Who Said It Could Not Be Forever?
Escrito por Samara Dias | Revisado por Gabs (até capítulo 07) | Natashia Kitamura
Capítulo. 01
Acordei e olhei no relógio, 7 horas da manhã de um Domingo, mas não um Domingo qualquer era o Domingo, eu ainda não acredito que está realmente acontecendo comigo. Eu estou indo pra Londres no dia seguinte e estou ansiosa demais para conseguir dormir, resolvi ligar o computador, talvez tivesse algo que me distraísse. Olhei o Orkut e vi um novo depoimento, era de , meu ex-namorado. Será que ele não vai desistir nunca? Eu sabia que ele odiava muitas coisas que eu gostava e tal, claro eu também odiava muitas coisas que ele fazia mais mesmo assim. Eu não era ridícula como ele era, mas eu tive que ser idiota e sempre pensar duas vezes antes de terminar com ele! Burra! Eu tenho que admitir, o problema era namorar com ele tanto tempo, é muito mais difícil pra terminar principalmente quando você nunca terminou em dois anos de namoro! Por que terminar agora? Aff, como dizem os sábios: “Você está empurrando com a barriga.”, e era isso mesmo que eu estava fazendo! Mas o que ele fez comigo, foi inexplicável! Eu não vou perdoar o que ele me fez, mas não mesmo!
Flashback On:
- , amiga! – Fiz aquela voz de bebê que sempre dava certo!
- Que foi criança? – Ela me olhou já desconfiada, ai vem bomba!
- Vamos comigo pra Inglaterra? – Esse é meu maior sonho, não só pelo fato da Inglaterra ser um país maravilhoso e tal, não é só por que eu já queria estudar Inglês em outro país, mas sim porque tinha um motivo especial, eu estava sonhando com aquilo todos os dias e sabia bem de tudo isso. Eu sempre contava o sonho que eu tive pra ela quando eu chagava na escola. Era o McFly, meus sonhos eram todos com eles incluídos. E eu amo isso! Ainda mais porque esse sonho me fez pensar seriamente por horas e me fez tomar a decisão de ir pra lá, só pode ser um sinal dos céus. Uma visão de que aqueles sonhos se realizariam!
- O que você sonhou dessa vez? - me olhou abismada, claro que a ideia não era ruim, não mesmo, ela tinha amado a ideia, mas tinha que saber o que fez sua best ficar tão decidida.
- Ah, amiga... – Eu a abracei com os olhos brilhando. – Eu tinha me casado com o !
- Eu sabia! Tinha que ter o Jones no meio, não é? – Ela começou a rir.
- Mas então, você vai? A gente consegue! Eu já olhei tudo, a gente trabalha por um ano mais ou menos e junta o dinheiro pra ir! – Olhei pra ela com cara de cachorro pidão.
- Antes de responder eu tenho que te contar uma coisa. – Ela fez uma cara pensativa.
- Então fala! – Franzi a testa.
- Eu sonhei que tinha casado com o ! – Ela abriu um largo sorriso e pareceu voltar pro seu sonho enquanto falava.
- Viu? É um sinal dos céus! A gente tem que ir pra lá achar nossos maridos!
- Claro! A gente vai depois de juntar o dinheiro! – Ela já estava elaborando um plano na cabecinha dela tenho certeza. Ficamos em silêncio por um tempo, perdidas em pensamentos.
- Mas ...
- O quê?
- Você vai contar para o ?
Parei um pouco pra pensar, isso será difícil.
- Acho que não. Ele não me apoiaria, você sabe. – Ela assentiu com a cabeça. - Ele acha que eu jamais vou sair daqui sozinha pra fazer faculdade, quanto mais ir pra Inglaterra!
- É eu também não vou contar pro meu irmão, nesse sentido ele e são idênticos. Uma dupla de egoístas e idiotas!
- Verdade! – Falei rindo com a ideia genial que eu tive. Londres... Perdi-me em pensamentos novamente.
Flashback Off.
por favor, a gente precisa conversar!
Atende pelo menos o telefone.
Beijo.
- Ele acha mesmo que eu vou conversar com ele? Cara, que ilusão!
Desliguei o computador e voltei pra cama, não ia dormir, eu sabia disso, porém não vou ficar olhando nenhuma mensagem idiota de . Ele não vai estragar o meu dia. Não vai mesmo!
Cobri-me e enfiei um travesseiro no rosto. É o grande problema do meu quarto, ele é claro demais, mas vai ser por só mais um dia. Só de pensar nisso um sorriso abre em minha boca; Eu estou indo pra Londres e todo esse passado terrível vai ficar para trás. Pra sempre!
Flashback On:
- Amiga, só falta um mês de trabalho agora! – pulava na minha cama igual uma perereca.
- Você acha que eu não sei? – Disse me juntando a ela na cama. Paramos de pular e sentamos exaustas.
- Só tem um problema nisso tudo. – Eu disse por fim, ainda ofegante.
- O que? – me olhou preocupada.
- Eu tenho que contar pra . – Falei olhando pra o chão.
- Amiga, não fica assim não, se ele te ama de verdade ele vai te entender e te apoiar, você vai ver!
- É você tem razão, se ele não me apoiar é por que ele nunca me amou de verdade!
- Pronto, agora melhora essa cara porque nós estamos indo pra LONDRES!
Começamos a gritar como loucas até meu pai vir me chamar.
- , está lá na porta, vai abrir pra ele!
Meu pai já sabia dessa história, porque eu pedi pra ele não comentar nada sobre a viagem perto de , pois eu queria que ele soubesse por mim e meu pai desconfiava que fosse hoje que eu falaria pra ele.
- Entra amor. – Disse dando um selinho nele. Depois de um ano de namoro ele era sempre tão indiferente às vezes, não carinhoso e atencioso como no começo. Sempre que a gente brigava eu jogava isso na cara dele. Era como se ele usasse uma máscara pra me conquistar e depois de um ano deixasse a máscara cair e dissesse: Aí, burra, esse é o seu verdadeiro namorado, agora aguenta!
- Oi, amor. - Ele disse depois do selinho, já indo pra dentro de casa pra cumprimentar o pessoal. Eu fui atrás e logo aparece.
- Ei, . Tudo bem?
- Tudo e você?
- Bem também. – Ela virou-se pra mim e disse. – Já vou, amiga, amanhã a gente conversa, tá?
- Pode deixar, eu te ligo. – Eu disse já sabendo o que queria conversar.
- Tchau, . – Ela disse saindo pela porta.
Nós nos sentamos na calçada, o dia está agradável pra ficar do lado de fora de casa e o que eu quero conversar não é muito bom todo mundo lá de casa ficar ouvindo mesmo, porque eu não sei qual será a reação de .
- Amor, a gente precisa conversar. – Eu falei meio receosa.
- Então fala, o que você quer? – Ele franziu a testa e me encarou, coisa que ele não consegue por muito tempo.
- Lembra quando eu te disse ano passado que eu ia juntar dinheiro, por isso não estava indo entrar na faculdade ainda?
- Não sei, acho que sim, por quê? – Ah que saco! Ele nunca se lembra de nada que eu falo. E ter que lembrar ele sempre é terrível!
- Eu vou te dizer o motivo de eu ter juntado o dinheiro. – Puxei o rosto dele pra eu poder olhar nos seus olhos. Eu amo fazer isso.
- Hey, não era pra sua faculdade não? – Ele já estava desconfiado.
- Não exatamente...
- Anda, fala logo! – Ele estava ficando irritado.
- Calma, amor, não precisa gritar não! – Agora eu estou me irritando.
- Desculpa, amor. Continua.
- Bom, eu e juntamos o dinheiro pra gente ir pra Inglaterra. Nós vamos morar lá e estudar Inglês por um ano, e nosso maior objetivo depois disso é fazer faculdade lá. Pronto, falei!
- Você só pode estar brincando! – Cara por essa eu não esperava, ele rir? Ele riu, mas ao mesmo tempo parece histérico, irado, uma mistura de sentimentos. Não consigo identificar todos.
- Não eu, não estou! – Falei séria e firme encarando-o, e ele estava me encarando também. Isso não deve ser bom, mas não mesmo.
- Você só pode estar louca! Seu pai deixou isso? – Pronto! Começou os ataques de fúria.
- Deixou, na verdade ele me ajudou, e muito! – Ele se levantou e eu levantei junto.
- Você não vai! Não é possível isso! – Ele deve estar falando mais pra si mesmo do que pra mim.
- Acorda, , eu vou sim, meu avião sai no mês que vem! Eu queria que você pelo menos fosse meu namorado agora e me apoiasse, já que você nunca fez isso! - Eu agora já estou chorando. Eu não queria chorar mais a raiva foi mais forte que eu.
- Te apoiar? Você vai me deixar e ainda quer que eu te apoie? Nunca!
- Apesar de tudo, eu esperava que você fosse agir diferente dessa vez, mas não, você vai sempre ser assim, por mais que eu tenha tentado nesses quatro anos de namoro. VOCÊ NUNCA VAI MUDAR! – Eu não queria gritar, mas quando eu vi, já tinha feito isso.
- Sabe o que mais? Vai pra lá encontrar aqueles gays do Mc sei lá o que! Tomara que essa merda desse avião caia! – Ele disse depois se virou e entrou no carro, saindo em disparada.
- Ca... A... Aia? – Eu já estava soluçando, não consigo acreditar no que eu acabei de escutar. Ele queria que o avião em que eu e estaremos caísse! Ele só podia estar brincando. Mas não ele não estava! Foi isso mesmo que eu escutei.
Flashback Off.
Olhei no relógio pela décima vez, 8 horas ainda é muito cedo, mas eu tenho que me distrair, essas lembranças vão acabar me fazendo chorar se eu ficar aqui mais um segundo.
- Um banho, eu preciso de um longo banho!
Devo ter ficado meia hora no banheiro e só sai também porque meu pai me chamou pra tomar café. Depois fui escovar os dentes e trocar de roupa, quando acabei ouvi meu celular tocar, achei que seria uma das meninas então corri pra atender e pra minha surpresa quando olhei no visor...
- Ai, que MERDA! Esse menino não cansa não?!
Atendi ao telefone e nem dei tempo dele dizer nada.
- Acorda, , eu não quero falar com você ou ouvir a merda da sua voz, me deixa em paz e não preocupa não. Quem sabe a PORRA do avião cai amanha do jeito que você me disse? Como você quer que aconteça!
Desliguei, e estou com uma vontade louca de tacar o celular na parede, mas ai eu lembrei que ele foi muito caro pra eu poder fazer isso. Acalmei-me e terminei de me arrumar, quando o celular tocou de novo, já comecei a me irritar achando que era , porém eu me acalmei vendo que era , minha best.
- Oi, !
- Oi, e ai, tá pronta?
- Lógico! Só um pouco irritada.
- Com o quê?
- .
- Ah! O que aquele menino fez dessa vez?
- Quando tiver todo mundo junto eu conto, pra economizar saliva! – Cai na risada e também.
- Tá bom, a gente passa ai daqui a pouco, viu, amiga?
- Tá legal, , beijo.
- Beijo.
Flashback On:
- .
- Meu Deus, , o que aconteceu com você amiga?
- Eu conto só depois que as meninas chegarem, liga pra elas pra mim?
- Está bem, senta aí amiga, eu vou pegar o telefone.
Depois do que eu escutei, eu resolvi não entrar em casa, meu pai ia desesperar em me ver chorando daquele jeito, então fui pra casa de minha best desde os meus 3 anos de idade, ela morava do lado da minha casa e me entedia, ajudava principalmente em situações como essa. ligou pra e pra e não demoram muito elas já estavam tocando a campainha da casa de .
- Agora conta, amiga, o que aconteceu? – disse preocupada, mas também qualquer um ficaria olhando pra mim, eu estou péssima!
Contei tudo o que eu conversei com , menos a última frase.
- , você sabia que essa seria a reação dele. – disse mais tranquila.
- É mesmo amiga, melhora essa cara, vai! – disse limpando minhas lágrimas.
- Não é só isso meninas, a pior parte eu vou contar agora.
- Então conta logo! – disse já curiosa.
Ela era assim, a mais meiga, mas também a mais curiosa de todas, ela não era assim tão best como a mais era minha amiga e eu a amo muito também. Antes de eu contar, eu já tinha controlado o choro, estava mais calma, mas não sabia se ia durar muito.
- Ele disse: Sabe o que mais? Vai pra lá encontrar aqueles gays do Mc sei lá o que! ara que essa merda desse avião caia! – Eu já disse começando a chorar de novo, só que agora eu não estou prendendo mais, eu estou chorando com vontade, esperando que tudo acabe logo.
- O quê? – falou completamente horrorizada pelo que ela tinha acabado de escutar. – O avião cair com a gente dentro? – Eu assenti com a cabeça.
- Eu não acredito nisso, foi assim mesmo que ele disse ? – perguntou chocada.
- Ca... Da pa... La... Vra. – Eu já não consigo falar, eu soluço e as palavras saem como se eu fosse gaga.
- Ah, mas eu vou dizer umas poucas e boas pra ele agora! – levantou nervosa caminhando ate a porta mais a puxou. Eu estou travada, já que sempre é a mais meiga e inocente. Vendo-a querer me defender assim da muita alegria apesar do que aconteceu.
- esquece isso, ele não merece nem que a gente esteja conversando sobre ele aqui. – disse fazendo sentar na cama.
- É vamos esquecer isso, amigas. – Eu disse mais controlada. – Já que ele quer que eu morra, então, pra mim, ele morreu hoje!
- Isso aí! – Disseram as outras três juntas.
Flashback Off.
- Pai, tô indo tá? – Gritei logo que ouvi a buzina do carro do pai de .
- Está bem e juízo, mocinha.
- Ok! Eu já nasci ajuizada, esqueceu? – Eu ri.
- Ei, meninas. Preparadas para o dia de farra e despedida? – Disse entrando no carro.
- Claro! – Disseram juntas.
- Mas não esquece que você vai ter que nos contar o que fez dessa vez. – disse, como sempre curiosa.
- Beleza, mas deixa pra depois.
- Ok. – Ela assentiu com um sorriso.
Contei para as meninas toda a história, desde eu ter acordado cedo até eu ter atendido ao telefone. Claro, elas amaram a parte em que eu xinguei ele, mas se eu for parar pra pensar nisso eu fico triste, eu ainda amo , apesar de tudo. São quatro anos de namoro e convivência, não é fácil esquecer-se disso, eu juro que se não fossem as meninas eu estava na fossa até agora!
- , dorme e descansa, amiga, amanhã é o nosso dia! – disse super animada.
- Nós também vamos descansar porque a gente quer acordar amanhã pra levar vocês na Rodoviária. – disse mais pra do que pra ela.
- Hey, não me olha assim não, eu vou conseguir acordar! – falou percebendo a indireta.
- Ok, ok meninas, vamos todas dormir e , se você não acordar a gente vai à sua casa com um monte de panelas pra te acordar da pior maneira possível! –Eu disse fazendo cara de mãe mandona.
- Isso foi uma ameaça, mocinha? – disse tentando prender a risada.
- Com certeza! – Dissemos.
- Ok, eu já disse que vou acordar, não quero ter uma experiência dessa na memória! – disse já não segurando o riso acho que ela estava imaginando a cena.
- Boa noite, bests!
- Boa noite, !
Entrei em casa e fui direto pra o banheiro, escovei os dentes e corri pra minha cama. É minha ultima noite com ela, eu tenho que aproveitar cada segundo dessa noite, talvez essa seja a ultima vez que eu vou sonhar com os meninos, com o ... Eu não vejo a hora de chegar lá e ver que todos os meus sonhos vão se realizar, ou pelo menos o de conhecer os McGuys. Mergulhada em pensamentos, adormeci em menos de 10 minutos.
- , acorda anda!
Meu pai está me sacudindo enquanto eu luto pra continuar dormindo e tendo esse sonho tão perfeito, mas não consegui, em poucos segundos eu estou de pé entrando no banheiro pra fazer minha higiene pessoal, depois recebo a ligação de só pra confirmar se eu já estou acordada.
Terminei de tomar café e liguei pra , e ela já acordou então liguei pra que, pra minha surpresa também já tinha acordado. Combinei com as meninas da gente se encontrar aqui em casa pra irmos pra Rodoviária.
- Bom dia, best’s.
- Bom dia, !
- Preparada? – disse com um largo sorriso.
- Eu nasci preparada pra esse momento, querida! – Falei com cara de: “Dã, é óbvio!”.
- Então, vamos, meninas? – Meu pai disse isso e logo nós entramos no carro, eu já tinha despedido da família lá em casa, e só meu pai ia com a gente lá, junto com o pai de .
Chegamos à rodoviária e logo nós estamos esperando só o momento do ônibus sair.
- Eu odeio esse cheiro! É tão horrível! – Eu disse fazendo uma careta. – O aeroporto daqui bem que podia funcionar, pegar um ônibus pra ir pra BH e ficar sei lá quantas horas dentro dele é um saco!
- Hey, amiga, para com isso, a gente tá indo pra Londres, pensa nisso que você esquece tudo rapidinho! – falou tentando me animar.
- Meninas, o ônibus sai daqui a 10 minutos. – Pai disse voltando da loja com água, refrigerante e quatro pacotes de Ruffles e entregando pra gente.
- Ai, pai, obrigada. É capaz de a gente sentir fome mesmo. – Eu disse entregando para as coisas dela.
Meu pai foi junto com o pai de levar nossas malas para o ônibus enquanto eu e as meninas estávamos começando a nos despedir.
- Eu vou sentir tanta falta de vocês. – falou enxugando as lágrimas que caíam no seu rosto.
- Nós também, , , vocês vão estar sempre nos nossos corações! – Eu também estou chorando, igual uma condenada, devo admitir.
- É verdade, mas vai ser por pouco tempo, não é? Vocês vão pra Londres nos visitar qualquer dia desses. – falou também não contendo as lágrimas.
- A gente vai tentar, não é, ? – falou quase aos soluços.
- Com certeza! – deu aquele sorriso e nós demos também, apesar de estarmos indo embora, nós nunca nos esqueceríamos da nossa amizade.
- . – Eu conheço essa voz e se for de quem eu estou pensando eu já vou começar a me controlar desde agora.
- O que você está fazendo aqui, idiota? – falou irritada quando nós olhamos pra trás e vimos que era que estava ali, na nossa frente.
- Calma, eu só queria pedir desculpa pra você . – Ele falou olhando para o chão. Com certeza ele estava tentando juntar forças para continuar ali. – E pra você também, , eu não devia ter dito aquilo, falei sem pensar. - Nessa hora ele olhou pra mim. – Me perdoa ?
- Não! E mesmo por que isso não me importa mais. Para mim, você morreu aquele dia! – Eu disse e puxei as meninas para mais perto do ônibus. Eu queria sair dali, preferia ficar dentro do fedor horrível do ônibus do que olhar pra cara dele ou ouvir aquela voz.
- Por favor... – Ele parecia que ia chorar e eu também iria, se não tivesse pensado no que eu pensei. Peguei uma folha que estava na minha bagagem de mão. Parecia que eu tinha previsto aquilo, mas eu tinha sonhado com isso uma semana antes. É isso! Os sonhos irão mesmo se realizar, e o primeiro deles acabou de acontecer. Entreguei o papel pra ele e cantei:
Since she left me
Desde que ela me deixou
She told me
Ela me disse
Don't worry
"Não se preocupe."
You'll be ok, you don't need me
"Você vai ficar bem.", "Você não precisa de mim.”
Believe me, you'll be fine.
"Acredite, você vai melhorar."
Then I knew what she meant
Então eu soube o que ela queria dizer
And it's not what she said
E não era o que ela disse
Now I can't believe that she's gone.
Agora eu não acredito que ela se foi
Depois de cantar eu entrei no ônibus e me sentei no meu lugar.
- O que isso quer dizer? – Ele perguntou para as meninas um pouco confuso. Elas, pelo contrário, conheciam bem essa tradução, essa musica. Era do McFLY: She Left Me. já imaginando o que tinha na mão dele parou na porta do ônibus.
- Lê o papel que ela te deu, com certeza tem a tradução que você quer tanto descobrir. – Ela deu um beijo nas meninas e no seu pai e então entrou.
POV
Eu fiquei mais confuso ainda, porém fiz como disse. Li o papel e, como desconfiava, era a música com sua letra original e tradução. Passei meus olhos pelo ônibus mais uma vez e encontrei os olhos de na janela. Eu tinha quase certeza que aquele era o nosso ultimo olhar.
- Eu a perdi para sempre. – Disse mais para mim mesmo do que para qualquer outro que pudesse ouvir.
- Você pode ter certeza disso. – Me virei para ver quem dizia isso. Era e ela dizia com toda razão, eu fiz o que nenhum namorado faria. Eu praticamente roguei uma praga de morte em uma das pessoas que eu mais amava nesse mundo, e ainda amo.
e tiraram os olhos de mim e olharam para o ônibus. Ele estava partindo, levando dentro dele o amor da minha vida. Elas acenaram e depois que o ônibus se perdeu de vista elas se viraram e foram embora, e eu fiquei ali, olhando para o lugar onde eu tinha visto os olhos dela pela última vez.
- Agora é tarde demais. – Falei pra mim mesmo e fui embora dali.
End POV
Vi entrando no ônibus pela janela, ela estava radiante com o que eu tinha acabado de fazer. Ela sentou do meu lado e me deu um abraço.
- Agora a gente vai começar uma nova vida, vê se alegra essa cara! – ajeitava suas coisas e tentava me reanimar.
- É, você está certa! Nova vida, novas pessoas, McFLY... – Abri aquele sorriso. Lembrar-me deles me deixa feliz, lembrar-me DELE me deixa feliz!
Nós acenamos para as meninas e nossos pais da janela, eu sentiria falta dali, dos amigos, dos meus pais, mas agora uma nova vida me esperava em Londres. Eu sei que um dia eu vou voltar e, quando esse dia chegar, eu quero estar com uma vida totalmente nova. Eu quero estar com uma pessoa em particular e essa pessoa vai me fazer feliz como nenhum outro conseguiu fazer. Eu quero estar com Jones, ou somente Jones.
- Pois é! Agora eu vou dormir, a gente acordou muito cedo hoje. – Ela disse já fechando os olhos e colocando os fones de ouvido.
- É eu vou dormir também, quem sabe eu não sonho com o ? – não me ouviu, os fones estavam muito altos e eu dei de ombros, coloquei meus fones e me encostei-me à cadeira.
- É uma nova vida... – Eu disse baixinho antes de adormecer.
Capítulo. 02
- Amiga, acorda! – me sacudia na cadeira do ônibus e eu, como sempre, quero continuar dormindo. Meu sonho está perfeito dessa vez e o aparece nele do começo até o bendito fim, quando me acorda pra fazer sei lá o que.
- Pronto acordei, pode parar de me sacudir! – Eu disse esfregando os olhos e bocejando em seguida. – Quem morreu? – Perguntei debochada e com um largo sorriso logo em seguida ao ver o rosto dela que dizia: “Idiota”, para mim.
- Ninguém morreu não, , nós só chegamos em BH, anda logo que a gente tem que encontrar seu primo, ele deve estar esperando lá fora! – Ela falou já se levantando com sua bagagem de mão e eu tratei de pegar a minha também e ir.
Passei os olhos pela rodoviária. As capitais são sempre cheias de gente, mas enfim encontrei-o e saí correndo ao seu encontro.
- Thiago, amor da minha vida, que saudades! – Eu disse dando um longo abraço no meu priminho de quase dois metros de altura. Ele é um amor de pessoa e aceitou, sem problemas, levar eu e no aeroporto, claro, também é para ele poder se despedir de mim.
- Ei, como é que está a minha princesa? – Ele falou com um largo sorriso pra mim.
- Eu estou bem, Thi, você sabe, ônibus me cansa, mas fora isso eu estou super bem! – Falei empolgada, aí vi chegando até nós, fui então apresentá-los.
- Thiago, essa é , minha amiga que vai comigo para Londres. – Falei apontando para que largava sua bagagem no chão do seu lado.
- Oi, , prazer em te conhecer. – Ele disse dando os famosos três beijinhos nela.
- Oi, Thiago, o prazer é meu. – Ela abriu um sorriso envergonhado e voltou a pegar suas coisas do chão.
- Vamos, Thi? Eu estou com uma vontade louca de tomar um banho! – Eu falei voltando a abraçá-lo.
- Vamos sim, me dá essas malas aqui. Vocês ficam só com as de carrinho. – Ele falou e pegou nossas bagagens, e foi nos levando até o carro. Como sempre muito cavalheiro.
Chegamos ao apartamento de Thiago e organizamos as malas na sala, nós íamos ficar lá apenas uma hora. Eu fui tomar banho enquanto lanchava com Thiago. Quando eu acabei fui lanchar e ela foi tomar o banho dela.
- Vocês já têm casa lá, ? – Thi me perguntou, com cara de preocupado, ele já tinha ido pro Canadá uma vez, ele sabe como é. – Tudo está organizado? Eu posso ajudar vocês em qualquer coisa. – Ele falou me dando um beijo na testa.
- Já está tudo organizado, Thi, não preocupa não. Nós só não temos móveis na casa, o que a gente tem é básico, mas nos vamos chegar lá com um emprego garantido. Eu vou trabalhar em uma loja de roupas no Shopping e numa lanchonete do mesmo Shopping. – Terminei de dizer e enfiei um biscoito na boca, ele está muito bom é de chocolate.
- Ei, viciada em chocolate, nós temos 20 minutos para chegar ao aeroporto. – falou já indo em direção as suas malas e colocando algumas coisas dentro.
- É mesmo, , nós temos que ir logo porque nunca se sabe como está o transito dessa cidade! – Thi falou já guardando os biscoitos e deixando a louça suja na pia da cozinha.
- Ok, eu só vou ao banheiro escovar os dentes, tá? – Falei com cara de cachorro pidão.
- Tá! – Disseram os dois juntos.
Depois de escovar os dentes eu me encontrei com Thi e , descemos as escadas do prédio com as malas e entramos no carro do Thi. Por incrível que pareça, teve pouco engarrafamento, nós chegamos ao aeroporto em 15 minutos e o vôo saia em meia hora. Ficamos sentados conversando e esperando o embarque. Thi nos dava conselhos do que fazer quando chegássemos lá, algumas frases em inglês importantes para a gente se informar. Ele foi muito atencioso com o nosso nervosismo e tentava sempre acalmar a gente. Depois de uns minutos fomos fazer nosso Check-in e ficamos aguardando a chamada.
Ouvimos o aviso de que o avião ia partir, nós despedimos de Thiago e entramos no portão de embarque, eu e não dizíamos nada, nós só estávamos apreensivas. Começamos a conversar só depois que sentamos em nossas respectivas poltronas no avião, como Thi tinha aconselhado em uma ligação anterior para mim, pedimos poltronas antes da asa do avião, pois daria menos enjôo ou sensação de incomodo.
- É agora, amiga. – Falei para quando escutei o aviso para que os passageiros apertassem os cintos. Ela assentiu com a cabeça e colocou seus fones de ouvido. Eu fiz o mesmo e em poucos segundos, estávamos voando além das nuvens do Brasil. A imagem era esplêndida! Era um céu tão azul e com as nuvens abaixo de nós. me olhou também maravilhada com a beleza que nossos olhos estavam presenciando.
- Eu vou tentar dormir, por mais que seja lindo, ainda me deixa assustada. – me disse com um sorriso no rosto demonstrando uma pouco de felicidade e preocupação ao mesmo tempo.
- Eu também vou tentar dormir, quero sonhar com o . – Falei já me lembrando do ultimo sonho.
- Hey, eu quero sonhar com o também! Me ensina sua técnica? – Ela disse caindo na gargalhada e alguns passageiros do avião pararam pra nos encarar. Eu bati no braço dela de leve com vergonha de tantos olhos estranhos nos encarando basicamente dizendo: Quem são essas loucas? Alguém as interne! - Tá, parei. – Ela disse enxugando as lágrimas que caiam sempre que ela ria demais. – Vou dormir e talvez sonhar com o meu marido !
- Então boa noite na tarde. – Falei rindo já que eram duas horas da tarde.
- É, boa noite na tarde! – Ela disse fechando os olhos e aumentando o volume do mp3.
O vôo foi muito tranquilo, fora uma pequena turbulência que me fez acordar assustada achando que o avião ia cair, também acordou assustada, mas logo nos acalmamos. A turbulência deve ter durado uns cinco segundos, mas para mim, uma eternidade.
Meia hora depois eu e conversávamos animadas até ouvirmos o piloto do avião dizer que estávamos sobrevoando Londres naquele momento. Eu enlouqueci, claro! Eu e nos debruçamos na janela vendo as luzes da cidade mais linda do mundo, é Londres mesmo, e eu ainda não consigo acreditar que estou chegando à minha nova cidade, minha nova vida!
Depois de termos aterrissado, fomos organizar nossos documentos para mostrá-los a imigração. Depois de muitas perguntas fomos liberadas e nos encaminhamos para o saguão onde a amiga da mãe de nos aguardava. Ela é Brasileira e se chama Irís, ela foi morar na Inglaterra e se casou, sempre que ia ao Brasil visitava a família de e desde que nós resolvemos ir para a Inglaterra nosso porto seguro foi ela. Ela que conseguiu nossos empregos, ela que comprou nosso apartamento e nós íamos pagar pra ela as prestações todo mês já que viver de aluguel em Londres não seria nada barato. Ela fez nossas matriculas na escola de inglês perto de casa, para que nós não gastássemos muito com condução. Ela era nosso anjo da guarda em Londres! Ela mora em Bromsgrove, mas veio para Londres pra nos ajudar com a mudança, já que nossa vida começaria mesmo depois de um mês em Londres. Escola, trabalho, só começaria depois de um mês vivendo lá.
Iris achou melhor assim, para que eu e nos acostumássemos com os horários, clima, entre outras coisas. Devo dizer que o clima vai ser o mais difícil já que eu sou muito frienta. Nós chegamos no verão, em Londres, dia 31 de Julho de 2012, terça-feira. Deve estar fazendo uns 19°C aqui e eu já estou congelando.
- Hey, , já está com frio? – Iris me perguntou quando entramos no carro dela. É ela veio no carro dela já que Bromsgrove ficava só á duas horas e quinze minutos de Londres. Eu assenti com a cabeça.
- É muito diferente o clima e o horário também. São o quê? 22 horas?
- São 22 horas e 20 minutos. – falou. Eu olhei com cara de interrogação. - Calma moça, eu já mudei o horário do celular, só isso! – Ela riu da minha expressão.
- Ah, meninas, falando em celular. pega aí no banco uma sacola. – pegou a sacola e tirou dois pacotes de lá com o meu nome e o dela. - São os chips de vocês, o número está escrito na capa. Agora vocês têm um numero de Londres! – Ela riu só que ainda prestando atenção na rua. – Meninas, sejam bem vindas à Londres, nós vamos direto pra casa, já que a viagem deve ter sido muito cansativa.
- Com certeza foi cansativa, Iris. – falou vidrada na janela.
- É... – Eu já falei mais nem prestava atenção no que elas conversavam. Eu só prestava atenção no que estava passando pela janela do carro.
Londres é absolutamente linda à noite, como está no verão, tem muita gente na rua, mesmo sendo uma segunda-feira, são muitas lojas, lanchonetes, pubs, fora a beleza da cidade. Cheia de arvores, muitas praças e lagos. Eu estou completamente encantada.
- Hey, meninas, chegamos! – Iris falou, parando o carro.
Estávamos em um bairro tranquilo, mas, pelo que Iris disse, o centro não é muito longe daqui. É um prédio não muito grande, deve ter seis andares, o nosso apartamento é no 5° andar, no quarto numero vinte e sete. É um apartamento maior do que eu realmente esperava.
Tem três quartos: O meu com as paredes lilás e o teto roxo, uma porta de vidro que da para uma varanda, onde pode ver uma vista linda do lago Serpentine e do Hyde Park, e logo ao lado os Jardins de Kensigton, tinha um banheiro espaçoso e lindo. O outro quarto era o de com paredes num tom de rosa claro e um Pink no teto, uma banheiro também muito espaçoso e uma mesma porta de vidro que dava para a mesma visão deslumbrante que eu tive. O outro quarto seria para hospedes, as paredes são todas brancas e já tinha uma cama de casal, um guarda roupa, um espelho grande na parede, abajur e televisão, tenho certeza que é nesse quarto que a Iris tá dormindo, porque o resto da casa ainda está sem móveis. Depois dos quartos tem um banheiro na sala, uma sala de estar grande que pode até receber uma festa, uma cozinha ao lado da sala e do banheiro, espaçosa, branca e preta, muito linda. Atrás da cozinha tem uma área de serviço com um espaço bom a céu aberto, com pia e lugares para pendurar as roupas.
Depois deste tour pelo apartamento, fomos para o quarto de Iris, no caso, o único com móveis na casa.
- E então, o que acharam? – Iris perguntou curiosa. Ela não tinha nos mandado fotos do apartamento para fazer uma surpresa.
- É absolutamente perfeito, Iris. Obrigada! – Eu disse, ainda colocando as malas no quarto dela.
- Você tem um excelente gosto, Iris! E eu que achei que o apartamento seria menor! – falou pulando na cama de Iris.
- Que bom que vocês gostaram! Olha aqui, tem dois colchões para vocês dormirem hoje, eu trouxe umas roupas de cama para vocês. – Ela disse já apontando para os colchões e pegando as roupas de cama no guarda roupa. - Amanhã nos vamos comprar os móveis dessa casa! – Ela falou animada. Nós combinamos de comprar os móveis todas juntas, Iris queria que a casa tivesse o meu gosto e de e não o dela. Por isso só o quarto de hóspedes tinha móveis. - E não se esqueçam de que vocês têm que fazer compras de roupas, hein? – Ela falou mais animada ainda, essa historia de fazer compras anima toda mulher.
- Com certeza, mas nós combinamos de fazer as compras de roupas na semana que vem. Nós temos as poucas roupas do Brasil que dá para sobreviver uma semana. – falou e eu assenti com a cabeça.
- Tudo bem, mas os móveis serão comprados amanhã, então vamos à Starbucks fazer um lanche, vocês devem estar com fome. – Ela disse se levantando e pegando as chaves do carro.
- Iris, qual é o nome do nosso bairro mesmo? – Eu perguntei, tenho que saber vai que eu me perco.
- É West Kensington!
- Tem Starbucks aqui perto de casa, Iris? – perguntou fechando a porta do apartamento.
- Tem três Starbucks só no nosso bairro, que é pequeno! – Ela falou enquanto nos descíamos de elevador.
- Uau! – Eu disse abismada. Muita coisa ia mudar definitivamente para mim, não posso me surpreender agora. Tenho que acostumar.
Nós fomos à Starbucks e já sentimos o baque de todo mundo falar inglês e nós ainda não falarmos. A Iris teve que fazer nossos pedidos e ela nos mostrou algumas frases que precisaríamos sempre que fossemos comer lá. Terminamos o lanche e voltamos para casa já com o intuito de não falar em português, só se fosse em muita necessidade, Iris ia nos ajudar quando não soubéssemos como essa ou aquela frase fosse em inglês.
~~
Acordei no dia seguinte muito feliz, eu tinha sonhado com o de novo e dessa vez todos os meninos apareceram: , , e claro, .
levantou super animada com as compras e logo nos estávamos prontas para ir às lojas, mas antes fomos à Starbucks tomar café da manhã e seguimos para nossa seção móveis.
Depois de tudo comprado, fomos para o apartamento esperar que as coisas chegassem no caminhão da loja. Quando tudo foi colocado dentro de seus respectivos cômodos, fomos organizá-los.
Primeiro o meu quarto: A cama de casal é numa madeira pintada de Preto com detalhes em Branco e umas flores de metal entre as madeiras da cabeceira, tem dois criados mudos da mesma madeira pintada que a cama e em cima deles um telefone sem fio e um abajur, na parede da cama colocamos uma placa grande de fotos com fotos da minha família, amigos e McFLY, na porta de vidro foi instalado uma cortina roxa com uns babados de renda branco na parte de cima e que caia pelos lado da cortina, o guarda roupa é Branco com os detalhes em preto e lilás bem grande e espaçoso, na parede ao lado um raque preto com o meu notebook que foi presente dos meus tios, e ao lado um espelho enorme. Meu quarto está tão lindo e perfeito!
Agora o quarto de : a cama de casal é parecida com a minha, mas é branca com detalhes rosa e estrelas de metal entre as madeiras da cabeceira, tem uma placa de fotos grandes, do mesmo estilo da minha, um guarda roupa da mesma madeira pintada em branco e detalhes rosa muito espaçoso, tem dois criados mudos brancos e estrelas de metal no lugar do “puxe”, em cima dos criados mudos tem um telefone sem fio e um abajur, a cortina que está na porta de vidro é Pink com os babados de renda branco na parte de cima e caindo pelos lados da cortina, um raque preto e rosa com o notebook dela e ao lado um espelho enorme.
A sala agora: Nós colocamos uma estante de madeira num tom marfim e preto grande com a Televisão de 42 polegadas, o Home Theater e alguns porta-retratos, têm dois sofás vermelhos com dois lugares e estão localizados nas laterais no meio deles um sofá-cama preto que deve aconchegar umas quatro pessoas. No cetro um tapete preto com algumas almofadas coloridas.
Fomos então para a cozinha: Lá tem agora uma geladeira branca, ao lado o armário de cozinha que ocupava duas paredes, tem uma pia embutido em granito, e tem tons de branco e verde, o fogão é branco e preto, tem um microondas e nós compramos algumas panelas e talheres, pratos e copos. No centro da cozinha têm uma mesa com seis cadeiras nos tom de verde e branco.
Por fim a área de serviço: Nós resolvemos comprar a máquina de lavar roupa e a secadora, já que em Londres chove muito e o tempo é úmido, elas estão organizadas ao lado da pia e nós colocamos alguns varais para pendurar roupa.
- Até que enfim, acabamos! – disse se jogando no sofá, completamente exausta.
- Cara, eu tô com fome demais! Vou fazer pipoca pra gente estrear nossa sala nova! – Falei animada, indo quase correndo para a cozinha.
- Não, , deixa que eu faço a pipoca, vocês escolhem o filme e testam o nosso Home Theater e a TV. – Ela falou já indo para a cozinha enquanto eu retornava para o meu lugar no sofá.
Uma semana depois...
Passamos aquela semana toda conhecendo Londres: Indo às praças, e claro à Starbucks, visitamos monumentos históricos como o Big Bem e o Palácio de Buckingham, só falta ir ao London Ey e, a maior roda gigante que eu já vi, 135 metros de altura. Eu e combinamos de ir no outono, quando a gente já tiver alguns amigos por aqui. Fomos conhecer a escola também, ela é praticamente o dobro da escola em que eu estudava, com dois prédios, um para a área de estudos e o outro a área de esportes e cultura. Eu pretendo entrar nas aulas de piano, sempre fui apaixonada por piano, mas nunca tive condições de pagar as aulas.
Agora nós vamos ao Shopping onde nós vamos trabalhar e claro, fazer compras, porque o emprego só começa mesmo daqui duas semanas.
Iris parou o carro no estacionamento e começou a nos mostrar o lugar. É muito grande e bonito, com escadas rolantes e espelhos enormes. Tem várias lojas de roupas, calçados, acessórios e Starbucks espalhada por todos os andares.
Iris foi dar uma volta enquanto eu e comprávamos nossas roupas. Eu nunca comprei tanta coisa assim de uma vez, em uma hora já tenho umas 10 sacolas. estava da mesma forma que eu. Rodamos o Shopping e enfim compramos tudo que precisávamos.
- Já são cinco horas da tarde, nós chegamos aqui uma hora! – disse abismada enquanto olhava no relógio do celular com certa dificuldade por causa da quantidade de sacolas.
- Hey, vamos lá conhecer nossos empregos agora então? – Eu falei para ela enquanto ajeitava algumas sacolas na minha mão esquerda.
- Vamos fazer assim: Você vai à loja de roupas que você vai trabalhar que eu vou para a lanchonete em que eu vou trabalhar, você me encontra lá para a gente aproveitar e fazer um lanche! Eu estou com fome! – Ela falou fazendo uma cara daqueles cachorros de rua quando estão com fome.
- Está bem, mas antes de lanchar a gente liga para Iris para ela encontrar a gente e assim levar essas sacolas para o carro. – Falei levantando os brancos no ar mostrando as sacolas.
- Ok, a gente se encontra daqui meia hora, então? – Ela disse já se virando na direção oposta.
- Você me liga se eu demorar muito, pois eu posso querer compra mais alguma coisa, você sabe... Loja de roupas! – Eu disse abrindo um sorriso e me virando também.
- Tudo bem, . Tchau!
Entrei na loja e fiquei maravilhada, é bastante grande e tem de tudo. Sapatos, roupas e acessórios, tudo no mesmo lugar. Conheci a meu chefe e ele me apresentou todos os funcionários, me mostrou o setor onde eu iria trabalhar: A área de roupas, bem na recepção da loja. Eu particularmente adorei o lugar e os meus colegas de trabalho. Depois de conversar com o pessoal resolvi ir atrás de , eu estou realmente faminta, andar o dia inteiro abre o apetite de qualquer um.
Saindo da loja, comecei a me direcionar à lanchonete, mas quando eu ia passar em frente à uma loja de roupas, um pouco mais a frente de onde eu vim, alguém esbarrou em mim fazendo com que eu derrubasse todas as minhas sacolas no chão. Virei para encarar a pessoa que tinha feito isso e tive uma grande surpresa.
Era um rapaz, ele usava touca que cobria os seus cabelos, tinha um celular em uma das mãos e com a outra pegava seus óculos escuros que caíram no chão com o choque.
- Desculpa, desculpa, eu estava distraído com o celular. Cara, que idiota que eu sou! – Ele dizia enquanto pegava as minhas sacolas do chão.
- Não tudo bem, está desculpado. – Eu disse. Eu tenho a leve impressão de já conhecer essa voz.
Ele acabou de pegar as sacolas e se levantou e foi nesse momento que eu olhei em seus olhos e então eu percebi. São esses olhos que me fascinam todas as noites, é essa voz que faz meu coração bombear cada vez mais rápido quando eu a escuto. É ele mesmo! . Ai meu Deus, me ajuda, se controla !
- Desculpa, de novo! - Ele falou abrindo aquele sorriso que eu tanto sonhei em ver pessoalmente. Meu Deus, não me deixa desmaiar agora, não agora que ele está aqui na minha frente!
- Não preocupa não, eu já te desculpei. – Eu abri um sorriso também enquanto ele ajeitava as sacolas em uma mão só e com a outra colocou os óculos escuros no rosto. - Pode me entregar as sacolas. – Eu disse estendendo a mão ainda com o sorriso bobo no rosto.
- Não! Eu levo pra você! Pra onde você está indo? – Ai Jesus, ele quer levar as minhas sacolas? Ele quer me acompanhar? Caramba se controla . Eu só faltei dar um tapa em mim na frente dele pra que eu pudesse me controlar, mas eu controlei esse desejo insano e vi ele começar a andar na direção que eu estava indo.
- Eu estou indo para a Starbucks logo ali na frente. – Eu falei apontando o lugar.
- Tudo bem, então. – Ele deu um sorriso tão lindo que eu automaticamente retribuí. - Posso perguntar uma coisa? – Ele falou virando-se para me olhar.
- Sim.
- Escolhe uma das opções: Turista ou Consumista? – Ele falou fazendo um dois com os dedos e ainda com aquele sorriso perfeito.
- Nem um, nem outro. – Eu disse sorrindo, ele deve estar assustado agora. Esses seriam, basicamente, os pensamentos de quem me visse com aquele tanto de sacolas na mão.
- É o que, então? – Ele fez cara de desconfiado e confuso. Adorei isso!
- Sou nova na cidade, me mudei tem uma semana e resolvi comprar minhas roupas aqui.
- Bom, se você resolveu comprar as roupas aqui é por que você não é da Inglaterra também, acertei? – Ele falou com ar de vitorioso.
- É acertou! – Sorri.
- E de que país você vem?
- Brasil. – Eu demorei um pouco pra dizer, não sei se ele vai se assustar e assim não vai se apresentar como , mesmo porque as fãs brasileiras são muito histéricas, tenho que admitir, e se ele está ali disfarçado é porque tem motivo pra fugir das fãs naquele momento.
- Uau, veio de longe! – Ele riu. Que alivio. - Veio fazer algo em especial em Londres? – Ele estava realmente curioso sobre mim. Que tudo!
- Estudar e trabalhar por um ano, mas eu pretendo fazer minha universidade aqui também.
- Boa escolha. Londres é um lugar bem legal pra se viver, você vai gostar daqui! – Ele abriu outro sorriso lindo e antes que eu pudesse responder meu celular tocou.
Now let's party
Woahhhhhhhh woahhhhhhh
The clock hit 12, as she entered the room
But if looks could kill then we all would be doomed
With just one kiss you're not able to move
From her venomous lips and the poison perfume
Yeah!
Que vergonha! Quem deve estar me ligando logo agora? Olhei no visor do celular: ! Me esqueci, eu pedi para ela me ligar se eu demorasse muito. Dei uma olhada pra e ele estava com um sorriso ainda mais largo. Será que ele gostou de Party Girl estar tocando no meu celular e ainda super alto? Pedi licença e atendi o celular:
- Oi, amiga, que foi?
- Onde você está, mocinha? Eu estou morrendo de fome aqui! Não me diz que você esta comprando mais roupas?
- Não, foi outra coisa, eu te explico quando chegar ai. Já estou perto.
- Então anda logo!
- Ok só não se assusta, tá? – Eu falei já rindo silenciosamente.
- Assustar com o quê? – Ela perguntou curiosa.
- Só promete que não vai gritar, tá?
- Está bem.
- Beijo.
Desliguei o celular e encarei . Ele tirou os óculos e me mostrou aqueles olhos lindos que queria tanto ver de novo.
- Desculpe por isso. – Eu disse envergonhada.
- Você sabia desde o começo?
- Bom, se os óculos não tivessem caido quando você esbarrou em mim, com certeza eu estaria na duvida, só porque eu conheço a sua voz, mas ela poderia ser parecida com a de outra pessoa. Na verdade eu me acharia uma completa maluca.
- Então prazer, meu nome é , mas você pode me chamar de . – Ele falou com sarcasmo e depois riu enquanto estendia sua mão.
- Prazer em conhecê-lo, , eu sou a , ou para os íntimos, . – Eu peguei na mão dele e sorri. Começou uma onda de sentimentos em mim e eu tinha certeza que minha mão ia tremer a qualquer momento então soltei nossas mãos e continuei andando. Ele sorriu e me acompanhou.
- É aqui. Você vai entrar? – Perguntei receosa, eu não quero que ele vá embora.
- Claro, mas sua amiga não vai me atacar não? – Ele falou com uma carinha de criança com medo de bicho papão. Eu ri.
- Se você fosse o com certeza ela te atacaria! – Falei rindo da cara que ele fez.
- Ele é o preferido dela?
- É.
- E o seu?
- O meu o quê?
- Seu preferido. – Cara que pergunta difícil! Eu acho que a minha cara vai explodir agora de tão vermelha que ela deve estar.
- Bom... – Eu fiz uma horinha e encarei os olhos dele. – É você.
Posso dizer que eu fiquei absurdamente feliz quando ele abriu o maior dos sorrisos que ele já tinha me dado e eu tive a certeza de que os olhos dele estão brilhando como nunca. Eu devo estar louca, o tem namorada, , esquece isso.
Ele colocou os óculos e nós entramos na lanchonete.
- Ei, . Eu demorei?
- Demorou! Eu estou definhando de fome aqui e é tudo culpa sua! – Ela fez bico e nem percebeu o entrando mesmo que disfarçado, segurando minhas sacolas.
- Eu também te amo, viu?! – Soltei uma gargalhada, e o riu disfarçadamente.
- Ele é o motivo para eu não assustar? – Ela perguntou quando ele se aproximou da mesa colocando as sacolas em um canto.
- É. esse é o . – Eu disse o chamando pra mais perto.
- Oi, , eu sou a , prazer. – Ela falou normalmente, ainda não o reconheceu e eu dei uma risada.
- Viu que o disfarce está bom? – Eu disse pra ele enquanto fazia sinal pra ele abaixar os óculos enquanto não entendia o motivo da palavra disfarce na história.
- , meu nome é , ou somente , como me chamam. – Ele disse abrindo um sorriso quando viu a cara dela espantada com a pessoa que estava na frente dela. Ele colocou os óculos de novo.
- Não acredito! – Ela disse sentando-se novamente. Eu e o sentamos também.
- Pois acredite. – Eu disse.
- Hey, o não está com você não? – Ela perguntou agora com os olhos brilhando só de pensar na possibilidade de conhecer o .
- Ele está com o , eles estão tentando achar um presente para a Mary, a namorada do . – Ele disse rindo do sorriso que abriu e da maneira que ela me olhou quase que implorando pra eu pedir ao pra chamar eles.
- , será que você poderia levar a gente pra conhecer eles? – Eu fiz uma carinha de pidona e abri um sorriso que sempre funcionava.
- Eu posso ligar pra eles virem aqui, é só falar de comida que eles enlouquecem. – Ele sorriu. – Só um minuto. - Ele disse pegando o celular e discando pra alguém.
Ele ligou para o e depois nós fomos fazer nossos pedidos, dez minutos depois e entram na lanchonete também disfarçados. Se eles não tivessem indo para a nossa mesa eu não reconheceria mesmo.
- Hey, já fiz seus pedidos. – falou pra e .
- Que bom, eu estou mesmo com fome. – falou e abriu um largo sorriso e olhou pra mim, com que agradecesse. Coisa que ela não precisava, eu tinha que agradecer aos céus por ter feito o esbarrar em mim!
- , , essas são e , brasileiras.
- Oi, eu sou , prazer. – Ele disse pegando em nossas mãos enquanto eu e sorriamos iguais duas crianças que acabaram de ganhar presentes que pediram no Natal.
- E eu sou o , prazer em conhecer vocês, meninas. – Ele disse e repetiu os gestos do , só que seus olhos brilharam quando encontrou com os de .
Eles se sentaram e nossos lanches em pouco tempo chegaram. Nós conversamos sobre muitas coisas e o , e ficaram, primeiramente, muito curiosos pra saber como eu e o nos conhecemos. Contamos a historia e só se ouvia um “tinha que ser ” de e , e um “Graças a Deus” em Português de , pra que só eu escutasse e entendesse. Depois que acabamos de lanchar eu ia me levantando para pagar a conta quando o me interrompeu.
- Deixa que eu pago. – Ele falou pegando em minha mão e me puxando para a cadeira de novo.
- Não, , eu não posso aceitar. – Falei muito envergonha e com as bochechas queimando.
- É pra compensar o esbarrão que eu te dei! – Ele disse e já foi se dirigindo ao caixa enquanto eu voltava e ia pegar minhas sacolas. Nós acabamos esquecendo de ligar pra Iris para guardar aquelas coisas.
- Meninas, vocês bem que podiam ajudar a gente. – falou e eu olhei pra ele sem entender.
- Em quê? – perguntou.
- Bom, é que eu estou querendo comprar um presente pra Mary, minha namorada. Imaginem vocês, três homens tentando achar um presente feminino! É um caos! – Ele falou sorrindo e assentiu com a cabeça. chegou logo em seguida.
- Nós podemos ajudar, não é, ? – Ela assentiu com a cabeça. – Mas vocês vão esperar a gente guardar essas sacolas no carro! – Eu falei levantando as sacolas.
- Tudo bem, nós esperamos. – disse bem feliz com a ideia da nossa companhia.
- Então vamos, , liga pra Iris ai. Fala pra ela encontrar a gente na loja onde eu vou trabalhar. – Ela assentiu com a cabeça.
Chegamos à loja de Roupas onde eu vou trabalhar e deixei os meninos olhando algumas roupas enquanto eu e íamos ao estacionamento.
- Separem as roupas que vocês gostarem mais que, quando nós voltarmos, damos uma olhada. Eu disse já na porta da loja enquanto eles olhavam umas blusas que estavam nos cabides.
- Tudo bem, não demorem! Eu fico perdido no meio de tanta roupa! – falou já pegando uma blusa pra ver.
Fomos at´w o carro e deixamos as coisas lá enquanto contávamos pra Iris o que aconteceu. Ela disse que estava cansada então ia pra casa e quando nós quiséssemos ir embora era só ligar pra ela.
- E então, meninos? – Perguntei à eles que estavam literalmente perdidos no meio de tanta roupa.
- Nós gostamos dessas aqui. – apontou para uma pilha só de blusas em cima do sofá. Eu e caímos na risada.
Ficamos até as sete e meia da noite e comprou uma blusa maravilhosa, branca com uns apliques de Strass, uma jaqueta estilo bolero preta, uma calça skinning escura e uma sandália preta com detalhes em vermelho, perfeita. Na verdade ele escolheu o look que eu montei. Eu levo jeito pra isso e ele me elogiou muito pra o gerente que, quando viu o nome dele, ficou completamente assustado e feliz! , e na loja dele. Era uma honra, claro, e eu tinha ganhado a confiança do meu chefe.
- . – me chamou mais para o canto um pouco afastado do pessoal.
- Sim? – Eu perguntei curiosa.
- Posso pegar seu telefone? – Ele falou receoso da minha resposta. Que tudo, pedindo meu telefone. Não é pra qualquer uma não.
- Só se eu puder ter o seu. – Brinquei e sorri, ele retribuiu o sorriso e me deu o telefone e eu passei o meu.
Nós voltamos pra perto do pessoal e eu me despedi dos meninos. Dei um abraço no , depois no e por último no . Foi o abraço mais perfeito e cheio de sensações que eu já tive! Ele tem um cheiro de margarida misturado com madeira molhada, um perfume que eu com certeza não vou esquecer nunca! Para com isso ele ainda tem namorada garota! Haha. Consciência, qual o problema de aproveitar um pouquinho? Nenhum problema eu acho. Ele me deu um beijo na bochecha e se foi junto com o e o que, por sinal, não tirava os olhos da minha amiga .
Iris pegou a gente na porta do Shopping e, em alguns minutos, nós chegamos em casa. Eu e estávamos afobadas com o grande dia que tivemos. Nós gritávamos e contávamos o que tinha acontecido nesse dia agora com detalhes pra Iris que, por sinal, ficou muito feliz por nós termos feito amizade com o McFLY, já que ela teria que ir embora dali uma semana e nós ficaríamos aqui sozinhas. Continuamos conversando e me disse que o pediu o telefone dela também.
- Pelo menos o não tem namorada, amiga. Falei meio desanimada por pensar nessa possibilidade: Ver o com a Vivian.
- Nada que um simples “vamos terminar” não resolva. - Ela disse como se aquilo fosse a coisa mais fácil do mundo. Quando eu ia começar a responder ela o meu celular toca com a música Just my Luck:
You and I have got a lot in common
We share all the same problems
Luck, love and life aren't on our side
I'm in the wrong place at the wrong time
Always the last one in a long line
Waiting for something to turn out right, right
- Eu coloquei essa musica pra o número do , ! – Eu olhei pra ela com cara de que eu não estava acreditando.
- Então atende logo, ! E coloca no viva-voz pra eu ouvir! – Ela falou animada.
- Oi ,.
- Oi, , chegaram bem em casa?
- Sim, e vocês?
- Chegamos exaustos! Não sei como as mulheres conseguem fazer isso todos os dias! - Ele riu.
- Força do hábito, eu acho, ou então isso é um dom feminino! – Eu ri também.
- Aqui, você quer sair amanhã? Nós podemos ir comer uma pizza! O está convidando a e o quer conhecer vocês! Ele vai com a Rafaella, namorada dele, e o vai com a Mary.
- Espera que eu vou perguntar a , tá?
- Ok.
assentiu com a cabeça e eu fiz um pouco de hora pra ele achar que eu estava perguntando.
- Ela disse que tudo bem.
- E você?
- Tudo bem também, nós vamos!
- Então passa aí o endereço da casa de vocês, que a gente pega vocês aí amanhã.
Eu falei o endereço pra ele e esperei ele anotar e confirmar pra ver se escreveu tudo certo.
- Estejam prontas amanhã às sete horas, ok?
- Ok, .
- Beijo, , até amanhã.
- Beijo, até amanhã. Tchau.
- Tchau.
Eu e mal conseguimos dormir. Ela foi para o meu quarto e nós ficamos conversando ate tarde; acabamos pegando no sono e só fomos acordar agora: onze horas da manha. Iris já esta preparando o almoço enquanto nós estamos empolgadas com o encontro hoje com os meninos, já estamos escolhendo as roupas.
- Essa ai está perfeita, ! – me disse olhando o quarto look que eu visto.
- Tem certeza? – Perguntei enquanto me olhava no espelho.
- Sim, sua roupa vai ser essa! – Ela falou animada.
- Ei, essa sua também está linda, amiga. Eu só mudaria o sapato. Põe aquele ali. - Apontei pra um scarpin preto, com um salto de doze centímetros. Ela colocou e como eu tinha dito, ficou perfeito.
- Isso, excelente! Estamos prontas pra sair! – Eu disse animada e abrindo um enorme sorriso.
Passamos o dia inteiro nos preparando para o encontro. Quando já era seis e meia da noite, eu e estávamos praticamente prontas: Unhas feitas, Cabelos escovados e Lisos, vestidas as roupas que ficaram absolutamente perfeitas! Agora estamos nos maquiando e esperando a campainha tocar.
Quando nós estávamos completamente prontas, às sete e cinco, a campainha toca. Eu corri para atender.
- Oi, ! – Eu disse dando um abraço nele. Ele estava perfeito! Lindíssimo e elegante. Vestia uma calça jeans preta, uma blusa três–quartos listrada em tons de azul céu e azul marinho e um All Star branco e preto.
- Oi, ! Você está absolutamente linda! – Ele disse isso me olhando dos pés á cabeça. Eu estava com uma calça preta skinning com detalhes de strass nos bolsos, uma blusa roxa justa e por cima um bolero que eu amo todo cheio de babados da cor preta e um scarpin preto com um laço lilás na lateral, dando um charme e um toque romântico à roupa.
- Ei, ! – disse assim que chegou na porta.
- Entra, gente, vem conhecer a nossa humilde casa! – Eu disse para os meninos que estava no corredor.
- Sentem-se aqui enquanto eu vou pegar minha bolsa. – Eu falei mostrando o sofá e conduziu todo mundo.
foi o ultimo a entrar e eu vi o abraço que os dois deram. Tomara que saia um namoro daí!
- O apartamento de vocês é bem legal, meninas! – falou já pensando nas festas que davam pra ser feitas ali.
- Hey, ninguém vai me apresentar o , a Mary e a Rafaella não? – Eu falei olhando para os meninos que esparramaram no sofá vendo um programa qualquer. assentiu com a cabeça e cruzou os braços.
- Cara, vocês são muito mal educados. – O disse se dirigindo a mim e a .
- Oi, eu sou o e você deve ser a . – Ele disse apontando pra mim.
- Sim, mas pode me chamar de , . Prazer em te conhecer! – Falei abrindo um sorriso.
- E você é a . – Ele disse apontando pra .
- É essa sou eu, mas me chama de , ! – Nós rimos.
- Essa é a Mary, namorada do . Essa é a Rafaella, minha namorada.
- Muito prazer, meninas! – Eu e falamos juntas.
- Prazer é nosso. – Disseram elas.
- Feitas as apresentações, que tal irmos logo comer a bendita pizza? – falou, como sempre com fome. Todos caíram na risada.
- É vamos. – Eu disse.
Depois que todos saíram só ficou eu e o , ele está me esperando apagar as luzes de casa já que a Iris foi ver uns amigos daqui de Londres. Depois de tudo trancado nós saímos do apartamento e ficamos no corredor enquanto eu trancava a porta. Quando eu me virei para pedir para a gente ir, ele estava tão próximo de mim que nós quase nos beijamos. Nossos narizes se tocaram e eu pude sentir aquele perfume maravilhoso dele. Ele já estava começando a se aproximar e nossas respirações já estavam ofegantes quando eu me lembrei da bendita namorada dele.
- É melhor a gente ir. – Eu disse quase como um sussurro, já que há essa hora as mãos dele estavam na minha cintura e as minhas mãos estavam no tórax dele, e que tórax! Ele me olhou profundamente como se eu tivesse com a razão, mas ao mesmo tempo implorando pra continuar o que quase aconteceu há pouco.
- Tudo bem, , vamos? – Ele me deu a mão dele e eu a peguei, só que logo me soltei e apenas passei o braço no dele.
- Vamos. – Entramos enfim no elevador.
Capítulo. 03
POV:
A está tão linda hoje! Se eu não estivesse com a Vivian, com certeza era com a que eu queria estar. Ela é tão incrível, doce e carinhosa com todos! , se toca, você a conheceu ontem e já esta assim todo babão?
Que perfume é esse, meu Deus?
Eu já estou próximo demais dela, mas eu não consigo resistir.
Ela está trancando a porta do apartamento e eu estou aqui olhando ela, cada detalhe do seu corpo, da sua roupa. Ela não parece desse mundo. É perfeita demais!
Ela se vira depois de trancar a porta do apartamento. Eu estou próximo demais, agora não dá para eu me afastar! Agora essa proximidade com o corpo dela está me enlouquecendo! Eu vou me aproximar mais.
Ajeitei minhas mãos em volta de sua cintura e ela continuou com seus braços onde estavam: no meu tórax. Nossos narizes se tocaram e eu comecei a sentir algo, não sei, é estranho, nunca senti isso por ninguém. Estávamos com nossas respirações já ofegantes e tudo o que eu mais queria naquele exato momento era beijar aqueles lábios tão lindos. Só que isso não durou muito.
- É melhor a gente ir. – Ela disse me olhando com seu olhar penetrante. Eu adoro os olhos dela, são simples, mas ao mesmo tempo transmitem o que ela sente, e naquele momento, me mostravam que o que ela também mais queria era me beijar, mas ao mesmo tempo mostravam que aquilo não estava certo. Resolvi concordar e desistir de beijá-la, por enquanto.
- Tudo bem, , vamos? – Eu disse estendendo a mão para que ela a pegasse, coisa que ela fez, mas logo soltou minha mão e passou seu braço sobre o meu.
- Vamos. – Ela respondeu e entramos no elevador.
Eu estou realmente curioso pra saber mais sobre a reação dela ontem no shopping. Foi realmente diferente de todas as meninas que já me conheceram; Ainda mais porque ela era uma fã do McFLY e especialmente de mim.
- , posso perguntar uma coisa? – Eu disse com receio da resposta que eu receberia.
- Pode. – Ela falou ainda sem me olhar.
- Por que você não me disse que sabia quem eu era quando me reconheceu?
- Por que você é uma pessoa normal também, e pessoas normais não têm reações escandalosas quando se conhecem! – Ela riu e me olhou, eu amei ver o seu sorriso.
- Mas você é fã do McFLY. Qualquer fã teria uma reação diferente da que você teve. Você teve um desejo diferente quando me reconheceu? – Eu a olhei e a vi franzir a testa, pensando, depois sorri.
- Claro! Eu queria rasgar sua roupa toda ali mesmo! – O quê? Fiz uma careta e franzi a testa. Claro que rasgar minha roupa não é lá má ideia, mas só se for entre quatro paredes. - Hey, eu estou brincando, ! Eu não sou dessas piradas não. – Soltei a respiração, mais tranquilo, achei que ela tinha virado uma psicopata de um dia para o outro.
- Então fala a verdade, . O que você realmente sentiu quando me reconheceu?
- Sinceramente, nem eu sei explicar a reação que eu tive. Quando eu reconheci você pelos olhos, eu tentei me controlar ao máximo para não gritar ou pedir um autógrafo, mas você estava ali sendo um perfeito cavalheiro querendo levar minhas sacolas e me acompanhar que eu não queria ser mais uma garota a te deixar constrangido em um lugar público. Ainda mais que você estava ali como qualquer um em um Shopping, provavelmente fazendo compras como eu! Na verdade o fato de você ser do McFLY só me deixou mais orgulhosa por vocês serem tão normais quanto eu, não esnobes como muitos que nos vemos por ai!
- Impressionante você realmente é diferente de qualquer garota que eu conheci! – Eu disse a vendo tentar disfarçar as bochechas rosadas.
- Vou considerar como elogio! – Ela gargalhou e o elevador se abriu. Eu estendi o braço para que ela entrelaçasse o dela com o meu e andamos ate o encontro do pessoal.
- Vocês demoraram, hein? – falou com um sorriso sarcástico.
- O que vocês estavam fazendo lá em cima? – disse, com certeza para me irritar e, antes que eu pudesse arranjar uma desculpa e responder, a falou:
- Eu não me lembrava onde tinha colocado as chaves do apartamento, então fui procurar e aí descemos. – Ela falou já encarando que estava com um sorrisinho que dizia: “Amiga, você não sabe mentir!”. Eu ri disfarçadamente.
- , você vai dirigindo ou prefere ir com o pessoal no carro do ? – disse apontando para o meu carro.
- Ah, cara, na volta eu dirijo! Vai lá com a Rafa que eu e a vamos com o e a Mary. – Na verdade, o maior motivo de eu querer ir com é que no banco do carro eu posso ficar pertinho da .
- Beleza, então. , você vai com quem? – perguntou para um um tanto distraído com os olhos pregados na . Se olhar arrancasse pedaço, com certeza não teria mais parte nenhuma do corpo pra contar história.
- Vou com você, dude, eu não quero ficar tanto tempo longe de você, amor! – disse correndo em direção ao , que o abraçou como bons gays que eles eram. fez cara de assustada, mas depois riu da cena. Ela já deve conhecer o muito bem para não se impressionar com as brincadeiras dele.
- Então vamos logo, pessoal, eu estou com uma baita fome! – disse já entrando no carro e todos nós fizemos o mesmo. Já estamos à caminho da pizzaria.
End POV.
- , liga o som aí. – disse ainda tentando chegar mais perto de mim e pegar na minha mão, e eu estou tentando evitar esse contato. O fato dele ter namorada faz isso comigo. Eu sei como é ser traída, já tive essa terrível experiência e não gosto que ninguém passe por isso por minha causa, então se ele quer ficar comigo tem que terminar com ela primeiro. Falando nela, eu ainda não a vi com o , será que eles terminaram e eu não estou sabendo? Será que eu estou perdendo tempo com preocupações tolas em relação a isso? Eu tenho que descobrir.
O ligou o rádio e mudou de canal algumas vezes até parar em um que tocava uma música especial, uma música deles.
- POV, cara, ela nunca sai da radio, não é? – falou muito feliz em lembrar que todas as vezes que ele liga o rádio toca essa música deles.
- Ai, , aumenta mais aí, eu amo demais essa música! – Eu falei já começando a cantar a musica e vi um um tanto animado por isso. Ele deve ter esquecido que eu sou uma super fã apaixonada nas horas vagas.
- É, amor, aumenta o volume, vai, vamos fazer com que os meninos escutem! – Mary disse animada, ela também parece gostar muito da musica dos meninos. Também, namorando um fofíssimo como o por tanto tempo!
Todos nós estamos cantando a música e eu estou me divertindo muito, apesar da música ser triste, o e o conseguem deixar ela animada e engraçada. O toda hora se virava para me olhar enquanto eu fingia que não via e continuava olhando para frente, cantando a música baixo com vergonha de eles acharem a minha voz feia, coisa que eu achava e eu sentia muita vergonha de cantar sozinha e na frente de outras pessoas.
- Ah, podia tocar outra de vocês, não é? Para chegar à pizzaria ainda vai demorar um pouco, olha esse engarrafamento ali na frente! – Mary falou apontando para o engarrafamento que parecia pequeno ao longe, mas agora de perto é muito maior mesmo.
- Espera, Mary, me deixa olhar na minha bolsa, eu devo ter trago meu pen-drive ou meu Ipod por aqui. – Eu disse já pegando a minha bolsa de mão linda que eu comprei quando cheguei aqui, preta com detalhes em strass na abertura.
- Você anda com seu Ipod na bolsa pra todo lugar? – me perguntou curioso, será que ninguém faz isso não? Eu não acho algo estranho!
- Ando sim. Ah, está aqui! Toma, Mary, conecta o cabo aí, eu coloco as músicas do McFLY. – Falei entregando o cabo para a Mary que logo conectou o cabo ao som.
- Por que você anda com seu Ipod na bolsa, ? – Ele está realmente curioso, chegou me encarar com os seus perfeitos e hipnotizantes olhos .
- Porque quando eu vou para um lugar qualquer, às vezes, acontece de ficar chato e entediante. Então eu coloco meu Ipod e me distraio! - Eu disse e encarei-o, queria ver sua reação com o “chato e entediante”.
- Cara, isso é demais! Você ama música mesmo, não é? - Ele me disse sorrindo enquanto a primeira musica começava a tocar. Logo ele chegou mais perto para me escutar já que o som estava alto demais.
- É, eu amo música de todos os tipos! – Eu sorri também e comecei a cantar No Worries, eu amo essa musica. Ele me observou cantar e depois de um tempo chegou os seus lábios bem perto do meu ouvido, algo que me fez arrepiar e então disse:
- Pode ter certeza que essa noite não será chata e nem um pouco entediante pra você. – Ele me fez arrepiar mais ainda e então eu sorri depois continuei a cantar.
- , você tem todas as músicas dos meninos aqui. – Mary falou enquanto mexia no meu Ipod.
- Você não disse à ela que eu sou uma fã, ? – Eu perguntei pra ele e logo depois ele caiu na risada.
- Sinceramente, , eu esqueci! Nós ficamos tão amigos em tão pouco tempo, e você não me trata como o seu ídolo ou como se eu fosse do McFLY, você me trata como uma pessoa simples, normal. – disse e eu fiquei bem impressionada com a sinceridade dele. É bom saber que eles se sentem assim em relação a mim.
- Você e a nos trataram muito bem e, na maioria das vezes em que a gente conversou, fui eu que lembrei você que você era uma fã! – disse e Mary sorriu ao mesmo tempo em que eu sorri.
- , você é fã do Westlife também? – Mary me perguntou depois que ela voltou a mexer no meu Ipod.
- Não como do McFLY, mas eu amo as músicas deles. – Eu disse envergonhada, não sabia como eles ficariam se soubesse as bandas que eu sou “fã”.
- É, as musicas deles são bem legais, eu tenho algumas no meu Ipod também, mas parece que você tem todas. – Ela disse e abriu um largo sorriso enquanto os meninos não disseram nada. Eles prestavam mais atenção na musica que passa agora: Friday Night.
- Tem Backstreet Boys aqui também! - Mary falou mais maravilhada com as relíquias do meu Ipod. Ela deve ter o mesmo gosto que eu.
- É, tem também três pastas com musicas variadas. Algumas em português, outras em espanhol e claro, em Inglês. Mas dos que eu tenho todas as musicas de todos os CDs são esses mesmo: Backstreet Boys, Westlife e McFly!
- Você tem gosto muito bom para música, . Depois me empresta o seu Ipod para eu pegar algumas músicas? – Mary disse me olhando com cara de pidona. Eu ri.
- Claro, Mary, pode deixar ele aqui no carro do já que eu não vou precisar dele porque alguém me prometeu uma noite nada chata e entediante. – Eu ri disfarçadamente e o entendeu a indireta, ele riu também e depois chegou perto do meu ouvido de novo e disse:
- Você pode ter certeza disso. – Foi um sussurro que só eu ouvi e depois de dizer ele deu um leve beijinho na minha nuca sem eu poder reagir já que o e a Mary poderiam ver. Ele só pode estar querendo me enlouquecer. Eu tenho que saber logo se ele ainda esta namorando, mas eu acho que já sei a resposta só não quero admitir.
- Chegamos, enfim! Cara eu devo ter um buraco enorme dentro de mim porque a fome que eu estou sentindo é terrível! Vamos logo pra mesa! – O estava pior que o de tanta vontade de comer, mas logo todos nós estávamos na mesa reservada para nós e já estamos todos com muita fome mesmo. Essa é uma vantagem de ser famoso, você é atendido com prioridade nos lugares e, estar com os meninos, fez a gente comer bem mais rápido do que seria com pessoas “normais”.
Nós nos divertimos muito na noite: com as porcarias que o fazia com a comida, com os tapas leves que ele levava da por causa disso, das coisas idiotas que o falava, com a incrível cara de envergonhado que ele fazia quando todos riam dele, claro que era só fachada! Enfim, a noite com os meninos foi perfeita e nós agora estamos voltando para a casa do para vermos filmes ate a madrugada.
- Meninas, essa é minha humilde residência! – Ele disse sarcástico com a cara de espanto que eu e a fizemos ao entrar na luxuosa casa onde mora um homem sozinho, ou não.
- Humilde? , você só pode estar louco! – disse ainda maravilhada.
- Humilde é a nossa casa, não é, amiga? – Eu disse abraçando ela.
- Com certeza, ! – Ela falou me abraçando também.
- Então, nós vamos assistir o quê? – perguntou puxando eu e para o sofá da sala do .
- Vocês que sabem, mas eu aposto que sei os prováveis filmes que vocês querem ver. – Eu falei desafiando os meninos.
- Então manda ver, ! – O disse me estendendo a mão.
- Mas não vale mentir, hein? – Eu falei pegando na mão dele e balançando.
- O que eu ganho se você perder? – Ele me desafiou levantando aquela famosa sobrancelha que eu tanto vi nas fotos.
- Me deixa pensar... – Fiz cara de pensativa e nesse momento estava todo mundo prestando atenção no que eu ia dizer principalmente o . - Você ganha um almoço feito por mim! – Eu ri e me sentei.
- , você tem sorte demais! A cozinha esplendidamente bem! – falou puxando o saco. Mentira, ela ama minha comida mesmo. Eu ri.
- Sério, ? – Ele arqueou novamente a sobrancelha.
- É. Posso fazer minha especialidade, só não vou dizer o que é. – Eu falei ainda sorridente.
- Ah, cara, a especialidade, ? Eu também vou querer! – disse sentando no sofá ao meu lado.
- É claro que você também vai comer amiga! Todos vão. Mas o tem que ganhar primeiro o que eu acho difícil! – Eu disse com cara de maldade.
- Então eu ganho de você em uma aposta! – O disse sentando do meu outro lado no sofá.
- E nós vamos apostar o quê? – Eu perguntei curiosa.
- Hum... Eu aposto que você não pega nos lagartos do . – Ele disse com cara de vitorioso. Cara isso é maldade!
- Assim não vale! Você deve saber que nenhuma mulher vai pegar nos lagartos do , só se ela for louca ou estiver completamente bêbada! – Eu disse fazendo bico.
- É isso ou fazer de boa vontade o almoço. Você escolhe! – Ele disse ainda mais vitorioso, claro que eu não ia recusar.
- Está bem, mas se eu ganhar o vai ter que me dar todos os DVDs e CDs do McFLY autografados por vocês! – Eu disse rindo.
- É isso que você quer? Cara, isso é moleza, a gente já ia te dar mesmo, não é, pessoal? – O disse rindo pra mim.
- Com certeza! – Os meninos disseram juntos.
- Tudo bem, então agora eu vou adivinhar os filmes e a Mary e a Rafa vão dizer se são esses mesmo. – Eu falei me levantando e abraçando a Mary e a Rafaella.
- Hey, você não confia que a gente vai dizer a verdade não? – perguntou irônico.
- Lógico que não! Vocês devem roubar só pra não perder pra mim. – Eu disse sorrindo e todos me acompanharam.
- Então tá, fala logo, , quais seriam os filmes? – me perguntou curioso.
- Provavelmente seriam: De volta para o futuro 1, 2 ou 3, Tartarugas Ninjas ou alguma coisa idiota, que é a cara de vocês! – Eu disse e olhei para eles vendo expressões de concordância.
- Cara, eu iria ver ‘De volta para o futuro 2’! – O falou emburrado.
- Eu ia querer ver Tartarugas Ninja. – falou fazendo bico.
- Eu tinha em mente ‘De volta para o futuro 1’. – falou cruzando os braços, indignado.
- Você é boa, , eu me encaixaria nas coisas idiotas que são a nossa cara: Debi e Loide seria a minha escolha. – disse me abraçando e fazendo bico.
- Vocês também não pensam não? – Rafaella falou para os meninos morrendo de rir.
- Como assim, amor? – perguntou curioso.
- Nossa, meninos, a é fã de vocês! É obvio que ela iria saber os filmes preferidos de vocês! – Mary disse aquilo como se explicasse para crianças de 5 anos alguma coisa.
- Aposto que ela sabe muito mais! – Rafaella falou abraçando o namorado.
- E sabe mesmo! – completou. Pra variar, eu já estava vermelha como um pimentão e agora estou muito mais com os meninos olhando pra mim, principalmente o me olhando de um jeito estranho.Por que será? Lembrete: Matar a quando chegar em casa!
- Gente, ela está vermelha! Own, , você deve saber muita coisa mesmo, não é? – disse me abraçando em seguida enquanto eu escondia meu rosto em seu peito. Eu estou muito envergonhada!
- Hey, , fica assim não a gente esta brincando com você. – falou preocupado quando viu uma pequena lagrima cair do meu rosto. Cara, por que eu estou chorando mesmo?
- Vem aqui, amiga. – me puxou para um canto da sala e pediu para os meninos não irem atrás. Eles estavam assustados por eu estar chorando, o então queria seguir a gente para saber o que era, mas a não deixou. - Coloquem o filme aí que a gente já volta. – Ela falou antes de me empurrar mais um pouco pra longe deles.
- Agora desembucha, . – Ela me encarou com preocupação.
- Não é nada, amiga, serio! Só me deu vontade de chorar do nada! Uma sensação ruim...
- Eu odeio quando você tem isso, sempre acontece algo que te deixa muito triste. Melhora essa cara vai e esquece isso! – Ela falou secando minhas lagrimas e me abraçando, conduzindo-me à sala.
Eu sentei no sofá de dois lugares onde o estava sentado e a sentou ao lado do ainda me encarando, fazendo sinal para eu melhorar a cara. me abraçou de lado e perguntou bem baixinho:
- Foi algo que nós falamos que te deixou assim? – Só de ouvir a sua voz e sentir o seu perfume tão perto já me fez abrir um sorriso pequeno.
- Não, eu só tive uma sensação estranha, um sentimento ruim. Toda vez que eu sinto isso algo nada bom acontece na minha vida. – Eu disse olhando-o nos olhos e vi seu olhar de preocupação. Por que ele se preocupa tanto comigo? Eu conheci ele só há dois dias!
- Eu vou estar aqui então quando isso vier perturbar você! E eu vou te fazer esquecer essas coisas ruins! – Ele falou sorrindo de lado, sussurrando no meu ouvido o que me causou longos arrepios.
- Você não pode, ninguém pode. Essas coisas sempre acontecem! Essa sensação é mais um preparo que Deus me manda, falando que algo ruim esta por vir! – Falei olhando para minha mão direita onde ainda tem uma pequena marca de sol causada pela aliança usada por quatro anos e meio.
- Vem aqui comigo, eu vou te mostrar uma coisa. – Ele disse mais alto dessa vez e levantou, estendendo a mão para que eu a pegasse. Eu não entendi o porquê daquilo, mas eu não queria ver filme mesmo. Precisava me distrair então peguei em sua mão e o acompanhei.
Fomos até as escadas e subimos por um corredor com cinco portas. Ele abriu a segunda porta e fez sinal para que eu entrasse. Era o quarto dele, lindo com alguns pôsteres de bandas, as paredes em tons de azul e branco e móveis que me parecem ser bem caros.
- Esse é o meu quarto. – Ele falou sorrindo enquanto eu observava o lugar.
- Você veio me mostrar o seu quarto? – Perguntei duvidosa das verdadeiras intenções de ali.
- Também! Mas eu vim te mostrar mesmo isso aqui. – Ele apontou para um quartinho pequeno ao lado do banheiro, com coisas que me parecem presentes de fãs.
- Uau! Nunca pensei que vocês pudessem guardar todos os presentes! – Eu disse ainda obcecada vendo tanta coisa ali.
- Isso não é nem o começo, Tem um quarto maior no corredor cheio de presentes dos fãs. – Ele disse agora abrindo um enorme sorriso que eu retribui automaticamente.
- Mas o que você quer me mostrar exatamente? – Perguntei curiosa.
- Na verdade, eu gosto de tocar aqui dentro, eu muitas vezes componho aqui! Me da mais inspiração vendo a responsabilidade que eu tenho de agradar todas essas pessoas que se preocupam comigo, com o , o e o . – Ele falou me guiando até uma mesinha pequena com quatro cadeiras no final do quartinho. Sentamos e, logo em seguida, o pegou um violão. Eu ainda estava sem reação. Ele ia cantar pra mim? Cara, isso é tão perfeito, como que eu posso ter sensações ruins quando a minha vida está tão maravilhosa? - Eu achei que você, sendo uma fã e principalmente uma fã minha, iria gostar de ouvir algumas musicas pessoalmente. – Ele disse abrindo um largo sorriso sentado na minha frente já com o violão à postos.
- Você vai ter que me lembrar sempre disso? Cara, eu não devia ter te contado que você era o meu preferido. – Eu fiz uma careta e coloque as mãos no rosto em sinal de vergonha. Ele tirou-as do meu rosto e passou os dedos por minha bochecha avermelhada pela vergonha, eu claro arrepiei toda!
- Tudo bem pequena, eu não falo mais disso, tá? – Ele me olhou profundamente e foi nesse momento que eu senti: Eu estava me apaixonando pelo . Não como amor de fã, não é assim. É amor mesmo, verdadeiro e sincero. Mas eu sei que ele tem namorada e eu tenho que tirar esse amor de mim o mais rápido possível!
- Que musica você quer que eu cante? Olha o privilégio, hein? Nem toda fã tem então aproveita! – Ele disse brincalhão me tirando da onda de pensamentos que corriam pela minha cabeça.
- Hum... Você escolhe, na próxima eu escolho!
- Ok, Que tal Walk In The Sun? – Eu assenti com a cabeça e ele começou a tocar. É estranho ele escolher essa musica, mas tudo bem esse momento é mágico e eu não vou estragar ele mais não mesmo!
I wonder what it's like to be loved by you
Eu me pergunto como é ser amado por você
I wonder what is like to be home
Eu me pergunto como é estar em casa
And I don't walk when there're stones in my shoe
E eu não ando quando têm pedras em meu sapato
All I know that in time I'll be fine
Só o que eu sei é que com o tempo eu ficarei bem
O olhar dele enquanto canta é estranho, está me causando arrepios só de ouvir essas frases dele. Como se ele estivesse falando aquilo de dentro dele, como se os sentimentos dele fossem assim, como a musica diz, só que por mim.
