With Love
Escrito por Stelah | Revisado por Lelen
Deitados na grama à luz do luar e ao som da melodia que nomeei a nossa canção, mas aquela não era uma canção de amor. Eu me vi em seus braços outra vez, enquanto sua mão acariciava meus cabelos e eu tentava pensar num jeito de fazer meu lado racional funcionar e me tirar dali, em vão.
Seu sorriso bobo calava qualquer palavra negativa que pudesse sair da minha boca e eu me sentia uma idiota apaixonada pela primeira vez. Só então pude afirmar o quanto o amor é cego e constar que pode ser surdo, mudo e imbecil também. Só então pude sentir o que nas rodas de conversas femininas não podia entender, as borboletas no estômago e todo aquele lance ridículo, era apenas a mais pura das verdades.
Minha cabeça pesava, eu pensava em tantas coisas, tantas cenas passavam em minha cabeça, que eu parecia que iria explodir. Pensava em nós dois, rindo e zombando um do outro. E pensava em como ela e faziam um belo casal.
Haviam momentos em que eu não encontrava motivo para a minha consciência pesada. Éramos dois estranhos incompletos que buscavam preencher seu vazio um no outro. Dois grandes icebergs que pareciam não sentir frio quando juntos. E dizíamos: Foda-se o que eles pensam. Cada vez mais presos em nossa própria ilusão, que nos laçava cada vez mais perto um do outro e mais longe da verdade que tanto queríamos esconder.
Mas quando ela vinha, e eu pensava no quão me colocar no seu ponto de vista me incomodaria, por um instante me sentia uma vadia. Eu me sentia culpada por desejar alguém que já havia sido desejado e dominado por outra, o amor virava pecado pela primeira vez. E por mais que em toda fumaça haja fogo, nunca tivemos sequer um beijo. Boatos tentavam contrariar isso.
No início tudo era tão mais fácil, mesmo que não tivesse o privilégio de seus toques, eu sentia falta de como tudo começou. Foi tudo tão rápido, e de repente eu estava perdidamente apaixonada.
Talvez não devesse me culpar tanto, o relacionamento deles nunca foi dos melhores... Mas depois de tanto tempo, será que ele parou de amá-la? Ficamos sem nos falar por um bom tempo e ele andou fumando muito, acho melhor não criar esperanças quanto a isso.
Seus olhos brilharam quando ele disse que sabia que eu queria me casar com ele. Foi uma brincadeira, mais uma daquele convencido. Ele disse que me amava e tentou me obrigar a dizer o mesmo a ele, mas do jeito que sou era de se adivinhar que mesmo sendo adoravelmente torturada não diria isso. Pior quando ele me perguntou se eu o achava bonito. Andei mentindo muito, dizendo que ele é feioso e tudo mais, quando o grande problema é o fato dele não ser o MEU feioso.
Nós tínhamos o mesmo maldito defeito, dois orgulhosos inúteis, uma simples palavra resolveria tudo isso e eu não estaria neste dilema outra vez. Um simples gesto talvez, como quando naquele dia, em que eu jurei que puxaste meu rosto e encaraste minha boca para beijá-la. Não quero pensar nisso agora, andei re-sonhando essa cena por milhões de vezes tentando fazê-la parecer realidade, mas até agora, eu juro que não encontrei um jeito de crêr em minha própria memória.
estava sozinho, era tudo que eu havia almejado nos últimos tempos, mas por quê eu ainda me sentia mal daquele jeito? O grande problema de amar alguém de verdade é que ver essa pessoa feliz se torna mais importante do que resolver sua própria desgraça, e neste beco sem saída estava eu.
- Você está bem, ? Tá tão quietinha hoje, coração. - sussurrou próximo ao meu ouvido, soltando um leve sorriso em seguida.
Havia tantas coisas que eu gostaria de falar, coisas que uma simples desculpa para meu silêncio jamais diriam. Mas eu não estava preparada para sofrer e talvez muito menos para ser feliz...
XOXO