a criança trancafiada em casa? - a outra retrucou. - Mas esse sol londrino, de que adianta? Faz tempo desde que fomos pro Brasil pra ele tomar um sol decente.
  - E a Cáàh que não chega hein? - Yasmin reclamou. - Queria todas vocês juntas logo. Quero resolver os últimos detalhes mínimos do casamento, pra tudo ficar perfeito, e aproveitar esse domingo lindo! - a garota estendeu os braços pra cima, parecendo uma zen.
  - Acho que vai chover. - James disse, olhando pra cima. Min, cortada de seu momento adoração da natureza, jogou a primeira coisa que tinha na frente no rapaz. A sorte dele é que a faca estava mais perto da mão esquerda. - Ai assassina! Oh Jordan!
  - Min, controle-se amor. - Jordan disse, mais rindo da cara de James do que preocupado em impedir a esposa.
  - É, sua cenoura, pare com isso. - Annelise deu língua, fazendo Marty rir. James olhou bobamente para o filho e o pegou no colo, começando a brincar com ele.
  - Cenoura, hunf. - Yasmin cruzou os braços, recostando-se na cadeira. - Meu cabelo nem é mais daquela cor.
  - Era bonito. - Jordan disse, fazendo biquinho. Min sorriu, envergonhada, e eles trocaram um beijo rápido. Annelise rolou os olhos.
  - CHEGAMOS POVO DO INFERNO. - Ouviram o grito de Carla lá de dentro, e riram. Ela chegou, sorrindo, com Charlie atrás. - Desculpem a demora. Charlie não sabe cozinhar e quase tacou fogo na casa.
  - Desculpe Sra. 'Chaaaarlie, faz misto quente'?! - ele retrucou, fazendo uma tentativa fracassada de imitar gemendo a voz de Cáàh, o que fez os outros rirem e Cáàh corar. O casal Simpson era hilariamente resmungão, e possivelmente só os dois se aguentavam por muito tempo. Char sorriu e estalou um beijo na bochecha dela, enquanto cumprimentavam os amigos.
  - Ah então agora sequestrarei as meninas, e logo voltamos! - Yasmin disse, levantando-se e puxando Bela pela mão.
  - Anne! Posso entrar com o Marty? - James perguntou, enquanto a esposa se afastava.
  - Pode Jim, mas deixa a toalha perto pra ele não pegar muita friagem ok?
  - Ok! - ele sorriu e mandou um beijo para ela, que corou levemente e entrou atrás das amigas.
  - Acho que vou entrar com Bandit também. - Gerard disse, levantando-se para pegar a bolsa da menina.
  James despia o filho, que já vestia um calçãozinho. Tirou a própria camiseta e se jogou na água. Marty riu, vendo o pai emergir completamente molhado e sorrindo, e correu até ele, pulando atrás. Jordan e Charlie riram da surpresa na cara de James ao ver o garotinho se jogar com tanta desinibição. Charlie observou o pai e filho brincarem na água um pouco mais de tempo, querendo e não querendo que chegasse logo a sua vez. Gerard entrou logo depois com Bandit também, e os pais ficaram brincando com os filhos, enquanto os outros dois apenas conversavam, imaginando o que mais havia para discutir do casamento.

  As meninas, no quarto de Min, esperavam para ela mostrar o vestido. Ela chegou com uma caixa enorme, que tinha escondido para Jordan não ver, e colocou na cama. Todas ali refletiram que Jordan tinha que ser tão lerdo quanto o James para não ver uma coisa daquelas, mas ninguém disse nada.
  - Me diga que é normal. - Anne pediu, baixinho, levando um tapa de Carla. - AI! Sua violenta! Pra que isso?
  - Não sei, quis descontar em alguém o chute do Dasdla. - a outra disse, esperando Min parar com o "um minutinho de suspense" que ninguém dava a mínima e mostrar logo.
  - Vocês são umas chatas. - a noiva deu língua, e abriu a caixa, revelando um vestido branco, lindo, parecia um bolo.
  Ela o levantou no ar e colocou na frente do corpo, fazendo as outras soltarem "Aaaaaaaw" e "oooooh".
  - É realmente lindo Min. - Annelise comentou, abraçando um travesseiro da menina.
  - Eu sei, fiquei tão feliz quando escolhi ele. Soube que era o certo! - a outra disse apaixonadamente, babando no vestido.
  - Min, a menina da banda do Jordan não vai ser madrinha também? - Bela, que sabia muito de WATIC, perguntou.
  - Você quer dizer a Tay. Sim, ela vai ser, é que eles ainda estão nos EUA, chegam em três dias. Aí vou fazer alguma coisa pra todos se conhecerem, se amarem e tal. - Yasmin explicou, e as outras concordaram. - Não vai dar em cima do Cameron hein Anne.
  - Eu não. Eu casada com o James e tendo meu Marty, posso chamar a vida de perfeição. - a Bourne riu, lembrando que tinha uma quedinha pelo guitarrista da We Are The In Crowd.
  - É, não vai dar uma de Cáàh. - Bela disse, rindo e cutucando a grávida, que fechou a cara e deu dedo pra Bela.
  - Fica quieta, esposa do Piu-piu! Por que todos me zoam por causa disso?
  - Porque você pegou o Matt no avião Cáàh, você é uma vadia. - Anne disse, rindo da amiga.
  - FOI UM ACIDENTE. - A outra se exaltou.
  - É, acidente. Sei. - Yasmin negou com a cabeça. Carla já estava com uma tromba, e as outras divertiam-se ao vê-la daquele jeito.
  - CALA A BOCA QUE VOCÊ NEM TAVA PERTO NA ÉPOCA YASMIN! - ela berrou, e depois de rirem, as meninas pediram desculpas para a amiga, Anne a abraçando apertado. - E falem mais alto mesmo. E se o Charlie estivesse ali fora? Hein? Meu filho ia nascer de mãe solteira, mãe morta.
  - Que horror Cáàh, fala isso não. Ele está lá embaixo, dá pra ouvir aquela risada-relincho dele daqui. - Annelise falou, indo até a janela e confirmando suas suspeitas. Isabela e Yasmin quase engasgaram de tanto rir do risada-relincho, o que fez Cáàh jogar uma almofada com uma força enorme na direção da Bourne. Errou por pouco.
  - Eita. Dasdla me deixa ruim de mira. - choramingou. A Bourne ainda estava colada na janela, nem reparando que quase fora morta por um míssel almofadesco.
  - Awn olha o Jimmy brincando com o Marty na água. Que lindo. Awn. - ela falava, e as outras se entreolharam. Min pegou a almofada e foi melhor que Cáàh, acertando a cabeça de Anne, que bateu no vidro e a fez soltar uma reclamação indignada.
  As outras riram e as meninas continuaram naquela zoeira por um tempo, depois decidindo que já tinham largado seus homens por tempo demais, e que era melhor voltarem.

  Três dias depois, o resto da banda de Jordan chegou, e Yasmin marcou um jantar de ensaio, em que todos poderiam se conhecer. Não seriam tantos padrinhos, já que Yasmin e Jordan pensaram em economizar altar. Annelise faria par com Cameron, Cáàh com Rob, Bela com Mike e Tay entraria com Trevor, irmão de Jordan. James, Charlie e Gerard entrariam como convidados, o único motivo que não seriam padrinhos é que era muita gente para pouco altar.
  De qualquer forma, eles estavam lá vestidos socialmente, prontos para o ensaio. Annelise e James deixaram Marty com Matt, que não fora convidado para o casamento (já que Yasmin mal o conhecia, assim como Jordan) e pegaram carona com Charlie e Cáàh, o que consideraram um erro, já que a grávida estava insuportável.
  - Ah finalmente. - Annelise disse, empurrando James para longe do casal ao chegarem, para ficar sem ouvir as reclamações de Carla sobre como estava gorda e feia naquele vestido, que caía perfeitamente nela, mesmo grávida. James só riu e abraçou a esposa de lado.
  - Como se você não tivesse ficado assim também. - sussurrou, beijando a bochecha dela. Ela fez um bico, mas depois riu e o puxou para a mesa que sentariam, próximos aos noivos.
  Todos conversavam alto, e quando pareceu que todos estavam ali, Jordan levantou-se e bateu com uma colherzinha numa taça, chamando a atenção.
  Começou a discursar o quanto estava feliz por ter conhecido Min, e como ela era importante para ele e mudara sua vida. Depois foi a vez de Yasmin se levantar e soltar algumas palavras tímidas, parecidas com as do noivo. Enquanto os padrinhos faziam seus brindes, Charlie levantou-se sorrateiramente, avisando Cáàh que ia ao banheiro, e desapareceu da vista dos convidados.