I wonder what it's like to be loved by you
Eu me pergunto como é ser amado por você
I wonder what is like to be home
Eu me pergunto como é estar em casa
And I don't walk when there're stones in my shoe
E eu não ando quando têm pedras em meu sapato
All I know that in time I'll be fine
Só o que eu sei é que com o tempo eu ficarei bem
I wonder what it's like to be loved by you
Eu me pergunto como é ser amado por você
I wonder what is like to be home
Eu me pergunto como é estar em casa
And I don't walk when there're stones in my shoe
E eu não ando quando têm pedras em meu sapato
All I know that in time I'll be fine
Só o que eu sei é que com o tempo eu ficarei bem
I wonder what it's like to be loved by you
Eu me pergunto como é ser amado por você
I wonder what is like to be home
Eu me pergunto como é estar em casa
And I don't walk when there're stones in my shoe
E eu não ando quando têm pedras em meu sapato
All I know that in time I'll be fine
Só o que eu sei é que com o tempo eu ficarei bem
I wonder what it's like to fly so high
Eu me pergunto como é voar tão alto
Or to breathe under the sea
ou respirar embaixo d'água do mar
I wonder if someday I'll be good with goodbyes
Eu me pergunto se algum dia eu serei bom em despedidas
But I'll be ok if you come along with me
Mas eu ficarei bem se você vier comigo
Nesse momento ele sorriu, tinha algo mais em seu olhar, é penetrante e profundo e eu não consigo deixar de sorrir em vê-lo cantar assim pra mim. Uma fã que há pouco tempo sonhava com esse momento agora vê que ele não é mais um sonho, é real!
It's such a long long way to go
É um longo, longo caminho para ir
Where I'm going, I don't know
Para onde eu estou indo, eu não sei
Yeah, I'm just following the road
Sim, apenas estou seguindo a estrada
Through a walk in the sun
Caminhando sob o sol
Through a walk in the sun
Caminhando sob o sol
I wonder how they put a man on the moon
Eu me pergunto como eles colocaram um homem na lua
I wonder what is like up there
Eu me pergunto como é lá em cima
I wonder if you'll ever sing this tune
Eu me pergunto se você algum dia cantará essa melodia
All I know is the answer is in the air
tudo que eu sei é que a resposta está no ar
Eu assenti com a cabeça respondendo à pergunta da música e ele sorriu um sorriso que me parecia apaixonado... Apaixonado? Que isso, ? Você deve estar louca, apaixonado por você? Ah, para com isso garota acorda!
Mas parece tão real...
Me livrei desses pensamentos e comecei a cantar baixinho a música junto dele. Eu não queria que a minha voz horrível estragasse a musica que continha a voz tão maravilhosa dele.
It's such a long long way to go
É um longo, longo caminho para ir
Where I'm going, I don't know
Para onde eu estou indo, eu não sei
Yeah, I'm just following the road
Sim, apenas estou seguindo a estrada
Through a walk in the sun
Caminhando sob o sol
Through a walk in the sun
Caminhando sob o sol
Sitting and watching the world going by
Sentado e olhando o mundo passar
Is it true when we die, we go up to the sky oooh
É verdade que quando morremos nós vamos para o céu?
so many things that I don't understand
Tantas coisas que eu não entendo
Put my feet in the sand when I'm walking in the sun, oooooh
Coloco meus pés na areia quando estou caminhando sob o sol
Walking in the sun
Caminhando sob o sol
It's such a long long way to go
É um longo, longo caminho para ir
Where I'm going, I don't know
Para onde eu estou indo, eu não sei
Yeah, I'm just following the road
Sim, apenas estou seguindo a estrada
Through a walk in the sun
Caminhando sob o sol
Through a walk in the sun
Caminhando sob o sol
- Ê, muito bom! – Eu disse batendo palmas. Ele retribuiu com um sorriso hipnotizante.
- Agora você vai escolher a música. – Ele me disse ao mesmo tempo em que tirava uma mecha do meu cabelo e colocando atrás da minha orelha fazendo meu coração bater acelerado.
- Eu sempre quis ver você cantar Not Alone. – Eu disse encarando-o com meu melhor sorriso.
- Tudo bem, mas eu só vou cantar se você cantar também! – Ele disse sério.
- Eu cantar? Não mesmo, . - Eu disse balançando a cabeça negativamente.
- Por que não, ? Você tem uma voz tão bonita! Eu quero que você cante comigo, vai. – Ele fez cara de bebê pidão, e me fez abrir um sorriso curto.
- Eu não gosto de cantar pra ninguém ver, minha voz não é bonita não! – Eu disse encostando o cotovelo na mesa e apoiando minha cabeça na mão.
- Claro que é, pequena, eu já ouvi. Por mais que você tivesse tentado cantar baixo no carro, eu consegui escutar. – Ele disse passando sua mão pelo meu rosto me causando sensações que nem eu sei dizer o que eram.
- Ah, , canta logo, vai! Se não eu vou lá pra baixo ver o filme! – Fiz cara de chantagista e me levantei com as mãos na cintura, ele sorriu e se levantou também deixando o violão na cadeira.
- Bom, se você não cantar também... – Ele correu para a porta do quartinho. – Eu não deixo você sair daqui! – Ele trancou a porta e pegou a chave balançando ela na mão. Eu cruzei os braços e comecei a bater os pés no chão.
- , isso é chantagem mocinho! Me deixa sair! – Aproximei-me dele com a cara emburrada, ele pelo contrario, começou a sorrir e se aproximou de mim ate ficar a centímetros do meu corpo; eu paralisei com essa atitude dele.
- Se você não cantar comigo não vai sair. Vai passar a noite aqui dentro comigo! – Ele disse com uma cara maliciosa de um jeito que me deixou absolutamente arrepiada. Minha respiração começou a ficar fraca quando eu vi ele se aproximar mais até nossos corpos se tocarem, ele colocou a chave no bolso da calça e, então, colocou uma das mãos em minha cintura me puxando pra mais perto enquanto a outra mão ia ao meu rosto. - Diz, por favor, que não vai cantar. – Ele falou sussurrando em meu ouvido, o que me fez fechar os olhos automaticamente.
Ele beijou de leve minha orelha e depois desceu ate minha nuca o que me fez arrepiar mais, deixando nossas respirações ofegantes.
- Eu acho que não consigo cantar com você me deixando sem reação desse jeito. – Eu disse baixinho, mas ele escutou e virou para me encarar com aqueles olhos perfeitos e penetrantes sorrindo como uma criança. Não pude deixar de sorrir, mas a lembrança da Vivian apareceu de repente me tirando do transe. Ele tentou se aproximar para me beijar, mas eu me afastei. - Não é certo, você tem namorada, . – Eu o encarei firme esperando ouvir a resposta que eu tanto queria, mas acho que não seria tão fácil assim porque ele não me respondeu, só colocou as duas mãos em meu rosto e beijou demoradamente a minha testa.
- Eu sei pequena, desculpa. – Era impressão minha, ou seus olhos ficaram marejados? Fiquei com vontade de perguntar o que estava acontecendo entre ele e a namorada, mas lembrei que isso não é da minha conta.
Ele pegou a chave e abriu a porta do quartinho e eu saí me direcionando à porta do quarto dele com o intuito de descer e ver os meninos, tentar esquecer o que acabou de acontecer. me puxou pelo braço de repente.
- Eu quero explicar pra você... – Antes que ele terminasse, eu rebati:
- Não precisa, não é da minha conta! – Puxei meu braço e sai do quarto. Não era mesmo da minha conta e ele não me devia satisfações, mas por que essa historia está me abalando tanto? Porque vê-lo daquele jeito me deixou tão triste e com raiva. Raiva de saber que a Vivian fez alguma coisa, que ela não o está fazendo feliz.
Deixei de lado esses pensamentos e desci as escadas. Eu não queria estar mais nem um segundo ali. Sentei-me ao lado de e no sofá e disse baixo pra ela:
- Amiga, não estou me sentindo muito bem, será que você pode pedir ao pra me levar embora?
- Cadê o , amiga? Ele fez alguma coisa? – Ela perguntou assustada.
- Não foi nada, eu te conto depois, só não quero mais ficar aqui. – nem prestava atenção na nossa conversa. Estava focado no filme.
- Tudo bem, eu falo pra ele e eu vou junto com você.
- Não, quê isso, amiga, pode ficar aqui com o . Eu não quero atrapalhar você!
- Ah para com isso, ! Você é mais importante. – Nós duas paramos por um instante e nos encaramos, em seguida caímos na risada. Os meninos até pararam para olhar e saber qual o motivo da graça.
- Mentira que você disse isso, amiga! – Eu disse em meio à gargalhada e vi um me encarando perto do sofá onde estavam o e a Mary, bem curiosos.
- Nem eu estou acreditando que falei isso, se fosse lá no Brasil eu tinha me matado! – Ela gargalhou também enquanto todo o pessoal olhava sem entender nada.
- Será que dava pra explicar o que foi isso? – Disse um meio chateado por não saber qual era a piada.
- Deixa pra lá, , nenhum de vocês entenderia. Sabe, é coisa de fã! – Eu disse me levantando e fez o mesmo. O bom disso tudo é que eu acabei me distraindo e esquecendo o que tinha acontecido lá em cima, por enquanto.
- , será que você pode levar a gente em casa? Estamos cansadas, não é, ? – falou me abraçando ainda rindo um pouco.
- Está bem, mas eu quero saber o motivo da graça. – Ele cruzou os braços imitando uma criança birrenta.
- Não, senhor mocinho, isso não é assunto pra você ouvir. – Eu disse e olhei novamente. Não conseguimos resistir e gargalhamos de novo, chegou chorar como de costume acontecia quando ela ria com vontade.
- Eu levo vocês, meninas. – falou se levantando abraçado à Mary. – Nós estamos indo também, não é, amor? – Mary assentiu com a cabeça.
- Então tudo bem. – disse.
- Hey, , amor, posso dormir com você hoje, gatinho? – falou com o jeito mais gay que eu já o vi fazer. Todos sorrimos.
- Claro, princesa, eu estou sentindo falta mesmo de alguém na minha enorme cama de casal. – Ele disse pegando o no colo e fingindo dar um beijo nele. Eca! Eles são bem convincentes quando querem.
- Eu vou embora também, não vou ficar aqui presenciando esse putaria. – disse guiando a Rafa ate a porta.
- Então tchau, meninos. – foi até o e o e os abraçou, o ela abraçou de um jeito que todo mundo percebeu, um jeito de casal apaixonado. O me encarou esperando que eu não fosse me despedir dele. Claro que eu fui, se não, ia ficar muito na cara.
- Tchau, , cuida bem do tio , viu? E não abusa dele demais. – Eu disse brincalhona e o sorriu a me ver indo em sua direção e o abraçando. Ele beijou minha testa o que me fez corar levemente já que todo o pessoal olhava pra gente, eu não pude deixar de sorrir e dizer:
- Tchau, . Boa noite. – Eu me soltei e ele sorriu. Cara como eu amo esse sorriso.
- Tchau, pequena, bons sonhos. – Eu sorri e me virei indo em direção á porta como o pessoal. Ele me acompanhou ate a porta e se despediu do resto do povo. Antes de ele fechar a porta ele me puxou pra mais um abraço, só que dessa vez, ninguém estava olhando.
- Você vai me deixar explicar um dia desses? – Ele sussurrou no meu ouvido.
- Já falei que você na me deve explicações, . Esquece isso. – Eu disse e sai pela porta, mas ainda deu tempo de ouvi-lo dizer mais uma coisa mesmo eu estando de costas.
- Eu devo sim, já que é com você que eu quero estar a partir de agora. – Virei-me rápido pra ver se não foi loucura minha, mas a porta já havia se fechado.
- Vamos, amiga. – me gritou e eu apressei o passo para acompanhá-los.
- Você vai me contar tudo em casa, mocinha. – Ela me disse baixo para que só eu pudesse entender.
- Tá, mas só lá em casa, sua curiosa.
E assim o carro sumiu na curva indo em direção à minha casa e se afastando do meu amor. Eu espero não estar ficando maluca.
Capítulo. 04
’s POV:
- , dude, eu preciso de ajuda! – Eu disse após fechar a porta, indo em direção ao , que se encontrava esparramado no meu sofá, terminando a caixa de pizza.
- Fala, dude, quê que é? – Ele falou com a boca cheia de pizza quase cuspindo um pedaço de queijo em mim.
- Que merda, dude, coloca a mão na boca antes de conversar com ela cheia de pizza, caramba! – Falei irritado me desviando da baba do enquanto ele ria da minha irritação. Ele adora me irritar. É um fato totalmente comprovado na minha vida.
- Tudo bem, cara, parei. Diz aí o que esta acontecendo?
- Cara, eu não sei mais o que fazer. Eu acho que me apaixonei pela .
- O que, ? – Ele me olhou assustado com a minha confissão.
- É, dude, e eu não sei o que fazer. Eu só conheço a há dois dias! – Coloquei minha cabeça entre as mãos e baguncei meu cabelo como sempre faço quando estou desesperado.
- Cara, você tem certeza, dude? – Ele me perguntou duvidoso.
- Tá, eu sei da minha fama, , mas é verdade, cara. Eu não sei como aconteceu e você sabe muito bem como eu sempre fui louco com a Vivian. Até uns minutos antes de eu esbarrar na eu estava me lembrando de como a Vivian me fazia ir ao shopping com ela pra comprar aquele tanto de besteiras típico dela. – ficou me encarado esperando que eu continuasse a historia toda. - Mas foi só ver a pela primeira vez, , meu coração já não se lembrou da Vivian, minha cabeça não pensava mais nela e sim na . Nos seus olhos simples, e ao mesmo tempo hipnotizantes e profundos, no seu cheiro maravilhoso que me fazia ter sensações que nem eu sei explicar, na sua boca que me parece tão macia e é tão linda, a boca com a qual eu sonho desde então em beijar, a pele dela tão linda e cheirosa que quando toca em mim eu praticamente perco a fala. Meu desejo é ter ela comigo, , eu quero ela do meu lado pra sempre, dude! – Fiquei sem ar por dizer tudo muito rápido.
- Cara, eu nunca te vi assim, . A está realmente mexendo com você! Mas diz ai, cara, qual é o problema em você se apaixonar pela ? – Ele arqueou a sobrancelha.
- A Vivian, ! Hoje quando eu fiquei com a esperando ela fechar o apartamento aconteceu uma coisa, foi meio de repente, dude, nós ficamos muito próximos, à centímetros um do outro, e o que eu mais queria naquele momento é beijar ela. Só que quando eu me aproximei demais ela se afastou e nós descemos.
- Sério que ela se afastou cara? Ela me parece gostar de você. – falou sem acreditar.
- É, cara, e não foi só uma vez não, olha só: Quando ela estava daquele jeito aqui na sala, depois que a conversou com ela, eu quis distraí-la e levei-a lá pra o quartinho, onde eu escrevo as músicas.
- Ah! O quartinho que fica no seu quarto, com as coisas das fãs. – Ele me interrompeu se achando o gênio que descobriu a América.
- É esse mesmo. A gente sentou nas cadeiras lá e eu toquei pra ela. Ela estava muito feliz e eu estava também com isso, ai quando eu ia cantar a segunda música eu disse pra ela escolher e ela escolheu Not Alone e eu dei uma condição pra eu cantar essa musica... – Parei de dizer lembrando-me do ocorrido.
- Qual condição, , safadinho? – Ele disse com uma cara maliciosa, não quero nem imaginar o que está passando por aquela cabeça oca.
- Hey, dude, para de pensar besteira! O assunto é sério! – Falei um pouco irritado, era minha vida em jogo ali. Ok, , não exagera!
- Calma aí, dude, eu tô brincando, conta, vai. – Ele fez uma cara de criança me arrancando um sorriso reto.
- Eu disse para ela cantar comigo, . Ela tem uma voz linda cara, mas ela não admite isso. Ela não aceitou cantar comigo e eu pensei em fazer chantagem. – me olhou meio sem entender o que eu quis dizer. - Não me olha assim não, dude, escuta: ela levantou da cadeira dizendo que não ia cantar e eu levantei também e disse que se ela não cantasse comigo não ia sair daquele quartinho. Eu tranquei a porta e fiquei com a chave.
- Cara você é mau. – falou rindo da historia, eu dei um soco no braço dele pra ele parar de rir e escutei um “ai” abafado.
- Não parou ai não, cara, ela cruzou os braços imitando uma criança birrenta e me disse para deixá-la sair. Eu me aproximei mais dela e fiquei a centímetros do corpo dela e disse que se ela não cantasse teria que passar a noite ali comigo.
- Opa! O que ela fez? – perguntou muito curioso.
- Ela ficou com raiva, é claro, só que eu já não estava pensando em mais nada, só no fato de que ela estava ali pertinho de mim e ninguém podia incomodar a gente naquele momento. Então eu a peguei pela cintura e disse no ouvido dela pra que ela dissesse que não iria cantar. Eu beijei a orelha dela e desci até sua nuca beijando ali também...
- Hey, não precisa me contar esses detalhes não, cara. – falou com cara de nojo.
- Não, , escuta que você vai entender. Ela falou que não conseguiria cantar com eu deixando ela daquele jeito. Depois que ela disse isso eu me aproximei mais, com o intuito de beijá-la, . Só que ela me lembrou de uma coisa...
- O quê?
- Ela disse que não era certo, que eu tinha namorada. – Falei abaixando a cabeça e balançando negativamente lembrando das palavras da .
- Cara, a é especial. Nenhuma garota que você já tentou ficar te deu um fora ou lembrou que você tinha namorada em toda a sua vida! Ela é impressionante. – falou impressionado.
- Eu sei que ela é, cara, mas eu não sei se consigo aguentar muito tempo longe dela. – Voltei a colocar as mãos no rosto.
- Então fala com a Vivian.
- Não é tão simples, você sabe que a gente combinou sem nenhum contato até ela voltar e falta ainda uma semana pra isso acontecer.
- Você não devia ter escutado ela. Se você tivesse terminado com ela aquele dia estaria com a agora.
- Eu sei disso. O que eu faço agora?
- Agora você respeita a decisão da . Se ela não quer que você traia a Vivian com ela, não a force a isso. Ela não é como as garotas que a gente conheceu, . Você tem que se lembrar disso. – O pareceu até... Que palavra usar? Normal! Acho que é isso com ele filosofando desse jeito.
- É eu sei. Mas eu tenho mesmo é que me controlar. Ficar perto da é quase um imã pro corpo dela, pra boca dela cara.
- Cara, meu amigo está apaixonado pela brasileira que conheceu no shopping há dois dias. Santa esbarrada, hein? – Ele disse irônico.
- Ah, como se você também não agradecesse por isso, não é, ? – Revanche!
- Por quê? – Ele ficou nervoso com a declaração, agora eu o peguei!
- Você está apaixonado pela . Eu te conheço, dude, confessa!
- Eu... Eu... É, acho que sim! Mas você não vai contar nada, não é? – Ele fez uma cara de cachorro sem dono. Deu até vontade de rir.
- Claro que não, . Você que vai fazer isso! E ela também parece gostar muito de você. – Ele sorriu igual um menino, acho que estava lembrando-se da nesse momento.
- É eu vou dizer no momento certo.
- Isso aí! Agora vamos dormir porque a gente tem que ensaiar amanhã.
- Ok. Boa noite, dude. – Ele disse levantando-se em direção à escada.
- Boa noite, dude. Vou fechar a casa aqui e você: nada de ir pra minha cama! Vai pro outro quarto.
- Ai, amor, isso tudo por causa daquela bruaca? – Ele fez a cara de gay como de costume e começou a subir as escadas gargalhando alto.
- É, eu te troquei por ela, e ela não é bruaca! – Falei também rindo alto.
Aquele dia foi cheio.
End POV.
Dias depois...
A semana passou normalmente, os meninos ensaiavam e cuidavam dos negócios da banda pela manhã e à tarde, à noite nós nos encontrávamos, sempre revezando entre a casa do , , , . Hoje, sexta-feira, o encontro é aqui em casa já que eu vou fazer o jantar que eu prometi e o vai me dar os CDs e DVDs como ele me deve.
- Amiga liga o forno pra mim. – Eu disse pra enquanto terminava de formar a lasanha brasileira.
- Pronto, está ligado. Mais alguma coisa, flor? – disse me vendo acabar a lasanha e tampá-la com papel alumínio.
- Não, amiga, pode ir se arrumar. Eu só vou terminar o arroz aqui e vou também. – Eu disse colocando a lasanha no forno.
- Eu não vejo a hora dessa lasanha ficar pronta! Eu esperei o dia inteiro por isso e minha barriga já está roncando. – Ela disse levando as mãos à barriga.
- Calma, , ela fica pronta em meia hora, é o tempo de a gente arrumar e dos meninos chegarem.
- Tá, eu vou lá. – Ela disse apontando para o quarto dela enquanto eu voltava minha atenção para o arroz. Eu quero que tudo saia perfeito já que a fez a maior propaganda da minha comida. Não quero decepcionar.
Deixei o arroz pronto e fui até meu quarto para me arrumar. Já tinha tomado banho antes de começar a fazer a comida porque eu sabia que teria pouco tempo para me arrumar antes que os meninos chegassem. Coloquei uma roupa simples, mas ao mesmo tempo linda e provocante. Tá, não tão provocante, mas está perfeito! Uma blusa bem justa vermelha com um colete preto por cima, uma calça jeans preta e uma rasteirinha vermelha com um coração de strass na lateral, fiz uma maquiagem leve que realça meus olhos e fui para a cozinha. Dois minutos depois a campainha toca.
- , vai abrir a porta, eu estou ocupada agora. – Falei enquanto dava uma olhada na lasanha e terminava de ajeitar a mesa.
- Estou indo. – Ela disse para quem quer que esteja na porta. Como se eu não soubesse.
- Ei, , como você está? – Escutei o perguntar pra ela.
- Eu estou bem, e você?
- Bem também. – Ficou um clima no ar, até eu que estava de longe pude perceber.
- Eu também, . – Disse o , o e o juntos. Eu ri baixo.
- Ah, oi, meninos. Tudo bem? – Ela falou sem jeito enquanto o sorria envergonhado.
- É, tudo bem com a gente. – disse.
- Hum, que cheiro bom é esse, meu Deus? – falou sentindo o aroma da lasanha que eu estava tirando do forno nesse momento.
- É mesmo... – disse também parece que apurando o olfato.
- É a comida da , ? – O perguntou e os meninos olharam pra ela curiosos enquanto eu ria baixo na cozinha com a reação deles.
- É claro! Ela não disse que ia fazer o jantar hoje como prometeu? – Ela falou como se fosse obvio e eu ri um pouco alto porque era obvio!
- Do que você está rindo, mocinha? – Eu ouvi o dizer enquanto andava na minha direção e os outros o seguiam.
- De vocês, é claro! O que vocês pensaram? Que eu não iria cozinhar? – Eu disse colocando o arroz na mesa.
- Bom... – O começou só que o o interrompeu.
- Nós achamos que você ia comprar a comida no supermercado, só o acreditou que você iria cozinhar.
- Cara, que imaginação de vocês. As mulheres daqui não cozinham não? – perguntou abismada enquanto eu caia na gargalhada.
- Na verdade, nós não conhecemos nenhuma da sua idade que cozinha. – disse.
- Nenhuma garota de dezenove anos cozinha em Londres? – Eu perguntei surpresa.
- Que a gente conheça não, , e não é em Londres, é na Inglaterra. – falou sentando-se à mesa.
- Own! Bom, então agora existe uma garota de dezenove anos que cozinha na Inglaterra! – Eu disse triunfante.
- Ei, , vamos acabar com a conversa que eu estou com muita fome amiga! – falou sentando-se ao lado de que já estava sentado.
- Ok! Meninos, podem se sentar já que os desesperados já estão sentados. – Eu disse apontando para o e a que me olharam fazendo uma careta.
- Você tem só dezenove anos? – me perguntou baixo enquanto eu ia ate a mármore ao lado da pia pegar a lasanha.
- É. Você achou que eu tinha quantos anos? – Não o olhei, continuei encarando a travessa na minha frente.
- Achei que você tinha uns vinte e três. – Ele disse sorrindo. Como é que eu vou conseguir esquecer esse amor vendo esse sorriso lindo quase todos os dias? Vai ser difícil demais...
- Vai se sentar que eu vou servir a lasanha. - Eu sorri pra ele e apontei a mesa.
- Ok, pequena. – Eu amo quando ele me chama assim, é tão... Fofinho.
- Comida, comida! – O pessoal começou a gritar enquanto eu carregava a lasanha até a mesa.
- E o primeiro pedaço vai para... – Eu brinquei enquanto eles me olhavam curiosos. - Para o , lógico. Desculpa, amiga, mas eu apostei com ele! – Eu disse e respondi a cara de decepção que fez e sorri ao ver a cara de contente do e ao vê-lo balançando a cabeça em sinal de concordância.
- Você vai ter que ensinar a Mary. – falou colocando outro pedaço enquanto eu colocava a outra lasanha para assar.
- Se ela quiser, eu ensino sim, . Se ela não quiser eu faço pra você uma vez no mês, ok? – Falei voltando a me sentar à mesa, do lado do .
- Eba. – disse satisfeito.
- Eu também vou querer que você ensine a Rafa. – disse pegando o último pedaço que sobrara dessa travessa.
- Eu vou fazer um curso de “como fazer uma lasanha” para as meninas. – Eu disse sarcástica. O sorriu.
- Você vai fazer um curso de “como cozinhar para os namorados”, isso sim! – disse vendo os meninos balançarem a cabeça concordando. Eu, o e a caímos na risada.
Nós comemos a outra travessa de lasanha e depois fizemos um mutirão na cozinha: eu ensaboava, o lavava, o e o secavam e a e o Doguie guardavam.
Foi uma loucura: o deixou um copo cair que, por muito milagre, não quebrou. O molhou todo mundo e o escorregou e caiu, já que o chão estava molhado. O deu um soco no e acabou caindo também e puxando a . Logo estava todo mundo no chão da cozinha, ensopados e doloridos com as quedas, mas estávamos todos felizes rindo até fazer a barriga doer. Eu percebi, então, que esse era o meu lugar, por mais que eu sentisse falta da minha família, da e da , essa agora era a vida que eu sempre quis ter e é ela que eu quero ter pro resto da vida ao lado dos meninos e da .
Depois de limparmos a bagunça da cozinha, todo mundo se sentou à mesa da cozinha pra descansar enquanto eu ia ate a geladeira pegar a sobremesa.
- Surpresa! – Eu disse colocando duas tigelas em cima da mesa.
- Eba! Eu tinha esquecido a sobremesa, ! – falou, já pegando um pratinho.
- Tem até sobremesa? Cara, ela é prendada. – O disse e piscou para o , coisa que eu percebi mais fingi não ver.
- Obrigada, . Quem casar comigo pelo menos não vai morrer de fome! – Eu disse brincando e todo mundo riu. O riu olhando pra mesa. Pareceu-me que ele tinha gostado do meu comentário.
- DUDES! – gritou assustando todo mundo. - Vamos jogar verdade ou consequência? – Ele perguntou olhando todo mundo e depois enfiando uma colherada enorme de pudim na boca.
- , você é viciado nisso, cara. – O falou apontando pro , que deu de ombros.
- É verdade, e você inventa isso sempre que a gente conhece alguém diferente, tipo a e . – falou balançando a cabeça negativamente como se lembrasse de outras experiências.
- Vai ser legal, gente. Nós vamos conhecer um pouco mais das meninas. – Eu e nos olhamos. O que será que ele queria saber? Não tô gostando disso.
- Ah gente, vamos jogar isso logo! Vocês sabem que o não vai sossegar até jogar isso. – falou para o e o que balançaram a cabeça positivamente.
- Eba! Onde têm uma garrafa aqui, meninas? – perguntou para mim e para a já de pé.
- Na pia, ali, , tem uma garrafa de refrigerante. – Eu disse apontando na direção da garrafa.
- Então, quem começa? – Ele falou todo empolgado com a brincadeira enquanto colocava a garrafa no meio da mesa. – Que tal você ? Ai nós vamos na ordem da mesa: , , , Eu, e a . – Ele disse antes que alguém pudesse responder a pergunta dele.
- Ok, , sua criança feliz! – disse rodando a garrafa.
O suspense estava no ar para saber quem iria ser o primeiro a responder. Aos poucos a garrafa foi parando e quando eu vi quem seria a primeira pessoa? Eu, pra variar! Que sorte a minha, ainda mais que era o Sr. empolgadinho que iria perguntar pra mim. Ele abriu um largo sorriso como se esse fosse o seu maior objetivo naquele jogo: perguntar-me algo que, eu com certeza, não vou gostar de responder.
- Então eu pergunto pra ... Interessante... – Ele falou com uma cara maliciosa. Ok, o está me assustando assim.
- Pergunta logo, ! – Eu falei angustiada.
- Ok. , com quem do McFly você namoraria? - Ah! Então é isso! Ele quer me encurralar. Deixa o comigo.
- Bom... Nenhum dos McFLYs! O , o e o , têm namoradas. Então só sobra você, mas você já está predestinado à outra pessoa. Sendo assim não namoraria nenhum de vocês! – Eu falei sorrindo por ter achado uma resposta que não me comprometesse e que, ainda assim, deixasse o nervoso e contra a parede.
- E desconsiderando as namoradas? – disse e todos me encararam curiosos. O me parecia o mais curioso de todos. Claro que eu não vou dar esse gostinho pro .
- Essa já é outra pergunta, . roda a garrafa agora. – Eu falei vitoriosa e o não podia reclamar. Eu estava certa!
A garrafa parou no e ele perguntava pra , uma pergunta simples que ela respondeu normalmente. A tensão ainda estava no ar, o me encarava esperando que a bendita garrafa que a rodou parasse nele de novo. Só que não parou, era o fazendo uma pergunta nojenta pro .
Depois da pergunta resolvida, era a vez do rodar a garrafa. Se não me engano ele parecia implorar pra a garrafa parar nele de novo, ou então, eu estava ficando doida. A garrafa foi parando devagar e, a cada volta que ela dava na mesa, deixava mais suspense em todos.
Ela parou para que eu respondesse de novo, só que dessa vez não era o que iria perguntar, era o . Eu o encarei profundamente esperando que ele fizesse uma pergunta fácil de responder, já ele, me encarava como se estivesse resolvendo se faria mesmo a pergunta que estava em sua cabeça; A pergunta que eu implorava pra que ele não fizesse. Mas como nada é simples na vida de ...
- Desconsiderando as namoradas, , com quem você namoraria? – Ele perguntou olhando fixamente nos meus olhos e eu retribui o olhar dele com o meu cheio de raiva pela pergunta que ele fez, acho que ele percebeu e abaixou o olhar com vergonha ou como um pedido de desculpas. O pessoal pelo contrario estavam absurdamente curiosos com a minha resposta, e o sorria disfarçadamente enquanto a me encarava quase que dizendo pra eu mentir. Bom, era só um jogo e eu não sou de mentir à toa.
- Responde, . – O disse já impaciente com a demora. Eu o fuzilei com o olhar já que tudo aquilo era culpa dele e ele ainda queria colocar mais lenha na fogueira! Eu vou me vingar, ele que me aguarde!
- Ok. – Eu disse passando as mãos pelo rosto. O logo voltou a me encarar esperando a resposta.
- Você, . – Eu disse olhando fixamente naqueles olhos . Ouvi alguns gritinhos do tipo: “Huhu!”, “Uau!” e “Deveria ser a mim!” Sarcasticamente, é claro. O abriu um sorrisinho de contentamento.
- Eu já sabia, só queria confirmar. – Eu o olhei incrédula, todo mundo se calou na mesa e a levou as mãos à boca. Uma fúria enorme se apossou de mim, eu queria avançar nele e dizer o tanto que ele era um idiota! Um completo ridículo que se acha demais! Só que eu controlei um pouco minha fúria, mas eu não iria deixar aquilo barato não.
- Você já sabia? Então porque você perguntou, idiota? Valeu, viu, , pela bela brincadeira! – Eu disse ironicamente enquanto me levantava e me dirigia ao corredor que dava acesso ao meu quarto. Todos me olharam sair enquanto eu xingava todos os palavrões possíveis em português. Só a entendeu o que eu estava falando e por isso ela sorriu. Os meninos a olharam sem entender e eu consegui escutar algo do tipo:
- O que ela está dizendo? – perguntou pra que continuava a sorrir.
- Cara, ela está te xingando de tudo quanto é nome em português! Acho até que ela já usou todos os palavrões existentes! – Ela falou agora não contendo a gargalhada, que me fez sorrir um pouco enquanto eu escutava tudo de dentro do quarto.
- O que você estava pensando, dude? Falar uma coisa daquelas? – disse me parecendo sem acreditar.
- É mesmo, , você vacilou cara! Você imaginou o quanto deve ter sido constrangedor pra ela? E você ainda brinca com isso! – falou com um toque de raiva na voz.
É por isso que eu sentia que o era meu melhor amigo ali, ele me defendia sempre e me dizia que ia me proteger de todos que tentassem fazer algum mal pra mim. Ele e a formavam a dupla dos defensores de .
- Eu vou pedir desculpas pra ela. – O disse isso e eu escutei o barulho da cadeira sendo arrastada. Ajeitei-me na cama e coloquei meu Ipod no ouvido, fingindo não ter escutado nada da conversa e não saber que ele estava indo ate lá.
Ele bateu na porta e eu continuei fingindo não ouvir. Eu o vi a abrindo devagar enquanto olhava pela beirada da porta, eu continuei fingindo não perceber enquanto mexia no Notebook que estava em cima das minhas pernas.
Aos poucos ele foi andando em minha direção, analisando o que eu estava fazendo até que eu resolvi encará-lo. Ele parou no mesmo instante em que nossos olhos se cruzaram e me observou enquanto eu lentamente tirava os fones de ouvido.
- Sai do meu quarto, ! – Eu falei duramente voltando minhas atenções para o Notebook. Ele começou a se aproximar ate parar no meu lado da cama me obrigando a encará-lo de novo com um olhar que até eu teria medo de ver no espelho. Eu sou muito boa nisso ás vezes.
- Além de idiota é surdo? Já falei pra você sair! – Eu praticamente gritei e ele puxou o Notebook do meu colo e o levou ate a raque. Eu levantei num salto e fui atrás pegar meu Notebook só que ele me segurou e me impediu de avançar. Ele estava muito próximo de mim com os braços parecendo uma corrente, agora que eu percebi o quanto ele é forte e... Para com isso ! Ele é um idiota, não esquece.
Eu encarei os olhos dele com fúria e depois tentei me soltar, ele não me deixou sair, pelo contrario, me apertou mais ate que nossos rostos ficaram tão próximos que eu podia sentir a respiração dele ficar mais acelerada à medida que ele analisava cada centímetro do meu rosto, passando pela minha boca e parando nos meus olhos; Eu podia sentir minha respiração falhar quando ele roçou seu nariz no meu, me provocando uma onda intensa de desejo. Eu o desejava isso era fato, mas nada vai mudar as situações em que nós estamos: ele namora e eu estou sendo a outra nessa questão. Resolvi parar com essa palhaçada.
- Me larga, ! Agora! – Eu disse séria, mas minha voz saiu como um sussurro diminuindo a intensidade da fúria que eu sentia.
- , por que você faz isso comigo? – Ele me olhou com os olhos marejados e, aos poucos, ele foi desprendendo os braços, passando as mãos pelos meus braços, subindo até os ombros, alisando a minha nuca me fazendo arrepiar e fechar os olhos automaticamente; Ele parou as mãos sobre minhas bochechas, alisando elas levemente, demonstrando carinho e, aos poucos, encostou sua testa na minha respirando fracamente como se precisasse daquele momento como um peixe precisa de água.
- Eu não posso, ... – Eu falei abrindo os olhos e vendo-o beijar minha testa com força e em seguida, me puxar para um abraço apertado; Como se fossemos um casal que estava se separando por nenhum motivo.
- Pequena... Eu queria que você soubesse... – Ele hesitou por um momento parando pra me olhar. Eu não queria aquilo! Ele sabia que essa situação é toda culpa dele. - Desculpa pelo que eu disse . Eu estava brincando e não achei que iria te deixar chateada. Eu nunca diria nada se soubesse! – Ele me olhou sinceramente e eu levei minha mão ao rosto dele sem perceber; Ele fechou os olhos ao meu toque e sorriu quando eu comecei a passar meus dedos em sua bochecha.
- Tudo bem, eu perdoo você. Vamos voltar a jogar? – Eu perguntei me afastando dele já que eu sabia que mais um segundo ali e eu não iria mais aguentar o amor e o desejo que eu sentia naquele momento tão próxima dele.
- Você quer jogar ainda? – Ele arqueou as sobrancelhas.
- Claro! Tenho uma coisinha pra resolver. – Pisquei um olho pra ele que sorriu, compreendendo.
Deixamos o quarto e fomos ao encontro do pessoal que ainda estava em volta da mesa, bem curiosos com o que estava acontecendo no lugar ao lado.
- De quem é a vez agora? – Eu perguntei pra eles que se assustaram ao me ver querendo jogar.
- Eu acho que é a minha vez. – O disse enquanto eu e o sentávamos nos nossos respectivos lugares.
- Não! É a vez do . – falou.
- Então me dá a garrafa que eu vou rodar. – O disse já sabendo que eu estava louca pra me vingar do e, ele claro, queria ver isso de camarote!
O voltou a se sentar, meio indeciso, e todos ficaram apreensivos à medida que a garrafa rodava. O parecia rezar pra que a garrafa não parasse em mim e eu, rezava pra que ela parasse. Ironia ou não, ela parou para que eu perguntasse pro . Levantei meus olhos pra encará-lo enquanto via um sorrindo disfarçadamente.
- Então eu pergunto pro ... Interessante... – Eu falei super irônica enquanto o me fazia uma careta e o gargalhava alto.
- , amor, o que você sente pela minha amiga ? E não pode mentir, hein? – Eu disse gargalhando enquanto a me olhava furiosa. Eu disse um “Me desculpe” Baixo pra que ela visse e voltei a encarar o que estava com as mãos no rosto.
- Anda logo, , responde, cara! – falou ainda rindo da cara do amigo.
- Ah, tá bom! – O disse meio irritado com aquilo tudo e, depois de coçar a cabeça, ele me encarou. - Eu... Eu... Eu gosto dela! Pronto, falei! – Ele disse batendo as mãos na mesa e se encolhendo na cadeira evitando o olhar da , que estava impressionada.
- Uau. Esse jogo está sendo mais interessante do que eu imaginei. – O falou e eu me levantei pra rodar a garrafa.
A garrafa parou em mim pra que eu fizesse uma pergunta pro . Eu perguntei quando que ele ia casar com a Mary e ele respondeu que por ele, eles já teriam casado, mas ela quer terminar a faculdade que acaba no fim do ano. Depois da resposta, voltou a ser a vez do de rodar. A garrafa parou pra que o perguntasse pra .
- , o que você sente pelo meu amigo ? – OMG, eu não acredito que o perguntou isso! A está em choque e o está de boca aberta juntamente com o , o e eu.
- Fala, amiga. – Eu disse já que eu vi que a estava em transe e não ia responder tão cedo. Ela olhou pro de relance e, quando ele a encarou, ela virou o rosto rapidamente voltando sua atenção para as suas mãos em cima da mesa.
- Eu acho que gosto dele. – Ela disse quase que em um sussurro e, eu vi, o enorme sorriso do ao ouvir isso. A levantou os olhos e encontrou com os dele. Automaticamente ela sorriu.
Ficamos ainda na mesa, mas decidimos parar de jogar. Eu, o , a e o , tivemos que aguentar o e o nos zoando por causa das declarações que aconteceram na noite e, o fez o jurar que nunca mais ele deixaria de fazer aquela brincadeira. Estava tudo indo muito bem até eu escutar um som nada estranho.
She walked in and said she didn't wanna know
Anymore
Before I could ask why she was gone out the door
I didn't know, what I did wrong
But now I just can't move on
Eu encarei a no mesmo segundo e ela percebeu o que estava acontecendo. Os meninos ficaram felizes ao ver meu celular tocar a música deles, mas o percebeu que a minha expressão não era boa.
- Amiga, você vai atender? – disse depois de se levantar e pegar meu celular que tocava incessantemente na bancada da cozinha.
- Você sabe que eu não quero falar com ele, . – Eu disse baixo, mas os meninos estavam prestando muita atenção ao que nós conversávamos. O me encarou rapidamente depois de eu dizer a palavra “Ele”.
- Eu posso atender, amiga, e o mandar ir pra merda. Ele te liga a todo segundo e até hoje você não atendeu uma ligação. Eu já teria xingado esse desgraçado e...
- Calma, amiga, só atende e vê o que ele quer. Não fala mal de cara não já que ele não merece nem isso da gente. – Eu disse já com as mãos no rosto, já vindo a vontade de chorar.
Since she left me
She told me
Don't worry
You'll be ok you don't need me
Believe me you'll be fine
Then i knew what she meant
And it's not what she said
Now I can't believe that she's gone
- Quem é, ? – me perguntou preocupado já me abraçando enquanto eu continuava com as mãos no rosto. Não consegui responder.
- O que você quer? – atendeu ao telefone e todos na cozinha ficaram em silencio para escutar. Eu tirei as mãos do rosto e me virei para olhá-la.
- Não, é a . – Ela respondeu para o telefone.
ficou muda por um momento, escutando ao telefone. De repente o rosto dela mudou para um pálido e, ninguém sabia o que ela estava escutando, mas não era nada bom. Ela disse algo do tipo: “Como?” e “Meu Deus” em português.
Os meninos não entendiam nada.
- Amiga, é melhor você atender. – Ela me disse me entregando o telefone com uma cara nada legal. Eu me levantei e peguei o telefone com a mão tremendo. Eu não sabia o que era, mas meu coração me dizia que isso me deixaria bem abalada.
- Oi? – Eu falei como um sussurro saindo da cozinha e indo pra sala.
POV
- Eu vou lá. – O disse depois de escutar a chorar na sala.
- Não, , fica aqui é melhor. – Eu disse tentando parecer calma. Coisa que eu não estava.
- Mas, ela está chorando! Com quem ela está falando no telefone? O que estão conversando? – já estava desesperado e, o levantou pra abraçá-lo e fazê-lo se acalmar.
- , ela está conversando com o ex-namorado dela. Mas o que é você vai perguntar pra ela? Se ela quiser eu conto! – Eu falei me levantando já que eu ouvi a dizer “Tchau” no telefone. Fui até a sala e me sentei ao lado dela no sofá. Vi os meninos virem logo em seguida, todos se sentaram esperando que a parasse de chorar e se acalmasse enquanto eu a abraçava sabendo que nada que eu fizesse ia mudar o que ela estava sentindo.
- Eu... Vou... Sair. – Ela disse em meio a soluços e se levantou indo correndo ate o quarto, voltando depois com um casaco e suas chaves. Eu não queria deixá-la ir, mas ela precisava de um tempo.
- Amiga, os meninos estão querendo saber por que você está assim. – Eu falei quase como uma pergunta pra saber se eu podia contar.
- Conta pra eles amiga. Pode contar desde o começo. – Ela disse e, em seguida, bateu a porta do apartamento.
- Como assim desde o começo? – perguntou já se sentando ao meu lado.
- É uma longa história meninos, por isso prestem atenção.
Eu contei tudo o que tinha acontecido desde a decisão de vir para a Inglaterra, até a parte em que a viu o pela última vez.
- Esse desgraçado... – se contorcia de raiva ainda sem acreditar pelo que a havia passado antes da vinda para Londres.
- Mas porque você deu o telefone pra ela atender hoje, já que ela estava ignorando ele? – perguntou já preocupado com a noticia que tinha abalado a .
- O me contou que precisava dizer pra que a irmã dele estava em coma no hospital. Elas eram muito amigas e a teve muita força da Mariane na época em que ela terminou com o . Elas tinham uma relação de muita amizade e essa noticia eu não podia deixar a ficar sem saber.
- Como ela entrou em coma? – perguntou curioso.
- É isso que abalou mais a , meninos, ela foi atropelada! Um carro desgovernado invadiu a calçada e pegou em cheio a Mariane que está muito machucada e desacordada desde então.
- Eu tenho que ir atrás da, ! Está muito tarde e ela ainda não voltou! – falou já levantando e pegando a chave do carro.
- Calma, dude, nós vamos com você! – falou se levantando também.
- Não! Vocês ficam aqui caso ela volte. Eu vou aos lugares que ela costuma ir.
- Tá bem, , mas liga qualquer coisa! – Eu disse acompanhando ele até a porta.
- Ok. – Ele disse e saiu, ficamos todos muito concentrados. Era muita informação para uma noite só!
End POV.
POV
- Onde ela deve estar? – Eu procurava para ver se ela estava perto do apartamento. Acho melhor ligar para o celular dela, talvez ela atenda.
The world would be a lonely place
Without the one that puts a smile on your face
So hold me 'til the sun burns out
I won't be lonely when I'm down
- Essa música não esta tocando tão longe assim.
Olhei para os lados procurando ela. Não demorei a avistá-la. Deitada no banco da pracinha olhando no visor do celular; Acho que resolvendo atender ou não. Aproximei-me depressa ao vê-la chorar ainda mais.
Eu quero abraçá-la, reconfortá-la, dizer que eu sempre estarei ali com ela.
'Cause I've got you
to make me feel stronger
when the days are rough
and an hour seems much longer
Eu apenas me aproximei dela sem dizer uma palavra. Eu sei que ela não quer ouvir nada e eu não quero vê-la chorar mais. Levantei sua cabeça para que eu pudesse fazê-la deitar no meu colo; Ela não me impediu, apenas fechou os olhos chorando ainda mais. Aos poucos seu choro foi cessando enquanto eu fazia carinho em sua cabeça, em seu cabelo, pouco á pouco, secando suas lágrimas.
Ela se levantou depois de um tempo, sentando ao meu lado e encostando a cabeça em meu ombro. Eu beijei sua testa com força.
- Essa tempestade vai passar. – Sussurrei.
Ela somente concordou com a cabeça e eu passei meu braço sobre o seu ombro.
Esta fazendo frio aqui eu acho melhor levá-la pra casa.
- Vamos, . A está preocupada com você. – Eu disse colocando minhas mãos no rosto dela queria ver seus olhos, queria enxugar suas lágrimas e não vê-la mais chorar.
- Tudo bem. – Ela me olhou e deu um pequeno sorriso, fiquei feliz e sorri também.
Nós andamos abraçados até a entrada do prédio, eu dei uma desculpa de que estava frio e ela não contestou, apenas passou o braço em minha cintura e andou. Eu sabia que aquele não era o momento, mas eu estava muito feliz por ela estar assim do meu lado e mais ainda, por ela me deixar ficar ao lado dela. É impressionante como em tão pouco tempo eu posso ter me apaixonado por ela dessa maneira; Não eu que sempre foi de curtir com as mulheres, não de se apaixonar. Nem pela Vivian eu senti o que eu sinto pela .
End POV.
- Amiga, tudo bem? – veio correndo até mim, depois que eu e o entramos em casa.
- Tudo, eu só quero ir pro meu quarto, tá?
- Ok. Boa noite, amiga. – Ela me pareceu preocupada.
- Boa noite. Tchau, meninos. – Eu disse para o , o e o que ainda estavam lá em casa. Provavelmente me esperando.
- Boa noite, . – Disseram todos, e eu me encaminhei ao meu quarto.
Eu só percebi que o estava do meu lado quando eu sentei na cama e ele ficou me olhando da porta, esperando um convite talvez.
- Você está bem mesmo? – Ele me pareceu preocupado e eu não consegui prender mais o choro que tinha acumulado de novo na minha garganta então coloquei minha cabeça entre as pernas e voltei a chorar. Eu não sei se ele correu, eu só sei que em um segundo ele já estava me abraçando na cama.
Ficamos abraçados por alguns longos segundos e, depois de eu me acalmar, ele me fez levantar o rosto; Ele limpou minhas lagrimas enquanto me encarava não com olhar de pena e sim com olhar de preocupação. Ele puxou a coberta da cama e me cobriu me fazendo deitar nos travesseiros que ele ajeitava pra mim. Eu fechei meus olhos automaticamente, estava exausta e agora que fui perceber isso; O me deu um beijo na testa e se levantou da cama me fazendo levantar também.
- Você vai embora? – Porque eu estou perguntando isso mesmo? Ah! É porque sem ele aqui eu vou voltar a chorar igual uma condenada e vou acabar não dormindo. Mas porque toda essa necessidade? Sinceramente, consciência, eu não sei e fica quieta vai!
- Você quer que eu fique? – Ele abriu um meio sorriso quando eu fiz que sim com a cabeça. Lentamente ele se sentou ao meu lado na cama e fez sinal pra que eu deitasse novamente.
- Pode deitar também, eu não mordo. – Olha só, até brincadeirinha eu estou fazendo! Definitivamente ele me faz bem.
- Ok. Se é isso que você quer, mas a questão da mordida eu não tenho medo não! – Não pude segurar o riso e ele sorriu também ao mesmo tempo em que tirava o tênis e deitava do meu lado.
Ficamos em silêncio por longos segundos e, aos poucos, ele foi passando o braço em mim, me puxando para um abraço que eu não recusei. Eu precisava disso. Eu precisava dele comigo ali, naquele momento tão difícil!
Quando nos desfizemos do abraço ele continuou com o seu braço nos meus ombros e eu me aninhei em seu peito passando o braço por sua cintura. Eu o vi sorrir de lado ao sentir o meu toque e fingi não ter visto. Ele começou a fazer carinho em minha cabeça, nos meus cabelos; Mal sabia ele que isso me faz dormir super rápido.
Aos poucos meus olhos foram se fechando.
- Hey, pequena, dorme com Deus e sonha com os anjos. – Foi um sussurro que me fez sorrir de leve.
- Não vai embora não. Pelo menos não até eu dormir. – Eu disse sussurrando também, apertando um pouco mais o corpo dele contra o meu.
- Eu não vou.
- Promete?
- Prometo! Eu nunca vou deixar você.– Eu sorri já sentindo o sono ficar mais forte.
- Que bom. Boa noite, . – Suspirei.
- Boa noite, minha pequena. – Sua pequena é basicamente como eu me sinto assim nesse momento. Pena que não posso dizer o mesmo já que você não pode ser meu.
Ele me apertou contra seu corpo mostrando que ele estava ali, me fazendo sentir que ele sempre estaria.
POV
Ela parecia um anjo enquanto dormia e eu tô tão feliz por ela me querer perto dela, por ela me deixar presenciar esse momento tão belo! Dormindo ela parece estar em um lugar mais tranquilo, longe de todos esses problemas da noite; E que problemas! Um namorado idiota que a fez sofrer tanto e que perseguia ela até quando ela está á 8696 km de distância e com 4 horas de diferença! Se eu estivesse lá quando isso aconteceu... Eu teria quebrado a cara desse ridículo! Ainda bem que ela está aqui, longe desse cretino!
Vou cantar Not Alone pra ela dormir, talvez ela ainda me escute.
- , minha linda, eu disse que cantaria Not Alone pra você aquele dia, mas eu acabei não cantando então, eu vou cantar agora pequena. Pra você dormir. – Disse bem baixinho pra não acordá-la.
Life is getting harder day by day
And I, I don't know what to do what to say, yeah
And my mind is growing weak every step I take
It's uncontrolable now they think I'm fake
Yeah
‘Cause I'm not alone ( no, no, no )
But I'm not alone ( no, no, no)
I'm not alone
And I, I get on the train on my own...
- Posso entrar? – Eu escutei dizer baixo perto da porta.
- Claro, . – Sussurrei.
- Ela está melhor mesmo? – Ela sentou na beirada da cama.
- Na verdade, foi só entrar no quarto que ela começou a chorar de novo, mas eu a acalmei e a fiz dormir. – Expliquei.
- É estou vendo, ela está dormindo com uma carinha bem melhor! – Ela disse irônica e eu olhei pra novamente a vendo suspirar fundo.
- Me diz, , você gosta da minha amiga?
- Eu... – Continuei olhando pra , analisando suas feições. Com toda certeza eu gostava dela.
- Você? – me acordou dos meus pensamentos me fazendo encará-la.
- Eu amo ela, , tenho certeza disso só que a minha vida está mais complicada do que parece! Eu não posso ficar com ela agora por mais que eu queira. – Me abri com a , ela precisava saber que meu sentimento pela não era mentira.
- Eu não consigo entender. Você tentou beijar a já duas vezes e agora vem com essa história, ? Se ela não tivesse a cabeça no lugar, você já teria traído a sua namoradinha. – Ela estava certa. Eu tenho que resolver isso, porque eu vou acabar fazendo uma burrada!
- Eu sei, , mas eu vou resolver isso o mais rápido possível! Sério.
- É bom mesmo porque se você fizer a minha amiga sofrer , você vai estar ferrado comigo pode ter certeza disso! Não é porque você é do McFLY que eu não vá matar você! – Ela me disse séria e depois sorriu, acho que de ver minha cara de espanto.
- Ok! Agora acho melhor eu ir, ela já está dormindo mesmo. – Disse tentando me soltar do abraço da , que ainda dormia tranquilamente em meu peito.
Eu imagino a minha cara de espanto quando a me abraçou ainda mais forte só por eu ter tentado me mover e tirar o braço dela de cima de mim. A riu de leve e eu a acompanhei, voltando para o meu lugar.
- Acho que ela não quer que você vá. – Ela disse sarcástica.
- Eu não queria ir mesmo! – Dei de ombros e depois sorri, controlando a gargalhada que se formava na minha garganta.
- É, eu sei! – disse abafando uma risada alta.
- O que eu faço agora?
- Ah! Dorme ai com ela ou então espera mais um tempo e tenta sair de novo. – Ela disse simplesmente. Eu, claro, adorei a ideia.
- Ok. Vou tentar mais tarde. – Disse olhando pra novamente e passando minha mão pelos seus cabelos.
- Eu vou dormir então, boa noite, . – Ela bocejou e me deu um beijo no rosto saindo pela porta e fechando a mesma em seguida.
Como eu me sinto bem perto dela! É impressionante como só a presença dela me faz feliz. Beijei sua testa de leve, me aconchegando melhor nos travesseiros ficando agora completamente deitado. se aproximou ainda mais, me apertando como se eu fosse um ursinho de pelúcia. Eu a abracei com força também, não quero perder nenhum segundo desse momento.
O sono foi ficando mais pesado com o passar dos minutos. A se mexeu um pouco nesse tempo, mas não me soltou em nenhum segundo, impossibilitando a minha saída do quarto sem acordá-la e isso eu não queria!
Acho que eu vou ter que dormir aqui com ela, mas amanhã eu acordo antes dela, pra que ela não se assuste por eu estar aqui. Mesmo porque, amanhã é a festa e eu tenho que ir para casa organizar as coisas.
Meus olhos foram se fechando lentamente e, em segundos, eu já tinha adormecido ao lado do amor da minha vida. Do lado da .
Acordei ainda meio sonolento, mas não abri meus olhos de imediato, pois senti um aroma muito conhecido por mim, um aroma que eu amava sentir havia alguns dias, era o cheiro dela. O cheiro da . Abri meus olhos devagar, percebendo que meus braços estavam em cima de um corpo muito desejado por mim e que ela estava me abraçando também. Lembrei-me do ocorrido na noite passada e me dei conta que tinha dormido ao lado dela. Um sorriso abriu em meu rosto quando eu a vi se virar ficando com o rosto colado ao meu. Eu podia escutar seu coração batendo, eu podia sentir sua respiração no meu rosto, eu podia ver seu tórax se movimentando na medida em que ela respirava. Eu queria estar com ela assim pra sempre. Eu queria tê-la comigo pra sempre!
Olhei no relógio do celular: 10 horas. Tenho que me levantar logo se eu não quiser que o James me mate por eu não estar em casa ajudando na organização da festa. Não sei por que milagre ele ainda não me ligou, acho que Deus queria que eu estivesse com a sem nenhuma interrupção. Obrigada, meu Deus!
Dei um beijo na bochecha da , a fazendo suspirar fundo. Levantei agora sem a dificuldade de ontem á noite calçando meu tênis e saindo do quarto silenciosamente. Escutei um barulho vindo da cozinha e deduzi que a já devia ter acordado.
- Bom dia, . – A cumprimentei indo a sua direção e a abraçando.
- Bom dia, , dormiu bem? – Ela abriu um sorriso largo já sabendo a resposta.
- Foi a melhor noite da minha vida! – Sorri me sentando a mesa da cozinha.
- É eu imaginei. E a ? – Ela disse colocando pães e biscoitos na mesa.
- Não acordou, mas ela me parece melhor. – Eu disse coçando a cabeça.
- Ela me diz sempre que o melhor remédio dela é dormir. Café? – Ela me ofereceu uma xícara.
- Sim, obrigado. Por que ela diz que o melhor remédio dela é dormir? – Perguntei bebendo um gole do café.
- Ah! O pai dela é farmacêutico, mas ela nunca gostou de remédios. Sempre que tinha dores ela dormia e se não passasse depois dela dormir, ai sim, ela tomava medicamento. O pai dela achava bom, os remédios são muito prejudiciais às vezes.
- Bom saber, eu tomo remédio demais pra dor de cabeça. – Falei pegando um pão que estava na cesta.
- Então você deve ser um viciado. – Eu me virei para a entrada da cozinha rapidamente ao ouvir aquela voz. Ela me parecia bem melhor agora. Estava com um lindo sorriso no rosto e os cabelos um pouco bagunçados. Linda como sempre, até quando acorda.
- Ouvindo conversa dos outros, mocinha? – falou enquanto a se sentava à mesa ao meu lado.
- E você falando do meu segredo de beleza pro , mocinha? – Ela sorriu lindamente pra mim e eu dei a língua pra ela e sorri em seguida.
- Eu não posso saber não? – Perguntei fingindo chateação.
- Você pode, mas pro seu governo , eu não sabia que o ainda estava aqui, se não nem do quarto eu sairia desse jeito. – Ela disse apontando pra si mesma.
- Ah amiga, eu sei. É um milagre você não ter saído correndo quando o viu. – gargalhou.
- É... – Ela falou me olhando e desviando em seguida, depois do meu sorriso; Parecia-me um pouco envergonhada. - Você dormiu onde? – Ela me perguntou depois de alguns minutos comendo.
- Hã... – Será que eu falo que dormi com ela? Olhei pra fazendo essa pergunta com os olhos e, ela entendeu.
- Você não o deixou ir embora, então depois de um tempo eu fui lá ao seu quarto e fiquei conversando com ele, depois eu o levei pro quarto de hospedes. – explicou me poupando disso. Eu gaguejaria se tivesse que mentir pra ela.
- A tá. – Ela deu de ombros e eu agradeci com o olhar, ela me retribuiu com um sorriso.
Terminamos de tomar café da manha e eu ajudei as meninas com a louça suja, mas eu tinha que ir embora.
- Eu preciso ir meninas, vocês sabem a festa lá em casa hoje. – Eu disse entregando o pano de prato pra .
- Ah é verdade! A gente tem que ir para o Shopping com a Mary e a Rafa. – A disse abrindo um sorriso.
- Shopping? – Perguntei curioso.
- É! Elas vão nos ajudar a escolher umas roupas. – Foi a vez de a dizer.
- Ok, então. Alguém já vai vir buscar vocês? – Eu disse enquanto caminhávamos até a porta.
- Já, o . – A disse.
- Beleza. Espero vocês lá, meninas! – Eu disse animado enquanto abria a porta.
- Estaremos lá, tchau, . – disse me dando um abraço e saindo de perto de mim e da . Deixando-nos sozinhos na sala.
- Obrigada por ontem. Foi muito importante pra mim o seu apoio. – Ela disse encarando o chão. Eu peguei seu rosto em minhas mãos.
- Eu já disse que eu vou sempre estar com você, para o que você precisar. Não precisa agradecer! – Dei um beijo em sua testa e ela sorriu. A puxei para um abraço, bem apertado e, logo depois, ela me deu um beijo na bochecha e sorriu, um sorriso gigantesco abriu no meu rosto.
- Então eu vou indo. – Eu disse apontando para a porta aberta.
- Até mais tarde, .
- Até mais tarde. – Eu saí e a porta se fechou lentamente atrás de mim. Eu mal posso esperar para vê-la novamente.
End POV.
- Amiga, você parece bem melhor hoje! – me disse depois que eu voltei á cozinha e sentei-me à mesa; Suspirando.
- Pareço, é? – Nem a olhei. Minha mente vagava.
- É parece! Acho que essa melhora tem nome não é? – Ela sentou-se ao meu lado e me perguntou sorrindo.
- Para com isso, , você sabe bem que ele tem namorada.
- Mas ele ama você, não ela!
- Como é que você sabe disso?
- Ah! Isso está na cara amiga. Também eu posso dizer que um passarinho andou assobiando no meu ouvido. – Ela disse se levantando risonha, indo ate a geladeira.
- Olha só quem fala! O ontem fez uma declaração de amor pra você e você pra ele! Foi tão lindo! – Eu ri vitoriosa com a cara de brava que a fez.
- É isso tudo foi culpa sua! Eu mal consegui olhar pra ele a noite inteira! – Ela disse cruzando os braços e fazendo bico.
- Opa, pode parar! Foi ele que me fez aquela pergunta idiota que começou com toda aquela historia! Reclama com ele, mocinha! – Eu disse rindo no final; ela assentiu com a cabeça.
- Outra coisa. Vocês ainda vão agradecer a mim e ao pelas perguntas. – Eu disse me levantando e indo ao meu quarto enquanto a gritava algo do tipo “É bom mesmo!”, eu sorri só de me lembrar desse jogo idiota que só o poderia inventar pra gente brincar!
Nós almoçamos e pouco tempo depois, estávamos á caminho do Shopping com a Mary e a Rafa. Elas contaram o que os meninos tinham dito da noite anterior e claro, queria saber de tudo com detalhes.
Passamos a tarde inteira conversando sobre aquela noite enquanto a Mary e a Rafa caiam na risada ou, como na hora em que eu contei de , ficavam horrorizadas.
Escolhemos vestidos perfeitos e sapatos novos; Depois nos dirigimos até a minha casa e de .
- Amiga, eu simplesmente amei o seu vestido! É Lindo! Mas ele foi mesmo feito pra você . – A Rafa dizia enquanto eu colocava as sacolas na minha cama. Estávamos todas no meu quarto.
- Hey, às ordens, Rafa! Quando você quiser usar é só pedir! – Eu disse colocando o vestido no cabide e pendurando na porta do guarda roupa.
- Vocês vão com quem? – Mary perguntou.
- Com o . – Eu disse sorrindo.
- Ah! Com o amor da . – Rafa falou sarcástica
- Meu amor? – disse envergonhada.
- Claro, amiga! Vocês nasceram um pro outro! Tenho certeza que o vai ficar com você essa noite! – Mary disse e eu e a Rafa concordamos com a cabeça.
- Vocês acham mesmo? Quer dizer, para com isso meninas! O é só um amigo. – Ela disse praticamente gaguejando; Eu e as meninas caímos na risada fazendo ela nos acompanhar.
- Amizade colorida, hein? – Eu disse ainda gargalhando.
Continuamos conversando um pouco até dar a hora de arrumar pra festa. Mary e Rafaella foram embora e eu e a fomos nos arrumar. Duas horas e meia depois estávamos praticamente prontas e o já tinha ligado dizendo chegar em dez minutos.
- Amiga, está bonito mesmo? – me perguntou pela milésima vez.
- Amiga, eu já disse! Você está absolutamente linda! Com certeza vai agradar uma certa pessoa. – Eu disse já me afastando dela que saiu correndo atrás de mim.
- Eu te mato, , vem aqui pra eu te bater. – Ela disse correndo, gritando e sorrindo atrás de mim pela sala.
- Eu sei que você me ama, amiga, mas eu não vou me arriscar não. É até capaz de você me matar mesmo! – Eu disse correndo até a cozinha com ela atrás de mim, as duas de salto alto correndo pela casa. Arrumadas e brincando desse jeito vamos acabar saindo daqui no mínimo descabeladas! Por sorte a campainha tocou fazendo a parar de correr atrás de mim.
- Vai lá atender o seu amado, amiga. – Eu disse me escondendo atrás do sofá, desviando por sorte da almofada que ela jogou em mim.
- Oi, . – Ela disse afobada arrumando o cabelo.
- Er... Oi. O que está acontecendo aqui? – Ele disse quando entrou no apartamento e me viu escondida atrás do sofá.
- Ah! Nada demais. Só estava tentando esfolar a , mas ela corre muito mais rápido que eu quando está de salto alto. Ela tem o dom! – Ela disse abrindo um sorriso sem graça para o que retribui.
- Será que eu já posso sair daqui? – Eu perguntei rindo.
- Pode, , eu protejo você. – disse vindo em minha direção.
- Olha que a não vai gostar nada disso em mocinho! – Eu falei saindo do sofá e indo abraçar o .
- Nada, ela não vai fazer mal pra mim não. – Ele sorriu olhando pra que estava perto da porta com os braços cruzados.
- Ok. Oi, , eu nem te cumprimentei quando você chegou. – Eu disse depois de abraçá-lo.
- Oi, . Ainda com raiva de mim? – Ele me olhou serio.
- Não, , mesmo porque eu já tive minha vingança ontem. – Sai da sala gargalhando, deixando o e a sozinhos.
POV:
- Ela está melhor? – Eu disse depois que a saiu da sala.
- Sim, está.
- E você está bem?
- Antes eu estava, mas depois que você chegou... – Ela fez cara de emburrada e olhou para o chão, ela não continuou então eu sabia por que ela estava assim.
- Foi porque eu defendi a ? – Eu perguntei pegando o rosto dela em minhas mãos. Ela não respondeu, só ficou me encarando. - , eu não sabia como a estava depois de ontem. Eu não queria que ela estivesse com raiva de mim e eu estava só brincando.
- Ok. – Ela disse abrindo um meio sorriso.
- Ainda mais eu tenho que agradecer ela, já que ontem ela acabou me fazendo um grande favor. Se é que você me entende. – Eu disse sorrindo, passando os meus dedos pela bochecha dela. Ela esta tão linda que eu fico hipnotizado só de sentir o seu cheiro.
Tirei uma das minhas mãos e coloquei em sua cintura, puxando ela pra mais perto de mim; Senti sua respiração ficar mais ofegante á medida que eu passava a minha mão que estava em seu rosto sobre seus cabelos, depois por sua nuca e voltando para o seu rosto. Meus olhos analisavam cada traço do seu rosto perfeito, parando em sua boca para uma analise mais detalhada; Resolvi me aproximar mais e não a vi recuar pelo contrario, ela fechou os olhos levemente e eu fiz o mesmo quando a proximidade estava milimétrica. Nossos narizes se tocavam e a vontade de beijá-la estava agora insuportável, ate que nossos lábios se encontraram em um selinho demorado mais com muita emoção. Aos poucos o beijo foi se tornando mais intenso, ela colocou os braços em volta do meu pescoço enquanto minhas mãos faziam carinho em suas costas. O melhor primeiro beijo que eu já tive na vida.
De repente nós sentimos um flash em nossa direção. Nos separamos lentamente e sorrindo mesmo sem saber que flash foi aquele. Quando eu vejo pra onde a esta olhando eu tenho uma surpresa.
- Eu não resisti. – dizia sorrindo, com uma câmera na mão.
- Você estava espionando a gente? – Eu perguntei abraçando a de lado, que sorriu.
- Não foi bem isso. Eu notei que ficou tudo muito calado então, eu vim conferir se vocês não tinha se matado. Ai eu cheguei aqui e encontrei vocês beijando e corri pra pegar a câmera e tirar uma foto. Ficou tão linda, querem ver? – Ela disse vindo em nossa direção sorridente. Ela me parecia muito feliz por mim e pela .
- Amiga, eu já disse que você tira foto muito bem? Além de ser super fotogênica. – falou abraçando a enquanto via a foto.
- É mesmo, , ficou linda! Mas o caso de ser fotogênica eu não posso dizer, já que eu só vi as fotos que nós tiramos na quarta, que por sinal, você saiu muito bem nelas.
- Ah! , ela tem dois Books de fotos que ela fez antes de vir pra Londres. - disse e isso me despertou curiosidade.
- Sério? – A encarei.
- É, ela fez um com 17 anos e o outro antes de vir para aqui, com 19 anos. – explicou e eu olhei pra , que concordava com a cabeça.
- Não era para os meninos saberem disso lembra, ? – falou abraçando a , que sorriu.
- Desculpa amiga, eu esqueci. Ah! Mas não tem problema não. São os meninos! - disse como se agora nós fossemos confiáveis.
- Eu acho que não são “os meninos” que ela não queria mostrar e sim, um em particular. – Eu disse sorridente e sarcástico.
- É melhor a gente ir não é? – falou indo até a porta e mudando de assunto.
- Claro, mas eu não me esqueci do Book não. Você vai me mostrar ele depois. – Eu disse apontando pra ela e andando com a de mãos dadas.
- É o jeito, não é? Tudo bem então. – Ela falou convencida.
- Então vamos.
End POV.
Entramos no carro de e seguimos para a festa do . Eu fui no banco de trás e a foi na frente com o . Os dois estão tão felizes juntos! Pelo menos pra alguma coisa serviu aquele jogo de ontem.
Dei a meu Ipod para que ela colocasse pra tocar no som do carro.
- Qual música, amiga? – me perguntou.
- Coloca Westlife, faz um tempão que eu não escuto! E eu sei bem que você gosta mais das músicas deles que as do McFLY.
- Como assim gosta mais deles? – perguntou ofendido e eu gargalhei alto já esperando essa reação. me deu um tapa no ombro de leve.
- Ah! , não é bem assim, eu gosto muito das músicas de vocês, mas o Westlife tem músicas que me agradam mais. – Ela disse explicando para o que fez bico.
- , fica assim não! Acho que agora a música de vocês vai ser bem mais atraente pra ela! – Eu disse gargalhando e os dois ficaram com vergonha, mas depois riram comigo.
- Então coloca o Westlife pra tocar. Eu acho que só conheço uma musica deles que passou muito na radio, concorrendo com a nossa musica na época.
- Ah! Deixa-me adivinhar a música: My Love? – Eu perguntei.
- Isso aí! Como você sabe? – Ele perguntou olhando para a estrada.
- Porque essa foi uma das mais tocadas deles, ora. – Eu disse como se fosse obvio.
- Ok, eu vou colocarI Cry pra tocar. – falou colocando a música.
- Por que uma musica tão triste, ? – disse depois de ouvir algumas frases da música e ver a mim e a cantando ela.
- Essa é a preferida dela! – Eu disse e ela sorriu concordando com a cabeça.
- A tá. – Ele encerrou. Acho que os homens nunca vão entender as mulheres. No nosso caso, a gente prefere as músicas mais tristes e melosas.
Continuamos escutando música até chegarmos à casa do . Saindo do carro o fez a gente entrar pelos fundos, já que a frente da casa estava lotada de fotógrafos e curiosos. Adentramos a casa e encontramos com e Mary juntamente com o e a Rafaella. Nada do por enquanto.
- Gente, que bom que vocês chegaram! – falou abraçando a depois o e eu por ultimo.
- Minha pequena esta melhor hoje? – Ele disse ainda abraçado comigo.
- Eu estou sim, Pooh. – Eu disse.
- Pooh? ADOREI! – Ele disse rindo e ficando de frente pra mim.
- Pois é, agora você é o meu Ursinho Pooh!
- E você vai ser o meu Leitão, pequena e frágil! Dá certinho com a gente! Eu te protejo dos perigos viu Leitão? – Ele disse me abraçando de novo.
- Tudo bem, Pooh! Mas você também é frágil e quando isso acontecer ai eu vou te proteger! – Eu disse me afastando dele sorrindo.
- Que cena linda, gente! – Mary disse abraçando a gente.
- ABRAÇÃO! – O gritou e todo mundo abraçou eu e o , nos espremendo e virando uma bola enorme, com todo mundo pulando e gritando. Loucos!
- O que eu perdi? – perguntou enquanto o pessoal nos soltava todos muito sorridentes.
- Ah! O virou o Ursinho Pooh da e ela virou o Leitão dele! Maior demonstração de amizade para o não tem! – Mary disse abraçando o .
- Está explicado então! O sonho da vida do era ser da Disney, acho que o personagem que ele sempre quis ser era o Pooh! Você acertou em cheio . – Ele se virou para mim e parou, ficou me encarando por um bom tempo e eu não tive reação. Será que tinha alguma coisa errada na minha roupa? Ou meus cabelos? Ai que vergonha!
- Querem beber algo? – O disse para quebrar o clima que se instalou ali.
- Sim, acho que todos querem, não é? – disse e o pessoal concordou. Eu continuei encarando o que também me encarava. Nós não víamos mais ninguém ali, era só eu e ele hipnotizados um com o outro.
- ? – me perguntou me tirando do transe.
- O quê? – Eu disse olhando pra ela e quebrando o contato visual meu e do que agora conversava algo com o .
- Vai querer beber algo? – Ela disse sorrindo.
- Vou. Refrigerante, você sabe. – Eu sorri também.
- Você não bebe, ? – perguntou abismado. E todo mundo parou pra prestar atenção na gente.
- Sabe, eu não perco meu tempo com isso não . – Eu disse e sai andando no meio da Mary e do .
POV
- Não entendi! – disse para a logo depois que a saiu.
- Eu também não! – Eu disse e o concordou com a cabeça.
- Gente, tem muitas coisas que vocês não conhecem da ! Ela teve muitos traumas na vida e a bebida é um deles! Ela odeia quem bebe exageradamente. Beber com moderação pra ela é algo suportável, mas ela conhece vocês e ela sabe o quanto vocês bebem. – Ela explicou e acabou esclarecendo um pouco as coisas, mesmo eu achando besteira da essa historia.
- E qual foi o trauma dela com bebida? – perguntou.
- Pergunta pra ela, ! Eu não vou dizer nada sem a deixar! E vamos logo beber algo porque eu estou com sede! – Ela foi andando e puxando o consigo.
- Ok. Vamos gente! – Eu disse convencido que a não iria nos dizer nada!
Fomos ao bar onde o , a Mary e a já estavam tomando suas bebidas. Ela estava absolutamente linda! Por isso eu não tive reação ao olhá-la pela primeira vez essa noite. Ela esta vestindo um vestido curto um pouco rodado de cor Vermelha; Ela fica muito bem de vermelho; Uma sandália Preta com muito brilho, eu acho que o nome é Strass; O cabelo estava com a metade presa atrás e, desciam em cachos que ia até sua cintura; Ela tinha acessórios de Strass que a deixavam ainda mais deslumbrante. Resumindo ela estava absolutamente perfeita, como ela sempre é! Mas hoje é mais visível a perfeição. Droga, porque eu tinha que estar com a Vivian? Isso não vai dar certo!
End POV.
Depois de beber meu refrigerante eu comecei a ter vontade de dançar. Acho que vou chamar os guys. Antes disso uma pessoa apareceu.
- Ei pessoal! Como vocês estão? – James Bourne perguntou para o grupo.
- James! Tudo bem, cara? A festa ficou muito legal, você e o capricharam dessa vez! – disse ainda abraçado em mim e na Mary.
- Eu estou bem e a festa ficou assim mais por causa do , acho que ele queria agradar alguém! Pelo que me parece, você está com duas namoradas! Não quer dividir comigo não? – James disse sorrindo pra mim e eu encontrei o olhar maligno do enquanto o sorria e nos abraçava mais forte. Mary sorria também.
- Cara eu posso te apresentar mais eu não divido elas com ninguém assim não! O cara tem que ser muito bom, e tem que me conquistar pra namorar essa daqui! – Ele disse e apontou pra mim. James veio em minha direção e estendeu a mão.
- Eu sou o James e você é? – Ele fez uma cara de galã. Meu Deus, ele é lindo! Mais lindo pessoalmente.
- Sou a . – Eu disse um pouco tímida e peguei na mão dele que me deu em seguida três beijinhos.
- Ah! A garota brasileira que esbarrou no ! Eu ouvi falar muito de você. – Ele disse sorrindo e eu retribui o sorriso, desviando meu olhar em seguida e encontrando os olhos do que me pareciam apreensivos com aquilo tudo.
- E a outra brasileira? – James perguntou se virando e vendo a ao lado do .
- Oi, eu sou a . – Ela disse sorrindo.
- Eu sou o James, prazer. – Ele disse sorridente e dando os três beijinhos em também, que ficou com vergonha.
- Ela que é a famosa , hein, ? – Ele perguntou sorridente e levou um murro do no braço, exclamando um “ai” sorridente.
- É ela mesmo, James! – disse gargalhando com a reação de .
- Hey! Vocês me parecem muito próximos hoje! – fez essa observação apontando o e a .
- O jogo ontem fez efeito, Pooh! – Eu disse piscando pro que confirmou com a cabeça enquanto a escondia o rosto em seus ombros.
- Cara é serio? Vocês ficaram? – perguntou e o pessoal só observou.
- Sim. – disse depois do a olhar como uma pergunta se podia dizer ou não. Eles abriram um largo sorriso, coisa que dava para perceber era o tanto que eles estavam felizes um com o outro. Ouviram vários gritinhos de alegria por parte de todos e, a partir daí, o ficou abraçado com a . Acho que ele tem medo dela fugir e abandonar ele. Coisa que eu acho muito difícil!
Ficamos conversando mais um pouco e, o James ficou do meu lado querendo saber mais um pouco de mim. Na verdade era só em mim que ele prestava atenção, algo que deixava o muito nervoso. Ele por sinal estava bebendo muito e, pra mim isso é terrível! Eu sou muito fã dos meninos, mas esse mau hábito de beber, que por sinal o é o pior, é algo ridículo! É por isso que eu prefiro conversar com o James que está bebendo moderadamente.
- Vamos dançar? – James me perguntou. E o nos encarou; Eu olhei bem pra ele e vi suas feições um pouco raivosas.
- Tudo bem, eu estou querendo dançar desde o começo só que ninguém me convidou. – Nessa parte eu encarei o , basicamente dizendo o porquê de eu estar conversando com o James. Ele não tinha ido falar comigo a noite toda e isso era uma boa indireta.
- Então vamos. Quem mais vai vir dançar? – James perguntou para os casais.
- Nós vamos. – Disseram o e a Mary, o e a Rafa.
- Vocês não vão? – Eu perguntei pra , e .
- Ah, amiga, daqui a pouco, tá? – Ela disse.
- Ok. ? – Eu disse. A primeira vez que eu falo com ele depois da hora que eu cheguei.
- Acho melhor não. – Ele disse um pouco duro. Eu apenas dei de ombros e me virei e o James me abraçou; Eu fiquei um pouco sem graça, mas eu passei o meu braço pela cintura dele indo em direção ao centro da sala que tinha virado uma mega boate.
Eu estava me divertindo muito, dançando com o pessoal. James era muito gentil comigo e eu não via nele uma segunda intenção, era só curiosidade mesmo. Ás vezes eu olhava na direção do bar e via o encarando a gente, bebendo muito. Eu não queria vê-lo beber; Isso pra mim era o cúmulo, ainda mais porque eu sei o que a bebida faz nas pessoas, melhor do que ninguém!
- Eu vou beber água, quer alguma coisa? – Eu disse ao James.
- Não, não quero nada. Você não quer que eu vá no seu lugar, não? Pode ficar aqui com o pessoal. – Ele me falou.
- Não precisa! Eu vou. – Eu disse já me afastando um pouco.
me viu aproximar e desviou o rosto para o outro lado. Ele estava sentado no banco perto da bancado do bar. Eu me aproximei e sentei no banco ao lado dele; O Barman perguntou o que eu queria e eu fiz meu pedido, depois dele se retirar ficou um clima meio chato no ar já que o não falou nada comigo e eu também não disse nada. Mas isso não durou muito.
- Está se divertindo com o James? – Ele perguntou ainda me parecendo sóbrio.
- Sim, ele é uma pessoa bem legal. Um ótimo amigo! – Eu não olhei pra ele, estava olhando para o pessoal dançando e acenei para o James que tinha acenado para mim. Fiz questão de enfatizar a palavra “amigo” pra ele saber que não poderia acontecer nada entre mim e o James; Não daria certo.
- Não é isso que parece. – Ele falou agora mostrando um pouco de felicidade, melhorando o tom de voz para um tom doce.
- Pois pra mim é assim! – Peguei minha água e bebi me levantando para ir ao encontro do pessoal.
- ? – Ele falou e eu me virei para ver o que ele queria.
- Sim? – Ele se levantou e se aproximou de mim ate nossos corpos ficarem bem próximos.
- Você está muito linda! – Ele disse abrindo um enorme sorriso que me fez abrir um também.
- Obrigada. – Eu disse e me afastei, não conseguiria sair dali se não fosse naquele momento. Aproximar-me do assim é perigoso, eu posso acabar perdendo o controle.
Retornei ao centro da sala onde o pessoal me esperava e voltei a dançar; Estávamos todos bem animados e depois de um tempo o se juntou a nós com uma garrafa de Vodka na mão.
Tentei ignorá-lo já que agora ele já me parecia bêbado, mas era algo muito difícil. Todas as vezes que ele me olha eu não consigo desviar o olhar e fico o encarando. Dessa vez também não foi diferente, já que o James foi cumprimentar uns amigos e fiquei só eu e o , com os casais é claro.
- Você não me parece à vontade desde que o James saiu daqui. – Ele me falou perto do meu ouvido, pois o som estava muito alto.
- Na verdade eu estou só sobrando um pouco no meio de tantos casais. – Eu disse olhando pro pessoal.
- Bom, se for isso eu posso te fazer companhia. – Ele falou com um sorriso maroto. Ele tem que parar de brincar comigo desse jeito.
Antes que eu pudesse responder o me chamou.
- , meu leitão, vem aqui! – Ele gritou e eu me afastei do sem responder, ele ficou me olhando enquanto eu me direcionava aonde se encontrava o e a Mary.
- Que foi, Pooh? – Eu perguntei abraçando-o.
- Vamos comigo ali em cima, eu vou procurar um CD, mas a Mary não quer ir comigo! – Ele me falou colocando língua pra Mary que colocou língua pra ele também; Eu apenas sorri.
- Tudo bem Pooh, eu vou com você. – Eu disse abraçando ele.
Nós caminhamos até a escada, com certa dificuldade pela quantidade de gente que estava na casa. Subimos as escadas brincando e ele ficou falando besteiras do tipo: “O James está caidinho por você” coisa que eu achei impossível claro. Chegamos ao corredor e, para minha surpresa, o entra no quarto do .
- O CD está aqui? – Eu perguntei um pouco nervosa por estar naquele lugar.
- Sim, está aqui em algum lugar! – Ele disse com o corpo dentro de uma parte do gigante guarda roupa do .
Aproximei-me para dar uma olhada e me deparei com um monte de CDs espalhados dentro do guarda roupa.
- Meu Deus, isso aqui está precisando de uma organização urgente! – disse e eu caí na risada; A situação estava caótica mesmo!
- Qual é o nome do CD, Pooh? – Eu disse tentando ajudar ele a encontrar.
- The Best Hits 2012.
- Ok. Deixa-me pegar a metade desses CDs aqui. – Eu disse pegando os CDs e colocando na cama do .
Ficamos procurando o CD e, eu com a minha parte, acabei organizando os CDs em ordem alfabética. Eu tenho essa mania de organização de vez em quando.
- Achei! – gritou dentro do guarda roupa do .
- Achou o CD? – Eu perguntei.
- Não exatamente, achei o de 2010. – Ele disse sorridente.
- Então a gente para de procurar?
- Não, eu vou levar esse pra tocar lá embaixo e volto pra te ajudar a achar o outro! – Ele falou e eu não gostei nada da ideia de ficar no quarto do sozinha.
- Pooh, você vai me deixar aqui sozinha? – Eu fiz cara de bebê chorão.