  - Como andam as coisas? - ele falava, no telefone, do lado de fora do salão.
  - Tudo certo. Tudo preparado para amanhã. - a voz do outro lado disse, rindo maldosamente de um jeito humilhante. Sim, era Matt do outro lado.
  - Admito que estou com um pouco de dó da Anne, mas as meninas estarão com ela, e eu vou adorar ver a cara do James! - Charlie comentou, rindo um pouco. Ele não tinha lá muito senso de humor, e as poucas risadas que dava era quando algum dos amigos se dava mal. Se bem que ultimamente com Carla ele tinha ficado um pouco mais legal, principalmente desde a notícia que ia ser pai.
  - Jordan e Gerard vão mesmo querer participar disso? Digo, Jordan vai casar, e se der alguma coisa errada...
  - Cara. Vai dar tudo certo, como sempre. Não é como se fosse a primeira vez. - Charlie rolou os olhos, e Matt concordou. - Tenho que voltar pro ensaio, até depois.
  Despediram-se e Charlie voltou para dentro, mas antes que pudesse chegar à porta do salão, uma figura surgiu na sua frente.
  - Ê, finalmente. Achei que tinha entupido na privada. - Cáàh resmungou, cruzando os braços. Charlie sorriu amarelo e abraçou a esposa de lado. - Quero ir embora.
  - Por que? - ele perguntou, erguendo o rosto dela com uma mão grande, para que ela pudesse olhá-lo nos olhos.
  - Ta doendo. E eu to gorda e feia. - ela choramingou, fazendo o marido rolar os olhos. Antes que ele pudesse falar que não, ela estava linda naquele vestido (vermelho com degradê preto na barra, ela sabia exatamente como provocá-lo), ela suspirou, cansada, e completou. - Já dei tchau pra Anne e James, eles arranjam carona com outras pessoas. Vamos, por favor.
  - Ok baby. - Char beijou a testa dela e passou o braço pela cintura da esposa, acompanhando-a até a saída.

Capítulo 3

  - Matt. - James entrou, parecendo ligeiramente desesperado.
  - Fale James. - o outro disse, rodando na cadeira de rodinhas do estúdio dos dois, em que estavam compondo algumas músicas para alguns artistas.
  - To meio preocupado com a Anne. - o ex-Gambá disse, nervosamente. Matt franziu as sobrancelhas.
  - Por que?
  - Ela tava passando meio mal hoje cedo. Acho que vou voltar mais cedo pra casa hoje pra ficar com Marty, tudo bem?
  - Ah, claro. Tem problema nenhum. - Matt sorriu, dando tapinhas nas costas do agora sorridente amigo. "Perfeito", era o que passava em sua mente. - Vou avisar Emma então, porque aí eu saio mais cedo também e podemos sair pra jantar, algo assim.
  - Beleza. - James acenou, já voltado pro computador, analisando a última música que haviam feito, enquanto Matt saía pra fazer a ligação.
  - Charlie? James vai sair mais cedo hoje. É um sinal meu, temos que agir. Eu dou um toque quando ele sair, mas fica por perto. - falou, ao celular. - Mal posso esperar pra ver a cara do Bourne! - ele riu, maldosamente. Charlie disse alguma coisa do outro lado, rindo também. - Ok, você pega os outros dois. Até mais.
  Depois de sorrir sozinho imaginando a cara de James, que estava crente que nunca seria sequestrado pelos amigos, virou-se e inocentemente voltou para onde a futura vítima estava sentada, ouvindo calmamente o trabalho deles.

  - Que saaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaco, o Matt não falou que o James ia sair mais cedo? - Jordan reclamou pela sétima vez, sentado no banco de trás do carro de Charlie, jogando o pescoço pra trás e encarando o teto.
  - Tem que ser paciente. - Charlie resmungou, apoiando o lado da cara no volante e encarando a porta por onde James era suposto para sair.
  - Lá está ele, seus mongóis! - Gerard bateu em Charlie e apontou James saindo, parecendo preocupado.
  - Prontos? - Jordan perguntou, mas quando deu por si estava sozinho no carro, e Charlie e Gerard já estavam fora do automóvel e iam em direção de James. O ex-Gambá nem havia os notado ali, e por isso soltou um berro de surpresa quando Simpson e Way colocaram um saco de pano em sua cabeça.
  - MAS QUE DIABOS, SOCORR...
  - Shiu Bourne! - Charlie falou, disfarçando a voz. Antes que James gritasse pro mundo inteiro que estava sendo sequestrado, Charlie levantou o saco apenas o suficiente para colocar uma meia na boca do pobre James. Ele continuou soltando uns grunhidos, enquanto Jordan ajudava Gerard a levá-lo pro banco de trás do carro. Charlie esperou Matt, que estava trancando o estúdio.
  - Deu certo?
  - Tive que enfiar uma meia na boca dele, ele gritava mais que mulher. - Charlie rolou os olhos, rindo. Jordan e Gerard já haviam imobilizado James no banco de trás.
  - A única coisa que me assusta é a reação da Anne. Espero que ela não nos mate depois.
  - Realmente. - Simpson estremeceu, e dirigiram-se para o carro.
  - Ah, vou mandar uma mensagem em anônimo pra Cáàh pra ela ir ficar com a Anne, porque James disse que ela tava meio mal. - Matt disse, já puxando o celular.
  - Do jeito que a Cáàh tá, só vai piorar. Avisa a Bela. - Charlie avisou, e Matt deu ombros, concordando. Entraram no carro e ficaram quietos, enquanto James provavelmente amaldiçoava todos eles em grunhidos.

  - Anne? ANNE MEU DEUS. - Bela entrou no quarto lentamente, encontrando a amiga na cama.
  - Eita demônia, que foi. Precisa gritar não. - A garota levantou, tentando arrumar o cabelo e fazendo uma careta. - Ta fazendo o que aqui?
  - Recebi uma mensagem anônima dizendo que você tava passando mal. Aí eu vim confirmar. - A Way apontou pro celular. - O que você tem?
  - Enjoo, sei lá. - Annelise respondeu, recostando-se. Bela jogou-se ao lado dela.
  - E Marty, cadê?
  - Os pais do James passaram aqui e levaram ele pra mimar um pouco o neto, aí eu vim pro quarto. Que horas são? - a Bourne perguntou, levantando-se para ir ao banheiro.
  - Umas quatro e meia.
  - Já? E nada do James... - Annelise disse, preocupada. Depois fez uma careta e correu pro banheiro.
  - Eita Anne. - Bela disse assustada, correndo pra porta do cômodo onde Annelise estava liberando seus intestinos pela boca. Eca. - Precisa de algo?
  - Não, to bem. Ai que merda. - xingou, levantando-se para lavar a boca. Depois se jogou no chão do banheiro. - Quero o James.
  - Mas ele não chega só às cinco e meia, por aí?
  - Sim, mas hoje ele disse que ia voltar mais cedo, porque eu to assim desde manhã. - a mais velha explicou, depois soltou um suspiro. - Vai ver teve algum problema no estúdio, sei lá... Mas ele não mandou mensagem, nada.
  - Fica calma Anne, você melhor do que ninguém sabe como é o Bourne. - Isabela disse, tentando animar a amiga. Annelise riu fraco. - Mas e aí, sobre esse seu enjoo, você comeu algo de ruim?
  - Nada. Jantar normal, e o James não está enjoado.
  - Mas não dá pra confiar nessas coisas né Anne. Vaso ruim não quebra. - Bela fez joinha, levando um cutucão da amiga. Riram.
  - Enfim, não sei o que é.
  Ficaram um tempo em silêncio, sentadas no chão do banheiro, e então Isabela iluminou-se.
  - Anne, você e o James ainda estão como no começo do casamento? - perguntou, fazendo uma careta. Não queria perguntar aquilo diretamente.
  - Como assim?
  - To falando atacados. Se amando. Sabe. Eeeeeee, amor amor. - Bela fazia gestos exagerados e Annelise encarava a amiga (que ela tinha quase certeza que enlouquecera) com as sobrancelhas franzidas.
  - Hein?
  - Senhor Annelise, como você é lerda. To querendo saber se você e o James ainda se comem em todo e qualquer lugar da casa. - a outra disse, rápido, fazendo Anne rir idiotamente.
  - Ah tá. Às vezes. Com o Marty fica mais difícil, mas quando tá no quarto é mais fácil. Por que? - explicou, e depois percebeu como a pergunta da amiga era esquisita. Arregalou os olhos.
  - É que eu tava pensando, esse enjoo...
  - Ah não. - Annelise levantou-se, pela primeira vez na vida entendendo o raciocínio de alguém sem esse ter terminado de explicá-lo ainda. - Não pode ser. A gente toma cuidado e tal. Na maioria das vezes. - completou, pensativa.
  - Ué, pode ser. - Bela deu ombros. Depois sorriu. - Nhaw, teremos mais um à bordo. - e depois fez cara triste. - E não é meu, que saco viu. Quero um filho Anne.
  - Cala a boca Isabela, eu só to enjoada, nem dá pra tirar conclusões disso. E quanto ao filho, vá falar com o Gerard, não sei porque você fica resmugando isso pra mim. - Annelise reclamou, voltando pra cama e pegando o celular. - Acho que vou ligar pro James.
  - E se ele estiver ocupado e você atrapalhar? - Bela interrompeu, não querendo que a amiga fugisse do assunto anterior.
  - É mesmo. Vou esperar mais um pouco então. - deixou o celular em cima da cômoda, e virou-se para a amiga. - PARE DE ME OLHAR ASSIM, NÃO É COMO SE EU FOSSE DAR CRIA AGORA.
  - Ai desculpa desculpa. Mas me deixa ir na farmácia? Por favor! Só pra gente saber. - a outra pediu, pulando na cama. - Por favor, por favor, por favor, por favor.
  - Cara, e eu que me admirava do Charlie aguentar a Cáàh. Dó eterna do Gerard. - a Bourne resmungou. - VAI LOGO DEMÔNIA, mas eu não vou pagar nada, você que quer saber.
  - EEEEEEEEEEEEBA. Já volto, Bournesita do meu coração! - Bela disse, saindo do quarto e deixando Annelise encarando a porta aberta de forma idiota.
  - Bournesita? Sério? - bufou e voltou pra cama.

  - Deixem ele aí. Só tirem a meia da boca dele. Mas escute Bourne, nada de gritar, ouviu? - Jordan falou, forçando a voz para ficar mais grave (tinham pensado em deixar Charlie fazer isso, mas acabaram concordando que James teria pesadelos eternamente se ouvisse aquilo). James, vendado e ainda com a meia na boca, concordou rapidamente com a cabeça.
  Puxaram a meia e James respirou fundo várias vezes. Em sua mente só passavam cenas de Marty e Anne, se ele os veria novamente, se iria morrer ali e não poderia nem ao menos dar tchau. Os sequestradores deixaram-no sozinho e ele ficou em silêncio. Suas mãos estavam amarradas atrás, mas não muito forte, ele sabia que se ele conseguisse soltar a mão, talvez alcançaria seu celular no bolso de trás da calça, que estranhamente não foi tirado de si. Pelo visto os caras não eram muito bons. E ele sentia que estava sozinho na sala. Sem qualquer vigilância.
  Lentamente, começou a tentar desatar o nó de suas mãos. Confundiu-se várias vezes, mas depois de alguns minutos, a corda estava no chão. Sentindo-se o Batman, levantou a venda só o suficiente para olhar ao redor. Estava meio escuro, mas ele pôde ouvir algumas vozes do outro lado da porta. Ligou para a polícia e em sussurros falou para rastrearem seu celular que iriam encontrá-lo, ele havia sido sequestrado por um grupo de pelo menos três pessoas.
  Ligação terminada, sentou-se novamente e fingiu estar amarrado, para o caso de os sequestradores entrassem ali. Nervoso, pensou que deveria ter ligado para Annelise, mas agora não daria mais tempo, alguém entrava na sala.

Capítulo 4

  - Min, 'cê viu a Anne ou a Bela? Não consigo falar com nenhuma delas. - Cáàh choramingou. Yasmin segurava os cabelos pela raiz, apoiando os cotovelos na mesa e olhando uns papéis.
  - Não. Não vi nem o Jordan, me diz como não sei onde meu futuro marido tá um dia antes do nosso casamento?! - a garota parecia desesperada. Cáàh fez careta.
  - Se isso te consola, não tenho ideia de onde Charlie esteja também. Eu poderia estar parindo o nosso filho agora e aquela Mula não atenderia o telefone. Deve estar dormindo. - reclamou. Min sorriu fraco.
  - Já pensou se eles estão aprontando alguma? Assim, esse ano não vai ter sequestro. - Começou a pensar.
  - É, eles podiam sequestrar o James. Aquele gambá não foi sequestrado nenhuma vez. Ia ser engraçado ver a cara da Anne. - Carla falou, rindo.
  - Né. Mas do jeito que são, devem estar só compondo juntos, ou jogando videogame. Músicos. - Yasmin resmungou.
  Cáàh riu e depois fez uma careta.
  - Ai, Dasdla não para de se mexer. - respirou fundo. - Uma semana. Uma semana e vai ser o apocalipse, então tudo vai acabar. - disse, mais para si mesma, porque Yasmin voltara a ver os planos do casamento no papel, torcendo pra nada dar errado.

  - Eu não quero ir vigiar o James. - Charlie reclamou.
  - Você acabou de perder no palitinho, Charlie. Não tem escolha, são as forças superiores. - Matt disse, enquanto distribuía as cartas.
  O plano na verdade era deixar James trancado um pouco, com medo, e depois soltá-lo fazendo festinha e revelando quem realmente eram. Provavelmente apanhariam, não só do Bourne como da Bourne (de quem eles realmente tinham medo), mas a graça seria James passar pelo que metade dos presentes haviam passado, e ele sempre estava envolvido nos sequestros. Com exceção do de Danny, mas Danny não estava ali para reclamar vingança.
  Charlie continuou xingando até entrar na porta, onde encontrou James balançando uma perna nervosamente.
  - O que vocês querem de mim? - ele perguntou, imediatamente, mas Charlie não respondeu, fechando a porta atrás de si. Puxou a outra cadeira e sentou-se de braços cruzados de frente para James. Estava torcendo contra Matt agora, que ele desse uma de suas risadas escandalosas durante o baralho e entregasse todo mundo.
  No jogo, todos se continham com esse pensamento, porque não podiam rir alto. A casa em que estavam era um pouco afastada da cidade, mas parecia ter sido construída para reféns serem levados.
  - Não vai me responder? - James insistiu.
  - É melhor pra você se você não falar. - Charlie finalmente disse, disfarçando a voz, na esperança que ele se calasse. James porém só ficou mais atento.
  - Eu conheço você? Sua voz é familiar. Isso é algum tipo de brincadeira idiota? Me soltem, estão me ouvindo, eu tenho mulher e filho! - James começou a tagarelar, e Charlie começou a ficar nervoso. Ele não podia falar muito com James, vai que o outro descobrisse quem ele era. Antes que pudesse fazer qualquer coisa, porém, Matt escancarou a porta, parecendo assustado, e pelos reflexos azuis e vermelhos de luz de fora da casa que iluminavam seu rosto, Charlie percebeu que estavam com problemas.
  - Solta ele! - Willis disse, com pressa, e James olhou atentamente em sua direção.
  - Matt? Matt! Você veio me salvar? - o que estava amarrado disse, bobamente.
  - Mas... ele já está solto, Matt! - Charlie avisou, mexendo na corda que segurava as mãos de James, e mostrando-a para Matt. James parou de fingir e retirou a venda, levantando os olhos para Matt e Charlie, que trocavam um olhar preocupado.
  Ouviram a porta ser escancarada e uns gritos na outra parte da casa, e então alguns policiais armados entraram no quarto. Todos os três levantaram as mãos, assustados.
  - Quem é James Bourne?! - o guarda perguntou, e o mesmo acenou, com medo. - Vejo que eles estavam tentando te soltar para se safarem. Você está bem?
  - S-sim, mas...
  - James, você ligou pra polícia?! - Matt arregalou os olhos, olhando o amigo que era puxado para perto dos policiais, completamente confusos.
  - Sim, me sequestraram e eu consegui... telefonar... mas esses são meus amigos, onde estão os sequestradores?
  - Eles são os sequestradores. São as únicas pessoas da casa.
  - Merda James! - Charlie xingou alto, chutando a cadeira. - Seu idiota!
  - Mas... - James estava mais perdido que filho da puta em dia dos pais, vendo seus amigos serem algemados. Matt e Charlie resmungavam qualquer coisa e foram levados para fora da sala, e James seguiu-os, vendo Jordan e Gerard também algemados e sendo levados para as viaturas do lado de fora da casa abandonada.
  - Gente, eu... não fazia ideia... - James tentou desculpar-se, mas ninguém o ouviu, com a agitação e as sirenes, que agora foram ligadas.
  - Quer que te deixemos em algum lugar, Sr. Bourne?
  - Minha casa, por favor. Tenho que resolver isso. - ele passou as mãos no cabelo, nervoso, vendo os amigos serem levados.