- Calma, Leitão! Eu disse que volto agora! Não vou demorar! – Ele falou beijando minha testa e indo em direção à porta.
POV
- Hey, dude, cadê o ? – Eu perguntei ao .
- Acho que ele foi ao seu quarto procurar um CD com a . – Ele disse apontando às escadas.
- Ok.
Encaminhei-me ao meu quarto, já que a estava lá talvez eu pudesse pedir desculpas pelo modo que eu tratei ela mais cedo; Longe dos olhos do pessoal e do James. Não queria que o meu amigo soubesse que eu estava com ciúmes dele com a que, por sinal, não era nada minha. Por culpa minha claro!
Passei com dificuldade pelas pessoas que estavam na sala e, enfim, consegui chegar ás escadas; Subi os degraus e acabei me encontrando com o .
- Dude! Ainda bem que você está aqui! – me disse.
- Por quê? – Eu perguntei.
- Vai lá ajudar a a achar o CD “The Best Hits 2012” naquela bagunça do seu quarto! Eu só achei esse aqui e ela deve se perder lá no meio de tantos CDs! – Ele falou sorridente já descendo as escadas.
- Ok. – Eu falei terminando de subir as escadas e indo em direção à porta do meu quarto, meio tonto, tenho que admitir. Talvez eu já tenha bebido demais.
Eu a vi sentada na minha cama, parecendo organizar os meus CDs em vários montinhos. Ela continua deslumbrante e, cada vez mais, eu me sinto completamente apaixonado por ela. Como eu vou resolver isso? Eu preciso dela mais do que tudo! Mas esperar até a Vivian voltar está sendo torturante demais porque a todo segundo eu fico amedontrado achando que a pode se apaixonar por alguém e eu nunca vou ter falado pra ela o que eu sinto.
- ? – Ela disse me despertando dos meus pensamentos ao me ver parado na porta.
- Oi, , quer ajuda aí? – Eu perguntei já abrindo um enorme sorriso que ela retribuiu.
- Seria bom! – Ela disse ainda sorrindo e eu caminhei devagar sentado na cama ao lado dela.
Fique observando ela um pouco enquanto ela separava alguns CDs. Minha vontade agora é de beijá-la, beijá-la como se não existisse mais nada que nos separasse; Como se não existisse mais ninguém nesse mundo, apenas eu e ela.
End POV.
- Você está colocando em ordem alfabética? – Ele me perguntou.
- Estou, vai ser mais fácil pra você achar CDs aqui. – Eu disse.
- Eu posso ajudar em algo?
- Você pode procurar o CD que o quer ali, onde eu ainda não procurei. – Eu falei dando de ombros e apontando para uma pilha de CDs.
- Tudo bem. – Ele falou e foi até a pilha de CDs.
Ficamos arrumando os CDs calados, falando apenas quando precisávamos. O clima lá estava muito estranho, desagradável, como se eu soubesse que algo não estava certo ali. Escutei uma musica diferente passando no som e percebi que o trocou o CD, provavelmente ele vai voltar pra cá e ai eu deixo ele aqui com o .
O não voltou e eu já estou quase acabando de arrumar todos os CDs aqui, nada do bendito CD que o queria!
- Achei! – disse levantando o CD no ar.
- Até que enfim! Parece até que o CD tinha criado pernas e se escondido! – Eu falei sorrindo.
- É verdade! Você vai descer agora? – Ele me perguntou entregando CD.
- Vou acabar de arrumar os seus CDs primeiro! Falta pouco mesmo. – Eu disse pegando o CD e voltando a arrumar os CDs que faltavam.
- Eu vou esperar você então. – Ele falou.
Continuei arrumando os CDs enquanto escutava as musicas do CD que o colocou para tocar. Tinha muitas músicas conhecidas, muitas que eu era apaixonada na época em que lançou; Eu cantava junto com a música Somebody To Love do Justin Bieber, que estava passando na hora enquanto o me observava.
Terminei de arrumar os CDs e comecei a pegar pilha por pilha para colocá-los no guarda roupa onde eles estavam; me viu fazendo isso e foi me ajudar me entregando os CDs enquanto eu organizava-os nos seus devidos lugares.
- Acabou. – me disse depois de me entregar os últimos CDs.
- Ok. Agora eu vou descer. – Eu disse indo até a cama e pegando o CD que o queria.
Quando eu estava abrindo a porta do quarto, de repente, o fecha a porta de uma vez e me puxa, imprensando-me na parede ao lado da porta. O que ele está pensando, eu não sei, eu só sei que eu não o vou deixar brincar comigo desse jeito.
- Me solta, . – Eu tentava manter o controle, mas estar assim tão próximo dele é complicado.
Ele não me soltou pelo contrário, colou seu corpo mais no meu, me fazendo recuar. Recuar para onde? Eu já estava pregada na parede, não tinha como recuar mais.
- Você me ouviu, , me solta agora!
- Não. – Ele colou os lábios dele nos meus, forçando-me a ficar com os meus lábios nos dele. Eu não tinha saída, eu estava encurralada, mas mesmo assim eu batia nele com todas as forças que eu encontrava para tentar sair do seu abraço, tentar sair do seu beijo. Ele não reagiu aos meus murros no seu tórax, em vez disso, ele pegou uma das mãos e colocou no meu rosto, pressionando minha bochecha com força; Ele queria que eu o beijasse, mas eu não faria isso, não com ele naquele estado: bêbado!
- , você está me machucando! ME SOLTA! – Eu já estava gritando e em vez dele me soltar, ele colocou a outra mão no meu rosto, ainda me imprensando na parede, mas de uma maneira mais leve e eu não estava mais conseguindo resistir aos meus sentimentos.
Aos poucos, eu fui dando espaço para a boca dele sem nem ao menos eu perceber isso. Só que ele percebeu e foi aproveitando e passando a língua por toda a extensão da minha boca. Depois mordeu meu lábio inferior. Isso foi o fim pra mim.
Eu me entreguei ao beijo sem perceber, estávamos nos beijando calmamente agora, mas na minha cabeça passou novamente a burrada que eu estava fazendo. Podia até ser forçado no começo, mas agora eu estava o beijando também.
Senti as mãos dele na minha cintura agora com muita força, mais força do que precisava e isso estava me assustando um pouco. Eu tinha razão em assustar já que da minha cintura ele desceu a mão parando em minha bunda e pressionando com força, depois ele desceu mais a mão parando na barra do meu vestido, me fazendo ficar apavorada quando ele começou a levantá-lo; Por sorte minha, ele tinha se esquecido dos meus braços e eu consegui empurrá-lo; Com isso a barra do meu vestido rasgou porque ele não o soltou.
- Você tá maluco, ? – Eu disse apavorada e ele simplesmente veio pra perto de mim de novo; Eu tentei correr e abrir a porta antes, mas não consegui. Ele estava próximo demais pra isso.
- ME LARGA AGORA! – Eu gritava desesperada, mas ninguém me escutaria com a porta fechada e o som alto daquele jeito.
Em vez de me soltar, ele tentou me beijar de novo, mas dessa vez eu fui esperta, esperei só esse bêbado idiota dar uma brecha para eu poder me livrar dele e sumir dali. Concentrei todas as forças que eu tinha nesse momento e dei um chute no meio das pernas dele, ou seja, no membro dele.
caiu no chão se contorcendo em dores e eu aproveitei pra ir embora, mas antes eu tinha que dizer.
- Nunca mais, , fale comigo ou venha me procurar! Esqueça que um dia me conheceu nessa vida miserável que você tem! NUNCA MAIS! – Bati a porta com força e desci as escadas com medo dele conseguir se recuperar e vir atrás de mim.
Capítulo. 05
Sai correndo pelo corredor, chegando rapidamente à escada. Desci igual um foguete, desesperada. Queria sair dali o mais rápido possível, queria nunca mais voltar aquela casa, queria que toda a minha dor sumisse a mesma dor que eu senti há uns anos atrás só que, daquela vez, eu não sabia me proteger como agora.
Tentei me livrar das lembranças e voltei minhas atenções em encontrar a . Procurei com o olhar, mas meus olhos só viam borrões á frente. Passei as mãos rispidamente pelo meu rosto, pra ver se controlava o choro pelo menos até eu achar a . Olhei por toda aquela gente e consegui localizá-la ao lado do no bar, bebendo animados.
Não pensei em outra coisa. Teria que pedir ajuda aos dois, por mais que eu não quisesse atrapalhar a noite deles, mas eu não conseguiria ir pra casa sozinha.
Não no meu estado.
Andei apressada, esbarrando várias vezes nas pessoas ao meu redor, até conseguir enfim chegar ao bar onde , que me olhou primeiro, levantou rapidamente vendo o estado em que eu me encontrava.
- Ai meu Deus, ! O que aconteceu com você? – disse apavorado e se virou pra ver o que estava nas suas costas. A me ver, ela veio aterrorizada em minha direção.
- , quem fez isso com você? – Ela me perguntou já imaginando algo.
- Eu... Preciso... Ir... Embora. – Eu disse gaguejando entre soluços e lágrimas, que insistiam em cair como balas dos meus olhos.
- me conta agora! Seu vestido está rasgado e... – Ela parou de falar depois ficou paralisada ao ver o descendo as escadas, completamente bêbado, apoiando uma das mãos no corrimão e a outra no membro onde eu chutei. seguiu seu olhar e passou as mãos nos cabelos, balançando a cabeça negativamente enquanto eu encarava as escadas com uma vontade louca de fugir, sair correndo dali.
- Ele fez a... – começou, mas eu o interrompi.
- Eu conto no caminho pra casa! Por favor, vamos agora? – Eu disse com algumas lágrimas nos olhos, mas o soluço passava aos poucos não sei se devido ao susto de ver o de novo ou o fato de eu ter cansado de chorar. Acho que os dois.
- Tudo bem, mas você vai contar tudo! Absolutamente tudo! – disse me olhando firme andando do meu lado direito, enquanto o se posicionava do meu lado esquerdo, concordando com a cabeça com o que tinha dito.
- Ok, eu só quero sair logo daqui. – Eu disse andando ainda com as pernas moles, assustada.
Entramos no carro do Doguie e eles queriam que eu contasse a historia ali, no carro. Eu argumentei que não teria possibilidade disso ali, já que o estava dirigindo e poderia se descontrolar.
Chegamos ao prédio e subimos em silêncio no elevador, eu estava de cabeça baixa, mas podia perceber os olhares de e , provavelmente tentando imaginar o que aconteceu. abriu a porta do apartamento e nós entramos.
Depois que eu me sentei no sofá da sala, o sentou ao meu lado e, logo depois, se sentou do outro lado.
- Pode contar tudo agora, . – disse tentando parecer calmo.
- Ai gente, é... – Eu tentei começar, mas as lágrimas invadiram os meus olhos novamente me fazendo levar as mãos ao rosto, tentando inutilmente parar de chorar e contar a historia.
- Calma, amiga, por favor, eu vou pegar um copo com água e açúcar pra você. – disse já se levantando enquanto o me abraçava, tentando me confortar. voltou com a água e eu bebi para não ter que vê-la me forçar a beber se eu recusasse.
Respirei fundo, limpei as lágrimas e me preparei pra contar, agora sem choro.
- Vocês viram quando o me chamou pra ir achar um CD com ele? – Eles concordaram com a cabeça, apreensivos.
- Bom, ele me levou ao quarto do , por que os CDs ficam lá. Nós procuramos e não estávamos achando o tal CD, ai o achou outro lá e desceu me deixando lá procurando o CD. Um tempo depois o apareceu no quarto e começou a me ajudar a procurar. Estava tudo indo muito bem mesmo ele estando bêbado, parecia até um pouco sóbrio, até ele encontrar o CD. Eu peguei o CD e me virei pra sair do quarto só que ele fechou a porta de uma vez e me imprensou na parede...
Dei uma pausa pra respirar se não, meu choro voltaria só por lembrar da cena. olhou pra e ela retribui o olhar dele com um olhar muito preocupado que eu percebi.
- Ai eu pedi pra ele me soltar, só que ele em vez disso me agarrou, me beijando á força. Eu tentei bater nele e me soltar, mas nada adiantou e eu aos poucos, fui cedendo ao beijo sem perceber. A merda do meu coração não escutava minha cabeça implorando pra ela não fazer isso! – Eu alterei o tom de voz, mas me controlei.
- Continua, amiga. – falou me abraçando e fez o mesmo.
- O empolgou com o beijo, começou a me agarrar agora com mais violência. Ele começou a passar as mãos pelo meu corpo, se é que vocês me entendem. – Eu disse pausadamente porque o estava ali.
- Ele não tentou... – falou me olhando assustado, acho que já sabendo a resposta.
- Ele tentou, ! Foi por isso que meu vestido rasgou! Eu me concentrei em escapar dali e, quando ele abriu a guarda, eu acertei no “lugar onde dói’’! – Eu disse já deixando as lágrimas voltarem. Mesmo a ideia do chute ter sido engraçada se não fossem as circunstâncias.
- Eu mato aquele cretino! – disse furiosa.
- Amiga, não vale à pena. – Eu disse baixo.
- Não vale à pena? Amiga depois de tudo que aconteceu com você antes! Eu te disse que se algum desgraçado tentasse a mesma coisa eu... – Ela dizia, mas o interrompeu.
- Aconteceu antes? – Ele disse com cara de interrogação.
- Ai meu Deus! Amiga eu esqueci completamente do aqui... – Ela dizia me olhando, tentando se desculpar por ter falado demais.
- Não , tudo bem. Eu contaria de alguma forma, não é? – Eu falei limpando as lágrimas e me preparando para contar o pesadelo que me assombrava todos os dias.
- Contar o quê? Eu já estou ficando preocupado. – disse me fazendo olhar pra ele.
- , o assunto é de se preocupar. A nunca contou isso pra nenhum garoto. Nem o ex dela sabe disso. Acho que ela só contou para mim, e . – dizia baixo, medindo as palavras.
- Deixa amiga eu conto. – Eu disse pra e ela assentiu com a cabeça. me olhou com atenção, esperando eu começar a historia.
POV:
- ! Você viu a ? Ela sumiu, eu estou procurando ela á horas! – James disse quando se aproximou de mim, da Mary, do e da Rafa. Estávamos no bar tomando nossas bebidas.
- Merda! Eu a deixei lá em cima procurando o CD pra mim. Esqueci de voltar lá e ajudar ela. - Eu disse com a mão na cabeça. Burro! Eu pedi o pra ajudar ela. Será que aquele bêbado ainda está lá?
- Eu vou lá atrás dela. É em qual quarto? – James perguntou apontando para as escadas. Acho melhor eu ir, vai que a e o se acertaram lá em cima? Eu que não quero deixar o James, quem me parece estar amarradão na ir lá e presenciar uma cena dessas.
- Não, deixa que eu vou lá. Se eu não for ela me mata! Espera aqui que eu já desço. - Eu disse já me dirigindo às escadas.
Passei com dificuldade pelo pessoal bêbado que estava na sala e acabei esbarrando com o no meio do caminho.
- Cara, cadê a ? – Eu disse pra um meio machucado. Ele colocava as mãos no meio das pernas como se algo o tivesse atingido ali. - Tudo bem, dude? – Eu perguntei pra ele, que não respondeu nada. - Vem aqui, vamos para o bar pra você sentar, ai você me diz onde a está. – Ele concordou com a cabeça e nós fomos eu meio que carregando o que cambaleava acho que com o efeito da bebida e da dor. Se isso for dor!
Fomos barrados por um grupo de pessoas que eu mal me lembro de onde conheço que começaram a falar várias coisas conosco, impedido eu e o de chegar ao bar.
End POV.
- , eu não sei o que dizer... – falava baixo depois da história que eu contei.
- Tudo bem , acho que ninguém sabe o que dizer de uma coisa dessas. – Eu disse esforçando um sorriso que não saiu. me abraçou forte, ficando comigo daquele jeito por longos segundos. - Foi melhor do que palavras. – Eu disse depois que ele me soltou, sorrindo, o que o fez sorrir também.
- Eu vou matar o ! – Ele falou recuperando a raiva e se levantando.
- Não, por favor, . Eu não queria ter feito vocês virem aqui comigo, e não quero atrapalhar o resto da noite de vocês! Esquece isso, por favor! Volta pra lá e se diverte com a . – Eu falei me levantando também, logo depois a se levantou.
- Você tá louca? Eu não vou te deixar aqui sozinha não! – Ela disse com uma expressão extremamente nervosa no rosto.
- Ah! Você vai sim! Eu não vou ficar acordada por muito tempo não, eu quero ficar sozinha amiga. Se você ficar aqui, vai me deixar com culpa na consciência por ter estragado a primeira noite de vocês dois! Não mesmo você vai! – Eu disse gesticulando com as mãos, vendo a cruzar os braços em sinal de indignação.
- Eu vou ficar bem, é serio! – Eu falei abraçando os dois.
- Tem certeza? – Ela perguntou insegura enquanto eu empurrava ela e o pra porta do apartamento.
- Eu tenho! – Eu disse abrindo a porta.
- Tudo bem, mas você vai ficar com o celular do seu lado. Se eu ligar e você não atender eu volto igual uma doida pra casa! – Ela falou apontando o dedo indicador na minha direção.
- Provavelmente se eu não atender, eu vou estar dormindo. – Eu disse me encostando á beirada da porta.
- Então você desliga o celular quando for dormir ai a gente vai saber! – Doguie disse sorrindo.
- Ele teve uma ideia que presta dessa vez! Você está evoluindo não é ? – Eu disse rindo. Comecei a gargalhar depois da cara que ele fez, colocando língua pra mim. também riu.
- Então fica combinado assim. Qualquer coisa, pelo amor de Deus, me liga! – Ela falou andando com o até o elevador.
- Eu ligo, divirtam-se. – Eu disse acenando e fechando a porta em seguida.
Corri até meu quarto e fechei a porta, peguei meu edredom e fui para a varanda. Gostava de ficar ali, onde eu podia pensar e colocar a cabeça no lugar sempre que precisava e eu precisava mais do que tudo naquela noite.
Porque tudo tinha que retornar logo agora? Porque toda essa dor tem que me fazer lembrar tudo que aconteceu? Por que o fez isso comigo?
- Meu Deus, me responde, por quê?
As lágrimas já caiam pesadamente por meu rosto, eu não queria mais segurá-las. Eu tinha que jogar tudo para fora antes que toda essa dor me sufocasse como antes.
Encolhi-me no banco da varanda, acabei olhando para o céu e vi como ele estava lindo. Como eu queria poder ver esse céu feliz, mas não era assim que eu estava e olhar para o céu só me lembrava que momentos de felicidade eram difíceis de continuar por muito tempo na minha vida.
- Por que quando tudo começa a dar tão certo, algo acontece pra fazer tudo desabar de novo? Deus, eu não sei mais se eu aguento tudo isso novamente! Me dá forças, por favor!
Deus era meu único refúgio nesses momentos. Eu sabia que tudo teria um fim, tudo um dia acabaria bem e, por esse motivo, que eu me sentia bem conversando com Deus. Ele é alguém que nunca vai te fazer sofrer, que vai estar sempre do seu lado apesar de tudo, e é disso que eu necessito! É Ele que vai ajeitar tudo no final. Mas isso também não impedia que a dor invadisse o meu coração, como se fosse quebrá-lo em milhões de pedaços a cada segundo, também não impedia a minha louca vontade de sumir, de chorar até todas as lágrimas se esgotarem, até não haver mais nada. Nada que possa fazer essa dor retornar.
POV:
- É sério, , o pode ser o meu melhor amigo, mas o que ele fez me faz querer matá-lo! – E é isso que eu vou fazer quando chegar à festa! Eu dizia pra . Eu não conseguia me controlar de tanta raiva do ainda mais porque eu disse pra ele não fazer nada com a .
- Eu vou matar ele primeiro! – Ela falou furiosa, e não era pra menos. Depois que a me falou o que ela passou com certeza a quer proteger à amiga principalmente porque elas só têm uma á outra aqui em Londres.
- Vamos logo antes que o desmaie de tão bêbado. – Ela falou abrindo a porta do carro e entrando. Eu entrei logo depois e arranquei com o carro.
Mal paramos na frente da casa do e a já saiu que nem uma louca do carro. Eu tive que correr pra alcançá-la.
- Onde é que está aquele desgraçado! – Ela dizia percorrendo o olhar pela casa.
- Ali! – Eu disse depois de avistar o sentado no bar com o e o James me parecendo fazer perguntas á ele. foi com fúria ao local e eu a segui do mesmo modo. Ela tava puta de raiva com ele e eu também! Quando nos aproximamos a primeira coisa que eu quis fazer foi quebrar a cara do , mas o me impediu.
- Me larga, ! Deixa eu bater nesse idiota! – Eu gritava, mas o me empurrava para longe do que mal conseguia ficar em pé de tão bêbado.
- Caralho, , por que essa raiva, dude? – me perguntou e eu parei, mas tive que agir rápido quando a avançou no com tudo.
- Desgraçado! Como você pode fazer isso com ela? – Ela falava aos gritos enquanto eu a segurava, já que começava a chamar á atenção dos curiosos no bar.
- Fazer o quê com quem? – James perguntou e parou ao ouvir a voz dele, tentando ficar mais calma.
- Com a . – Ela falou e todos nos olharam nervosos, indo de nós ao várias vezes.
- O que ele fez com ela, ? ? – disse me parecendo muito preocupado.
- Gente, é melhor a gente ir conversar em outro lugar. Está todo mundo olhando pra gente. – Eu disse já que era o certo a fazer.
- É, gente, vamos para o quarto do . – disse já pegando o pelo braço e o fazendo andar até a escada enquanto os curiosos analisavam cada movimento nosso.
Seguimos até o quarto do . Eu e muito nervosos ainda pelo que ele fez e o pessoal, nervosos pra saber o que aconteceu.
End POV.
POV:
- Agora vocês podem contar. – Eu falei já impaciente para o e a enquanto o pessoal se ajeitava pelo quarto. e Rafaella na cama ao lado do , e em pé perto da porta e eu, James e Mary na frente da cama de olho no .
- O negócio é o seguinte, eu não vou contar muitos detalhes não e... – começou, mas a interrompeu.
- é melhor a gente não contar ‘aquilo’ agora, eu prefiro esse ridículo ali sóbrio!
- Tudo bem, . – Ele disse, mas o que será ‘aquilo’?
- O que vocês não podem contar agora? – O perguntou. Tirou as palavras da minha boca.
- Vocês vão saber amanhã, quando o cretino do ficar sóbrio! – falou.
- Mais eu não tô bêbado. – O disse completamente bêbado, fica até engraçado ele dizer que não está.
- Cala a boca, retardado! – disse nervosa, deve ter sido algo muito grave pra ela estar assim.
- Parem os dois! – Mary falou, eu olhei pra ela assustado com o nervosismo. - Fala logo, , o que o fez com a ? – Mary continuou com as mãos na cintura, o que confirma minha tese do nervosismo.
- Ok. A estava aqui procurando um CD pro , ai o veio aqui e até ajudou ela, pelo que ela disse que ele parecia sóbrio até achar o tal CD. Ela estava indo sair do quarto, mas o a impediu. Imprensou ela na parede e... – parou de falar e me pareceu não conseguir dizer. O percebeu e continuou a história.
- Eu não acredito... – Eu disse depois do finalizar.
- Agora eu sei por que vocês queriam bater nele, esse idiota... – Mary disse quase adivinhando meu pensamento. Eu queria bater no pelo que ele fez a minha amiga, mas acabei recordando de algo.
- É mais grave do que isso não é? – Eu perguntei aos dois já sabendo que sim e vi que todos pensavam a mesma coisa.
- Muito mais grave, , mas a gente só vai contar amanhã pra esse idiota saber o tamanho da burrada que ele cometeu! – falou baixo.
- Onde a está, ? Tudo bem com ela? – perguntou fazendo todos voltarem suas atenções pra .
- Ela está em casa, não quis que a gente ficasse lá... – Ela falou ainda baixo, me parecia preocupada.
- Ela disse que queria ficar sozinha, mas que ia ficar bem, coisa que eu duvido muito. – complementou.
- Eu tenho que falar com ela, eu vou lá! – Eu disse. Tinha que ir vê-la, não conseguiria dormir de preocupação com ela. Eu prometi que cuidaria dela e é isso que eu vou fazer.
- Acho melhor não, , ela falou que não quer ver ninguém. – falou.
- Sou eu, , ela vai falar comigo. – Eu disse convicto.
- , eu aconselho você a mandar uma mensagem perguntando. Eu conheço a e sei que nesse momento ela não quer ver absolutamente ninguém. – Ela falou olhando pra mim sinceramente.
- Ok, vou mandar a mensagem. – Eu disse derrotado.
Me afastei do pessoal indo até a janela, podia escutar as meninas xingando o que não devia estar nem entendendo o que elas diziam. Peguei meu celular e digitei a mensagem, cliquei em enviar e fiquei olhando o céu da janela, estava tão bonito para estar presenciando algo tão triste. E eu ainda nem sei o que aconteceu a mais com meu Leitão. Agora é só esperar pra ver o que ela responde.
End POV.
Acho melhor ir trocar de roupa, olhar pra esse vestido só piora a situação. Me levantei e caminhei lentamente até o guarda roupa e peguei a primeira camisola que eu vi na frente. Para piorar a minha situação é a camisola que eu comprei com as meninas no Brasil antes de vir pra Londres.
Flashback On:
- Meninas, olha só que linda essa roupa de dormir! – Eu disse apaixonada com a camisola.
- É bem o gosto McFLY, , compra ela! – disse.
- Vai que você conhece os meninos lá e fazem uma festinha do pijama. – disse com uma carinha safada.
- Com certeza o iria gostar, é da Disney. – disse sorrindo.
- Depois dessa propaganda o jeito é levar não é? – Eu disse rindo e as meninas gargalharam em seguida.
Flashback Off.
Eu sinto tanta falta delas, só falei com a e a pela internet, mas isso ainda me deixa com saudades delas. Eu queria tanto ter visto a reação delas quando nós contamos no MSN que conhecemos o McFly. Queria tanto que elas estivessem aqui, com certeza a iria me dizer coisas úteis como da ultima vez.
Meus pensamentos foram interrompidos pelo meu celular avisando que uma mensagem havia chegado.
- Demorou até demais! Eu achei até que ela iria ligar.
Peguei o celular e, para minha surpresa, a mensagem era do .
Leitão,
Eu estou preocupado com você, posso ir te ver? Se você demorar pra responder eu vou ai. Se você preferir me liga.
Te amo, Pooh.
O merece o apelido, ele é tão fofo! Eu abri um sorriso involuntário depois de ver o ‘Te amo, Pooh.’
Por mais que eu tentasse, receber alguém hoje não teria como. Nem mesmo o . Digitei a mensagem de resposta e voltei para a varanda, sentei no banco e voltei a chorar. Chorar por ser tão fraca, por não conseguir lidar com isso, por não conseguir lidar com a dor.
POV:
Pooh,
É difícil pra eu ver alguém agora, eu estou bem não precisa se preocupar. Não vou ligar porque, dizer o que não é?
Boa noite meu pequeno Pooh.
Eu também amo você!
Beijo, Leitão.
Eu não acredito, nem a mim ela quer receber. Nem um telefonema. Com certeza esse ‘Eu estou bem’ é a mais pura mentira! Ela está mal, muito mal.
- Eu mato você, , e o que quer que seja que vocês vão contar amanhã, não é nada bom. – Eu disse furioso. O pessoal me olhou assustado meio que perguntando o porquê da raiva repentina.
- Ela não quis te ver, não é, ? – Rafa disse depois do longo silencio.
- Ela não quis Rafa, nem ao menos um telefonema ela aceitou. Disse que estava bem, que não era pra eu me preocupar, mas eu não acredito nisso. – Eu disse de cabeça baixa, com as mãos na cabeça. Sinônimo do quanto eu estava desesperado. Mary me abraçou tentando me acalmar e confortar. Ela conseguiu depois de um tempo.
- Eu vou embora daqui pra não ter que quebrar a cara do . – disse e o concordou.
- Eu também vou, só de olhar pra ele um ódio bate dentro de mim, mas eu sei que amanhã ele vai sofrer mais do que qualquer um de nós aqui, pela burrada que ele fez. – Eu falei olhando pra um desmaiado na cama, ele já devia estar assim de muito tempo, eu que não percebi.
- Eu vou ficar e despachar os convidados já que o não esta em condições. – falou e a Rafa concordou.
- Eu ajudo também . - O James disse. Ele ficou calado durante toda a conversa, até me esqueci dele ali.
- Então até amanha pra vocês. – Eu disse pra eles.
End POV.
Cansei! Cansei de chorar, de sofrer. Amanhã vai ser um novo dia, uma nova ! Nada de me rebaixar ao não, nada de me crucificar como da ultima vez! Amanhã eu vou acordar mais forte que nunca. Deus me ajude com isso! Me ajude a ser forte!
Levantei-me do banco da varanda, fechei a porta e me dirigi à minha cama, deitei e me cobri. Os pensamentos ruins queriam voltar á minha mente, mas eu não vou deixar.
Meus olhos foram ficando pesados a cada segundo e, em pouco tempo, eu já tinha dormido.
POV:
- Será que ela dormiu? – me perguntou assim que nós abrimos a porta do apartamento.
- Parece que sim, está tudo muito silencioso. – Eu disse.
- E escuro. – Ele falou me abraçando.
- Você está com medo, ? – Eu disse tentando conter uma risada.
- Eu tenho medo do escuro, você me protege? – Ele falou manhoso. Eu já estou sacando qual é a dele.
- Acho mais fácil acender a luz então. – Eu disse indo até o interruptor e ligando a luz.
- Você é minha heroína! – Ele falou me abraçando enquanto eu ria baixo.
- Tudo bem, agora me solta que eu vou ver se a está dormindo mesmo.
- Ok, vai lá, mas não demora! Eu fico aterrorizado aqui sozinho. – Ele fez bico e eu dei um selinho nele. Com toda essa confusão nós acabamos não aproveitando a noite mesmo. Se a souber ela me mata!
Tirei o salto e andei até o quarto da . Eu não queria acordá-la com o barulho dos sapatos. Abri a porta lentamente e olhei pela fresta da porta. Ela estava dormindo, então fechei a porta e andei até a sala mais tranquila. sorriu quando me viu chegar.
- Dormiu? – Ele perguntou ainda rindo.
- Sim. Qual é a graça? – Eu perguntei franzindo a testa.
- Eu só estou feliz porque finalmente a gente vai curtir a noite! – Ele mal acabou de dizer e já me puxou pela cintura, colando os lábios nos meus, começando um beijo apaixonado e ao mesmo tempo muito quente.
Coloquei meus braços em seu pescoço e ele percorria as minhas costas com as mãos, às vezes uma das mãos subia até minha nuca parando em meus cabelos, fazendo carinho de leve em meu rosto enquanto nos beijávamos.
Ficamos juntos assim por muito tempo, mas estava ficando tarde e eu achei melhor pedir pra ele ir embora.
- . – Eu disse com certa dificuldade por estar ofegando por causa do beijo.
- Hm? – Ele só gemeu com sua testa encostada na minha me fazendo carinho nas bochechas com as mãos.
- Acho melhor você ir, eu tenho que me preparar mentalmente pra encarar o amanhã de manhã. – Eu disse olhando nos olhos dele que concordou com a cabeça em seguida.
Andamos até a porta e eu a abri, ele veio por trás de mim beijando meu pescoço de leve, me causando arrepios dos pés á cabeça. Eu continuei virada para a porta enquanto ele passava as mãos em meus ombros que desciam pelos meus braços, parando em minhas mãos. Ele ás pegou e entrelaçou seus dedos nos meus me abraçando apertado e, depois de um tempo, me virando para olhá-lo.
- Apesar de tudo que aconteceu, essa foi a melhor noite da minha vida ou pelo menos, parte dela. – Ele disse olhando nos meus olhos me fazendo sorrir.
- Foi a minha também, mas parte dela, com certeza! – Eu disse e ele sorriu também.
Ele tirou uma mecha do meu cabelo e o colocou atrás da minha orelha me fazendo fechar os olhos automaticamente só por sentir o toque da sua mão. Ele se aproximou devagar e me beijou, um beijo cheio de ternura. Eu nunca imaginaria o assim, nem em meus sonhos mais loucos. Ele se afastou e deu um beijinho na ponta do meu nariz me fazendo sorrir.
- Boa noite, . – Ele falou me abraçando.
- Boa noite, . – Eu disse perto do ouvido dele, que se contorceu um pouco.
- Não faz isso não, dá arrepios. – Ele falou no meu ouvido me fazendo arrepiar.
- Então porque você está fazendo hein? – Eu ri me afastando dele.
- Tchau, até amanhã. – Ele disse me dando um selinho.
- Tchau. – Eu falei e ele saiu. Fechei a porta em seguida e corri para o meu quarto.
Não iria dormir, sabia disso. Essa noite foi muito turbulenta e maravilhosa, só por parte de mim e mesmo. Amanha eu já estou vendo que vai ser uma barra. Só espero que a esteja melhor quando acordar.
End POV.
Acordei com uma puta dor de cabeça e com os olhos mais inchados que tudo. Ainda bem que eu coloquei o despertador pra tocar. Não queria ficar em casa, então eu vou à igreja onde a Iris levou eu e a quando nós chegamos em Londres.
Fiz minha higiene matinal, tomei meu café da manhã, troquei de roupa e sai de casa, sem celular. Tudo sem fazer nenhum barulho pra não acordar a . Não queria ninguém me perturbando logo agora de manhã. Se eu pudesse evitaria todo mundo hoje, mas como nada é fácil e simples na minha vida, com certeza eu vou ter que aturar pelo menos muitas ligações.
A igreja não era muito longe de casa então eu iria á pé sem problemas. O dia estava muito bonito, já tinha muitas pessoas na pracinha perto do prédio aproveitando o sol que era muito raro em Londres. Eu vi um casal de namorados perto da fonte que fez meu coração doer de novo. O maior problema é rever as lembranças à cada esquina que eu vou. Senti as lágrimas encherem meus olhos e as deixei cair chegando à igreja.
Apenas me ajoelhei em um dos bancos e chorei, chorei com todas as forças tirando de mim essa dor. Eu agora vou sair daqui renovada. Outra .
POV:
Cara que bagunça ficou a casa do !
Eu e a Rafa passávamos pela sala desviando das garrafas no chão, entre outras coisas espalhadas pelo lugar. Subimos as escadas e nos deparamos com o da mesma forma que deixamos ontem.
- Acorda, dude. – Eu dizia sacudindo o que praticamente não se mexeu.
- ! – Rafa gritou e o acordou assustado pelo barulho.
- Merda, minha cabeça! – Ele dizia se sentando com as mãos na cabeça, com certeza a ressaca ia ser brava.
- Ela vai doer ainda mais pode acreditar. – Eu disse sério, o não deve nem lembrar o que aconteceu ontem.
- O quê vocês estão fazendo aqui? – Ele disse agora parecendo reparar em mim e na Rafaella.
- Viemos te acordar, você tem que tomar um banho e vir com a gente pra casa do . – Eu falei tentando fazê-lo levantar.
- Pra casa do ? Ah não, dude, minha cabeça está doendo. – Ela falou deitando na cama de novo o que fez a Rafa soltar um suspiro pesado. É aquilo não ia ser fácil.
- Dude, você não tem noção do que fez ontem. Você está ferrado cara! – Eu falei, teria que abrir o jogo pra ele antes da gente saber o que de mais grave aconteceu na vida da .
O levantou meio que assustado depois do que eu falei, ficou olhando pra mim com uma cara de “não acredito” que me deixou preocupado.
- O que foi, ? – Rafa perguntou percebendo a tensão.
- Com quem, ? – Ele ainda olhava pra mim quando disse.
- . – Falei simplesmente, pra mim ele já sabia a resposta. Ele sentou na cama e abaixou a cabeça.
- Não foi um pesadelo então... – Parecia-me que ele falava pra si mesmo. A Rafa olhou pra mim com olhar de pena.
- Dude eu não sei o que está na sua cabeça, mas o que eu sei é que você fez uma coisa terrível com a ... – Eu comecei a dizer, mas ele me interrompeu.
- A conversa no meu quarto, a dizendo que ainda tinha algo mais grave pra dizer?
- Sim. - Ele abaixou a cabeça de novo me parecendo desesperado.
- , você tem que tomar um banho, comer algo pra gente poder ir lá pro . Já está todo mundo esperando a gente lá, menos a que me parece não ter acordado ainda. – Rafa disse depois do longo silêncio.
- Ela vai contar o que aconteceu com a e que você a fez lembrar quando fez a burrada ontem. – Eu disse baixo. Por mais que ainda sentisse raiva do pelo que ele fez, eu entendo que ele não queria fazer nada daquilo. Ele estava bêbado e isso o fez perder a noção das coisas.
- Eu vou me arrumar. – Ele disse baixo se levantando.
End POV
POV:
- Até que enfim vocês chegaram. – Escutei o dizer lá na sala.
Cheguei à sala e vi o , o e a Rafaella que tinham acabado de chegar. Todos estavam muito tensos e agora só faltava eu ligar pra .
- Eu vou ligar para a pessoal. Eu disse pegando o telefone e discando o numero da casa das meninas.
- Alô? – Uma voz sonolenta atendeu.
- Dormindo até agora, linda? – Eu disse e ela riu.
- É, você me acordou.
- Já está todo mundo aqui, só esperando você.
- Ok. Eu vou me arrumar e ligo pra você.
- E a ? – Eu perguntei e as atenções na sala se voltaram pra mim, principalmente o .
- Eu não sei me parece estar dormindo ainda. Espera ai que eu vou ao quarto dela olhar.
- Ok. – Esperei na linha por um longo tempo enquanto o pessoal me olhava impaciente.
- Você está perto do pessoal? – Ela me perguntou um pouco nervosa.
- Estou sim, por quê?
- Coloca na viva voz, . – Ela falou mais nervosa ainda, me deixando assim também.
- Gente, ela quer que eu coloque o telefone na viva voz então, fica todo mundo calado. – Eu falei para o pessoal na sala que me olharam sem saber o porquê de tudo aquilo, na verdade nem eu sei.
- Oi, gente. Diz ai quem está na sala, um de cada vez.
- . – disse rindo.
- . – falou com a testa franzida e voz de galã de novela.
- Mary.
- Rafaella.
- . – Eu disse gargalhando.
- . – Ele falou baixo, nem sei se ela escutou.
- Tudo bem, agora me escutem. A não está em casa, eu olhei em todos os lugares, mas não estou vendo ela aqui.
- Como assim? Você não a viu dormindo ontem? – Eu disse perturbado.
- Eu vi, , tenho certeza que ela estava deitada, mas agora de manhã ela não esta mais. – parecia desesperada ao telefone.
- Tentou o celular dela? – perguntou também preocupado. só escutava tudo, mas parecia mais nervoso que todos ali.
- Ele está aqui, no quarto dela.
- Nenhum bilhete na geladeira? – Eu perguntei e o me olhou com quem me chamava de “Retardado” com os olhos.
- Não, , nenhum. Ai meu Deus, onde a minha amiga está? – Ela parecia chorar ao telefone.
- Calma, , ela deve ter ido dar uma volta, talvez pra esfriar a cabeça. Vamos dar um tempo pra ela. Com certeza ela vai voltar pra casa. – falou concluindo que aquela seria a única opção.
- Tudo bem, mas eu não vou sair de casa até ela voltar e... – estava falando quando ela ouviu um barulho na porta que todos nós ouvimos também. Barulho de porta se fechando.
- Ai meu Deus, onde é que você estava? – Ela gritou basicamente esquecendo-se do telefone enquanto nós escutávamos tudo.
- Na igreja. Vou pro meu quarto, ok? Sem mais perguntas.
- Mas, , volta aqui! – Escutamos o barulho que, provavelmente, seria do quarto da se fechando bruscamente. Todos na sala se olhavam assustados imaginando que, só pela voz da , ela não parecia bem. Parecia um robô falando.
- eu vou matar você, ouviu? E vem me buscar daqui vinte minutos. Eu quero contar essa história logo de uma vez! – Ela estava nervosa, acho que por estar vendo a amiga naquele estado.
- Tudo bem, , daqui há vinte minutos eu chego ai.
- Tchau. – Ela disse e nem esperou a minha resposta, desligando o telefone.
End POV.
POV:
Cinco minutos para o chegar e eu já estou pronta. Tentei falar com a , mas ela não respondeu. Está trancada no quarto e eu nem sei se ela comeu hoje! Droga me dá um ódio! Eu não posso fazer nada a não ser esperar ela ficar melhor.
A campainha tocou e eu fui abrir. O olhou pra mim com um sorriso maravilhoso no rosto que me fez sorrir apesar da raiva que eu ainda sentia.
- Oi, minha linda! Vamos? – Ele disse quando eu o abracei.
- Vamos sim, , eu só vou avisar a mesmo que ela não esteja me respondendo nada desde que chegou, só está trancada no quarto.
- Ok. – Ele falou encostando-se à porta.
- ? – Eu falei batendo na porta e recebendo o silêncio como resposta. - Eu vou sair com o , pelo amor de Deus, me liga qualquer coisa amiga! – De novo ela não disse nada. Nem percebi o se aproximar da porta.
- , pelo menos responde vai! O silêncio que você está fazendo assusta a gente! – Ele falou perto da porta. Esperamos uns segundos pra ter uma surpresa.
Silence is a scary sound
Silencio é um som assustador
Funny feeling happened today
Senti algo engraçado hoje
Somewhere buried in the past
Alguma coisa enterrada no passado
Didn't mean much. that much anyway
Não significa muito mais, de qualquer forma
I know that love will never last
Deveria saber que o amor não ia durar
Ela cantou a música e se calou. Eu olhava do pra porta a todo instante até ele me chamar.
- Isso é um bom sinal, não é? – Ele disse bem baixo enquanto nós andávamos até a porta.
- Não sei, talvez sim. – Eu falei o que era a verdade. Eu não sabia se aquilo era bom ou ruim.
- Quem sabe, é só a gente analisar a letra. – Ele falou enquanto a gente ia ao elevador.
- É pode ser, “Não significa muito mais, de qualquer forma”. – Eu falei abrindo aspas com os dedos.
End POV.
POV:
Toda essa demora vai acabar me matando! Eu preciso saber logo o que aconteceu antes, o que vai piorar mais a minha situação com a . Todo mundo estava muito nervoso, ninguém falava nada, só o que às vezes falava algumas asneiras que ninguém estava dando muita atenção.
Fiquei pensando em como a estaria nesse momento. Quando a história do ex dela veio á tona, eu que estava lá pra aconchegá-la e, agora, sou eu o causador de toda a tristeza dela! Eu não me conformo com isso! Como eu pude ser tão burro? Como eu pude tentar machucar a pessoa que eu mais amo? Não, não pode ser real. Eu vou acordar desse pesadelo a qualquer momento e...
- Oi ,gente. – disse assim que abriu a porta. A feição dele e da não eram as melhores.
- Até que enfim! Eu estava quase indo lá atrás de vocês! – falou um pouco mais aliviado.
- Pessoal, eu quero acabar com isso logo. Será que vocês podem prestar bastante atenção nas nossas palavras? – falou olhando pra todos na sala, até pra mim.
- Tudo bem. – Nós dissemos.
- Principalmente você, ! – Ela falou apontando o dedo em minha direção.
- Eu acho que sou o mais interessado aqui, . – Eu disse baixo e só ouvi um “Que se dane” dela.
- Começando... – Ela começou se sentando no sofá e todos nós a olhávamos vidrados. - Quando a tinha 13 anos, ela conheceu um garoto chamado Filipe. Ele tinha 16 anos e parecia ser um garoto legal. Eles começaram a ficar e, depois de dois meses ficando, ele pediu ela em namoro. Ela nunca tinha namorado, na verdade, ele foi a primeira pessoa que ela beijou, então de cara ela aceitou o pedido. Eles namoravam escondidos porque os pais dela não a deixavam namorar. Se viam pouco e, quando se viam, era junto com as amigas dela no caso eu, e . Nós também gostávamos dele, ele fazia nossa amiga feliz e era isso que importava. Depois de uns cinco meses de namoro, não tenho certeza do tempo, nós combinamos de ir ao clube. Todos nós éramos sócios do mesmo clube onde a conheceu o Filipe. A casa do Filipe era próxima do clube, então estávamos todos indo juntos até que o Filipe chama a pra ir á casa dele, disse que seria rápido, que era só pra ela conhecer a família dele. Ela claro, não contestou e foi com ele enquanto eu e as meninas íamos ao clube. Depois de um longo tempo esperando a e o Filipe chegar, eu resolvi ligar para o celular da . Chamava, mas ninguém atendia. Fiquei preocupada, então convenci as meninas a irmos atrás deles. Nas proximidades do clube, em uma calçada, encontramos a agachada, chorando.
colocou as mãos ao rosto, me parecia chorar. a abraçou dizendo algo em seu ouvido. Ela respirou fundo, secou as lágrimas e continuou.
- Ela não conseguia falar, mas eu e as meninas percebemos marcas no corpo dela, roxas e vermelhas por todos os lados. A gente não sabia o que fazer e muito menos o que tinha acontecido com ela. A como sempre foi que pensou na solução. Nós fomos até a quadra do clube que era bem afastada e quase ninguém entrava ali. Pedimos a pra contar o que tinha acontecido. Eu não acreditei quando a ouvi dizer: “Ele me estuprou” em meio a soluços. Eu olhava pras meninas e elas estavam mais chocadas que eu. Pedi a ela que explicasse melhor como foi que isso aconteceu. “A família dele não estava lá! Não tinha ninguém lá. Aquele desgraçado tinha armado tudo desde o começo! Ele me ameaçou, disse pra eu não contar a ninguém.” Ela falava cada vez mais baixo, como se sua voz estivesse sumindo pelo medo. tentou acalmá-la dizendo que nós iríamos denunciá-lo e que ele não poderia chegar perto dela, mas ela não quis. “Eu não quero me arriscar e arriscar vocês. Nada de denuncia!” tentou convencê-la do contrario, mas não conseguiu.
- Meu Deus. – Foi só o que eu consegui dizer. Eu estava desesperado! Nunca pensei que a pudesse ter passado por algo assim! Meus pensamentos foram interrompidos pela fala do .
- Ela não fez nada mesmo? – Ele dizia quase sem voz.
- Não. – Foi a vez de o dizer.
- Não acabou, gente! – falou fazendo todos voltarem suas atenções a ela.
- Ela foi perseguida por ele durante meses, até chegar às férias de Julho. Quando as férias chegaram, ela viajou pra casa do primo em BH e ficou lá o mês inteiro. Ela rezava todos os segundos pra que Deus tirasse aquele maldito de perto dela e ele o fez! Filipe teve que ir embora com os pais pra São Paulo. Quando a voltou ela não conseguiu acreditar que era verdade quando nós contamos. Foi basicamente a primeira vez que ela sorriu de verdade depois do que aconteceu. Um ano depois, ela começou a ficar com . Eles eram amigos á cinco anos, estudaram juntos por dois anos e, desde então, não se desgrudaram! Ele ajudou muito na volta da , na reabilitação dela. Um belo dia, nós combinamos de sair e fazer um piquenique. Eles estavam se divertindo e, de repente aconteceu, eles se beijaram e namoraram por quatro anos e, bom, o resto vocês sabem!
- Dudes, a já sofreu demais nessa vida! – falou impressionado.
- Aconteceram mais coisas na vida dela, gente, vocês não têm noção do tanto que ela já sofreu! – falou e todos olharam abismados pra ela. Ainda tinha mais coisa?
- Não me olhem assim não. Eu não vou contar! Essa história eu só contei porque ela deixou e, porque era necessário pra vocês verem o tanto que o ali está ferrado com ela! – Todos olharam pra mim e, parece que se lembraram do que eu fiz ontem. Eu queria não poder lembrar.
- Beleza, , eu estou mesmo ferrado com a , mas eu não tive tanta culpa no cartório sabe? – Eu falei baixo tentando mesmo acreditar que o que eu disse era verdade.
- , você vai ter que me desculpar, mas a culpa é toda e completamente sua! – Ela falou cruzando os braços e olhando pra mim com as feições duras.
- Eu estava bêbado!
- Porque VOCÊ quis beber! – Ela gritava.
- Se eu não estivesse bêbado eu não teria feita nada daquilo com ela, ! ME ENTENDE, CARAMBA! – Eu gritei mais alto ainda, quase aos prantos.
- Não, ! Não tem como eu te entender agora! Você que escolheu enfiar a cara na bebida ontem á noite e fazer com que a vida da MINHA AMIGA VIRASSE UM TOTAL INFERNO! – Ela disse e eu me calei chorando como uma criança. Desde que o me contou tudo o que aconteceu ontem e ainda mais depois do que eu ouvi agora, eu não conseguiria mais segurar o choro.
End POV.
POV:
Tudo virou um completo silêncio. Só era possível ouvir o choro abafado do pelo abraço do . Eu até pensei em ir lá confortá-lo, eu entendi o lado dele porque eu já bebi pra caralho e sei como é não ter controle das coisas, mas a me mataria se eu fosse lá agora então deixei quieto já que o já estava lá o abraçando.
Depois de alguns minutos, o levantou do sofá pegando as chaves do carro, fazendo com que todos colocassem suas atenções nele.
- Eu vou ver ela. – Ele falou simplesmente pra .
- Não sei, , ela mal falou comigo e com o também não... – Ele a interrompeu.
- Comigo ela vai falar .
- Ok. Leva a chave de casa então, ela deve estar no quarto ate agora. – disse entregando ao as chaves. Ela estava convencida que ele não iria desistir.
- Obrigada, . ? – Ele parou esperando o olhar pra ele. - Espero que o estrago não seja tão grande, dude, espero mesmo. – Ele falou e o assentiu com a cabeça depois continuou.
- Cuida dele gente, ele já vai sofrer muito por estar longe dela e pelo ódio que ela deve estar sentindo dele. Não sei se vocês perceberam, mas o ali está apaixonado pela . – Ele disse e o pessoal todo concordou menos a que bufou.
- Mary, você vai comigo?
- É melhor não, , se ela quiser conversar vai ser só com você! Eu espero você aqui. – Ela disse sorrindo e ele a abraçou concordando com o que ela disse. Ele a beijou e, em seguida, saiu pela porta de casa.
End POV.
N/A: Aconselho colocar You’ve Got a Friend pra tocar quando a música aparecer.)
Tédio. Era isso que estava sendo resumido o meu Domingo. Era pra eu estar com o pessoal, brincado de alguma coisa retardada e rindo até falar chega, mas não, tinha que acontecer alguma coisa! Esquece , esquece! Já passou.
Depois dessa briguinha com a minha consciência escutei um barulho vindo da porta da frente. Pra variar eu ainda estava trancada no quarto e não abriria tão cedo. Provavelmente era a porque tudo ficou silencioso depois. Mas e se for um ladrão? Ou algum pervertido que sequestrou a minha amiga? Ah! Para com isso , a está com o . Mas se não é a , seria quem?
- ? – Escutei o barulho vir da porta do meu quarto e quase dei um pulo ao ver que era uma voz masculina.
- sou eu, o Pooh. – Ah! Que alívio! É só o fofo. - Por favor, , abre a porta pra mim, vai? – Ele pediu manhoso, não tinha como eu não aceitar não é? Era o meu pequeno Pooh. Ele deve estar preocupado comigo.
- Você está com alguém ai? – Eu perguntei.
- Não, sou só eu, Leitão.
- Nem a ?
- Nem a . – Ele disse e depois abriu um enorme sorriso quando eu abri a porta. Tive que forçar pra não rir junto, indo correndo pra minha cama e pulando com tudo, ficando com a cara enfiada no travesseiro.
Ele não disse nada, apenas fechou a porta do quarto e sentou de leve na cama, deu um beijo na minha cabeça e me abraçou, da maneira que eu estava ele ficou me abraçando. Depois daquele dia eu nunca havia me sentido tão confortável e segura. O tinha esse poder maravilhoso de me fazer ficar bem, e é impressionante o fato de nós só nos conhecermos á uma semana. Quer dizer, ele me conhecer á uma semana já que eu sou fã, o conheço como ninguém!
Eu me virei para poder abraçá-lo melhor e fiz com que ele se deitasse. Aninhei-me em seu tórax como uma criança indefesa, que eu era na verdade, e fechei meus olhos tentando aproveitar ao máximo aquela sensação boa que ele causava em mim. Ele começou a alisar os meus cabelos, mais bagunçando do que alisando, mas eu nem ligava estava me fazendo bem mesmo! Ele fez carinho no meu rosto e começou a cantar pra mim.
When you're down and troubled
Quando você estiver deprimido e confuso
And you need a helping hand
E precisar de uma ajuda,
And nothing, nothing is going right
E nada, nada estiver dando certo,
Close your eyes and think of me
Feche seus olhos e pense em mim
And soon I will be there
E logo eu estarei lá
To brighten up even your darkest night
Para iluminar até mesmo suas noites mais sombrias.
Foi só ele começar a cantar pra um enorme sorriso se abrir na minha boca. Porque era isso que se resumia a minha a amizade e a do . Essa música dizia tudo!
Comecei cantar junto com ele sem perceber, ainda abraçada á sua cintura, deitada em seu tórax.
>You just call out my name
Apenas chame meu nome
And you know wherever I am
E você sabe, onde quer que eu esteja,
I'll come running to see you again
Eu virei correndo para te encontrar novamente.
Winter, spring, summer or fall
Inverno, primavera, verão ou outono,
All you've got to do is call
Tudo que você tem de fazer é chamar.
And I'll be there, yeah, yeah, yeah.
E eu estarei lá, sim, sim, sim,
You've got a friend
Você tem um amigo.
If the sky above you
Se o céu acima de você
Should grow dark and full of clouds
Tornar-se escuro e cheio de nuvens
And that old north wind should begin to blow
E aquele antigo vento norte começar a soprar,
Keep your head together
Mantenha sua cabeça em ordem
And call my name out loud, yeah
e chame meu nome em voz alta
Soon I'll be knocking upon your door
E logo eu estarei batendo na sua porta.
Ele me fez cócegas enquanto cantava me fazendo ficar sentada ao lado dele, olhando para o seu rosto lindo. Eu amava o isso era fato, mas não do jeito que eu amava o , era uma amizade verdadeira, mais verdadeira que qualquer outra.
You just call out my name
Apenas chame meu nome
And you know wherever I am
E você sabe, onde quer que eu esteja,
I'll come running, oh yes I will
Eu virei correndo, sim eu virei.
To see you again
para te encontrar novamente.
Winter, spring, summer or fall
Inverno, primavera, verão ou outono,
All you've got to do is call
Tudo que você tem de fazer é chamar
And I'll be there, yeah, yeah, yeah.
E eu estarei lá.
Ele me abraçou de lado e eu voltei a cantar junto dele. Ele olhou no fundo dos meus olhos quando começou a cantar a próxima parte, eu nem consegui cantar junto, pois meus olhos se encheram de lágrimas que, aos poucos, caíram como balas dos meus olhos.
Ain't it good to know that you've got a friend
Ei, não é bom saber que você tem um amigo?
When people can be so cold
As pessoas podem ser tão frias,
They'll hurt you, and desert you
Elas te magoarão e te abandonarão
And take your soul if you let them
E então elas tomarão sua alma, se você permitir
Oh yeah, but don't you let them
Oh, sim, mas não permita
You just call out my name
Apenas chame meu nome
And you know wherever I am
E você sabe, onde quer que eu esteja,
I'll come running to see you again (oh baby don't you know)
Eu virei correndo para te encontrar novamente. (oh, querida você sabe)
Winter, spring, summer or fall
Inverno, primavera, verão ou outono,
All you've got to do is call
Tudo que você tem de fazer é chamar
Lord, I'll be there yes I will.
E eu estarei lá sim, eu estarei.
You've got a friend
Você tem um amigo.
- Hey, não era pra te fazer chorar pequena! Desculpa. – Ele disse secando minhas lágrimas o que me fez rir.
- Não estou chorando de tristeza, Pooh. – Eu disse ainda rindo e chorando, como é que pode? Eu sinceramente não sei.
- Ah não? – Ele me olhou assustado.
- Não, é de emoção, Pooh. Obrigada por tudo! – Eu disse abraçando ele novamente enquanto ele sorria e me apertava com força contra seu corpo. Que sensação boa era essa meu Deus? O só pode ser um anjo que veio me salvar.
Ficamos um bom tempo abraçados e voltamos a deitar, ficando na mesma posição que estávamos antes do começar a cantar.
- Acho melhor eu ir pequena, a Mary está me esperando na casa do . – Ele disse beijando minha testa.
- Ok, Pooh. – Eu disse sorrindo e me sentando na cama.
- Eu quero que você me prometa duas coisas antes de eu ir. – Ele falou sentando na minha frente, olhando firmemente em meus olhos.
- Diz ai, vamos ver se eu prometo.
- Primeiro: Quero que você me prometa ficar bem, eu sei que não é fácil, mas eu quero que você tente melhorar o mais rápido possível! Eu não gosto de ver você assim. – Ele disse segurando minha mão e beijando-a logo em seguida.
- Tudo bem, isso eu posso prometer. E a outra?
- Bom, a outra eu acho mais difícil, mas vou tentar mesmo assim: Eu quero que você perdoe o . Ele está arrasado pelo que fez e, eu dou um pequeno desconto á ele por estar bêbado. – Eu abaixei minha cabeça, não podia prometer isso ao , por mais que eu quisesse não seria tão simples assim. - Pelo menos diz que vai tentar. – Ele disse levantando meu rosto.
- Vou tentar. – Eu disse depois de um tempo e ele me abraçou.
- É para o seu bem . Eu sei que você o ama e ele também ama você! Não é saudável ficar longe de quem a gente ama. – Ele falou me olhando de uma maneira doce e meiga que me fez abrir um sorriso involuntário.
- , se ele me amasse não estaria namorando outra pessoa e, não teria feito o que fez comigo. – Eu disse calmamente, com o tratar desse assunto é mais fácil.
- , eu não posso dizer o porquê dele estar com ela ainda, mas eu sei que amanha você vai saber, e vai ver que os motivos dele não ter terminado são convincentes. – Ele disse abrindo um sorriso de lado.
- Convincentes... Tudo bem, mas não muda o que ele fez comigo.
- É não muda, mas com o tempo melhora a situação dele não é?
- Eu não sei , não sei como eu vou reagir vendo ele depois disso, não sei se vou conseguir perdoá-lo, não posso dar certeza! Pode ser que melhore com o tempo.
- Posso perguntar uma coisa? – Eu assenti com a cabeça.
- Você viu o tal de Filipe depois que ele foi embora? – Ele falou bem baixo, com receio eu acho.
- Vi. – Eu disse baixo também.
- O que aconteceu?
- Bom, eu vi ele depois de dois anos mais ou menos. Nós nos encontramos em uma festa lá na minha cidade, ele estava de férias e eu estava com o meu namorado. Imagina como eu fiquei depois que o vi! Apavorei-me achando que ele tinha voltado pra infernizar a minha vida novamente. estranhou minha atitude nervosa e eu somente disse que estava passando mal, ele foi atrás de um remédio pra mim e eu fiquei sozinha, sentada em uma cadeira. Fiquei morrendo de medo quando escutei a voz de Filipe no meu ouvido. Eu estava de cabeça baixa então não o vi aproximar-se.
- O que ele fez, ? – me interrompeu com uma voz muito preocupada.
- Calma, , escuta: Ele me disse “? É você mesmo?”, eu levantei a cabeça e disse “Ei Filipe” tentando parecer o mais calma possível. Ele respondeu “, me desculpa por favor! Eu era imaturo, idiota e fui a pessoa mais horrível desse mundo pra você! Quando você viajou e eu fui embora, minha prima passou por uma situação parecida com a que eu fiz você passar. Nunca me senti tão culpado na minha vida inteira quando ela me contou o que ela estava sentindo, como foi traumatizante pra ela e eu comecei a pensar como teria sido traumatizante pra você”. Você pode imaginar que a minha cara caiu com aquilo, não é?
- Uau, mas ele deveria ter visto isso antes, . Analisar só depois que aconteceu com a família dele... – ia dizendo, mas eu o interrompi.
- Isso não foi tudo não Pooh. Escuta: Ele disse aquilo tudo e ainda complementou dizendo “Eu voltei aqui há um ano, mas não consegui falar com você. Fui à sua casa, mas você tinha se mudado então, voltei pra São Paulo pior do que cheguei aqui. Eu queria mesmo poder ter dito antes, serio ! Me desculpa por favor, não sei se eu aguento ficar mais tempo com isso dentro de mim. Está me matando por dentro, tudo que eu te fiz.” Eu não sabia o que dizer.
- Ele te pegou de surpresa com tudo isso. – concluiu. Eu ri.
- É... O mais engraçado foi que eu perdoei ele.
- VOCÊ O QUÊ? – gritou assustado me fazendo rir mais ainda.
- Foi, Pooh, fica calmo. – Eu disse ainda rindo e ele acalmou, mas ainda com a testa franzida.
- Eu já tinha perdoado ele antes sabe? Foi como uma das prioridades pra que eu conseguisse recomeçar a minha vida. Então ficou até mais fácil quando ele me pediu desculpas entende?
- Ah! Agora eu entendo , meu Leitão indefeso! – Ele disse me abraçando e nós caímos na risada. O era mesmo o meu anjo, só ele pra me fazer rir depois desse fim de semana trágico.
- Você não estava indo embora, ? – Eu disse ainda rindo e ele fez que sim com a cabeça, me deu um beijo na bochecha e levantou da minha cama, indo pra porta do quarto.
- ?
- Oi?
- Agora eu tenho uma boa noticia pro . – Ele disse isso e fechou a porta rindo.
Como assim uma boa noticia? Ah ele não se atreveria a fazer isso!
- POOH, eu vou ficar com muito ODIO de você mocinho! – Eu só pude escutar um “EU SEI QUE VOCÊ NÃO VAI, É POR ISSO QUE EU TE AMO, LEITÃO!” e ouvi a batida da porta da minha casa.
- Tinha que ser o lado idiota !
Voltei a me deitar e acabei me perdendo em lembranças, lembranças não muito distantes, lembranças que por mais que eu as amasse, queria que elas sumissem da minha cabeça.
Flashback On:
- Oi meninas lindas da minha vida! – falou quando viu eu e a entrando na casa dele junto com o .
- Isso me inclui, não é, meu amor? – disse correndo e pulando no , como sempre muito gay! Todos caímos na risada, até a que ás vezes não gosta da ‘viadagem’ dele!
- Claro minha flor, vem aqui me dá um beijinho! – disse agarrando o rosto do e colocando a mão na sua boca, beijando a mão e eles ficaram fazendo umas vozes de coisas eróticas (sem comentários a cena).
- Credo seus gays, vocês vão assustar as meninas! – falou vindo da cozinha, piscando pra mim sorrindo, com uma feição maravilhosa no rosto. Eu sorri involuntariamente.
- Elas vão é vomitar isso sim! – gritou da cozinha e eu gargalhei alto quando, em seguida, o e o caíram do nada no chão. Só via as gargalhadas de todos enquanto eu ia ajudar os meninos que estava contorcendo no chão. Tadinhos!
- Tudo bem com vocês? – Eu perguntei preocupada. Só escutei os gemidos do em resposta.
- Ai , me ajuda, meu cotovelo olha! – disse mostrando o cotovelo sangrando e eu o ajudei a levantar.
- Vem aqui, , tem álcool e algodão aqui? Tenho que fazer um curativo. – Eu disse sentando no sofá com ele enquanto a ajudava o a se levantar ainda rindo do tombo. voltou pra cozinha e o veio pra sala também. Parecia-me observar tudo com muita atenção.
- Eu tenho sim, vou pegar. – Ele disse e saiu, eu segui ele com os olhos e acabei encontrando com os olhos do que sorriu me deixando constrangida.
- Eu acho que vou cair também pra você cuidar de mim. – Ele falou com uma carinha vergonhosa que me fez sorrir. Deus como ele é lindo! Por que ele namora mesmo? Ah! Já sei, é porque a minha vida nunca é perfeita. Fazer o que não é?
- Não se atreva a fazer isso! Eu não gosto de ver vocês machucados. – Eu disse sorrindo e ele cruzou os braços em sinal de indignação.
- Que foi?
- Ah! , ele tá assim porque você está atenciosa com o . – disse entrando na sala com a . Eu continuei sem entender e vi o socar o no braço nervoso com o que ele disse.
- , minha linda, ele esta com ciúmes de você! Olha só a cara dele! – disse rindo apontando para o quando também entrou na sala. Eu olhei pro e o vi ficar com as bochechas rosadas, dizendo algo baixo, acho que se arrependeu de fazer aquele comentário.
- Opa! O que está acontecendo aqui? – disse quando entrou na sala com uma maleta de primeiros socorros em mãos.
- É que, pelo que os meninos disseram, o está com ciúmes porque a está cuidado de você e tal. – falou rindo um pouco e, depois de olhar para o rosto do e ver como ele estava envergonhado, começou a gargalhar. Eu a encarei com um olhar de reprovação. - Ok, ok. Parei! – Ela disse levantando as mãos para o alto fazendo o e o rirem.
- Ah! Se for isso eu não ligo. Anda faz o meu curativo porque eu preciso de você sabe? Eu sou muito carente! – Ele disse se sentando ao meu lado no sofá e eu dei um tapa de leve no braço dele.
- Ai, , eu tô dodói esqueceu? Você tem que cuidar de mim e não me bater! – Ele fez bico e uma cara de bebê chorão.
- Cadê a Rafa pra cuidar de você, hein, ? – Eu disse sarcasticamente enquanto pegava o algodão dentro da maleta.
- Ah , a Rafa se esquece de mim quando está trabalhando! Ela só se lembra de mim á noite mesmo ou quando ela está de folga. – Ele disse fazendo bico e exclamando um “ai” alto quando eu comecei a passar o algodão com álcool em seu cotovelo machucado.
- Ah, , eu também não ligaria se estivesse no trabalho! – disse e o a olhou com certa indignação.
- Que foi? Se eu tivesse um namorado, ele não receberia ligações de mim nem de manhã e nem á tarde. Só á noite mesmo, se eu não estivesse com vocês é claro! - Ela disse fazendo os seus famosos gestos com as mãos e eu vi o ficar muito sem graça. Ele praticamente quase deu um ataque de ‘namorado’ na frente dela. To falando que esses dois vão ficar juntos?! Eu só pude cair na risada junto com o e o .
Eu terminei o curativo do depois de muitas demonstrações de frescura por causa do machucado. Depois de acabado o me abraçou e pulou em cima de mim fazendo um escândalo.
- Montinho na ! – Ele gritou e eu só vi aquele tanto de gente em cima de mim, estavam me sufocando como sempre! Desde a primeira vez que eles fizeram montinho em mim nunca mais pararam. Eles querem me matar eu acho!
- Ai gente! Eu tô sufocando! socorro! – Eu gritava e, aos poucos, eu via o tirar um por um de cima de mim, me levantando depois que todos já estavam de pé.
- Meu herói! Só o me ama aqui! Vocês todos querem mesmo é me matar! – Eu disse abraçando o que também me abraçou fingindo ser o Super-homem.
- Claro que não a gente ama você! – disse e todos concordaram com a cabeça.
- Vamos jogar gente? – falou depois de um tempo que todo mundo ficou só sorrindo.
- Jogar o que, dude? – perguntou interessado.
- Ah! Não sei! Alguém tem uma ideia?
- Eu tenho! Eu e a jogávamos muito “Qual é a música” no Brasil. Vamos jogar esse? – disse e eu já empolguei, eu amo esse jogo muito e, agora vai ser interessante, porque a gente nunca jogou com músicas em inglês.
- Beleza! – falou e o resto do pessoal concordou.
Flashback Off.
Essa foi a melhor quinta feira da minha vida! Os meninos não trabalharam à tarde e a gente combinou de antecipar a ida à casa do . Aquele jogo foi tão comédia! Saía cada música que só de lembrar me faz gargalhar novamente. Eu vou sentir falta daquela felicidade toda que existia entre mim e o pessoal, que morreu nesse sábado.
- Acho melhor eu ir dormir se não eu vou chorar de novo, e eu prometi não chorar mais!
Capítulo. 06
When everything is going wrong
Quando tudo está dando errado
And things are just a little strange
E as coisas estão um pouco estranhas
It's been so long now you've forgotten how to smile
gora faz tanto tempo que você até esqueceu como sorrir
And overhead the skies are clear but it still seems to rain on you
E acima de você o céu está limpo, mas ainda parece chover em você
And your only friends all have better things to do
E todos os seus únicos amigos têm coisas melhores para fazer
- Mais que MERDA! – Eu gritei, depois de acordar com o despertador do celular tocando I’ll Be Ok. Nada mais irônico começar o dia ouvindo a voz do e escutar a música me dizer tudo que eu tinha certeza que teria que fazer, por mais difícil que fosse!
When you're down and lost
Quando você estiver pra baixo e perdido
And you need a helping hand
E precisar de uma mão pra ajudar
When you're down and lost along the way
Quando você estiver pra baixo e perdido no caminho
Oh just tell yourself
Oh, é só falar pra você mesmo
I'll, I'll be ok
Eu vou, eu vou ficar bem
Desliguei o despertador e encarei a porta se abrir com uma cara assustada me encarando. não parecia entender o porquê do grito.
- Que foi? – Eu disse coçando os olhos vendo ela ainda me encarar com as feições assustadas.
- Que foi? , você gritou em plena sete horas da manhã depois que o seu despertador tocou! Isso não é normal. – Ela falou colocando as mãos na cintura, provavelmente depois de ver a minha cara de “Você acha que eu estou ligando?”.
- , é serio! Por que você gritou amiga? – Ela perguntou sentando-se ao meu lado na cama.
- Simplesmente porque eu me esqueci de trocar a porra da música do despertador! ACORDAR COM A MERDA DA MUSICA DO MCFLY ME FEZ GRITAR ENTENDEU AGORA?! – Eu gritei, mas é claro que não precisava disso e eu vi a respirar fundo vendo que a minha declaração explicava tudo.
- Já entendi, mas você não precisa descontar em mim, tá? Nem descontar no resto dos meninos que não tem nada a ver com isso! – Ela disse me abraçando e eu retribuí, quase demonstrando o meu pedido de desculpas.
- Desculpa amiga. Eu vou trocar logo a música pra não ter próxima vez, ok?
- Faz isso e se arruma logo! – Ela disse me soltando e indo pra porta do quarto. - É O PRIMEIRO DIA DE AULA, ESQUECEU? – Ela gritou depois que saiu.
- COMO EU PODERIA ESQUECER? FOI PRA ISSO QUE A GENTE VEIO PRA CÁ LEMBRA? – Eu gritei já indo tomar meu banho.
No meu pensamento o que eu tinha acabado de dizer não fazia sentido algum e, provavelmente, a também está pensando isso, pois os motivos maiores pra que eu pudesse tomar a decisão de vir pra aqui eram os meninos, o McFly, o ... PAROU! Pode parar ai consciência porque eu não estou a fim de chegar à minha escola nova com a mesma deprê de ontem não!
- Banho! Um banho bem quentinho vai livrar a minha cabeça desses pensamentos.
POV:
A tá, ela finge que me engana! Tenho certeza que nem ela acredita no que disse agora á pouco pra mim. Ai, porque a minha amiga tem que sofrer tanto? Ela uma pessoa tão boa, quer sempre agradar todo mundo! Deus, eu posso estar enganada, mas acho que o Senhor é tão injusto com a . Eu espero mesmo estar enganada! Eu sei que o Senhor está preparando algo bom pra ela, algo definitivo, tenho certeza, pois eu confio em ti!
- É melhor eu preparar o café da manhã enquanto ela toma banho.
Parece que eu adivinhei porque foi só eu acabar de preparar o café, a entrou na cozinha, sorrindo.
- Bom dia flor do dia! Agora eu to mais calma! – Ela disse me abraçando e me fazendo estranhar toda a alegria que ela me transpareceu. Parecia mais algo ensaiado, eu tô até um pouco assustada, mas vou fingir que estou acreditando nessa cena.
- Que ótimo amiga! Parece mesmo que você está melhor, mas agora vamos tomar logo nosso café da manhã pra gente não se atrasar. – Eu falei depois me soltei dela e sentei-me a mesa.
- Tudo bem, mamãe! – Ela disse e nós não aguentamos caindo na risada.
Terminamos e fomos acabar de nos arrumar. Em mais ou menos 10 minutos já estávamos prontas e saindo de casa.
O percurso até á escola é muito rápido, não demora nem 10 minutos andando e eu e a fomos em silêncio, nenhuma palavra de ambos os lados, as palavras só surgiram quando nós avistamos a escola.
- Uau! Tem muita gente, ! – Ela disse já agarrando meu braço, bem típico da .
- Tem mesmo amiga, muita gente nova pra conhecer! – Eu falei também animada.
- De todos os lugares! – Ela quase gritou e eu dei um tapa de leve no braço dela que sorriu.
- É de todos os lugares mais você não precisa anunciar para o mundo a nossa chegada! – Eu disse já rindo junto dela, que estava gargalhando.
- Ok, ok. Vamos entrar e pegar nosso horário? – Ela falou já me puxando pra dentro. ela parece mais querer ver os alunos isso sim!
- Tá, vamos.
End POV.
A escola é ainda mais linda cheia de gente! Tantas pessoas diferentes, várias nacionalidades que eu estou ficando cada vez mais impressionada a cada passo que eu e a damos.
Direcionamo-nos á secretaria e pegamos nossos horários, os três primeiros seriam Literatura, Matemática e Inglês Geral.
- Eu pensei que aqui ficaria livre da Matemática! – Eu disse desapontada.
- Calma, amiga, aqui a gente estuda a Matemática base e você sabe que no inglês a gente acha tudo mais legal, não é? – falou tentando me animar, conseguindo como sempre.
Nós caminhamos pelo imenso prédio da escola subindo até o segundo andar, olhamos os números das salas procurando o numero 223, a sala de literatura.
- 221, 222... Ali! 223! – Eu disse encontrando a sala.
- Agora a pior parte... – disse fazendo uma careta.
- Vamos acabar logo com isso e entrar. – Eu disse baixo já encostada á porta. bufou, mas me seguiu.
- Com licença, podemos entrar? – Eu disse após bater levemente na porta, abrindo-a em seguida.
- São as novas alunas? – Um homem bonito de cabelos bem loiros e olhos azuis como o céu perguntou. Provavelmente ele é o professor, LINDO!
- Sim! – Foi a vez de a responder muito alegrinha por sinal. Pra alguém que não queria entrar na sala ela melhorou muito! Prendi o riso.
- Claro, podem entrar! e ? – Ele disse trocando nossos nomes e dizendo com certo sotaque, acho que esforçando pra dizer corretamente.
- Não! Eu sou a ! – disse sorrindo.
- E eu a . – Eu disse um pouco mais quieta já que foi agora que eu percebi que todas as atenções da sala estavam em cima de mim e da .
- Tudo bem, desculpem, meninas. Podem se sentar! – Ele disse muito carismático.
Eu e a olhamos pela sala para encontrar carteiras vazias, encontramos duas, mas o detalhe é: As cadeiras são duplas e as que estavam vazias eram uma do lado de um menino e outra ao lado de uma menina uma carteira depois.
me encarou e sorriu, não sei por que, e começou a andar em direção as carteiras vazias sentando ao lado da menina. Está explicado o porquê do sorriso! Eu bufei e me direcionei á carteira e sentei ao lado do menino.
O menino me olhou com aqueles olhos perfeitos! De um verde super claro! Melhor do que que me lembram uma certa pessoa que eu quero esquecer. O menino deu um sorriso discreto que eu retribuí meio envergonhada. Ouvi a conversar com a menina que estava ao seu lado e me lembrei: quando chegar em casa afogar ela na privada!
A aula de Literatura havia começado á uns 15 minutos e eu só conseguia pensar nesse menino do meu lado. Ele me parece perdido, com um dicionário escondido que parece ser do Brasil. Brasil? ELE É BRASILEIRO? Aff, agora eu vou ter que perguntar por que antes eu não queria, pois eu estava com vergonha e...
- Oi? – Escutei uma voz linda me interrompendo em um inglês com bastante sotaque.
- Oi! – Respondi baixo e com vergonha, ele sorriu envergonhado e leu algo no livro.
- Qual é o seu nome? – Ele disse bem pausadamente, tentando pronunciar corretamente. Provavelmente ele deve achar que eu já falo o inglês e que não entendo o Português, ele vai ter uma surpresa.
- Meu nome é e o seu? – Eu sussurrei em português e o vi abrir um pouco a boca, admirado. Sorri.
- Como você... ? – Ele não sabia o que dizer e eu sorri novamente.
- Sou brasileira e você ainda não respondeu a minha pergunta! – Eu disse ainda baixo, mas feliz por ele ter sorrido depois da minha resposta.
- Uau! Ah! Desculpe, eu me chamo Carlos, prazer em te conhecer! – Ele disse sorrindo e envergonhado.
- O prazer é meu Carlos. – Eu disse e abaixei a cabeça, voltando a olhar para o professor.
O professor bonitão que se chama Charlie continuou explicando a matéria enquanto eu e o Carlos não falamos mais nada. Prestamos atenção ao resto da aula de Literatura até o sinal soar.
- Qual é a sua próxima aula? – Carlos me perguntou depois que eu levantei com as minhas coisas em mãos.
- Matemática! – Respondi fazendo careta. Quando ele ia responder a nos interrompe.
- Oi, amiga, quem é ele? – Curiosa como sempre. Eu ri.
- , esse é o Carlos, ele é brasileiro também! – Eu disse e a abriu um sorriso malicioso enquanto o Carlos também sorria, tentando entender o que estávamos dizendo.
- Carlos, esse é a , ou só . – Eu disse em português para facilitar pra ele. Ele sorriu e pegou na mão da .
- Prazer em conhecê-la. – Ele disse rindo e depois se virou para mim.
- Parece que as nossas aulas são as mesmas! – Ele disse ainda em português.
- Então vamos pra sala de matemática, mas você tem que tentar falar em inglês se não, vai ser complicado você aprender. Eu sei que é difícil, mas eu vou ajudar você, ok? – Eu disse já andando com o Carlos ao meu lado, a , e a menina que senta do lado dela que eu ainda não sei o nome.
- Tudo bem, obrigado, ! – Ele disse já em inglês. Eu sorri.
- Muito bem! Até que o seu inglês não é ruim sabia? E até eu fico em duvida com muita coisa! – Eu falei e vi a prender o riso. Nem vou imaginar o que ela deve estar pesando.
- , eu me esqueci de te apresentar a Melissa! Melissa essa é a e o Carlos.
- Oi, Melissa, desculpa a minha amiga, ela é meio lesada mesmo! – Eu gargalhei depois disso e o Carlos e a Melissa me acompanharam. script>document.write(Paulinha) bufou.
- Oi, , Carlos. – Carlos acenou pra ela envergonhado também, acho que ele está com medo de errar a pronúncia.
- Ah! Pessoal, me chamem de ok? – Eu disse sorrindo enquanto nós descíamos as escadas.
- Ok! – Disseram o Carlos e a Melissa juntos.
- Onde é a sala? – perguntou olhando para os lados no corredor do primeiro andar.
- É logo ali na frente! Número 142. – Melissa respondeu.
- Você é de onde, Melissa? – Eu perguntei.
- Sou da Irlanda, mas me chamem de Mel. – Ela disse sorridente. A Melissa é loirinha com os olhos super verdes, branca e seus cabelos são enrolados nas pontas, ela parece mais uma boneca Barbie ou uma patricinha daquelas nojentas, mas ao contrário, ela é um amor de pessoa, super simpática! Ela me lembra muito a .
- Tudo bem, Mel, você sabia que o ‘mel’ no nosso país significa: O doce que as abelhas produzem? – Eu disse e a e o Carlos sorriram com a coincidência.
- É mesmo Melissa! Você é uma pessoa tão doce que até seu nome diz isso no português! – disse sorridente abraçando a Melissa que ficou vermelha.
- , pessoal, eu nem sabia disso! – Ela disse ainda envergonhada parando na frente de uma porta do corredor.
- Nossa sala? – Carlos perguntou.
- É sim! – Ela respondeu.
- Então vamos entrar e enfrentar a dura Matemática! – Eu disse sarcástica puxando todo mundo pra dentro da sala, que entraram gargalhando.
A aula de matemática foi até muito legal, tinha outro professor não tão bonitão como o Charlie de Literatura, mas era muito mais simpático e engraçado! O nome do professor de cabelos pretos, olhos cor de mel e uma boca maravilhosa era Kevin e ele vem dos Estados Unidos da América! Literalmente há uma grande diversidade de culturas nesse colégio!
Eu, a , o Carlos e a Mel, resolvemos fazer rodízio nas aulas. Já que eram as mesmas nos três primeiros horários, combinamos que: Na aula de Literatura iria ficar eu e o Carlos, e a Mel. Na aula de Matemática ia ficar eu e a Mel, e o Carlos. E na aula de Inglês Geral ia ficar eu e a , o Carlos e a Mel.
Veio o intervalo depois da interessante aula de inglês geral. Geral mesmo, pois só nessa aula a gente estudou Geografia, História e Física! Claro que foram somente as teorias principais. Fomos até a enorme cantina da escola e eu, a , o Carlos e a Mel, nos encaminhamos até a área da lanchonete. Minha boca abriu e eu não fui a única não! Só a Mel que não se impressionou porque ela já está na escola há uma semana.
- Caramba quanta comida! – disse olhando a ‘vitrine’.
- É tudo de graça mesmo? – Eu disse assustada.
- Tudinho! – Mel disse com um enorme sorriso.
- E é gostosa a comida, Mel? – Carlos perguntou já de olho em alguma coisa.
- Eu ainda não tive tempo de comer de tudo, mas as que eu comi... Vocês vão ver! Escolham! – Mel disse já pegando o seu prato.
- Ah Mel, dá uma dica ai, vai? – Eu fiz a carinha de cachorro pidão.
- Ok! Esse aqui é uma delícia! E esse também... – A Melissa foi apontando os que ela já comeu e nós fomos escolhendo nossos pratos.
Depois da melhor hora do dia acabar, no caso o lanche, restava agora saber qual seria a próxima aula.
- E aí qual é? – me perguntou e eu olhei no papel que dizia: 4º e 5º horários, aulas de arte.
- Aqui diz aulas de arte. Como assim, Mel? – Eu perguntei.
- Eu particularmente adoro essa parte! Bom, a gente vai ao segundo prédio e vocês vão se inscrever em aulas específicas. Tem de tudo, de esportes ás aulas de teatro! – Ela disse gesticulando e puxando a gente para o pátio que dá acesso ao segundo prédio.
- Ah! Então foi isso que a supervisora disse quando a gente chegou, ! – disse tentando acompanhar a Mel.
- É mesmo! Quem bom e são as duas ultimas aulas! Eu vou fazer aulas de piano! – Eu disse sorridente e dando pulinhos idiotas como eu sempre faço quando estou muito empolgada com algo!
- Podem ser feitas quantas aulas, Mel? – a perguntou.