  - GEEEENTE VOCÊS NÃO VÃO ACREDITAAAR! - Isabela chegou correndo na sala de Yasmin, que assustou-se e fez papeis voarem para o chão, e Carla quase pariu Dasdla ali mesmo.
  - MAS QUE INFERNO ISABELA, PRECISA CHEGAR ASSIM? - Cáàh saiu berrando, até que viu a cara pálida de Annelise que acabara de entrar na sala. E Bela ainda estava brilhando de alegria, o que estava estranho.
  - O que houve? - Min perguntou, preocupada. - É algo com o James?
  - Não, nem sei onde ele está. - a outra respondeu, com voz fraca, e franziu as sobrancelhas, voltando a preocupar-se com o marido.
  - Somos duas então. - Min disse. Bela parou e pensou.
  - Três.
  - Quatro, eeeeeee. Cinco, na verdade. - Cáàh completou, apontando para a barriga. Elas trocaram um olhar triste.
  - Onde será que eles se meteram? - Anne choramingou, sentando-se em uma cadeira.
  - Não faço ideia, o que nós não vamos acreditar? - Cáàh perguntou, olhando pra Bela, que voltou a se iluminar e olhou animada para Annelise, que só pareceu ficar pior.
  - Eita. Tão ruim assim Anne? - Yasmin perguntou, preocupada com a amiga, indo até ela e a abraçando.
  - A gente descobriu uma coisa hoje. - Isabela começou, um pouco menos animada, ao ver que Annelise estava preocupada e não tão saltitante.
  - Nossa Anne, com essa cara parece que até tem outro bebê Bourne à caminho. - Carla fez piadinha, rindo, e quando a amiga a olhou com olhos assustados, ficou boquiaberta. - Ta. Brincando.
  - Não. - a voz de Annelise saiu fraca.
  - E você não ta saltitante, comemorando, por quê? - Min perguntou, confusa. Annelise bufou e levantou-se.
  - Porque isso definitivamente não foi planejado, não é ruim, mas não foi planejado e... eu nem sei onde o James está pra poder contar isso! - ela voltou-se para as amigas, choramingando, os olhos começando a lacrimejar. As outras a olharam, desamparadas, e em questão de segundos estavam abraçadas em grupo, até Carla se rendera. Embora abraçar com a barriga daquele tamanho não fosse realmente confortável.
  - Tem alguém vibrando aqui, ou é impressão minha? - Bela comentou, e todas se afastaram. Annelise percebeu que era seu celular e, limpando as lágrimas, arregalou os olhos ao ler o nome no visor.
  - É o James!
  - ALELUIAAMÉMSENHOR! - Cáàh berrou, não porque estivesse feliz, mas porque sabia que animaria a amiga e que, se James dera notícia, talvez Charlie também desse.
  - James! Onde você está? - Anne atendeu, colocando no viva-voz, a voz tremendo e chorosa.
  - Oi amor. - ele parecia abalado. - É uma história meio longa, e eu ainda to meio perdido, to voltando pra casa. - James falou.
  - Não to em casa, to na Min, tem como você vir pra cá? - ela perguntou, tentando ignorar por alguns segundos os gestos exagerados das três meninas em sua frente que pediam silenciosamente para perguntar de seus respectivos companheiros.
  - Acho que tem sim. - ele fungou.
  - E você tem alguma ideia de onde estariam Charlie, Gerard e Jordan? As meninas estão quase criando aqui. - ela perguntou, emburrada. Queria saber o que estava acontecendo de errado com seu marido e queria ajudar. E queria também, se fosse possível, um banho quente e um momento sozinha com ele pra explicar tudo.
  - Na verdade tenho. - ele falou, depois de um tempo em silêncio, e as meninas prenderam a respiração. - Faz parte do problema e da longa história. - James disse.
  As meninas trocaram um olhar e pareceram assustadas. James parecia extremamente abalado, e tinha mencionado a palavra "Problema". O ex-Gambá não brincaria tão seriamente, pelo menos não com Anne.
  - James... - Anne não sabia o que dizer, só queria ele perto para abraçar.
  - Já to chegando, ta? Mais uns dez minutinhos amor. - ele disse.
  - Ta. - a voz dela estava fraca novamente. - Até daqui a pouco.
  Annelise desligou e todas ficaram em silêncio, até que Carla fez uma careta e sentou-se.
  - Mals acabar com o clima "Funeral do Jeca", mas eu tenho uma criança inteira na pança e permanecer de pé por cinco minutos me cansa. - reclamou, e depois encolheu-se. - Quero o Char. - choramingou.
  - Calma. James está chegando e então teremos nossa explicação. - Annelise disse. - Eu preciso beber algo.
  - Algo algo? Tipo, bebida alcoólica? - Yasmin perguntou, não reconhecendo a amiga. Annelise interrompeu-se em seu caminho.
  - Não! Algo tipo água com açúcar. - deu ombros. As outras riram fraco e ela sorriu, indo até a cozinha e se servindo. Logo ouviram sirenes passarem perto da casa, e em questão de segundos tocaram a campainha.
  - Eu atendo! - Annelise correu da cozinha, mas Yasmin segurou-a pela camiseta.
  - Que mané eu atendo, a casa é minha, sua pôia. - a quase Eckes disse, quase jogando a garota para trás e indo até a porta.
  - Mas eu já sei que é o James. - Anne choramingou, esfregando o pescoço, enquanto Min abria a porta e se deparava com um James aparentemente abalado. - Viu? - a Bourne reclamou, e correu até o marido que a envolveu num abraço apertado.
  - Oi linda. - ele sussurrou, sentindo-a perto de si. Depois de pensar que nunca mais a veria novamente, só pôde respirar aliviado.
  - Onde você estava? O que aconteceu Jimmy? - Anne perguntou, analisando o rosto do marido.
  - E por favor, onde estão os nossos maridos? - Cáàh choramingou, levantando a mão para que permitissem sua pergunta. James a olhou, desamparado, e fez uma careta com a boca.
  Então, a partir do seu ponto de vista, começou a contar tudo, abraçando Anne contra si, com medo que a perdesse. Conforme ia contando, as meninas iam ficando boquiabertas, e quando terminou, dizendo que Gerard, Matt, Jordan e Charlie estavam na delegacia, as três mal se continham.
  - Porra! Que ideia mais... idiota! Mas vou matar esse Charlie. - Carla esbravejou, sentindo vontade de bater em alguma coisa, principalmente porque Dasdla estava inquieto.
  - MEU DEUS. COMO ASSIM EU ME CASO AMANHÃ E JORDAN ESTÁ PRESO? - Yasmin berrou, arregalando os olhos. Todos olharam preocupados pra ela. - Temos que ir pra delegacia! - tirou seu celular do bolso e discou o número de Jordan. Depois de alguns toques, uma outra voz do lado da linha atendeu. - EU QUERO FALAR COM O MEU NOIVO. - exclamou, e todos presentes sentiram dó da recém-surda pessoa que atendeu ao chamado. - AGORA. JORDAN ECKES. ESTÁ AÍ, DEVE TER ACABADO DE CHEGAR. ME DEIXA. FALAR. COM ELE. - Yasmin esbravejava, e James puxou Annelise de canto.
  - Você ta bem, amor? - ele perguntou, segurando o rosto dela com uma das mãos e deixando-a próxima de si com a outra. Ela sorriu fraco e abraçou-o enterrando o rosto no peito dele. James passou a mão do rosto dela para o cabelo, e mexeu nele lentamente.
  - To feliz que você esteja bem. - a voz dela estava fraca, e James respirou fundo, fechando os olhos.
  - Mas...? - ele conhecia a esposa e sabia que não era só aquilo. Ela levantou os olhos para olhá-lo.
  - Tenho que conversar em casa com você, sobre um assunto, depois. - sussurrou.
  - Marty...!? - James lembrou-se do filho, assustado, mas Annelise negou com a cabeça.
  - Ele está bem, seus pais o pegaram para passar o dia com ele, e já liguei pedindo para ficarem à noite também. É... uma outra coisa. - ela falou, mordendo o lábio inferior. James olhou para ela, preocupado, porque a esposa parecia realmente abalada.
  - Ok. - sussurrou, e beijou-a por um tempo, mantendo-a perto de si. - Fiquei com medo que não fosse ver você ou o Marty nunca mais na minha vida. - ele confessou, o rosto próximo ao dela. Ela sorriu fraco e só acariciou a bochecha do marido, feliz por tê-lo ao seu lado.
  - ESTAMOS INDO PRAÍ, NÃO SE MEXA! - ouviram o berro de Yasmin, e então ela desligou. - O QUE ESTAMOS ESPERANDO? VAMOS PARA A DELEGACIA.
  Com medo de contestar, todos seguiram sua ordem, saindo um a um da casa.

Capítulo 5

  - Porra. - Matt disse, provavelmente pela 18273 vez naquela hora. Jordan continuava encarando o lado de fora da cela, agarrado às grades, e pensando que se não fosse muito estuprado na prisão, provavelmente apanharia até a morte de Min por ter que passar o casamento preso. Charlie só fazia xingar o James e sua estupidez e lerdeza, amaldiçoando toda a geração do Gambá maldito que chamou a polícia. E Gerard, bom, ele estava pensando em músicas do My Chemical Romance que poderia escrever com a experiência.
  Logo o oficial Johnson entrou, e eles todos se amontoaram nas grades, esperando a liberação.
  - Quem de vocês é o que vai casar? - ele perguntou, com um telefone na mão. Todos apontaram para Jordan, que levantou timidamente a mão. Johnson arqueou as sobrancelhas. - Garota adorável. - comentou, estendendo o telefone pra ele.
  - Oi amor. - Jordan atendeu, receoso, e ouviu o berro de Yasmin do outro lado.
  - ESTAMOS INDO PRAÍ, NÃO SE MEXA!
  - Não que eu tenha muita opção em relação a isso. - ele murmurou, temporariamente surdo, mas era tarde demais, ela já havia desligado.
  - Eu ia perguntar o que ela disse, mas acho que todos ouvimos que ela estava vindo. - Matt comentou, indo sentar-se ao lado de Gerard. Ficaram um tempo em silêncio, até que alguém percebeu o quão mal Jordan estava, e ironicamente esse alguém foi Charlie.
  - Azar de principiante cara. - Charlie disse. - Nunca aconteceu antes.
  - Obrigado Simpson, agora você fez eu me sentir melhor. - o outro alto retrucou, largando-se no chão mesmo, de costas para as grades metálicas.
  - Pelo menos não foi sua culpa. Foi culpa do Bourne retardado. - Matt xingou pela milésima vez.
  - Ei, não fale assim de mim! - James reclamou, entrando onde os amigos estavam em detenção. Eles levantaram a cabeça e encararam o amigo surgido do nada, mas antes que alguém pudesse falar alguma coisa, James foi atropelado por uma noiva chamada Yasmin.
  - Jordan!
  - Min! - ele levantou-se e tentou abraçá-la por entre as grades, mas acabou apanhando.
  - COMO VOCÊ CONSEGUE SER PRESO UM DIA ANTES DO NOSSO CASAMENTO, POSSO SABER? - ela berrou, e todos entenderam a reação do oficial ao passar o telefone para Jordan.
  - Não foi minha culpa. - ele choramingou e ela bufou, virando-se para James. Annelise, que tinha entrado logo atrás com Isabela e Carla, já se adiantou para defender seu marido.
  - Desculpa Min. - James pediu, envergonhado. - Nem por um segundo me passou na cabeça que eram eles e não sequestradores profissionais.
  Yasmin não teve forças para brigar com James, o rapaz parecia realmente abalado.
  - Mas como vamos fazer agora?! Não tenho como cancelar o casamento e mudar para outra data. - a futura-Eckes choramingou, e o namorado da mesma estendeu os braços para trazê-la perto de si e tentar acalmá-la.
  - Desculpe interromper. - O oficial Johnson aproximou-se. - Mas seu casamento é amanhã?
  - Sim! - ela respondeu chorosa, em coro com um Jordan abalado.
  - Sinto muito. - o cara disse, tentando ser gentil.
  - Não dá pra soltar ele, oficial? - Anne perguntou, sentindo-se culpada.
  - Ele vai sair daqui hoje à noite - Johnson disse sério, e Min sentiu-se um pouco feliz. - Serão transferidos da delegacia para a prisão.
  - O QUE? - todos ali na sala berraram, e foi-se Yasmin começar a chorar de novo.
  - É uma pena de cinco anos. E aí você poderá se casar. - o oficial disse, tentando ser legal, mas obviamente ninguém ali estava gostando dele.
  - CINCO ANOS? - Jordan engasgou, e quase começou a chorar junto com Yasmin. Mas olhou para a quase esposa e sabia que precisava ser forte por ela naquele momento, então abraçou-a como pode através das grades.
  Todos os amigos estavam desolados, ninguém queria que acabasse daquela forma, era tudo uma brincadeira. Gerard acariciava o cabelo de Bela, sussurrando coisas doces para ela, falando que ia dar um jeito. Charlie tentava convencer Cáàh do mesmo, mas ela não conseguia deixar de pensar que ele não estaria com ela quando Dasdla nascesse, então seu rosto também estava úmido de lágrimas.
  James sentia-se terrível. Queria ter um jeito de dizer que era só uma brincadeira, que não ia prestar queixa, que seus amigos eram inocentes, eram só pessoas felizes querendo pregar uma peça. Mas sabia que não ia adiantar. Annelise abraçara o marido e tentava fazê-lo se sentir melhor, mas não estava conseguindo, até porque ela também não estava bem.
  - Se quiser, posso chamar um padre e vocês podem casar-se aqui. Depois que ele for solto, vocês podem fazer a cerimônia e a festa. - Johnson, que ainda estava ali para raiva de todos, ofereceu, e como ninguém mais respondeu, Annelise concordou pela cabeça.
  - Você não pode abrir a cela pra gente entrar com eles? - Bela perguntou, cansada daquelas grades na frente de Gerard.
  Johnson hesitou, mas todos o olhavam com olhos marejados e tristes, então ele suspirou e abriu a porta da cela com o molho de chaves que carregava no bolso. As meninas entraram e pularam nos respectivos namorados e maridos (exceto Matt que ficou forever alone no canto), e Annelise e James se mantiveram do lado de fora. Johnson finalmente saiu da sala, deixando todos a sós.
  Ninguém dizia nada, e assim permaneceu até um padre entrar. Yasmin separou-se de Jordan, enxugando as lágrimas, e olhou para o velho careca com a batina que entrara ali.
  - Quem são os noivos? - o mesmo perguntou, parecendo desaprovar o casamento com um fora da lei, mas oferecendo-se para realizá-lo mesmo assim. Os dois levantaram a mão e postaram-se lado a lado.
  Os padrinhos improvisados reuniram-se em volta, mas nenhum deles irradiando felicidade. Min entrelaçou seu braço com o de Jordan e o padre começou a discursar. Todos permaneceram quietos, e Annelise olhava da amiga que estava casando para o marido, que parecia prestes a se jogar na prisão com os amigos.
  - Se alguém tem algum motivo para que esse casamento não se realize, fale agora ou cale-se para sempre. - o padre disse, e Annelise mordeu o lábio.
  - Pare! - falou, tomando coragem, e todos a olharam. Ela encarou principalmente Min. - Você não merece um casamento assim Min. Não tem que ser assim. Nós vamos dar um jeito de estar tudo pronto. - ela falou, mal acreditando nas próprias palavras mas dando um jeito de fazer com que Min sorrisse e concordasse com a cabeça. - James, vem comigo, por favor.
  - Claro. - ele murmurou, e o casal gambá retirou-se da sala, deixando todos novamente em silêncio.
  - Gente, por favor. Voltem para as celas. - o oficial pediu, e os meninos voltaram andando cabisbaixos para dentro das celas. Min conseguiu entrar com Jordan, e foram para um canto. Ficaram abraçados sentados, pensando o que o casal que saíra iria fazer e o que iriam conseguir.
  - Desculpa, Min. - Jordan sussurrou, acariciando o rosto da futura esposa. Min sorriu fraco. - To fazendo isso ser tudo errado pra você. Era pra esses serem os dias mais perfeitos da sua vida.
  - Não é sua culpa... - ela sussurrou, fazendo com que só ele ouvisse.
  Jordan sorriu fraco, abraçando-a e deixando-a mais perto dele que podia. Encostou sua boca no ouvido dela e começou a cantarolar, bem baixinho, a letra de uma música que ele sabia que ela adorava.

When I see your smile
Tears run down my face I can't replace
And now that I'm stronger I've figured out
How this world turns cold and breaks through my soul
And I know I'll find deep inside me I can be the one

I will never let you fall
I'll stand up with you forever
I'll be there for you through it all
Even if saving you it sends me to heave

  Yasmin sorriu boba com a voz perfeita de Jordan, e abraçou-o pelo pescoço, enquanto ele continuava a cantar. Ela porém interrompeu-o, cantando junto, timidamente.

It's ok. It's ok. It's ok.
Seasons are changing
And waves are crashing
And stars are falling all for us
Days grow longer and nights grow shorter
I can show you I'll be the one

  Jordan riu fraco da vergonha dela, e beijou-a rapidamente antes de continuar a letra, apertando-a contra si.

Cuz you're my, you're my, my true love, my whole heart
Please don't throw that away
Cuz I'm here for you
Please don't walk away,
Please tell me you'll stay, stay

  Os dois se empolgaram e antes que percebessem, estavam cantando um pouco mais alto. Mas quem mais estava na cela não ligou para os dois, sabendo que aquele momento estava sendo especial para eles, e que era a fuga deles.

Use me as you will
Pull my strings just for a thrill
And I know I'll be ok
Though my skies are turning gray

I will never let you fall
I'll stand up with you forever
I'll be there for you through it all
Even if saving you it sends me to heaven

  Abaixaram o tom da voz e repetiram o refrão juntos. Min deixou algumas lágrimas caírem, e Jordan não se preocupou em limpá-las sem antes colar seus lábios aos da noiva em um beijo apaixonado. Pouco tempo depois quebrou-o e então limpou o rosto dela, olhando fundo nos olhos castanhos dela, com seus olhos verdes, fazendo-a se apaixonar pela milésima vez por toda a fofura, tamanho e perfeição de seu futuro marido.
  - Eu te amo. - ele murmurou, fazendo-a sorrir idiotamente em meio às lágrimas.
  - Eu também te amo Jordan. - ela respondeu, escondendo o rosto no pescoço dele.
  - E NÓS TEMOS A SALVAÇÃO. - Annelise entrou berrando no lugar e agarrando-se à cela para observar os amigos, assustando o casal que estava no momento fofo e perfeito. Todos a olharam e ela sorriu largamente, então Carla caiu na risada, entre os braços de Charlie.
  - Claro, casal Bourne com a solução de alguma coisa. - alguns acompanharam na risada, mas Annelise fez cara feia e cruzou os braços.
  - Posso contar?
  - Por favor, Anne. - Gerard pediu, e então todos ficaram atentos à ela. Antes que a mesma pudesse falar, porém, o oficial Johnson entrou seguido por James, e abriu a cela.
  - Vocês estão livres. - avisou, e Anne ficou com bico por não ter podido contar sua surpresa.
  Todos se entreolharam, imaginando se era algum tipo de piada.
  - Gente. - James fez uns gestos idiotamente, apontando para a saída, e um por um os homens saíram dali acompanhados de suas garotas (exceto Matt que ainda estava forever alone).
  - O que houve? - Charlie perguntou, confuso. James colocou as mãos no bolso enquanto Annelise o abraçava de lado.
  - Paguei a fiança de vocês. - o ex-bicolor disse, como se não fosse nada demais. Os outros arquearam as sobrancelhas.
  - De todos nós? - Jordan perguntou, embasbacado. James corou, e Anne sorriu fraco.
  - Era o mínimo que eu podia fazer depois de estragar o dia de vocês. - ele murmurou, e os amigos se entreolharam. Um segundo depois, estavam em um abraço grupal e trocando agradecimentos.
  - OK OK POVO, CHEGA DESSE MOMENTO BARNEY, VOCÊS ESTÃO ESMAGANDO O MEU DASDLA. - Carla berrou, desvenciliando-se dos amigos e puxando Charlie com ela. Não deixaram de rir, aliviados.
  - Bem, agora temos que ir pra casa. Porque amanhã é seu casamento! - Annelise disse, segurando as mãos de Yasmin, que sorriu largamente.
  - Awn Anne. - ela disse, abraçando a amiga e esmagando-a.
  Os casais (exceto Matt que foi esquecido por Emma e estava sozinho ainda) saíram e chamaram táxis, exceto Annelise e James que estavam com o carro.
  - Até amanhã então, gente. - despediram-se, e cada um foi para sua casa.