- No máximo duas aulas diferentes, pois são somente dois horários. – Ela disse sorridente já entrando no segundo prédio.
- Eu vou fazer aula de dança e piano! – Eu falei mais empolgada ainda.
- Eu vou fazer de dança e vôlei! Tem vôlei, não é, Mel? - disse.
- Tem sim ! – Mel disse já entrando em uma sala que parecia a supervisão, onde se faz as inscrições.
- Você vai fazer o que, Carlos? – Eu perguntei para o Carlos que estava muito calado, tentando entender o que dizíamos.
- Eu? Hm, acho que vou fazer basquete e dança. – Esse último ele disse bem baixo.
- Que foi? Vergonha de dizer que vai fazer aula de dança? – Eu perguntei e vi-o ficar vermelho, balançando a cabeça em sinal de confirmação.
- Deixa de besteira, Carlos! Não tem problema nenhum homem dançar! Esses preconceitos são só no Brasil! Ainda mais que você vai estar comigo e com a na aula. – Eu disse sorrindo tentando fazê-lo melhorar as feições envergonhadas.
- E eu também! Meus cursos são dança e teatro! – Mel disse bem alegre.
- Oba, todo mundo junto em dança! GOSTEI! – como sempre escandalosa gritou dentro da sala da supervisão. Eu dei nela um tapa de leve e recebi um “ai ” em resposta. Todos nós sorrimos.
- Oi, eles vieram fazer a inscrição para as aulas de arte. Alunos novos. – Melissa disse apontando pra gente que ainda conversávamos animados.
- Tudo bem! Quem vai ser o primeiro a se inscrever? – A moça simpática ruiva de olhos perguntou.
- EU! – já foi correndo pra mesa da moça gritando. Lado escandaloso atacando novamente. A Melissa gargalhou com a cena e a olhou pra mim. Eu cruzei meus braços.
- Que foi? – Ela perguntou como se não soubesse.
- Nem comento essa cena sua mocinha! Fazendo-me passar vergonha em publico logo no primeiro dia de aula! OMG! – Eu disse já gargalhando e todos no local me acompanharam.
- Ok, amiga, desculpe! Voltando as inscrições, eu quero Vôlei e Dança! – Ela disse empolgada para a moça que sorriu.
- Já veio decidida, não é? – Ela disse fazendo a inscrição da no PC.
- Lógico! – Ela sorriu e saiu de perto da mesa.
- Eu vou agora. – Eu disse, já imaginando que o Carlos ficaria com vergonha de ir. Ele me olhou e sorriu de leve.
- E você já sabe o que quer? – A moça me perguntou.
- Sim! Eu quero Dança e Piano! – Eu disse sorridente.
- Tudo bem, o próximo! – Ela falou e o Carlos se aproximou devagar, vergonhoso. Ele é fofo demais, mas Brasileiros vergonhosos são os piores! Eu é que sei. Conheci vários! Sorri de leve.
- Suponho que você também já sabe, não é? – Ela disse sorrindo para o Carlos que retribuiu concordando com a cabeça.
- Quero basquete e dança. – Ele disse até melhor a palavra dança, não me parecia ter mais vergonha ou disfarçou bem!
- Ok! Todos estão devidamente inscritos, podem se dirigir as aulas. – A moça falou apontando os corredores e a Mel se dirigiu até eles, enquanto nós a acompanhávamos.
Chegamos ao segundo andar do prédio onde já se podiam escutar barulhos variados de instrumentos, pessoas cantando, entre outras coisas. A Melissa parou na frente de uma porta que dizia: ‘Dança’.
- Essa é a nossa sala! Nós vamos fazer ela primeiro ou vamos fazer no óltimo horário? – A Melissa perguntou parada de frente para nós. Olhamo-nos tentando achar uma resposta.
- Mel, que horário que você faz aula de dança? – perguntou.
- Eu faço geralmente no ultimo. – Ela respondeu.
- Então nós também vamos fazer no último! – Eu disse sorridente e todos concordaram com a cabeça.
- Ok, então! Bom, Carlos e , vocês que vão fazer esportes desçam aquelas escadas ali pra chegar até as quadras. sua sala é logo ali na frente, está escrito ‘piano’ na porta! – Mel disse gesticulando e apontando com as mãos para os lugares que ela estava falando.
- Obrigada, Mel! – Eu, e Carlos dissemos. Nos despedimos e cada um foi para a sua aula específica.
- De nada gente! Nos vemos daqui a pouco! – Ela disse indo até a sua sala e entrando.
Caminhei pelo corredor e localizei a porta da sala onde continha ‘Piano’ escrito. Entrei um pouco nervosa sem saber o que eu encontraria, me impressionei quando vi a enorme sala. Como é grande esse lugar, pelo que eu contei são nove pianos maravilhosos! OMG, só pode ser um sonho mesmo!
- Oi, aluna nova? – Uma mocinha morena de olhos castanhos me perguntou.
- Sim. – Eu disse sorridente.
- Me acompanhe que eu vou encaminhar você até o seu professor. – Ela disse andando e eu acompanhei. Ela parou ao lado de um rapaz, rapaz mesmo porque ele deve ter uns 30 anos.
- Oi, Jared, essa é uma nova aluna que se chama... – Ela disse apontando pra mim e eu me apressei em responder.
- Me chamo , . – Disse simpática e ele estendeu a mão em minha direção que eu, claro, peguei.
- Fez uma excelente escolha , piano é algo fascinante, você verá! – Ele disse com um sorriso maravilhoso no rosto e, quando eu digo maravilhoso é porque é MUITO maravilhoso!
- Obrigada. – Eu respondi simplesmente.
- Bom agora que você já está com o seu professor eu vou me retirar. – A moça disse.
- Hey espera! Você não disse o seu nome! – Eu falei impedindo a ida dela.
- Ah sim! Desculpe-me. Me chamo Isabella, mas chama de Bella, ok? – Ela disse voltando e estendendo a mão para mim. Sorri.
- Ok Bella, me chama de ! – Eu disse pegando na mão dela.
- Okm , agora eu vou mesmo. Tchau. – Ela disse se afastando e acenando.
- Vamos à aula então? – O professor lindo e com o sorriso mais maravilhoso do mundo todo me perguntou. Ele tem o cabelo lisinho e arrepiado naturalmente, seus olhos dependendo da luz, pode ser verde ou azul. Além do sorriso maravilhoso!
- Tudo bem.
O sinal soou e eu estava até indo muito bem para uma iniciante. Não sou eu que estou dizendo não é o professor lindo que disse isso! Despedi-me do professor e da Bella e fui me encontrar com o pessoal.
Avistei a Melissa vindo em minha direção, sorridente.
- E ai ? A sua aula foi boa? Gostou? O professor é o bonitão não é? – Ela dizia tudo isso muito rápido e eu gargalhei.
- Calma, Mel, uma pergunta de cada vez. Sim a aula foi boa, sim eu gostei e sim o professor é MUITO bonitão. – Eu disse em meio à gargalhada e a Mel me acompanhou rindo também.
- Vamos lá atrás do Carlos e da ? – Ela me perguntou.
- Ir lá? Por quê?
- Bom, porque, obviamente, eles devem estar tomando uma ducha agora e se a gente não apressar eles nós vamos nos atrasar para a aula! – Ela dizia já me puxando pelo braço, indo em direção á escada que dava acesso às quadras.
- Ainda bem que tem os dez minutos a cada intervalo, se não, a gente se atrasaria para todas as aulas! – Ela disse ainda gargalhando quando nós chegamos às quadras.
- É verdade! – Eu disse agora acompanhando ela para o que seria o banheiro feminino.
- , você está aqui? – Mel disse, quer dizer, Mel gritou dentro do banheiro.
- Aqui, meninas! – gritou ao fundo e em seguida nós a vimos abrir a porta do Box, enrolada em uma toalha.
- Amiga arruma logo pra gente ir pra aula de dança! – Eu disse meio que jogando as roupas dela em cima da cabeça dela.
- Tudo bem! Eu tenho ainda cinco minutos! Porque vocês não vão chamar o Carlos hein? – Ela disse ironicamente, vestindo as roupas.
- Ah é claro! Olha eu lá entrando no banheiro masculino gritando: ‘Carlos anda logo ai no banho’, você jura né? – Eu disse sarcasticamente e depois cai na risada fazendo as meninas me acompanharem.
- Eu vou pra porta do banheiro masculino esperar ele ta? – Mel disse saindo do banheiro.
- Eu acho que a Melissa gosta do Carlos. – Eu cochichei para a que sorriu de leve e fez que sim com a cabeça.
- Mas eu acho que o Carlos gosta de você! – Ela falou apontando para mim já penteando os cabelos.
- Tá maluca,
? Claro que não, ele não gosta de mim não! – Eu disse mexendo a cabeça freneticamente, negando. Ela gargalhou.
- Então tá, senhora ‘arraso os corações no primeiro olhar’, depois você me conta, viu? – Ela disse isso pegando a bolsa e me deixando sozinha no banheiro. Eu estou tentando assimilar a idéia. Será que o Carlos falou algo pra ela? Aff chega consciência, nada de relacionamentos! Já basta o tanto que eu já sofri!
Sai do banheiro e encontrei a vindo junto do Carlos e da Melissa, eles sorriram e eu sorri junto acompanhando os passos em direção ás escadas.
- Agora a melhor parte! – Mel disse saltitante já parada á porta da sala.
- Porque melhor parte? – Carlos perguntou.
- Porque a aula de dança é a melhor! Teatro nem chega aos pés! – Ela disse abrindo a porta.
- Então vamos nessa! – disse entrando com a Mel. O Carlos me encarou com um sorriso meio assustado que eu retribuí com um acolhedor.
- Você vai se sair bem! – Eu disse baixo, perto do ouvido dele. Ele sorriu e concordou com a cabeça.
- Bom dia pessoal! – Uma mulher ruiva falou assim que eu e o Carlos entramos na sala. e a Melissa nos chamaram para onde elas estavam.
- Bom dia Sra. Rodriguez. – Os alunos que estavam lá disseram, provavelmente já tem aula com ela há algum tempo.
- Sra. Rodriguez? Ela é de onde? – Eu cochichei para a Mel e a e o Carlos ficaram atentos á resposta também.
- Ela nasceu no México, mas ela mora aqui desde pequena. – Mel disse sorrindo e nós voltamos nossa atenção á professora.
- Novos alunos? – Ela perguntou e a Mel fez sinal para que nós levantássemos as mãos. Levantamos em seguida com certa vergonha que acabou logo depois de ver tantos alunos novos na sala.
- Muito bem! Sejam bem vindos! Vamos às apresentações da aula passada, vocês que são novos só irão observar ao meu lado pra que eu possa mostrar á vocês um pouco dos passos e regras da dança da semana, no caso Valsa. Tudo bem pra vocês? – Ela perguntou se aproximando da gente e trazendo com ela os outros alunos novos.
- Tudo bem professora. – Dissemos todos juntos. ela sorriu e nos colocou em um lugar apropriado para que nós pudéssemos assistir as apresentações de Valsa. Eu queria tanto aprender a Valsa! ara que ainda tenha aula.
A Melissa se despediu da gente e levantou indo em direção para o que seria o vestiário, mas ela nem falou pra gente que ia apresentar! Vai ver ela estava com vergonha.
- A Mel nem disse que ia apresentar hoje. – disse meio indignada, como sempre ela pensou o mesmo que eu. Minha Best parece demais comigo, eu até estranho ás vezes.
- Eu pensei nisso agora, vai ver ela estava com vergonha. – Eu falei meio que cochichando porque a professora começou a dizer algo sobre a Valsa.
Encerrada a apresentação que, por sinal, foi muito linda. Principalmente a Mel, ela ficou muito graciosa no vestido de Valsa.
Ficamos eu, a e o Carlos, esperando a Mel se trocar pra gente poder se despedir, finalmente a gente ia pra casa depois do primeiro dia de aula.
- Podemos ir, gente! – Ela disse sorridente andando até a porta.
- Melissa você dança muito bem! – O Carlos disse deixando a Mel, que é branquinha super vermelha de vergonha.
- É mesmo, Mel, e aquele vestido é maravilhoso! – disse e a Mel sorriu.
- Que nada gente, obrigada! Mas o que vocês vão fazer agora? – Ela perguntou tentando mudar de assunto.
- Eu e a temos que almoçar para ir trabalhar. – Eu falei fazendo uma leve careta e a concordou com a cabeça.
- Eu vou trabalhar também, só que com o meu tio que mora aqui. – O Carlos falou.
- Ah! Então a gente só vai se encontrar na escola? Seria tão legal a gente sair e fazer uma farrinha por Londres! – Mel disse bem animada. Nem parece que ela é festeira assim, com aquela carinha angelical ela engana mesmo.
- Bom, vocês podem ir lá pra casa, quer dizer, pra republica onde eu moro. Vai ter uma festa lá hoje á noite, aniversário do Paul. Ele é da nossa sala também e parece que a escola toda vai estar lá hoje!
- Oba! Mais onde você mora, Carlos? – Eu perguntei. To interessada mesmo porque provavelmente os meninos vão lá pra casa hoje e eu tenho que dar um jeito de não estar lá! Não to preparada pra isso ainda.
- Ah! Eu moro aqui perto da escola, duas quadras mais ou menos, e você? – Ele me perguntou curioso.
- A gente mora bem perto! Nossa casa é mais ou menos uma quadra né ? – Eu disse apontando pra ela que estava distraída no pátio, vendo uns meninos maravilhosos passarem. Eu dei um tapa nela pra ela poder voltar a realidade.
- Ai! Que foi? – Ela disse franzindo a testa enquanto a Mel e o Carlos gargalhavam.
- Você não toma vergonha não? Fica ai olhando esses meninos lindos ai e nem escuta eu falar com você! – Eu disse gargalhando também. Acho melhor não citar o , vai que a Mel é fã do McFly ai a gente ia sofrer um monte de perguntas. Mas se o visse essa cena, ela com certeza, apanharia dele! Mentira, ele não aguenta com ela.
- Ah amiga desculpa, o que você falou? – Ela fez aquela carinha de criança quando apronta e quer dar um calote na mãe.
- Que nós moramos a uma quadra daqui.
- É sim, não demora mais de dez minutos andando. – Ela falou e eu concordei com a cabeça.
- E você, Mel? – perguntou.
- Eu moro um pouquinho mais longe, mas meu pai me leva lá. – Ela disse sorridente.
- Então todo mundo vai? – Carlos perguntou.
- A gente confirma mais tarde, pega ai nossos telefones. – Eu disse.
Depois de nós trocarmos os telefones, cada um foi para o seu lado.
Eu e a chegamos em casa e a primeira coisa que nós fizemos foi dividir as tarefas.
- Quem faz almoço hoje? – Eu perguntei do meu quarto. (lê-se gritei).
- Pode ser você, eu arrumo a cozinha. – Ela falou entrando no meu quarto.
- Tá bom, ainda bem que a gente tem duas horas e meia. – Eu disse pegando minha toalha.
- É mesmo, me deixa tomar banho primeiro? – Ela perguntou.
- Por quê? Você também tem seu banheiro esqueceu?
- Eu tenho, mas alguém tem que atender telefone e atender a porta né? – Ela disse como se fosse obvio.
- Você chamou alguém pra vir aqui? – Eu perguntei assustada, só me faltava ela chamar os meninos pra vir almoçar.
- Não, mas acho que o vai me ligar. – Ela disse sorridente.
- Tá bem então, mas eu acho que não quero falar com o . – Eu disse fazendo careta e sentando na cama.
- Amiga, eu não vou demorar no banho! Talvez ele nem ligue agora, talvez ele ligue quando eu acabar. – Ela fez aquela cara meio que dizendo ‘você não pode pensar assim’ e eu resolvi não dizer mais nada.
- Ok, vai logo então. – Eu disse sorrindo.
- Fica com o celular, vai ver ele liga pra ele. – Ela disse me dando o celular e saindo do quarto em seguida.
Olhei no visor do celular dela e vi uma foto nossa, a foto que a gente tirou na casa do , estavam na foto o , eu do lado dele, do meu lado o , o do lado dele, a do lado do e o ao lado da . Todos bem juntos, sorridentes, felizes. Senti meu olho encher de água ao ver como eu estava bem ao lado do , ele segurava a minha mão. Lembro-me bem desse momento.
Flashback On.
- Vamos tirar fotos, gente? – Eu disse com a câmera do em mãos enquanto todo mundo atacava as pizzas que estavam na mesa da cozinha.
- Foto? Ah não! Eu nem arrumei o meu cabelo, ! – disse indignada com o meu comentário porque os meninos gostaram da ideia da foto.
- Quê isso, , você está linda assim. – disse acho que sem perceber e a abriu um sorriso enorme toda envergonhada e todo mundo começou com as brincadeirinhas do tipo ‘Huu’,’Isso vai dar namoro hein?’ e ‘Que fofura’.
- Então tá, gente vamos parar de zoar os dois e vamos tirar as fotos! – Eu disse chamando todo mundo pra perto do lindo quintal da casa do .
- Isso! Vamos todo mundo pra perto das lindas flores! – disse com uma voz tão gay, mais tão gay que eu gargalhei alto. O voltou a ser o gay de sempre e correu para o lado do , os dois pararam perto das flores e começaram a fazer declarações de amor um para o outro.
- Que nojo seus veados! Da pra parar? – O disse rindo, entrando no meio dos dois.
- Ai, , ‘amoreco’ eu sei que você está com ciúmes! Vem aqui vem! – O disse abraçando o e fazendo biquinho, já o fechou a cara fingindo ciúmes dos dois, eu novamente, gargalhei alto e o veio para o meu lado gargalhando também.
- , amor da minha vida pacata, vem aqui também! Tem lugar para os dois no meu coraçãozinho! – O disse abraçando os dois que pularam em cima dele, caindo no gramado do quintal. Eu me aprontei em tirar fotos das cenas, que ficaram lindas, por sinal.
- você tem talento pra fotos sabia? – disse vendo as fotos que eu tinha tirado enquanto os meninos levantavam do chão, cheios de folhas e terra.
- Obrigada, , se você diz... – Eu disse sorridente já pegando a máquina de volta pra começar a cessão fotos.
- Vamos tirar as fotos ou não? – Eu gritei para o pessoal que concordaram com a cabeça.
- Oi gente, chegamos! – Escutei a voz da Mary vindo da porta que dava acesso ao quintal.
- Mary, Rafa! Chegaram na melhor hora, estamos indo tirar fotos! – Eu falei pra elas apontando a maquina com as mãos, elas sorriram se dirigindo pra perto das flores onde os meninos estavam.
- Guys, juntem ai que eu vou tirar as fotos! Nada de palhaçada meninos! – Eles fizeram cara de ‘Claro mamãe’ com o maior sarcasmo possível.
- vem aqui tirar com eles, eu tiro a foto! – Mary disse pegando a câmera da minha mão e eu me dirigi pra perto dos meninos. O se apressou, se colocando ao meu lado e me abraçando, segurando minha mão, como sempre aproveitando da situação!
- Ficou linda essa! – Rafa falou olhando na câmera.
End Flashback
Foram tantas fotos lindas e engraçadas. E eu ainda as tenho no notebook, mas não consegui vê-las mais, depois do ocorrido.
Meus pensamentos como sempre, são interrompidos por algo, nesse caso o telefone de casa que está chamando.
- Alô? – Eu disse meio ofegante, pois eu corri pra atender na sala.
- ? – Escutei a vozinha do do outro lado da linha.
- Oi, !
POV.
- Oi, ! – disse com pouca animação ao ouvir minha voz. Olhei para os guys que pararam de jogar no X-Box e começaram a prestar atenção na conversa. As feições do me diziam pra eu colocar no viva-voz, coisa que eu fiz imediatamente fazendo sinal pra eles não falarem nada.
- Tudo bem com você, pequena? – Eu perguntei um pouco receoso.
- É, acho que tô sim e você, pequeno ? – Ela disse um pouco mais alegre e o sorriu com a reação dela.
- Eu tô bem, , meu beê ai? – Eu disse meio baixo tentando fazer os meninos não escutarem o apelido carinhoso que eu dei a , mas não adiantou muito. Quando eu olhei para os guys eles estavam olhando pra mim com uma cara que dizia ‘O que foi isso?’ ou estavam prendendo o riso pra não escutar.
- A sua ‘beê’ esta no banho, , ela falou que liga pra você quando sair. – A estava gargalhando e disse o apelido com um sarcasmo enorme. Hunf.
- Até você, ta rindo do apelido que eu dei pra ? – Eu fiz bico, como se ela pudesse ver. Os meninos gargalharam baixo, o enterrou a cara na almofada pra abafar o riso e o parecia um bobo apaixonado quando ouviu a risada da .
- Eu? Que isso, , não tô rindo não! – Ela disse tentando prender o riso. Essa pequena me paga mais tarde!
- Tá bem, vou fingir que acredito. – Falei e desviei do assunto - ? Como foi a aula hoje? Eu to com saudade de você pequena e acho que os meninos também. Acho não, tenho certeza.
Ela ficou muda por um momento, o que será que está passando naquela cabecinha? O rosto dos guys era apreensivo em relação ao silêncio dela.
- ?
- Hm, desculpa , me distrai! – Ela disse meio nervosa.
- Vai responder?
- Sobre a escola é difícil falar pelo telefone, são muitos detalhes, mas resumindo, foi muito legal. Sobre a saudade de vocês, eu prefiro não responder. – Eu olhei assustado para os meninos que não entenderam a resposta dela, na verdade nem eu entendi.
- Não tá com saudade da gente, ?
- Eu tô sim, . – Ela disse meio receosa.
- A tá, você me deu um susto agora, pequena! Achei que você tinha se esquecido da gente. – Eu disse com voz de bebê chorão que ela adora.
- Não, não me esqueci de vocês. – Ela disse e se calou, eu olhei para os meninos, já não sabia mais o que dizer pra ela, mas ela me interrompeu depois de um tempo.
- , eu vou desligar, ok? Tenho que fazer o almoço, se não a gente vai ter que comer comida congelada, de novo. – Ela disse sorrindo um pouco na parte da comida congelada. Com certeza nessa deprê dela a que estava fazendo o almoço e, pelo que eu a conheço, era só comida congelada, quando não era pizza.
- Tudo bem , bom trabalho pra você!
- Obrigado, pequeno . – Ela disse.
- Fala pra não se esquecer de me ligar.
- Ok! ?
- Diz, .
- Manda um beijo pro meu Pooh, tá? Diz que eu amo ele muito. E pro também. – O abriu um sorriso de orelha a orelha e o também, já o não mudou a expressão.
- Tudo bem. Pra mais alguém? – Eu tinha que perguntar, ela sabe bem de que ‘alguém’ eu estou falando e o entendeu na hora.
- Não, se tivesse eu teria dito antes. – Nossa essa eu não merecia! Mas também vai perguntar coisa idiota, .
- Quer dizer, tem sim, ! Pra Mary e a Rafa, se você ás vir diz que eu estou com saudades das duas!
Pronto! Agora ela vai matar o do coração! Eu olhei pra ele e o vi abaixar a cabeça com as mãos sobre os cabelos. Ele estava desesperado isso era lógico! O e o sentaram ao lado dele no sofá tentando confortá-lo.
- Tudo bem, , eu digo. – Eu falei simplesmente por não ter outra resposta, quer dizer eu tinha, mas claro que eu não vou chegar pra ela e dizer: ’Manda um beijo pro também!’ seria capaz de ela vir aqui só pra me bater e, de bônus, eu apanharia muito da também.
- Bom, então eu vou lá, beijo, pequeno . – O desânimo na voz dela era visível, não tem como ela disfarçar completamente a tristeza.
- Tchau, pequena.
End POV.
Depois de desligar o telefone eu escutei a gritar do quarto dela: ‘Era o , ?’ e eu respondi ‘Sim!’ sem muito ânimo. Não sei se o vai dizer ao que ele foi o único pra quem eu não me interessei em lembrar que existe, mas eu sei que o queria muito que fosse o contrário.
Para todos eles é fácil voltar a ficar de boa com o , mas pra mim não é tão simples.
- Amiga, pode ir tomar seu banho, eu começo a fazer o almoço pra você! – disse interrompendo meus pensamentos, como sempre, entrando no meu quarto.
- Ok, não se esquece de ligar para o pequeno ! – Eu disse entrando no meu banheiro.
- Claro que não! Vou ligar agora! – Ela disse animada.
- Ah! Ele te chama de ‘beê’ agora, é? – Eu disse colocando a cabeça pra fora da porta do banheiro em meio á muitas gargalhadas. fez careta, acho que por eu estar rindo do apelido.
- Chama sim e é muito fofo, viu, mocinha? Não ria do meu ! – Ela disse fingindo raiva, colocando as mãos na cintura. Eu quase poquei de tanto rir e ela acabou me acompanhando.
- Tá, sei, mas não se esquece de que vocês ainda não namoram, muito menos são casados. você não pode afirmar que o pequeno seja seu! – Eu disse zoando com ela que parou de rir na mesma hora, franzindo a testa. Segurei-me pra não gargalhar mais.
- Eu posso sim! ELE É MEU! TODO MEU! – Ela disse jogando o meu travesseiro em minha direção, eu desviei e comecei a gargalhar junto com ela. Eu já não sou certa da cabeça e ainda tenho uma amiga que é pior ainda, não da nada que presta pra variar!
- Ok! Você me assustou com essa voz de psicopata possessiva, vou dizer pro pra tomar cuidado com a sua pessoa! – Eu disse em meio ás gargalhadas que nós estávamos dando.
- Tá, vamos parar agora se não a gente se atrasa, mulher! Vai pro banho! – Ela falou pegando o travesseiro do chão e colocando no lugar ainda rindo. Eu concordei com a cabeça e entrei no banheiro novamente.
POV.
Peguei o telefone e disquei o número da casa do . Não tocou nem duas vezes.
- O,i pra quem quer que seja! – O atendeu ao telefone e eu gargalhei.
- Oi, , meu beê tá ai? – Eu disse cessando o riso.
- Vou chamar, , ele tá jogando no X-Box.
- Ok. – Eu escutei o gritar: ‘Cala a boca ai, dudes’ e depois de xingos ele disse: ‘É a no telefone beê’ com a voz super gay. Eu ri.
- Oi beê, tudo bem? – Meu lindo disse com a voz super fofa.
- Tudo, beê, e com você? – Eu disse.
- Tudo também, quer dizer, quase tudo. – Ele falou me deixando preocupada.
- O que aconteceu? – Minha voz pareceu até tremula.
- Vou colocar no viva-voz. – Ele disse simplesmente me deixando ainda mais nervosa. Eu já sou curiosa e ainda me fazem esse suspense todo.
- Diz ‘oi’ pros meninos beê. – Ele falou e eu ouvi gritinhos de ‘bêe’ ‘aiai’ com vozes gays como de costume. Eu sorri.
- O,i meninos, , e . – Eu disse o ultimo ainda com certa frieza na voz, pois não vai ser fácil de acostumar com o sofrimento que ele causou e ainda causa na minha amiga.
- Oi, . – Disseram juntos.
- Agora conta porque eu já tô nervosa! – Eu falei e os meninos riram do meu nervosismo, acho.
- Tá bem, beê vou resumir pra você, é sobre a conversa que eu tive com a hoje. – Xi, começou, tinha que ter a no meio.
Eu ainda tentava controlar a louca vontade de rir que estava crescendo dentro de mim depois que o me contou a tirada que a deu no sem saber.
- Guys, ela nem sabia que vocês estavam ai, pois ela não comentou nada comigo.
- Eu imaginei isso, , já que o não disse que a gente estava aqui, na verdade ele fingiu que estava conversando com ela no telefone normal. Ela nem percebeu o viva-voz. – falou e eu escutei um ‘verdade’ do .
- Mas você tem que admitir que foi estranho ela não querer comentar o dia dela, muito menos a saudade da gente. – falou meio indignado, pelo menos é o que parece.
- Foi sim, mas... – Eu parei de falar na hora que eu escutei a porta do banheiro se abrir.
Eu estava na cozinha deixando o arroz pronto já que era a única coisa que eu sei fazer certinho, além da comida congelada, mas a já tá enjoada da comida congelada que eu fiz. Nem sei por que, eu achei tão boa e nem deixei queimar, mas tudo bem, né?
Voltando... Eu to bem aqui conversando com o e escuto a porta do banheiro da se abrir, denunciando sua chegada à qualquer momento aqui na cozinha e eu tenho que encerrar a conversa antes que ela saiba.
- , a saiu do banheiro e eu tenho que parar de falar dela, ok? – Eu disse cochichando pra que ela não escutasse.
- Ah Beê, tudo bem. Vamos fazer assim: A gente continua a conversa à noite, quando a gente for pra ai! – Ele falou como se tivesse tido a melhor ideia do século. Se a tivesse escutado isso teria gargalhado como sempre.
- Tudo bem, beê! – Eu disse sorrindo.
- EU VOU TAMBÉM! QUERO VER MEU LEITÃO! – gritou, acho que tentando fazer com que meus tímpanos se estourassem!
- Ok , mas não precisa gritar pra fazer com que a escute! Por favor, fale baixo! – Eu disse cochichando novamente.
- Ops, desculpe, . – Ele falou e eu podia jurar que ele estava vermelho nesse momento de vergonha, com aquele jeito fofo dele.
- Tudo bem e... – Parei um pouco nervosa quando vi a entrar na cozinha e ir direto para o meu lado no fogão.
- Desculpa interromper amiga, pode ir pra lá conversar com o seu beê, eu vou terminar o seu... – Ela parou e abriu a panela fazendo uma pequena careta. – Arroz e fazer algo descente pra gente comer antes de ir trabalhar!
POV:
- , credo! Você é uma ingrata sabia? – falou fingindo estar chateada e eu escutei aquela gargalhada gostosa que só a sabe dar. Não pude conter um sorriso baixo.
- Eu também te amo, amiga! Agora vai logo, sai daqui e me deixa trabalhar! – Sua voz soava aos meus ouvidos como uma música, e eu não deixei de pensar em como eu fui idiota! Como eu pude fazer com que ela me odiasse?
- Bom eu vou desligar, beê, você vem mesmo à noite? – interrompeu meus pensamentos.
- Nós vamos! – Ele corrigiu olhando a gente confirmar com a cabeça.
- Ok! Beijo, beê, até mais tarde. – Começou os momentos melosidades. E eu tô reclamando por que mesmo? Ah, sei, é porque eu não tenho momentos de melosidades com a .
- Beijo. – Ele disse e depois desligou.
Como sempre o ficou com cara de bobo apaixonado. Ele sempre ficava assim depois de falar com a ao telefone. Eu me levantei lembrando que tinha que ir pra casa, é hoje que eu resolvo a minha vida!
- Vai onde, dude? – disse percebendo minha movimentação, enquanto e iam terminar a partida do FIFA no X-box.
- Vou pra casa, guys. - Dei um suspiro fundo – É hoje que a Vivian chega.
- Boa sorte, cara! – falou já sabendo bem do que se tratava e eu apenas assenti.
- Esteja aqui às sete horas. Pra gente poder ir à casa das meninas, ou você não vai? – disse já erguendo a sobrancelha mostrando sua dúvida. Antes que eu pudesse responder o disse:
- A não quer vê-lo nem pintado de ouro, não se esqueçam. – Ele disse sério me encarando logo depois. Eu só pude suspirar.
- Eu vou sim, tenho que enfrentá-la algum dia, né? – Falei já andando até a porta. e deram de ombros.
- Hey, ? Me faz um favor? – disse e eu assenti com a cabeça.
- Você bem que podia esculachar com a Vivian pra mim! Tipo que, ela é muito chata e enjoada e você vai terminar com ela mesmo, né? – Ele só pode estar brincado comigo! Serrei meus olhos mostrando minha indignação com aquele absurdo e ele apenas sorriu. - Ah , põe então uma câmera escondida pra eu poder ver tudo depois! Ela com certeza vai avançar pra cima de você querendo te matar! – Ele disse gargalhando e nós o acompanhamos. Ele era um grande idiota que fazia todo mundo rir, mesmo se não quisesse.
- Vai se foder, , não me enche! – Eu disse ainda não aguentando as risadas, e ele me mostrou o dedo do meio. - Eu vou mesmo agora, e , eu não vou gravar merda nenhuma! – Eu disse saindo da casa e eu ainda pude escutar as gargalhadas dos guys.
Cheguei em casa e ainda a encontrei vazia. Morar com a Vivian teve lá seus momentos bons, mas de uns tempos pra cá, foram só brigas atrás de brigas por ciúmes desnecessários por causa das fãs. Um absurdo na minha opinião já que foi a primeira coisa que eu disse a ela quando nós começamos a morar juntos. Que ela não poderia sentir ciúmes das minhas fãs porque isso estragaria a nossa relação totalmente. E eu acabei acertando! A nossa relação acabou por causa desse ciúme doentio.
Meus pensamentos foram interrompidos quando eu escutei o barulho de chaves na porta. É agora.
- Meu chuchuzinho! Que saudades de você, amor mais lindo de todo o mundo! – Ela falou largando a bolsa na porta ao me ver, correndo em seguida pra pular em cima de mim. Eu bufei, tentado tirá-la de cima de mim.
- O que foi? – Ela me olhou sem entender quando eu consegui finalmente afastá-la de mim. Eu sentei no sofá suspirando fundo.
- Acabou Vivian. Não adiantou esse mês distante para mudar a minha opinião em relação á isso. – Eu disse pausadamente pra que ela entendesse bem o que eu estava dizendo. Ela me olhou incrédula.
- VOCÊ SÓ PODE ESTAR BRINCANDO! – Como o disse, ela avançou pra cima de mim, me estapeando. Eu não senti nada, claro, com a fraqueza da Vivian.
- Não, não estou. – Ela continuou me batendo e eu estressei, me levantando bruscamente. – PARÁ COM ISSO E ME ESCUTA AGORA VIVIAN! – Ela me olhou com os olhos marejados, esbanjando fúria, ódio e tristeza ao me olhar.
- Você foi especial pra mim, mas como eu havia te avisado no começo do nosso namoro, o seu ciúme doentio acabou estragando a nossa relação. Estragando o que eu sentia por você.
- Mas você sempre voltava comigo , depois de tantas brigas. Eu ainda não entendo! – Ela começou a chorar descontroladamente e, eu não pude deixar de concordar mentalmente com o que ela disse. Se a não tivesse aparecido, eu jamais estaria terminando com a Vivian.
- Só que agora é diferente Vivian, eu tomei minha decisão e ela não vai mudar dessa vez! – Eu disse um pouco duro, pra que ela finalmente percebesse que eu não estava brincando dessa vez. Ela abaixou a cabeça e fitou o chão por alguns segundos e depois me olhou com feições mais furiosas que antes.
- QUEM É A VADIA? – Ela falou voltando a me bater.
- Você tá louca, mulher? Que vadia? – Eu falei ainda sem entender.
- QUEM É A VADIA QUE VOCÊ TA FICANDO AGORA, ME DIZ DESGRAÇADO! DIZ QUEM É, ANDA! – Será que ela ficou sabendo da ? Não, com certeza não! Ela deve estar dando um chute.
- Eu não estou com ninguém, Vivian, deixa de ser paranoica e aceita de uma vez que eu não quero mais ficar com você! – Falei tentando parecer calmo. Eu não estava mentindo já que a não estava comigo mesmo.
- EU NÃO VOU ACEITAR COISA NENHUMA! – Ela disse me empurrando em direção ao sofá. Eu agarrei os braços dela com uma força maior que o necessário.
- Sai da minha casa agora Vivian. – Falei com uma voz que até eu me assustaria. Ela me olhou ainda mais furiosa, soltou seus braços, foi em direção á porta e pegou suas malas. Antes de sair ela virou-se pra mim.
- Isso não vai ficar assim, ! Você ainda vai se arrastar, pedindo pra que eu volte com você! – Ela virou e fechou a porta com força. Não pude conter um sorriso depois do que ela falou. se arrastar por uma mulher? Ela só pode ser muito iludida!
End POV.
- Então depois a gente se encontra pra ir embora, amiga! – disse se despedindo de mim enquanto eu entrava na loja.
- Tudo bem amiga, você me liga pra gente lanchar juntas, tá? – Eu disse apontando pra ela que sorriu.
- Claro ai você vai comer na Starbucks depois de ‘séculos’! – Ela disse gargalhando e se afastando enquanto eu entrava na loja.
O trabalho aqui é meio corrido, mas depois que os meninos compraram aqui, eu ganhei a confiança plena do meu chefe Marvin.
Quando eu acabei de atender uma senhora muito simpática, me assustei ao escutar uma voz conhecida.
- ? – Carlos me olhava com um sorriso enorme no rosto, me fazendo sorrir também.
- Carlos! Veio fazer compras? – Eu disse animada indo atendê-lo. Ele estava com cara de não estar entendendo nada.
- Sim! É aqui que você trabalha então? – Ele disse ainda sorridente.
- Isso mesmo, e eu vou te atender agora! – Eu falei piscando pra ele que abriu ainda mais o sorriso, se é possível.
- Tudo bem então. Eu quero um presente para o Paul. – Ele falou olhando as vitrines.
- Ah! Alguma preferência? Camisa, sapatos, calças... - Eu fui citando e andando com ele até á área masculina da loja.
- Pensei em uma camisa, mas eu sou muito ruim pra escolher. – Ele falou fazendo uma leve careta.
- Tudo bem, eu ajudo você! Aproveito e escolho uma também. – Eu disse já pegando algumas camisas.
- Escolhe uma? – Ele me disse sem entender.
- Claro, ou você acha que eu vou à festa sem presente? – Eu disse e ele sorriu. Eu não estava pra festa, mas quando a me disse que os meninos iam lá pra casa hoje á noite eu pensei logo em ir! Não vou arriscar de ver os meninos e perder o meu ‘bom humor’ que foi tão difícil de conseguir.
Ajudei o Carlos a escolher uma camisa social muito linda, verde escuro com listras na vertical também em tom de verde claro. A que eu escolhi foi uma camisa social três quartos, vermelha, que o Carlos falou que ficariam bem no Paul que é bem branquinho, mais branco até que a Mel.
- Bom, então passo pra te buscar às sete horas, tudo bem? – Ele disse já com o pacote em mãos, saindo da loja.
- Tudo bem, estarei pronta! – Eu disse forçando um sorriso.
- A vai? – Ele disse parecendo se lembrar da só agora.
- Não! Ela vai receber visita lá em casa.
- Então tá. – Ele deu de ombros e acenou, se despedindo.
POV.
- Dudes, a Mary quer ir à sorveteria. Tenho que ir lá com ela, né? – Eu disse sorrindo, me levantando do sofá e pegando as chaves do carro.
- Beleza, dude, não esquece sete horas! – disse me lembrando da ida á casa das meninas.
- Não vou me esquecer! Tchau, seus gays! – Eu disse para o e o que se abraçaram em seguida, muito gays pra variar. Eu ri.
- Isso, vai mesmo! É bom que eu aproveito do meu pequeno aqui, sem vocês pra atrapalhar. – O disse pulando com o no sofá, fazendo gestos com a mão para que eu saísse logo. Se a visse isso o e o já tinham apanhado ali. Eu gargalhei e sai pela porta.
Mary saboreava seu sorvete animadamente enquanto eu ia pagar a conta.
Me assustei quando vi o James ali no balcão pegando um sorvete pra ele.
- E aí, dude? – Eu disse batendo nas costas dele, que quase caiu da cadeira com o susto que tomou.
- Oi, , seria bom você não me matar do coração quando quiser me cumprimentar. – Ele falou colocando a mão no peito e, logo depois, sorrindo.
- Como você tá, cara? – Eu perguntei enquanto pagava a conta.
- Eu tô legal cara, mas tô preocupado. – Ele fez uma expressão seria e eu franzi a testa.
- Com o quê? – Perguntei sentando ao lado dele no balcão.
- Com a ! Como ela está? – Tá explicado, sabia que tinha alguma coisa a ver com ela.
- Ah, dude, ela tá melhorando. – Eu disse respirando fundo. Pelo menos ela aparentava melhora.
- Eu fiquei preocupado com ela, me conta o que aconteceu. – Ele falou voltando suas atenções ao sorvete.
- Deixa eu só chamar a Mary ali, se não ela me mata se eu deixá-la lá sozinha. – Eu apontei para a mesa que a Mary estava.
- Vamos sentar lá com ela, então. – Ele disse se levantando e indo em direção á mesa. Eu o segui.
Depois de contar tudo que aconteceu o James me pareceu nervoso com a situação.
- O vacilou e muito com a . – Ele disse depois de um tempo calado.
- É sim. – Eu disse.
- Bom, eu vou indo, tenho que ir a uma festa de aniversário mais tarde e ainda nem sei que roupa usar! – Ele disse forçando um sorriso.
- É nós vamos também, a gente pretende ir mais tarde à casa das meninas. – Eu disse e a Mary concordou com a cabeça.
- , você pode me passar o celular da ? Já que eu não vou vê-la, queria ao menos ligar pra ela. – Ele disse com uma expressão tímida no rosto.
- Claro, anota ai Jimmy...
Passei o celular ao James e, logo em seguida, nós três saímos da sorveteria, indo para seus respectivos carros.
Imaginei se o James ia mesmo ter coragem de ligar pra ela. Acho que sim, já que ele aparentou muita preocupação.
ara que a fale com ele.
End POV.
Escutei meu celular tocar embaixo do balcão When Your Looking Like That do Westlife. Esse toque é pra números desconhecidos, quem será que está ligando?
Ainda bem que eu mudei todas as músicas dos toques do meu celular para o Westlife, pois se ainda estivesse com o McFly, eu tinha dado um grito histérico xingando o telefone por me lembrar do . e no meio do trabalho isso não seria algo muito bom.
Olhei o visor do celular e confirmei que não conhecia o numero. Atendi meio receosa.
- Oi?
- ? – Ouvi uma voz conhecida do outro lado, mas antes eu tinha que confirmar.
- Sim? – Falei fingindo não reconhecer a voz.
- É o James . Tudo bem com você? – Dúvidas confirmadas! Sabia que conhecia essa vozinha meiga.
- Oi, Jimmy! Eu tô bem e você? – Falei bem feliz por sinal, já que o James me deixou tão feliz na festa do . Ele me parece, vai dar muito certo comigo.
- Eu tô bem também. Tava preocupado com você sabia? – Pra variar ele devia saber da história.
- Não precisa se preocupar é sério, eu to legal! – Tentei parecer o mais convicta possível.
Depois de um bom tempo conversando com o James, vi uma cliente entrar na loja e resolvi encerrar o assunto.
- Jimmy, eu tenho que desligar. Entrou uma cliente aqui na loja.
- Tudo bem ! Eu também tenho que ir resolver com que roupa ir ao aniversário desse amigo meu mais tarde. – Ele disse e eu podia jurar vê-lo sorrir.
- Então depois a gente se fala e combina de sair Jimmy!
- Claro! Beijo, .
- Beijo, Jimmy, tchau. – Disse desligando e guardando meu celular no balcão, indo atender a cliente que chegou.
POV.
- E foi isso que aconteceu! – mal acabou de contar como foi o término do namoro com a Vivian e eu já estava sem ar de tanto rir, imaginando a cena.
- Cara bem que o disse que ela ia avançar em cima de você e avançou mesmo! - falou rindo comigo.
- Não é brincadeira seus sem sentimentos! – fingiu chateação e depois gargalhou conosco, com o rindo em seguida.
- E ai, guys? – Eu disse depois das crises de riso. – Vamos? – Falei já me dirigindo a porta. , Mary, , , Rafa, me seguiram depois que eu saí pela porta.
Entramos nos carros que iam todos em uma só direção, a casa da e da .
POV.
- Tem certeza que você não vai esperar eles chegarem? – Eu tentava novamente convencer a pra ver os meninos antes de sair, como nas outras vezes, ela recusou.
- Não mesmo, amiga! – Ela falou se olhando no espelho pela milésima vez. – Diz ai, eu tô bonita mesmo? – Ela fez uma carinha de criança dando uma voltinha. Eu ri.
- Claro que tá, já te disse mais de mil vezes amiga, você está maravilhosa! – E ela estava mesmo com aquela saia de cintura alta preta bem justa, mostrando as belas curvas da cintura e do quadril dela. Com uma blusa rosa tomara-que-caia por baixo da saia. Seu cabelo preso na metade atrás, deixando cair uns cachos. Seu scarpin preto mega alto que a deixava ainda mais elegante. Sua bolsinha de mão preta com detalhes em strass que ela ama e, pra finalizar, sua maquiagem arrebentando e seus acessórios dando um charme a mais na roupa. Como não dizer pra ela esperar os meninos? Eles têm que ver ela assim, ver como ela está melhor, e linda!
- Então eu vou indo, antes que os meninos cheguem, e o Carlos tá me esperando lá embaixo. – Ela falou me dando um abraço e pegando a chave dela.
- Não se esqueça de se divertir, e qualquer coisa, me liga ok? – Eu disse indo até a porta, por onde ela já havia passado e esperava o elevador.
- Tudo bem amiga! – Ela acenou e entrou assim que o elevador abriu.
POV.
- Hey, gente, aquela ali não é a ? – Ouvi dizer do banco de trás onde ele estava com a Rafa. Olhei na direção em que ele apontava depois de estacionar o carro. Não é que era a mesmo?
- Quem é aquele cara com ela ali em frente ao carro? – Rafa disse chegando para frente, tentando enxergar melhor.
Senti o se contorcer no banco ao meu lado quando ele viu a cumprimentar o cara com um abraço e, depois dele dizer algo pra ela e ela sorrir, ela dar a famosa ‘voltinha’ pra ele ver como ela estava vestida. Em seguida ele abriu a porta do carona pra ela e ela, me pareceu, nos reconheceu. Adivinhe o que ela fez? Fazendo o fechar as mãos em punho. Ela fingiu que não nos viu. Simples assim, fingindo que não nos conhece, ela saiu com o cara.
- É bom a ter uma explicação pra isso. – disse entredentes, parecendo que ia explodir a qualquer momento.
- Vamos subir, com certeza ela vai explicar isso. – Eu disse para acalmá-lo que, depois de uns segundos, me pareceu se acalmar.
End POV.
Depois de descer do elevador, avistei o Carlos parado, encostado no carro dele, muito lindo por sinal! Ele estava deslumbrante com aquela blusa social verde que realçava os olhos lindos que ele tem.
Ele sorriu lindamente pra mim quando me viu.
- Oi, Carlos! – Eu disse abraçando ele.
- Nossa, , você está ma.ra.vi.lho.sa. – Ele falou pausadamente como se tentasse não gaguejar e, eu sorri. Em seguida ele pegou em minha mão, me fazendo dar uma voltinha. Morri de vergonha com aquilo.
- Vamos? –Eu disse tentando disfarçar minha vergonha.
- Claro! – Ele disse dando um pulo em direção á porta do carona, abrindo ela em seguida pra que eu entrasse.
Nesse momento meu coração gelou.
Eu vi o carro do estacionado não muito longe, e percebi que eles olhavam pra mim, que ELE olhava pra mim. Pude sentir a tensão vinda do carro e acabei por deixar que minhas pernas bambeassem um pouco. Resolvi entrar logo - antes que eu caísse ali mesmo - fingindo não ter visto nada.
- Já está cheio de gente lá, até a Mel já chegou! – Carlos disse animado me tirando do transe em que meus olhos, corpo e pensamento se encontravam olhando aqueles olhos ao longe.
- Ótimo, vamos logo então, pois eu quero me divertir muito hoje! – Eu disse e ele sorriu, arrancando com o carro. Dei graças a Deus por não ter gaguejado nenhuma vez e tomei minha decisão. Vou aproveitar ao máximo o agora, já que talvez o amanhã nunca chegue!
POV.
Eu tentava controlar o meu ódio, mas estava meio impossível depois que a contou tudo que aconteceu no decorrer daquele dia. Como elas conheceram aquele cara, como ela acha que ele está gostando dela, como ela está dando a maior força pra que a dê uma chance se ele pedir.
- Calma, . – sussurrou para que somente eu ouvisse. Eu suspirei fundo, tentando me acalmar.
- E agora eu espero que ela esteja se divertindo na festa! – disse animada pela amiga. Eu devia estar feliz por ela também não é? Mas eu não consigo tirar da cabeça que ela me parecia tão frágil nos primeiros dias e, só de ir um dia para a escola, modificou drasticamente ao ponto de ir a uma festa em plena segunda-feira com um cara que ela mal conhece! Enquanto nós estamos aqui, nós que a conhecemos há mais tempo. Ok, ok, to parecendo um namorado largado, morrendo de ciúmes. Parei.
- Mas eu ainda juro que ela viu a gente! Tenho certeza, beê! – disse ainda abraçado á no sofá. Ela o olhou e sorriu.
- Vai ver ela não reconheceu vocês quando olhou. Você sabe bem que ela é ceguinha! – Ela disse dando um beijo no rosto dele.
- Agora eu tenho que dizer, aquele menino, Carlos, né? – confirmou com a cabeça á pergunta da Mary. – Ele é muito bonito! – Depois ela se virou para o que já estava com uma careta pra ela. – Com todo respeito, amor, mas não tinha como não reparar! – Ela falou apertando as bochechas dele e beijando o bico enorme que ele fez, fazendo todos gargalharem menos eu que ainda não estava com cabeça pra isso.
- Bom agora eu tenho que falar algo meio sério pra vocês! – Ela começou fazendo todos prestarem bastante atenção nas palavras dela e, eu mais ainda, só podendo ser algo com a .
- Fala, . É a ? – já tinha um ar mais preocupado.
- É, mas não precisam se preocupar tanto. – Nós a olhamos demonstrando a grande interrogação que nos rondava.
- Quinta-Feira é aniversário dela, é isso! – Ela falou já rindo pela cara de aliviados que nós fizemos! Então era aniversário dela, e ela vai fazer 20 anos. Dei um sorriso involuntário.
- Nessa quinta, ? – Rafa perguntou. Ela concordou balançando a cabeça alegremente.
- Eu pensei em fazer uma festa surpresa pra ela, mas vocês vão ter que me ajudar. – Pronto! Sabia que eu não iria poder participar, já que a me odeia como eu vou participar de uma festa pra ela? Vontade não me falta.
- Ótimo, ! Adorei a ideia! – disse sorridente. – Você já sabe como fazer pra despistá-la? – Ele perguntou.
- Já! – Ela disse e eu imaginei que já era hora de sair dali. Pra que participar da conversa se eu não vou estar na festa dela?
- Eu vou pra casa gente. – Falei me levantando e todo mundo me olhou com feições confusas.
- Por que, dude? – perguntou.
- Porque eu, provavelmente, não vou poder participar da festa da já que ela... Hun... Me odeia, neé – Eu disse meio sem jeito só de me lembrar disso. , pra minha surpresa, sorriu.
- Você faz parte do plano, ! Por mais que eu tenha pensado em não te colocar nele... – Ela dizia até ver o olhar do quase pedindo para ela não falar assim. – Mas não teve jeito! Para o plano ser perfeito ele tem que ter você no meio! – Eu sentei no sofá novamente abrindo levemente minha boca em surpresa pelo que ela disse. O que será esse plano tão perfeito?
- Conto logo, , porque até eu tô curioso pra saber desse plano! – disse fingindo só estar curioso agora. Tadinho nem sabe mentir direito, até a sabe que ele é o mais curioso da gente.
- Ok, ok. Bom eu pensei da gente fazer...
End POV.
- Olha ela ali ! – Carlos gritou por causa do som alto e apontou pra Mel, sentada no sofá da sala da república, que estava uma bagunça pela quantidade de gente, conversando com um rapaz bem mais branco que ela dos olhos muito . Com certeza é o aniversariante, Paul.
- ! – Ela disse depois de me ver se aproximar e levantou, me abraçando em seguida.
- Oi, Mel! – Eu disse depois que ela me soltou. – Você está linda! – Ela sorriu envergonhada.
- Você também está! – Eu sorri e senti a mão do Carlos no meu ombro.
- , esse é o aniversariante, Paul. – Ele disse levantando o amigo que estava com uma cara meio boba olhando pra mim. Cara acho que to começando a acreditar na . Eu devo estar arrasando corações de alguma forma porque eu não consigo explicar tantos olhares abobados ou safados em cima de mim.
- Oi Paul, feliz aniversário! Trouxe um presente pra você! – Eu disse entregando o presente e indo dar três beijinhos nele que, pra minha surpresa, me puxou para um abraço meio que tirando casquinha de mim.
Quando ele finalmente me soltou, o olhar do Carlos em cima dele não era um dos melhores não, mas eu acho que ele deve estar já um pouco ‘alto’ então nem liguei. Nem mesmo quando ele deu aquele sorriso safado de novo pra mim depois de se apresentar. Só continuei sorrindo, fingindo não perceber os olhos verdes do Carlos meio que em fúria nesse momento.
- Me deixa ir ali, tem um amigo meu chegando, mas não sumam não, pois eu já volto pra conversar com vocês, lindas! – Ele disse todo galante e pegou no meu queixo, mandando um beijo pra Mel em seguida e saiu, em direção á porta eu acho.
- Er... Desculpe por isso, meninas! Ele já bebeu um pouco demais. – Carlos disse fingindo estar envergonhado pelo amigo, mas seus olhos mostravam mais raiva do que isso.
- Tudo bem, Carlos. – Mel disse (lê-se gritou).
- Vem, vamos para o bar pra vocês tomarem algo. – Ele disse puxando nós duas pelas mãos. Eu olhei pra Mel a vendo corar com o toque dele. Sorri baixo.
- Ele deve estar se achando agora, com todo mundo o vendo passar com duas meninas lindas iguais á nós. – Eu cochichei no ouvido da Mel e ela gargalhou, concordando com a cabeça.
Depois de estarmos com nossas devidas bebidas, o Paul se aproximou de nós com um amigo. Eu tenho a impressão de já conhecer esse amigo dele.
- ? – O James parecia mais assustado que eu quando eu finalmente o vi de perto, reconhecendo-o.
- Jimmy! – Eu disse e ele veio me abraçar. - Então essa é a festa que você ia vir? – Falei depois que ele me soltou. Ele estava com um sorriso enorme.
- É essa mesmo, niver do meu amigo Paul! – Ele falou apontando para o Paul e, agora que a gente percebeu as caras estranhas deles, talvez porque a gente já se conhece.
- Er... De onde vocês se conhecem mesmo? – Paul falou depois de se recuperar do conhecimento entre mim e o James.
Eu olhei para o James pedindo com os olhos pra que ele não dissesse que foi pelo McFly. Eu prendi a respiração quando ele foi responder, mas acho que ele entendeu o recado.
- Conheci a em uma festa na casa de um amigo! As festas nos perseguem, né, ? – Ele piscou pra mim e eu soltei a respiração aliviada e concordei com a cabeça.
POV.
- Eu amei a ideia! – Rafa gritou do meu lado, me assustando.
- Ela vai ficar louca quando souber que é tudo por causa da festa! – falou ainda sorrindo, provavelmente imaginando a cara da .
- Ela vai é matar a gente! – disse me parecendo feliz por estar ajudando.
- Vai mesmo ! Ela vai me afogar na privada na primeira oportunidade, mas eu nem me importo! O importante é a surpresa dar certo! – falou se levantando e pegando uma agenda.
- Beê, vai anotar tudo agora? – perguntou vendo ela se sentar ao seu lado com a agenda e uma caneta.
- Claro, Beê! A gente não tem muito tempo pra organizar não. Tem tantas coisas pra ver, comprar, arrumar e... – Ela falava sem respirar de tão agitada.
- Calma, , respira! – Eu disse gargalhando e todos sorriram também.
- Vamos dividir as tarefas. – Ela falou começando.
End POV.
(N/A: Coloquem Reach Out da Hilary Duff feat The Prophet para tocar.)
- Vamos dançar, ? – James me perguntou fazendo uma carinha linda, com enormes segundas intenções. Quem disse que eu tô ligando? Não mesmo! Sorri e concordei com a cabeça.
- Vocês vêm? – Eu perguntei a Mel e o Carlos que estavam no bar. A Mel o olhou demonstrando o seu grande desejo que ele a convidasse.
- Se a Mel quiser dançar... – Falou meio envergonhado e depois olhou pra Mel que sorriu concordando.
Então seguimos todos para o meio da pista onde começou a tocar, agitando a multidão, Reach Outt da Hilary Duff feat The Prophet.
- O DJ é foda! Eu amo essa música! – Eu disse no ouvido do James enquanto a gente andava até o meio da pista.
- Bom saber, quero ver se você sabe dançar ela, mas tem que ser do jeitinho brasileiro. – Ele disse muito safado, me fazendo olhá-lo com uma cara de falsa indignação, mas depois eu ri.
- Vamos ver se você aguenta a pressão do jeitinho brasileiro! – Eu falei quando a gente parou, chegando bem pertinho da orelha dele, o vendo arrepiar.
Ele apenas gargalhou de um jeito mais safado ainda. Se for provocação que o pequeno James quer, é isso que eu vou dar a ele! De um jeito pior claro! Muito pior.
O James deu uma piscadinha pra mim que comecei a dançar.
Let's go. So bring your passport, girl.
Vamos lá. Então traz seu passaporte garota
I'm trying to show you the world.
Estou tentando te mostrar o mundo
I know your ex did you bad,
Eu sei seu ex te deixou má
But I'm your new perfect man.
Mas eu sou seu novo homem perfeito
Dignity where you stand.
Dignidade onde você está?
With just a touch of my hand.
Com apenas um toque de minha mão
I'm trying to show you my plan.
Estou tentando te mostrar meu plano
You got me, girl. I'm a fan.
Você me conquistou garota, sou seu fã.
Ele cantou a parte do rapaz me olhando, deixando a entender que o jogo só estava começando e eu, estou adorando curtir isso e esquecer tudo. Absolutamente TUDO.
From the minute that you walked right through the door,
Desde o minuto que você atravessou a porta
Thoughts were racing in my mind, time to explore.
Pensamentos corriam na minha mente, o tempo para explorar
I tell my friends that I just gotta have him.
Eu digo aos meus amigos que eu preciso tê-lo
But don't look now, 'cuz I see you staring at him.
Mas não olhe agora, porque eu vejo você de olhos nele
Tunnel vision had him locked on in my sight.
Na mesma hora minha visão o bloqueou na lateral
On a mission for position by the end of the night.
Uma missão para a situação até o fim da noite
It's like a prey playing games with the hunter
É como a caça brincando com o caçador
Nowhere to run, boy, time to surrender.
Não tem para onde correr garoto, é hora de se render
Ele pareceu amar a brincadeira das insinuações enquanto a música rola. Eta musiquinha, viu? Tinha que ser uma tão... Tão picante?
And all I need is to feel you.
E tudo que eu preciso é te sentir
All I want is to feel you.
Tudo que eu quero é te sentir
(Reach out and touch me)
(Se aproxime e me toque)
Before I go insane
Antes que eu vá à loucura
(Reach out and touch me)
(Se aproxime e me toque)
Boy don't you make me wait
Garoto não me faça esperar
I'm a diamond and you're so on the money.
Eu sou um diamante e você gosta tanto de dinheiro
(Reach out and touch me)
(Se aproxime e me toque)
And all I need is to feel you.
E tudo que eu preciso é te sentir
(Reach Out and touch me)
(Se aproxime e me toque)
O Jimmy empolgou com o refrão da musica, pois ele chegou mais perto de mim, até dançar colado em mim, sentindo a ‘pressão brasileira’. Suas mãos ainda eram um pouco respeitosas, parando apenas em minha cintura enquanto a gente dançava, mas os fungados no meu pescoço eram bem frequentes.
Like a prayer, your touch can take me there.
Como uma oração, seu toque consegue me levar às alturas
In my mind, you and me, in a secret affair.
Na minha mente, você e eu em um romance secreto
Oh, boy you're killing me and you don't even know it.
Oh garoto você está me matando e nem percebe
Tried to hold back, but I can't control it.
Tentei me segurar, mas eu não consigo controlar
So I'm stepping to ya.
Então eu vou passo a passo até você
Skip the "How ya doin'?"
Pulo o "Oi, tudo bem?"
Grab your hand, pull you closer to me, yea.
Agarro sua mão e te puxo pra mais perto de mim yeah
Out the door we're slipping.
Para longe da porta vamos
Then we start to kissing.
Daí começamos a nos beijar
Boy you're invited to my fanta-tasy.
E garoto você está convidado para minha fan-ta-ta-sia
O James tava que tava, com um fogo alto demais! E a música o ajudava e muito.
Ele chegou pertinho do meu ouvido me fazendo arrepiar.
- Que tal a gente fazer como diz a música? – Disse de um jeito muito sexy, mas eu só dei um sorrisinho, fingindo não ouvir, voltando a dançar. Ainda consegui escutar ele rir.
(Reach out and touch me)
(Se aproxime e me toque)
Before I go insane
Antes que eu vá à loucura
(Reach out and touch me)
(Se aproxime e me toque)
Boy don't you make me wait
Garoto não me faça esperar
I'm a diamond and you're so on the money.
Eu sou um diamante e você gosta tanto de dinheiro
(Reach out and touch me)
(Se aproxime e me toque)
And all I need is to feel you.
E tudo que eu preciso é te sentir
(Reach Out and touch me)
(Se aproxime e me toque)
Let's Go!
Vamos lá!
I'm here to play with fire.
Estou aqui para brincar com fogo
Your body's my desire.
Seu corpo é meu desejo
The time to flirt across the room doesn't expire
O tempo para ela atravessar o quarto não termina
'Cuz you a superstar.
Porque você é uma super estrela
Get in my supercar.
Entre no meu super carro
The paparazzi watchin' us the t-t-tube is on.
Os paparazzi nos assistindo, isso é tão estranho
I know I took it far, but look how good you are.
Eu sei, eu exagerei, mas olhe como você é excelente
And look how good you look.
E olhe como boa você é
One touch, I'm supercharged.
Um toque, eu estou super-carregado
Ele aproveitou a parte do homem e me fez ficar de frente pra ele. Eu somente disse no ouvido dele bem devagar.
- Tem certeza que você está aqui pra brincar com fogo? – Ele sorriu de um jeito malicioso e me olhou.
- Você não tem noção do quanto! – Eu me virei depois dessa, continuando a dançar sensualmente. Eu poderia me arrepender depois se não aproveitasse o ‘agora’ dessa festa e meu intuito foi o de aproveitar ao máximo antes de vir pra cá. Então eu me pergunto: Porque não?
Baby, can't you see how you're affecting me?
Baby você não consegue perceber como você está me afetando?
Baby, sensual, physical fantasy.
Baby fantasia sensual, corporal.
Maybe fate brought the two of us close and now,
Talvez seja o destino que trouxe esse encontro
Don't you wanna (4x)
Você não quer?
Não conseguimos nos concentrar mais no nosso joguinho de sedução. O James se aproximou ao ponto de eu poder sentir o nariz dele no meu. Olhou-me com um sorrisinho perverso e eu devolvi com um pior. Ficamos assim até a música acabar e podia ouvir somente os burburinhos das pessoas.
- Adorei a sua pressão brasileira, mas tá faltando um complemento pra ela ser ainda melhor. – Ele mordeu o lábio inferior e eu saquei logo do que ele estava falando, só que não tive tempo de responder, fomos interrompidos.
- Desculpa gente, mas agora eles vão fazer a ‘surpresa’ dos parabéns pro Paul, jogando o bolo nele e aquelas coisas bem sujas... – Carlos disse mais nervoso do que tudo. Não parecia ser por causa da ‘surpresa’ do Paul.
- Ah! Vamos pra lá então. – Eu disse e vi o James olhar pra mim com cara de quem não gostou da ideia, mas concordou depois que eu dei uma piscadinha básica pra ele. Acho que assim ele entendeu que aquilo fazia parte do jogo, o fazer ficar morrendo de desejo de me beijar.
POV.
- Bom, agora que tudo tá ok e separado, a gente vai embora, né, amor? – disse abraçando a Mary que concordou com a cabeça. – Já tá tarde!
- A gente também vai. – falou se levantando com a Rafa.
- Bom, eu que não vou ficar aqui velando o e a ! – levantou coçando a cabeça e o gargalhou do meu lado.
- Na verdade eu vou mandar o embora. – Eu disse e ele me olhou fazendo careta. – A deve chegar por agora e eu acho melhor você não estar aqui, beê.
- Por quê? – perguntou curioso.
- Por que eu quero saber tudo que aconteceu nessa festa e, se você estiver aqui, ela não vai querer contar. Ela vai fazer como tá fazendo desde aquela festa, vai entrar no quarto e fechar a porta sem me dizer nada! – Ele murchou a cara mostrando sua indignação por eu estar certa, se levantou em direção à porta.
- Você vai contar tudo amanhã, beê, eu quero saber dessa festa! – Ele disse quando eu o abracei em despedida.
- Tudo bem, eu vou contar pra todo mundo amanha, mas se a souber ela me mata! – Eu escondi meu rosto em seu pescoço, sentindo seu perfume que tanto me enlouquecia a cabeça.
- Ela não vai saber ! – falou me fazendo sair do meu estágio de enlouquecimento, olhando pra ele. – E diz pra desnaturada da que eu quero conversar com ela sobre esse tal de Carlos! – Ele fez uma cara de irmão mais velho, fazendo todos sorrirem, menos o .
- Ok, amanha á noite a gente se encontra na casa de quem? – Eu perguntei me soltando do , com certa dificuldade tenho que admitir.
- Pode ser na minha! – falou e todos concordaram.
- Então boa noite gente! – Eu disse encostada à porta do apartamento.
End POV.
- Coitadinho do Paul, ta todo melado de bolo! – Mel dizia enquanto a gente se afastava da grande lambança que os meninos tavam fazendo na mesa de doces.
- Ta mesmo Mel, tadinho! – Eu complementei dando uma nova olhada na mesa, avistando o Jimmy vindo em nossa direção.
- Serviço completo, agora eu vou te chamar pra dançar de novo! – Ele se agachou como aqueles príncipes de filmes e eu pensei que só poderia ser porque a Mel estava perto, pois antes do bolo ele estava todo safado.
- Não tem música, queridinho! – Eu coloquei as mãos na cintura, parecendo àquelas princesas chatas e exigentes.
- Eu resolvo isso agora. – Disse e saiu correndo em direção ao DJ.
- Ele tá super afim de você ! – Mel fez esse comentário logo na hora que o Carlos chegou perto da gente, ainda limpando a sujeira do bolo.
- É mesmo? – Fingi de desentendida.
- Tá super na cara! – Carlos disse com certo tôm irônico na voz. Eu apenas sorri, mas esse sorriso se desfez quando certa música começou a tocar.
- Agora a gente pode dançar. – James disse piscando pra mim enquanto eu ainda estava estática, escutando I’ll Be Your Man ecoar pelos meus ouvidos.
- Ah sim! – Eu disfarcei e peguei na mão dele, que me levou até o centro da festa. Ele me abraçou de um jeito super carinhoso.
- Vou te mostrar agora o meu lado romântico, o lado que eu mais gosto. – Ele falou no meu ouvido e eu sorri involuntariamente. A gente ainda estava no jogo. Não respondi ao que ele disse com palavras, respondi dando uma boa apertada no nosso abraço.
(N.A: Coloca pra tocar I’ll Be Your Man do McFLY)
Been all around the world
Estive no mundo inteiro,
I never met a girl
Eu nunca encontrei uma garota
That does the things you do
que faz as coisas que você faz,
And puts me in the mood
e me deixa disposto a
To love you and treat you right
te amar e te tratar bem,
So come here and close your eyes
então venha aqui e feche os olhos
Lie back, release your mind
deite, liberte sua mente,
and let the world fall down
e deixe o mundo cair em pedaços
while I’m by your side
enquanto eu estou do seu lado.
Eu não posso negar a ironia do destino. O James pede logo pra tocar uma música do McFly pra gente dançar. Pra piorar tudo, essa música me faz lembrar ELE. Merda.
I’ll be your man through the fire
Eu serei seu homem através do fogo,
I’ll hold your hand through the flames
Eu segurarei sua mão através das chamas,
I’ll be the one you desire
Eu serei aquele que você deseja,
Honey cause I want you to understand
Querida, porque eu quero que você entenda que
I’ll be your man
Eu serei seu homem,
I’ll be your man
Eu serei seu homem.
- ? – Jimmy se afastou de mim um pouco, me fazendo olhar em seus olhos.
- O quê? – Eu respondi, ele respirou fundo antes de falar.
- Me deixa fazer da sua noite perfeita? – Eu franzi a testa sem entender. – Eu sei que você sofreu muito esses dias e eu queria poder fazer com que você esquecesse tudo, pelo menos nessa noite. – Eu sorri ao escutar aquilo, o James não sabe o quanto ele já me ajudou essa noite.
- Você já tá fazendo muito por mim James. – O abracei novamente e pude senti-lo sorrir.
I can make it through the days
Eu posso fazer isso através dos dias,
The years can pass away
Os anos podem passar,
There’s lipstick on my face
Tem marcas de batom no meu rosto,
and I love the way you taste
e eu amo o seu gosto,
and I’m right here, so lock the door
e eu estou bem aqui, então tranque a porta
Cause you need me, but I need you more
porque você precisa de mim, mas eu preciso de você mais,
And I don’t care, about your mistakes
E eu não ligo para seus erros,
Cause they all went away when I found you, Katie
Porque eles sumiram quando eu te achei, Katie
- Se eu te beijasse agora, o que você faria? – Ele perguntou no meu ouvido e eu me afastei para olhá-lo.
- Depende... – Ele franziu um pouco a testa e sorriu. - Talvez eu batesse em você ou saísse correndo, ou correspondesse ao beijo... – Ele fingiu pensar nas opções. - Não sei.
- De três opções, uma é boa! – Eu ergui a sobrancelha tentando entender. – Acho que eu vou arriscar. – Ele se aproximou de mim, olhando profundamente nos meus olhos.
I’ll be your man through the fire
Eu serei seu homem através do fogo,
I’ll hold your hand through the flames
Eu segurarei sua mão através das chamas,
I’ll be the one you desire
Eu serei aquele que você deseja,
Honey cause I want you to understand
Querida, porque eu quero que você entenda que
I’ll be your man
Eu serei seu homem,
I’ll be your man
Eu serei seu homem.
Eu senti os lábios dele nos meus, depois disso eu não me lembrei de mais nada.
Nem da pessoa que a música insistia em me fazer lembrar.
Era só eu e o Jimmy naquele instante e eu nunca pensei que um beijo sem compromisso pudesse ser tão mágico como o nosso estava sendo.
A música acabou e eu e o James só paramos de nos beijar quando percebemos isso, percebendo que estávamos sem ar também.
- Isso foi... – Ele começou com a testa encostada na minha, ainda de olhos fechados.
- Perfeito! – Eu disse sorrindo, completando a frase dele. Ele sorriu e abriu os olhos, mas logo os fechou, voltando a me beijar.
Ouvimos um pigarro alto perto da gente e paramos de nos beijar para ver o que era. Era o Carlos e a Mel.
- , o Carlos tá indo me levar agora, você já que ir? – Ela falou meio receosa vendo que eu estava meio ocupada.
- Quantas horas já são? – Perguntei meio confusa, esqueci completamente que tinha aula no dia seguinte.
- Onze horas e quarenta e seis minutos. – Carlos disse depois de olhar no relógio do celular.
- Eu acho que vou junto sim, tem aula amanhã. – Eu disse olhando para o James que me abraçou pela cintura.
- Eu posso levar você se você quiser. – Ele falou no meu ouvido e eu vi o Carlos virar o rosto para o lado. Será que a tá certa em relação á ele gostar de mim? Não, não pode ser.
- Não precisa, Jimmy, pode ficar na festa. – Eu sorri. Ele franziu a testa.
- Não vai ter mais graça agora. Eu prefiro ir embora também. – Ele falou e eu sorri.
- Vai com ele, , tenho certeza que o Carlos não se importa. – A Mel disse, mostrando o tanto que ela queria ajudar pra que eu tivesse mais tempo com o James. O Carlos voltou a nos olhar na hora e não disse nada. - Não é, Carlos? – Mel disse depois de perceber o silêncio dele.
- Hm... Não, eu não me importo. – Ele não parecia tão seguro dizendo isso.
- Então eu vou com o James, mas a gente vai agora mocinho! – Eu falei piscando pra o Jimmy que sorriu, batendo continência.
- Então vamos! – Carlos disse, já andando com a Mel seguindo ele e, logo atrás, eu e o James.
Demos tchau ao Paul que estava todo sujo ainda de bolo, fazendo tentativas em vão de se limpar. Quando o Carlos disse que a gente estava indo embora ele começou a correr atrás da gente dizendo: ‘Não antes de eu sujar vocês!’
Foi uma loucura, a gente correu gritando. Eu e a Mel estávamos apavoradas com a ideia de nos sujar com o Paul. Ele não nos alcançou e agora estamos todos aqui, do lado de fora da república, tentando nos recuperar das crises de riso.
- Foi a saída mais turbulenta de uma festa que eu já tive! – James começou em meio às gargalhadas da gente.
- A minha também. – Carlos falou ainda rindo, parece que agora ele ta melhor em relação ao James. Talvez fosse coisa da minha cabeça essa história dele gostar de mim e ser grosso com o Jimmy. Talvez eu só tenha que matar a por colocar coisas na minha cabeça.
- Vamos então Jimmy? Eu tenho mesmo que dormir. – Eu falei depois que me recuperei dos risos.
- Claro, , tchau gente! – Jimmy se despediu do Carlos e da Mel e andou até o carro dele, eu ainda fiquei pra me despedir deles.
- Bom, então nos vemos na escola, né? – Eu disse sorrindo para os dois que concordaram com a cabeça. Fui dar um abraço na Melissa que cochichou.
- Aproveita essa carona bem, hein, amiga? Amanhã eu quero saber tudo! – Eu me soltei do abraço dela e pisquei em resposta.
- Te encontro na aula de Matemática, Carlos. – Eu falei abraçando ele. Pra minha surpresa, ele me deu um beijo no pescoço que me fez arrepiar e ficou abraçado comigo por um bom tempo.
- ? – Ouvi o James gritar perto do carro fazendo o Carlos me soltar.
- Tô indo! – Gritei de volta. – Agora eu vou, boa noite gente. – Sai em encontro ao James, que abriu a porta do carona na hora em que eu me aproximei.
- Entre querida, dama! – Ele fez uma reverência me arrancando uma gargalhada.
- Obrigado, querido cavalheiro! – Eu falei assim que me sentei e ele fechou a porta do carro, entrando em seguida pelo outro lado.
~~
- Então aqui é a sua casa? – Ele falou abrindo a porta do carro pra mim.
- É sim, eu disse que era pertinho! – Eu falei apontando para a entrada do prédio.
- Vem eu vou te acompanhar até o seu apartamento. – Ele falou pegando em minha mão.
- Não James, não precisa! – Eu neguei com a cabeça, e ele parou de andar.
- Lógico que precisa, eu vim te levar em casa e vou te deixar na porta da sua casa! – Ele fez cara de mandão e me puxou pela cintura, me fazendo rir, depois ele me abraçou por trás, depositando vários beijinhos no meu pescoço. Desse jeito eu só pude obedecer.
Peguei a chave dentro da bolsa pra abrir a porta do apartamento, mas o James não deixou.
- Vamos repetir o acontecimento do elevador. – Ele cochichou e piscou. Eu mordi meu lábio inferior fingindo pensar na proposta.
- Você tá achando que eu vou deixar aquele beijo do elevador acontecer de novo? – Eu falei usando um tom irônico e frisando o ‘aquele’ que o fez sorrir maliciosamente ao lembrar.
- Eu acho que você deveria. – Ele me abraçou e mordeu o lábio inferior. Eu passei meus braços, enrolando-os em seu pescoço.
- James, eu tenho que falar uma coisa antes. – Eu disse meio receosa e ele balançou a cabeça, confirmação pra que eu continuasse.
- Você sabe que não é sério ne? – As palavras não me pareciam audíveis, mas o James escutou.
- Sei sim, .
- Então, eu não queria que... – Ele tampou meus lábios com o dedo e sorriu.
- Você não precisa dizer nada disso. – Ele colocou a mão no meu rosto, fazendo carinho de leve. – Eu quero que você se sinta bem comigo, apenas isso. Quero fazer você feliz quando está comigo. E se você não quiser ficar comigo mais depois de hoje, eu não me importo, de verdade . – Não pude deixar de sorrir com esse gesto maravilhoso de humildade dele, mostrando o tanto que ele era maduro.
- Mas eu sinto como se estivesse, sei lá, iludindo você. Eu odeio fazer isso com quem não merece. – Eu o abracei. Não consegui olhar ele e falar isso ao mesmo tempo.
- Você não deveria se sentir assim. – Ele me fez olhá-lo. – Nós somos amigos , e se você quiser ‘jogar’ comigo toda vez que me ver em uma festa eu vou ficar bem feliz! – Ele fez uma carinha safada arrancando de mim uma gargalhada abafada.
- Isso é ótimo! Quando eu sentir falta desses joguinhos eu vou procurar você! – Eu entrei na brincadeira como sempre. Falar desse jeito com o James é bem mais fácil do que seria com outra pessoa.
- Claro! Você já tem meu celular. É só ligar e eu venho correndo. – Eu gargalhei e ele gargalhou junto.
- Ficou parecendo aqueles carinhas de aluguel! – Eu zoei e ele franziu a testa.
- Pra você eu posso ser, se você quiser. – Ele fez voz de galã de novela me fazendo rir mais.
- Ok, galã, agora eu tenho que entrar! – Eu me soltei dele tentando ir abrir a porta novamente. Pra variar, foi inútil de novo.
- Não sem antes me dar um bom beijo de despedida. – Eu sorri e ele franziu a testa. – Um não! Melhor, dois, três, quatro... – Ele começou a me dar vários selinhos até parar e me beijar de verdade.
- Posso abrir a porta agora? – Falei depois que ele finalmente me soltou, rindo igual uma criança.
- Claro linda! Mas não pense que eu acabei com você, hein?! – Eu gargalhei e girei a chave na porta abrindo em seguida. Escutei o barulho da televisão e rezei para só estar a em casa.
POV.
Escutei um barulho vindo da porta seguido de uma risada, deve ser a com o Carlos. ara que eles tenham ficado pra minha amiga sair dessa fossa que o criou.
- Para, Jimmy! A tá acordada. – Ela cochicou depois que a porta se abriu. Como assim Jimmy? Será que é...
- ? – Ela falou entrando em casa, me viu e sorriu.
- Achei que você não ia voltar mais! Tá com quem ai? – Perguntei pra que quem quer que fosse entrasse. Eu tenho que tirar as minhas dúvidas.
- Eu to com o... – Ela não conseguiu terminar, o James a abraçou por trás, surpreendendo-a.
- James? – Não pude deixar de sorrir e ela balançou a cabeça confirmando e fechando a porta em seguida.
- Tudo bem, ? – Ele disse depois que ela o puxou pra sala, sentando no sofá com ele.
- Tudo sim! Como vocês...? – Eu não terminei, pois a me interrompeu.
- Longa história! – Ela falou e o James piscou pra ela com uma cara safada. Eu ri da cena.
- Eu acho melhor eu ir pra você contar né linda? – Ele se levantou puxando a pela mão, sorrindo como uma criança travessa. – Me empresta ela um pouquinho? – Ele se virou pra mim e a gargalhou.
- Tem que pedir permissão agora, Jimmy? – Ela falou e ele a abraçou concordando com a cabeça.
- Eu deixo James, mas não demora muito! – Eu falei com ar de mãe exigente. Eles gargalharam, ficando perto da porta. Eu ainda consigo vê-los daqui.
End POV.
- Você é hilário sabia? – Eu falei beijando o rosto dele que sorriu.
- Não mais que você! Você é perfeita. – Pude sentir as bochechas pegarem fogo depois disso.
- Ninguém é perfeito Jimmy. – Eu falei baixo.
- Pra mim você é com todos os defeitos! – Legal, agora eu acho mesmo que to iludindo ele. – Não fica com essa carinha, ok? Só to falando o que eu acho. – Ele levantou meu rosto que estava abaixado e eu nem percebi. Sorri só de ver o sorriso dele.
- Ok! Você que é perfeito, Jimmy. – Pisquei pra ele que fez uma cara superior.
- Eu sei disso! – Gargalhou me fazendo gargalhar também.
- Convencido nem um pouco! – Disse depois que consegui respirar, com a barriga doendo de tanto rir.
- Sabe por que eu sou convencido? – Ele fez aquela carinha safada, diminuindo o espaço que havia entre nós. Eu fiz que não com a cabeça. – Porque hoje eu fiquei com a menina mais linda do mundo! – Eu sorri fraco, abaixando a cabeça, morrendo de vergonha. – E sei que ela vai ser uma ótima amiga pra mim. – Levantei meu rosto com a sobrancelha arqueada. Ele tinha dito aquilo mesmo?
- James... – Tentei começar mais ele me interrompeu.
- Eu sei que você não gosta de mim, gosta do . – Eu neguei com a cabeça várias vezes. Será que era tão óbvio? – , tÁ escrito nos seus olhos, princesa, mas eu não me importo com isso, ficar com você hoje foi perfeito e já é o bastante pra mim.
- Como você pode ser tão fofo, Jimmy? – Eu disse já sentindo meus olhos se encherem de lágrimas e percebi que nós já estávamos do lado de fora do apartamento. Ele sorriu.
- Não precisa chorar... – Nem senti as lágrimas descerem. James passou o dedo por onde elas insistiam em cair, limpando-as. – Você não merece sofrer mais do que já sofreu .
- Eu sei só que é difícil... – Ele me deu um selinho demorado.
- Promete uma coisa pra mim? – Ele falou mexendo no meu cabelo. Confirmei com a cabeça.
- Nunca se abale por causa dessas coisas, e sempre que você precisar sorrir, me liga que eu venho correndo! – Eu sorri agradecida e confirmei com a cabeça, o abraçando em seguida.
- Agora entre princesa, a deve ta muito curiosa. – Eu gargalhei e ele me acompanhou.
- Boa noite, James. – Eu disse saindo do abraço dele. Ele sorriu.
- Boa noite, . – Ele se virou em direção ao elevador, mas parou do nada.
- Posso te beijar uma Última vez? – Ele disse ainda de costas pra mim, não sei se por vergonha. Eu sorri.
- Adoraria Jimmy.
Ele se aproximou de mim sorrindo e grudou seus lábios nos meus com certa urgência. O beijo parecia mais calmo do que o normal, mas logo ele começou a ser mais rápido. Eu podia sentir no beijo que o James queria passar tudo que ele sentia e o sentimento que predominava era o de apoio.
Eu sabia a partir daquele beijo, que eu sempre teria o James comigo quando eu precisasse.
Ele se afastou bem lentamente e sorriu.
- Você sentiu isso? – Ele falou com os olhos fechados ainda. Eu sorri ainda com meu nariz encostado no dele.
- Sim e obrigado. – Ele abriu os olhos e me encarou.
- Não preciso agradecer, eu sempre estarei aqui. – Ele me deu um beijo na testa e virou-se novamente em direção ao elevador.
Quando a porta se abriu ele me deu uma última olhada.