Capítulo 6

  - Ai meu Deus. Socorro. - Yasmin fazia caretas, dentro do vestido de noiva. Anne e Bela rolaram os olhos, estavam acostumadas com aquilo. Cáàh não chegara ainda.
  - Oi Min. - Tay Jardine, vocalista da We Are The In Crowd, chegou na sala vestindo o vestido das madrinhas, assim como Annelise e Isabela.
  - Tay, eu vou morrer. - ela choramingou, e as outras duas casadas voltaram a rolar os olhos. Antes que alguém pudesse fazer ou falar alguma coisa, Marty entrou correndo na sala, vestindo um terninho que o deixava extremamente fofo e pediu colo pra mãe. Annelise sentou-se e colocou-o sobre suas pernas, deixando-o recostar a cabeça em seu peito e mexer em seu cabelo.
  - Gente. Essa criança é muito fofa. - as outras três meninas disseram, e Anne corou rindo. Cáàh chegou nessa hora, e viu o afilhado, sorrindo largamente.
  - Oi Min, tudo bom? Oi Tay. Oi Bela. Oi Anne. OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOI MARTY! - chegou cumprimentando, e sentou ao lado de Anne para mexer com o afilhado que sorriu largamente e quase pulou no colo de Cáàh para lhe dar um beijo. - Opa, devagar aí grandão. - disse, rindo, mas aceitando o beijo da criança mesmo assim.
  - Ele está muito fofo, Anne. Vai ser lindo ver ele trazer as alianças pra mim. - Yasmin comentou, os olhos brilhando. Cáàh fez bico.
  - Anne, sua puta, por que você não tinha o Marty no meu casamento pra ele levar minhas alianças? - xingou. A mãe do menino rolou os olhos.
  - Não se preocupe, ele está disponível pra levar as primeiras fraldas do Dasdla se quiser, também vai ser um momento marcante. - ironizou, fazendo Carla calar-se e as outras rirem.
  - Min, ta pronta? - a mãe da mesma apareceu. - Já já os padrinhos entram.
  - Ah meu Deus. - a noiva sentiu o estômago revirar, sentando-se enquando as outras levantavam-se para sair.
  - Fica calma, Cenoura. Vai dar tudo certo, é só o Jordan, trajes formais, um padre e muita gente. Não é tão complicado. - Anne, a pessoa que mais sabia consolar outras pessoas (não), tentou acalmá-la, e Min sorriu e fingiu respirar mais calmamente só pra ser legal com a Bourne.
  - Madrinhas, vamos? - Cameron surgiu, e elas se dirigiram pra fora.
  James fez cara feia ao ver que Annelise segurava Marty com uma mão, e que a outra já estava apoiada no braço de Cameron, seu par. Bourne ficaria com o filho até Yasmin entrar, soltando-o depois para levar as alianças até o casal.
  - Tudo certo? - Annelise perguntou, tirando-o de sua quinta revisão mental do plano para não fazer nada de errado.
  - Ahm, sim, acho. - ele sorriu fraco e ela retribuiu, chegando mais perto para beijá-lo rapidamente. Ele relaxou um pouco mais e sorriu para o filho, que agarrara sua perna. - E aí, campeão, pronto?
  O pequeno Bourne só concordou com a cabeça, um dedo mexendo na gengiva e na bochecha internamente, olhando toda aquela gente à sua volta. Annelise sorriu e abaixou-se para beijar a bochecha do filho, antes de afastar-se com Cameron.

  Charlie, sentado no banco ao lado de Gerard, fazia o que sempre faz, digo, reclamava.
  - Não quero ver a Cáàh entrando com outro cara. - resmungou, com a voz grossa em um tom reclamão que faria sua esposa ter orgasmos múltiplos se estivesse ouvindo aquilo. Como era Gerard que estava ao lado de Simpson, a única coisa que aconteceu foi o mesmo olhá-lo em um tom divertido.
  - Ela usa uma aliança e está do tamanho de uma melancia, qualquer um vai ver que ela tem dono, companheiro. Sem ofensas, claro. - Gerard disse, passando a mão no cabelo agora loiro.
  Charlie continuou emburrado, para diversão de Gerard e alegria da esposa, que quando entrou acompanhada de seu par espiou o marido e encontrou-o naquele estado.
  Carla estava estranhamente se divertindo. Rob, seu par, tocava-a com receio e parecia assustado em apoiá-la, como se ela fosse explodir ou parir a qualquer momento. Isso era hilário para ela, e ver a cara e o bico de Charlie apenas animou-a mais.
  Gerard só tinha olhos para Isabela, que ao lado de Mike, ignorava completamente seu par e lançava olhares e piscadelas para o marido sentado ao lado de um Simpson ora reclamão ora emburrado ora ambos.
  Jordan apenas aguardava, no altar. Tentava esconder o nervosismo, mas não tinha certeza se estava sendo bem sucedido. O alívio por estar vivo, não estar na prisão e estar casando com a menina mais perfeita que existia o aliviava um pouco, mas ainda assim. Estava. Casando.
  Seus pensamentos foram interrompidos quando I'm Yours do The Script começou a tocar, e todas as cabeças viraram-se para a entrada, onde Yasmin apareceu, resplandecente em seu vestido branco.
  Ela caminhou, sorrindo para conhecidos, até ficar ao lado do futuro marido, com quem trocou um olhar intenso e feliz. Marty surgiu, envergonhado, e James sentou-se no fim da igreja, vendo o filho levar as alianças. A criança parou entre o casal, sem saber o que fazer, e acabou por entregar a caixinha para Min e correr até a mãe, causando risos em todos.
  O casamento prosseguiu, sem problemas, e todos aplaudiram quando o casal trocou alianças e o beijo. Eles saíram sorridentes, Jordan gigante abraçado a uma Yasmin não tão alta, ambos irradiando felicidade. Entraram numa limusine que os levaria até a festa, enquanto os convidados saíam da igreja e dirigiam-se para seus respectivos carros.
  Annelise e James foram num carro separado, iam deixar Marty na casa de Matt antes de seguir para a festa. Charlie e Cáàh dividiram o carro com Bela e Gerard, e a banda de Jordan uniu-se no carro de um deles, e todos se dirigiram para o salão.
  Chegando lá, separaram-se e as meninas correram para Yasmin para cumprimentá-la (esmagá-la).
  - FOI TUDO TÃO LINDO! - elas gritavam, fazendo os meninos se entreolharem assustados com as esposas que tinham.
  - Já arrependido? - Gerard riu da cara de Jordan ao ver o escândalo da esposa, que surtava com as amigas.
  - Nem um pouco. - O Girafa disse, sorrindo idiotamente ao olhar a esposa. - Nunca. - ela ouviu a parte da conversa e pulou (literalmente) no marido, beijando-o.
  - Bom, nos vemos por aí! - Gerard disse, puxando Bela que acenou. Charlie e Cáàh já estavam longes, sentados bebericando e comendo alguma coisa.
  A festa seguiu normal, o casal Bourne chegou um pouco depois, cumprimentaram os recém-casados, e depois juntaram-se aos amigos na mesa. Era o último casamento da roda de amigos, e eles comemoraram com alegria. Até Yasmin e Jordan sentaram-se com eles, dando-os um pouco mais atenção.
  As meninas se olharam e todas sabiam o que estavam pensando: que nenhuma delas podia realmente acreditar que aquela era a vida delas de verdade, que elas estavam com os maridos mais incríveis do mundo e que tudo havia dado certo.
  Annelise, Carla, Isabela e Yasmin (e Aline), poderiam virar para qualquer pessoa que as perguntassem, e afirmar com certeza que eram felizes.

Epílogo

  Dois dias depois
  Yasmin saiu da água, desistindo por essa estar gelada, e dirigiu-se até onde Jordan estava lagarteando no Sol.
  - Você vai virar um camarão desse jeito, e já posso imaginar as infinitas piadas que as meninas fariam se vissem isso. - ela chegou, rindo dele. Jordan apenas virou a cabeça em sua direção. - E você deveria tirar os óculos, senão fica marcado.
  Jordan resmungou algo que Yasmin interpretou como "Tira pra mim", fazendo-a bufar e ajoelhar-se ao lado dele, tirando o óculos. Ele fechou os olhos com uma careta por causa do sol, mas depois sorriu pra ela. Yasmin deitou-se ao lado dele.
  - É tudo tão quieto aqui. Até dá saudades da bagunça lá com o pessoal. - ele disse, acariciando o cabelo da esposa.
  - É quieto até demais. - Min resmungou, achando aquilo estranho.
  Como se lesse sua mente, seu celular começou a tocar. Os dois olharam incrédulos em direção do aparelho, sentaram-se e a garota sentiu vontade de jogá-lo no mar. Era sua lua de mel com Jordan, será que não poderiam deixá-la em paz por um minuto sequer?
  - Vai atender? - o girafa perguntou, beijando o pescoço da esposa, que suspirou e negou com a cabeça.
  Era uma praia deserta, então ela retribuiu o beijo que ele acabara de dar nela com outro, mas na boca dessa vez, sentando em seu colo. Jordan gostou daquilo, fazendo-a passar as pernas em torno de seu tronco, apoiando a mão onde podia. O celular parou de tocar logo, só que poucos segundos depois já recomeçava. Ignorado novamente pelo casal que já estava quase se despindo em plena praia, não desistiu, continuando a tocar, até Yasmin separar-se de Jordan e soltar um grunhido de raiva, pegando o aparelho. O marido quase viu o objeto ser atirado ao mar de verdade, mas impediu a esposa com palavras sábias:
  - E se for importante?
  Diga-se de passagem que Jordan não sabe muitas palavras sábias.
  - Mais importante que nossa lua de mel?! - a outra resmungou, conferindo o número e vendo que era Anne. A garota parecia ter o dom de atrapalhar luas de mel, ela devia fazer de propósito.
  - É, bem... deixamos em Londres uma Cáàh grávida prestes a ter um filho, e uma Anne que teria que contar para o marido que estava grávida de novo. Acho que alguma delas pode ter algum problema, ou algo importante pra contar. - ele disse, espertamente, e Min corou, percebendo que ele estava certo.
  O problema é que o celular parara de tocar, e agora não parecia que ia voltar a fazê-lo tão cedo. Com um suspiro de pesar por si mesma e por ter sido egoísta e esquecido das amigas, a Eckes ligou de volta para a amiga, que atendeu no segundo toque.
  - Fale, sua Bourne maldita. - resmungou, fazendo Jordan rir.
  - Tenho certeza que atrapalhei alguma coisa, ou você não teria demorado tanto pra atender e não estaria tão brava. - a outra disse, em um tom debochado, fazendo Yasmin bufar.
  - Fala logo Stengel!
  - Ninguém me chama mais de Stengel. - Annelise reclamou, Yasmin sabia que aquilo ia alfinetar a amiga. - De qualquer forma, só queria te avisar da novidade porque se não você ia me matar de qualquer forma.
  - Novidade? O que houve? - perguntou, colocando no viva-voz. Jordan deu um "oi" animado para Anne, que retribuiu, antes de responder:
  - Cáàh acabou de ir pro Hospital, eu to no carro com James indo pra lá também. Ficamos com a tarefa de acalmar o Papai Mula, ele pareceu meio desesperado. - ela riu, ouvindo algum comentário de James, e Yasmin e Jordan puderam ouvi-la retrucar pra ele "Cale-se que você quase pariu seu rim, Bourne!", fazendo-os rir. - Bom, era isso. Desculpa Jordan.
  - Tudo bem Anne, é bom nos manter atualizados! - ele disse, sorrindo, e cutucou a esposa para falar o mesmo, não importava se ela estava com uma tromba.
  - Anne, espero não estar no viva-voz... - Min lembrou-se de algo, mas teve o bom senso de falar aquilo antes.
  - Não estou. - a Bourne apressou-se em dizer.
  - Ah ok. Já contou ao James? - a Eckes perguntou, quase sentindo Annelise ficar aflita do outro lado da linha.
  - Ainda não. 'To esperando o momento certo.
  - Ok. Mas não demore muito. James é lerdo mas acho que notaria se você estivesse parecendo uma bolinha de novo.
  A outra riu, xingando-a, e disse que falaria logo. Despediram-se e Min tacou o celular pra longe, que se perdeu na areia.
  - Agora, sem interrupções, por favor. - ela reclamou, fazendo-o rir enquanto levantavam-se e corriam para o mar.
  Ela berrou com a água gelada, mas Jordan a pegou no colo, fazendo-a gritar novamente e rir. Beijaram-se e depois ficaram brincando nas ondas, pareciam crianças idiotas. Mas depois foram mais para o fundo, num banco de areia, e ficaram sentados no mar calmo, Yasmin entre as pernas de Jordan, olhando o horizonte infinito.
  - Ei... - Jordan chamou baixinho, à orelha dela. Ela virou ligeiramente o rosto, mostrando que o escutara. Jordan passou as mãos pelos braços dela, esticando-os e entrelaçando seus dedos na ponta, e admiraram as alianças que estavam em seus dedos. Depois, ele sussurrou novamente: - Eu te amo.
  Min arrepiou-se ao ouví-lo dizer aquilo daquela forma, e encaixando-se nele como podia naquela posição, respondeu:
  - Eu também te amo, minha girafa.

  - Anne, eu não vou conseguir controlar ele. - James olhou assustado para um Charlie que andava em círculos a quase 10km/h, tão rápido que os dois estavam tontos só de pensar em como ele conseguia fazer aquilo. - O cara ta surtando!
  - Anne! James! - ele os viu, não que eles estivessem se escondendo, e não tiveram outra opção a não ser ir em direção à ele.
  - Como está Charlie? - Annelise perguntou docemente, e os dois rapazes perguntaram-se mentalmente como ela conseguira fazer aquilo, mas pelo bem de suas vidas não falaram nada em voz alta.
  - Nervoso. Eu... vou ser pai. PAI! Ai meu Deus. - Charlie fazia caretas enquanto falava, e Annelise trocou um olhar com James. O Bourne abraçou-a por trás, talvez por carinho, talvez para usá-la como escudo humano às reações de Charlie, nunca se sabe o que se passava na cabeça de James. Mas a garota interpretou como uma forma de carinho e apenas sorriu fofa, depois voltando sua atenção para Charlie.
  - Não se preocupe. Cáàh pode ter medo de agulhas e ser uma escandalosa, mas ela não ganha de mim. Se eu sobrevivi, ela sobrevive também. Ela é mais forte do que nós pensamos, ela é durona, vai dar conta. - Anne disse, confiante sobre o que dizia sobre a amiga, mas contendo-se para não completar "Se ela aguentou você, aguenta qualquer coisa". O pensamento quase a fez rir, e Charlie pareceu mais aliviado, até alguém abrir a porta e dizer em voz alta:
  - Charlie Simpson? Marido de Carla Daniele Simpson? - o enfermeiro procurava-o com os olhos, e o citado levantou a mão, assustado com o que ele iria lhe falar. - Venha comigo, por favor.
  Simpson seguiu-o em passos mecânicos, sem se dar conta de estar abandonando os amigos, mas eles não ligaram, e o viram desaparecer na porta junto ao enfermeiro.
  - Bom, acho que agora só nos resta esperar. - James concluiu espertamente, e dirigiram-se para uns banquinhos confortáveis. Aconchegaram-se lá, e ficaram abraçados, inicialmente em silêncio, de mãos dadas.
  - Eu acho que fiquei assim com Marty também. Era um sentimento confuso, era bom e assustador ao mesmo tempo. - ele disse, franzindo as sobrancelhas. Annelise sorriu.
  - É, e coisas confusas pra você são meio complicadas, certo? Fica pior aí dentro, não fica? - ela disse, cutucando a cabeça dele e fazendo-o ficar com um bico.
  - Bobona! - ele disse, mordendo o ombro dela, e ela riu.
  Acalmaram-se porque tinham começado a chamar atenção. Anne pensava que era hora de contar à James, mas não sabia como revelar aquilo. Por ironia do destino, ou apenas coincidência, ele tocou no assunto.
  - Ei, aquele dia que você estava mal... No fim aconteceram tantas coisas que eu não pude ficar e cuidar de você. Desculpa. - James sussurrou, beijando a bochecha dela. Ela sorriu fraco, sabendo que a hora era aquela, e virou-se para ele.
  - Tudo bem. - disse, acariciando o cabelo dele.
  - Descobriu o que tinha? - ele perguntou, parecendo um pouco preocupado, e puxando-a para mais perto, quase para seu colo. Annelise apenas concordou com a cabeça. - E ai? - ele insistiu, percebendo que ela não estava conseguindo falar, e levantou o queixo dela com a mão para que pudesse olhá-la nos olhos. Annelise suspirou.
  - Eu... eu estou grávida. De novo. - ela revelou, um fiapo de voz, deixando James de olhos arregalados.
  - É... sério? - ele perguntou. A Bourne mordeu o lábio e concordou com a cabeça novamente.
  - Bela comprou o teste. Deu positivo. E os outros que fiz depois também. - suspirou novamente. James percebeu que havia algo errado.
  - E você está mal com isso? - preocupou-se, e ela deu ombros.
  - Não sei, é uma coisa que vai atrapalhar você, não estava nos planos.
  - Anne. - ele a fez olhar para ele novamente, e sorriu. - Nunca, nunca minha família vai me atrapalhar em alguma coisa sequer. Vocês são as coisas mais importantes da minha vida, você, Marty e... agora, o novo bebê. Vocês são a minha vida. E não tem como atrapalhar nada disso, porque vocês são tudo o que eu preciso. - James disse de uma forma fofa, fazendo os olhos de Annelise se encherem de lágrimas e ela se jogar em cima dele, abraçando-o apertado. - Eu te amo minha pequena.
  - Eu também te amo Jimmy. - ela disse, segurando o rosto dele com as duas mãos e sorrindo largamente. Beijaram-se várias vezes, os dois sorrindo idiotamente, e depois ficaram apenas se encarando. James então sorriu da forma fofa que Anne adorava e encostou sua testa na dela, fechando os olhos.
  - Você acha que dessa vez será uma menina? - sussurrou.