- Me ligue se precisar. – Eu concordei com a cabeça. – Eu sempre estarei com você, não importa a hora ou lugar. – Ele entrou no elevador e eu fiquei parada na porta, tentando assimilar tudo aquilo.
Capítulo. 07
- O que aconteceu? – me perguntou assim que eu sentei no sofá, ainda estática depois de tudo que aconteceu essa noite. Eu ainda não acredito como eu estou ficando com sorte, uma sorte imensa por ter pessoas como o , e e agora, eu ganhei mais uma pessoa perfeita: o James.
- Ele é perfeito, , perfeito... – Eu ainda estava imersa em meus pensamentos e percebi que ela me olhava espantada.
- Você esta gostando do James,? – Ela falou de boca aberta.
- NÃO, MULHER! – A tirei do transe desses pensamentos sobre eu gostar do James e as feições dela voltaram ao normal, mas mudaram depois para a extrema curiosidade.
- Conta tudo agora, ! – Ela falou e eu assenti.
- Bom o que aconteceu foi que...
POV:
- OMG! OMG! – Eu ainda não acreditava em tudo que ela me dizia, ficar com o James e ele ser tão fofo assim. Ela só pode ser louca se não ficar com ele de novo.
- Calma, menina! – Ela ria da minha reação, como ela pode rir disso?
- , você não vai ficar com o fofo do Bourne mais? – Eu perguntei indignada. Ela fez que não com a cabeça.
- ! Você tá desperdiçando a oportunidade de ficar com alguém que presta!
- , o também parecia prestar lembra? – É isso é verdade, ele parecia ser uma pessoa boa mesmo, eu acho que ainda é só que não muda o que ele fez com a minha best.
- Tá ok, mas você sabe que o James presta. – Apontei pra ela e ela levantou os braços ao ar. Eu não aguentei e ri, junto dela.
- Eu sei, mas eu não posso iludi-lo, , você sabe que eu não sou disso. – É verdade, ela não é mesmo.
- Pelo menos você ganhou um novo melhor amigo. – Eu falei e ela sorriu. – Falando em melhor amigo... – Ela me olhou com a sobrancelha arqueada. – O tá querendo conversar com você, sobre o Carlos. – Ela abriu a boca e depois fechou, cruzando os braços.
- Você contou pra eles? – Ela disse emburrada.
- Você queria o quê? Eles te viram saindo com ele hoje, você tinha que ver a cara de ódio do , principalmente depois que eu falei que achava que o Carlos gostava de você.
- VOCÊ O QUÊ? – Ela pôs as mãos no sofá e se inclinou na minha direção. Eu peguei a almofada e coloquei na minha frente, com medo dela é claro.
- Eles iam saber mesmo, , olha pelo lado bom, eu te poupei do trabalho de contar. – Ela fez mais cara de emburrada.
- , você está encrencada comigo mocinha. Corta aqui! – Ela fez um bico de todo o tamanho e estendeu os dedos, fazendo a famosa ‘cordinha’ pra que eu cortasse.
- Não, amiga você sabe que essa brincadeirinha não é válida pra estragar a nossa amizade! – Eu falei e ela bufou, mas depois pulou em cima de mim, me esmagando no sofá.
- AH, você tá me matando, AMIGA! – Eu gritei e ela levantou gargalhando, eu me ajeitei e ela sentou no meu colo.
- Sabe o que a gente vai fazer agora? – Ela falou e eu arqueei a minha sobrancelha em dúvida. – Nós vamos ligar para as meninas! – Ela levantou gritando e pulando e eu a segui.
- AH, que saudade daquelas duas! – Eu gritei também enquanto ela pegava o telefone.
- Ligação internacional, mas você sabe, naquele esquema... – Ela disse, eu a interrompi.
- Para fazê-las entrarem no Skype! – Ela gargalhou.
- BINGO! Nós só podemos ser gêmeas, amiga! – Eu gargalhei e ela discou o número.
End POV.
POV:
- O telefone, ! - Minha mãe gritou de dentro do banheiro, como se eu fosse deixar o telefone tocando pro resto da vida enquanto eu vejo TV.
- Alô? – Atendi ao telefone e escutei uma gritaria louca.
- AMIGA, AMIGAA, SAUDADES! – Duas vozes muito conhecidas faziam algazarra do outro lado da linha.
- Da pra vocês duas pararem de gritar? Londres tá deixando vocês meio malucas. – Eu disse gargalhando e elas me acompanharam.
- Credo, , nem estava com saudade, sua feia! – falou depois que as risadas sessaram.
- Eu não tava, eu estou com saudades de vocês, minhas doidinhas prediletas! – Eu falei ouvindo um ‘mentirosa’ da .
- Amiga, a gente tem muita coisa pra falar, liga pra e pede ela pra entrar no Skype. – falou com uma voz pra deixar qualquer um curioso. Também depois que elas contaram que conheceram o McFLY eu ate sei que deve ter muita coisa mesmo.
- Já to ligando pra ela e entrado no Skype. – Eu falei indo para o computador.
- Então a gente vai desligar, manda um beijo pra todo mundo ai, amiga! – falou e a gritou um ‘É manda um beijo’. Eu ri.
- Ok! Beijos, minhas londrinas! – Disse e desliguei o telefone já começando a ligar pra casa da .
End POV.
- Eu quero só ver a cara delas quando a gente contar tudo que aconteceu nesses últimos quatro dias. – falou ligando as luzes do meu quarto e sentando na cama enquanto eu pegava o Notebook e sentava ao lado dela.
- Eu já to até imaginando. – Eu disse rindo e a levantou.
- Vou pegar o brigadeiro que eu fiz ontem. – Disse e saiu pela porta.
- Oi, ! – disse assim que entrou no Skype. – Como você está? E a ? Me conta tudo! – Ela falou já endoidando do outro lado da tela do PC. Eu gargalhei.
- Calma, amiga, uma pergunta de cada vez, OK? – Ela assentiu com a cabeça e a entrou na conversa.
- Eu tô bem, a ta bem e eu vou contar tudo! – Elas gargalharam e a entrou no quarto.
- O que eu perdi? – Disse com a boca cheia de brigadeiro.
- AMIGA! – falou toda escandalosa quando viu a . Ela riu e acenou.
- Querem brigadeiro meninas? – Eu disse e elas gargalharam.
- Eu já to com o meu aqui! – disse pegando o prato e colocando na frente da webcan.
- Eu sabia que vocês iam comer brigadeiro, como sempre quando falam com a gente, e já fiz o meu também. Só que eu ainda não posso comer, tá quente! – Como sempre a fresca, ataca novamente. Todas nós gargalhamos. Era bom poder matar as saudades das meninas, estarmos todas juntas nem que fosse pelo PC.
- Agora chega de papo e vamos ao que interessa! Conta tudo logo! – disse me parecendo mais curiosa que a .
- Tudo bem, tudo bem! Fiquem caladas até eu acabar ok? Ai depois vocês comentam e gritam e bla, bla, bla. – Elas gargalharam, com certeza, da minha representação com as mãos. Elas concordaram e se calaram pra eu começar.
- EU NÃO ACREDITO! – me assustou depois que eu falei ‘acabou’, gritando.
- NEM EU! – complementou de boca aberta.
- O quê? Qual parte? – perguntou rindo das duas.
- Ela ficou com o BOURNE? OMG! – disse e eu gargalhei. Achei que ela ia falar da história do .
- É, e ainda por cima disse que não vai ficar mais com AQUELE DEUS? – disse colocando as mãos na cabeça e balançando freneticamente em sinal de decepção.
- Gente, eu não quero iludir ele! E por que as senhoras estão assim, hein? Sra. e Sra. ? – Eu falei e a gargalhou gritando ‘é verdade!’.
- Ah , querida, você sabe que eu tenho uma ‘tara’ por meninos fofos como o , e o James é desse jeito! Isso é desperdício seu! – apontou pra mim, acusando.
- E eu uma ‘tara’ por homens lindos! Claro que o é mais HOT, mas o James é solteiro! – disse com uma cara safada. E eu pensava que eu era a tarada depois de hoje, mas a ainda me supera com todo esse rostinho angelical.
- Mas agora falando sério, como assim que o fez isso com você? – falou como a amiga preocupada como ela sempre foi. Eu franzi a testa depois que ela disse o apelido do sujeito.
- Ele fez amiga, mas a tá se vingando bem! – falou e eu me virei pra ela com uma cara brava. As meninas gargalharam.
- Nem faz essa cara, , agora diz pra gente, você não vai falar com ele mais? – disse e eu abaixei a minha cabeça.
- Não posso dizer que nunca, mas dizer que vou também não é valido. – Elas olharam sem entender, tudo lerdas. – Resumindo: Eu não sei! – Elas me olharam com as feições tristes e eu não entendi o porquê. – Que foi? – Perguntei já que nenhuma das duas queria dizer nada.
- Er... ... – gaguejava sem saber o que dizer e a intrometeu.
- É que a gente não queria isso pra você, amiga. – Eu ainda não entendia e ela suspirou, continuando. – Todas nós fizemos uma espécie de ‘pacto’ quando aquilo aconteceu com você... – me abraçou.
- Nós prometemos umas as outras que nunca deixaríamos algo assim te acontecer... – disse e eu as olhava já com os olhos cheios de lágrimas.
- Mas acabou que foi inútil! Você passou por esse sofrimento novamente. – enfim disse e eu já sentia as lágrimas caírem de tanta emoção.
- Vocês são um máximo sabiam? – Eu fui amparada pela , que enxugava minhas lágrimas.
- Claro que a gente sabia! – disse pra me fazer rir.
- Você não seria nada sem a gente, ok? – falou pra complementar e eu não aguentei, gargalhando.
- Convencidas! Só falta a falar agora! – Eu disse saindo do abraço dela e ela sorriu.
- Eu nem preciso, é só eu me olhar no espelho todos os dias e ver o tanto que eu sou FODA! – Ficamos todas estáticas, olhando umas pras outras, pra cair na gargalhada, segundos depois desse comentário terrível da .
- FODA? – Falei ainda gargalhando, tentando voltar a respirar.
- FODÁSTICA! – Ela respondeu ainda gargalhando e nós voltamos a dar crises terríveis de riso, até a barriga doer.
Conversamos mais coisas sem importância como: ‘O James beija bem?’, ‘E ele tem a pegada?’, minha cara variava a cada pergunta idiota daquelas crianças felizes, até eu notar a hora e alertar de que a gente tinha que estudar.
- Então, boa noite pra vocês, amigas, e qualquer coisa, nós conversamos pelo Skype novamente. – disse mandando beijinhos pras duas.
- Boa noite pra vocês também e não se esqueçam da gente! – falou manhosa.
- E quaisquer novidades nos digam! A gente quer saber de todos os ‘bafões’ que acontecerem! – disse e nós concordamos com a cabeça.
- BEIJOS! – Gritando iguais duas retardadas, nós desligamos o Skype gargalhando.
- Dormir se não eu não acordo amanhã mais! – Eu disse indo ao banheiro fazer a minha higiene.
- Então boa noite amiga! – disse e depois eu escutei o barulho da minha porta se fechando.
Será que o ficou assim tão irritado? Os olhos dele quando me viu entrando no carro não negaria a isso, mas... Hey? Da pra parar, consciência? O não merece que eu fique aqui, deitada na cama, perdendo meu sono, por culpa dele!
Que droga, porque eu sou tão idiota? Se eu não tivesse me deixado levar por ele, pelo momento, talvez a gente estivesse, pelo menos, conversando.
Hunf. É melhor eu dormir.
#
(Coloque Hit You With The Real Thing – Westlife, faz diferença se tiver a música).
It's 99 degrees and the temperature is creeping up
Faz 37 graus e a temperatura continua subindo
I felt your foundation vibrate
Eu senti seu pulso vibrar
A mountain might erupt
Uma montanha pode desmoronar
I've almost got you there
Quase te levei lá,
So let me take you all the way
Então me deixa conduzir todo o caminho
A taste is stimulating keep you hot like
Uma prova é estimulante, mantém você quente como
O Som do despertador me fez abrir um sorriso maléfico no rosto. É mesmo muito irônico o fato de que essa música, e principalmente a letra, me lembra o James?
Acho que não.
What (take it till you're high and low)
O que (continuar até você ficar alta e baixa)
Like how (system overload)
Tipo como (sistema sobrecarregado)
Like who (sure you wanna rock the boat)
Tipo quem (claro que você quer arrasar)
And hit you with the real thing
E te atingir com a realidade
What (rock you from the left to right)
O que (chacoalhar você de um lado para o outro)
Like how (electro paradise)
Tipo como (paraíso elétrico)
Like who (if you wanna up your line)
Tipo quem (se você quiser aumentar seus parâmetros)
And hit you with the real thing
E te atingir com a realidade
- Own, amiga! Isso é que acordar bem de manhã! – entrou no meu quarto sorrindo, com os cabelos todos bagunçados. Como sempre ela acordou com o meu despertador. Não sei como ela consegue escutar ele do quarto dela.
- Para de falar e vêm dançar comigo essa música nem um pouco contagiante! – Eu disse e gargalhei pelo pulinho retardado que ela deu, subindo em minha cama e dançando comigo.
Taste the infinity and mysteries surrounding you
Experimente o infinito e os mistérios que te cercam
Erotic stereo kicks in the bass and trebble too
O som erótico está nos baixos e nos agudos também
Come hold your hands above your head and let them levitate
Coloque suas mãos sobre a cabeça e deixe que levitem
And be hypnotic and the trip won't stop
E fique hipnotizado que esta viagem não vai parar
What (take it till you're high and low)
O que (continuar até você ficar alta e baixa)
Like how (system overload)
Tipo como (sistema sobrecarregado)
Like who (sure you wanna rock the boat)
Tipo quem (claro que você quer arrasar)
And hit you with the real thing
E te atingir com a realidade
What (rock you from the left to right)
Tipo como (paraíso elétrico)
Like who (if you wanna up your line)
Tipo quem (se você quiser aumentar seus parâmetros)
And hit you with the real thing
E te atingir com a realidade
- James abençoado! – Ela disse enquanto eu dançava uns passinhos e ela tentava me acompanhar, gargalhando. Pra varia, eu vou perguntar o óbvio, já sabendo a resposta.
- Por quê? – Ela gargalhou.
- Porque ele conseguiu um milagre! – Eu arqueei a sobrancelha. – Ele fez você, VOCÊ, acordar de bom humor amiga! – Ela apontou pra mim e depois piscou. – Ainda mais com uma música que a letra não te faz lembrar nem um pouco da festinha de ontem né? – Eu coloquei as mãos na cintura e serrei os olhos na direção dela.
- Eu escolhi essa música antes de ficar com o James mocinha. Lembrar dele? Bom, isso ela lembra, tenho que admitir. – Eu gargalhei depois da cara de “Eu sabia!” que ela fez. Continuamos dançando iguais loucas, mas no chão agora.
Need you more than enough
Preciso de você mais que o suficiente
Ectasy till you're insane, yeah
Êxtase até você ficar louca
Find adrenaline rush
Achar o choque de adrenalina
Feel the power through your veins
Sentir o poder pelas veias
And hit you with the real thing
E te atingir com a realidade
Cantávamos a musica (lê-se gritávamos) imitando cenas patéticas e retardadas sobre o que os trechos diziam.
fazia uma cara de mulher possuída no “Êxtase até você ficar louca” que me fez ter medo dela. Mentira! Me fez rir da cara dela que gargalhou comigo.
(Bring it till you're high and low)
(Continuar até você ficar alta e baixa)
(System overload)
(Sistema sobrecarregado)
I'm gonna show you how I'm rocking the boat
Vou te mostrar como eu arraso
(Rock you from the left to right)
(chacoalhar você de um lado para o outro)
(Electro paradise)
(Paraíso elétrico)
I'm gonna hit you with the real thing
Eu vou te atingir com a realidade
It's 99 degrees and the temperature is creeping up
Faz 37 graus e a temperatura continua subindo
I felt your foundation vibrate
Eu senti seu pulso vibrar
A mountain might erupt
Uma montanha pode desmoronar
Come hold your hands above your head and let them levitate
Coloque suas mãos sobre a cabeça e deixe que levitem
And be hypnotic and the trip won't stop
E fique hipnotizado que esta viagem não vai parar
O refrão ecoava pelo quarto com o som ‘mega’ potente do meu celular e eu já me sentia exausta, desabando na cama sem conseguir acabar com a música.
Mistura: acordar + dançar + cantar + gargalhar, que você entende o que eu tô dizendo.
- A gente deve ter acordado o prédio com essa loucura em plena 7h da manhã de uma terça-feira. – deitou ao meu lado na cama gargalhando assim que a música acabou.
- Que se danem! A minha amiga ta feliz e isso que importa! – Ela pulou em cima de mim, tirando o pouco ar que eu tinha conseguido recuperar.
- To feliz e sufocada! SAI! – Gritei gargalhando e tirando ela de cima de mim com cócegas.
- Vamos arrumar, pois a escola nos espera! – Ela me bateu com o bendito travesseiro e saiu correndo. Hunf, medrosa.
- A TRAVESSEIRADA VAI TER TROCO, MOCINHA. – Escutei ela gargalhar.
Quarta-feira, 22 de Agosto de 2012.
POV.
- A ficou em casa? – me perguntou assim que todos estavam acomodados no sofá do .
- Na verdade não. – Eles fizeram uma cara de interrogação e eu me preparei para a reação do á minha próxima frase. – Ela saiu com o James e um pessoal, eu aproveitei e contei ao James sobre a festa, ele disse que ajudaria no que precisássemos e compareceria com certeza. – Me dei por satisfeita ao ver o ódio se formando no rosto do .
Minha maior vontade era de complementar:
“Toma distraído, por burrada sua, o James ta se dando bem”, mas eu fiquei quieta como sempre porque no fundo, bem no fundo, eu tenho dó do ainda mais depois de ontem. Pra variar eu fico dividida entre o ‘provocar a raiva’ e o ‘sentir pena’.
- Que legal! – começou, mas logo engoliu o que ia dizer quando viu o olhar indignado do . – Quer dizer... Eles foram onde, ? – Claro que ele mudou de assunto por causa do amigo só que nos olhos do estavam escritos: ‘Tomara que a fique com o Bourne de novo, seria bom pra ela’. Coitado do , tá dividido entre o e a . - Eles foram levar ela pra conhecer o Kensington Gardens. – Sorri e vi se levantar rápido, indo na direção da cozinha. – O que deu nele? – Cochichei com sarcasmo pro .
- Foi demais pra ele, né, beê? Ele soube que ficou com o James na festa quando você contou ontem, e hoje você aparece com essa que eles foram ao parque? – Eu rolei os olhos e bufei ao mesmo tempo. – Ele deve tá morrendo de ódio, qualquer um estaria no lugar dele. – O olhar do seguiu o indo atrás do na cozinha.
Coitado do . Mentira, ele merece. Sou má.
Flashback On.
- O que ela disse sobre a tal festa? – perguntou morrendo de curiosidade e me abraçando no sofá. Eu ri.
- Vocês não vão acreditar. – Todos me olharam demonstrando curiosidade total. Quer dizer, nem todos. O olhar do era de preocupação total, isso sim!
Contei a história e fiz questão dos detalhes. Da dança, do beijo, da despedida lá em casa... Tudo.
- Puta que pariu! O James e a ? – O soltou essa do meu lado e eu bati nele.
- Olha o palavrão mocinho, já me basta a . – Ele sorriu me beijando a bochecha em sinal de desculpas.
- Ela vai ficar com ele? Quer dizer... – O gaguejava de ódio e eu lutava pra não rir. – Ficar depois dessa festa? – fez cara de ‘tenha dó do rapaz’ pra que eu respondesse sem grosseria já que todo mundo sabia que se passava na minha cabeça a seguinte frase pro : ‘Isso não te interessa querido’, mas não soltei essa pelos meninos e resolvi mentir, quer dizer, omitir esse fato.
- Não sei! Ela não deu certeza de nada. – Como o tava com raiva ele não reparou que na minha voz demonstrava que faltava algo, mas o reparou nisso e franziu a testa. Eu franzi de volta e movi os lábios dizendo: ‘ Te conto os detalhes depois’, ele assentiu relaxando a testa.
- Hey, dude, se acalma. – disse depois que o clima da sala tinha ficado pesado por causa do ódio aparente do .
- Acalmar, ? Como eu posso me acalmar se o Bourne ficou com ela? – Ele levantou o rosto que até então estava abaixado e olhou para o , chorando. Uma mistura de ódio com tristeza. – O BOURNE FICOU COM ELA COM UMA MÚSICA NOSSA COMO TEMA?! – o abraçou e, até eu que achei que o merecia aquilo, senti um aperto no coração ao vê-lo chorar. – Ele ficou com a , , a minha . – Ele chorava descontroladamente no abraço do amigo que não sabia o que fazer. Fiquei indignada em ouvi-lo dizer ‘minha ’ só que não comentei por causa das circunstâncias.
Ninguém disse mais nada sobre o assunto. As atenções voltaram para o aniversário da quando o se acalmou.
Flashback Off.
- A culpa é dele, beê. Quem procurou isso foi ele! – me olhou meio que concordando, mas ele estava mesmo preocupado com o amigo.
- Agora ninguém sabe o que fazer. Ou fica feliz pela estar melhor, ou fica triste, pois a melhora da causa dores profundas no . – pensou alto com os olhos perdidos na cozinha, tentando saber o que acontecia lá dentro.
End POV.
POV.
- Dude, er... – Eu não sabia o que dizer. Como eu chego pra ele e digo: ‘, você fez a sofrer antes e agora ta ai se lamentando por ela estar ficando melhor’, não posso dizer isso á ele. Eu sou amigo dos dois e sei que o certo seria os dois juntos, não assim, enquanto um fica bem o outro fica péssimo!
- , eu só estou tentando me acalmar. Não é muito por causa da é mais por causa do... – Seu rosto virou puro ódio nesse momento e eu vi suas mãos se fechando em punhos em cima da mesa. – Bourne. – Eu respirei fundo. Esse ódio pelo James era uma das piores partes. Mais um amigo envolvido nisso.
- Dude, você sabe que... – Tentei achar as melhores palavras e ele me encarou. – O James e a se conheceram na festa e você e ela não tinham nada. Você não pode agir assim, como se o James tivesse roubado a sua namorada, entende? – Ele levou às mãos a cabeça e a balançou, negando.
- Acho que pareceu bem claro naquela festa que eu só tinha olhos pra ela. – Ele disse se esforçando pra não gritar.
- Sim, , mas pra nós que já tínhamos visto vocês dois juntos. Na festa a não quis ficar muito perto de você por motivos óbvios e de quem ela se aproximou? – Ele voltou a me olhar, acho que começando a compreender.
- O Bourne, eu sei. Mas , pelo que eu sei, ele ficou sabendo do ocorrido na festa não é? – Concordei com a cabeça. – A que conclusão ele chegaria depois disso? – Eu sei que o James chegou á conclusão de que o era louco pela , mas eu tenho que amenizar as coisas aqui.
- Você teria que perguntar á ele . Mas o que eu quero que você entenda é que você não pode ficar assim, você tem que tentar se desculpar com ela, não ficar depressivo e com raiva porque ela saiu com outra pessoa. Esse não é o que eu conheço! – Brinquei com ele e ele forçou um sorriso reto.
- O que eu mais quero é me desculpar com ela. O problema é que ela não quer! Ela me odeia . – Ele bateu as mãos na mesa.
- Não é isso que eu acho. – Ele arqueou a sobrancelha pra mim. – Eu acho que ela te evita pelo que você fez, evitando assim o que ela sente por você, mas isso não quer dizer que ela te odeie de verdade. – Ele sorriu, depois de dois dias, ele sorriu de verdade.
- Tudo bem, mas eu ainda não engoli o Bourne e minha raiva dele não vai passar tão cedo. – Eu balancei a cabeça em sinal de decepção, mas entendi o lado dele.
- Vamos pra sala então? A gente tem que ver se já tá tudo pronto pra amanhã. – Ele concordou com a cabeça e levantou, eu o segui.
, e James Bourne em um mesmo lugar.
É essa festa surpresa pra promete!
End POV.
POV.
- Vamos repassar as coisas da festa agora. – disse entrando com ao seu lado.
- Ok então. O presente de vocês? – começou com seu caderno de anotações em mãos.
- Comprado! – Eu respondi.
- E como ele é? – Ela perguntou curiosa.
- Bom foi o... - Eu comecei a explicar, mas fui interrompido.
- Vocês deveriam ver, pois assim se você acharem que ela não vai gostar a gente vai ter tempo de trocar. – disse para as meninas que se entreolharam concordando em seguida.
- Mas vai estragar a embalagem! – Eu disse.
- É uma caixa, , e o laço elas conseguem deixar bonito de novo, né? – complementou e elas sorriram. Eu dei de ombros.
- Pega lá, beê, ta no quarto do . – disse e a foi correndo pegar o presente.
- OMG! É lindo, meninos! Ela vai amar com certeza! – Mary disse assim que a tirou o vestido da caixa. Rafa olhava de boca aberta e analisava os acessórios dentro das pequenas caixas.
- Quem escolheu? – perguntou e o se encolheu no sofá.
- O escolheu tudo. A gente ia ajudar, mas ele já tinha pegado tudo e perguntou se a gente tinha gostado... – começou a dizer e as meninas o encararam.
- Ai, a gente gostou, e ele combinou com a gente de dizer que ele só escolheu o vestido. – interrompeu a fala do pra completar.
- , ela vai amar tudo. Tenho certeza! – falou começando a guardar os presentes na caixa. sorriu.
- Tudo bem, agora vamos ver o plano... – começou depois que o presente estava na caixa. – Beê você sabe que não pode dar na cara né? – Ela falou e o concordou com a cabeça. – , Mary, Rafa e . Comes e bebes? – Nós concordamos com a cabeça. – Ok então... , a foto? – Ela marcou no caderno e olhou para o .
- Já mandei fazer, vai estar aqui amanhã de manhã. Mas eu ainda acho que ela não vai gostar... – Ele olhou pro chão.
- Claro que ela vai. – interrompeu. – Você continua sendo do McFly e ela não vai se importar principalmente porque quando nós tiramos aquela foto, vocês ainda estavam conversando. – deu de ombros, desistindo. Ele acha que a vai odiar ter ele na foto. Eu já acho o contrário como todo mundo.
- Então, ta tudo ok. Falta só falar com o James, o Carlos e a Melissa, mas isso eu resolvo lá em casa.
- E o presente de vocês? – Eu perguntei para as meninas que sorriram.
- É segredo, vocês não vão nem saber na festa. – Rafa disse.
- Só se a quiser que vocês saibam. – Mary completou.
- Eu acho que ela não vai querer, por enquanto. – disse e elas sorriram, com certeza, com a cara que nós fizemos. O que será esse presente secreto?
- Bom, eu vou dar outro presente além desse. – falou e eu arqueei a sobrancelha. Todo mundo com segredinhos agora?
- Eu também. – disse e, no mesmo instante, todos nós o olhamos com caras curiosas e algumas, assustadas.
- Então a gente só vai saber na festa? – Eu disse. Eles concordaram com a cabeça.
End POV.
- Me diverti muito hoje gente! – Eu disse assim que desci do carro do James, indo ao carro ao lado onde o Carlos, Mel, Paul, Clark e Annie estavam.
- A gente também ! – Mel falou sorridente.
- Nos vemos amanha na escola né? – Carlos perguntou.
- Claro! – Respondi.
- Gente, tem uma cultura lá no Brasil de pocar ovo goro nos aniversariantes... – Carlos começou a dizer com uma cara maléfica e o pessoal todo sorriu da mesma forma, maleficamente. Senti o James chegar atrás de mim.
- Pocar ovo? – Ele o interrompeu.
- Isso ai! Mas não se preocupa, , a gente não vai fazer isso com você! – Respirei aliviada. E o pessoal gargalhou da minha cara.
- Ainda bem! Eu tava quase indo ai dentro bater em você! – Eu apontei pra ele que se encolheu no banco do carro com as mãos levantadas.
- Mas amanhã a gente tem uma surpresa pra você! Presente de aniversário. – Paul falou assim que as nossas gargalhadas pararam e eu encarei todos com uma cara de pura curiosidade. O que será que eles estão aprontando?
- Nem pergunte! Vai pra casa dormir que amanhã a sua curiosidade passa! – Annie falou. Annie faz dança junto com a gente e era amiga da Melissa. Acabou virando amiga minha e da .
- Isso mesmo! Tchau, ! – Clark foi nem um pouco irônico. Ele é amigo do Paul e estuda na mesma sala que a gente. Minha amizade com esse pessoal foi crescendo muito rápido. Claro que o fato de eu estar com raiva do ajudou muito, pois eu acabei me afastando dos meninos.
- Ta me expulsando, Clark? – Ele concordou com a cabeça e todo mundo gargalhou, até eu. – Pois fique sabendo que eu só vou porque eu sei que você é o Super-Homem vulgo, Clark Kent. – Eles gargalharam mais e eu saí de perto do carro acenando. James veio logo atrás.
- Como se você não desse conta do Super-Homem ali. – Ele disse no meu ouvido me arrancando uma gargalhada. Ele passou o braço por meus ombros e nós fomos para o elevador.
POV.
- Amiga? – A voz da ecoou pelo apartamento e eu saí do meu quarto indo na sala pra vê-la, e ver o James que prometeu estar lá pra conversar comigo.
- Oi, amiga! Oi, James! – Eu disse assim que os vi na sala.
- , pega pra mim o livro que você ia me emprestar, pra eu já levar pra casa. – James disse de prontidão. Oportunidade certa pra gente conversar.
- Ok, Jimmy, só um minuto. – Ela saiu saltitante indo até seu quarto.
- Literalmente a gente tem um minuto pra conversar antes dela chegar. – Eu cochichei e ele concordou com a cabeça. Sentamos no sofá.
- Amanhã ela vai ter a surpresa na escola. Depois ela vai trabalhar e quando voltar eu não vou mais estar aqui. Vou sair daqui bem cedo pra arrumar tudo na casa do e você tem que estar lá ás 19h. – Cochichei olhando para o lugar de onde a viria. Por enquanto, nada dela.
- Eu quero ajudar na organização. – Ele disse e eu balancei a cabeça, negando.
- Você e o iam acabar brigando. Ele ta com muita raiva de você. Isso só iria atrapalhar. – Ele concordou com a cabeça, derrotado.
- Isso vai acabar atrapalhando o aniversário dela. Eu devia não ir. – Franzi a testa.
- Tá louco? Você e o vão se comportar na festa. Alem do mais, ele não quer que a fique com mais raiva dele e, brigando com você na frente dela, ela jamais aceitaria isso. – Ele respirou fundo e eu me concertei no sofá, vendo a retornar.
- Então eu vou comprar isso! – James disse pra disfarçar e a sentou do lado dele com uma interrogação enorme em cima da cabeça.
- Comprar o quê? – Curiosa. Eu ri.
- O seu presente. – Ela arqueou a sobrancelha e olhou pra mim. Concordei com a cabeça.
- Não se atreva... – Ela começou, ele deu um beijo na bochecha dela, a fazendo parar de falar.
- Não se atreva você a me dizer que eu não posso te dar um presente no seu aniversário! Vai estar me ofendendo. – James fez bico e a soltou o ar indignada.
- Só você mesmo Bourne. – Ele sorriu e eu sorri também, me levantando.
- Eu vou dormir. Vocês fiquem á vontade ok? – Dei meu melhor sorriso safado e a fez careta. Já o James sorriu concordando.
End POV.
- Esse complô de você com a me irrita! – Eu disse de supetão e o James me olhou sem entender nada.
- Complô? – Ele fez uma carinha confusa que deu vontade de morder.
- É! Vocês dois estão aprontando contra mim. Ela sai da sala do nada dizendo que vai dormir? Ah ta, você jura né? – Ironia sarcástica (existe isso?). O James gargalhou.
- Então é isso. – Concordei com a cabeça. – , ela só acha que o melhor pra você é ficar comigo. Só que isso não importa se não for o que você quer. – Rolei os olhos e depois o encarei. Ele tava com um sorriso tão lindo...
Amigo, . Amigo! Nada de pensar coisas maliciosas pelo Jimmy.
Tá, consciência, mas é difícil pra caralho. Ele é lindo, gentil, carismático e...
E te lembra o mais do que tudo, né, ?
Mais que merda. Porque eles tinham que se parecer tanto, até no físico. Beleza consciência, mas vamos acabar com essa discussãozinha já que o James ta me olhando com uma cara de ‘não to entendendo o seu silêncio’. Aff.
- Jimmy, você sabe que se fosse por mim... – Ele sorriu mais.
- Se fosse por você, era comigo que você estaria? – Tirou as palavras da minha boca Bourne. Sorri e concordei com a cabeça. Por que é tão fácil falar dessas coisas com ele? – Fico feliz em saber disso . – Ele passou a mão por minha bochecha. Legal, agora ele está me tentando. – Posso pedir uma coisa? Eu to com vontade de pedir desde que eu te vi hoje... – Fiquei curiosa agora. O que será?
- Pode pedir. – Ele sorriu.
- , eu quero... – Ele consertou no sofá e eu continuei o encarando, realmente curiosa. – Eu quero um beijo. – Arqueei a sobrancelha. – Mais é o último! Beijo de amizade! – Ele disse meio apavorado, acho que com a cara que eu fiz. Existe beijo de amizade?
- Jimmy, a gente conversou segunda... – Ele colocou os dedos no meu lábio, concordando com a cabeça.
- Eu sei, eu sei. Mas não custa nada ! Eu quero e prometo ser o último. Quer dizer, se você quiser me beijar mais depois disso... – Ele deu um sorriso safado e eu dei um tapa no ombro dele, não aguentando e rindo junto.
- Você é chato e eu te odeio. – Ele fez um bico de indignação. – Mas, ainda assim,é lindo. – Beijei a bochecha dele e ele voltou a me olhar com uma carinha de criança sapeca que quer aprontar com as coisas da irmã. Ta nem tanto.
- Isso é um sim? – Seus olhos brilhavam contra a luz da sala, ou não. Suspirei.
- James Bourne, eu vou achar que to te iludindo cedendo a esse beijo. – Falei firme. Ele pegou o meu rosto com as mãos e sorriu.
- , eu sei o que eu to fazendo. Você desde o começo deixou claro que não quer nada comigo, mas do mesmo jeito eu quero te beijar, deu pra entender? – Beleza ele tem um ótimo meio de persuasão. Respirei fundo, derrotada com aquele argumento.
Eu queria beijar ele por que... Na verdade eu nem sei por quê. Concordei, enfim, com a cabeça. Ele sorriu (pra variar).
Ele não disse mais nada, muito menos eu com ele se aproximando de mim daquele jeito. Eu não sei se eu sinto tudo isso pelo James por causa da convivência nesses últimos dias ou se é porque eu não vejo o , , e (pensando nele again, ? OMG) nesses dias. O James ta sendo paciente, fofo comigo, atencioso. Ele ta sendo tudo que eu preciso nos momentos de aflição. E recompensá-lo por isso me parece o mínimo, por mais que eu ainda ache que vou machucá-lo em algum momento. Mesmo ele jurando que não.
Tá, agora está realmente difícil me concentrar nesses pensamentos com ele roçando os lábios nos meus. Arrepios... Porque eles existem?
Jimmy colocou suas mãos no meu rosto e sorriu, vendo que nem ele nem eu, aguentaríamos essa brincadeira de roçar os lábios. Ele me deu um selinho demorado, começando depois a aprofundar o beijo.
- Posso confessar uma coisa? – Ele disse ainda respirando com dificuldade depois do nosso longo beijo. Eu concordei com a cabeça, não estava muito diferente dele e seria meio impossível falar algo agora. – Beijar você me faz sentir algo mágico. Porque será ? – Encarei aqueles olhos que me olhavam realmente confusos. Os meus não deviam estar diferentes.
- Eu também me pergunto isso. – Ele me deu um selinho demorado e depois sorriu.
- Acho que é porque você gosta de mim, mas é pura amizade. Eu só não tenho certeza que comigo seja igual. – Arqueei a sobrancelha. Ele beijou a ponta do meu nariz e eu acabei rindo.
- Pode ser, mas quer saber o que eu acho? – Ele concordou com a cabeça. – Nós dois nos aproximamos rápido demais e a forma como isso aconteceu não deixou que os nossos sentimentos se aflorassem como deveria ser. – Ele arqueou a sobrancelha, não entendeu. – O que eu quero dizer é que você ainda ta com tudo misturado ai dentro. Vai ver é amizade, mas a nossa proximidade te faz sentir outras coisas. – Ele fez cara de ‘ah agora entendi’ e eu sorri.
- Homens são complicados, em relação aos sentimentos. Alguns como eu – Ele apontou pra si – como você disse, não sabem identificar o que sentem quando conhecem uma garota incrível. – Sorri encabulada. – Mas há outros tipos que fazem coisas pelo impulso, sem pensar nas consequências. – Não! Ele não pode estar se referindo ao... – Como o , por exemplo. – Fechei a cara pra ele e cruzei os braços. Ele me abraçou sorrindo, dando um beijo em minha bochecha. – Você pode não entender ele, ele também errou feio com você, mas nada vai mudar o que está aqui – Ele apontou para o meu peito, onde fica o coração. – E com ele da mesma forma. , eu sou o tipo de cara que lida bem com os erros e as perdas que esses erros podem causar, mas o não. – Bufei saindo do abraço dele.
- Claro que não! O é mimado, egoísta, ridículo! Nunca amou ninguém de verdade na vida! – Eu olhei pr
a o teto emburrada e podia sentir o olhar do James em mim.
- Tudo bem, já vi que você não quer falar dele nem pra mim. – O olhei incrédula, ele agora ta dando de vítima. – Não me olha assim . Eu sei que pra mim e pro as coisas pra você são mais fáceis quando o assunto é o .
- Como você sabe disso? – Minha cara emburrada já tinha sido desfeita pra uma de surpresa.
- Eu conheço você, não sei como, mas conheço nesses últimos dias. – Acabei sorrindo. – Você é uma garota fácil de decifrar se a pessoa tiver o cuidado de olhar com atenção pra esses lindos olhos. – Ele se aproximou de mim e deixou nossos narizes se tocarem, olhando pra mim com um carinho intenso. Deu-me um selinho rápido me arrancando uma gargalhada abafada.
- Chega Jimmy. Acabou o seu estoque de beijos por hoje! – Ele colocou a mão na boca pra abafar a gargalhada.
- Sim senhora! Eu vou embora agora, por mais que eu quisesse ficar aqui até a meia-noite só pra ser o primeiro a desejar um feliz aniversário pra você, mas você tem que estudar. – Ele se levantou estendendo a mão pra mim. Eu peguei rindo e concordando com o que ele disse.
- Boa noite então, Jimmy. – Disse quando ele me abraçou na porta do apartamento.
- Boa noite, . – Ele roubou um selinho de mim e eu dei um tapa no braço dele, gargalhando.
- Seu abusado! Sabe, eu vou arrumar uma namorada pra você! Assim você me deixa em paz. – Eu disse irônica, menos na parte do arranjar a namorada. Isso eu faria com certeza.
- Se ela for bonita que nem você, eu posso pensar no caso! – Ele me roubou outro selinho. E eu abri a boca, surpresa.
- James!
- Tá, parei! – Ele levantou as mãos no ar. – , eu vou ser o primeiro a te dar feliz aniversário.
- É mesmo? Como? – Como se eu não soubesse.
- Mensagem pro seu celular claro! – Eu ri concordando.
- Sabia. Vou amar James, mas eu acho que o vai concorrer com você. – Eu disse e ele me abraçou pela cintura.
- Ele disse algo pra você? – Perguntou sorrindo.
- Na verdade não. Faz um tempinho que eu não falo com ele, mas eu tenho a leve impressão de que vai ter no mínimo uma mensagem dele no meu celular.
- Com certeza. – Ele beijou minha bochecha.
- Jimmy. Sabe a Annie, né? – Ele concordou com a cabeça. – Ela que vai ser sua futura namorada. – Ele arqueou a sobrancelha e se afastou um pouco pra me encarar.
- A Annie? Por quê? – Agora tava beirando a curiosidade, a testa levemente franzida.
- Porque ela gostou de você oras. E também porque eu quero que seja a Annie! – Ele riu. – Ela é bonita, legal, solteira e te achou um Deus grego. – Ele voltou a me abraçar.
- Tá, ela tem mesmo essas qualidades, mas eu não senti nada por ela . Quando o Carlos apresentou, ela pra mim não passou de amiga.
- Será que é porque eu tava do seu lado, queridinho? – Ele gargalhou concordando.
- Pode ser... Mas, , eu não quero ficar com ela! – Ele fez cara de criança, falando como se tivesse certeza. Eu ri.
- Tudo bem, pode não ser agora, mas eu vou conseguir juntar vocês dois! Eu sou um excelente cupido sabia? – Ele concordou com a cabeça, ironicamente.
- Agora eu vou mesmo. – Ele se virou e eu estava indo entrar quando senti ele me puxar pela mão. – Mas antes deixa eu te perguntar outra coisa. – O olhei dando liberdade pra ele falar. – Posso te ver amanhã depois da aula?
- Ficou doido Jimmy? Imagina você aparecendo lá e alguém te ver! Não mesmo. – Ele emburrou a cara.
- Mas , eu vou disfarçado ou me escondo no banco do carro com um pano na cabeça. Ninguém vai me ver. – Eu sorri e me aproximei dele, dando um beijo em sua bochecha e olhando aqueles olhinhos.
- James, você não vai e ponto! De noite você vem aqui e me vê ta? – Ele fez um bico enorme e eu dei um selinho nele.
Deu um selinho ?
Dei sim. Ele fez um bico fofo demais e desse jeito ele não encrenca com o que eu disse.
Ai, ai, sei não viu...
Cala a boca consciência, é melhor pra você!
- Desse jeito eu só posso obedecer, né? – Ele falou com a cara mais linda do mundo, sorrindo.
Viu? Eu disse que daria certo.
Sei, sei. Depois não reclama que vai iludir o coitado.
Céus! Como é que pode sua própria consciência te enchendo o saco?!
- Então obedece mesmo! E vai agora porque se não eu vou desmaiar na escola amanhã com sono e por culpa sua! – Apontei acusando-o, ele sorriu e me beijou a testa, acenando e entrando no elevador em seguida.
Quinta-feira 23 de Agosto de 2012
“Hoje vai ter uma festa, Bolo e guaraná, muitos doces pra você. É o seu aniversário, Vamos festejar, os amigos receber.”
Estranho. Não me lembro de ter mudado o despertador do meu celular para o toque da Xuxa. Na verdade, nem música da Xuxa eu tenho, arg! Só pode ser coisa da . Por falar em , porque será que ela não veio toda saltitante me dar os parabéns? Achei que ela iria acordar antes só pra ter o prazer de ver a minha cara quando eu acordasse com essa musiquinha chata.
Você adorava a Xuxa quando era pequena e agora ta ai reclamando?
Meu Deus! Até no meu aniversário consciência? Sim, eu gostava da Xuxa, mas agora não gosto mais. Tenho vinte anos! Não cinco.
Essa desculpa eu aceito, mas só porque é o seu aniversário!
Nosso aniversário, dã!
Isso mesmo! Nosso aniversário. Parabéns pra gente!
Sinceramente, eu acho que to enlouquecendo. Essas conversinhas com você consciência tão ficando frequentes demais. Vou ter que fazer uma consulta ao psicólogo.
Que nada! Você só ta solitária. Agora ta com medo de se abrir de verdade até pra sua melhor amiga. Claro que eu não te culpo, a culpa é do que tá nos confundindo.
Não vou nem responder a esse pensamento. Melhor ver se a tá bem. Essa reação de ‘ficar na cama no dia do aniversário da amiga’ não rola com ela.
POV.
É agora, plano em ação!
- Amiga! Acorda! – me sacudiu e eu demorei um pouco pra abrir meus olhos, fingindo dormir. Ela sorriu pra mim e eu sorri de volta.
- Amiga! Feliz aniversário! – Eu fiz careta. – Droga! Não escutei o despertador! – Ela gargalhou e eu me levantei sentando na cama e colocando as mãos na cabeça, fazendo cara de dor.
- Que foi? – Ela sentou na beirada da cama.
- Ain, minha cabeça ta explodindo. OMG, como dói! – Fiz cara de criança e ela sorriu.
- Isso é peso na consciência por ter colocado aquela musiquinha chata pra despertar! – Eu fiz careta de novo e forcei um sorriso, abraçando-a.
- Eu queria ter visto a sua cara. Merda de dor de cabeça! – Ela sorriu saindo do meu abraço.
- Vamos pra escola? – Ela perguntou se levantando.
- Acho que não amiga. Eu queria tanto ir, mas tá doendo muito. – Coloquei as mãos na cabeça novamente e ela fez uma carinha de pena.
- Ain, amiga, tudo bem. Vou fazer o café e trago pra você tá? – Ela foi andando e eu voltei a deitar.
- Olha só, você que tinha que tá recebendo regalias aqui! Mas como você já ta indo trazer o café, trás o remédio pra dor de cabeça pra mim? – Ela sorriu e concordou com a cabeça, saindo do quarto.
Ela caiu, é o que importa agora.
End POV.
Ô dó. Tadinha da minha amiga.
Sabia que tinha algo errado. Ela não perderia por nada me ver acordando com a música da Xuxa.
OMG! Lembrando do celular! Eu me esqueci de ver as mensagens!
Peguei o celular que apontava quatorze novas mensagens.
QUATORZE? Quem será que mandou primeiro?
Hora: 00h00min
, minha princesa.
Espero ter sido o primeiro como eu disse antes de sair daí, na verdade, nem dormi depois que cheguei. Fiquei pensando em você e assistindo Sobrenatural. Bem que você falou que o seriado é bom. Tô gostando! Comecei a ler o livro também, mas cansei rápido, acho que vou demorar pra te entregar.
Voltando ao real assunto da mensagem... Haha.
Feliz aniversário! Rezo pra que Deus possa tirar todas essas coisas ruins da sua vida. Você merece mais do que ninguém ser feliz, , merece tudo de bom!
Eu te amo. (segunda vez que digo isso, né?)
Conta comigo sempre!
Xxx James
O James ganhou realmente do . Ele não vai gostar de saber disso.
Verdade! É a segunda vez que ele diz que me ama. A primeira foi quando ele me ligou no dia seguinte depois da festa. O problema é que eu não sei se acredito se é amor de amizade como ele diz, ou amor de amor.
Ele é mesmo fofo, mereceu os beijos ontem.
Sabia que uma hora você ia concordar comigo consciência. Vamos ver a outra mensagem.
Hora: 00h01min
, meu Leitão!
O que dizer desse dia especial, hm?
Acho que só mesmo que eu desejo tudo de bom pra você, , que Deus possa trazer muitas felicidades de hoje em diante!
Você sabe que é muito especial pra mim, né? E que eu te amo demais? E que fico triste com você se afastando de mim (da gente) desse jeito. Mas eu entendo você.
Precisa de um tempo pra voltar ao normal. :)
OBS: É bom eu ter sido o primeiro a te mandar um feliz aniversário porque se não for eu... Eu mato quem foi! Esse privilégio é só do Pooh aqui!
Xxx
Meu Deus! O vai matar o James. To até vendo a cara dele quando eu disser que ele não foi o primeiro.
Hm... A outra mensagem é de... de novo?
Hora: 00h03min
,
Algo sério e, por favor, não me mate quando me ver!
Sabe o ? Ele estava com tanta vontade de te desejar um feliz aniversário, mas o medo e a falta de coragem o impediram, então, eu resolvi mandar por ele.
Tenho certeza que as únicas palavras que estariam na mensagem se ele te mandasse eram: “Feliz aniversario. Desculpe-me, por favor.”
Sabe, , eu estava pensando esses dias. Você podia amenizar a situação dele mesmo. Ele não tinha nem ideia de que você tinha um trauma ou algo do gênero. Acho que, por mais que ele estivesse bêbado, ele não faria nada sabendo do que aconteceu antes com você! Pensa nisso, tá?
Xxx Seu Pooh
Se o soubesse que eu já pensei nisso várias vezes... Mas, do mesmo jeito, meu trauma com bebida ele meio que sabia. disse que comentou com ele na festa mesmo. Eles só não sabem o que aconteceu. Se o soubesse...
Você disse que nunca contaria pra ninguém. Sentiriam pena!
Eu sei disso, já me basta as meninas com todo esse cuidado e atenção comigo por causa de tudo.
Então não adianta ficar pensando nas possibilidades do . Ele te fez lembrar tudo de uma vez!
É... Ele fez mesmo. Me fez relembrar todas aquelas cenas com força total. E eu que pensei que havia as apagado da minha memória.
Nós não podemos apagar. Se pudéssemos, eu já teria feito isso por nós!
Eu sei consciência. Obrigado por me lembrar isso.
Suspirei. Comecei a ir até a cozinha. Tenho que fazer o café e levar pra , junto com o remédio. Acho que dá pra ler as mensagens ao mesmo tempo
Hora: 00h20min
!
Mais que droga! Eu sou um lerdo que não consegue nunca acordar na hora certa!
Desculpa por essa mensagem não tá chegando meia-noite, ok?
Bom, eu vim aqui pra desejar você toda a felicidade do mundo nesse dia especial!
Muita paz, saúde, dinheiro (é bom, né?) e amor ( tá ai pra isso).
Não me bate pelo parênteses, ok? Mas o dude ta todo arrasado por tudo. Ele queria ter te desejado feliz aniversário, mas o medo da sua reação não deixou.
Pode contar sempre comigo porque eu ainda tenho uma divida com você! (Por causa da sua pergunta, eu tô com a hoje) :D
Amo você e amo a sua lasanha também! Haha.
Xxx
Own esse chato do me deixou emocionada.
Se ele souber disso vai te zoar pro resto da vida!
Com certeza! Nem vou comentar com a , se não ela conta pra ele.
Não se esquece de bater nele por causa dos parênteses!
Não me esquecerei.
Gargalhei com os meus pensamentos idiotas, e também, pelas minhas conversas e comentários da minha consciência. Nem parece que sou eu mesma que to pensando pelos dois lados. Estranho isso.
Voltei a olhar as mensagens no celular, eram seguidos de Mary, Carlos, , Paul, Clark, Melissa, Rafaella, Annie, meu pai e uma em especial que eu tinha que reler.
Hora: 00h30min
Amiga fofa e linda da gente!
Nós, ( e ) estamos aqui pra poder desejar um feliz aniversário pra você! Era pra gente ter mandado oito horas (no caso meia-noite ai), mas a tinha que inventar de fazer uma mini comemoração pra você aqui em casa. Sem a sua presença, só pra constar. :D
Nós estamos tirando várias fotos da decoração e do seu presente (sim, nós compramos um) e vamos te ligar na hora do almoço, meio-dia ai, pra falar com você ta? Ai a gente manda as fotos e tal.
Ah! A gente até fez um bolo! Ficou do jeitinho que você me ensinou a fazer, da forma como você gosta. (e sim, é todo de chocolate, com muita cobertura).
Te amamos muito, sua chocólatra mais linda e idosa! Manda um beijo pra e diz pra ela não ter ciúmes, pois nós a amamos também!
Sentimos a falta de vocês.
Xxx e
Peguei a bandeja com o café da manhã e o remédio da e fui para o quarto dela, chorando de emoção por causa das mensagens.
Você é muito emotiva ! Chora por qualquer coisa.
Ótimo, sou emotiva mesmo. Fazer o que? Até com propaganda da TV eu choro, porque eu não choraria com as mensagens de aniversário, hm?
Hm... Deu até vontade de comer o bolo. Todo de chocolate, com cobertura de chocolate, granulados de chocolate, balinhas de chocolate...
POV.
- Aqui, amiga, seu café e seu remédio. – me disse colocando uma bandeja bem na minha frente. Ela ta chorando.
- Que foi amiga? Por que tá chorando? – Eu perguntei me sentando na cama, preocupada.
- Lê isso. – Ela me deu o celular e eu comecei a ler. A cada palavra, minha boca se abria mais em um sorriso.
Comecei a chorar também.
- Eu sinto tanta falta das duas. – Eu disse assim que acabei de ler, entregando pra ela o celular. Ela concordou com a cabeça. Sentia a mesma coisa, com certeza.
- Bom, eu vou me arrumar, se não, me atraso. – Ela foi afastando-se até a porta do meu quarto. Saindo em seguida.
Peguei meu celular em cima da cômoda e digitei uma mensagem rápida pro Carlos e outra pro .
End POV.
Carlos POV.
Meu celular apitou em cima da mesa da cozinha. Olhei no visor e vi uma nova mensagem na tela.
Carlos,
Ela caiu na história da doença. Tá indo pra escola daqui a pouco. Como combinado, um pouco antes dela sair da escola, você me liga, pra eu poder voltar pra casa e continuar fingindo estar passando mal.
Se acontecer qualquer imprevisto ou algo do gênero me liga de imediato!
Tudo tem que dar certo hoje. :D
Xxx .
Ótimo! Até agora tudo está saindo como previsto. Agora é só avisar pro pessoal não dar na cara assim que eu chegar à escola.
End POV.
- Eu tê indo e você, mocinha? – Olhei pra que sorria pra mim. – Me liga se precisar, ok? – Ela concordou com a cabeça e jogou um beijo pra mim no ar.
- Tchau amiga, boa aula. – Pude escutar ela dizer antes de sair do quarto dela.
#
- Olha quem vem ali! – Carlos disse sorrindo pra mim. – A aniversariante do dia! – Todos do grupo olharam pra mim nesse momento. Clark, Annie, Melissa e Paul.
- Que tal um abraço grupal de aniversário na ? – Annie disse assim que eu pisei o pé na calçada da escola. Eles sorriram maliciosos e eu já me preparei pra correr.
- Nem vem gente! – Eles continuaram com a cara maliciosa e eu corri, começando a gargalhar quando eles vieram atrás de mim gritando que iam me pegar.
- Volta aqui ! – Clark disse conseguindo me alcançar, gargalhando e eu me desequilibrei. Caímos os dois no gramado da escola. – Eu sou mesmo o Super-homem! Consegui parar a ! – Ele dizia ainda gargalhando e eu consegui ver o pessoal se aproximar, respirando com dificuldade por causa da corrida.
- Agora o abração na ! – Mel gritou pulando em mim e no Clark. Céus, eu vou morrer sufocada!
- Sai, sai, SAI! TÔ SUFOCANDO, GENTE! – Eles rolaram para o lado, deitando todo mundo no gramado sem respiração de tanto gritar e gargalhar ao mesmo tempo.
O sinal da escola tocou, fazendo com que nós tentássemos (inutilmente) nos levantar do chão. Carlos foi o primeiro a (conseguir) levantar e começou a puxar, um por um, pela mão, até todos nós estarmos de pé.
- Agora de verdade ,, feliz aniversário. – Carlos sorriu e me abraçou. Eu sorri agradecida.
- Vem aqui, brasileirinha! – Mel disse saltitante quando (finalmente) o Carlos me soltou. Ela me abraçou (lê apertou), me deixando praticamente sem ar.
Todos vieram me dar um abraço parecido ou pior do que a Mel tinha me dado. Depois, saímos correndo até ir pra nossas salas, chegando atrasados na aula de Literatura.
O Charlie disse só nos deixar entrar na sala se tivesse um motivo convincente. Pra variar, o Clark abriu o bocão dizendo que era meu aniversário e que eles estavam me dando parabéns. Charlie achou aquilo ótimo e fez a sala inteira cantar parabéns pra mim. Se a tivesse aqui teria adorado isso, adorado me ver completamente envergonhada. Juro que eu ainda mato o Clark.
Só não foi de tudo ruin já que eu ganhei um mega abraço do professor mais lindo dessa escola. No caso o meu professor de literatura chamado Charlie.
#
Intervalo, até que enfim! Por mais que as aulas não tenham sido tão ruins, eu to louca pra comer o bolo de chocolate da lanchonete.
Andei até a lanchonete com o Carlos e a Melissa ao meu lado. Ás vezes aparecia um e outro pra me desejar feliz aniversário. Pessoas conhecidas, não muito próximas.
- . No final da aula você espera a gente, nós temos uma surpresa pra você. – Carlos disse assim que eu dei uma enorme mordida no bolo que eu acabara de pegar. Quando eu digo enorme mordida, é enorme mesmo, pois nem responder o Carlos eu consegui, quase engasguei por tentar, matando os dois de risos.
- Que surpresa é essa, hein? – Perguntei quando finalmente consegui engolir o bolo. Carlos e Mel se entreolharam com uma cara misteriosa, sorrindo em seguida.
- Você vai descobrir no final da aula, mocinha. – Mel disse e eu fiz careta. Odeio quando escondem as coisas de mim. Fico curiosa além do extremo.
I’ll Be Your Man começou a tocar insistentemente no meu bolso. Sorri como sempre acontecia quando ele me ligava.
- Oi, Jimmy! – Disse depois que pedi licença ao Carlos e a Melissa, me afastando da cantina.
- , feliz aniversário princesa! Tava doido pra dizer isso pessoalmente, mas você me proibiu de ir ai. – Eu podia jurar ter visto o grande bico fofo que ele sempre faz e que já ganhou vários selinhos ontem de tão fofo que é.
- Brigada, Jimmyzinho. Eu sei que você tá doido pra me ver, mas aqui na escola não dá mesmo! – Sorri.
- E então? Eu fui o primeiro ou não? – Ele vai se gabar disso pro resto da vida, aposto.
- Foi, Bourne, parabéns pra você! – Ele começou a gritar que nem um retardado me causando gargalhadas escandalosas.
- Eu sabia! Eu sou o melhor! – Ele se convencia me arrancando mais gargalhadas.
- Eu tenho dó de você quando o ficar sabendo. Ele deixou bem claro na mensagem que mataria quem tivesse sido o primeiro. – Ele gargalhou.
- Sério? – Eu fiz um ‘Hum hum’ e ele gargalhou mais. – Quero só ver o que o vai fazer comigo! – O sinal tocou acabando com a minha alegria.
- Me diz quando você vai ver ele que eu não quero perder esse assassinato por nada! – Falei irônica.
- Credo , você quer me ver morrer é? – Com certeza ele ta fazendo bico de novo.
- Claro que não, James, tô zoando você. – Ele soltou um ‘ah bom’ e eu sorri. Vi o Carlos e a Mel me chamarem de longe. – Jimmy, tenho que ir pra sala agora, tá? Mais tarde eu falo com você. – Ouvi um ‘Ah’ que me deu vontade de gargalhar.
- Já que não tem jeito né? Mais tarde eu te vejo princesa. Beijos. – Fofo, fofo, fofo. Juro que se ele tivesse na minha frente eu tinha apertado aquelas bochechas.
- Ok, beijos Jimmy. – Eu já estava bem perto da Mel e do Carlos.
- ? – Ele disse quando eu tinha intenção de desligar.
- Diz.
- Eu te amo. – Céus. OMG. Puta que pariu. Senti até um frio passar por minha espinha. Acho que não vou me acostumar com isso.
- Também te amo, Jimmy. – Beleza, agora a Mel e o Carlos tão me encarando. A Melissa ta com cara de ‘quero saber de tudo’ e o Carlos com cara de ‘você disse mesmo isso?’.
- Que bom saber disso. Tchau, princesa. – Ele disse e desligou o telefone. Guardei o celular no bolso novamente, andando sem olhar pra Mel e pro Carlos e sorrindo que nem uma idiota. Não quero interrogatórios logo agora, ainda mais que eles não sabem que ontem eu fiquei com o James, de novo.
- Pode contar tudo agora, . – Melissa pra variar ‘cortou o meu barato’. Rolei os olhos e comecei a contar o que aconteceu ontem à noite.
POV.
- Eu já posso ligar pra ela? – Pela milésima vez, me fez essa mesma pergunta.
- Já disse pra você que só quando estiver no final da aula. Essa hora ela tá na sala, . – Ele fez careta (de novo) e voltou a colocar as balas nos papeizinhos.
A festa da tava com cara de festa de criança. Docinhos, balas, balões, um mega bolo de chocolate do jeito que ela gosta. Tenho certeza que ela vai amar tudo isso aqui.
- Da pra alguém abrir a porta? – Um grito abafado pela porta tirou minha atenção da mesa de doces.
- É o , , abre lá. – Mary falou com as mãos sujas por estar enrolando os brigadeiros. Corri até á porta pra abri-la e ver o com os nossos ‘quadros’ em mãos.
- Eles são pesados, eu devia ter deixado a porta aberta. – disse colocando os ‘quadros’ no sofá. Todo mundo parou o que tava fazendo pra admirá-los.
- Eles ficaram perfeitos, . - Eu disse me aproximando pra observar melhor.
- Ela vai enlouquecer quando ver eles. – disse enquanto lambia a panela de brigadeiro. Todos concordamos com a cabeça, voltando ás nossas tarefas.
End POV.
- Oi, , fiquei sabendo que hoje é o seu aniversário! – Bella me recebeu sorridente e eu confirmei com a cabeça. – Meus parabéns! – Sorri agradecida. – Jared já está te aguardando. Boa aula. – Ela acenou.
- Obrigada, Bella. – Disse acenando de volta e andando até o ‘meu’ piano.
- Então, , feliz aniversário! – Jared e seu sorriso perfeito, veio me dar os parabéns enquanto eu me derretia por aquele rostinho encantador.
- Brigada, Jared. – Ele deu de ombros e me fez sentar no piano.
- Então, você já sabe qual música vai aprender pra sua primeira apresentação avaliativa? – Ele pegava as partituras enquanto eu já sentia o frio passar por minha espinha. Só de pensar em ter que me apresentar pra todos que fazem piano e ainda valendo pontos, já me deixa nervosa.
- Pode ser qualquer uma, Jared? – Ele concordou com a cabeça com aquele sorriso desgraçado que me arranca suspiros. - Me deixa pensar um pouco. – Ele concordou e eu fitei a janela por um segundo.
Eu não queria, mas as únicas músicas que me veem à cabeça são as dos meninos. Do McFLY. Bubble Wrap? POV? The Heart Never Lies? Little Joanna? OMG, quantas músicas. Foda é ter que escolher uma delas.
- Pra facilitar pra você, você pode escolher uma que só tenha melodia já que você também vai ter que cantar a música. – Jared interrompeu meus pensamentos.
- Cantar? – Eu o encarei assustada e ele riu da minha cara. – Como assim cantar?
- Calma , não precisa ficar assim, mas alguém vai ter que cantar a música que você vai cantar. – Continuei com a testa franzida sem acreditar. Eu não consigo cantar, mais não mesmo. – Eu tava pensando em fazer esse ano uma parceria com a equipe de canto. Ficaria legal. – Isso professor! Boa ideia.
- Seria ótimo, Jared, assim me poupava o trabalho de achar uma música só de melodia, sem letra. – Ele gargalhou com o meu comentário desesperado.
- Vou conversar com a professora Liz e já volto, enquanto isso, você escolhe a música. – Ele deu uma piscadinha e saiu andando em direção á porta. Tenho que dizer que quase perdi o ar depois dessa piscadinha? Acho que não.
#
- Então , tá curiosa? – Mel disse enquanto a gente andava até o pátio da escola, onde ela disse que o pessoal estaria com a minha surpresa.
- Tô imaginando o que deve ser e sim, eu tô curiosa. – Ela deu uma risadinha e começou a andar mais rápido.
Eu já conseguia avistar o corredor que dava acesso ao pátio e a Mel pegou em minha mão me parando no meio do corredor.
- Você não vai ver nada, por enquanto. – Ela pegou uma espécie de venda improvisada e tapou meus olhos.
Odeio escuridão. Odeio ser curiosa. Mas adoro surpresas de aniversário.
Melissa me guiava para o que eu achava ser à entrada do pátio, o gramado. Eu sorria abobalhada imaginando as loucuras e bobagens que aquele povo tava aprontando.
Lembra da sua festa surpresa de 14 anos?
Ô se lembro. Eu tava em crise e as meninas fizeram a festa mais linda do mundo pra mim. Fiquei tão feliz aquele dia como não ficava em meses.
- Pronto , eu vou tirar a venda. – Mel disse quando ela me parou em algum lugar, atrapalhando minha conversa com a consciência. Sorri concordando, já que eu estou doida pra ver que surpresa é essa.
Capítulo. 08
- SURPRESAAAAAA! – Abri meus olhos devagar depois da Mel tirar a minha venda e eu escutar gritos escandalosos do pessoal.
- Meu Deus... – Não consegui dizer mais nada.
Meus olhos passeavam pelo local. O gramado do colégio tinha sido cercado de balões de ar, de todas as cores, que flutuavam. Tinham estudantes curiosos parados, observando o que acontecia. Carlos segurava um bolo enorme (de chocolate!!) e o Paul tinha um chapeuzinho nas mãos, que logo foi parar em minha cabeça. No bolo, duas velas (20) estavam acesas e a Annie já se aprontou a começar.
- Parabéns pra você, nessa data querida, muitas felicidades, muitos anos de vida! – Todos que estavam observando começaram a cantar junto com eles. O Paul animava o pessoal me arrancando risadas envergonhadas por todos aqueles olhares depositados em mim.
- ÊEEEEÊEEÊ! Feliz aniversário ! – O coro e aplausos me deixavam ainda mais envergonhada.
Cheguei próxima ao bolo para assoprar as velas.
Qual o pedido que você vai fazer?
Vou pedir consciência, pra que, quem sabe um dia, eu tenha o meu ‘felizes pra sempre’.
Assoprei as velas com a máxima intuição pra que isso se realizasse. Espero que não demore muito tempo.
- Vêm aqui , deixa eu te dar um presente. – O Carlos tinha entregado o bolo pra Melissa que sorria. Ele tinha as mãos para trás e, pra variar, eu não tinha o visto pegar nada.
Aproximei-me dele, morta de curiosidade. Ele sorria de um jeito perverso com aqueles olhos verdes mais claros do que nunca.
, você está mesmo acreditando que o seu amigo Carlos fez isso com você?
Não, definitivamente não.
Carlos teve a audácia de jogar uma torta na minha cara! E ainda fica rindo ai igual um retardado. Ele só não, todo mundo tá rindo de mim agora. Tá, se fosse outra pessoa, eu estaria morrendo de rir também.
Claro que eu vou me vingar, por isso eu procurei algo além do meu bolo de chocolate que eu não quero desperdiçar. Ótimo! Têm tortas no gramado. Como eu não vi isso antes?
Você estava vendada quando veio pra cá.
Ah sim! Obrigada por lembrar consciência. Que tal darmos uma boa torta na cara do Sr. Carlos Andrade?
Ah, mais eu vou adorar isso com certeza!
- Carlos Andrade, você vai se arrepender por isso. – Enquanto falava, eu andei até onde as tortas estavam no gramado perto da Melissa que segurava o bolo.
Mel, acho que com medo de eu jogar torta nela, deixou o bolo em cima de um pano forrado no gramado e saiu correndo gargalhando. Eu peguei duas tortas nas mãos e o Carlos fez cara de estar com medo de mim. Os curiosos gritavam: “Joga, joga” enquanto eu ia em direção ao Carlos que parecia se preparar pra correr.
- Tem certeza que você vai fugir Carlos? – Ele gargalhou.
- Claro que sim, não vou deixar você me melar com essa torta!
- Mesmo? Que pena – Balancei a cabeça negativamente – Sua fama de frouxo com medo de mulher vai se espalhar por aqui. – Ele abriu a boca devagar.
Chamar um brasileiro de frouxo ou veado não é algo muito bom. É a mesma coisa de estar pedindo pro cara provar se ele é homem de verdade; E não podia haver maneira melhor de provocar o Carlos do que essa. Sem contar o pessoal que observava começar a o chamar de “frouxo, frouxo, tem medo de mulher” só pra provocar mais.
Ele se aproximou com uma cara nada boa e ficou perto de mim. Tão perto que nossos corpos se tocaram.
- To aqui , mas você pode ter certeza de que quando isso acabar eu vou mostrar pra você quem é frouxo. – Eu ouvi os gritinhos do pessoal mais nem me importei já que esse era um lado do Carlos que eu ainda não conheci. Quero ver mais desse lado.
Safadinha!
Não é nada disso consciência, cala a boca!
- É mesmo? Tenho certeza de que você não é de nada, querido Carlos. – OMG eu disse mesmo isso?
Carlos me olhou de um jeito como se não acreditasse. Eu olhei tentando mostrar que no fundo era tudo brincadeira. Acho que ele percebeu. Minha cara ainda estava toda suja de torta porque eu não consegui limpar tudo, mas tenho certeza que o Carlos viu meu sorrisinho malicioso.
- Quer pagar pra ver ? Posso te dar uma prova agora mesmo. – Ele nem esperou minha resposta e lambeu (sim, isso mesmo) um pouco de torta que tinha no meu pescoço. Jesus, isso vai acabar virando uma putaria explicita. Tá, nem tanto.
Os gritos aumentaram e mais pessoas começaram a se aglomerar em volta de nós. Eles estavam esquecendo até que era o fim da aula e que todo mundo tinha que ir embora.
- Quer saber mesmo o que eu quero ver agora? – Perguntei do jeitinho mais safado possível. Ele concordou sorridente. O silêncio se tornou total no lugar; Todos estão curiosos pra saber o que eu ‘quero ver agora’. – Isso! – Eu disse e joguei as duas tortas que eu tinha em mãos no Carlos. Uma eu esfreguei bem na cara dele e a outra ficou pelo cabelo todo.
Carlos afastou se limpando e espalhando bolo em todos os lugares. Paul, Mel, Clark e Annie não se aguentavam de tanto rir. Os curiosos aos poucos foram se afastando, mas ainda gargalhando do Carlos.
POV.
- , acho que agora você pode ligar pra . – sentou do meu lado do sofá sorridente.
- E por que agora pode? – Já disse pegando o meu celular.
- Porque agora ela deve ta toda melada. – Ela gargalhou em seguida fazendo com que sua fala chamasse a atenção de todos na sala do .
- Melada? – perguntou desconfiado.
- Liga aí , vocês vão ver. – Ela levantou e se sentou ao lado do .
- Ta bom, vou ligar. – Eu disquei os números que já sabia de cabeça.
O celular tocou algumas vezes e eu já estava achando que ela não iria atender até que...
- Pooh! – parecia gargalhar ao mesmo tempo em que dizia.
- Oi meu leitão! Feliz aniversário! – coloquei no viva-voz depois de ver a cara
suplicante dos meninos. – , ta no viva-voz aqui, os meninos também querem te dar parabéns.
- , meu amor, muito obrigado! Obrigada a quem estiver aí. – Ela disse ainda gargalhando. O barulho do outro lado da linha estava incrível; Quase não dava pra escutar ela falando.
- , eu fui o primeiro a te dar parabéns né? Com a mensagem. – me olhou com uma cara estranha. Os meninos ficaram curiosos com a resposta.
- Ah, Pooh! Desculpa te dizer isso, mas não foi você. – O quê? Como assim não fui eu? – Foi o James que mandou primeiro. – O fechou os punhos com raiva.
- O Bourne? – Ela disse um ‘sim’ quase cochichado. – você pode ter certeza que hoje ele vai pro hospital. – Eu disse na brincadeira, claro, mas o adorou essa ideia e disse silenciosamente que me apoiava. Quase gargalhei com isso.
- Não Pooh, nem brinca com isso ta? – Alguém disse do outro lado um ‘ vem cortar o bolo’ e todos nós olhamos a , perguntando quem era. Ela mexeu os lábios deixando um ‘Carlos’ sair.
- , como assim cortar o bolo? Eu também quero! – gritou e a gargalhou na mesma hora.
- Vocês acreditam que o pessoal aqui fez uma festa surpresa pra mim? – Ficamos meio nervosos ao ouvir isso, já que a festa surpresa dela deveria ser a nossa. – Não é bem uma festa, são só balões de ar e um bolo bem no gramado da escola, mas eu to achando um máximo! – Ela parecia super feliz com isso.
- Que ótimo . Eu também vou querer um pedaço do bolo! – disse.
- Se sobrar eu levo pra vocês. – De novo, a voz chamou a e ela disse um ‘só um minuto gente!’ – Vocês não vão acreditar no que o Carlos fez comigo. Gente, tenho certeza que a escola inteira vai comentar. – Curiosidade a mil agora com a gente.
- Conta ! – A cutucou o pra ele dizer isso por ela. Ela estava louca pra gritar um ‘conta amiga’. Eu ri.
- Bom, o Carlos jogou uma torta na minha cara. Eu to aqui toda melada de torta. – As gargalhadas começaram. – Hey! Não riam de mim ok? Eu fiz pior que ele.
- O que você fez Leitão? – Perguntei já parando de rir.
- Eu provoquei o coitado, depois que ele mostrou que fugiria quando eu peguei duas tortas pra jogar nele. Eu disse que ele era frouxo na frente da escola toda e isso pra um brasileiro é a mesma coisa de mandá-lo provar que é homem. – A quase caiu do sofá com isso. Provavelmente ela sabe bem o efeito dessa palavra num brasileiro.
- O que ele fez? – perguntou deixando o angustiado com a resposta que viria.
- Ele... Er... – Ela gaguejou depois riu. – Me deixa dizer as falas até o final antes de vocês comentarem ta? – Nós todos concordamos com um ‘ok’. – Ele disse: “To aqui , mas você pode ter certeza de que quando isso acabar eu vou mostrar pra você quem é frouxo”, eu acho que nunca vou me esquecer disso. Ai eu respondi: “É mesmo? Tenho certeza de que você não é de nada querido Carlos”, eu sei, eu sou louca por dizer isso. Bom, ai ele respondeu assim: “Quer pagar pra ver ? Posso te dar uma prova agora mesmo”, adivinhem só o que ele fez? Acho que nem a saberia. – Nós olhamos na mesma hora pra que estava abismada assim como nós. Acho que ela não esperava isso.
- Ele te beijou? – Chutei.
- Não, ele lambeu um pouco de torta que tinha no meu pescoço. – Ela cochichou a última parte acho que com vergonha. – Na frente da escola inteira dudes. – e começaram a gritar e eu, Mary e Rafa estávamos surpresos. teve que tampar a cara com uma almofada pra não falar nada com a amiga. Ela ainda ta fingindo estar doente.
- E o que você fez? – Nós nos calamos na mesma hora. A voz do saiu cuspida. Nem quero imaginar o que ele deve ta sentindo agora ainda mais pra ter a coragem de falar com ela.
O telefone ficou mudo. não devia estar esperando que o dissesse algo.
Ouvimos uma respiração mais pesada do outro lado da linha. Eu podia jurar que ela iria chorar.
- Não é da sua conta . – Ela também cuspiu as palavras, só que a voz dela parecia ter nojo de pronunciar o sobrenome dele. se encolheu no sofá, respirando fundo também e o clima não ficou nada legal na sala com o silêncio que se instalou logo depois.
- Er... ... Você pode contar o que fez pra gente né? Nós estamos curiosos. – O disse isso pra quebrar o silêncio. Conseguindo fazer a soltar uma risada.
- Ok! Bom, eu fiz a maior cara de safada do mundo e disse pra ele: “Quer saber mesmo o que eu quero ver agora?” e ele concordou. Tadinho... Acho que ele nunca imaginou que eu jogaria duas tortas de uma vez na cara dele. – A gargalhada foi geral aqui na sala depois disso. Até o sorriu com esse final. – Gente eu vou pra casa agora porque a estava passando mal hoje de manhã. Tenho que ver como ela está. E ainda tenho que cortar o bendito bolo aqui! – A fez uma cara de ‘Own, minha amiga é tão fofa’. Ela cutucou o pra ele fingir que estava preocupado.
- Como assim a ta passando mal?
- Pois é , ela nem veio à aula. Achei que ela ia te ligar mais do jeito que ela é com certeza não queria atrapalhar você no trabalho.
- Então você pede pra ela me ligar. Quero saber como ela está. – A fez um ‘joinha’ com a atuação do e eu sorri.
- Claro pequeno . Beijos pra vocês amores da minha vida.
- Tchau . – Dissemos em uníssono.
- eu tenho que ir pra casa agora! Ela não pode chegar lá e não me achar. – disse já pegando seu celular de dentro da bolsa. concordou com a cabeça. – Eu volto assim que ela for embora pra gente começar a parte dois do plano, meninos. – Ela mandou um beijo no ar e saiu puxando o pela mão.
- E aí dude? Qual vai ser o rango de hoje? – disse abraçando o que ainda estava encolhido no sofá.
End POV.
POV.
- BEEST! CHEGUEI! – disse assim que eu desliguei o telefone onde Carlos me contava o que aconteceu de manhã e perguntava se eu já estava em casa. – Amiga? Ta melhor? – Escutei ela dizer já dentro do meu quarto e continuei fingindo dormir. – . – Ela me sacudiu e eu abri os olhos devagar, levando as mãos na cabeça.
- Oi amiga! Como foi a escola? – Eu tentei fazer a foz mais embargada do mundo. Ela me deu um sorriso sapeca, com os olhinhos brilhando.
- Fizeram uma surpresa pra mim. Tenho certeza que tem dedo seu nisso mocinha. – Ela apontou acusando. Eu sorri concordando. – E aconteceram umas coisas comigo e o Carlos... – Ela disse como quem não quer nada.
- Ah, me conta tudo agora! Quero saber os detalhes! – Ela negou com a cabeça, sorrindo.
- Não! Eu tenho que fazer almoço. – Eu sorri negando também.
- Hoje é seu aniversário e eu pedi comida do restaurante do tio do Carlos. Entregaram á cinco minutos. – Ela me deu um mega abraço sorridente. – Hey! Eu ainda to doente mulher. – Ela fez uma carinha de desculpas.
- Ops, esqueci amiga, desculpa. Mas diz ai o que você pediu? – Os olhinhos dela brilhavam.
- Adivinha só o que eu pedi? O preferido da minha melhor amiga. – Ela começou a gritar e pular na frente da cama.
- Vem, vamos comer que eu te conto o que aconteceu lá. Tenho que te contar uma coisa da aula de piano de hoje. E você perdeu a aula de dança! Foi um máximo dançar Salsa. E o me ligou e eu tenho que te contar sobre isso também. – Ela dizia tudo muito rápido toda empolgada enquanto eu me levantava da cama.
End POV.
- Quer dizer que você não vai mesmo pro trabalho. – Eu disse a que tinha voltado a se deitar.
- Não amiga. Como eu disse, o chefão me liberou. – Eu sorri com a brincadeirinha dela e mandei um beijo no ar.
- Eu vou indo e você mocinha, liga pro se piorar ta? E pede pra ele me avisar. Tenho certeza que ele fica aqui com você. – Pisquei o olho com uma cara safada e ela concordou.
- Sua safadinha! Mas pode deixar que eu ligo pra ele sim. – Eu concordei e sai do quarto dela.
POV.
A porta do apartamento ta abrindo. É agora , mostre o seu lado ator.
- Ah, oi ! Ainda bem que você chegou. – Ela olhou pra mim muito surpresa.
- , que foi? – Ela disse me dando um beijo no rosto.
- A ... – Ela ficou com uma cara nada boa e me interrompeu.
- O que tem ela ? Cadê a minha amiga? – Ela saiu correndo indo até o quarto da .
- Ela ta no hospital . – Ela voltou no mesmo segundo. – Senta aqui que eu vou explicar você. – Ela sentou no sofá, parecendo estar desesperada.
- Ela me ligou mais cedo e eu vim pra cá ficar com ela, mas há uma meia hora eu percebi que ela estava com febre. Como ela tinha dito que já tinha se medicado eu achei melhor levá-la pra lá. – As feições dela relaxaram um pouco. – Só que você sabe como eu sou desmiolado né? – Ela concordou sem entender. – Eu me esqueci de levar roupas e os documentos dela. Só quando eu cheguei ao hospital que a enfermeira me lembrou. Aí eu liguei pro e ele foi pra lá junto com o pra ficar com a enquanto eu voltava pra cá e pegava as coisas dela.
- E você já pegou tudo? – Ela perguntou se levantando. Eu levantei também.
- Peguei as roupas e essas coisas. O problema é que ela disse que os documentos estão dentro da bolsa dela e ela esqueceu essa bolsa na casa do . – Ela franziu a testa com a ideia da bolsa estar lá, provavelmente. – O me deu a chave pra eu ir lá buscar.
- Então vamos logo, porque eu quero ver a minha amiga. – Ela correu até a porta do apartamento e eu peguei a bolsa que estava em cima do outro sofá.
Pelo o que parece, ela caiu na história. Tenho que me gabar depois do meu talento de ator.
End POV.
- Espera , me deixa pegar a chave aqui. – Eu olhei pro com uma cara angustiada.
Primeiro: Minha amiga está no hospital; Segundo: Eu estou voltando á casa que eu disse nunca mais por os pés; Terceiro: Eu to com muita fome.
Isso lá é hora de pensar em comida?
O que eu posso fazer? Eu acabei de chegar do trabalho!
- Pronto . – abriu a porta do bendito apartamento. – Me deixa acender a luz aqui. – Faz isso porque eu não to vendo absolutamente nada aqui dentro. Nunca pensei que o apartamento do fosse tão escuro a...
- SURPRESA! – Não acredito que eu to vendo todo mundo aqui. A ta aqui.
- Gostou amiga? – Ela veio com a maior cara de pau do mundo.
- , eu não acredito que você inventou uma doença pra fazer uma festa surpresa pra mim. Você tem noção do quanto eu estava preocupada com você? – Ela fez uma cara manhosa e eu emburrei a cara.
- Se não fosse assim você nunca cairia na surpresa. – Eu bufei. veio pra perto de mim.
- Leitão, deixa de bobagem e vem curtir a sua festa de aniversário! – Ele me abraçou e começou a me puxar pra mais perto das pessoas que estavam na sala. Não é muita gente, só os conhecidos mesmo. Eu parei no mesmo segundo.
- Pooh, olha o meu estado! Eu acabei de chegar do trabalho e vocês tão todos arrumados e cheirosos. – Todo mundo sorriu.
- , você acha que tinha o quê naquela bolsa de roupas que a gente ia levar pro hospital? Tem coisas suas que a arrumou. – falou abraçado a que concordou com a cabeça.
- Você vai subir ali agora pra tomar o seu banho Leitão e o vai pegar a bolsa no carro. – Concordei com a cabeça e voltei meu olhar pra sala. – a leva lá. – Olhei pro meio desesperada.
- , ele não, por favor. – Cochichei. Ele sorriu e me abraçou.
- Fica tranquila ta? Aquele dia não vai se repetir. – Eu o olhei ainda desesperada, aquilo não me acalmava nem um pouco. – O mudou em muitas coisas desde aquele dia. Ele não bebe mais. – Dessa vez eu fiquei surpresa. Como assim ele não bebe mais? Como assim eu to me importando com isso? NÃO! Eu não posso me importar com ele.
- Ta bom. Mas eu vou gritar se acontecer alguma coisa. – Ele concordou com a cabeça e eu me soltei dele.
Quase voltei correndo pro lado do quando eu vi o . Céus, como ele ta lindo.
- Er... É lá em cima. – Ele coçou a cabeça sem jeito e eu continuei estática olhando aquele ser lindo na minha frente. – Tudo bem ? Eu posso chamar o e...
- Não! Eu to bem. – Ele me olhou estranho. – Vamos? – Ele concordou com a cabeça e começou a andar até a escada. Querer que fosse o ali é claro que eu queria, mas eu não vou dar esse gostinho pro ; Não vou o deixar sentir que ainda me abala de alguma forma. Eu o superei, ele não pode me abalar. (Ou pode?)
- Hey ! – Olhei pra trás e vi o com a minha mala. Ele foi rápido. – Toma suas coisas. – Peguei a bolsa e vi que o e o estavam chegando perto com uma caixa em mãos.
- , a gente quer que você use isso. – disse me entregando o pacote.
- É um presente de nós quatro. – explicou.
- Vou abrir lá em cima meninos! Muito obrigada. – Dei um beijo estalado na bochecha dos três. Voltei pra escada e vi o com uma carinha desolada que eu achei fofa. Merda! Eu não posso achar fofo.
- , o que escolheu tudo sabia? Acho que ele merece um beijo na bochecha também. – Fiz meu olhar matador pro que correu pra traz do , com medo de mim. Por mais que eu não queira admitir, ele tem razão. Se foi o que escolheu tudo ele merece, afinal, ele também é do McFly e... Quê que isso que eu to pensando? OMG. Eu to amolecendo só de ver o desgraçado do .
- Cala a boca , não força ela a uma coisa que ela não quer. – Olha só! O virou gente e disse isso mesmo? Ganhou um ponto comigo.
Então o beija na bochecha.
Meu Deus consciência até você quer ajudar ele? Arg, eu vou beijar.
Olhei o e dei um sorrisinho pequeno. Ele não parecia saber o porquê de eu estar sorrindo pra ele. Na verdade nem eu sei o porquê.
Claro que você sabe.
Cala a boca!
Aproximei-me dele devagar e beijei sua bochecha. Tentei fazer isso o mais rápido possível, mas eu acho que demorei até demais.
- Satisfeito ? – Ele fez um joinha todo sorridente e o me olhou com uma cara de interrogação. – Vamos . – Olhei pra ele que estava com o sorriso maior que o mundo. Só falta ele ta achando que tudo mudou por causa de um beijo na bochecha.
- Vamos sim. – Ele começou a subir as escadas junto comigo.
Paramos no corredor, em frente à porta do quarto dele.
- Se você preferir tem o banheiro de hóspedes lá no fim do corredor, mas o meu banheiro já ta arrumado pra você. – Eu olhei do corredor pro quarto e assim sucessivamente. As lembranças daquela festa vieram com força total. Respirei fundo. Eu disse que não ia me mostrar abalada.
- Não, o seu está ótimo. – Ele concordou com a cabeça e entrou no quarto. Eu o segui.
O quarto continuava o mesmo, a diferença eram dois porta-retratos com fotos conhecidas por mim no criado-mudo ao lado da cama dele. Sentei na cama sem nem ligar com a presença dele e peguei um dos porta-retratos em mãos. Uma foto minha e do . Nós tiramos aquele dia na casa do . Meus olhos ameaçaram se encher de lágrimas e eu não posso deixar isso acontecer.
Levantei meu olhar e encontrei o encostado na parede, me observando.
- Porque essa foto ta aqui? – Eu tinha que perguntar, eu explodiria se não perguntasse. Ele respirou fundo e olhou pro chão.
- Eu olho ela toda vez que acordo e quando vou dormir, pra me lembrar de quando a gente era feliz junto, e de como eu fui burro por ter feito você se afastar de mim. – Ele levantou o olhar e me encarou.
Ficamos bons minutos nos encarando até eu sentir uma lágrima escorrer. Malditos sentimentos.
- Eu preciso tomar meu banho. – Ele assentiu e se desencostou da parede.
- A banheira ta pronta se você quiser tomar seu banho nela. – Banho de banheira? Eu cheguei perto dele dentro do banheiro. – Tem toalha, sabonete, sais de banho, shampoo, condicionador. Eu acho que me lembrei de tudo. – Ele se lembrou? Que dedicação pra preparar um banho.
- Obrigada, mas eu não vou usar a banheira não. Eu nunca tomei banho em uma. – Eu disse sem graça o fazendo sorrir.
- É fácil! É só você ligar essa torneira de água quente e essa de águas fria, aí depois que encher você desliga e coloca os sais de banho e a espuma. – Ele mostrou tudo e eu sorri só de me imaginar dentro daquela banheira maravilhosa.
- Se eu inundar o seu banheiro a culpa vai ser sua. – Ele sorriu e se aproximou de mim, aproximou até demais.
- Eu não vou me importar. – Será que ele percebeu o tanto que ele ta próximo de mim? Droga, mais que cheiro é esse?
- Er... . – Ele se afastou assustado quando percebeu que estava indo me beijar.
- Desculpa, desculpa. – Eu concordei com a cabeça ainda intoxicada pelo perfume dele e a vibração daqueles olhos . – Eu vou descer. Qualquer coisa você grita ou dá um toque no meu celular, se você ainda tiver o numero, porque lá embaixo ta muito barulhento. – Ele dizia já saindo do banheiro e indo até a porta do quarto. Eu concordei com a cabeça de novo. – Então eu vou lá. – Ele apontou pra fora do quarto e saiu fechando a porta.
Respirei fundo e me sentei na cama dele. Acho que eu não estava respirando com ele perto só pode. Olhei a caixa que os meninos me deram e peguei pra abri-la.
- Que lindo! – Um vestido preto com uma faixa vermelha na cintura, tomara-que-caia que me parece ir até um palmo acima dos meus joelhos, foi a primeira coisa que saiu da caixa. Coloquei o vestido na cama e peguei uma sandália maravilhosa, vermelha estilo meia-tapa. Coloquei a sandália no chão e peguei agora um conjunto de colar, brincos e pulseira. O colar era prata, com um coração de pingente. O mesmo coração estava nos brincos e a pulseira era prata e tinha um ‘’ feito de strass, pelo menos eu acho que é strass. Do jeito que eles são, podem ter colocado alguma pedra cara aqui.
POV.
- Vocês se mataram lá em cima? – perguntou zoando coma minha cara. – Acho que não, pelo sorriso dele. – Ele disse pro que me encarou.
- As coisas tão melhorando? – Ele me perguntou assim que eu me juntei ao grupo. , , Mary, Rafaella, , e (Arg) James, me encaravam curiosos.
- Não sei, acho que ela ta só atuando. Mas isso não muda o fato de ela pelo menos estar falando comigo. Por mais que eu saiba que ela ainda me odeia, eu fico feliz. – Eles concordaram.
- , tem que colocar uma música aqui dude. Isso ta muito parado! – disse batendo nas minhas costas.
- Cara, eu vou ter que atrapalhar o banho da ? – Ele concordou sorridente e piscando pra mim. – Deixa pra depois . – Ele negou com a cabeça.
- Vai lá dude, ela ta no seu banheiro né? – Concordei com a cabeça. – Com certeza a porta ta fechada, você pede licença e avisa que só ta indo pegar uns CDs lá.
- Ta bom , mas é só pra você parar de encher o meu saco! – Sai em direção à escada novamente enquanto o comemorava.
Subi bem devagar as escadas, rezando pra que a já tivesse saído do banho ou estivesse mesmo com a porta do banheiro fechada. Nem quero pensar o que ela vai achar se me pegar lá no quarto. Vai achar que eu sou um tarado pervertido que tentou agarrá-la antes e agora ta indo terminar o que começou. Credo , não é pra tanto.
Parei em frente á porta do quarto e fiz mais uma hora pra demorar um pouco mais.
End POV.
Eu preciso urgentemente de uma banheira dessas! Tenho certeza que se eu não soubesse que o pessoal ta me esperando lá em baixo eu tinha ficado aqui por, no mínimo, meia hora. Mas como eu sou a aniversariante e tenho que ficar lá, eu vou me arrumar logo.
- Hey, . Ta me ouvindo? – Dei um pulo pra trás quando escutei a porta bater e aquela voz me chamar.
- To sim! – Sentei na cama pra não desmaiar ali mesmo.
- Er... Será que eu posso pegar uns CDs aí? O ta me enchendo o saco lá em baixo pra eu colocar música no som. – Ele me parecia nervoso. Até imagino porque o estava enchendo o saco dele.
Olhei pra mim de toalha, sentada na cama. Eu posso correr pro banheiro enquanto ele pega os CDs né? Isso!
- Tudo bem. – Corri pro banheiro e fiquei só com a cabeça do lado de fora da porta. O abriu a porta do quarto e, assim que me viu, sorriu de leve.
- Desculpa por isso. Vou tentar não demorar. – Assenti com a cabeça e ele andou até o guarda-roupa.
Não aguentei ficar escondida na porta, por isso, encostei-me ao batente da mesma observando-o.
- Você ainda deixa os CDs aí? – Perguntei. Ele virou pra me olhar e quase deixou o CD que estava em sua mão cair no chão. Será que o fato de eu estar de toalha o influencia?
- Er... Sim. – Ele enterrou o rosto pra dentro do guarda-roupa, todo sem graça. – Estão do mesmo jeito que você deixou. – Do jeito que eu deixei no dia que você trouxe o Céu e o Inferno ao mesmo tempo pra minha vida .
- Ah ta. – Dei de ombros e ele fechou o guarda-roupa com alguns CDs em mãos.
- Eu vou indo. – Ele apontou pra porta e eu assenti com a cabeça. – Gostou dos presentes? – Perguntou sem olhar pra mim, olhando pros presente na cama.
- Gostei, são lindos. – Ele sorriu.
- Que bom que gostou. – Ele voltou a andar pra porta.
- ! – Ele me encarou – Er... Já que é meu aniversário hoje e eu não quero que nada me aborreça e tals, eu vou fazer uma trégua com você. – Ele me encarou sem entender. – Eu odeio você, vou deixar claro isso; Pelo que você me fez, mas hoje eu vou tentar esquecer aquele dia e tentar te ver como o que eu conheci. – Ele mostrou um pequeno sorriso.
- Você sabe que a gente tem que conversar... – Ele tentou.
- Não. Eu não quero falar disso hoje. – Fitei o chão. – Nem sei se vou querer falar algum dia. – Ele respirou fundo e eu também.
- Eu acho que mereço pelo menos uma chance de te fazer entender. De tentar amenizar minha situação. – Olhei agora pro teto, tentando controlar a vontade de chorar que estava surgindo.
- É. Todo mundo merece uma segunda chance. Até você. – O encarei e ele me encarou também.
O silêncio se instalou no quarto. Eu podia ouvir o coração dele bater. Na verdade, não sei se é o coração dele ou o meu.
- Eu vou descer. Te espero lá em baixo. – Ele sorriu cortando o silêncio e eu forcei um sorriso.
- , coloca o Above The Noise? – Ele olhou o CD e sorriu.
- Tem certeza? A disse que você não ta escutando nossas músicas mais. – Ele disse baixo olhando pro CD ainda. , eu ainda vou matar ela por contar coisas que não devem.
- Tenho. – Ele me encarou sorrindo ainda. – Eu sou fã de vocês ainda. Isso nunca vai mudar. – Ele concordou com a cabeça e saiu do quarto, me dando uma última olhada profunda com seus imensos globos , antes de fechar a porta.
POV.
- Proto seu mala! Coloca o Above The Noise porque a pediu. – Todo mundo me encarou, principalmente a .
- A ? Sério? – Concordei com a cabeça e o pegou os CDs das minhas mãos. – Tem milagre acontecendo aqui. – Eu a encarei sem entender. Na verdade, todo mundo. – Vou explicar. A ta conversando com o e ta ouvindo McFly em um só dia?! Só pode ser milagre. – O Bourne começou a rir e o o acompanhou. Minha cara ficou fechada só de ver que o Bourne acha graça disso.
Quem ele pensa que é? Nem aqui ele deveria estar. Nem sei por que a o chamou. Mentira eu sei sim.
- Então dude, ela vai demorar? – me perguntou.
- Ah! Acho que não, ela estava indo trocar de roupa. – Eu disse dançando ao som de This Song. Pelo que parece, colocou o CD no Shuffle.
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- Ela ta demorando , tem certeza que ela estava indo trocar de roupa? – me perguntou gritando por causa do som alto que tocava Take Me There.
- Tenho, vai ver ela está se maquiando ou sei lá o quê que vocês mulheres fazem pra se arrumar. – Ela riu concordando com a cabeça e voltou a conversar com o Bourne, que por sinal, estava infernizando a minha vida por eu ter que olhar pra cara dele e lembrar a todo segundo que ele beijou a , que ele pode tocá-la e eu não.
- Você ainda não falou com ele. – cochichou pra mim apontando discretamente para o Bourne. Bufei com isso e ele me olhou meio duro. – Nós sempre fomos amigos , você sempre gostou muito do James. Porque ficar com raiva agora? – Puxei o mais afastado do pessoal onde eles não poderiam escutar a nossa conversa.
- , droga, você sabe bem que ele ficou com a . Ele foi um grande desgraçado comigo!
- Pelo amor de Deus ! Eu já te disse que você estava namorando e não podia reivindicar nada como se a fosse propriedade sua. – e seus sermões que sempre me deixam com culpa.
- Eu não consigo , não o vejo mais como meu amigo. Não consigo. – Balancei a cabeça negativamente, olhando pro chão.
- Você faria a feliz se pelo menos não olhasse torto pra ele como se quisesse matá-lo. – Olhei pro e vi sua cara fechada me encarando.
- O problema , é que eu quero matá-lo! – Ele sorriu. – É sério. – Complementei e ele parou de sorrir.
- De verdade dude, eu nunca te vi assim por garota alguma. Como você ficou desse jeito em tão pouco tempo cara? Ao ponto de ficar com raiva do Jimmy, o cara que você mais ‘compartilhou’ mulher?! – Ele ta certo, eu nunca fiquei assim por ninguém nesse mundo. Só que também nunca encontrei alguém como ela.
- Nem eu sei a resposta pra essa pergunta .
- Vamos voltar pro grupo, pois conversar com você sobre o James é perda de tempo. – Concordei com a cabeça.
- Ainda bem que você viu isso! – Disse e ele começou a andar.
- Um dia você vai me dizer que eu estava certo. – Sorri. Eu nunca vou achar isso certo, o James vacilou comigo.
- O que você dois estavam falando hein? – perguntou todo curioso depois que nos juntamos ao grupo.
- Nada, eu só estava dando uns conselhos sexuais pro nosso amigo aqui. – disse antes que eu pudesse dizer algo. – Ele não ta dormindo muito bem á noite e acorda molhado de manhã. – Me virei já com o intuito de socar o que ria do que acabara de dizer. Todos acompanhavam sua risada menos eu, claro!
- Vem aqui , eu vou matar você por dizer asneiras! – Ele saiu correndo e eu fui atrás.
Depois de muito correr, quase derrubar a mesa de doces, esbarrar na Rafa e tropeçar no , eu e o paramos com a brincadeirinha de pique-e-pega e voltamos ao grupo completamente exaustos. O pessoal ainda ria da brincadeira quando eu percebi que o James olhava completamente vidrado (vale ressaltar) a escada que dava acesso ao segundo andar da minha casa. também percebeu e virou seu olhar para onde o Bourne olhava e esboçou um sorriso enorme.
Será que é ela?
(N.A – Coloque End Of The World do McFly)
Parecendo uma deusa, descia as escadas quando meu olhar pousou sobre ela.
Os presentes caíram perfeitamente bem, como eu imaginei. Parecia estar tudo em câmera lenta pra que minha mente pudesse gravar cada movimento dela.
O movimento dos cabelos, o sorriso, o olhar, a respiração, tudo estava sendo perfeitamente gravado na minha memória. Eu nunca a vi tão linda e radiante.
- ! Você ta linda! – se aprontou em falar quebrando toda a sensação de câmera lenta.
tinha acabado de descer as escadas e parecia envergonhada. Do nada ela abriu a boca e gritou.
- Jimmy! Você ta aqui! – Aquele desgraçado, filho da puta, sorriu e foi até o encontro da , abraçando ela e rodando ela no ar.
- Claro que eu to aqui! Você acha mesmo que eu não iria ver você hoje é ? – Ela sorriu ainda abraçada a ele. Porque ela fica assim com ele? Será que ela não gosta mais de mim, me odeia ao ponto de gostar dele agora? Não, não pode ser.
- Eu não ti vi quando cheguei. – Ela fez um bico fofo e o idiota do Bourne beijou a bochecha dela.
, você ta morrendo de ciúmes. Isso é fato.
End POV.
- Ah princesa, queria ver a sua reação quando não me visse. – Eu fiz uma carinha de dúvida e me soltei do abraço dele.
- E você gostou da minha reação Bourne? – Ele fez que sim com a cabeça sorridente. Sorri junto.
- , você vai matar o de ciúme sabia? – chegou me abraçando e dizendo isso no meu ouvido.
- Que ele morra . – Ele sorriu.
- Como se você não se importasse. – Ele se afastou do abraço e me olhou nos olhos. Assim é difícil mentir.
- E não me importo mesmo. – Ele riu ainda mais balançando a cabeça em negativa.
- Você não consegue mentir pra mim Leitão.
- Ah Pooh, cala a boca! – Ele gargalhou e eu fui abraçar o resto do pessoal.
- Então o que achou dos nossos presentes? – perguntou ainda abraçado a mim. Eu sorri.
- Amei meninos, tudo ficou perfeito em mim. – abraçou o e sorriu.
- Olha só , você escolheu bem. – O deu um soco no peito do que gemeu.
Parei de prestar atenção na conversa deles pra reparar na decoração. Eu entrei tão distraída e com raiva porque a fingiu estar doente que nem vi o quanto tudo estava lindo.
Há balões por todos os lados nos tons prata, vermelho e preto. Uma mesa de doces perto da escada com brigadeiros e outros docinhos. Há também outra mesa com o bolo de chocolate e balas enfeitadas. Tudo parece uma festa de criança em relação á comida.
Sorri ao ver uma espécie de quadro. Na verdade são dois que mais me lembram fotos gigantes e devem ser isso mesmo. Na primeira estava à foto que eu vi no celular da uns dias atrás e na segunda estávamos nós todos: , Rafaella, Mary, , , , e eu. É engraçado como eu e o parecemos um casal nessa foto. Um casal apaixonado que nós nunca seremos. Pelo menos não um pelo outro.
- Aquele ali é seu, de presente. – A voz dele cortou meus pensamentos me deixando toda arrepiada.
- Meu? – Ele concordou com a cabeça depois que eu apontei pro primeiro quadro. Os quatro, eu e a sorriamos na foto que eu agora encarava como sendo minha. – E o outro? Vai ficar aqui? – Disse ainda olhando o quadro.
- Sim. – Dei de ombros.
- vem aqui pra eu te dar o seu presente! – me chamou (lê-se gritou) perto do sofá. Olhei pro que sorriu e me acompanhou até onde ele estava.
- Enfim eu vou saber o que é! – disse chegando perto da gente também junto da Rafa. Eu cruzei os braços.
- Você não sabe? – Ele fez que não com a cabeça e o riu.
- O Sr , o , a junto das duas ali – Ele apontou pra Mary e Rafa. – Não me contaram os presentes que eles daria por si sós. Todos com segredinhos. – Ele fez bico e eu abracei o lindo.
- Own , eles te deixaram curiosos foi? – Ele continuou manhoso e me apertou mais. – Então vamos acabar com a sua curiosidade. Quem vai começar? – Eu olhei pra eles que estavam juntos no sofá. As meninas apontaram pro .
- Ok, ok, vou pegar meu presente . Só um minuto. – Ele correu para o que eu achei ser a área de serviço da casa do . – Fecha os olhos! – Ele gritou de lá e eu fechei meus olhos no peito do .
- Como você guardou isso aí e a gente não viu? – praticamente gritou me fazendo abrir os olhos.
- Ai meu Deus , ele é LINDO! – Corri ao encontro do pra pegar no meu colo o enorme Ursinho Pooh. – Ele bate na minha cintura , e eu to de salto! – Eu estava impressionada. – E ele é tão fofinho, bom de apertar. – Eu abracei o urso com força e o pessoal gargalhou. – Tem o seu perfume nele ! – O veio me abraçar sorrindo.
- Eu o coloquei pra você sempre se lembrar de mim. Cada vez que você quiser conversar e eu não estiver perto ou algo do tipo, você conversa com ele. – Eu entreguei o Urso pra que estava louca pra pegar ele e dei um mega abraço no meu melhor amigo. Meu anjo chamado .
- E aquele ali? No canto da sala? – A Rafa falou me fazendo sair do abraço do e olhar pra onde ela apontava. Apontava pra um Leitão também gigante. Corri até o Leitão e o peguei no colo.
- Esse aqui é meu. O nome dela é e eu trouxe mesmo pra mostrar você que todo Ursinho Pooh tem um melhor amigo Leitão. – Meu sorriso não cabia na boca e eu estava quase no ponto de chorar.
- Então o nome dele vai ser o melhor amigo dela, porque ela é mulher , você tem que dizer ‘melhor amiga’! – Ele gargalhou concordando.
- E agora as moças vão dizer qual é o presente? – perguntou me fazendo sentar no sofá com o meu Urso. Vale observar que ele quase me abraça como uma pessoa do tanto que ele é grande.
- Não, nem a vai saber agora. – Eu franzi a testa estranhando o porquê de todo o mistério. – Vem aqui , pra gente te dizer uma coisa. – Eu me sentei entre a e a Mary.
- Você vai ver seu presente em casa. – A Mary cochichou no meu ouvido enquanto a Rafa batia no por tentar escutar.
- Está em baixo da sua cama e lá eu te explico porque eles não estão sabendo do presente. – Concordei com a cabeça depois de a concluir.
- Acabaram suas chatas? – perguntou emburrado. Nós rimos da cara que ele fez e concordamos. – Então o aqui vai dar o presente dele. – Eu olhei incrédula pro que sorriu pra mim mostrando ser verdade mesmo que ele ia me dar outro presente. – Anda logo dude! – deu um tapa nas costas do que revidou com um soco fazendo todo mundo sorrir menos eu, que não estou acreditando ainda que ele vá me dar um presente. O que será?
- Ta bom! – Ele começou sem jeito e eu me levantei do sofá ficando de frente pra ele. – Er... Eu conversei com o Fletch e o pedi uma ajuda. – Ele apontou o Fletch no canto da sala e eu olhei pra ele que sorriu e acenou. – Pra poder entrar em contato com um certo empresário. – Ótimo, eu não to entendendo nada e parece que o resto também não está. – e consegui isto aqui. – Ele retirou do bolso um envelope branco com uma fita vermelha e me entregou. – São entradas para o camarote exclusivo pro show do Westlife em Manchester pra todos nós irmos. – Nem tive coragem de abrir o envelope. Minhas mãos tremiam tanto que seria impossível se eu tentasse. – Eu conversei com o Shane Filan e ele fez questão de nos conseguir o melhor camarote do lugar. – Tive que sentar pra não cair pra trás. Ele conversou com o Shane? O meu preferido do Westlife. Ele ainda conseguiu o melhor camarim? Fez questão disso? Céus! Isso é demais pra minha cabecinha.
- , tudo bem? – me perguntou depois que eu me sentei. Acho que o fato de eu estar pálida, suando frio e com as mãos tremendo, terem o feito chegar à conclusão de que eu não estou bem. Erro do , eu to ótima!
- To muito bem Pooh. – Ele sorriu entendendo. – eu não acredito nisso. – Ele sorriu e se abaixou perto do sofá onde eu to sentada.
- Por que você não abre o envelope então? – Eu olhei o envelope e respirei fundo; Puxei a fita vermelha e abri o envelope. Oito tickets azuis apareceram, cada um tinha o nome específico. Olhei o ticket onde continha o meu nome e parei encarando já com os olhos marejados. Eu vou ao show do Westlife e de camarote exclusivo, ainda não dá pra acreditar.
- Amiga, nós vamos ver o Westlife! – me abraçou também emocionada. Acho que ela deveria estar se sentindo como eu. Eu concordei com a cabeça sorridente e voltei meus olhos pro abaixado na minha frente. Ele sorriu a me ver sorrir.
- Desculpe se o show vai demorar tanto tempo, mas eles fizeram show em Londres no mês passado e Manchester era o último lugar da Inglaterra que eles iriam fazer o show. Se não fosse lá, a gente teria que ir pra Portugal. – Me deu vontade de bater nesse retardado do .
- Deixa de ser idiota , eu to indo no show do Westlife de camarote! Não posso reclamar de data, nem de local, de nada! – Ele sorriu com isso e se levantou.
- Na verdade, tem mais uma coisa só que você só vai saber lá no show. – Olhei pra ele morrendo de curiosidade. – Nem adianta, é surpresa e eu não vou contar! – Cruzei os braços mostrando indignação e o pessoal sorriu.
- Parece que o deu o presente pra que agradou á todos! – Mary disse também empolgada.
- É, agora nós vamos nos preparar pra ir ao show do WESTLIFE! – pulou em cima do agradecendo e quase fazendo os dois caírem no chão.
James POV.
- Não Jimmy! Droga! – fazia a maior cara de choro do mundo quando eu disse que ia embora.
- Princesa, eu te disse que amanhã eu tenho que acordar cedo. Essa história de turnê me ocupa demais e você sabe disso! – Ela fez bico.
- Ah Jimmy, eu queria que você ficasse mais! Você ficou tão pouquinho aqui. – Ela me abraçou forte e eu aproveitei pra sentir o perfume dela enterrando meu rosto em seu pescoço.
- Pelo menos eu fiquei né? Além do mais, é difícil ficar assim com você e não ter vontade de te agarrar. – Ela me largou me dando um tapa no braço. – Ai ! – Eu gargalhei com a reação dela.
- Cala a boca Bourne. O assunto aqui é sério! – Eu sorri e passei meus braços por sua cintura.
- Eu também disse isso sério princesa. – Ela bufou e depois sorriu.
Nós dois estávamos afastados do pessoal, perto da porta de saída da casa do . Ele, por sinal, não tirava os olhos de mim e da nem por um segundo sequer. Ele parece ta com muito ciúme.
- James Bourne. Eu já to ficando triste só com a ideia de você ficar longe de mim por duas semanas. Quem vai me fazer rir nesse tempo, hun? – Eu dei um beijo estalado na testa dela.
- , o seu medo não é esse. Você só não quer ter que voltar a andar com os dudes. – Ela me abraçou parecendo não querer encarar os meus olhos. – E eu já te disse que isso não vai adiantar de nada! – Peguei o rosto dela pra que ela me olhasse. – Você os ama . Os quatro.
- Os três você quer dizer.
- Não, você ama todos eles e vai te fazer mal ficar longe deles assim. – Ela suspirou concordando. – Olha só o que eles fizeram pra você! Essa festa linda! Você não pode negar o tanto que eles gostam de você e devem sentir sua falta. – Os olhos dela se encheram de lágrimas. – Hey, não é pra você chorar viu? É o seu aniversário! – Ela sorriu olhando pro teto pra ‘parar’ as lágrimas.
- Eu já disse que você é incrível Jimmy? – Ela olhou pra mim ainda com os olhos um pouco vermelhos.
- Todos os dias você diz isso, mas hoje você não disse não! – Ela gargalhou e beijou minha bochecha fazendo meu coração disparar.
- Você é incrível Bourne! E convencido também! – Eu sorri concordando. – Eu te amo seu chato! – Olha só! Ela disse que me amava! Sempre sou eu que digo isso pra ela primeiro.
- Que bom. Eu também te amo demais princesa. E agora eu vou embora. – Dei um beijo na testa dela e fui até a porta. – Tchau pessoal! A gente se vê. – O pessoal acenou pra mim e eu mandei um beijo no ar pra que sorriu me mandando outro.
End POV.
- Agora que só ficou nosso grupo, nós vamos jogar! – se levantou me abraçando.
- Jogar o quê, Pooh? – Perguntei. Ele sorriu e chamou a e disse algo no ouvido dela. Ela imediatamente correu pra cozinha e voltou com um saco pequeno em mãos.
- Da pra alguém explicar? – disse curioso.
- Nós vamos brincar de Karaokê, mas de uma forma diferente. – começou e eu me sentei ao lado da Mary e do no único espaço vago do sofá, só pra constar.
- O Karaokê vai ser feito em duplas que serão sorteadas. – falou.
- E eu e a fizemos uma seleção de músicas tanto em inglês como em português, e elas também serão sorteadas. – continuou a fala da .
- Então vamos começar com isso logo porque essa festa ta precisando ser mais animada! – Eu disse já indo até a e pegando o saco. – Quem vai pegar os papeizinhos de nome? – Todos levantaram a mão. – Hum vejamos... Difícil escolher. – começou a balançar o braço freneticamente. – Ta bem , vem você! – Ele deu um salto do sofá e me abraçou. – Você adora ser o primeiro a tentar avacalhar com os outros, né ? – Ele gargalhou concordando com a cabeça.
- Então se preparem que eu vou pegar o primeiro nome.
- Espera ! – Ele me olhou sem entender. – Rafa, vem aqui pra você escolher as músicas. – Ela levantou sorridente e o se emburrou.
- Hey, tinha que ser eu e não a Rafaella. – A Rafa mandou um beijo no ar pro namorado.
- Pronto, agora eu vou pegar o primeiro nome que é... – Ele sacudiu a mão dentro do saco e puxou de lá um papelzinho, desdobrou e leu. – ! – sorriu. – Agora vamos ver o seu par... – Ele pegou outro papelzinho de lá e fez uma cara emburrada. Aposto que é a . – Bêe, você é o par dele. Não gostei! – Ele cruzou os braços e o gritou ‘Ta com ciuminhos’ fazendo todo mundo gargalhar do . A deu um selinho nele e disse algo no ouvido dele que sorriu. Nota mental: Lembrar de perguntar o que ela disse.
- Agora vamos ver a música de vocês. – Rafa disse pegando um papelzinho do outro saco. – It’s My Life do Bon Jovi! – faltou dar um mega beijo na Rafaella por ela ter pegado essa música. Uma coisa que o pessoal não sabe é que a é louca, obcecada, retardada, apaixonada pelo Bon Jovi. Paixão de longas datas, desde que ela se entende por gente.
- Vamos á próxima dupla! – estava se sentindo o apresentador de televisão. – Rafaella! E seu par será... Mary! Lá se vai duas garotas, agora eu só posso fazer par com a . – Gargalhei com esse comentário bobo do e prestei atenção na música que a Rafa ia tirar. - Hot N' Cold da Katy Perry, adorei Mary! – Elas comemoraram com vários pulinhos retardados me fazendo gargalhar alto.
Agora sobrou eu, , e pra escolher quem vai ser par de quem.
- Então vamos lá! Agora o nome que eu vou pegar aqui é... ! – Sorri. – Seu par vai ser... – O ta demorando um século pra tirar o papel do saquinho e eu to no ponto de desmaiar aqui só de imaginar que eu posso ser o par do... – O é o seu par ! – me olhou preocupado e eu olhava do pra a todo segundo. O começou a andar na minha direção com passos cautelosos e parou bem na minha frente.
- Você não precisa fazer isso. – Ele disse baixo. Eu concordei com a cabeça.
- Eu sei, mas foi um sorteio, então eu vou cantar com você. – Ele não conseguiu esconder a alegria que teve quando eu não quis trocar de par e ficou sorridente do meu lado. – Rafa tira aí a nossa música! – Tentei demonstrar animação.
Rafaella concordou com a cabeça e sacudiu o saquinho. Tirou o papel de lá e leu a música. Ela fez uma cara estranha que eu não entendi.
- Apologize do Timbaland com o One Republic. – Entendi a cara que ela fez. É muita coincidência eu ter saído com o e ainda por cima com uma música dessas.
- Então eu sobrei com o ! – disse fingindo decepção. – Tira nossa música Rafa! – Ela concordou com a cabeça e tirou o papel.
- Tomara que seja Brasileira! – meio que gritou antes da Rafaella ler a música.
- E você acertou ! Robocop Gay dos Mamonas Assassinas. É assim que pronuncia? – Ela falou com um sotaque engraçado fazendo todo mundo rir.
- Você falou até bem Rafa. É quase assim que se diz.
- Eu conheço essa música! – disse.
- Eu também! – Eu e a rimos.
- Que peninha. – disse abraçando o . – Eu queria ver vocês improvisando pra cantar essa música, mas já que vocês conhecem vai ficar sem graça. – Ela fez bico.
- Ta louca amiga? Nunca que vai ser sem graça o e o cantando Robocop Gay com sotaque londrino! – Ela concordou gargalhando como os outros.
- A gente devia gravar e por no Super City pros fãs brasileiros verem. – deu a sugestão que me agradou muito.
- Oba! Eu gravo! – Eu já peguei a mega câmera digital do pra gravar aquilo. – Vou adorar ter meus créditos nesse vídeo lá no Super City. – Nós começamos a ir até o Karaokê.
- To até vendo todos os comentários que você vai ter no seu perfil . – disse me abraçando. Eu concordei com a cabeça.
- Você tem conta no Super City ? – perguntou surpreso. , e estavam da mesma forma.
- Tenho sim. – Eu disse dando de ombros.
- Porque você nunca disse? – Foi a vez de o perguntar.
- Porque vocês nunca perguntaram dãa! – Eles resolveram deixar pra lá e pararam de falar no Super City.
- Então vamos por ordem de sorteados, no caso, eu e o começamos. – falou já pegando os microfones e dando um ao .
POV.
- , você é um gênio! – cochichou depois que o pessoal sentou pra ver a ‘apresentação’.
- Quem poderia imaginar que aqueles dois ficariam juntos do jeito que a gente pensou? – Eu comentei no mesmo de voz enquanto procurava a nossa música na lista do Karaokê.
- Sem contar que a música que a gente queria também saiu pra eles. – Eu concordei com a cabeça.
- Mas sairia de qualquer forma com aquele tanto de músicas parecidas com Apologize que nós colocamos lá; Eles iam ficar com alguma delas. – Ela concordou e nós nos preparamos pra cantar.
End POV.
É a minha vida
It's now or never
É agora ou nunca
I ain't gonna live forever
Eu não vou viver para sempre
I just want to live while I'm alive
Quero apenas viver enquanto estiver vivo
(It's my life)
(É a minha vida)
My heart is like an open highway
Meu coração é como uma estrada livre
Like Frankie said
Como Frankie disse
I did it my way
Eu tracei meu caminho
I just wanna live while I'm alive
Quero apenas viver enquanto estiver vivo
It's my life
É a minha vida
Não posso negar que está muito engraçado o e a cantando. A vai me matar de rir se continuar soltando aqueles agudos no refrão da música e o vai me matar de rir se não parar de tentar parecer um cantor mexicano dançando daquele jeito!
- Huhuuu! – Batemos palmas e gritamos feitos loucos quando eles acabaram de cantar.
- Calados! Vamos ver quanto nós tiramos. – disse fazendo todo mundo prestar atenção na TV.
- 87? Porque 87? Nós cantamos tão bem! – ficou indignado com o numero na tela. Eu gargalhei. – Para de rir , isso é sério! – Gargalhei mais alto. – Eu sou um cantor renomado que vendeu milhares de discos e tiro nessa porcaria de Karaokê um 87?! – Eu não consigo nem rir mais do tanto que a minha barriga ta doendo. Eu to até sem respiração. Parece que todo mundo me acompanhou pra rir da reação do . Até a ta rindo do que ele disse.
- Hey amor para de drama ok? Agora eu e a Rafa vamos cantar! – Mary tirou um indignado de perto do Karaokê e se aprontou juntamente com a Rafaella pra começarem a ‘animar’ o lugar com uma dose de Katy Perry.
POV.
- Acho que agora é a nossa vez. – me olhou sorrindo, ainda por causa da interpretação das meninas com a música da Katy Perry e concordou, se levantando.
- Arrasa aí casal! – soltou essa idiotice, mas eu não deixei de lado não, ele levou um belo soco no braço por causa disso. – Ai estressadinho! – Mandei o dedo do meio pra ele que botou aquela língua enorme e nojenta pra fora, balançando de um jeito retardado como só o é capaz de fazer.
- Como a gente vai cantar? – Ela me perguntou parecendo nervosa.
- É só você cantar quando se sentir á vontade. Escute o seu coração . – Que coisa gay foi essa que eu disse? Ta, , você já sabe que quando o assunto é as coisas ficam estranhamente melosas na sua cabeça.
Ela respirou fundo e concordou mostrando um sorriso lindo me fazendo desviar desses pensamentos estranhos.
Eu estou me segurando na sua corda
Got me ten feet off the ground
Estou a 10 pés do solo
And I'm hearing what you say, but I just can't make a sound
E eu estou ouvindo o que você diz, mas simplesmente não consigo emitir um som
You tell me that you need me
Você diz que precisa de mim
Then you go and cut me down, but wait
Depois você me derruba, mas espera
You tell me that you're sorry
Você diz que sente muito.
Didn't think I'd turn around, and say...
Não imaginava que eu me viraria e diria...
Ela ta levando á sério a história de ‘escutar o coração’ já que, desde aquele dia, ela nunca me olhou com tanta tristeza no olhar. Parece que ela quer me mostrar o que ela sente por meio da música.
Que é tarde demais para se desculpar, é tarde demais
I said it's too late to apologize, it's too late
Eu disse que é tarde demais para se desculpar, é tarde demais
End POV.
POV.
- Acho que Apologize não foi uma boa ideia . – cochichou pra mim sem tirar os olhos da e do cantando.
- Porque ? Eles estão tão bem cantando juntos! – Ela me encarou.
- Você não percebeu ? Olha só as feições da ! O mau ta cantando a música. – Ela voltou a olhar os dois e eu fiz o mesmo. – É só a dizendo ao que é tarde demais pra se desculpar , por isso à música não foi uma boa ideia. Em vez de ajudar nós dois atrapalhamos!
A tem razão. Do jeito que a ta olhando o é exatamente isso que ela quer dizer e o parece estar entendendo perfeitamente já que nem cantar mais ele ta conseguindo só por estar encarando os olhares duros da .
Eu me arriscaria outra vez, levaria a culpa,
Take a shot for you
Levaria um tiro por você
And I need you like a heart needs a beat
E eu preciso de você como um coração precisa de uma batida
But it's nothing new – yeah
Mas não é novidade - yeah
I loved you with a fire red
Eu te amei com um vermelho fogo
Now it's turning blue, and you say...
Agora está se tornando azul, e você diz...
I'm sorry like an angel
"Eu sinto muito" como um anjo
Heaven let me think was you
O céu me fez pensar que era você
But I'm afraid...
Mas eu receio...
End POV.
Eu disse que é tarde demais para se desculpar, yeah
I'm holding on your rope, got me ten feet off...
Eu estou me segurando na sua corda, estou a 10 pés...
the ground
do solo
As palmas do pessoal me fizeram cortar o forte contato visual entre mim e o . Não sei se ele percebeu, mas praticamente cada palavra dessa música foi com um sentido maior que eu cantei pra ele. Por mais que ele não tenha cantado muito (não sei por que), só de olhar os seus olhos que transbordavam confusão e tristeza quase como os meus que transbordavam tristeza e raiva, eu sentia que se fosse em outro momento eu poderia desmaiar por ter aquele olhar sobre mim. E pensar que um dia eu sonhei em olhar naqueles olhos todos os dias; Hoje, eu os quero bem longe de mim, pra não me lembrarem mais das minhas dores.
- Vocês tiraram 94! Parabéns casal! – O ta merecendo uns bons tapas por ficar chamando eu e o de ‘casal’ a todo segundo!
- Valeu , agora para de falar merda ok? – me olhou assustado; Não só ele, mas todos.
- Er... Vamos logo . Agora é a nossa vez! – tentou cortar o clima chato que tinha ficado no ar por causa do meu pequeno ‘chilique’, conseguindo com sucesso. – Bêe vem me ajudar aqui com essa música! – A sorriu se levantando.
- Você que vai cantar querido, eu vou só rir da sua cara aqui de camarote! – O arqueou a sobrancelha não acreditando no que a disse. – To brincando Bêe! Mais que eu vou rir, eu vou! – Gargalhamos com a cena do e da .
Sentei-me em um puff branco, perto da janela que dava pra uma Londres muito bem iluminada e movimentada. Acho melhor ficar um pouco isolada do pessoal enquanto eles se distraem com a apresentação dos meninos. Vou aproveitar e filmar essa apresentação daqui.
- É pra ganhar 100 , amor! – Baixou o veado no , acho que ele ta se identificando com a música antes até dela começar a tocar.
- Eu canto uma parte e você outra! – concordou com o que o disse e preparou o seu lado ‘gay’.
Só de a música começar a tocar eu já comecei a rir, mas tenho que me controlar já que o video vai pro Super City; Imagina só, o povo só ia escutar as minhas risadas.
Ai com M maiúsculo
Vejam só os meus músculos
Que com amor cultivei
Minha pistola é de plástico
em formato cilíndrico
sempre me chamam de cínico
mas o porquê eu não sei
Não é que eles sabem mesmo a música? Eles tão até fazendo interpretações ridiculamente gays sobre cada palavrinha com muito talento! Se eu não soubesse que eles são machos por terem duas namoradas tão lindas, eu diria que eles são realmente gays. E isso seria um baita desperdício pra sociedade feminina!
mas esse assunto é tão místico
devido a um ato cirúrgico
hoje eu me transformei
O meu andar é erótico
com movimentos atômicos
sou um amante robótico
com direito a replay
Vai ficar difícil aguentar as risadas aqui com o e o fazendo suas interpretações de ‘Andar erótico’ e ‘Bumbum flácido’, sem contar o sotaque deles cantando! O melhor é quando eles não sabem falar a palavra e fazem como aquelas pessoas que só cantam o finalzinho do ritmo. Tipo: místico = ...co. De verdade, eu nunca imaginei o McFly sabendo cantar música dos Mamonas. Se eles ainda estivessem vivos, as duas bandas tinham que se encontrar com toda a certeza! Seria o encontro do século.
com poderes titânicos
foi um moreno simpático
por quem me apaixonei
e hoje estou tão eufórico
com mil pedaços biônicos
ontem eu era católico
Ai, hoje eu sou um GAY!!!!!
Abra sua mente
Gay também é gente
baiano fala oxente
e come vatapá
Você pode ser gótico
ser punk ou skinhead
tem gay que é Mohamed
tentando camuflar
(Allah meu bom Allah)
Faça bem a barba
arranque seu bigode
gaúcho também pode
não tem que disfarçar
Faça uma plástica
aí entre na ginástica
boneca cibernética
um robocop gay
Um RoboCop Gay,um robocop gay, ah eu sei, eu sei, um Robocop Gay...
Ai como dói! ...
- Muito bom! – Palmas e gargalhadas tomaram conta da sala. Desliguei a câmera e me levantei pra ver o resultado do Karaokê.
- Bêe, se eu não soubesse que você é homem, você já seria um gay assumido em minha opinião depois dessa! – Gargalhei alto depois dessa. Só a mesmo pra dizer isso pro próprio ‘quase namorado’. Ainda bem que esse ‘quase namorado’ é o , um quase gay assumido.
- Ah ! É por isso que você ainda não pediu pra namorar com a né? Você ainda ta pensando se vai ser gay ou homem. – Não acredito que o disse isso!
pensou a mesma coisa que eu e saiu correndo atrás do gritando coisas do tipo ‘eu vou te matar’ ou ‘deixa eu por minhas mãos em você’ e o , pra variar, respondia: ‘credo seu gay, sai de mim que eu sou macho!’ matando todo mundo de risadas.
Voltei a me sentar no puff e me perdi olhando as lindas luzes de Londres pela janela.
POV.
- Já faz meia hora que ela ta olhando pra aquela janela guys. – olhou novamente para o mesmo lugar que eu encarava há muito tempo. sentada no puff e encarando a janela praticamente sem piscar. O que será que ela está pensando?
- Eu vou lá ver o que é. – Levantei do sofá.
- Você? – Encarei a assim que ela disse isso. – Não toque naquele assunto ou você vai acabar piorando as coisas . – Olhei pra novamente. Já ta na hora de eu me esclarecer com ela. Já adiei isso por tempo demais.
Andei lentamente até onde ela estava. Acho que ela percebeu minha presença já que, no mesmo instante, ela respirou fundo; Talvez pra se controlar.
- Tudo bem com você? – Perguntei. Ela nem me olhou, apenas concordou com a cabeça. – Eu queria conversar com você. – Falei com certo receio da reação que ela teria. Ela apenas concordou com a cabeça novamente, pra minha surpresa. – Er... Eu queria pedir desculpas por aquele dia. Não foi minha intenção fazer nada com você, mas confesso que eu estava descontrolado naquele momento. – Respirei fundo não vendo nenhuma mudança na expressão do rosto dela. – Eu nunca imaginei que você pudesse ter passado por algo tão ruim como aquilo. – Ela continuou do mesmo jeito. – Fala alguma coisa! – Ela me olhou com os olhos amargurados.
- Você que queria conversar comigo, já eu não tenho nada pra falar com você. Vou apenas escutar o que você tem a dizer. – Ela voltou a encarar a janela me deixando atordoado com o que ela disse. Eu achei que as coisas tinham melhorado depois de hoje, mas acho que me enganei.
- Tudo bem, se você quer assim. – Ela bufou. – Eu queria primeiramente te explicar o porquê de não ter terminado com a Vivian antes. Nós dois estávamos em crise já tinha um tempo e eu tinha decidido terminar com ela antes mesmo de te conhecer, mas eu era muito fraco em relação a ela; Era só vê-la chorar que eu logo mudava de ideia, só que dessa última vez foi diferente, eu estava decidido, mas ela conseguiu me convencer pra que nós décimos um tempo, sem contato algum por um mês. Ela achava que se eu ficasse longe dela, sentiria falta e me arrependeria. E ela estava certa. – Cocei os cabelos sem jeito. – Não houve um dia que eu não tenha me lembrado dela e, pra ser sincero, exatamente no dia que eu te conheci naquele shopping as lembranças estavam mais fortes. Eu estava mandando uma mensagem pro celular dela quando nós nos esbarramos. – Ela me olhou confusa. – E foi quando eu te vi que eu esqueci completamente da Vivian. – Ela voltou a olhar a janela dando um risinho de ‘que mentira’. – Eu tive de cumprir a promessa de não entrar em contato com ela, além de que, terminar por celular um namoro de dois anos não seria legal, mas ficar perto de você estava praticamente impossível resistir. – Ela fechou os olhos com força quando eu me aproximei do corpo dela. – Então, depois de toda aquela burrada que eu fiz, na segunda eu terminei com a Vivian no instante em que ela pisou os pés aqui em casa.
- Bom pra você. – Foi isso que ela disse? Foi isso mesmo que eu ouvi? Como assim bom pra você?
- , eu terminei com ela por sua causa. – Ela olhou pra mim me deixando mais confuso do que eu já estava. Ela parecia ter achado o que eu falei um absurdo.
- Você terminou porque quis!
- O quê? Meu Deus eu to tentando ficar de bem com você e olha só o que você fala pra mim! – Me irritei e ela se levantou do puff, ficando de frente pra mim.
- Ficar de bem comigo? O que você tem na cabeça ? Você acha mesmo que eu vou ficar de bem com você depois de tudo o que aconteceu? Depois de tudo que você me fez passar esses dias? Você tem noção do quanto me machucou? Do quanto eu quero você bem longe de mim?
- Eu não errei tanto assim! Eu bebi demais e me descontrolei! Por fatalidade do destino você tinha um trauma que eu te fiz lembrar por ter te agarrado á força! Só que eu te pedi desculpas por isso! O que mais você quer que eu faça?
- NADA! Não quero que você faça absolutamente nada! Eu só quero que você fique longe de mim.
- Por que eu ficaria longe de você? – Eu já sentia as lágrimas escorrerem por meu rosto. Lá vai chorar de novo por essa mulher. – , é tão simples a gente resolver isso. Você só precisa me perdoar. Não me parece tão difícil! – Ela gargalhou irônica.
- Porque não foi com você não é mesmo ? Por isso você acha tudo tão simples! Você tem tudo! Nunca deve ter passado por algo parecido ao que eu já passei nesses míseros vinte anos de vida! – Ela virou o rosto pra janela, pra não me encarar. – Você não sabe o tamanho do inferno que eu tive que enfrentar e, agora, to tendo que enfrentar de novo. – Ela voltou a ficar de frente pra mim. – E TUDO POR CULPA SUA!
- Saah, você já contou o que aconteceu, com aquele tal de Filipe. Eu sei pelo que você passou e já pedi desculpas por te lembrar disso. – Falei baixo, tentando amenizar os ânimos. Ela negou com a cabeça.
- Não. Vocês só sabem de uma parte. – Ela olhou pro chão com o olhar vazio, mas logo levantou o rosto com o mesmo olhar amargurado. – E você, não finja que não sabia que eu tinha traumas, pois na festa você sabia muito bem. – Olhei confuso pra ela. Como assim eu sabia?
- Gente, parem com isso. – chegou tirando a atenção da sobre mim.
- NÃO! Vocês fiquem quietos por que nós dois temos que esclarecer essa história de uma vez! – se afastou vendo a minha determinação. Agora que eu percebi que o pessoal estava todo ao nosso redor, observando o que estava acontecendo. Olhei pra novamente. – Eu não sabia !
- Não se faça de idiota ! A disse pra vocês que eu tinha um trauma de bebida lá na festa! Ela só não disse qual.
Flashback On.
- Não entendi! – disse para a logo depois que a saiu.
- Eu também não! – Eu disse e o concordou com a cabeça.
- Gente, tem muitas coisas que vocês não conhecem da ! Ela teve muitos traumas na vida e a bebida é um deles! Ela odeia quem bebe exageradamente. Beber com moderação pra ela é algo suportável, mas ela conhece vocês e ela sabe o quanto vocês bebem. – Ela explicou e acabou esclarecendo um pouco as coisas, mesmo eu achando besteira da essa historia.
- E qual foi o trauma dela com bebida? – perguntou.
- Pergunta pra ela ! Eu não vou dizer nada sem a deixar! E vamos logo beber algo porque eu estou com sede!
Flashback Off.
- Eu me lembro. – Respirei fundo, derrotado. – Mas eu nem sei do que se trata! Na verdade, achei uma grande bobagem sua ter um trauma de bebida. – Eu não devia ter dito isso.
- Bobagem minha... – Ela olhava pro teto, parecendo tentar se controlar. – BOBAGEM MINHA? VOCÊ DIZ ISSO PORQUE NÃO VIU A SUA FAMILIA SE DESMANCHAR POR CAUSA DELA! – Ela apontou o dedo na minha cara, me assustando com a frase que ela acabara de dizer.
- , você não precisa... – disse.
- NÃO! , eu to cansada de escutar ESSE CRETINO dizendo que é fácil perdoá-lo! Agora ele vai saber por que eu o odeio tanto depois do que ele me fez. – disse algo no ouvido dela e a concordou com a cabeça, apertando tanto os dentes no lábio que parecia que ela ia os fazer sangrar a qualquer momento.
- Então diz amiga. – disse se afastando da que me olhou com os olhos transbordando raiva.
- Meus pais sempre foram pessoas muito boas, pelas quais eu sempre tive um carinho enorme. Mas tinham defeitos que podem estragar a vida de qualquer família, ou seja, eles bebiam demais. Quando eu fui estuprada, com treze anos, eu estava numa época difícil na minha família. Meu pai era do tipo que bebia muito com a galera da faculdade; Por ter engravidado minha mãe cedo demais, não teve a oportunidade de cursar uma faculdade, só quando eu fiz doze anos que ele entrou em uma. Além de ele ser novo demais e, provavelmente, queria viver e aproveitar tudo que perdeu. Minha mãe era uma adolescente aos meus olhos; Tinha crises terríveis de ciúme do meu pai, provocando brigas e mais brigas, principalmente quando ela bebia; Ela falava merda atrás de merda quando estava bêbada e meu pai escutava tudo controlando a calma, até um certo ponto. – Ela fez uma pausa pra respirar já me dando a impressão de que o que viria não seria algo bom. – Quando meu pai perdia a cabeça ele batia na minha mãe; Não posso dizer que fosse só ele porque não, minha mãe jogava tudo que via pela frente em cima dele. Até a mesa de jantar ela já tentou jogar nele uma vez. Outra vez ela quebrou todos os vidros do banheiro e se trancou lá dentro e eu, apenas uma criança, achei que ela tinha se suicidado aquele dia. Fora a vez que ela se cortou toda com um Gilette e meu pai, que estava sóbrio esse dia, teve que levá-la às pressas para o hospital. Eu sempre apoiei mais a minha mãe, sempre achei que a culpa dela beber era do meu pai que a tinha ensinado. Na verdade, eu odiava o meu pai, com todas as minhas forças. Só que as coisas mudaram quando eu fiz onze anos. Meu pai tinha um melhor amigo, que era muito legal comigo, casado com dois filhos com os quais eu brincava sempre que saíamos juntos pra algum lugar. Em um sábado á noite, meu pai estava de plantão na farmácia onde trabalhava. Eu estava com a minha mãe em casa e a campainha tocou; Eu abri a porta e vi o melhor amigo de meu pai ali. Bom, era normal ele ir lá quase todos os dias e aos sábados principalmente. Quando eu disse que meu pai não estava lá ele disse que ia entrar e conversar um pouco com a minha mãe e ficou lá duas horas com ela na varando lá de casa. Por uma triste ironia do destino, eu tinha esquecido alguns brinquedos na varanda onde eu costumava brincar. Entrei pelo pequeno corredor que dava acesso á mesma e percebi a luz apagada, andei bem devagar e quando cheguei à extremidade olhei só com a ponta da cabeça. Eu os vi. Estavam se agarrando ali, sem nem respeitar que eu estava na sala, sem pensar no meu pai! Como a minha mãe pode? Sinceramente eu não sei. A partir dali eu fiquei calada, mas passei a observar cada passo dos dois, cada telefonema estranho que minha mãe recebia. Então dois anos se passaram e eu fui estuprada. Eu precisava de uma mãe, de um pai, de uma família estruturada; E eu a tinha? Não! Um dia eu não aguentei e explodi! Eu queria acabar com aquilo então contei tudo pro meu pai na frente dela. Ela se assustou no mesmo instante e meu pai começou a fazer milhares de perguntas e tudo mais. Ele acreditou em mim e ligou para o ex melhor amigo dizendo que eles precisavam conversar. Enquanto ele fazia isso, minha mãe olhava pra mim como se quisesse me matar, coisa que eu acho que ela faria se meu pai não tivesse voltado pra sala. Quando o cara chegou, meu pai me pediu pra dizer tudo o que eu tinha dito á ele na frente do outro; E eu disse, com toda a firmeza que eu pude encontrar e aquele desgraçado me chamou de mentirosa, disse que eu estava louca. Eu enfiei o dedo na cara daquele filho da puta e disse: “Mentiroso é você seu vagabundo desgraçado”. Meu pai mandou o cara ir embora. Agora dessa parte eu nunca vou me esquecer; A parte que a minha mãe vira pra mim e diz: “Você não é mais a minha filha, você morreu hoje!” deixando essas palavras marcadas pra sempre em mim. – se sentou no puff olhando pra janela novamente. Ninguém sabia dizer nada, muito menos eu que era o culpado por tudo aquilo ter retornado pra vida dela. – Desde então eu nunca mais falei com ela. Ela já me procurou várias vezes, pediu desculpas, mas pra mim ela morreu aquele dia como eu morri pra ela. Ainda mais que ela não mudou nada, continua a mesma irresponsável e continua bebendo. Já meu pai, graças a Deus, tomou rumo na vida e parou de beber. Hoje eu tenho uma madrasta muito legal e posso encher a boca pra dizer que tenho uma família de verdade.
Eu, , , , Rafa e Mary estamos emocionados. Chorando por tudo que nós acabamos de ouvir. Nunca pensei que alguém pudesse passar por tanto em tão pouco tempo. E eu que achava que já tinha sofrido muito na vida.
- Agora você entende ? Entende porque você é um desgraçado que eu tenho que odiar? – Ela se levantou – Você pode até ter terminado com a Vivian achando que ia ficar comigo ou algo assim, mas não ! Eu não quero alguém como você. Você tem os defeitos que eu mais odeio nessa vida e eu prometi a mim mesma que não ficaria com merda de homem algum que me lembrasse à porra do meu passado! – Olhei pra ela com o olhar suplicante. – Eu posso suportar a sua presença por causa dos meus amigos, mas não fale comigo, não olhe pra mim, não chegue perto de mim! Se mantenha bem longe! – Ela olhou pra todos no local e saiu correndo.
- Eu disse que você pioraria tudo . – disse com uma cara desapontada e saiu por onde a passou.
- É melhor eu ir levá-las pra casa. – disse batendo em meu ombro e saindo.
- De verdade dude, acho melhor você não forçar a barra, já que dessa vez a parece decidida a te ignorar. – me abraçou de lado e foi agora que eu percebi que eu to mais ferrado do que nunca com a .
O que eu vou fazer agora?
End POV.
Capítulo. 09
- Amiga, você ta mesmo melhor? – Milésima vez que a me pergunta isso.
- Já disse que sim!
- Certeza? – Vez de o perguntar.
- Deus! Se vocês dois não pararem com isso, eu expulso os dois daqui de casa! – gargalhou do que eu disse e fechou a porta de casa.
- Você não pode me expulsar, eu sou uma das donas! – Sorri concordando. – Ainda mais que você ainda tem um presente pra abrir! – disse despertando minha curiosidade novamente sobre o que seria esse presente.
- Oba eu vou ver o que é? – bateu palmas, animado.
- Claro que não! Você vai embora e vai pegar as coisas da lá na casa do . – fechou a cara e cruzou os braços. Eu sentei no sofá pra ver a ceninha do e da . Esses dois juntos só fazem a minha alegria.
- Isso não é justo! – Ele parecia mais uma criança de cinco anos. Eu ri.
- Calma, pequeno , dependendo do presente vocês vão ficar sabendo. – Ele forçou um sorriso e concordou com a cabeça.
- Agora vai lá bêe, eu tenho que conversar um pouco com a minha amiga. – Ela se aproximou dele, que roubou um beijo dela.
POV.
- Eu vou lá pro meu quarto pra deixar os pombinhos á sós. – Me soltei do abraço do e fitei a sorridente, levantando do sofá.
- Quem é você e o que fez com a minha melhor amiga?
- Por que você diz isso? – Ela cruzou os braços, curiosa. Eu sorri me soltando do abraço do . Ele ficou me abraçando por trás.
- Porque depois de tudo que aconteceu, você esta com esse sorriso nada falso no rosto! To orgulhosa de você. – Ela sorriu concordando com a cabeça. concordou também com a minha frase, encostando o seu queixo em meu ombro. Por mais que estivesse ali, eu não pude deixar de sentir os arrepios daquele toque.
- Eu também to orgulhosa de mim mesma amiga. – Ela se virou. – Vou indo. Tchau pequeno ! – Ela fez um tchau com a mão.
- Tchau pra você . Boa noite! – Ela fez um joinha e sumiu pelo corredor. Escutamos a porta bater indicando que ela estava dentro do quarto.
- Então nosso bebê ta crescendo? – soltou essa depois de uns minutos calado na mesma posição, com o queixo em meu ombro e fungando a minha nuca. Não pude deixar de rir.
- Não sabia que a gente já tinha filhos. Além do mais – Ele me virou de frente pra ele. – Parece que o é o pai e não você. – Ele franziu a testa.
- Claro que não!
- Mas ele cuida mais dela, se preocupa mais. Se fosse pra ter pai e mãe seria eu e o . – Ele fez cara de bravo e cruzou os braços.
- Eu sou o padastro. Vocês são separados e ponto! Então consequentemente eu sou o pai. – Coisa do Poynter; Vai lá saber por que essa birra toda. Concordei com a cabeça.
- Sim, sim, você é o pai beê. – Ele sorriu e fez cara de ‘eu te disse que era’ que me deu vontade de gargalhar, mas me contive.
- Sabe o que eu to querendo fazer agora? – Neguei com a cabeça. – Brincar de mamãe e papai, aproveitando que a nossa filha foi dormir. – Sai de perto dele com a boca aberta de surpresa.
- Poynter, seu tarado! – Ele gargalhou quando eu bati no braço dele.
- Mas mesmo assim você me ama. – Ele me abraçou novamente e beijou o meu pescoço, me deixando toda mole.
- Fazer o quê? Meu coração é muito bobinho e te ama mesmo. – Dei de ombros fingindo não me importar com o que acabei de dizer. Primeira vez que digo isso tão claramente.
- Bobo ele não é, pois o meu te ama da mesma forma. – Ele pegou meu rosto em suas mãos e encarou os meus olhos. – E se isso é ser bobo por mim eu vou ser a minha vida inteira, se tiver você comigo. – Sorri igual uma retardada. Não sei por que, mas esse seria o melhor momento pra ele me pedir em namoro. Nós dois parecemos um casal de namorados, mas o não oficializou o pedido.
- Digo o mesmo pra você então. – Ele sorriu e se aproximou de mim, roçando os seus lábios nos meus. Não me contive em ficar só no joguinho de ‘beija, não beija’ então acabei com espaço entre nós e o beijei com vontade.
Pude sentir sorrir enquanto me beijava; Imagino que ele queria fazer com que eu ficasse impaciente com a demora dele me beijar.
End POV.
- Que demora. hein mocinha? – Disse pra que entrava sorridente no meu quarto. – Ainda bem que eu saí de lá, se não, eu teria ficado um bom tempo de vela naquele sofá. – Ela pegou o travesseiro da minha cama e jogou em mim. Eu gargalhei.
- Cala a boca ! – Gargalhei ainda mais e ela se sentou na cama, ao meu lado. – Você não abriu o presente ainda? – Depois de olhar o quarto todo, ela perguntou isso. Acho que estava conferindo se eu já tinha aberto o presente misterioso.
- Não. Resolvi esperar você. – Ela deu de ombros e sorriu largamente.
- Então vamos abri-lo agora! – tava tão empolada que me da até medo não saber que presente era esse. Vindo da com a ajuda da Mary e da Rafaella, só pode ser algo grande ou que eu vá ficar horas encarando. Com certeza.
se abaixou, ajoelhada na frente da minha cama me deixando extremamente curiosa. Ela deu um sorrisinho antes de puxar lá de baixo uma enorme caixa retangular. Enorme mesmo, já que ela deveria ter um metro de altura mais ou menos.
Encarei a caixa com um laço enorme no centro deitada no chão.
- ajuda aqui né? Eu não sou o incrível Hulk! – Balancei a cabeça um pouco, rindo da que fazia um pouco de força pra levantar a caixa.
A caixa era grande e pesada. Retangular.
Eu não acredito que pode ser o que eu estou pensando...
- Vai abrir sozinha ou quer que eu ajude? – quebrou o meu insistente contato visual com a caixa. A encarei por um momento e depois voltei meu olhar para o presente.
- Acho melhor você abrir pra mim. Se for o que eu to pensando eu não vou conseguir abrir nunca! – Pude a sentir sorrir. Eu ainda encarava a caixa com um papel de presente todo azul brilhante.
- Quer dizer que você já tem um palpite? – Ela começou a abrir a caixa, arrancando o papel de presente com cuidado.
- Eu to tentando não achar que vocês três foram loucas ao ponto de me comprarem o que eu estou pensando. – parou no mesmo minuto e me encarou. Tentei decifrar o que aquele sorriso queria dizer.
Acho que ele só confirma as minhas duvidas.
POV.
encarava o teclado deslumbrada. Não disse nem uma palavra sequer depois que eu retirei todo o embrulho. Nem ao menos se moveu.
- Diz alguma coisa ! – Ela continuou estática. – Qualquer coisa!
- Vocês são loucas. – Ela se virou bem devagar e me encarou. – E EU AMO VOCÊS POR ISSO! – Ela me agarrou em um mega abraço que quase nos jogou no chão do quarto.
- Isso quer dizer que você gostou? – Falei tentando controlar minha gargalhada pela reação que a teve.
- Lógico ! Eu nem acredito nisso. – Ela me soltou e voltou a ficar sentada olhando o teclado.
Passaram-se alguns minutos em que a ficou perdida analisando o presente de aniversário. Resolvi não interromper afinal, esse era o momento dela. Por isso me levantei com o intuito de sair do quarto pra ela poder ficar mais a vontade.
- Vai onde? – Ela perguntou antes mesmo que eu pudesse sair.
- Te deixar á sós com seu mais novo brinquedinho! – Ela balançou a cabeça sorrindo, em sinal de negação pelo que eu disse. – Aproveite amiga! – Sai do quarto e fechei a porta com um certo alívio. Parece que a se tornou mais forte do que eu imaginei que ela poderia ser.
End POV.
No dia seguinte...
- Amiga, o que você pretende fazer em relação ao hein? – perguntou, acho que depois de muito pensar no que dizer, ou a maneira de perguntar isso. Aff, sei lá.
- O mesmo que eu disse ontem amiga. – Continuei comendo meu pãozinho. respirou fundo.
- Ignorá-lo? – Eu concordei com a cabeça. – E você acha que isso vai dar certo? – Eu a encarei por um momento, mas voltei a comer meu pãozinho dando de ombros. – , você tem que admitir que o ama. Não vai adiantar nada ficar longe ou fingir que ele não existe! – Por mais que a estivesse certa, eu nunca vou deixar ninguém saber o que eu sinto pelo . Ele não me merece e eu, não posso ter alguém como ele. Nunca daria certo. Na verdade, nunca chegou a dar certo.
- , eu não amo o . O que eu sentia era amor de fã, empolgação, sei lá! Mas seja o que for que era não era amor. E ele também nunca me amou! Só quis curtir com a Brasileira que ele conheceu em um shopping. Nada demais. Isso tudo que ele ta fazendo é drama por não ter conseguido o que ele queria. Um moleque mimado é o que ele é! – olhava pra mim tentando decifrar se aquilo tudo era verdade. No fundo ela sabia que não, mas acho que resolveu acreditar em mim, ou fingir que acreditava.
- Se você diz isso. – Deu de ombros. – Vamos acabar logo o café que a gente tem muito que estudar hoje. – Ela se levantou com a mão na cabeça. Eu ri.
- Nem me fale amiga. Eu to morrendo de sono aqui! – Ela olhou pra mim rindo.
- Também, você ficou a noite inteira tocando!
- OMG! Estava muito alto? – Me desesperei achando que tinha atrapalhado o sono dela.
- Claro que não bobona, eu dormi que nem um anjinho escutando você tocar. Já disse que você ta tocando muito bem amiga? – Ela me abraçou e eu dei um tapinha na testa dela.
- Para , você vai me deixar com vergonha. – Ela gargalhou.
- Tem certeza que você consegue sentir vergonha de mim? – Eu neguei com a cabeça, sorrindo. – SABIA! – Ela gritou e saiu correndo. – Anda logo se não a gente vai se atrasar mulher.
POV.
- Oi guys. – Cumprimentei os rapazes, bem desanimado. Não to com nenhuma vontade de ensaiar depois da noite de ontem.
- Dude, como você ta? – foi o primeiro a perguntar. Todos já estavam em seus devidos instrumentos.
- Nem preciso dizer não é? – Eles concordaram. – Alguém tem noticia dela? – Eles se entreolharam com caras nada agradáveis. Pareciam pensar no que dizer.
- Você quer a verdade ou algo mais leve? – levou um grande soco do depois de dizer isso.
- Pode ser a verdade mesmo.
- Então o conta. – apontou o . Ele respirou fundo e começou a estralar os dedos.
- Pelo que parece ela ta agindo como se não conhecesse você. Nem como fã. – Arqueei minha sobrancelha e me sentei ao lado do . – A me contou que quando ela fala de você, a pergunta ‘quem é ?’ ou algo do gênero. A ta quase acreditando, pois nunca viu a fingir tão bem. Ela ta achando que é verdade. – Respirei fundo pra tentar me acalmar. Ela não pode ter me esquecido tão rápido. Eu sei que aquela garota me ama! Eu vi nos olhos dela. Pra mim ela nunca vai conseguir fingir.
- , ela me ama. Não acredito que ela consiga ficar longe de mim assim por causa de toda aquela história. Ela nem ao menos tentou estar comigo! Eu não vou desistir dela assim tão fácil, só porque ela consegue fingir bem que não me quer. – Eles se entreolharam depois que eu disse isso.
- Quem é você e o que fez com o que eu conheço? – me abraçou rindo e eu sorri também.
- A é uma garota milagreira. nunca correu atrás de mulher alguma, muito menos disse que não desistia dela! – completou e os guys gargalharam em concordância.
- Sim a é um anjo. O problema, meus caros, é que o pequeno sempre que encontra com ela, piora as coisas. – disse me fazendo respirar fundo e os guys pararem de rir. Sim, aquilo era a mais pura verdade; Eu sempre estrago tudo em relação á .
- Mas eu ainda acho que nem tudo está perdido . É só você dar um jeito de mudar; De mostrar pra ela que você é um outro cara. – falou e os dudes concordaram.
- Coisa que eu acho já estar acontecendo porque faz um bom tempo que você não bebe né? – perguntou.
- Desde a festa lá em casa. Desde o dia em que eu estraguei tudo. – Eles concordaram novamente.
- Então é só você continuar assim! Nós sabemos bem que o que mais atrapalha ela é o fato dos traumas que ela passou. Que por sinal não foram pequenos... – disse sentando no chão em minha frente, parecendo animado em achar uma solução.
- E o maior problema... – disse, mas eu interrompi.
- Foi eu ter feito ela se lembrar de tudo. Foi ela achar que eu seria a versão perfeita de todos os traumas dela juntos e que com uma pessoa assim ela jamais ficaria.
- Sim, é exatamente isso. – Depois de dizer o lugar ficou em um grande silêncio. Ninguém dizia nada. Os guys pareciam pensar em uma solução.
Eu acho bem difícil eles acharem alguma solução pra mim. Solução para as burradas que eu fiz.
- Não custa nada tentar. – falou dando de ombros e ganhando a nossa atenção. – você vai fazer o seguinte...
End POV.
- , será que eu posso te perguntar uma coisa? – Mel me perguntou no meio da aula de Matemática, que por sinal, estava um saco hoje!
Ou você não ta com saco pra estudo depois de ontem, né ?
Pronto! Demorou mais apareceu né consciência? Cala a boca ai que eu vou prestar atenção na pergunta da Melissa.
- Pode, Mel. – Encostei meu cotovelo na mesa e apoiei meu rosto no mesmo, olhando a Mel que parecia um pouco nervosa. Ela olhou para trás; Pelo que parece, pra e o Carlos e depois voltou a olhar pra mim respirando fundo.
- Você já percebeu que o Carlos gosta de você? – Ela cochichou e eu me assustei um pouco.
- O Carlos? – Ela concordou com a cabeça depois do meu – também – cochicho. – Mel, isso só pode ser impressão sua. É claro que não tem nada a ver. – Acho que eu falei bem mais baixo e me aproximei mais dela pra e o Carlos não escutarem nada na carteira atrás.
- , parece que só você não vê. Ele só fala em você o tempo todo. Fica preocupado quando você está triste e quer fazer de tudo pra te ver sorrir! – Soltei um suspiro pesado. – Sem contar naquele aniversário do Paul que ele morreu de ciúmes de você e do James. Morreu não, ainda morre sempre que ele sai com a gente! – Esfreguei meus olhos com as mãos e prendi meu cabelo negando com a cabeça a tudo que a Melissa disse. Só pode ser complô dela e da .Só pode ser isso.
- Mel me escuta. – Ela me encarou vidrada. – Eu não consigo acreditar nisso. Eu só vejo o Carlos como um grande amigo e só. Se há algo a mais da parte dele eu nunca percebi. – Ela deu um meio sorriso e parecia um pouco contente com a minha resposta. Ficou muito claro agora que a Melissa está realmente gostando do Carlos.
Que merda! Por que sempre eu tenho que ficar no meio de algum fogo cruzado? AFF.
- Tem certeza ? – Ela perguntou ainda em dúvida.
- Claro né Mel? Eu não diria se não tivesse! – Ela sorriu agora com gosto, mas tentou disfarçar quando viu que eu percebi.
Sim, Melissa você vai ser mais uma vítima da minha operação cupido. Ah se vai!
- Mel? – Ela me encarou novamente. – Você gosta do Carlos né? Diz a verdade! – Ela ficou tão vermelha, mais tão vermelha, que eu achei que ela podia explodir a qualquer momento.
- ... Eu... Eu... – Ela começou a gaguejar e eu quase gargalhei do nervosismo dela.
- Ta Melissa, nem precisa dizer, ta escrito na sua cara! – Ela tampou o rosto com as mãos e eu sorri tirando elas de lá e fazendo ela me encarar. – Presta atenção em uma coisa Mel. Você é uma garota incrível, linda, inteligente e super gente boa! E é por tudo isso que eu digo que você pode ter o Carlos na mão quando você resolver que vai fazer isso! – Ela me olhou meio sem entender, mas não disse nada. – Então, eu vou ajudar você! – Agora sim ela estava com cara de que perdeu alguma coisa na conversa.
- Não , é de você que ele gosta e eu não acho que isso vai mudar tão fácil! – Concordei com a cabeça.
- Não, não vai. Só vai mudar mesmo se você decidir que quer ele pra você! Se você tiver certeza disso ele vai deixar de gostar de mim Melissa. Escuta o que eu to te dizendo! – O sinal tocou assustando a nós duas que ainda estávamos conversando em cochichos.
Mel me deu um olhar significativo quase como um “eu quero que ele seja meu” e o Carlos e a se juntaram á nós; Atrapalhando nossa conversa.
- O que vocês tanto cochichavam hein? – curiosa, como sempre.
- Nada demais não. – Mel disse um pouco nervosa, mas eu fiz sinal pra ela deixar comigo. Chamei os três pra chegarem mais perto e cochichei.
- Nós estávamos comentando das roupas do grupinho da Ashley. Nunca vi uma saia daquele tamanho! Está quase uma calcinha nela! – Eles gargalharam e a Melissa concordou com a cabeça e entrou na história também.
- Sem contar o decote daquela mini blusa. – Nós começamos a andar pra aula de Inglês Geral. – Elas nem parecem estar vindo estudar. Parecem mesmo querer fisgar algum dos riquinhos e bad-boys dessa escola! – Sim, ela tinha mesmo entrado na história e deu uma piscadinha pra mim vendo que a e o Carlos caíram na mesma.
25 de Agosto de 2012
- , por favor, por favor, por favor. Pelo seu Pooh aqui! – Deus! Como o pode ser insistente quando quer.
- Tudo bem Pooh. – Escutei ele gritar do outro lado da linha. – Mas eu já digo que nada vai mudar em relação ao seu amiguinho entendeu? – Ele fez um ‘hun hun’ com a boca; - Se você quer mesmo que eu vá pra ai você já vai ficar avisado que ele, pra mim, vai ser um fantasma na sua casa . – Me olhei no espelho enquanto dizia, tentando ver se eu conseguiria convencer alguém do que eu estava dizendo. Acho que to ficando melhor nisso. Melhor em fingir algo que não é verdade.
Fingir que não o amo.
- Então você vem com o , ele vai pegar a ai daqui uma meia hora.
- Ok Pooh. Beijo. – Me despedi.
- Beijo Leitão, até daqui a pouco! – Ele desligou todo animado. Só espero que o não esteja tramando nada pra mim e o .
- Então o conseguiu te convencer, hein? – começou com a ladainha como sempre. Eu bufei enquanto me arrumava. – Eu ainda acho que você deveria ficar com o , vocês dois se completam tanto... – A encarei abismada enquanto ela parecia viajar olhando pro teto e com cara de princesa derretida. Deus do céu dai-me paciência!
- o que você comeu hoje? - Ela olhou sem entender.
- Batata da Starbucks. – Deu de ombros.
- Estava estragada né? Porque pra você falar uma coisa dessas, só pode! – Ela me bateria se estivesse perto. – Eu e o ? Meu melhor amigo que é praticamente casado com a Mary? – Ela concordou com a cabeça. – Sim, a batata estava estragada. – Bufei e voltei minha atenção ao espelho enquanto ela gargalhava de mim.
- É sério , você só escuta ele. Ele diz toda hora que te ama, te dá um monte de presentes e ainda é o seu segundo favorito no McFly. Diz ai que você não ficaria com ele que eu te dou um tiro agora mesmo! – Eu a olhava pelo espelho mesmo, me apontando como se eu fosse uma fugitiva da policia com milhares de acusações.
O porquê disso agora? Nem eu sei dizer.
- Ok, você venceu! Sim, eu ficaria com o , mas se eu ainda morasse no Brasil e fosse uma fã maluca. Agora? Não mesmo. Principalmente porque eu tenho muito respeito pela a Mary. Você também deveria ter mocinha! – Ela fez um ‘Ah’ e balançou as mãos no ar.
- Eu tenho respeito é por quem cuida bem da minha amiga, ok? – Eu bufei. – Além do mais, tenho certeza que se você ficasse com o , esqueceria o desgraçado...
- Nem pronuncie esse nome . – Interrompi sua fala me virando e apontando o dedo indicador pra ela. Ela fez cara de assustada.
- Ok, ok! Não está mais aqui quem teve o intuito de falar esse nome! – Ela levantou as mãos e as colocou perto do peito, na defensiva. Eu apenas neguei com a cabeça voltando a me arrumar. – Eu vou sair pra você acabar. – Concordei com a fala dela. – Mas se eu fosse você, pensava no que eu te disse! – Dei um olhar mortal pra ela que saiu correndo do meu quarto.
Eu já estou com pouco tempo pra me arrumar e odeio ter que me arrumar rápido, ai vem a falando esse bando de besteiras! Agora de onde ela tirou isso eu não faço a mínima ideia. Parece até que ela não estava pensando no que estava falando, pois cada palavra que ela disse não tinha o mínimo de sentido! Eu e . Deus ela ta maluca!
E essa bobagem do “Diz toda hora que te ama”? Como se dois melhores amigos não pudessem dizer isso um pro outro, porque né. Aff.
A me estressou com isso, mas é melhor eu esquecer tudo que ela disse.
POV.
- , eu não acho isso uma boa ideia! – O parecia uma criança indo ajudar o melhor amigo numa travessura. Na verdade, não mudava muita coisa.
- Confia em mim dude. No final das contas ela nem vai saber que você estava metido nessa. Você vai ser só mais uma vítima! – entrou no jardim com uma caixa de cerveja em mãos. Colocou todas as cervejas no freezer da área de churrasco e juntou-se a nós.
- E se vocês dois saírem de lá mais brigados um com o outro você pode ter certeza, você que é o grande problema! – zoou com a minha cara e eu mandei o dedo do meio pra ele; Ele voltou pra perto da churrasqueira já preparando tudo.A campainha de casa tocou.
- É bom você se preparar dude, pois devem ser eles que estão chegando. – Ele respirou fundo e se sentou em uma cadeira perto da piscina; Colocou os óculos escuros e ficou lá tomando sol. Ou, talvez, tomando coragem. É acho que a segunda opção é mais válida!
End POV.
Entramos na casa do e fomos direto até o Jardim e a área de churrasco. Eu tinha trago meu biquíni como a tinha dito, mas não pretendo, nem um pouco, entrar na piscina.
Não com ele aqui.
E por falar dele...
Merda, merda, merda consciência! Eu não devia ter vindo, não devia!
O ‘fantasma’ estava estirado em uma cadeira na beira da piscina, com óculos escuros que o deixavam ainda mais lindo e com os cabelos levemente bagunçados. Seu corpo escultural estava descoberto, pra variar, e ele estava com uma bermuda bem simples de cor azul marinho. E como ele fica lindo de azul...
DROGA.
Eu to fodida, eu sou fodida por ter vindo aqui hoje!
A cada bendito passo que eu dou até onde os meninos e o ‘fantasma’ estão, me deixa com uma falta de ar do cacete! Ele deveria ser feio. Ele TINHA que ser feio. Essa manhã vai ser bem difícil se meus olhos não me obedecerem e se pousarem em cima dele como agora. E o pior, não quererem sair de cima dele como agora!
Óculos , coloca os seus óculos de sol, AGORA!
Boa ideia consciência! Porque ‘eu’ não pensei nisso antes?
Por que você ta muito ocupada encarando o ! Quer dizer... O ‘Fantasma’!
POV.
Eu tenho certeza que ela sabe que eu a estou encarando, da mesma forma que eu sei que os óculos escuros são pra ela fingir que não me vê. eu te conheço ainda melhor do que você imagina e hoje eu vou mostrar pra você que você tem que ficar comigo! De uma forma ou de outra esse seu pensamento bobo vai mudar. Você não vai resistir por muito tempo a ficar longe de mim. Não vai!
- Leitão, como você ta linda! – a rodou no ar e beijou sua bochecha. Ela retribuiu o beijo.
- Você também não ta nada mal Pooh! Andou malhando? – O pessoal caiu na risada enquanto o fingia não ter achado graça. – É sério , to te achando mais fortinho... – Eles gargalharam alto e nem o conseguiu resistir. Na verdade, nem eu.
- Fica quieta ai ô sua pentelha! – Ele ainda gargalhava enquanto fez uma tentativa frustrada de bagunçar o cabelo da . – Trouxe o biquíni pra entrar na piscina? O sol hoje até fez a boa vontade de sair. – Ele sorriu abraçando ela de lado.
- Eu a fiz trazer . Se não fosse por mim ela nem teria trago. – disse com a cabeça dentro do freezer. Saiu de lá com uma garrafa de refrigerante em mãos. Encheu um copo e o entregou a .
- Obrigada amiga. E sim eu trouxe , mas e se eu não tivesse trago, hun? – O piscou pro e pro .
- Você iria entrar do mesmo jeito, pois eu mesmo faria questão de te jogar nessa piscina antes mesmo de ligar o aquecedor da água, que deve estar trincando de gelada! – Ela fez uma cara tão engraçada que eu tive que rir e me levantar pra ver o desfecho daquilo tudo. Ta, como se eu já não soubesse.
- eu tenho certeza que você nunca faria isso comigo! – Ele negou com a cabeça sorrindo e as expressões dela passaram de indignação para desafio.
Muito bom , você está fazendo com que o plano, saia como combinado.
- Eu duvido que você tenha coragem ! – OPA, ela não disse isso! Ou disse? e colocavam pilha no enquanto a , Mary e Rafaella cochichavam algo em meio a risinhos sem desgrudarem os olhos do e da claro; E eu, só observava, esperando o sinal do .
- Eu não achei que você fosse corajosa o bastante pra me desafiar . – Ela praticamente se deu por satisfeita achando que o tinha amolecido.
- Eu sabia que você não teria coragem Pooh. – Ela sorriu olhando as meninas e se distraiu com isso. me olhou e piscou o olho. Meu sinal!
End POV.
POV.
O entendeu o recado e saiu do jardim, pegando sua camisa. Aproveitei que a estava mesmo distraída e me preparei. Ela pode querer me matar por isso!Segurei-a pela cintura e a levantei no ar, colocando ela em meus ombros. Ela soltou um grito e começou a me esmurrar. E que murrinho mais forte ela tem!
- Me solta agora ! SOLTA! – Eu podia sentir a raiva dela enquanto eu me aproximava da beira da piscina. E acho que o fato da galera toda estar gargalhando e zoando com tudo, a deixava ainda mais furiosa com a situação.