  - Por aqui, Sr. Simpson. - o enfermeiro o guiava e Charlie sentia suas mãos e nuca suadas enquanto seguia-o.
  - Está tudo bem? - ele perguntou, mas não obteve resposta, o enfermeiro apenas parou em frente a uma porta e indicou-a para Charlie. Ele engoliu em seco e rezando para que aquilo não fosse o necrotério de bebês, empurrou a porta de madeira e entrou no quarto.
  Era um quarto arejado, um pouco escuro. Mais para frente à esquerda havia uma porta que dava para um banheiro. À direita, uma cama, onde Carla estava deitada com algo nos braços. Assim que a porta bateu atrás de Char, Cáàh ergueu os olhos lacrimejosos do monte de pano que segurava e sorriu largamente para Charlie.
  Ela estava sorrindo.
  Ela estava bem.
  Tudo estava bem. Charlie sentiu tanto alívio que poderia ter se jogado no chão e deitado ali por toda a eternidade, mas a curiosidade forçou seus pés a se moverem até o lado da cama.
  - Ele é tão lindo, Char. - ela disse, boba, afastando os paninhos quando o marido estava próximo o suficiente, para que ele pudesse ver.
  O pai inclinou a cabeça, engolindo em seco, até ver aquela carinha parecida com um joelho, avermelhada e adormecida nos braços da mãe. O nariz era obviamente o dele. Tinha uns fios escuros no topo da cabeça, mas não era muito cabeludo. E era tão pequeno. Charlie sentia-se grande perto dos amigos, à exceção de Jordan, mas aquilo era pequeno demais.
  - Para de olhar ele com essa cara de merda e pega logo no colo! Meus braços estão dormentes dessa posição já. - Cáàh resmungou, e Charlie olhou assustado para ela.
  - P-pegá-lo? - perguntou, deixando-se cair numa cadeira ali perto. Negou infantilmente com a cabeça, fazendo a esposa bufar.
  - Charlie Simpson. Faça o favor de parar de ser um Mula gay e pegue logo seu filho no colo. - as palavras "seu filho" surtiram algum efeito em Charlie, que piscou algumas vezes e mecânicamente estendeu as mãos trêmulas para a massa disforme que Cáàh lhe estendia. Ela depositou o filho deles com cuidado nos braços grandes de Charlie, ensinando-o como segurar e apoiar, mas de certa forma Charlie já sabia o que fazer. Era instintivo.
  Cáàh dobrou os braços algumas vezes, fazendo uma careta, mas depois parou para analisar a cara de idiota que Charlie fazia, como ele estava fascinado pela pequena coisinha que estava em seus braços. Ele sorriu, largamente, e balançou levemente a criança no colo.
  - Dasdla. Dasdla Simpson. - disse, e Cáàh sorriu também.
  Uma enfermeira entrou na hora e avisou Cáàh que levaria Dasdla para o berçário, onde ele descansaria um pouco. Dali a pouco tempo seria trazido novamente, para ser amamentado. O casal concordou e viram o filho ser levado em um pequeno carrinho. Charlie então deu atenção à esposa.
  Sentou-se ao lado dela na cama, virado para ela, e inclinou-se levemente sobre o corpo da mesma. Beijou-lhe os lábios algumas vezes e depois acariciou seu rosto.
  - Como você está?
  - Exausta. Mais magra, ainda gorda, bem, feliz, mas exausta. E viva. Isso é importante. É bom. - ela disse de uma forma rápida e engraçada, fazendo Charlie rir baixo.
  - Isso é ótimo. - ele a beijou novamente. - James e Anne estão aqui. Bela e Gerard devem chegar logo. Acho que alguém deve ter avisado Min e Jordan.
  - Que coisa, já ligaram pra BBC e pro New York Times também? Pelo amor de Deus Charlie, é só nosso filho! - ela reclamou, e ele rolou os olhos.
  - Não é "só" o nosso filho. É o nosso filho. É a coisa mais importante da minha vida. Ou pelo menos uma delas. - ele sorriu, piscando pra ela, que corou. - E nossos amigos têm a obrigação de babar nele e mimá-lo como fizeram com Marty, porque Dasdla vai ser muito mais lindo e melhor que o filho do James.
  Carla riu com o comentário de Charlie, pensando que se Annelise estivesse ali os Simpsons provavelmente nunca mais poderiam ter nenhum filho, mas ficou quieta, apenas olhando para o marido.
  - Eu to tão feliz. - confessou, corando.
  - E que mal tem isso? Eu estou feliz só de ouvir que você está feliz. - ele disse, segurando a mão dela e beijando os dedos. - Eu te amo.
  - Eu também te amo Charlie. Obrigada por tudo, sempre. Por me fazer a pessoa mais feliz desse mundo todo. - ela disse, abraçando-o apertado.

  - Não acredito que vamos chegar lá atrasados. - Bela choramingou, quando Gerard dirigia até o hospital. Ele riu fraco.
  - Bom, depois da Min e do Jordan não chegaremos, não se preocupe. - ela riu também e estalou um beijo na bochecha dele, depois apoiando a cabeça no ombro do marido.
  Eles demoraram a sair de casa porque Gerard estava com Bandit, e tinham que achar uma babá para ficar com a menina antes de saírem para o hospital. Enquanto Gerard dava telefonemas atrás de uma disponível, Isabela brincava com a menina, e então percebeu uma coisa.
  Ela via Cáàh grávida e Annelise descobrindo estar grávida novamente, e achou que queria aquilo, mas a verdade é que não sabia se queria mesmo. Ela "tinha" Bandit para brincar em alguns dias, e não teve que passar pela fase comer-dormir-defecar dos bebês. E além do mais, ela tinha Gerard. Sentiu-se egoísta, pensando que na verdade não queria dividir a atenção de Gerard o tempo todo além das fãs e da banda, mas era de certa forma verdade.
  Isabela decidiu que não precisava de um bebê em sua vida no momento. Quem sabe futuramente.
  - No que está pensando? - Gerard perguntou, percebendo que a esposa ficara quieta.
  - Na gente. - ela respondeu, um sorriso brincando nos lábios. - Em como eu estou feliz e tudo isso parece tão mágico que eu nem acreditaria se me contassem. Duvido que as outras acreditem também. É tão bom.
  - E eu acho que digo pelos meninos que também nos sentimos assim. É claro, tivemos outros relacionamentos, mas é extremamente hilário que acabamos com um grupo de amigas e que... elas nos fazem tão bem. - Gerard disse, esticando a mão e segurando a da menor. - Acredite, é inacreditável.
  - Eu sei. - ela disse. Estacionaram em frente ao hospital e entreolharam-se por um longo tempo, até Bela ter uma crise de risos.
  - Para de me olhar assim. Dá vergonha. - ela escondeu o rosto nas mãos e Gee inclinou-se até ela, fazendo-a mostrar o rosto para que ele pudesse beijá-la algumas vezes.
  - Parar por que? É tão bom te ver assim, bem, feliz. Eu te amo, sabia? - ele sussurrou, acariciando o cabelo dela de leve. Ela corou e apoiou uma mão no rosto dele, sorrindo.
  - Eu também te amo Gee. - beijaram-se mais uma vez e foram interrompidos por (adivinhe) Anne, que ligava perguntando onde eles estavam. Responderam que já estavam subindo, e a Bourne surtou dizendo que tinha acabado de ver Dasdla no berçário e ele era uma fofura, e que agora veriam Cáàh e Charlie.
  - Ok, estamos subindo! - Bela avisou, e saíram.
  Entrelaçaram as mãos e subiram para encontrar os amigos.

FIM



Comentários da autora


  OI? Acabou? Mesmo? De verdade? PORQUE NÉ, VIDA CRIMINAL TA FODA.
  Ainda não acredito que acabei. Cara. Demorei tanto. Desculpem meninas ;;
  Mas bom. Min, você casou com o Jordan. Cáàh, você tava chata e gorda, mas ainda assim linda e todos nós te amamos. Bela, eu sei que você não apareceu muito, mas eu te amo também ta?
  E EU COM MEU MARTY, COISA MAIS TCHÚCA, MEU JAMES, COISA MAIS TCHÚCA, AWN AWN AWN q Parei
  Eu sei que no fundo só as três vão ler isso, maas se alguém mais leu espero que tenha gostado.
  E vocês, Cenoura, Mula e Guaxinim, também espero que tenham gostado. É o fim, e admitam que o fim foi fofo, mesmo com a prisão dos maridos e futuro-marido de vocês (HOHOHO) (exceto Matt que era o forever alone -QQ).
  Tomara que tenham rido bastante, e gostado, e sei lá. Vocês sabem que eu amo muito vocês <3
  Bem que podia acontecer né. Não me importaria, não não, nem um pouquinho.
  Mas é. Só isso. O Fim. James nem correu muito, mas ok né. Era só pra efeito do ~ciclo -Q
  Amo vocês. <3
  xx

  PS: Cáàh, tentei pro seu aniversário. Feliz aniversário, minha Mula Simpson perfeita, eu te amo muito. Não sei o que seria sem você. <3