- Sabe , ninguém desafia o aqui e fica sem a sua prova. – A joguei com tudo dentro da piscina. Depois de alguns segundos ela emergiu com uma cara nada boa. Forjei a minha melhor cara de santo e fui ajudá-la a sair dali. – Pra você ver como eu sou bonzinho eu até já tinha ligado o aquecedor! A água deve estar quentinha ai! – Estiquei minha mão e ela nadou até a borda da piscina.
End POV.
– Pra você ver como eu sou bonzinho, eu até já tinha ligado o aquecedor! A água deve estar quentinha ai! – Esse desgraçado ainda diz que é meu amigo. Fica aí com essa cara cínica e essa mão esticada. Se ele acha que eu - - vou deixar isso barato só porque ele tem essa carinha fofa, ele está muito enganado!
Dei meu melhor sorriso falso e estiquei minha mão para pegar a dele. Assim que conseguir agarrar a mão dele senti ele me puxar pra fora da piscina, mas apoiei meus pés na parede da mesma e puxei o com toda a força, fazendo ele cair com tudo na piscina.
Com poucos segundos embaixo da água, levantou com cara de “Porque você fez isso?” e eu fiquei com cara de “você ainda pergunta?”.
- Hey! Vocês dois vão ficar ai se matando pelos olhos ou vão sair dessa piscina? – Mary disse ainda gargalhando. Eu nadei até o e parei bem perto dele que ficou com uma cara assustada. Deve estar achando que eu vou afogar ele agora; não seria má ideia depois do que ele fez.
- Quites, ? – Estendi minha mão pra ele que soltou uma risada aliviada. Ele me abraçou.
- Estamos meu pequeno Leitão nem um pouco indefeso. – Eu dei um sorriso baixo e sai do abraço dele.
- Ainda bem que agora você sabe que eu consigo me vingar á altura, então não faça isso de novo! – Ele levantou a mão em sinal de juramento e concordou com a cabeça.
Mary POV.
e a saíram da piscina e vieram tentar molhar a gente, pra variar isso é bem a cara deles dois depois da cena de provocações.
Vendo a distraída, o me deu o sinal de que estava na minha hora.
Ele tinha que me meter nessa roubada.
- ? – Ela me encarou. – Vem comigo que eu vou te mostrar o quarto onde você vai poder tirar essa roupa molhada. – Ela concordou com a cabeça.
- Perai! E eu como fico amor? – fez a maior cara de birrento quase me fazendo voar nele e beijar aquele bico. Sorri
- Você vai ficar quietinho ai perto da churrasqueira que eu já volto com a sua toalha ta, amor? – Ele sorriu e concordou e a veio para o meu lado, me acompanhando até a saída do jardim.
- Você pode seguir ali, é no final desse corredor e tem um banheiro lá dentro. Eu tenho algumas roupas na cômoda lá, e tem uma toalha no banheiro. Fica à vontade viu ? – Ela sorriu concordando e foi ainda sem graça por estar completamente molhada dentro de casa. Nem adiantou dizer pra ela que não tinha problema por que a culpa era do .
Coitada, tenho certeza que isso não vai ser nada bom pra ela. Ou talvez vá. Quem sabe?
End POV.
Ai Deus, a Mary também é louca! Era mais fácil ter pegado a toalha pra mim!Vou dar um jeito de me trocar rápido pra limpar esse rastro de bagunça que eu deixei pelo caminho.
Resolvi me concentrar no quarto no fim do corredor. É estranho eu estar achando que alguma coisa está errada aqui. Pressentimento bobo esse meu! Com certeza nada está errado aqui.
A porta estava encostada, mas eu a empurrei com cuidado. Olhei dentro do quarto e vi que não tinha nada de estranho; tudo normal. Paranoias da minha cabeça como sempre! Talvez o fato do estar aqui na casa do que me deixou assim.
Fechei a porta do quarto e me olhei no espelho. Eu to horrível! Essa maquiagem toda borrada de preto e o cabelo nem se fala! Aff, que ódio de você!
Escutei um barulho vindo do banheiro e quase caí pra trás. Fui passo á passo pra perto da porta que estava fechada. A maçaneta da porta ta se mexendo... Será que tem alguém no banheiro?
POV.
Abri a porta tendo a certeza que a já estava no quarto, mas me assustei ao vê-la tão próxima da porta do banheiro. Só pra constar, eu estou de toalha; Apenas de toalha.
- O que... Que você...? – Ela começou a gaguejar e virou o rosto pro lado. As bochechas dela devem estar todas vermelhinhas de vergonha.
- Eu que te pergunto. Por que você tá toda molhada? – Ela me encarou, mas depois voltou a encarar um canto qualquer do quarto menos eu.
- O me jogou na piscina. – Eu soltei um riso baixo e me sentei na cama. Ela andou até o espelho e ficou por lá.
- Eu só estava tomando um banho mesmo pra me refrescar. Pode ficar tranquila que eu vou trocar de roupa em outro quarto. – Ela nem se moveu, então peguei minha roupas de cima da cama e fui em direção á porta do quarto.
Girei a maçaneta, mas não consegui abrir a porta. Fiz cara de surpreso quando ela me olhou assustada pelo mesmo motivo. A porta estava trancada.
Tentei novamente com mais força, mas foi inútil. Comecei a socar a porta.
- Hey guys! Não tem graça! Abre a porta ai! – Olhei pra e vi que ela se aproximava da porta com medo. Com certeza a última coisa que ela queria era ficar presa comigo em um sábado de manhã.
- Desculpa gente, mas parece que a porta está travada. – A voz do fez a dar um pulo.
- O quê? , pelo amor de Deus, arromba essa porta! – Eu posso jurar que ela vai chorar aqui dentro. Eu não devia ter concordado com isso.
- Não dá . E sabe o que mais? Acho que isso vai ser muito bom pra vocês dois. – Ela se afastou da porta e sentou na cama; Abaixou a cabeça e colocou o rosto nas mãos.
- Gente é sério, abre aqui. – Eu disse quase implorando pra eles deixarem esse plano bobo de lado. Eu não queria ver a chorar mais uma vez por minha causa. Não mesmo!
- Que tal a gente ir à Starbucks depois do almoço? – A voz do me fez ver que eles ignoraram completamente o que eu falei.
- Pessoal? – Silêncio foi a minha resposta dessa vez; Eles já haviam saído de perto.
Encostei minha cabeça na porta sem acreditar no que eu havia feito. Agora não tinha como voltar atrás. Eu estava obrigada a a ficar trancada dentro do quarto, comigo e ainda me fingindo de vítima.
End POV.
Ele ficou estático. O único som que eu escutei foi o da sua respiração e da minha.
Eu não acredito que eu estou trancada em um quarto com ele, .
- Pra mim, vocês dois deveriam aproveitar essa situação e resolver todos esses problemas entre vocês. Vocês não vão poder fugir disso pra sempre. Você não vai poder . – A voz da me fez crer que tinha algo errado aqui.
Como eu fiquei ‘milagrosamente’ presa com o ? Quais as chances de isso acontecer?
Nenhuma, na verdade.
- Vocês armaram isso tudo não foi? – Senti meus olhos arderem. Não importava o que ele fosse responder, eu sabia que era verdade. Uma armação.
- Não... Er... – Ele coçou a cabeça; Sinal claro de nervosismo.
- Eu sabia. – Disse baixo, mas pra mim mesma.
- Não ! Você viu, eu tentei sair daqui e...
- Ah! Cala essa boca, ! Você não acha que tem muita cara de pau por estar falando comigo depois dessa armação toda? – Ele me olhou confuso. Deu meia volta e encostou-se à parede, ao lado da porta.
- Eu acho melhor você ir tomar um banho e tirar essa roupa molhada. – Fiquei pasma por ele ter mudado de assunto assim. Ainda mais um assunto que não deveria lhe interessar. – Enquanto você faz isso eu troco de roupa aqui. – É verdade, ele anda estava de toalha na minha frente. Tinha como ficar pior isso tudo?
- Você me dá nojo. Cada vez mais eu vejo que você não presta. – Levantei-me da cama e fui até a cômoda. Peguei uma muda de roupa qualquer que tinha ali e me dirigi ao banheiro.
- Eu não sei por que você está falando comigo desse jeito. Eu não tenho nada a ver com isso! Você não vê? – Parei de andar e só virei o suficiente pra encarar o filho da mãe.
- O que eu vejo é que nada que você ta falando é verdade. – Senti uma lágrima escorrer. – E eu te peço pra não falar comigo mais.
- Nós dois estamos nesse quarto! Você vai ter que conversar comigo em algum momento! Você só tem a mim aqui. – Ele cruzou os braços na altura do peito e ficou com um meio sorriso no rosto.
- Eu prefiro morrer a ter que conversar com você; Ou pior, ter que pensar que “eu só tenho você aqui”. – Fiz aspas com os dedos. – Que você fique satisfeito em estar sozinho nesse quarto porque é isso que vai acontecer! – Entrei no banheiro e bati a porta com força, trancando em seguida. Só vou sair daqui quando a porta desse quarto for aberta!
POV.
Tirei a toalha e peguei minha cueca. Vesti e coloquei a bermuda em seguida.
Eu sabia que isso não ia prestar. Agora ela vai querer ficar dentro daquele banheiro até a gente sair daqui. O problema é: Quando que nós vamos sair daqui?
To vendo que esse sábado vai ser bem longo!
End POV.
Capítulo. 10
- , você precisa sair daí. Eu to ficando preocupado com você. Já faz uma hora que você ta ai dentro! – A voz abafada pela porta do banheiro me fez suspirar.
Eu estava encostada na parede ao lado da porta já sentindo dores no bumbum por ficar tanto tempo sentada no chão frio. Já sentia uma pontada na cabeça e um desconforto no estômago. Fome.
- Para de encher o saco. Eu não vou sair daqui enquanto você não estiver fora e essa bendita porta estiver aberta. – Ele respirou fundo do outro lado. Parece estar na mesma posição que eu; encostado á parede e sentado no chão.
- Me desculpe.
- Pelo quê? Por infernizar a minha vida, fazer com que meu intercambio perdesse a linda perfeição do começo ou por me obrigar a ficar trancada nesse quarto com você? – Eu fui um pouco ríspida, mas ao mesmo tempo me mostrei calma.
- Talvez por tudo.
O silêncio tomou conta novamente. Depois que ele me pediu desculpas eu fiquei muito incomodada. Não deveria me sentir assim, mas me sinto. Droga de efeito que o causa em mim!
Vamos lá , resolva isso. Fale com ele!
Eu não consigo consciência, não dá!
Você nem ao menos tentou. Vamos! Dê outra chance a ele.
Suspirei.
Dê outra chance a você.
- Sabe , você me machucou muito, mas eu vejo que estou mais forte depois de tudo o que aconteceu. Eu estou conseguindo superar com mais facilidade, mas fica difícil se todas as vezes que eu te ver, acontecer alguma coisa pra piorar tudo.
- Eu sei disso, eu sempre estrago tudo, mas não é porque eu quero!
- Você tem que parar de tentar algo comigo. Entenda que nós dois nunca daríamos certo. – Uma lágrima escorreu pelo meu rosto.
- Nós nem ao menos tentamos. Porque eu vou desistir antes de tentar? – Tive a impressão de que ele se virou para a porta. Virei-me também e coloquei minha mão na mesma.
POV.
Coloquei minha mão na porta e fiquei esperando a sua resposta. É estranho, parece que eu consigo sentir a mão dela na minha.
- Por que eu vou tentar e correr o risco de me ferir mais? Eu só quero um pouco de paz, só isso.
- Eu quero ser o seu refúgio . A sua paz. Só preciso de outra chance.
- Eu já te dei muitas. Você não serve pra mim. – A voz dela parecia sentida e eu senti um aperto no peito ao escutar sua frase.
- Eu prometo mudar. – Limpei uma lágrima que escorreu e fiquei olhando pra porta como se fossem os olhos dela ali.
- Só isso não basta. Cansei de viver de promessas, de sonhos impossíveis.
- Eu estou só a uma porta de você. Me deixa mostrar que não é impossível!
- Por favor, , isso tem que parar. Tudo isso tem que parar.
Não consegui dizer mais nada ao escutar seus soluços abafados pela porta.
Eu a tinha feito chorar, de novo.
End POV.
Droga . Para de chorar! Ele deve estar escutando tudo.
- It's only been a day, but it's like I can't go on. – Parei de chorar no mesmo instante, ao escutar sua voz. - I just wanna say, I never meant to do you wrong.
Me consertei pra poder ficar com meu ouvido colado na porta. Ainda tenho uma fã dentro de mim. A voz dele me acalma.
- And I remember you told me baby something's gotta give. If I can't be the one to hold you baby, I don't think I could live. – Deus, parece que ele está chorando. - Now I'm so sick of being lonely this is killing me so slowly. Don't pretend that you don't know me, that's the worst thing you could do.
“Não finja que você não me conhece isso é a pior coisa que você poderia fazer”. Merda! Por que é tão ruim ver que ele está sofrendo? Eu deveria me sentir melhor, afinal esse era o propósito. No início.
- Now I'm singing such a sad song these things never seem the last long. Something that I never planned, no. Help me baby, I'm so sick of being lonely.
Nem segurar as lágrimas ele conseguia mais. Muito menos eu. Sinto-me um monstro agora. Eu não deveria me sentir assim, mas então, por que eu me sinto?
- Your stuff's in my house, so many things I can't ignore.
Flashback On
- , está faltando roupa aqui! – Ele veio correndo até meu quarto.
- Mas eu trouxe a mala com tudo que tinha dentro ! – Ai Deus, lesado Poynter. Tinha que ser.
- Ai, pequeno . Eu tomei banho no quarto do e as roupas que eu estava usando ficaram lá. – encarou o e depois me olhou segurando pra não rir do quase namorado. coçou a cabeça, desconcertado.
- Foi mal , elas ficaram lá então. – Ótimo. Minhas roupas ficaram na casa do .
Flashback Off.
- Your clothes still on the couch. Your photo's on my freezer door.
Era só o que me faltava. Lembranças, pra me fazerem chorar ainda mais.
- And I remember you told me baby. Something's gotta give. If I can't be the one to hold you baby, I don't think I could live.
Flashback On
- , vem aqui agora! Tenho uma coisa pra te mostrar. – gritou lá da sala assim que chegou, depois de sair com o .
- O quê? O te deu uma aliança? – Fui toda sorridente e ela quase me recebeu com uma almofadada na cara. Gargalhei.
- Não retardada.
- Então o quê que é? – Sentei no sofá e ela sentou em seguida. Levantou seu celular pro alto e apontou pra ele. Não entendi. – O celular caiu de novo e estragou de vez? Ou ele caiu daquele jeito de novo e eu perdi a aposta de que ele ia quebrar?
me deu um tapa na testa. Doeu.
- Menina lesada, é claro que não foi isso! – Olhei pra ela, massageando minha testa recém agredida. – O que eu quero te mostrar é uma foto que eu tirei no meu celular. – Ela disse como se fosse algo obvio e que eu fosse obrigada a saber.
- Então mostra logo sua lerda! – Eu e a . Uma amizade cheia de elogios.
- Ok. Olha! – Ela estendeu o celular depois de colocar na tal foto. Pra minha surpresa era eu, em todos os lugares de uma geladeira.
- Isso aqui não é a geladeira do é? Porque se for você tem que bater nele, pois esta cheia de fotos minhas e... – estalou os dedos na minha frente, me interrompendo.
- É a geladeira do .
- O QUÊ? – Exagerei por ter gritado, mas a surpresa também foi grande. Arranquei o celular das mãos dela e olhei a foto novamente.
Dei zoom, olhei cada pedacinho. Ainda não to acredito nisso.
- Dizendo o que elas estão lá desde uma semana depois daquela festa.
- Como eu não vi isso no meu aniversário? – Eu ainda estava abismada.
- Na verdade amiga, nem eu vi. – Ela sorriu. – Só fui reparar hoje, quando eu e o fomos lá ver como ele estava. – A encarei morta de curiosidade pra ela me dizer o que aconteceu na casa do . – Você quer saber? – Ah meu Deus, eu quero, mas não posso! Prometi que ia ignorá-lo e é isso que eu vou fazer!
- Claro que não ! – Entreguei o celular pra ela e me levantei do sofá. – Eu vou dormir porque amanhã tem aula. Boa noite amiga. – Ela me encarou e parecia ir dizer algo, mas depois desistiu.
- Boa noite, .
Flashback Off.
- , por favor. Eu estou cansado de ficar sozinho. De ficar sem você. Pelo menos me dê à chance de ser seu amigo novamente! – Me levantei do chão e fui até a pia para lavar meu rosto. Minha expressão no espelho não era nem um pouco boa, mas naquele momento não tinha como ficar melhor.
Coloquei minha mão na maçaneta e respirei fundo.
É o melhor . Não adianta fugir disso.
Eu sei consciência. Eu sei.
- Ok, . – Respondi antes de abrir a porta do banheiro.
POV.
- Ok, . – ? Ela me chamou pelo apelido? Foi isso mesmo que eu escutei? Não, eu só posso ter escutado errado.
A porta começou a fazer barulho da tranca sendo destrancada e eu me levantei do chão e fiquei encarando a maçaneta rodar e a aparecer. Mesmo com o olho inchado e o nariz vermelho, ela continuava linda.
- Nossa, você tá horrível. – Ela disse depois de um tempo em que nós dois não sabíamos o que dizer só nos encarávamos. Eu sorri um pouco e me aproximei dela, que não havia movido um músculo pra fora do banheiro.
- Devo estar mesmo. Mas você também não está melhor que eu. – Ela sorriu fraco e concordou com a cabeça.
Fiquei tentado a me aproximar mais, só que tive medo de assustá-la então, parei ainda um pouco distante dela.
- Posso pedir desculpas agora pessoalmente? – Perguntei com um pouco de vergonha. Ela concordou com a cabeça e me encarou. – Me desculpa por tudo, por ter feito você sofrer, por ter estragado o seu intercambio e, principalmente, por ter te lembrado dos seus traumas. Não foi a minha intenção, de verdade.
- Tudo bem. – Ela sorriu reto e eu sorri também. Estendi minha mão para ela, na esperança de poder sentir o seu toque novamente.
olhou pra minha mão com receio e eu percebi que era cedo demais.
Abaixei minha mão e olhei pra baixo. Pra minha surpresa ela estendeu a dela e, quando eu a encarei, ela estava sorrindo.
Ao sentir o toque da mão dela meu corpo todo tremeu. Não tem como fugir, eu amo essa mulher de verdade. Eu preciso dela comigo, mesmo como uma amiga.
Encarei seus olhos por muito tempo e senti uma vontade louca de abraçá-la então, me aproximei mais e senti uma lágrima teimosa cair. Nem percebi que estava chorando. Isso é novo, chorando na frente de uma mulher.
Mas isso agora não importa.
End POV.
Ele deixou uma lágrima cair involuntariamente. Cada vez mais ele se aproximava e nossas mãos pareciam não querer desgrudar mais. Não sei o porquê, mas eu levei minha mão até seu rosto e limpei a lágrima que caiu. Acabei viajando naqueles olhos azuis que sempre me hipnotizavam. Não tem como fugir disso . Você não consegue viver sem ele.
Minha mão ainda estava repousada no rosto dele; eu comecei a fazer um carinho de leve em suas bochechas. Ele fechou os olhos automaticamente e deu um meio sorriso. Levou sua mão ao rosto e colocou por cima da minha. Senti um arrepio percorrer todo o meu corpo com aquilo. Ele abriu os olhos e foi ai que eu percebi que estávamos próximos demais. Sua mão tirou a minha do seu rosto e colocou bem devagar em seu pescoço, nos juntando ainda mais. Sem desgrudar nossos olhos, ele levou seus braços até minha cintura e a segurou com uma leveza que fez meu coração acelerar.
Seu rosto se aproximou do meu bem devagar, com cuidado. O receio estava visível em seu jeito de se aproximar. O medo de que eu me assustasse era grande. Eu podia sentir. Mas o estranho é que eu não estou assustada.
Seus lábios encostaram-se a minha testa, primeiro, devagar, mas depois com vontade e em seguida ele me abraçou. Inesperado, mas totalmente necessário pra esse recomeço.
- Eu queria poder voltar atrás. Teria feito tudo diferente. – Ele disse bem próximo ao meu ouvido. Senti que iria chorar novamente. E parece que ele já está fazendo isso.
- Esquece o que aconteceu. Se a gente vai tentar ser amigos novamente nós temos que começar do inicio. Da mesma forma de quando nos conhecemos naquele shopping. – Ele beijou minha bochecha e se separou de mim com os olhos azuis ainda mais azuis por causa das lágrimas.
- Ok. Já esqueci, então, o que aconteceu! – Seu sorriso me fez perder o fôlego e o máximo que eu consegui fazer foi sorrir também.
POV.
- Será que a gente não exagerou, não? – Os meninos discordaram com a cabeça, já Mary e Rafa ficaram indecisas.
- Bêe isso vai ser bom pra eles. Se eles estiverem brigando lá dentro, bom, não vai ser nada diferente do que já aconteceu. É bom que a põe pra fora. – deu de ombros e mordeu com vontade o seu sanduíche.
- É , o máximo que pode acontecer é eles saírem de lá mais brigados que antes, então eu acho que vale a pena arriscar. – complementou e concordou com a cabeça.
- É mesmo porque, talvez os dois se acertem. Já imaginaram todos nós saindo juntos como antes? – disse abraçando a Mary de lado que tomava um sorvete.
- Nus, é mesmo! Eu me sentiria muito melhor na hora de sair de casa porque ela iria junto! Ultimamente ela só saí com a galera da escola. Tudo por causa do . – Falei.
- Ai gente, mas já está tarde e eles tão lá á horas! Devem estar com fome, né? – , e se entreolharam depois dessa fala da Rafaella. Parece que eles esqueceram esse detalhe.
- É melhor a gente comprar um sanduíche aqui pra eles e levar. Ai a gente continua o churrasco. – falou.
- É, mas nós ainda vamos deixar eles trancados! – fez uma expressão maléfica que me deu vontade de rir.
- Ta que seja! Mas vocês tem que levar algo pra eles comerem. Porque é capaz deles passarem mal lá dentro e não rolar nada! – Eu disse rindo do que tava melando o com sorvete.
- Beleza, vamos chamar o garçom então! – falou e já estendeu a mão pra chamar atenção de um dos garçons.
End POV.
- , nem com o seu celular você está? – Perguntei.
- Não , ficou lá fora como o seu. – Ele estava sentado no tapete e encostado na cama enquanto eu tava deitada na cama, morrendo de fome.
- Ai que fome! Eu vou matar aquele grupo de delinquentes que me prenderam aqui com você e ainda por cima, sem eu ter nada pra comer! – Ele se levantou do chão e sentou na cama.
- Quer dizer que foi ruim você ficar presa comigo? – Ele me olhou com uma carinha de tristeza e fez um bico tão lindo que me deu vontade de beijar. Ah se controla!
- Não! Quer dizer... Ah não sei ! Fica quieto ok? – Ele percebeu meu nervosismo e começou a gargalhar, já eu, muito covarde, coloquei um dos travesseiros na minha cara.
- Você fica linda com vergonha. – Ele cochichou no meu ouvido e eu quase dei um pulo de susto. Não percebi ele se aproximar.
Tirei o travesseiro do rosto e percebi o quão próximo ele estava de mim. Com seu corpo deitado na cama e seu rosto apoiado pelas suas mãos. Seus olhos, mais azuis do que de costume, brilhavam. Esse não parece mesmo ser o de costume. Esse cara aqui é mais sensível, mais carinhoso. Será mesmo que ele mudou assim tão depressa? Ou talvez ele sempre tenha sido assim, mas eu não percebi.
POV.
, você tem que se controlar. Vocês dois só fizeram as pazes há algumas horas. E você já ta ai, caidinho por ela e louco pra beijá-la. Não tenta nada, pois ela pode se assustar novamente. Você tem que ir com calma dessa vez.
- Que foi? – Ela perguntou. Eu sorri bobo.
- Nada; Só senti falta disso. – Ela sorriu com vergonha.
- Sentiu falta de me deixar envergonhada ? – Eu concordei com a cabeça e ela voltou a colocar o travesseiro no rosto.
Tirei o travesseiro bem devagar e coloquei do lado na cama. Ela me encarava curiosa, provavelmente querendo saber o que eu tinha em mente. Bom, ela deve saber bem o que eu quero. Aproximei-me do seu rosto encarando firmemente seus lindos olhos. Levei minha mão até seu cabelo e comecei a mexer com ele. Ela não conseguia esconder, estava amando ficar ali comigo. Está escrito na cara dela e deve estar escrito na minha também.
Concertei-me na cama de forma que eu pudesse ficar o mais próximo possível dela, com nossos rostos frente a frente.
- ? – Falei pra que ela fixasse seu olhar em mim.
- O quê? - Ela me encarou um pouco curiosa.
Não sei por que eu estou fazendo isso, mas já deveria ter dito pra ela há muito tempo. Deveria ter dito o que eu sinto desde o começo. Se eu tivesse feito isso, talvez nós não tivéssemos passado por todos aqueles problemas.
- Faz tempo que eu quero te dizer uma coisa... – Ela ficou com cara de interrogação me deixando mais nervoso. – Eu sei que parece estranho, mas eu só quero que você acredite que o que eu vou dizer é verdade. – Ela concordou ainda parecendo não entender. – Eu estou a...
O barulho na maçaneta da porta me fez travar no mesmo segundo. também parou de prestar atenção em mim quando viu a porta sendo aberta. Um braço, que me pareceu o do , deixou duas sacolas de papel com o emblema da Starbucks no chão do quarto. Mal me levantei e aporta já havia sido fechada.
se levantou rapidamente e começou a socar a porta.
- ! Abre aqui AGORA! – Sorri fraco. E pensar que eu estava prestes a me declarar pra ela. Não!
nunca se declara primeiro. Ainda bem que o apareceu pra atrapalhar.
End POV.
- Merda de melhor amigo que eu tenho. – Disse cuspindo ódio do . Aquele FDP.
- Pelo menos ele lembrou que nós deveríamos estar com fome. – disse pegando o pacote nas mãos e abrindo. O cheiro quase me fez desmaiar.
- Ai , que fome! Me dá ai! – Ele sorriu e sentou na cama, batendo com a mão ao seu lado pra que eu pudesse sentar também.
- Qual você quer? – Ele abriu as sacolas e esboçou um sorriso, acho que ao ver minha cara de agonia ao sentir o cheiro dos sanduíches.
- Ah , qualquer um ai que dê pra eu comer! – Ele gargalhou e me entregou um dos sanduíches.
Dei uma mega dentada e senti um alivio me atingir ao saborear essa maravilha da Starbucks.
Espera. O queria me dizer algo antes do atrapalhar.
- , o que você queria dizer antes? – Ele me encarou por um momento e depois encarou seu sanduíche; mordeu o mesmo e me fez esperar até ele acabar de mastigar.
- Não, não era nada. Apenas ia dizer que eu estou feliz de ter voltado a conversar com você. Só isso. – Ele voltou suas atenções ao sanduíche e eu deixei pra lá, dando de ombros e também voltando a comer.
POV em 3ª pessoa.
Na rua em frente á casa do , um Picanto Domino preto se encontrava estacionado. Olhos verdes vigiavam pela janela a qualquer movimento tanto da casa, quanto de quem se aproximava dela. Sabia que lá dentro se encontravam , Mary, , Rafaella e , que acabara de chegar com seu Jaguar vermelho no local; o mesmo Jaguar que fora seguido instantes antes pela mesma pessoa que se encontra dentro do carro preto.
Seus olhos se estreitaram ao ver um Lótus azul estacionar na garagem do . Se concertou no banco do carro, já que teve que parar um pouco afastado da casa para que ninguém desconfiasse de nada. Suas sobrancelhas se ergueram ao ver Poynter acompanhado de outras duas garotas.
Desconhecidas.
Mordeu seu lábio inferior com força ao perceber que estava de mãos dadas a uma delas; ‘Garota sem sal’ pensou. Reparou na outra garota e acabou tirando uma conclusão que parecia óbvia. Se todos na casa estão acompanhados – menos o – Só pode ser ela a garota com quem está.
Suas mãos apertaram com força o volante do carro e não relaxaram mesmo com os três entrando na casa. Sua respiração ainda estava pesada e os olhos verdes estavam em fúria; uma fúria que crescia ainda mais ao perceber que aquela intrusa conseguia ser ainda mais linda que ela. Isso ela não podia aceitar. Na verdade, ela não podia aceitar com outra mulher. ‘Então essa é a vadia que roubou o meu de mim’, pensou Vivian Campbell socando com força o painel do Picanto.
#
Depois de esperar algum tempo, que para Vivian parecia mais uma eternidade agoniante, ela viu uma movimentação na porta da casa do que estava se abrindo. A mesma revelou abraçado a estranha, que a fez bufar de insatisfação. ‘A Sarah com certeza era muito mais bonita do que essa aí’, pensou com indignação. Depois, viu com Mary e com Rafaella. Reparou que eles fecharam a porta parecendo muito animados e entraram na garagem, saindo de lá em seguida o carro do Poynter e o do , um Morris Garage 5. Vivian ainda ficou encarando dentro do carro, tentando ver se e a ‘vagabundinha’ estavam lá dentro, mas não os viu. Isso só confirmou o que ela temia. Os dois estavam juntos e ainda sozinhos na casa do .
Seu corpo todo fervia e ela estava a ponto de sair do carro e entrar na casa do , esmurrar ou fazer coisa pior com os dois lá dentro. Mas ela se controlou, ‘Isso vai estragar todo o plano Vivian, se acalme’; e ela o fez, voltando a se concentrar em como se vingaria do e sua nova namoradinha; que por sinal, ela nem sabia o nome. Esse seria o primeiro passo; descobrir tudo sobre ela pra poder achar a melhor forma de se vingar do ; fazê-lo se arrastar pedindo pra voltar com ela e ainda, acabar com a imbecil que se intrometeu no relacionamento dela e de seu chuchuzinho.
Ela se vingaria, disso tinha certeza. Não aguentaria mais uma humilhação. Não aguentaria ser trocada novamente.
Ser deixada de lado.
‘Não!’ pensou socando novamente o painel do carro com toda a força. Não ela, Vivian Campbell. Ela cumpriria a promessa de jamais passar por tudo de novo. Jamais ser a Campbell idiota, ingênua e imbecil que abaixava a cabeça para todos ao seu redor. Prometeu á sua mãe que não deixaria isso acontecer de novo. Nunca mais.
End POV.
- Seu filho da mãe! – Soquei o peito do assim que ele entrou no quarto com a cara mais ‘lavada’ do mundo.
- Ai , seu soco dói sabia? – Ele fez bico e franziu a testa, massageando o peito.
- Era pra doer mesmo! – O resto do pessoal entrou no quarto também. – E vocês também vão apanhar por causa disso! – Apontei pro grupinho.
- Quer dizer então que vocês dois estão do mesmo jeito? – falou de um jeito chateado.
- Na verdade não. – Eles abriram pequenos sorrisos. Eu encarei o sentado na cama com os braços cruzados. – Na verdade agora o é o único que merece minha confiança, já que vocês tiveram a cara de pau de armar contra a gente. – Dei uma ‘piscadela’ pra ele que sorriu.
- É mesmo? Fizeram as pazes? – perguntou olhando de mim pro . Ele concordou com a cabeça. – Isso é ótimo! – Ela deu pequenos pulinhos; uma alegria notável.
- Então não importa se você ta com raiva de mim , o importante é você e o terem parado com a palhaçada de não conversar um com o outro. – falou sentando na cama, sorrindo. Rolei os olhos.
- Fica quieto Pooh. – Pulei em cima dele na cama. – Seu bobão! – Ele gargalhou.
- Montinho no ! – gritou, como sempre, sendo o causador dos ‘montinhos’ do grupo.
Aos poucos senti que estava sendo esmagada por elefantes e comecei a gritar pedindo socorro em meio a muitas gargalhadas. Depois de algum tempo, todos se levantaram ficando apenas eu e o deitados na cama, recuperando o fôlego. Encarei meu melhor amigo e ele fez o mesmo. Sua boca se formou em um sorriso lindo e ele pegou minha mão e beijou em seguida.
- Você ta feliz? – Me perguntou, cochichando. Olhei o quarto por um momento encarando todos gargalhando, alheios á minha conversa com o . Sorri ao ver todo mundo junto novamente. Encarei ele de novo.
- Na verdade, estou sim. – Ele sorriu ainda mais. – Obrigada. – Ele beijou minha mão novamente e se sentou na cama. Me sentei também sentido ele me abraçar de lado.
Ficamos encarando o pessoal por um bom tempo. Eles riam das piadas infantis e sem graça do , enquanto as meninas tentavam fazer ‘chiquinhas’ no cabelo do ; em vão é claro.
- O importante é você e o estarem felizes de novo. – Olhei o que sorria. – Faz tempo que eu não o via feliz como agora. – Olhei o que gargalhava do fazendo imitações de um sapo. – E faz tempo que eu não te via feliz como agora.
- É bom estarmos todos juntos de novo. – Disse encostando minha cabeça em seu ombro.
POV.
- , eu acho melhor a gente ir pra casa. Já está bem tarde. – gritou da área de churrasco para que a escutasse no jardim onde eu e ela estávamos sentados no banco, observando o céu.
levantou, prendendo os cabelos longos em um coque frouxo. Me levantei também e ela sorriu, se aproximou ficando bem perto.
- Com certeza o motivo dela querer ir embora é saber tudo o que aconteceu com a gente hoje. – Cochichou me arrancando uma gargalhada.
- Ah sim. Com certeza! – Começamos a andar, lado a lado. – Vai dizer o que a ela? – Ela me encarou.
- Tudo. – Deus de ombros. – Eu nunca escondo nada dela. Nem se eu quisesse, ela descobre só de me olhar. – Chegamos até onde a galera já estava se despedindo. Parece que e Rafaella também resolveram ir. – Por quê? – Fiquei um pouco sem graça.
- Acho que eu não queria que ela soubesse da parte que eu chorei na sua frente. – Ela gargalhou concordando com a cabeça.
- Tudo bem bobão, não vou contar isso pra ela. Não quero ferir seu orgulho de macho. – Apontei pra ela realmente ofendido. Como assim orgulho de macho?
- Eu não tenho orgulho de macho! – Ela gargalhou ainda mais.
- Ok, ok. Não ta mais aqui quem disse isso! – Ela sorriu daquele jeito lindo e me deu dois tapinhas nas costas; andou até e eu fiquei parado igual um idiota. Sacudi um pouco a cabeça pra me livrar daquele momento hipnose e voltar ao mundo real.
- Como se sente? – Percebi que os guys estavam do meu lado só depois dessa fala do .
- Muito bem. – Sorri me achando um grande gay ao olhar pra e vê-la gargalhando. Ela é linda. A beleza que eu sempre imaginei em uma mulher. Tanto exterior como interior.
- Ainda bem que ela nem desconfiou que você já sabia do plano. – disse piscando um olho. Sacudi a cabeça em negação.
- Ela já sabe.
- Como assim ela já sabe? – falou preocupado.
- Ela soube no momento em que ficamos trancados. Ela se trancou no banheiro por uma hora e meia por causa disso. Mas no final, tudo deu certo. – Dei de ombros, sorrindo.
- Pode começar a contar tudo que aconteceu lá então, senhor . – disse como sempre curioso. Ele e a se merecem nesse sentido. Sorri com esse pensamento.
- Não agora guys. Depois, quando nós estivermos sozinhos. – Dei um soco fraco no braço do e saí andando até as garotas.
Eles ainda demoraram um pouco pra me acompanhar.
- Vai levar a gente em casa ? – se pronunciou.
- Vou sim. – Ele abraçou a de lado.
End POV.
POV em 3ª Pessoa.
Vivian acordou com raiva do seu breve cochilo dentro do Picanto, sentindo uma grande dor no pescoço pelo mau jeito que dormiu. ‘Merda! Será que eles saíram?’, pensou olhando com dificuldade pela janela do carro por já ser noite e estar um grande breu do lado de fora. Não viu nenhuma movimentação e resolveu esperar mais um pouco.
Depois de mais ou menos uma hora, Vivian Campbell já estava impaciente e com vontade de ir pra casa. ‘Casa!’, pensou bufando, já que agora ela não morava mais em sua casa com seu xuxuzinho; então, o apartamento em que ela morava agora não fazia sentido nenhum chamar de casa. Mas as luzes da casa do foram acesas, e logo em seguida quatro casais saíram da casa; deixando Vivian com mais raiva ainda por ver o com a vadia.
Viu , a garota sem sal e a vadia entrarem no Lótus azul. Conseguiu ver beijando o rosto da vadia e teve que se controlar pra não sair do carro e socar os dois e quem estivesse no caminho.
‘Agora é a hora.’, pensou colocando o cinto de segurança e esperando o Lótus sair atrás do Morris Garage 5 do , que seguia o Jaguar do . Depois de alguns minutos, Vivian pode seguir o carro do , sem se preocupar já que o e o estavam indo para um bairro diferente.
Viu o carro estacionar na frente de um prédio e teve a certeza de estar na casa de uma das putas, ou talvez, delas; Já que conhecia bem a casa do e, com certeza não era ali. Parou o carro embaixo de uma árvore que deixava o carro completamente no escuro e observou que estava em West Kensington e gravou o numero do prédio em seu celular pra que não se esquecesse.
subiu junto das duas e Vivian sentiu que uma parte do plano já havia sido feita. Ela já sabia onde a piranha morava, só restava colocar os outros passos do plano em prática. Faria isso pela manhã, já que se sentia exausta por ficar o dia inteiro dentro daquele Picanto que nem seu carro era. Já que era preciso discrição para poder segui-los sem que soubesse que era ela. conhecia bem seu Cayenne prata, afinal já andou nele várias vezes. Prendeu os cabelos modelados e loiros e deu partida no carro. Seguiu até sua casa satisfeita por ter conseguido as informações que queria.
End POV.
POV.
- , será que eu posso falar com você um minuto? – Disse pra ela que assistia a algum canal na TV. Me parece ver Supernatural.
- Diga, pequeno . – Me sentei ao lado dela olhando preocupado para o corredor onde o quarto da ficava. Ela havia ido tomar banho e essa era minha oportunidade de conversar com a .
- Sabe, eu preciso que você me ajude em uma coisa... – Ela me olhou curiosa, arqueando a sobrancelha.
- Que coisa?
- Hum, bom, é uma coisa pra . – Ela sorriu cruzando as pernas no sofá, totalmente concentrada em mim.
- Pode começar a dizer Poynter. Pra eu te ajudo em qualquer coisa! – Sorri ainda nervoso e olhando novamente o corredor. – Ah, nem se preocupa com ela não! Quando ela vai tomar banho demora um século! – Voltei a encarar a . – Desembucha!
- Ok, é o seguinte...
End POV.
POV em 3ª Pessoa.
Vivian tomava seu terceiro copo de café. Eram onze e meia da manhã e nada das duas ‘vagabundas’ aparecerem. Já estava nervosa ao ponto de querer ir comprar uma caixa de chocolate e devora-la, mas não podia. Seu regime já estava sendo ultrapassado pelo café em excesso. Esperava em frente à casa que havia descoberto na noite anterior. Se assustou quando viu as garotas voltando do que parecia uma escola. ‘Ela estuda? Como eu não pensei nisso?’, bateu na própria testa e deu graças a Deus pelo vidro do carro ser escuro, assim elas não á veriam lá dentro. Acompanhou com o olhar cada passo até que elas entraram no prédio.
Pôde extravasar sua raiva por ter não pensado em ter ido até á frente da casa mais cedo.
Agora não haveria alternativa, se não, voltar no dia seguinte. Só que mais cedo.
#
Vivian Campbell esfregou os olhos verdes por causa do sono. Mas logo eles estavam atentos ao ver as duas meninas andarem contentes pela calçada.
Ligou o carro e começou á segui-las pensando em como elas eram ridículas por estarem contentes indo para á escola. ‘Quem se alegra em ir para o colégio? Aquele lugar é um inferno!’. Sacudiu a cabeça, tentando se livrar das lembranças terríveis que a perseguiam desde... Bom, ela não queria mais lembrar do ocorrido.
Depois de mais ou menos uns 10 minutos seguindo-as, ela começou a ver um movimento considerável de carros e adolescentes, mas por causa disso, perdeu as duas de vista. Estacionou o carro na primeira vaga que achou e tentou ler o letreiro do colégio. Na verdade uma universidade. Kingston University.
Vivian teve a leve impressão de conhecer alguém que estudava naquela universidade. Mas quem seria? Se fosse alguém próximo ela com certeza se lembraria de cara. ‘Bem, só se for...’, pensou e em seguida já pegou seu celular para olhar o numero que queria. Não gostava nem um pouco de entrar em contato com aquela gente, mas como as circunstâncias eram aquelas...
“Alô?” Vivian fez uma careta ao ouvir a voz de sua Tia Margareth do outro lado da linha. “Tia Mag há quanto tempo!”, fez força para que sua voz saísse o mais carismático e convincente possível. “Vivian? É você querida?”, Ela fez careta ao perceber que a mulher reconhecia sua voz. ‘Depois de 2 anos sem falar com essa pobretona e ela ainda lembra da minha voz, eca.’ Pensou antes de responder, “Sim titia, como a senhora está?”.
A conversa foi se desenrolando para assuntos de que Vivian não pretendia conversar, como: Sua vida, o namoro com e como andava seu pai. ‘Como se ela não soubesse, ela pede dinheiro a ele quase todo o mês’ pensou Vivian tentando continuar parecendo interessada com o assunto. “Pois bem, Tia Mag, mas eu estava precisando lhe perguntar uma coisinha.”, olhou para a escola novamente e esperando que a resposta da tia fosse a mesma que ela esperava, ou talvez não esperasse tanto assim. “Diga Vivian”, “Onde mesmo que a Ashley estuda?”.
“Ah sim querida, ela estuda na Kingston University, por quê?” Vivian Campbell deu um sorriso maléfico e começou a bolar outros passos pro seu plano, mesmo que nele tivesse que incluir a insuportável prima, Ashley Campbell.
“Não é nada tia, só pensei em fazer uma visitinha.”
End POV.
Capítulo. 11
9 de Setembro de 2012
- Não Jimmy, mas que saco! – Ele me abraçou sorrindo. Eu bufei.
- Deixa de bobagem senhorita , você sabe, são duas semanas. Na verdade nem é isso tudo. – Saí de seu abraço, indignada.
- Ela não consegue ficar sem você um dia James! Nossa. – Clark disse gargalhando e o resto do pessoal acompanhou.
Estávamos no Aeroporto onde o James iria pegar seu avião e entrar em turnê no Reino Unido. Ficaria fora por quase duas semanas.
- Não é a mesma coisa sem ele, ok Clark? – Dei língua pra ele que fez um 'owwn que romântico'.
- Eu vou te ligar todos os dias. – Ele beijou minha bochecha.
- E pra mim meu amor? Você vai ligar? – Paul fez palhaçada e o James mostrou o dedo do meio pra ele.
- Vai te fuder Paul, eu não ligo pra macho! – Gargalhei com isso e Paul soltou um 'Então porque você me ligou ontem de madrugada?' me fazendo gargalhar mais, até perder o ar.
Uma mulher de vozinha quase eletrônica, avisou pelo alto-falante que o avião do James iria decolar em 15 minutos.
- É a minha deixa. – Ele disse colocando sua mochila em um dos ombros. – Se comportem crianças! – Disse depois de abraçar cada um. - Se cuida minha princesa. – Ele disse no meu ouvindo antes de sair do nosso abraço.
- Você também, e faça um show incrível por mim! – Ele piscou e concordou com a cabeça.
- Eu amo vocês! – Ele falou e nós fizemos sons melosos antes de gargalhar. – Principalmente você. – Ele não disse isso alto, na verdade apenas mexeu os lábios para que eu entendesse. Eu sibilei um 'eu também te amo' da mesma forma.
POV.
- Oi gente! – chegou cumprimentando todos enquanto entrava na sala do .
- E então? Como foi lá? – perguntou pra ela. Não sei se quero escutar o que vem á seguir.
- Uma merda! Odeio ter que lidar com o fato de não ver o James por quase duas semanas. – Ela sentou no sofá no único lugar vago, entre eu e . Bufou e cruzou os braços mostrando raiva, eu acho.
Já disse que odeio o Bourne? Pois é, eu odeio esse filho da mãe que consegue fazer a sentir mais falta dele do que... Bom, do que de mim.
, que estava sentado no chão jogando com , me encarou. Ele sabe como fico em relação à e o Bourne.
- Ah, mas você vai conseguir, afinal de contas nós vamos usar o presente perfeito que o ali te deu de aniversário! – disse e olhou pra mim com uma empolgação visível. Bem feito Bourne, ela vai te esquecer rapidinho com os preparativos para o show do Westlife!
- Falando nisso, nós temos que olhar o hotel. – se pronunciou tirando os olhos da TV e logo voltando a olhá-la. – Ah, Droga! – Ele bateu o controle no chão e o começou a zoá-lo.
- Se fudeu, se fudeu, lá, lá, lá! – cantou levantando e fazendo uma dança esquisita. levou as mãos á cabeça. – Vai prestar atenção nas conversas e esquece o jogo, seu trouxa! – Gargalhei junto com todo mundo com a cena entre e .
sempre perdia pro nesse jogo, e agora ele não vai deixar o em paz depois de ter vencido.
- Ok, agora parem vocês dois! Temos que organizar tudo pro show. – Mary entrou no meio de e que pareciam começar a se socarem a qualquer momento, e com isso, voltou para o lado da . Ela beijou sua bochecha e parabenizou pela vitória no jogo.
- Então, nós vamos no carro de quem? – Rafaella disse se concertando no sofá.
End POV.
Vivian POV.
- Hey, Vivian, querida. Como você está bonita! – Margareth me cumprimentou assim que atendeu a campainha. Ah, o que eu não faço por você !
- Tia Mag, digo o mesmo da senhora. – A abracei e forcei um sorriso quando nos encaramos novamente.
- Venha, entre. – Tive que controlar minhas reações ao entrar naquela casa. Não sei como ela pode ser uma Campbell. Arg. – Ashley, vem ver quem está aqui! – Gritou perto da escada que acessava o segundo andar.
- Que foi mamãe, eu estava no computador e... Vivian? – Ela me olhou assustada e eu sorri forçadamente.
- Não vai dar um abraço na sua prima Ashley? – Tia Mag falou isso e eu tive vontade de estapeá-la. Odeio esse tipo de contato, ainda mais vindo dessa família.
Pra minha tristeza, Ashley fez o que Tia Mag disse, me abraçando. Sorriu depois que me largou. – Bom, eu vou sair pra que vocês possam conversar. Você fica para o almoço Viv? – Arg! Ela me chamou pelo apelidinho infantil que eu tinha no passado. Ai paciência!
- Na verdade tia, eu ia chamar a Ashley pra almoçar comigo. – Tia Margareth sorriu concordando com a cabeça e eu vi Ashley sorri também e me encarar, talvez surpresa por minha atitude.
- Sério? – Apenas concordei com a cabeça fingindo animação. – Então mamãe eu vou com a Vivian e volto mais tarde!
~~
- Então Ashley, você estuda na Kingston University, não é?
- Sim, por quê? – Ela me olhou curiosa após tomar um pouco de seu suco de limão.
- Porque, bem, eu vou precisar da sua ajuda em algo. – Ela arqueou uma sobrancelha e me encarou.
- O que seria exatamente?
- Bem, primeiro você tem que me prometer que não vai abrir a boca e contar pra ninguém o que eu vou te dizer. – Ela concordou com a cabeça e eu respirei fundo. Odeio ter que confiar nessa imbecil, mas ela é a única que pode me ajudar; Além do mais, ela é muito 'baba ovo' comigo. Sempre foi. E eu sempre consegui tirar proveito disso, é claro.
- Quero que você descubra tudo sobre uma vadia que estuda nessa Universidade. – Ela demonstrava não estar entendendo nada; Lerda, como sempre foi.
- E qual é o nome dela? – Cocei minha cabeça.
- Eu ainda não sei. Por isso quero te pegar mais cedo em sua casa na segunda e te mostrar a garota.
- Você sabe onde ela mora? – Concordei com a cabeça. – Hum, então ta. – Ela deu de ombros. – Agora Viv, por que isso, eu posso saber? – Rolei os olhos e bebi um pouco do suco. Contar o que aconteceu com eu não queria, mas pelo que eu vejo, não vai dar pra deixa-la de fora por muito tempo. Merda de vida!
- Essa vagabunda fez o terminar comigo. – Ela arregalou os olhos e abriu um pouco a boca. Bebi todo o conteúdo do meu copo de uma vez e atirei o mesmo no chão. Ashley deu um salto, assustada. – Aquela vadia vai pagar caro por isso. E o também não perde por esperar. Ele vai voltar pra mim Ashley, se arrastando! – Senti uma lagrima cair com o ódio que eu sentia.
- Conta direito Vivian. Como ela conseguiu isso? O sempre foi louco com você! – Respirei fundo, me preparando pra contar o inicio do meu pesadelo.
End POV.
No dia seguinte...
- , você não ta com uma sensação de estar sendo observada? – grudou no meu braço assim que nós saímos do prédio, andando pra ir á escola.
Louca.
- Obvio que não . Que ideia é essa? – Ela continuou grudada em mim, olhando para todos os lados. Continuei encarando ela até ela me soltar.
- Ah amiga, sei lá. Senti uma coisa estranha...
- Pode parar . – Sorri. – A louca aqui com pressentimentos sou eu não você! – Ela olhou pra mim um momento e pareceu analisar. Sorriu depois de um minuto pensando.
- Você tem razão. É bobagem minha! Afinal, quem iria nos observar uma hora dessas? – Ela consertou os cabelos ainda um pouco nervosa; Eu balancei a cabeça negativamente.
- Só se for um fantasma. – Senti meu braço arder depois do tapa que ela me deu.
- Credo ! Nem brinca com isso! – Gargalhei da sua cara.
- Ok, ok. Nada de fantasmas. – Falei consertando minha mochila, ainda rindo de .
- Ah, não! – parou abruptamente e ficou encarando a palma de sua mão com uma careta esquisita.
- Que foi menina? O fantasma te deu a mão foi? – Ela me encarou com uma cara assustadora e eu gargalhei alto.
- Hahá, engraçadinha você! – Disse irônicamente, voltando a andar. – Na verdade, senti um pingo de água cair aqui na minha mão.
- Sério? – Olhei pro céu. – Será nossa primeira chuva em Londres?
- Não sei. – Voltei a encará-la. – Só sei que eu não quero chegar ensopada na Universidade. – Ela prendeu seu cabelo em um rabo de cavalo.
- Você não quer é estragar essa escova recém feita. – Gargalhei da expressão em seu rosto. Acho que só agora ela percebeu que isso pode acontecer.
- Nem pensar ! – Me agarrou pelo braço e começou a me puxar. – Vamos andar logo. Não quero ter que fazer escova nele de novo! – Gargalhei de novo.
Só a pra me arrancar tantas risadas essa hora da manhã.
POV em 3ª Pessoa.
"Ta vendo Ashley? São aquelas duas vadias ali." Vivian disse assim que as duas garotas apareceram em seu campo de visão. Ashley seguiu a direção que Vivian apontava e encarou bem as duas. Seus olhos ficaram atentos, e Ashley teve a leve impressão de já ter visto elas em algum lugar.
Vivian encarava Ashley com ansiedade; esperava que a garota fosse útil pelo menos em conseguir as informações necessárias que ela precisava. E, com certeza, o principal era saber o nome da vagabunda e de sua amiguinha vadia sem sal. Ela se sobressaltou quando Ashley lhe encarou com os olhos azuis demonstrando grande empolgação. Ela havia se recordado; conhecia sim aquelas duas.
"O que foi? Desembucha Ashley!" Vivian já não tinha paciência com muitas coisas, e ainda odiava que fizessem suspense com ela. As palavras suspense e mistério lhe lembravam á surpresa, e ela tinha bons motivos pra não gostar de surpresas. Bons não, ela tinha horríveis motivos.
"Eu conheço essas duas. Não tenho certeza, mas acho que estudo na mesma sala que elas." Vivian deixou escapar um sorriso satisfeito. Ashley não seria inútil afinal. "Você acha que consegue se aproximar da vadia?" Ashley Campbell se concertou na poltrona do carro e arrumou seus cabelos loiros, parecidíssimos com os modelados da prima; soltou um meio sorriso. "Bom, ela não é o tipo de garota com a qual eu andaria, mas me parece que conversar com ela vai ser fácil! Afinal, quem não quer conversar comigo naquele lugar?" Soltou uma pequena gargalhada nasalada e Vivian teve vontade de vomitar todo seu café da manhã. 'Literalmente eu não iria querer conversar com você' Pensou Vivian, fingindo concordar com o que a prima disse.
"Ótimo! Agora, vou te deixar lá e passo na sua casa á noite pra saber todos os detalhes de hoje!" Ashley concordou com a fala da prima, animada. Estava feliz por estar novamente tendo contato com a prima. Depois que a mesma começou a namorar com o do McFLY, nunca mais teve tempo para visitá-la; na verdade nem ligações ela recebeu esse tempo todo. Dois anos sem um contado sequer. "Ok Viv!"
End POV.
- Campbell, será que você pode explicar o motivo de estar atrasada de novo? – Charlie parou a aula quando a Ashley entrou na sala, concertando sua mini-saia. Ela deu um sorriso pervertido e se aproximou do Professor.
- É que eu tive que dar uma passadinha no banheiro Prof. – Disse com uma voz melosa enquanto mexia nos botões da camisa do professor; o deixando completamente sem graça. Ela conseguiu arrancar vários cochichos da sala.
- Tudo bem Ashley. Sente-se, mas da próxima vez terá advertência, ouviu? – Ela concordou com a cabeça e mandou um beijo no ar pro Charlie, que consertou sua camisa e voltou suas atenções para o quadro. – Bom como eu estava dizendo...
- Eu acho que ela deveria se dar mais ao respeito. – Carlos cochichou, encarando a Ashley que se encaminhava até sua carteira. Ao lado de suas amigas fúteis.
- Acha mesmo? – Ele concordou com a cabeça. – Pois eu acho que ela não tem amigas que prestam; se tivesse, ela não seria assim. – Carlos abriu um meio sorriso concordando. – Ai de mim se não fossem a , e . Eu tava perdida! – Carlos parou de escrever e me encarou. – E agora, também não sei o que seria de mim sem você, o Clark, o Paul, a Melissa e a Annie.
Carlos apoiou seu cotovelo na mesa e encostou seu queixo no mesmo. Seus olhos verdes me encaravam de um jeito terno.
- Você sente muita falta do Brasil? – Perguntou ainda em cochichos.
- Um pouco. E você? – O encarei, após olhar na direção de Charlie e ver que ele não estava olhando pra classe; sem correr o risco de nós sermos chamados á atenção, por estarmos conversando.
- Acho que um pouco também. – Ele deu de ombros. – Aqui é muito legal. Sempre sonhei em estar nesse país. – Ele sorriu maroto.
- Eu também. Mas antes eu queira ir pra Austrália. Só que a Inglaterra me conquistou depois de um tempo.
Você só veio pra cá por causa do McFLY, lembra?
'Shhi, consciência. Eu to conversando aqui!
Então admita que foi por causa deles! Por causa dele!
Ta, ta, ta! Foi sim! Agora fica quieta aí!
- Gente agora eu tenho que conversar com vocês sobre o nosso trabalho. – Charlie disse me fazendo deixar de encarar Carlos pra ver o que ele iria dizer. – Ele vai valer 20 pontos e será em dupla. – Charlie sorriu, sentando-se em cima de sua mesa. Os alunos começaram a cochichar. – Mas, eu vou sortear os pares!
A sala virou uma algazarra depois desta declaração. Eu nem me dei ao trabalho de me preocupar com a minha dupla. A probabilidade de sair com a , Carlos, Annie, Clark ou Paul, é gigante!
- Eu coloquei os nomes de vocês neste saquinho – ele prosseguiu – e o nome que eu sortear vai sortear seu companheiro. Entenderam? – Todos concordaram com a fala do professor e ficaram atentos ao primeiro nome que sairia. – Bom, e o nome é... Clark! Vem aqui sortear a sua dupla! – Clark, como sempre palhaço, foi até á frente e enfiou sua mão na sacola. Enquanto sacudia os papeis dentro do saco de pano que o Charlie segurava, Clark fazia 'altas caras de palhaço, arrancando muitas risadas de mim e de todos os presentes na sala.
- Loggrey? - Ele encarou o professor com um sorriso amarelo. - Será que você poderia se apressar e retirar logo o papel? Quero estar com as duplas prontas ainda hoje. - A turma inteira gargalhou enquanto Clark concordava com a cabeça e retirava de lá seu papel.
Ele o abriu e leu. Suas feições ficaram bem esquisitas.
- Pode dizer em voz alta para os seus colegas! - Charlie se pronunciou, ao ver que Clark estava – basicamente – travado.
- Jessika. - Disse sem nenhuma animação.
A garota se levantou, também com uma cara nada boa, quando Charlie pediu pra que ela o fizesse. Ela se sentou em seguida e Clark também foi para seu lugar. Ele me parece bem desapontado! O motivo? Bom, eu realmente não sei.
- Por que o Clark ficou daquele jeito ao saber que ia fazer o trabalho com a tal Jessika? – Perguntei ao Carlos assim que escutei o Charlie sortear mais um nome, que não era nem o meu ou o do pessoal.
- Ele é louco com essa garota. – Cochichou sorrindo, encarando o Clark. Eu ergui minha sobrancelha, curiosa. – Os dois tiveram um lance no semestre passado, antes de você, eu, a e a Mel chegarem aqui. – Abri minha boca devagar, surpresa.
- E porque ele não continuou com ela? – cochichou se intrometendo na nossa conversa. Eu e Carlos nos viramos para encarar a e Melissa, que pareciam ainda bem mais curiosas que a minha pessoa, devo acrescentar.
Carlos encarou o professor Charlie novamente, assim que ele chamou outro nome. Voltou suas atenções pra gente em seguida.
- Porque ele a traiu, e ela não quis mais nem ver a cara dele depois disso.
- Ai meu Deus, que dó! – soltou essa me arrancando uma pequena gargalhada.
- Então a culpa é dele, dou todo o apoio pra tal de Jessika! – Melissa se pronunciou, lendo meus pensamentos.
- Coitado cara, nem foi assim! Ele tava muito bêbado e a Ashley agarrou ele á força na festa de Fim de Ano. A Jessika não ia à festa porque ela ia viajar, mas acabou que ela não foi viajar naquele dia e foi pra festa. E ela viu eles dois se agarrando. – Carlos, gesticulando com as mãos enlouquecidamente, explicou o ocorrido. Minha boca não queria se fechar com a surpresa. Logo a Ashley?
- E o que aconteceu depois disso? – perguntou ainda mais curiosa que antes. Ela adora uma história cheia de conflitos e 'bafões.
- Agora ! Pode vir aqui sortear a sua dupla! – Nós quatro olhamos bruscamente para o Charlie. Eu quase tive um infarto quando ele disse meu nome!
Levantei da minha cadeira fazendo sinal pra que Carlos não contasse nada sem mim. Caminhei um pouco envergonhada por culpa das brincadeirinhas do Clark e Paul, vindas do fundo da sala. Me aproximei de Charlie e ele ofereceu o saco de pano pra que eu colocasse minha mão lá. Assim que o fiz, senti que ainda faltavam muitos nomes para serem sorteados, já que o saco estava cheio deles.
Peguei o papel em minhas mãos e comecei a abri-lo. O nome escrito não foi o que eu esperava ver.
Ashley Campbell
Vivian POV.
- E então? Como foi lá hoje? Conseguiu se aproximar da vadia? Sabe o nome dela? – Ashley, sorrindo, fez sinal pra que eu me acalmasse. Respirei fundo algumas vezes e fiz sinal pra que ela falasse logo.
- Respondendo a primeira pergunta, lá foi muito bem por sinal. – Ashley fez uma pausa, parecendo se alegrar com minha angústia.
- Ah fala logo garota! Você conhece bem a minha paciência! – Ela se assustou um pouco, me parece com meu tom de voz, mas acho que foi o necessário pra ela cair em si e ver que eu não to pra brincadeira.
- Ok! Ok! – Ela se concertou em sua cama. – Eu consegui sim, me aproximar dela! E o nome dela é . – Fiquei feliz pela primeira vez naquela semana. Já sabia o principal pra acabar com aquela desgraçada intrometida! – Hey e não é tudo!
- Não? – Voltei a encarar a Ashley com um sorriso no rosto. Essa garota ta me saindo melhor que a encomenda.
- Não! Nós duas acabamos formando uma dupla de trabalho de literatura! Por causa disso eu vou ter que fazer trabalho na casa dela e coisas assim. Vamos ficar juntas por um mês, praticamente. – Respirei satisfeita com as informações que Ashley me trouxe. É só bolar bem o meu plano agora. – E o melhor! – Ashley começou me fazendo encara-la novamente, com minha testa franzida de curiosidade e irritação. Porque essa garota já não fala tudo de uma vez? Que saco!
- Espero que você acabe dessa vez Ashley. To começando a perder minha paciência! – Ela concordou com a cabeça, me parecendo não se intimidar com a ameaça.
- Ela e a amiga, vieram do Brasil. – Minha boca se abriu um pouco com a surpresa daquela declaração.
Então aquelas duas putas vieram pro meu país pra estragarem a minha vida?
Ótimo!
Vai ser ainda mais fácil acabar com essa vadia sem nenhum parente aqui pra sentir a falta!
End POV.
20 de Setembro de 2012
- , você viu meu tênis? – A desesperada, cujo o nome é , entrou no meu quarto pela milésima vez pra perguntar sobre algum dos seus objetos pessoais, os quais ela nem faz ideia de onde os colocou. Pior ainda, ela deixou pra arrumar a mala dela bem no dia que a gente vai viajar. Santo caos pra uma noite só!
- , deve estar na lavanderia, ou você se esqueceu que o lavou ontem á noite?
- É mesmo! Burra, burra, burra! – Disse batendo a mão direita em sua cabeça e dando pequenos 'soquinhos na mesma. Soltei uma pequena gargalhada voltando minhas atenções para as minhas bijuterias; Ainda não decidi o que vou levar e usar nesses dois dias. saiu do meu quarto, acho que indo pegar seu tênis desaparecido na lavanderia.
Escolhi os brincos, colares, pulseiras e afins, e coloquei todos bem organizados dentro da minha caixa pra viagem. Separei a roupa que eu vou usar na viagem e me preparei pra tomar meu banho. O pessoal já deve estar chegando a qualquer momento.
- ! Me ajuda a escolher um biquíni? – Escutei gritar no meu quarto de dentro do banheiro onde eu já estava. – , cadê você? - Minha boca se abriu em um pequeno sorriso e eu balancei minha cabeça em sinal de negação; não vive sem mim, sério.
- Estou aqui amiga. No banheiro. Pode abrir; a porta só está encostada! – abriu a porta com mais ou menos sete biquínis nas mãos, me arrancando uma pequena gargalhada, enquanto eu prendia meu cabelo na frente do espelho.
- Credo menina! Eu não quero te ver desnuda assim não! – Gargalhei de sua reação ao perceber que eu estava de calcinha e sutiã. – Vai se cobrir, anda! Que coisa feia, eca! – Gargalhei ainda mais e joguei um pouco de água nela. – Ai! Não me molha não, ô 'debilóide! – Ela gargalhou também e sentou na pia de mármore do meu banheiro.
- Como se você nunca tivesse me visto assim né retardada? – Ela negou com a cabeça, rindo. – E outra, se fosse o Poynter só de cueca aqui você ia ta adorando e não mandando ele se cobrir! – Apontei pra ela em acusação, recebendo em troca um tapa bem estalado no meu braço direito. – Ai! Não me bate! To falando a verdade! – Gargalhei e me sentei na pia de mármore ao lado dela. Se ela vai conseguir aguentar essa duas obesas em cima dela? Bem, eu nem faço ideia!
- Para com isso sua chata, eu sou uma menininha inocente ok? – Fiz que sim com a cabeça debochando dela. – E vamos parar de conversar! Me ajuda logo a escolher esse biquíni; eu ainda tenho que arrumar um monte de coisas! – Ela disse com um pequeno vestígio de desanimação. Essa garota preguiçosa não tem jeito!
- Imagino. Hum, eu gosto desse azul e o vermelho também. São lindos! – Falei observando os dois biquínis entre os sete que estava no colo dela. Ela sorriu e se levantou da pia com eles nas mãos.
- Eu quero levar três, só de precaução. Escolhe mais um? – Sorri e concordei com a cabeça. Analisei os outros cinco biquínis e concluí que o mais bonito era o roxo com detalhe em amarelo.
- Esse! Ta perfeito! – Ela concordou assim que eu apontei o biquíni e se dirigiu até a porta do banheiro. Me levantei da pia de mármore também.
- Vou deixar você tomar seu banho! Não demora ouviu? – Gritou a ultima frase já fechando a porta. Sorri indo até o box do banheiro.
- Digo o mesmo pra você! – Gritei de volta, ligando o chuveiro em seguida.
POV.
- Cadê o meu bêe? – perguntou a depois que nos cumprimentamos. Me sentei no sofá sendo seguido pela Mary e . e Rafaella foram até a cozinha e estava em pé.
- Ta lá no quarto pequeno . Vai lá ajudar ela! Pra variar ela deixou pra arrumar a mala dela hoje á noite! – soltou uma gargalhada e foi até o corredor, se dirigindo ao quarto da . Já a Sáah veio em nossa direção, juntamente com e Rafa.
- E então Leitão, ta preparada pro show de amanhã? – Perguntei a ela que se sentou no braço do sofá, bem ao meu lado.
- Acho que sim Pooh! Sei lá, to mesmo é nervosa! – Ela levou as mãos ao rosto e depois concertou os cabelos, de um jeito bem nervoso.
- Nervosa por quê? – Rafa perguntou o que eu perguntaria. encarou Rafaella e depois encarou um canto qualquer da sala. Ficou bons segundos em silêncio.
Suspirou e encarou, pra variar, o .
- Pressentimento bobo, só isso. – Encarei o e vi que ele estava com a mesma expressão que eu. Um pouco assustado.
- Da última vez que você teve um pressentimento, o ali te fez muito mal! – entrou na sala dizendo isso e tirando praticamente as palavras da minha boca. encarou a com cara de poucos amigos, acho que por lembrar o ocorrido; já encarou o com um sorriso enorme no rosto. Adoro a franqueza dessa garota!
- Isso não quer dizer que ele seja o causador desse pressentimento. – disse tentando amenizar a situação. sorriu se levantando.
- É claro que não ! Eu e o estamos bem, não temos motivo pra brigar ou algo do gênero! – Disse com os braços cruzados em volta ao peito, mas sem encarar o . Eu te conheço ! Você não tem certeza do que esta falando! E pelo que parece, a pensa a mesma coisa, só de olhar para as feições desconfiadas dela!
- Eu to escutando um celular tocando I'll Be Your Man aqui! – apontou a bolsa lilás que estava no chão com um sorriso no rosto. andou meio desesperada e começou a fuçar cada pedaço daquela bolsa.
Been all around the world
I never met a girl
That does the things you do
And puts me in the mood
To love you and treat you right
So come here and close your eyes
Lie back, release your mind
and let the world fall down
while I'm by your side
End POV
- Cadê a droga do celular? – Odeio quando eu guardo uma coisa no lugar e quando preciso achar, ele parece que cria pernas e some só pra me deixar irritada!
- Quem é amiga? – falou, como quem não quer nada, assim que eu consegui achar o bendito celular. Encarei a 'tratante com um rabo de olho.
- Como se você não soubesse! – Disse antes de me afastar um pouco da sala pra poder conversar com mais privacidade. Ainda consegui escutar uma gargalhada dela.
- É eu sei! Essa música é exclusivamente dele! – Mandei o dedo do meio pra minha melhor amiga, e atendi em seguida.
- James Bourne! Como assim você não me ligou na hora do almoço? – Falei bem séria, me apoiando na parede mais próxima.
- Oi amor! Eu sabia que você ia ficar chateada comigo, mas antes de você me maltratar pelo celular, eu tenho um álibi! – Sorri de leve.
- Então diz logo.
- Ok! Você ta parecendo irritada. Adoro isso sabia? – Ele deu uma pequena gargalhada e eu fiz força pra não gargalhar junto.
- Bourne...
- Ta bom! Acontece que eu consegui a proeza de esquecer meu celular no hotel. Aí, quando eu fui almoçar, nem tive tempo de voltar lá; já fui direto pra aquela entrevista na rádio e a apresentação na TV que eu te contei. To chegando agora de lá! – Respirei fundo, me virando e dando uma pequena olhada na sala. Todos pareciam alheios a minha conversa. Claro, menos o . – Você me perdoa meu bem? – Voltei a minha posição anterior e fechei meus olhos por um instante; meus lábios se formaram em um grande sorriso. Adoro o jeito como o James me trata.
- Ok. Ta perdoado! Mas não faça isso de novo, entendeu?
- Sim, sim. Vou andar com esse celular colado em mim agora. – Escutei ele gargalhar e gargalhei junto.
- Jimmy eu tenho que ir. Nós vamos pra Manchester agora.
- Ah, sim! Desculpa, to te atrapalhando!
- Não! Você nunca me atrapalha!
- Bom ouvir isso. – Ele ficou mudo por um momento e eu também. – Tem problema se eu te ligar amanhã quando eu chegar aqui em Londres? Eu sei que vai ta tarde, mas se não eu só vou poder te ligar quando você chegar de Manchester e aí é muito tempo. Eu preciso da minha 'dose de diária'. – Gargalhei da ultima frase.
- É lógico que você pode me ligar! Pode não, deve! – Ele soltou uma risada.
- Então ta. Boa viagem linda.
- Obrigada lindo.
- Eu te amo muito. Mesmo! – Fiquei muda por um momento. Virei meu corpo e fiquei encarando a sala novamente. ainda não tirava os olhos de mim.
- Eu te amo muito mais. Mesmo! – Escutei a risada dele, ao mesmo tempo em que eu soltava a minha.
- Tchau. – Sibilei um "tchau" e escutei o telefone ser desligado. Fiquei encarando o monitor por alguns segundos e a foto que nele havia. Não era mais minha e dos garotos; era uma das fotos tiradas na surpresa que fizeram no meu aniversário lá na escola. Todo mundo sujo de torta. Sorri involuntariamente ao me lembrar.
Andei meio sem graça até a sala e vi todos os olhares me encararem por um momento. Quer dizer, o não estava me olhando. E eu não sei por que isso me incomoda.
Sua mentirosa, você sabe sim!
Nem vem com aquele papo de novo consciência.
- Vamos? – Disse, após ver que ninguém estava com cara de dizer nada.
- Sim! Vamos gente! – Mary se levantou animada, fazendo qualquer um na sala animar também. – Garotos, levem as malas das meninas pro carro do !
- Pode deixar a minha ta leve, eu levo! – Eu disse me encaminhando até onde minha bolsa lilás estava. Me abaixei e segurei em suas alças, dando o impulso necessário para levanta-la do chão.
- Deixa que eu levo. – Senti minha mão ser envolvida pela mão dele e levantei meu olhar encontrando com aqueles olhos . Endireitei meu corpo ainda sem soltar minha mala. Parece que o contato de nossas mãos dá choque, já que meu coração esta batendo sem parar e os arrepios vindos daquele ponto em comum são grandes e intensos.
Respirei fundo. Péssima ideia. O cheiro de seu perfume adentrou minhas narinas como uma droga entorpecente. Não sei como não caí dura no chão.
- Não precisa, já disse que está leve. – Quase gaguejei ao dizer isso. Seus olhos estavam escuros, frios. Como se me acusassem de algo. Fiquei meio perdida ao encará-los, mas o efeito hipnotizante era forte demais.
Consegui de volta um pouco da minha sanidade com muito esforço e olhei ao meu redor. Na sala estávamos apenas eu e o ; com certeza mais um plano daquele grupo de delinquentes.
- Você me parece assustada. – Voltei a encarar aqueles olhos , assim que aquela voz rouca e – aparentemente – dura invadiu meus ouvidos.
- Por quê? – Senti meu coração parar de bater assim que ele aproximou os seus lábios dos meus, encarando cada centímetro do meu rosto. Senti os batimentos voltarem em disparada quando sua mão direita pousou de leve entre meus seios.
Não consegui reagir a nenhuma de suas atitudes e também, não as compreendi.
- Porque seu coração está disparado, e sua mão ta gelada demais. – Olhei pra nossas mãos bruscamente e retirei a minha do contato da mão firme e quente do . Meu corpo reclamou dessa atitude fazendo minha mão tremer. Ele retirou a mão que estava no meu tórax pra concertar a minha mala e, pra tristeza do meu corpo, se afastou de mim; indo em direção a porta do apartamento.
O acompanhei com o olhar, ainda paralisada. parou na porta do apartamento de costas pra mim.
- Acho melhor você fechar a casa. Nós já estamos atrasados. – Respirei fundo, agora sem nenhum vestígio do perfume do pra tirar a minha sanidade mental e conclui que ele estava certo.
POV.
- Essa demora toda pra pegar uma malinha dessas? – caçoou e eu nem dei muita atenção. Apenas me dirigi ao porta-malas do meu carro e guardei a mala da lá dentro. Não to com nenhuma paciência pra brincadeiras; não to com paciência pra nada, na verdade.
Não depois de escutar a conversinha dela com o Bourne. Aquele filho da mãe, desgraçado!
- Cala a boca ! – disse, parecendo nervosa. Os guys soltaram um "xiii" escandaloso por causa da reação que ela teve.
- Quem vai no meu carro? – Falei já cortando qualquer tipo de continuação das brincadeirinhas sobre eu e a .
- , eu e Mary. – se pronunciou. Obvio! Ele não desgruda da nem por um segundo. Nem sei por que eu ainda tive duvidas se seria ele ou a .
- Então vamos logo. você vai na frente comigo. – e se entreolharam. mostrou um sorriso pervertido, já não me parecia muito feliz. Continuava com a cara assustada que fez lá em cima, no apartamento.
- Você vai dirigir dude? – perguntou me abraçando de lado. O encarei e concordei com a cabeça. – Não quer que eu dirija? Assim, você vai atrás com a . – Encarei o chão por alguns segundos depois de escutar aquela proposta.
Se eu não estivesse com tanta raiva, adoraria ir a viagem inteira ao lado da , mas do jeito que eu estou é bem mais seguro que eu dirija. Minha cabeça fica ocupada com a estrada e não com a vontade de matar o Bourne e sequestrar a , pra que ela nunca mais se aproxime de nenhum outro cara a não ser eu.
Voltei a encarar o que aguardava minha resposta parecendo bem ansioso.
- Prefiro dirigir dude. – Saí de seu abraço e fui na direção da que aguardava junto a Mary ao lado do carro. Abri a porta do passageiro indicando que ela entrasse.
entrou no carro com certo receio e sem me encarar. Fechei a porta do carro assim que ela se acomodou e vi que Mary e estavam entrando no carro no mesmo momento. Rodeei o carro e abri a porta do motorista, entrei e fechei a mesma; coloquei meu cinto de segurança e a chave na ignição. Tudo pronto pra partir.
- Prontos? – Perguntei á todos, mas apenas encarando a . Ela me olhou rapidamente e voltou seu olhar para as suas mãos, juntas em cima de suas pernas cobertas pela calça jeans de cor azul. Concordou de leve com a cabeça. Respirei fundo e encarei e Mary, apoiando minha mão esquerda no banco da . Eles concordaram também com a cabeça e eu voltei a minha posição anterior.
- Espera! E a música? – Mary se pronunciou antes que eu ligasse o carro. Eu e olhamos pra trás no mesmo segundo.
- Cadê o seu Ipod? – Virei meu olhar pra que me encarou por um longo minuto. Tenho certeza que ela estava tendo à mesma lembrança que eu.
Flashback On.
- Você anda com seu Ipodna bolsa por todo lugar? – perguntou a com muita curiosidade. Ela achava normal andar com seu Ipod na bolsa, mas parece que em Londres isso não era um hábito muito comum.
- Ando sim. Ah está aqui! Toma Mary conecta o cabo ai, eu coloco as musicas do McFly – Falou entregando o cabo para a Mary que logo conectou o cabo ao som.
- Por que você anda com seu Ipod na bolsa ? – Ele encarou a garota com os olhos cheios de curiosidade.
- Porque quando eu vou para um lugar qualquer, às vezes acontece de ficar chato e entediante; então eu coloco meu Ipod e me distraio! – Ela disse encarando o belo rapaz que estava ao seu lado; queria ver sua reação com o "chato e entediante".
- Cara, isso é demais! Você ama musica mesmo não é? – disse sorrindo enquanto a primeira musica começava a tocar. Como quem não quer nada, e talvez para aproveitar a oportunidade, ele chegou ainda mais perto dela.
- É, eu amo musica de todos os tipos! – sorriu também e começou a cantar No Worries, uma de suas músicas preferidas. a observou cantar e depois de um tempo chegou os seus lábios bem perto de seu ouvido, algo que a fez arrepiar completamente.
- Pode ter certeza que essa noite não será chata e nem um pouco entediante pra você. – Ele a fez arrepiar mais ainda e então ela sorriu, continuando a cantar. Fingindo não ligar com o que ele havia acabado de dizer.
Flashback Off.
As bochechas da ficaram bem vermelhas e, posso jurar que vi um pequeno sorriso naquela boca linda.
- Ta na minha bolsa. – Ela pegou em suas mãos uma pequena bolsa preta com alguns detalhes em dourado. Sua mão saiu com o Ipod de lá de dentro. Sorri voltando a me acomodar no banco.
Ela conectou o Ipod ao carro e escolheu a pasta do Westlife, sugerido pela Mary, obvio por causa do show. A primeira música já começava a tomar conta de todo o carro, de maneira bem leve por causa de o volume estar baixo.
- Então você imaginou que a viagem poderia ser entediante. – Ela me olhou rapidamente, parecendo não entender minha declaração no primeiro segundo, mas depois demonstrou ter recordado já que suas bochechas voltaram a ficar bem vermelhas. Sorri de sua reação. – Espero que você se surpreenda. – Aumentei o volume sem nem ao menos ver o que ela achou da ultima declaração, e liguei o carro dando uma buzinada para sinalizar ao que nos estávamos prontos pra sair.
End POV.
A estrada estava deserta. Escura. Fria. Senti um aperto no peito, algo que não me deixava caminhar. Eu sabia que tinha que fugir, aquele lugar era perigoso, mas meus pés não me obedeciam. Eu procurava por algo, mais precisamente, por alguém. Mas tudo ali estava preto, não havia um vestígio de luz que me ajudasse a achá-lo, nem mesmo a lua estava ali. Nem estrelas. Nada.
Senti um vento forte passar que causou um arrepio em minha espinha. Tremi. Algo me fez olhar na direção de onde o vento veio, e pra minha surpresa alguém estava ali. Mas eu não consegui ver quem é.
"Olhe pra si mesma" ordenou uma voz irreconhecível que ecoou em meus ouvidos. De repente tudo ficou claro; já não era mais uma estrada e já não era mais tão frio. Era uma igreja. Eu estava vestida com um longo vestido de noiva branco e meu pai estava ao meu lado, me encaminhando ao altar. Meu noivo, com um terno também branco, aguardava minha chegada com um grande sorriso no rosto. Me senti muito feliz, estava tudo perfeito.
"Pense de novo" a voz voltou a dizer. Vi nas feições do meu futuro marido o horror que estava atrás de mim. Virei-me, sem saber de onde veio a coragem para encarar o que me aguardava. O desconhecido.
Completamente em trevas, a única coisa que reconheci. Ainda era uma pessoa, eu sabia disso, mas sua vestimenta cobria completamente o seu corpo, fazendo com que sua visão fosse de uma coisa macabra que eu ainda não consegui identificar com clareza.
Com passos que mais pareciam flutuar, ele se aproximou de mim. Senti uma mão quente e segura envolver a minha. Olhei para o lado, meu noivo estava ali; seu rosto estava enfurecido. Ele conhecia o desconhecido, e sabia assim como eu que algo, ou alguém muito ruim estava embaixo de toda aquela cobertura negra. Mas o vulto negro não pareceu se intimidar com a presença dele. Pelo contrario, pude ouvir uma gargalhada, enquanto ainda se aproximava de mim e do meu amor.
"Acha mesmo que faz diferença? Eu vou levar os dois de qualquer forma." Não entendi a parte de nos levar. Levar pra onde?
Meu noivo ficou ainda mais enfurecido. Gritava coisas que eu não conseguia distinguir. Não havia clareza em sua voz, pelo menos pra mim. Isso me assustou ainda mais.
O vulto negro parou, a dois passos de distância de mim e meu noivo. Ele levantou o que parecia um de seus braços, e o apontou em minha direção. A mão completamente revestida de negro apareceu e seus dedos fizeram uma forma que no primeiro segundo eu não consegui distinguir, mas depois ficou absolutamente claro. O indicador e o polegar formaram uma arma. O polegar se dobrou. Um barulho estrondoso ecoou pela igreja.
Senti algo me atravessar o peito, perfurando, rasgando, e depois sair. De alguma forma, eu havia sido baleada. Meu corpo não mais me obedecia, e a gravidade não parecia estar a meu favor; Caí no chão também branco da igreja e senti algo molhar minha pele e meu vestido de noiva.
Sangue.
Meu noivo abaixou ficando ao meu lado; sua mão voltou a envolver a minha, mas agora eu já não sentia o calor delas. Sentia frio.
Meu corpo estava morrendo.
Meus olhos estavam embaçados, por culpa das lágrimas. Minhas últimas lágrimas. Apenas consegui ver, no rosto de meu noivo os seus lindos olhos azuis.
Meu ar começou a faltar. Com certeza meu tempo estava acabando.
De repente, tudo voltou a ficar escuro. Eu estava de volta a estrada, de pé e ainda vestida de noiva. Meu vestido agora em sua grande parte era vermelho-sangue. Em minha frente, estava o vulto negro.
"Agora você sabe quem eu sou?" a voz voltou a falar me fazendo sentir novamente aquele arrepio profundo enquanto o vento gelado passava por mim. Sim, agora eu sabia.
"Você é a morte" não consegui reconhecer minha própria voz. Ela estava destorcida, estranha. A morte deu uma gargalhada como se concordasse.
"Tente lembrar a ultima coisa que você ouviu antes de morrer. A última coisa que viu e ouviu." Puxei pela memória, se é que isso era possível de ser feito. Alguns vultos começaram a se formar em minha cabeça. Uma voz dizia "Você achou mesmo que você teria um para sempre com ele? Eu jamais deixaria isso acontecer!". "Eu jamais deixaria acontecer" "Jamais." E eu consegui ver. Eu consegui ver quem me matou. Não era mais o vulto negro.
"Isso mesmo" A morte disse me fazendo acordar do meu transe mental. Ela se aproximou ainda mais de mim, ficando a centímetros do meu rosto, ainda com os pés flutuando.
"Não se esqueça. Está previsto. A sua morte tem olhos verdes" Enxerguei dentro do capuz da morte os horrendos olhos verdes que vi pela última vez antes de morrer. Eles foram ficando maiores. Maiores.
Gigantes.
", não me deixe!" a voz de meu noivo ecoou por toda a estrada negra. Forcei minhas pernas a saírem de perto dos olhos gigantes e verdes da minha morte.
Corri. Corri como nunca, dentro da escuridão. Seguindo a voz do meu amado; Eu sabia que ele estava ali. Ele também estava me procurando. Eu tentava gritar, mas da minha garganta não saia nada. Continuei correndo e senti o vento frio novamente me percorrer. A morte estava atrás de mim.
", não me deixe!" Uma lágrima escorreu no meu rosto ao ouvir sua voz me chamando. Eu precisava encontrá-lo. Ele estava ali pra me salvar, tinha certeza disso.
"Você não vai a lugar nenhum com ele!" Minha perna foi puxada, e eu caí de bruços na estrada negra. Meu vestido se rasgou. A morte estava ali com seus gigantes olhos verdes.
" venha comigo!" A voz do meu amor estava perto. Olhei para a estrada a minha frente, no meio da escuridão estava a luz. A minha luz. Brilhando como uma estrela, ou melhor, como um anjo. Um anjo mandado por Deus pra me salvar.
A morte abriu um buraco negro no chão. Meu anjo estava com a mão estendida pra mim. Eu queria pega-la, mas a morte não largava minha perna por mais que eu a chutasse.
"Eu quero ir com ele!" Gritei com todas as minhas forças. A morte apenas gargalhou. "Você não vai. Você nunca mais o verá!" Ela começou a me arrastar pra longe do meu anjo e pra mais perto do buraco negro. Um abismo que não tinha fim. Cravei minhas unhas no asfalto negro, lutando de todas as formas que eu podia. A morte era mais forte que eu. Eu ia cair. Estava tudo acabado.
"Eu te amo. Pra sempre!" Foram minhas últimas palavras proferidas ao meu anjo. Seus olhos azuis despejavam lágrimas e mais lágrimas. "Me perdoe." Ele disse. "Eu não posso te salvar." Senti minhas mãos ficarem moles. Eu já sentia que minhas unhas tinham se quebrado ao ponto de estarem na carne viva. Minhas forças haviam acabado. A minha única esperança, meu anjo, não podia fazer nada por mim.
"Adeus ." A morte proferiu antes de me jogar no abismo. A última coisa que eu vi além da escuridão, foram os gigantescos olhos verdes. E escutei a voz que dizia "Você achou mesmo que você teria um para sempre com ele? Eu jamais deixaria isso acontecer!". "Eu jamais deixaria acontecer" "Jamais".
~~
- ! acorda! – Minha mão estava envolvida novamente por aquele calor. Por aquela segurança. Só pode ser loucura do abismo.
- Não. Não. Não! – Meu corpo voltou a sentir calor, mas as lágrimas ainda estavam em meus olhos. Eles estavam fechados. Eu precisava abri-los. Assim que o fiz eu vi a escuridão da estrada a minha frente, mas a morte não estava mais ali. Nem o abismo. Nem os olhos gigantes e verdes. Foi tudo um pesadelo.
- ? – Olhei pro lado e vi segurando minha mão. Então é dele que está vindo o calor. Olhei ao meu redor; o carro estava parado na beira da estrada. e Mary dormiam tranquilos no banco de trás. – Calma, foi só um pesadelo. Você ta no carro. - Voltei a encarar com certa dificuldade por causa das lágrimas que embaçaram minha visão. Ele tinha uma expressão preocupada. Imagino que a minha cara não esteja uma das melhores.
Soltei minha mão da sua pra limpar meus olhos. Comecei a ter flashes do pesadelo. Voltei a chorar de novo.
- Hey. Calma, calma. – Ele soltou meu cinto e me puxou para um abraço apertado. – Eu to aqui! – Solucei com a intensidade do meu choro, molhando completamente a camisa branca que ele usava. Branca. Ai meu Deus. – Xii. Não chora. Por favor, não chora! – Suas mãos alisavam meu cabelo, uma tentativa frustada de me acalmar. – Hey! – Ele pegou meu rosto em suas mãos, me obrigando a encarar seus olhos . Seus polegares limpavam cada lágrima teimosa que caia. – Já passou. Eu to aqui com você! – Fechei meus olhos com força tentando impedir que um choro escandaloso retornasse.
- Eu só preciso de um abraço. – Disse em meio a soluços, de uma forma quase inaudível. Ele no mesmo segundo me abraçou, dando liberdade para que eu o apertasse com todas as minhas forças. Eu queria contar. Queria dizer o quanto tive medo de ser verdade aquele pesadelo. De eu ter sido tirada dele daquela maneira. De que existia uma pessoa cruel que faria isso. Mas como contar algo assim? Eu não era dele e ele, muito menos era meu. É uma bobagem no final das contas. Só mais um pesadelo aterrorizante.
Meus soluços diminuíram, e minha respiração voltou a ficar normalizada. Eu queria continuar ali, abraçada a ele, mas nós ainda tínhamos um caminho bem longo até Manchester.
- Eu estou melhor, obrigado. – Disse saindo de seu abraço e me endireitando em meu banco. – Desculpe por encharcar sua camisa. – Tentei forçar um sorriso que, com certeza, não foi muito bem sucedido.
- Não se preocupe com isso. – Disse encarando o local molhado esboçando um sorriso lindo. – Tem certeza que está bem?
- Sim, obrigado. – Voltei a encarar a estrada e me lembrei de um fato importante. – Onde ta o carro do ? – Olhei pelo retrovisor e não vi sinal de nenhum carro atrás do nosso. Pelo menos não naquele momento.
- Ah. Isso? – Concordei com a cabeça. – Não se preocupe, tem uma lanchonete um pouco mais a frente, eu combinei com ele pra gente parar lá pra comer alguma coisa. – Dei de ombros passando meu dedo indicador em meu olho direito. Tava coçando um pouco.
colocou seu cinto e deu partida no carro. Acomodei-me no banco pra que eu ficasse olhando a estrada. Eu estava com medo de dormir e ter aquele pesadelo novamente.
- Você desligou a música. – Disse assim que percebi isso. me olhou de relance, voltando suas atenções para o asfalto.
- Eu só abaixei pra escutar o que você tava dizendo. – Ele deu de ombros, despreocupado. Como assim escutar o que eu tava dizendo?
- O quê? – Encarei seu rosto que se abriu em um meio sorriso ao me encarar, mas depois suas feições voltaram a ficar sérias encarando a estrada.
- É. Você disse coisas como 'um abismo', 'não', 'olhos verdes' e sobre um 'anjo'. No começo eu achei que você estava falando comigo, mas as coisas ficaram sem nexo demais. – Senti minhas bochechas queimarem de vergonha. Será mesmo que ele só escutou aquilo? – Mas quando você começou a falar muitos 'nãos' seguidos, foi que eu percebi que algo estava errado. – Suas feições estavam pensativas. Sua testa franzida e a leve bagunçada no cabelo com a mão esquerda me fizeram perceber isso. – E você se contorceu muito. Chutando alguma coisa com as pernas. Foi aí que eu resolvi parar o carro e acordar você. – Ele voltou a me encarar de relance. Eu o olhava um pouco assustada com o fato de ter representado os chutes que eu dei na "morte". – Você parecia estar sofrendo muito. – Respirei fundo tirando meus olhos de seu rosto acusador. Ele iria perguntar, tenho certeza. – Vai dizer o que aconteceu no sonho?
- Não. Na verdade, nem me lembro direito dele. – Não o encarei. Se o tivesse feito, com certeza ele teria enxergado a mentira estampado nos meus olhos. Preferi olhar a lua minguante pela a minha janela. Ela parecia muito linda. Incrivelmente gelada e sem vida. Talvez eu me parecesse com a lua quando morresse. Linda. Gelada e sem vida. Completamente sem vida.
não respondeu me fazendo agradecer mentalmente por ele não ter insistido no assunto. Mas minha cabeça sem conversar com ele ficava a mil, lembrando do pesadelo; e pra quebrar um pouco do silêncio e distrair meus pensamentos da morte, aumentei o volume do som. O som do Westlife voltou a preencher o ambiente do carro.
POV.
- Chegamos. – Disse assim que o hotel apareceu em meu campo de visão. encarou o mesmo pelo vidro do carro e ficou ainda mais maravilhada do que a reação que teve quando chegamos em Manchester.
- É enorme! – Me pareceu um pouco mais animado o seu tom de voz a partir do momento em que entramos na cidade. Assim ela me deixa mais tranquilo.
- É mesmo. Você tem que ver por dentro. É incrível! – Falei já entrando com o carro no estacionamento. Vi o carro do entrar bem atrás de mim. Estacionamos nas vagas respectivas de nossos quartos.
- Nossa! Odeio o final de uma viagem quando eu dirijo. – Retirei meu cinto, esticando meus braços em seguida. Um alongamento pra melhorar a dor.
- Por quê? – perguntou desligado o som e desconectando seu Ipod.
- Eu fico todo quebrado! – Ela sorriu da minha expressão facial, eu imagino. – To precisando dormir.
- Pra mim isso é um problema. – Ela cochichou, acho que mais pra si mesma que qualquer outra coisa. Medo de ter um pesadelo novamente, assim imagino.
- Você vai conseguir dormir bem, e também, vai ter a pra te ajudar lá. – Ela abriu um sorriso meio descrente e saiu do carro. Eu a imitei, saindo em seguida.
- Gente eu nem acredito nesse hotel! É um sonho! – estava enfeitiçada quando saiu do carro do . Soltei um sorriso ao ver sua expressão. – Credo menina, que cara de defunto é essa? – Ela disse assim que pousou seus olhos na . Encarei a reação dela.
- Só não fiz uma boa viagem. Você sabe que se eu não dormir, passo mal a viagem toda! – Franzi minha testa sem entender. Porque não falar do pesadelo?
Esperei que todos fossem ao elevador que nos levaria até a recepção, para ficar pra trás com a . Andamos bem lentamente, um ao lado do outro.
- Porque você não contou a ela sobre o pesadelo? – Perguntei cochichando. Ela me encarou com os braços cruzados junto ao peito, mordendo o lábio inferior.
- Você conhece a . Ela ia me encher o saco pra contar o pesadelo, só que eu não to lembrando dele. Só sei que ele é bem ruim. – Concordei com a fala dela mexendo de leve com a cabeça. A é meio desesperada mesmo; iria enlouquecer a cabeça da pra ela contar todos os detalhes do sonho.
- Hey vocês dois! Dá pra acelerar o passo? Eu to com fome aqui! – gritou, segurando o elevador pra que eu e a entrássemos. Ela soltou um sorriso envergonhado e começou a andar mais rápido. Coloquei minhas mãos nos bolsos da minha calça jeans preta e apertei o passo pra acompanhá-la.
~~
- Os cartões que abrem os nossos apartamentos! – , após conversar com a recepcionista, apareceu com quatro cartões nas mãos. Nós levantamos do sofá super confortável da recepção que quase me fez dormir lá mesmo. – Esse é das meninas, dos gays e o do e Rafaella. – Disse entregando um dos cartões para a , o outro pra mim e o ultimo pro . – E esse aqui é meu e da Mary. –Falou abraçando a namorada de lado, que soltou um sorriso.
- Então vamos ne galera? – se pronunciou apontando o elevador no outro lado do salão. Um rapaz educado com um carrinho próprio pegou toda a nossa bagagem e mostrou o caminho. Eu e seguimos calados. Ela perdida em seus pensamentos e eu, perdido nos meus.
End POV.
- O quarto das moças. – apontou o número 32 para mim e a . parou em frente a porta e passou o cartão que abria o quarto. No dispositivo embutido na porta, a luz vermelha ficou verde no mesmo segundo indicando que a porta podia ser aberta. fez uma cara retardada quando conseguiu abrir a porta. Reação básica de uma "da roça" como nós duas. Sorri.
- Eu vou entrar e tomar um bom banho! – Ela disse dando um beijo de despedida no pequeno . – A gente vai descer pra comer alguma coisa? – Perguntou ao Poynter. O mesmo encarou o restante da galera.
- Eu achava legal a gente sair pra comer alguma coisa. – se pronunciou. O restante parecia concordar com a proposta.
- Desculpa gente, mas eu to meio cansada. E não to com fome. – Falei deixando a turma bem desapontada. – Mas vocês podem ir! Eu só vou tomar um banho e dormir mesmo. – Dei de ombros tentando ser o mais convencível possível.
- Concordo com a . Eu to bem quebrado pra sair agora. Vocês podem ir. Amanhã a gente sai todo mundo junto! – Pra minha surpresa, disse isso deixando e com uma cara desconfiada. Os dois se encararam por um breve momento, e pelo que eu percebi, acharam que seria melhor concordar com o fato de nem eu, nem o querermos sair.
- Então ta. Se vocês dizem... – começou dando de ombros com um sorrisinho desconfiado no rosto.
- É. Então vamos nos arrumar rapidinho galera, pois eu to com fome! – novamente disse a palavra fome em sua frase, me fazendo soltar um pequena risada.
~~
- Bêe! Vamos! – Duas batidas na porta fizeram a pular da cama e se dirigir a mesma.
- Se comporte ok? – Disse antes de fechar a porta do quarto. Sorri. Ela acha mesmo que eu e o combinamos isso, só pra ficarmos sozinhos ou algo do tipo. Se ela soubesse do pesadelo que eu tive, não se esforçaria pra que eu e ele ficássemos juntos. Do jeito que ela é supersticiosa.
Três batidas na porta me chamaram a atenção e me fizeram parar de assistir Sobrenatural. Me levantei com uma ponta de raiva por sair de baixo da coberta quentinha.
Provavelmente é a , que deve ter esquecido alguma coisa. O cartão pra abrir a porta quando ela chegar, assim imagino. Apertei o botão que abria a porta por dentro e virei a maçaneta.
- Oi. – estava parado na porta do meu quarto com um sorriso encantador. Nas mãos, uma caixa de bombons em forma de coração. Meu coração começou a ter um ataque cardíaco.
- Oi. – Disse com enorme dificuldade após reparar cada centímetro do seu corpo. Estava vestido com uma calça de moletom cinza e, pra variar, estava sem camisa. Na verdade a mesma estava pendurada em seu ombro muito bem desenhado.
- Não vai me chamar pra entrar? – Perguntou coçando sua cabeça um pouco sem graça. Respirei fundo pra não desmaiar ali mesmo.
- Desculpe. Entra! – Me afastei da entrada da porta e fiz sinal pra que ele entrasse. Parecendo estar bem á vontade, ele foi direto pra minha cama, sentando-se. Fechei a porta rezando mentalmente pra que minhas forças não se acabassem e eu não avançasse naquele homem. Eu não podia me deixar levar por ele! As consequências poderiam ser bem graves se isso ocorresse. A minha morte, pra ser mais exata.
- É pra você; Eu sei que você adora chocolate. – Estendeu a caixa em minha direção. Sorri em agradecimento e a peguei. – Antes que você pergunte o que eu vim fazer aqui, eu respondo. – Fiquei atenta após essa fala dele e o encarei. - Eu vim te ajudar dormir. – Ele abriu um enorme sorriso ao ver minha expressão confusa. – Ou você achou mesmo que eu ia te deixar sozinha depois daquele pesadelo? – Senti uma terrível vontade de chorar, mas engoli o maldito choro.
Me encaminhei até a cama e sentei ao lado dele.
- Na verdade, eu nem imaginava que você havia ficado tão preocupado. – Fui muito sincera com ele. Eu realmente achei que aquela reação no carro foi só momentânea.
- Então você não tem a mínima noção do quanto eu me preocupo com você. Todos os momentos. – Encarei seus olhos e vi toda a sinceridade impressa naqueles perfeitos globos .
Seus olhos continuaram a me encarar e meu corpo não tinha a mínima intenção de desconectar aquele contato visual. Como ímãs, nossos rostos começaram a se aproximar; Meu coração não conseguia mais se controlar e batia forte com a expectativa. A uma determinada distância – centímetros - a mão direita do pousou em meu rosto de uma maneira suave. O contato fez todo o meu rosto formigar. Seu polegar fez um carinho de leve em minha bochecha me deixando com uma sensação tão boa que nem meus olhos aguentaram continuar abertos; se fecharam, mostrando que a minha consciência havia entregado os pontos e finalmente perdido pro meu coração.
Escutei a música do Springsten ecoar no quarto. Abri meus olhos ao sentir a mão de se afastar de meu rosto. Vi ele encarando seu celular por um momento, fazendo uma cara nada agradável. Atendeu o celular bufando enfurecido.
- Vivian. Me deixa em paz! Ou será que eu vou ter que trocar o numero do meu celular por sua causa? – Disse no telefone com uma voz assustadora. Caí na real com aquela interrupção. Nós estávamos indo nos beijar! Deus, obrigada! Isso não podia acontecer, de forma alguma. – Pelo amor de Deus! Você não cansa de encher o meu saco não? Eu já disse que acabou! – Ele continuou discutindo ao telefone sem me encarar. Me levantei e fui em direção ao banheiro; precisava lavar meu rosto e esfriar meus sentimentos.
Encarei meu reflexo no espelho por um momento. Abri a torneira, respirando fundo; Senti a temperatura da água assim que adentrei minha mão na mesma. Fiz uma concha com as duas mãos e enchi com a água gelada. Levei até meu rosto e fiz com que escorresse em todo o mesmo. Repeti o ato três vezes sem nem ao menos me preocupar se a água molharia ou não meu cabelo. Resolvi que já era o suficiente e fechei a torneira. Levantei meu rosto e enxuguei o mesmo na toalha de rosto branca com o emblema do hotel. Assim que acabei, voltei a encarar o espelho. Além do meu reflexo, havia o de outra pessoa. Encostado no batente da porta estava .
- Desculpe por isso – Ele disse com um meio sorriso. – Eu não queria que tivessem atrapalhado o nosso momento. – Eu dei um meio sorriso abaixando meu olhar. Meu coração voltou a bater forte só em escutar o "nosso momento". Desculpe coração, mas isso não pode acontecer; não até eu estar totalmente segura.
- Tudo bem. – Voltei a olhá-lo. – Você ainda quer me ajudar a dormir? – Ele sorriu e concordou com a cabeça.
Concertei meu cabelo e me virei indo na direção dele. Estendi minha mão pra que ele o pegasse e assim ele o fez, com um sorriso lindo no rosto. Fui à frente o puxando pela mão e indo até minha cama. Soltei minha mão da dele pra poder deitar na cama. Ele continuou parado, me encarando deitada.
- Não vai deitar? – Perguntei sem encará-lo, olhando a televisão ligada.
- Eu não acho que vamos caber nós dois aí. – Disse me fazendo encara-lo. A cama do quarto meu e da era de solteiro. Um pra mim e outra pra ela. Soltei uma pequena gargalhada. – Acho que to mais acostumado com a sua cama de casal. – Ele deu de ombros me fazendo lembrar da noite que dormiu comigo lá em casa.
'Acostumado'. Como se ele tivesse dormido mais que uma noite comigo.
- Cala a boca , e deita logo aqui antes que eu te expulse desse quarto! – Ele gargalhou com o meu tom de voz bravo e sentou na beirada da cama. Puxou a coberta pro alto e começou a se deitar.
- Com licença. – Disse passando o braço por trás de mim, de forma que ficasse me abraçando. Como ele estava mais ou menos sentado, eu aproveitei e me deitei em seu peito; ficando de lado.
Seu peito nu, devo acrescentar.
Senti seu perfume me entorpecer e fechei meus olhos. Sua mão começou a acariciar meus cabelos, me deixando com uma sensação incrível de paz. Minha mão esquerda quis retribuir o carinho e começou a mover seus dedos no peito definido do . Ficamos assim por um bom tempo.
Um toque bem conhecido ecoou no quarto. Meu celular acabou de receber uma mensagem. Abri meus olhos e levantei um pouco minha cabeça. abaixou a sua e assim, ficamos nos encarando por algum tempo.
- Pode pegar meu celular em cima do criado ao seu lado, por favor? – Ele sorriu e concordou com a cabeça. Afastou-se um pouco de mim pra que pudesse alcançar o celular.
POV.
Me afastei um pouco dela pra poder conseguir alcançar o celular em cima do criado. O peguei e, não porque eu queria, mas porque foi inevitável vi o que estava escrito no visor do celular.
Você recebeu uma nova mensagem de:
James B.
- Toma. – A entreguei o celular e fiquei encarando sua expressão. Ela leu a mensagem e deu um sorriso maravilhoso, que eu acho que nem pra mim ela já deu um daquela forma. Ela virou deixando de estar deitada em meu peito para deitar de forma reta na cama.
- Eu só preciso responder essa mensagem. Um minuto! – Disse pra mim ainda com uma empolgação notável.
Apesar da minha curiosidade pra saber o que estava escrito na mensagem e o que ela iria responder, fiquei encarando a televisão sem nem ao menos saber o que estava passando nela.
- Pronto! Obrigada. – Disse chamando minha atenção e me entregando o celular para que eu o colocasse no mesmo lugar que estava antes; Assim que o fiz, ela voltou a deitar em meu peito.
Ok. Isso é bem mais forte do que eu.
- Posso saber quem te mandou a mensagem? – Perguntei chamando sua atenção. Ela franziu a testa por um momento ao me encarar.
- Você quer mesmo saber? – Disse apoiando em seu cotovelo pra ficar um pouco mais alta. Concordei com a cabeça. – O James. – Senti meu sangue ferver; por mais que eu tivesse lido o visor, ainda assim escutar da boca dela o nome dele com tanta normalidade não me deixa de uma forma muito agradável.
- Posso ler? – Os olhos dela ficaram desconfiados. Ela se sentou na cama, ficando em minha frente.
- Por quê? – Perguntou me fazendo cruzar os braços e ficar mais nervoso ainda.
- Eu não preciso lhe explicar os meus motivos.
- Ah não? – Neguei com a cabeça. – Então por que você, que sempre foi amigo do James, não conversa mais com ele? – Abri minha boca pra falar, mas dela não saiu som algum. – Ou, melhor ainda. Porque você sempre me trata de uma forma diferente quando eu falo dele, ou quando eu atendo alguma ligação dele? – Fiquei paralisado. Nunca que eu iria imaginar que ela indagaria todas essas questões, que só levam a uma resposta. Eu tenho ciúmes dele com ela. – Como, por exemplo, antes de nós sairmos de Londres, lá em casa. Você ficou estranho ao ponto de me assustar. – Encarei a barra do cobertor sem saber o que eu faria agora. Acabei me colocando em uma 'sinuca de bico', como dizem. – Olha pra mim . – A encarei quase que automaticamente. – Eu só quero que você seja sincero comigo e me explique tudo isso.
End POV.
- Eu... Eu... – Ele respirou fundo, olhando pra um ponto qualquer na cama. – Eu acho melhor eu ir pro meu quarto. A e o devem estar chegando. – Meus lábios se abriram com a surpresa de o ver levantando da cama. – E se eles nos vir aqui, vão acabar pensando bobagem. – Me arrastei até a beirada da cama, com dificuldade por causa da coberta enrolada em minhas pernas. – Boa noite . – Ele pegou minha mão direita e se inclinou um pouco, beijando ela em seguida. – Guarda um bombom pra mim. – Ele piscou um olho tirando o pouco de reação que ainda me restava, e se afastou aos poucos.
- ... - Chamei o vendo abrir a porta do quarto. Ele me encarou por alguns segundos e depois abriu um pequeno sorriso.
- Até amanhã . – Vi a porta bater e a luz do aparelho indicar que ela estava trancada novamente. Deitei de qualquer jeito na cama e encarei o teto.
Muito estranho ele não ter dito nada á respeito.
Também acho consciência. O pior é que eu fico ainda mais confusa!
To vendo! Sua cabeça ta uma bagunça de pensamentos!
Eu só quero desvendar esse maldito enigma! Porque tanta raiva do Jimmy?
Por sua causa. Isso é obvio!
Claro que não! Se fosse assim ele teria dito agora que era isso; teria admitido que sentia ciúmes de mim. Era fácil pra ele admitir isso!
Não é assim tão fácil pra ele. Você não conhece os homens? Poucos são os que admitem estarem apaixonados na frente da pessoa que ama.
Mas ele também é tão instável. Uma hora é um amor comigo, outra hora é um grosso! Não sei qual dos dois ele realmente é.
Eu imagino que ele seja os dois. Quando ele está apenas com você, ele deixa aflorar o que sente, mas quando alguém chega pra atrapalhar isso, por exemplo, o James; ele se sente ameaçado e reage daquela forma. É uma defesa natural.
Mas ele já se apaixonou antes e não agia assim, pelo que o me conta. Esses chiliques são só comigo.
Então ele não havia se apaixonado de verdade. Deve ser a primeira vez que ele tem o sentimento de perder algo que nem ao menos é seu. Que ele sente ciúmes exagerados por causa disso. Ele ama você.
Ah. Para! O coração ta te influenciando aí! Cadê a consciência que falava mal do e me dizia pra afastar dele; que ele não prestava. Cadê?
Todo mundo pode mudar de opinião. Ele não vacila com você já faz um bom tempo! Então ele deve ter aprendido a lição.
Não sei. Eu tive um pressentimento lembra?
Lembro, mas pode ser que o culpado não seja ele dessa vez.
Assim espero.
Ta com sono né? Pode dormir aí que eu bloqueio aquele pesadelo horrível. Ele não vai voltar hoje pra te atazanar!
Mas pode voltar outros dias?
Hum. Pode! Eu não tenho tanta força pra bloquear ele de vez da sua cabeça. Tem uma força externa querendo o deixar ficar aqui e ser lembrado. Talvez ele seja útil no futuro.
É, talvez. Boa noite consciência.
Boa noite .
POV.
- Bom dia bêe. – me cumprimentou com um abraço e um selinho em seguida, assim que eu abri a porta do meu quarto.
- Bom dia . – me cumprimentou em seguida com um abraço.
- Bom dia ! – Respondi vendo o mesmo encarar dentro do meu quarto, como se esperasse que a saísse de lá a qualquer momento. Ah, esse ! – Ela ta dormindo ainda . – Ele me encarou assustado como se tivesse sido pego no flagra. gargalhou da cara que ele fez.
- Porque você não vai acordar ela? – Meu bêe deu essa sugestão ao amigo que me encarou como se pedisse permissão. Bom, porque não?
- Vai! – Apontei com o polegar o quarto, e dei um sorriso. Ele entrou também sorrindo. – Vejo vocês lá em baixo! – Falei cochichando e o concordou com a cabeça.
- Dormiu bem linda? – me abraçou de lado e disse isso quando começamos a andar até o elevador. Concordei com a cabeça.
- E você? – Ele concordou com a cabeça respondendo a minha pergunta, e nós voltamos a ficar em silencio quando entramos no elevador, pois tinham algumas meninas lá. Imagina se elas descobrem que aquele rapaz de óculos escuros e boné é o Poynter do McFLY? Ia parar no twitter e todas as fãs do McFLY em Manchester iriam vir pra porta desse hotel. Uma loucura.
End POV.
POV.
Fechei a porta com cuidado pra não fazer barulho e acordar a antes da hora. Me aproximei bem devagar da cama dela. Olhei pra ela tão inocente dormindo, parecendo uma criança. Provavelmente ela não teve o pesadelo na noite passada. Olhei para o criado-mudo ao lado da cama dela e vi a caixa de bombons quase intacta. Ela comeu apenas três bombons, ou talvez, a tenha comido eles.
Sorri ao vê-la suspirar. Voltei a olhar a caixa de bombons e vi que ao seu lado estava o celular da . Voltei a encará-la já prevendo o que ela faria comigo se me pegasse fuçando seu celular; Mas é só eu tomar cuidado. Eu só quero ver a mensagem mesmo, não vai demorar nada!
Peguei o celular e destravei o teclado. Fiquei desapontado quando vi que a foto que estava lá era dela e o pessoal da escola dela, sujos de torta. Me lembrei do episódio lastimável desse dia, do tal de Carlos ter lambido torta no pescoço dela. Balancei minha cabeça, tirando esses pensamentos dela e me concentrando na caixa de mensagens do celular; a primeira mensagem era do "James B.", abri e encarei palavra por palavra.
Oi meu amor! Você nem me ligou! Já chegou em Manchester? O que você achou da cidade hun?
Saudades de você princesa. Te amo pra sempre. Sz
Xxx Jimmy.
Respirei fundo, tentando de alguma forma controlar toda a raiva que me invadiu ao ver aquela mensagem cheia de declarações de amor. Ela respondeu essa mensagem. Cliquei indo no celular até a pasta de mensagens enviadas. Abri à primeira.
Oi amor! Desculpa! Cheguei sim e achei a cidade incrível, mas to muito cansada pra sair agora á noite. Resolvi dormir! Não esquece de me ligar amanhã hein?
Também to com muitas saudades de você príncipe.
Te amo, sempre. Sz
Xxx .
Tive vontade de jogar aquele celular na parede e gritar com todas as minhas forças o quanto eu estava com raiva por causa desse relacionamento dos dois. Mas o que eu acho mais estranho é que se eles estivessem de fato juntos, o ou a Ana Paula já saberiam disso. Eles me contariam.
Mesmo porque a não tem cara de ser o tipo de pessoa que namora escondido. Não. Não quero nem imaginar isso! Ela e o Bourne. Eu o mataria.
Coloquei o celular no lugar e me abaixei ficando da mesma altura que o rosto da estava. Levei minha mão até seus cabelos e concertei alguns fios soltos que estavam depositados em seu rosto. Acariciei sua bochecha de leve e fiz o mesmo com seus lábios um pouco inchados.
- Eu amo você. – Suspirei após cochichar isso. – Desculpe não conseguir dizer isso olhando em seus olhos. – Ela se remexeu um pouco, me assustando. Quando tive certeza de que ela não havia acordado, consegui respirar de novo. – Me desculpe por ser um covarde. O James é melhor do que eu, no fim das contas. Eu só to recebendo meu castigo por todo o mal causado a minhas ex-namoradas. Já ele sempre foi um namorado exemplar. Ele merece você, não eu. – Senti meu coração dilacerar dentro do meu peito; eu não queria admitir isso, mas agora com esse desabafo, não tem como não fazê-lo. – Mas eu não vou desistir de você. Um dia nós dois vamos conseguir admitir o que sentimos um pelo outro. E eu tenho certeza que nesse dia nós vamos nos acertar!
Me levantei e fui até o banheiro; joguei uma água no rosto pra que eu pudesse me acalmar. Voltei pro quarto e vi-a deitada da mesma forma que eu vi quando saí. Queria poder me declarar como eu fiz só que com ela acordada. Mas como eu sou um tremendo covarde, ter conseguido com ela dormindo e correndo o risco dela acordar ou estar escutando tudo, bom, acho um enorme começo pra mim!
Voltei para o lado da cama já com o intuito de acordá-la. Sentei no pequeno espaço que havia na beirada da cama e comecei a passar minha mão de leve em seu braço esquerdo.
- . Acorda! – Disse aproximando meus lábios de seu ouvido. Ela nem se mexeu. – Acorda ! – Falei novamente passando minha mão pela suas costas, sentindo o calor que ali havia. – . – Falei seu nome um pouco mais alto, e surgiu efeito dessa forma; Ela se remexeu um pouco e ficou deitada de frente pra mim. Levou suas mãos ao rosto e esfregou os olhos ainda fechados. Abriu seus olhos e retirou suas mãos de lá, ficando me encarando por algum tempo. Eu apenas sorri.
- Bom dia . Ta fazendo o quê aqui? – Perguntou com a voz um pouco rouca. Peguei a mão direita dela e a beijei.
- Bom dia . A me deu permissão pra te acordar. – Ela sorriu e concordou com a cabeça como se já soubesse que a resposta seria essa.
End POV.
Soltei um pequeno bocejo enquanto me colocava sentada na cama.
- Vamos descer pra tomar café? Os guys já estão todos lá. – Concordei com a cabeça tirando a coberta quentinha de cima do meu corpo e me levantando da cama. Concertei meu cabelo e o prendi em um coque.
- Só preciso tomar um banho. Liga a televisão aí que eu não demoro. – Apontei o controle em cima do criado-mudo e ele consentiu. Fui até minha mala que estava dentro do guarda-roupa do quarto e procurei uma muda de roupa. Um short jeans branco e uma blusa mesclada de lilás, azul e alguns detalhes em amarelo. A blusa caía no meu ombro direito deixando um pequeno charme que era meu sutiã com strass nas alças. O peguei e também peguei uma calcinha e meu sabonete. Peguei também o meu desodorante, o creme de pele, o perfume e a minha maleta de maquiagem. Fechei a porta do guarda-roupa e vi me encarando com um sorriso no rosto.
- O que? – Ele gargalhou assim que eu disse isso e eu fiquei sem entender.
- Você ta parecendo que vai pra guerra com todos esses 'mantimentos' nos braços! – Ele se levantou da cama e veio em minha direção, pegando um pouco das coisas que eu tentava equilibrar nos meus braços e em minhas mãos. Sorri.
- Eu já tenho costume queridinho! – Dei de ombros indo até o banheiro. veio logo atrás e colocou as minhas coisas em cima da bancada de mármore do banheiro.
- Quando você acabar me chama pra eu ajudar a levar de volta pra mala. – Ele gargalhou da minha cara de poucos amigos e saiu do banheiro. Fechei a porta e comecei a me despir.
~~
- Hey ! Vem me ajudar aqui, por favor. – Gritei abrindo a porta do banheiro assim que acabei de me arrumar completamente.
- Nossa! Valeu a pena esperar esses 30 minutos! – Sorri depois desse pequeno elogio de "você ta linda" camuflado nessa frase e comecei a entregá-lo as coisas.
- Ta bom, agora leva isso pra lá! – Ele sorriu concordando com a cabeça e saindo do banheiro com as coisas na mão. Só me sobrou pra levar a roupa que eu tava usando e minha maleta de maquiagem.
- Mais alguma coisa capitã? – bateu continência me arrancando uma gargalhada.
- Não soldado! Descansar! – Ele prendeu o riso e fez como normalmente nós vemos nos filmes e imitou o soldado. Fechei a porta do guarda-roupa e fui arrumar minha cama.
- Hey, pode deixar assim. Tem o serviço de quarto que arruma isso. Daqui a pouco a moça deve ta ai! – Ele apontou a cama ante que eu pudesse começar a arrumá-la. Dei de ombros, por mais que eu quisesse arrumar a gente já estava bem atrasado. Comecei a andar indo até o lado dele.
- Cadê o seu disfarce? – Ele me encarou sorrindo.
- Eu nunca usei disfarce nesse hotel, só pra sair dele. – Ele abriu a porta do quarto e apontou pra que eu saísse primeiro. Fechou em seguida. – Só o Poynter que é muito medroso e fica de óculos e boné. Já eu, gosto só dos óculos. – Sorri andando com ele até o elevador. Apertei o botão pra que ele chegasse a nosso andar.
- E cadê os seus óculos?
- Não sei, acho que perdi de novo! – Ele deu de ombros e eu gargalhei. Já sabia dessa fama do de perder suas coisas com facilidade, só não achei que era tão estremo.
- Ainda bem que agora eu sei que não posso te emprestar nada meu. – Ele gargalhou e prendeu o riso em seguida assim que o elevador se abriu.
POV.
- Amiga, eu acho que seu celular tocou aqui. – disse á que estava ajudando a Mary a fazer cachos no cabelo. e estavam jogando no notebook do Poynter, já a estava fazendo as unhas da Rafaella e eu e o estávamos jogando cartas em cima da cama do Poynter.
- É mensagem! Um minuto Mary! – Mary concordou com a cabeça e a foi saltitante pegar seu celular em cima do criado-mudo, ao lado da minha cama. Aposto o meu carro que essa mensagem é do FDP chamado James Bourne!
leu a mensagem e fez aquela cara retardada, foi até onde estavam o e o , sentados na mesa de quatro cadeiras próxima á varanda do quarto.
- Meninos lindos da minha vida! – Disse chamando á atenção dos dois. – Será que vocês podem parar de jogar só uns minutinhos pra eu mexer em uma coisa aí? – O e o Poynter se entreolharam, sorrindo em seguida.
- Tudo bem Leitão! – falou se levantando.
- Mas não demora! – complementou e ela concordou com a cabeça.
- ! E meu cabelo? – Mary gritou arrancando uma gargalhada da galera. a encarou.
- Eu já vou! Cinco minutos! – Fez um cinco com as mãos e voltou a encarar o notebook assim que Mary concordou com a cabeça.
- Ta fazendo o que aí filha? – perguntou desviando o olhar das unhas da Rafa.
- MSN. – Falou sem nem encará-la. Ela tava digitando que nem uma louca.
- Hum! Imagino até com quem. – Ana Paula e suas indiretas me fizeram ter certeza de que eu estava certo sobre a mensagem ser do Bourne.
- Cala a boca aí, débil! Não te interessa. – mandou língua para a amiga que gargalhou. Tenho que dar um jeito de ver essa conversa depois.
End POV.
- Pronto meninos! – Disse fechando a janela da minha conversa do msn e saindo em seguida. e voltaram a sentar-se à mesa enquanto eu me levantava. – Obrigada seus lindos! Com todo o respeito amigas! – Beijei o rosto dos dois que sorriram convencidos e voltaram a jogar no notebook. Voltei a me sentar junto a Mary e a continuar a fazer os cachos em seus cabelos.
- Gente quantas horas? – Rafa perguntou. olhou em seu relógio de pulso.
- 17h39m. – Falou voltando a encarar suas cartas.
- Que horas é o show ? – Perguntei pra ele que me encarou após fazer sua jogada.
- Ás 20h. – Ele voltou a olhar as cartas, e eu a olhar as meninas.
- Nós temos que arrumar logo! – disse. Nós concordamos.
- Eu ainda tenho que tomar banho, arrumar meu cabelo, fazer a maquiagem... Ah, tanta coisa! – Rafaella disse gesticulando com as mãos abertas, tomando cuidado pra não estragar o esmalte.
- Nem me fala! – Complementei. – Só a Mary aqui que foi esperta e já ta quase pronta! – Mary me encarou e negou com a cabeça.
- Eu demoro um século na maquiagem, por isso já tomei meu banho e você ta fazendo meu cabelo. Se eu deixasse pra mais tarde nem ia dar tempo!
- Ainda bem que eu sou homem! – gritou arrancando muitas gargalhadas da gente.
POV.
- Dude, eu vou tomar meu banho primeiro. Não demoro! – falou chamando minha atenção e me fazendo parar de escolher a roupa que eu iria.
- Beleza dude. – Ele pegou sua toalha e se encaminhou até o banheiro. – ? – Ele parou e virou, na porta do mesmo. – Posso mexer no seu notebook? To querendo olhar uma coisa. – Ele sorriu e concordou com a cabeça, fechando a porta do banheiro em seguida.
Fui até a mesa onde o notebook ainda estava ligado. Cliquei em 'Meus Documentos' e logo em seguida em 'Meus Registros'. Rezei mentalmente pra que o notebook do tenha salvado a conversa da . Olhei a quantidade de pastas e deduzi que sim; de datas que provavelmente são desde o dia que ele comprou o notebook. O Poynter é meio lesado, não ia se importar em salvar as conversas. É bem a cara dele.
Procurei a pasta que realmente importava e cliquei nela, 'Setembro 2012'. Procurei a última conversa e abri. Não era a dela. Então resolvi procurar pelo email. Os que eram do eu pulava, fui abrindo os diferentes e finalmente achei a conversa dela.
Registo de Conversação
Início da Sessão: sexta-feira, 21 de setembro de 2012
(17:29) James B: Oi amoooooor!
(17:29) 8 : Oiii príncipe! ;D
(17:29) 8 : O q era, hun?
(17:30) James B: Ah, linda. To c saudades. E eu queria contar q eu sonhei com vc essa noite.
(17:30) James B. alterou o estado para Ocupado.
(17:30) 8 : Mesmo? *----* Ah, príncipe tb to com mta saudade! E eu tb tive um sonho muito loco noite passada.
(17:31) James B: É mesmo? Loco como? Me conta!
(17:31) 8 : Por msn não né? Quando eu chegar em Londres, eu te conto tudo. Nossa, nem gosto de lembrar.
(17:32) James B: Nossa! Então ta. Mas me diz, e vc e o ?
(17:32) 8 : Oq tem o ?
(17:32) James B: Não se faça de desentendida amr. Vc sabe bem, ele ta te fazendo passar raiva aí?
(17:32) 8 : Nãp Jimmy, nada a ver.
(17:33) James B: E vcs tão ficando muito juntos aí?
(17:33) 8 : Amr, da pra parar com esse seu ataque de ciúmes? Meu coração é todo seu e vc sabe! ;)
(17:33) James B: Eu sei, o caso é saber se ele sabe.
(17:34) 8 : É obvio q ele não sabe. A gente namora escondido esqueceu? kkkkk. Nem a sabe! HAHA.
(17:34) James B: É msm, minha cunhadinha linda. kkkk. Nem descofia.
(17:34) 8 : e agr chega de papo que eu ainda tenho q ajudar a Mary a arrumar o cabelo dela. E me arrumar ainda!
(17:34) James B: É, to vendo que só pq o ta aí vc quer se livra logo de mim. :´( MAGOEI.
(17:35) 8 : nãaaaao amooor. Vc sabe q não é verdade! Eu tenho msm q me arrumar. 'DESMAGOE.
(17:35) James B: kkkkkkkk 'Desmagoe é ótimo! Adoro a sua criatividade meu bem!
(17:35) 8 : Obrigada meu bem! Posso ir aggr?
(17:35) James B: Não sem antes teclar aquelas três palavrinhas.
(17:36) 8 : Sim senhor! E ainda acrescento!
(17:36) 8 : Eu te amo, mto mto mto mto. Infinitamente. kkk. O infinito no meu nick name é seu!
(17:36) James B: Huuuum que honra! E eu tb te amoo muuuitão! Haha. to doido pra te ver! Não esquece de mim aí!
(17:37) 8 : Esquecer de voc? JAMAIS. Beeijo meu príncipe!
(17:37) James B: Beij minha princesa! ;*
Namorando? Namorando? Ela ta namorando com aquele cretino? Ah, não. Isso é demais pra mim!
End POV.
Capítulo. 12
- ! Ai Meu Deus! Eu vou ter um infarto! – Ana Paula agarrou meu braço me fazendo gargalhar. Ela estava extremamente nervosa enquanto nós esperávamos o resto do pessoal chegar a nosso quarto pra gente poder descer e ir pro show. Não posso dizer que estou muito diferente dela, porque não. A diferença é que eu faço menos escândalo.
- Calma amiga se não você vai me fazer enfartar junto e eu não vim aqui pra morrer antes de ver esse show! – Ela respirou fundo e concordou com a cabeça me arrancando um sorriso. Até mesmo a pessoa mais calma do mundo ficaria nervosa ao lado da .
- Imagina só como o Nicky deve estar lindo! – Ela suspirou ao lembrar do seu favorito do Westlife, Nicky Byrne.
- Eu vou desmaiar quando vir o Shane e ele começar a cantar I Get Weak. Vou morrer quando escutar eles cantando essa música! – Ela concordou comigo empolgada.
- Eu vou chorar muito se eles cantarem You Raise Me Up. Aí eu vou morrer do coração. – Ela colocou sua mão esquerda no peito e fez uma cara sofrida me arrancando uma gargalhada. Concordei com a cabeça a sua fala.
- Pena que a gente não vai ver o show com o Brian. – Disse com uma pontada de tristeza na voz. me abraçou.
- Odó da minha amiga, o verdadeiro preferido dela nem na banda ta mais. – Concordei com a cabeça fazendo um bico. – Mas olha, o Shane é bem mais lindo que o McFadden. – Olhei com cara feia pra ela que parou de me abraçar gargalhando. – É sério. Eu acho. – Deu de ombros ainda rindo.
- Os dois são perfeitos. – Falei a fazendo gargalhar novamente com cara de "eu sabia que você ia dizer isso". Eu sempre digo isso quando ela fala que um é mais bonito que o outro.
- Perfeito mesmo é o Mark. Aquele desperdício de homem. Ai Deus! – novamente tocando no assunto do Feehily ser gay assumido. Quando eles foram no Brasil em 2000, o Mark não era assumido ainda, e foi o único a ficar com uma brasileira lá. É realmente difícil de acreditar.
- Fazer o que né amiga? Ele ainda não tinha me encontrado pra poder gostar mesmo de mulher! – Dei uma piscadela. Ela gargalhou e me empurrou na cama. – Ai retardada, meu cabelo vai ficar feio desse jeito! – Me concertei, voltando a ficar sentada na cama.
- Eu quero ver o Kian rebolando. Aquele Deus grego! – Ela me arrancou outra gargalhada ao dizer isso piscando como uma retardada.
- Sáah? . Vamos? – A voz de após três batidas na nossa porta, nos fez saltar da cama, e nos direcionar a mesma. Ana Paula abriu a porta e nós nos deparamos com todo mundo.
- Hey gente! – Ela cumprimentou sorridente. a abraçou de lado e lhe deu um beijo estalado na bochecha.
- Oi gente. – Cumprimentei após fechar a porta do quarto. Todos me deram sorrisos sugestivos e eu ganhei um abraço do meu Pooh. Só que, estranhamente, nem ao menos me encarou.
- Então vamos que eu to louca pra chegar lá logo! – Mary disse me fazendo encara-la ao invés de encarar o . Concordei com a cabeça tirando qualquer pensamento maluco de o que seria dessa vez.
Começamos a andar em direção ao elevador que, por sorte, estava vazio. apertou o botão da garagem e eu desci em completo silencio enquanto o pessoal conversava empolgado sobre o show. Eu não fui a única a ficar calada, pra variar. Ele ficou em um canto completamente oposto ao meu. Eu estava no fundo do elevador enquanto ele estava no começo do mesmo. Não olhava pra nada que não fosse o celular em suas mãos.
O elevador se abriu, mostrando o estacionamento de carros atrás de sua porta de ferro. Pouco a pouco o pessoal foi saindo, fui a ultima a sair de lá.
- Hey, dessa vez você me segue! – disse ao que deu de ombros sem nem ao menos expressar nenhuma mudança em suas feições.
- Vamos Leitão? – me abraçou de lado e eu concordei com a cabeça com um sorriso singelo. Ele andou ao meu lado e abriu a porta do passageiro pra mim. já estava sentado no banco do motorista. Olhou-me pela primeira vez. Seus olhos estavam frios de novo, como nas vezes em que ele parecia estar com raiva de mim. Mas o que eu fiz dessa vez? Nós dois estamos até muito bem, por sinal. Qual seria o motivo então?
Ele desviou seu olhar e se concentrou no carro. Colocou a chave na ignição e colocou seu cinto de segurança. Respirou fundo por um momento e voltou a me encarar. Quase me assustei por ainda estar encarando-o vidrada.
- E seu Ipod? – Disse com certa dureza na voz. Peguei o Ipod e o cabo dentro da minha bolsa e o mostrei. Ele voltou suas atenções ao carro enquanto eu conectava o Ipod e colocava nas musicas do Westlife.
Deu partida no carro e esperou até que o carro do fosse para ele segui-lo.
~~
- É por aqui gente. – se pronunciou apontando um portão privativo que dava acesso aos camarotes pelo estacionamento mesmo. Encaminhamos-nos pra lá, eu e as meninas extremamente empolgadas, enquanto os meninos agiam como se fosse um show qualquer. Eles são loucos de não conseguirem enxergar a magia que há em ver o Westlife ao vivo!
Entramos no portão onde havia dois seguranças nas portas. Logo no inicio eles pediram para ver nossos ingressos. Eu os entreguei ao rapaz alto e incrivelmente musculoso que os conferiu em uma máquina de reconhecimento do que eu imagino ser a impressão holográfica do ingresso. Depois de confirmado todos os ingressos, fomos recebendo um a um, crachás de identificação com nossos respectivos nomes neles.
- Logo á frente há outra segurança que lhes entregarão suas pulseiras. Não será permitido o acesso aos camarotes sem as pulseiras e seu respectivo crachá. Vocês terão acesso á pista e ao Open Bar exclusivo no camarote seis. O acesso aos outros camarotes só será permitido com a apresentação destes. Não será permitida mais de 10 pessoas em um mesmo camarote. – O outro segurança um pouco mais baixo que o primeiro, mas ainda mais musculoso, explicou todas as regras do que pode e o que não pode e eu confesso que não prestei muita atenção. Fiquei ligada na gritaria que ocorria dentro do Hall.
Nós havíamos chegado até um pouco cedo para a hora marcada para o show, mas eu não imaginei que as pessoas já estariam tão animadas meia hora antes do show começar. Sim é a magia do Westlife dominando!
- Tenham um bom show! – Ele sorriu liberando nossa passagem. Respondemos um "Obrigado" em uníssono, nos encaminhando até onde estava a tal segurança.
A segurança, com um terninho preto lindíssimo, nos sorriu. Pediu para que nós mostrássemos nossos crachás e conferiu cada um. Sorriu nos entregando de volta e pegando oito pulseiras azuis nas mãos. Começou a colocá-las em nossos braços.
Me senti uma completa boba e retardada ao encarar a pulseira em meu pulso. Sorri ao imaginar que faltavam minutos para mais um sonho ser realizado. Deus fez tantas coisas por mim nos últimos meses que eu esqueci de agradecer. Obrigada Senhor, por me fazer ter tantas alegrias como essa!
- Vocês serão levados por esta outra segurança ao elevador, ela os acompanhará até o camarote de vocês. Espero que vocês tenham um bom show! – Ela sorriu simpática e apontou o elevador logo á frente. Agradecemos á ela assim como fizemos com os seguranças anteriormente.
Entrei no elevador sentindo o frio na barriga. Esse frio acabou se transformando em borboletas malucas que me causaram náuseas quando ficou ao meu lado no mesmo. Mas essa sensação sumiu quando o me encarou por alguns segundos e deu um passo pra trás, ficando mais próximo da segurança, ao lado do painel do elevador.
Encarei o chão escutando tagarelar alguma coisa que eu não conseguia decifrar com a Mary. Voltei a encarar o que, assim como eu encarava o chão, parecendo longe; mergulhado em pensamentos.
Por que você está se sentindo assim?
Não faço ideia. Só sei que ele ficar agindo dessa forma indiferente me deixa assim, desnorteada.
Você está triste por ele estar indiferente... você tem noção do que isso significa?
Não! Para! Eu na devia estar assim não é? É o show do Westlife! Eu tenho que ficar feliz! Tenho que me divertir!
Exatamente. Esqueça o e os joginhos dele. Não deixe ele atrapalhar o seu show!
Obrigada consciência, não vou deixar!
me encarou no exato momento em que eu sorri, depois de receber uma ajudinha da minha consciência para elevar meu estoque de felicidade e empolgação. Ele uniu suas sobrancelhas, provavelmente me achando louca. Desviei meu olhar do dele e encarei a pulseira azul no meu pulso direito. Sorri ainda mais e me virei para trás encarando a .
- Que foi amiga? – Ela parou de falar o que estava conversando com a Mary fazendo assim, com que todos me olhassem.
- É o Westlife . – Ela sorriu entendendo. Soltei um suspiro. – O Shane, Nicky, Kian e Mark vão estar no mesmo lugar que a gente daqui a alguns minutos. – Ela fez uma cara engraçada, como se fosse gritar a qualquer momento. – Você tem noção do que é isso? Porque eu não to com noção de nada! Acho que vou enfartar assim que entrar naquele camarote e ver aquele palco preparado pra eles amiga! – Ela não conseguiu segurar o grito e o soltou de um jeito bem discreto, me abraçando. Apertei minha amiga nesse abraço e senti Mary e Rafaella também nos abraçar. As duas rindo do meu discurso, assim imagino.
- Chegamos. Camarotes! – A segurança disse assim que o elevador parou fazendo com que eu e as meninas nos soltássemos. – O camarote de vocês é o numero sete. Divirtam-se! - foi o primeiro a sair quando a porta abriu, e nós saímos em seguida. Senti meu coração bater forte e agarrei o braço de que sorriu com a minha empolgação.
- Você não esta enfartando, ta? – Gargalhei negando com a cabeça e gargalhou junto. Entramos em uma porta onde dava acesso ao corredor que levava aos camarotes. Em cada porta havia o numero dos mesmos. Chegamos na frente do nosso depois de passar pelo camarote do Open Bar, por sorte ao lado dele. Os meninos pegaram algumas bebidas e eu peguei meu refrigerante, sendo acompanhada pelas outras garotas. Assim que abriu a porta, eu senti meu ar falhar.
O camarote era gigante. Tinha três sofás de cor preta, bem grandes; um frigobar que eu não faço ideia da necessidade dele; Alguns pufs coloridos espalhados pelo local; Dois abajures em cima de uma mesinha de centro, também com alguns objetos em cima dele: um daqueles negócios que se colocam champanhe que fica cheio de gelo, copos e aqueles brindes de festa de aniversário e formatura.
- Legal! – disse acendendo um "chifre com flores" e colocando na cabeça. Gargalhei da cara que a fez quando viu a cena.
- Bêe por que você não coloca esse? – Apontou para o "chifre de capetinha" – Deixa o de florzinha para as mulheres ta? – Gargalhei ainda mais e fui acompanhada do restante do pessoal. Sempre o Poynter e a pra alegrarem ainda mais a minha vida.
- Mas beê! Eu quero o de florzinhas! É mais bonitinho do que esse! – Ele apontou o que a tinha nas mãos e cruzou os braços com raiva. E não me parecia uma brincadeira. Ele queria mesmo o de flor! Isso só me fez perder o ar de tanto rir.
- Deixa de ser gay Poynter! – se pronunciou gargalhando da cena. apontou pra ele.
- Olha quem fala! O que ta com os "chifres de coelhinho"! Vai lá Playboy! – Tive que sentar no sofá mais próximo pra não cair no chão de tanto rir. e continuaram a discursão por algum tempo, mas eu já não prestava atenção.
Quando recuperei o fôlego, vi me fitando no sofá logo á frente. Ele soltou um pequeno sorriso ao ver que eu o encarava.
Perdi o fôlego que recuperei.
O sorriso dele se desfez em segundos e as feições duras de pedra retornaram ao seu rosto. Balancei minha cabeça, de modo que eu pudesse me livrar do seu olhar hipnotizante. Voltei a sentir o ar entrar em meus pulmões e me levantei do sofá assim que tive certeza que não iria desmaiar por falta de oxigênio.
Reparei que e Mary estavam debruçadas numa espécie de varanda que dava visão do show. Me assustei ao ver que essa mesma varanda era toda de vidro. Como não percebi isso quando eu entrei? Que lindo! Dava pra ver todas as pessoas lá embaixo e um pedaço do lado esquerdo do palco sentado ali no sofá em que eu estava!
Andei até onde elas estavam e encarei a multidão. É muita gente, nus! Olhei pro meu lado esquerdo e vi o palco; Ok, agora eu acho mesmo que vou enfartar! Que palco mais perfeito! Havia seis telões gigantes. Um de cada lado do palco e os outros quatro no centro do palco. No centro, dava pra ver uma escada que a altura chegava na ponta das dos telões.
A multidão começou a gritar quando as luzes de todo o lugar se apagaram. As meninas começaram a gritar junto á multidão e eu nem isso consegui fazer. Eles estavam indo entrar naquele palco. Ai Meu Deus!
- Olá Manchester! – Um rapaz que não era nenhum dos da banda, começou uma introdução no escuro. – Estão preparados para o WESTLIFE? – Houve uma grande gritaria em concordância. – Estão mesmo? – Gritamos um "sim" novamente e ele riu ao microfone. – Ok! Então vamos surpreendê-los! Quero uma incrível recepção para o WESTLIFE! – Ele gritou e em poucos segundos a bateria começou a tocar. Os telões da lateral se acenderam e lá escrito estava WESTLIFE. Senti que minha voz havia retornado e comecei a gritar como uma louca.
A introdução de No One's Gonna Sleep Tonight começou me deixando maluca. As luzes de todo o palco se acenderam e lá estavam eles, Shane, Mark, Kian e Nicky parados no meio do palco vestidos com seus ternos brancos. Todos incrivelmente lindos. Shane deu uma risada e começou a cantar me deixando em um momento de completa nostalgia ao ouvir sua voz. Perfeita, como eu sempre imaginei.
Senti a varanda ficar apertada quando os meninos se encaixaram entre nós garotas para poderem ver o show também. ficou do meu lado esquerdo e eu tentei não me mostrar abalada por causa disso. Já do meu lado direito estava a , cantando que nem uma louca. Soltei uma gargalhada e comecei a cantar também.
If I could make a moment last forever
This would be the one I'd choose
You and me here together
Feels so right, feels so true
Every star led to you
We shine so bright
That no one's gonna sleep tonight
No no one's gonna sleep tonight
Cantei o refrão da música com vontade. Era como se aquele refrão fosse o lema daquela noite. Diversão, risadas. Bom eu realmente não queria dormir aquela noite! Queria aproveitá-la até seu último minuto.
Os acordes da música encerraram e as luzes de todo o lugar se apagaram arrancando muitos gritos ensandecidos de todos no local, inclusive de nós. De repente um holofote se ascendeu e lá estava Kian com seu sorriso encantador!
- Olá Manchester! – Recebeu em resposta vários gritos. – Obrigado por estarem aqui! – Mais gritos foram feitos para respondê-lo. Encarei na mesma hora quando vi Nicky aparecer assim que outro holofote foi aceso.
- Quem aqui está feliz essa noite? – Nicky perguntou e de imediato eu levantei meu braço, soltando um grito agudo. Reparei que todos do meu lado direito também levantaram a mão, com bastante animação.
Bom, menos a pessoa que se encontrava do meu lado esquerdo não demonstrara que estava feliz aquela noite. E ele fazia questão de não esconder isso, me deixando extremamente incomodada com seu incrível poder de mudar de humor.
- Isso é ótimo! Então que tal vocês nos ajudarem com essa música? – Os holofotes em direção ao público se ascenderam, revelando a quantidade de gente que ali havia. Concordaram com mais gritos agudos. – Esse é 'Wolrd Of Our Own'. – Dei três pulinhos empolgados com a música que eu iria escutar. Seu ritmo começou a ser tocado e eu senti alguém me puxar pelos ombros. estava me encarando com um sorriso nos lábios e começando a dançar no ritmo da música, chamando completamente a atenção de todos no camarim.
Quem disse que ela estava se importando?
Comecei a gargalhar, e por mais que estivesse um pouco com vergonha, comecei a dançar também. A voz do Shane me deu um pouco mais de estímulo pra isso.
Logo todos, menos , nos acompanharam na 'dancinha'. Percebi que o não tirava os olhos de mim, encostado á varanda de costas. Ele soltava um pequeno sorriso cada vez que eu o encarava, cantando a letra da música e dançando com mais nenhum vestígio de vergonha. Ana Paula e faziam uma cena romântica me arrancando pequenos sorrisos com algum vestígio de inveja. Eles dois eram incríveis juntos.
Eu sempre quis ser parte disso com alguém especial.
Virei meu rosto dos dois e acabei encontrando com os globos a me encarar de uma forma tão indecifrável. Não havia lógica em minha preocupação ao vê-lo tão estranho, afinal meus sentimentos por ele estavam muito bem resolvidos. Eu não queria na minha vida como algo a mais que um simples amigo.
O problema é que às vezes meu coração não entende a minha decisão.
Agradeci mentalmente quando a música acabou me tirando de um transe mental e, consequentemente, de um momento de hipnose por culpa do contato visual com . O som de 'Lighthouse' me fez dar passos largos de volta para a varanda, tentando inutilmente parar o aceleramento cardíaco do meu coração quando não retirou seus olhos de mim em nenhum segundo. Me forcei a tirar um grito da garganta, fazendo um circulo com as mãos em volta da minha boca. Dei graças á Deus de o som do show ser tão alto, alto o suficiente para ele não perceber a minha respiração descompassada e meu coração fora do ritmo ao saber que seus olhos ainda estavam sobre mim.
Comecei a cantar a música como uma tentativa, ainda que frustrada, de me deixar um pouco desligada do ser que estava ao meu lado esquerdo. Vi que não havia saída quanto a isso e resolvi dar atenção a que agora estava do meu lado direito. O abracei de lado e o mesmo sorriu ao me encarar.
Ficamos assim, abraçados, cantando e gritando até a música acabar.
~~
Após cantar Hit You With The Real Thing, Uptown Girl, Bop Bop Baby - pra desespero da – Home, Safe – Para meu desespero – What About Now?, Catch My Breath, I Will Reach You – Para desespero de nós duas. – Shadows – Para terminar de me matar. E agora, Mark havia anunciado o Medley. E sempre o Medley do Westlife é perfeito! Sempre um primeiro medley com músicas deles, e um outro com covers.
As luzes do palco se acenderam e mostraram que o primeiro medley seria acústico. Kian já estava sentado em uma espécie de banco com seu violão a postos, Shane estava com seu "chocalho" em mãos. Realmente eu não sei o nome daquilo, mas deve ser chocalho mesmo. Nicky ao lado de Mark que apenas segurava o microfone, começou a dedilhar a melodia de I Lay My Love On You em seu violão, sendo seguido pelos acordes do violão do Kian.
deixou completamente nervoso com seu comentário de como o Nicky ficava lindo tocando violão. O mesmo fez uma pequena cena que nos chamou a atenção e se afastou da varanda, sentando-se no sofá com os braços bem cruzados junto ao peito. Algumas gargalhadas foram feitas com certa discrição de nossa parte quando se aproximou do sofá dizendo que o era muito mais lindo do que o Nicky, que ele não tinha motivos de estar com ciúmes.
Depois dessa pequena ceninha e deles voltarem a ficar de bem como sempre, voltei a prestar atenção no show e vi que o primeiro medley já estava acabando. Fui para perto das meninas já me preparando para comentar e tentar adivinhar que covers eles fariam naquele show.
- Espero que seja um bem sexy. – cochichou em meu ouvido e teve que repetir a mesma coisa no ouvido da Mary e da Rafaella, para que o não escutasse e ficasse bravo novamente.
O Westlife desapareceu em meio à escuridão para o que eu penso ser mais uma troca de roupa. Em dois minutos estavam de volta com o toque de Bad Romance da Lady GaGa. Confesso que fiquei extremamente surpresa com o cover dessa música, mas esse pensamento logo desapareceu quando o Shane começou a dançar de um jeito muito, mas muito sexy. Sendo acompanhado dos outros três. O Mark com menos habilidade que os outros, devo acrescentar. Ele sempre foi o mais 'durão para dançar, em minha opinião e na da .
Só que esse cover nem chegou aos pés de Only Girl In The Wolrd da Rhianna. Ficou muito perfeito, e a dança então, ai meu Deus! Mas não foi aí que eu enlouqueci. Eu enlouqueci quando o toque de POV adentrou meus ouvidos.
Encarei , que da mesma forma que eu, estava paralisada escutando o Westlife começar a cantar POV. Começamos a gritar como loucas e os meninos ficaram bem surpresos com aquilo e estavam com sorrisos imensos nos rostos, cantando sua própria música.
Minha garganta ficou no ponto de rasgar de tão alto que eu cantei o refrão de POV. Não só eu como todos os presentes naquele camarote.
Após a música acabar, eu corri até o frigobar onde havia abastecido com algumas cervejas e refrigerantes e peguei uma lata de Sprite. Tomei três goladas de uma vez, mas quase engasguei quando o Nicky começou a cantar Don't Cha do The Pussycat Dolls. (link do vídeo) (N.A. Pra vocês terem uma noção do estrago, ponham o vídeo pra carregar e assistam, antes de ler o que vem a seguir). Voltei correndo para a varanda vendo as meninas enlouquecidas por causa da música.
POV.
- GOSTOSO! – gritou chamando minha atenção novamente. Já tava sendo difícil aguentar toda aquela história de ela estar namorando o Bourne escondido, e agora me vem essa. To começando a me arrepender de ter lhe dado esse presente.
- SHANE VEM PRA CÁ SEU LINDO! – Gritou mais uma vez. Senti todas as minhas veias ferverem de raiva. Será que ela não percebe que tem homens aqui? E que estão escutando toda essa pouca vergonha que ela está dizendo? Será que ela não percebe que eu estou aqui? Que merda!
Respirei fundo ao vê-la cantar a letra da música e acompanhar cada movimento do Westlife com os olhos vidrados. Balancei minha cabeça tentando me livrar desse momento de raiva que eu tive. As coisas com a são extremamente estranhas.
pareceu perceber meu desconforto por um momento. Me encarou com a sobrancelha erguida e seu sorriso alargado se desfez um pouco.
- Tudo bem dude? – Perguntou perto de meu ouvido por causa do barulho da música. Forcei minha cabeça a concordar, mostrando que eu estava bem. Não dava pra estragar o show do por causa de meus ataques malucos.
Ele me encarou com um olhar desconfiado, parecia saber que eu estava mentindo, mas não insistiu no assunto.
- Ai meu Deus! – falou pegando as mãos e abanando seu rosto com se estivesse com muito calor. As meninas ao seu redor começaram a sorrir e a abaná-la. – NÃO FAZ ISSO SHANE! DESSE JEITO VOCÊ ME MATA! – Gritou se apoiando na varanda fazendo as meninas gargalharem. Abaixei minha cabeça sentindo a fúria me invadir novamente. Não faz sentido ela fazer toda essa gritaria por causa de uma música. Não faz sentido ela gritar essas coisas para um cara que nem conhece, com todos os seus amigos presentes no mesmo lugar. É muita falta de respeito comigo. E com os caras.
Levei minha mão até meus cabelos e apertei alguns fios com força. Voltei a abaixá-la e percebi o quanto minha mão tremia. Encarei a outra mão e vi que ela estava da mesma forma que a outra.
Esfreguei as duas na minha calça jeans tentando fazer com que a tremedeira parasse, mas foi inútil. Escutei a música acabar e a voz do Shane perguntando se nós havíamos gostado.
Gostado. Hunf.
- EU QUERO VOCÊS, COMIGO, NA MINHA CAMA, AGORA! – Ela gritou em resposta a fala dele e recebeu um pequeno tapa da que gargalhava de sua frase. – O que? Eu posso! To solteira meu bem! – Ela deu de ombros gargalhando e gargalhou ainda mais, concordando com a cabeça com aquela pouca vergonha.
Ok, pra mim já chega!
End POV. (N.A. Coloquem pra tocar a música I Get Weak do Westlife.)
My love
Meu amor
My heart
Meu coração
Oh bruised and broken all alone when we're apart
Oh machucado e partido sozinho quando estamos separados
I die inside
Eu morro por dentro
Oh this room is like a battlefield of love tonight
Oh, esta sala é como um campo de batalha de amor esta noite
- Será que dava pra você parar com isso? – me fez essa pergunta aos gritos, tirando toda a minha concentração do inicio da minha música preferida do Westlife.
- Parar com o que? – Respondi depois de um breve momento com minha consciência, tentando descobrir do que ele estava falando.
- Com essa puta falta de respeito! – Disse entre dentes. Meu rosto se formou em uma grande pergunta, nem tive tempo de indagar algo. – Ou você acha bonito falar essas coisas na nossa frente? – Expressou-se de forma exagerada, tanto no jeito de falar quanto no movimento de suas mãos.
I know should be stronger but I lose all control
Eu sei que deveria ser mais forte, mas eu perco todo o controle
Fighting with myself, tryin'a hide what you don't know
Lutando comigo mesmo, tentando esconder o que você não sabe
- , eu não faço ideia do que você esta falando e também não me importa! Eu só quero continuar vendo o meu show! – Vi ele se aproximar ainda mais de mim ficando a uma distância de centímetros do meu corpo, deixando o mesmo em completo estado de alerta.
- É claro que quer, e continuar gritando aquelas merdas de alguns segundos atrás. É bem o seu tipo. - Minha boca se abriu com a surpresa de suas palavras.
- Serio ? Então explica o meu tipo porque eu não sei qual é! – Senti meus nervos se esquentarem ao ver seu sorriso de deboche em minha frente.
But I get weak
Mas eu enfraqueço
I'm giving it all away
Estou desistindo de tudo
I know it's not wise to leave myself so open but
Eu sei que não é sábio deixar-me tão aberto, mas
All the rules get broken in your eyes
Todas as regras são quebradas em seus olhos
I give it all up to you
Eu desisto de tudo por você
And everything that's been keeping me together
E tudo o que tem me mantido inteiro
Brings me to my knees
Me desmorona
I get weak
Eu enfraqueço
- O seu tipo , é o típico! Só de mais uma va... – puxou o ombro dele, interrompendo sua fala, que sacudiu o mesmo de forma bruta soltando um pequeno rugido de raiva, sem desviar seus olhos dos meus.
- , cara, ta maluco? – falou, mas suas palavras foram completamente ignoradas por mim e pelo . E minha mente não parava de pulsar com o ódio já se formando por causa das palavras proferidas pelo homem ridículo a minha frente. Principalmente pela a que fora interrompida por .
- Completa, ! – Me alterei. – Completa o que você ia dizer! – Ele virou seu rosto para o alto com os olhos fechados. Suas narinas estavam infladas e o peito subia e descia rapidamente quando ele voltou a me encarar.
One look
Um olhar
One touch
Um toque
Oh I'm helplessly pretending
Oh, eu estou desamparadamente fingindo
You don't mean that much
Que você não significa tanto assim
It gets so hard
Fica tão difícil
The waiting here forever with this shattered heart
Esperar aqui para sempre com este coração arrasado
- Uma vadia interesseira! – Senti meus olhos se encherem de lágrimas, mas me forcei a segura-las em meus olhos. – É isso que você é! – Eu podia sentir a raiva transbordando por suas palavras. – Se fez de santa, com esse seu jeitinho e acabou conquistando a gente! Conquistando a mim. – Meu coração foi ate minha garganta com aquela declaração. Os olhos dele foram ao chão por um momento, quando retornaram a mim estavam transbordando lágrimas, ajudando com que as minhas caíssem sem que eu conseguisse segura-las mais. – Depois foi a vez do Bourne! Você ta iludindo o cara, como se ele fosse só mais um. Pelo menos era o que eu pensava, agora eu tenho minhas duvidas se você não esta usando ele só pra alguma parte do seu plano! O que você pretende namorando escondido com o cara? Talvez um golpe do baú? Ou será apenas colocar ele na lista dos famosos de Londres que você já pegou?
Lying to myself tryin'a act like I don't care
Mentindo para mim mesmo tentando agir como se eu não me importasse
The way it's killing me everytime that you're not there
A forma como isso está me matando toda vez que você não está lá
- Ficou doido ? Quem te disse que eu e o James estamos namorando? Ainda mais escondido?
- Ah quer dizer que você vai negar agora? – Fiz que sim com a cabeça, completamente atordoada com tudo aquilo. - Eu realmente ainda odeio ele por ser um puta de um traíra, mas só o que ele vai passar quando descobrir o tipo de pessoa que você é de verdade, já da pra me fazer sentir dó do cara! – Minhas lágrimas desciam com tanta força que eu comecei a sentir dor quando elas batiam em alguma parte descoberta do meu corpo. Ou talvez fossem facadas sendo cravadas em mim com aquelas palavras dele.
- Você só pode ter enlouquecido! De onde você tirou tudo isso? Quem você pensa que é? – Gritei aos soluços, limpando as lágrimas que embaçaram minha visão, tentando faze-las parar de cair. Senti os olhos dele ainda mais profundos e intensos sobre os meus. O ódio estava ali ainda mais forte.
Cause I get weak
Mas eu enfraqueço
I'm giving it all away
Estou desistindo de tudo
I know it's not wise to leave myself so open but
Eu sei que não é sábio deixar-me tão aberto, mas
All the rules get broken in your eyes
Todas as regras são quebradas em seus olhos
I give it all up to you
Eu desisto de tudo por você
And everything that's been keeping me together
E tudo o que tem me mantido inteiro
Brings me to my knees
Me desmorona
I get weak
Eu enfraqueço
- Quem eu penso que eu sou? Eu não sou ninguém ! Sou só mais um idiota que se apaixonou por você! – Fiquei em estado de choque. E ele me pareceu fazer o mesmo quando percebeu o que havia dito.
I get weak
Eu enfraqueço
I get weak
Eu enfraqueço
And all the walls I've been building up
E todas as paredes que eu estive construindo
Crack and then break when you're around
Racham e depois quebram quando você está por perto
I get weak
Eu enfraqueço
Nothing I do to fight it matters now
Nada que eu faça para lutar contra isso importa agora
Os segundos seguintes pareceram uma eternidade e meu coração não parecia mais responder ao meu cérebro. Batia muito, batia forte e de forma descontrolada. Ele abaixou a cabeça e enxugou suas lágrimas de maneira ríspida.
- Agora a única coisa que eu posso fazer é me arrepender disso. Porque como eu disse, você é só mais uma vadia interesseira, e eu sou só mais um cara famoso pra você explorar. – Senti meu ar ir embora com aquela declaração. – E eu espero que você tenha consciência de que o Shane é casado. Destruir um casamento não é como destruir um namoro que estava em ruínas como o meu. É muito mais grave.
I get weak
Eu enfraqueço
I'm giving it all away
Estou desistindo de tudo
I know it's not wise to leave myself so open but
Eu sei que não é sábio deixar-me tão aberto, mas
All the rules get broken in your eyes
Todas as regras são quebradas em seus olhos
I give it all up to you
Eu desisto de tudo por você
And everything that's been keeping me together
E tudo o que tem me mantido inteiro
Brings me to my knees
Me desmorona
Meu braço criou vontade própria sendo impulsionado por todo o ódio e indignação que eu estava sentindo naquele momento. Com uma força absurda minha mão estalou no rosto de . O mesmo pareceu assustado quando me olhou depois disso e eu imagino que a minha expressão estivesse assim também. Seus olhos me encararam inexpressíveis, sua mão esquerda estava na face recém agredida. Ele não disse nada, apenas deu meia volta e saiu andando para fora do camarote puxando pelo braço.
I get weak
Me desmorona
I get weak
Me desmorona
I get weak
Me desmorona
And all the rules get broken in your eyes
E todas as regras são quebradas em seus olhos
I give it all up to you
Eu desisto de tudo por você
And everything that's been keeping me together
E tudo o que tem me mantido inteiro
Brings me to my knees
Me desmorona
POV.
Depois de presenciar toda aquela cena e ficar completamente extático com as atitudes de e da , senti meu braço ser puxado pelo depois do tapa que a lhe deu. E que tapa mano!
Ele parou de andar um pouco afastado do nosso camarote, seus olhos estavam esbugalhados como se fossem estourar a qualquer momento, sua respiração estava tão acelerada que eu quase cogitei a hipótese dele estar passando mal. Bom, ele deve mesmo estar passando mal depois de tanta idiotisse que ele disse e pela reação da , ele deve ter visto que passou dos limites dessa vez. E é meu dever como amigo dos dois, dar uma bronca nele.
- Cara o que foi aquilo? – Proferi assim que meu braço foi solto. Ele soltou um pequeno bufo de raiva, imagino, e começou a negar com a cabeça com os dentes trincados. Tentando reprimir algo.
- Nada de perguntas , só me faz um favor. – Ergui minha sobrancelha, curioso com o que ele ia dizer e atentei mais minha audição por causa do barulho do show. Ele colocou a mão direita no bolso e pegou sua carteira, abriu a mesma e estendeu a mim um papel, peguei o mesmo com duvida e o vi colocar as mãos no bolso de sua calça jeans.
- O que é isso? – Perguntei quando vi que ele demoraria para explicar por si só.
- É uma autorização. É só você mostrar isso no final do show para um dos seguranças.
- Mas é uma autorização para que ? – o interrompi confuso. Ele pareceu ter ficado mais irritado.
- Para que vocês possam ir ao camarim do Westlife. Você agora fica responsável por isso. Cansei dessa merda! – Eu iria até indagar mais alguma coisa, só que nem tive tempo. virou ás costas e saiu á passos apressados até o elevador.
End POV. (N.A: Coloque agora, You Raise Me Up – Westlife)
Tive que aguentar toda a minha vontade de explodir e gritar o quanto eu odiava ! Para piorar toda a situação, ninguém ali sabia o que fazer depois de escutar tudo que ele me disse. Todas as idiotices. E tudo para que?
me abraçou de lado sem dizer nenhuma palavra. Ela me conhecia melhor que todos ali, sabia que eu não me sentiria melhor se conversasse sobre o assunto naquele momento.
Vi entrar no camarote sem o . Para onde ele foi realmente não me importa. O mesmo se aproximou de mim com um meio sorriso, tentei forçar um só que, com certeza, ele não saiu, mas eu não me preocupei. me entenderia.
Ele se abaixou próximo a mim e seu sorriso murchou no mesmo momento. Ele levou sua mão direita até meu rosto e passo o seu polegar de leve sob a minha bochecha.
Só então eu percebi que estava chorando.
Escutei os acordes de You Raise Me Up e me deixei sorrir por um momento. A música decifrava o apoio que eu estava tendo naquele momento graças aos meus incríveis amigos.
When I am down and, oh my soul, so weary
Quando estou pra baixo, e minha alma tão cansada
When troubles come and my heart burdened be
Quando meus problemas vem e meu coração se queimou
Then, I am still and wait here in the silence
Então eu permaneço e espero aqui no silencio
Until you come and sit awhile with me
Ate você vir e sentar um pouco comigo
Eu prometi ser forte! Não vou me abater, vou aproveitar um dos melhores shows da minha vida com as pessoas que eu amo.
Com meus amigos
- Hey! Por que essas caras depressivas? – Me levantei enxugando meu rosto e vendo todos eles me encararem com certo receio. – Vamos lá! Vem todo mundo cantar essa musica linda comigo! – Sai andando até a varanda, vendo Shane iniciar o refrão da musica. Em poucos segundos pude sentir-me sendo abraçada por e , formando uma corrente de todos nós.
You raise me up, so I can stand on mountains
Você me levanta, então eu posso suportar montanhas
You raise me up, to walk on stormy seas
Você me levanta para andar em mares turbulentos
I am strong, when I am on your shoulders
E eu sou forte quando estou em seus braços
You raise me up to more than I can be
Você me levanta para mais do que eu posso ser
Acabei esquecendo todo ocorrido com já que a minha atenção foi preenchida pela música que eu cantava com todas as minhas forças, sentindo pequenas lágrimas caírem por causa da emoção. Eu ainda podia sentir meu coração destruído, mas agora, ele estava dopado e a dor era amenizada pelo carinho que eu recebia daquele grupo lindo que sempre esteve ao meu lado.
Eu jamais me imaginaria ao lado do , do e do , recebendo todo aquele amor, aquela compreensão e aquele apoio deles. É quase um sonho, um dos muitos que eu tive no Brasil.
You raise me up, so I can stand on mountains
Você me levanta, então eu posso suportar montanhas
You raise me up, to walk on stormy seas
Você me levanta para andar em mares turbulentos
I am strong, when I am on your shoulders
E eu sou forte quando estou em seus braços
You raise me up to more than I can be
Você me levanta para mais do que eu posso ser
POV.
Um, dois, três. Respira. Quatro, cinco, seis. Mais que merda eu fui fazer?
Por que eu disse tudo aquilo pra ela? Por que eu estraguei tudo de novo se eu havia prometido pra mim mesmo que não faria isso mais? A intenção era tê-la de volta, não afastá-la mais de mim, seu idiota!
Soquei o volante e bati minha testa nele algumas vezes, sem nem me preocupar com a dor que isso estava me causando. A dor emocional estava sendo ainda mais forte do que aquela dor física.
- Mas a culpa é toda sua ! – Rosnei sentindo algumas lágrimas caírem de meus olhos. – Por que você tinha que ficar com aquele imbecil do Bourne? Por que você não conseguiu enxergar em mim o que você vê nele? – Mordi minha mão pra tentar abafar os soluços que ameaçavam sair de meus lábios com força total. Parei de morder e olhei o local com as perfeitas marcas de meus dentes, quase no ponto de sangrar.
Passei minhas mãos por meus olhos, tirando aquelas lágrimas de lá. Respirei fundo mais uma vez e liguei o carro. Arranquei com o mesmo querendo sair dali logo. Precisava colocar minha cabeça no lugar.
POV.
O show havia acabado. Os caras bebiam encostados na varanda comentando do ocorrido há alguns minutos atrás. As meninas estavam sentadas no sofá, ainda com muita empolgação, como se o show não tivesse acabado, comentando as melhores partes e as melhores músicas. Já eu, estou apenas tentando decifrar aquelas indicações no papel que o e deu. Ir ao camarim do Westlife. Primeiro passo é aguardar dez minutos após o término do show.
Olhei no relógio: cinco minutos.
O segundo passo é ir até um dos seguranças e mostrar aquele papel juntamente com minha identidade.
Bom, só espero que ele não ache que esse papel é falso ou algo do gênero. Com certeza o Westlife não vai ficar a vida inteira no camarim.
E o terceiro passo é ir lá, nós vamos ter dez minutos com eles.
O tinha razão. A surpresa de aniversário pra que ele fez foi muito melhor que a nossa.
End POV.
- Hey guys, venham aqui! – gritou para os meninos, tirando minha atenção da conversa das meninas. Vi ele se aproximar de nós e interromper completamente os comentários sobre o show. – Garotas, temos que ir! – Disse apontando a saída do camarote.
- Ir? Como assim dude? Ainda ta rolando maior festa nesse camarote! – falou com seu tom de festeiro viciado e ele não estava errado, também acho que ta cedo pra gente ir embora já que ainda tem uma mega boate no camarote oito, do lado do nosso.
- É que a ainda tem uma coisa pra ver. – Franzi minha testa ao ver a cara enigmática do meu amigo.
- E que coisa seria essa que eu nem ao menos estou sabendo? – Perguntei me levantando e vendo um sorriso ainda mais enigmático aparecer no rosto do .
- Bom, digamos que quando o disse que tinha uma surpresa de aniversário pra você, ele realmente havia bolado tudo muito bem! – Senti um leve aperto no peito ao escutar o apelido dele, mas que foi logo substituído pela curiosidade. O que poderia ser?
- Então vamos logo porque eu to muito curiosinha. – falou tirando pequenas gargalhadas do grupo. Sempre ela a curiosa.
Começamos a andar para fora do camarote sendo guiados por e seu mistério. As meninas, mas alheias a tudo, estavam revendo as fotos tiradas durante o show, e os meninos estavam conversando algo que eu não consegui decifrar. I alguém me abraçar de lado e vi que era , que estava lá com seu sorriso contagiante. Sorri também.
- Ta pensando em quê Leitão? – Perguntou com sua voz doce assim que paramos, esperando o elevador.
- Estou tentando adivinhar o que seria essa surpresa Pooh. – Falei e nós entramos no elevador assim que o mesmo abriu. falou algo bem baixo para a segurança que estava lá dentro e lhe mostrou algo que eu não consegui identificar, me pareceu um pedaço de papel. A mulher concordou com a cabeça depois de analisar o objeto e apertou o botão para o primeiro andar. Nós estávamos no quarto.
voltou para o meu lado com um sorriso ainda maior que o ultimo, voltando a me abraçar.
- Não quebre muito a sua cabeça Leitão. Eu tenho certeza que essa vai ser a melhor surpresa que alguém já fez pra você. – Ele bagunçou meu cabelo e eu concertei o mesmo dando um meio sorriso em seguida. – O pode errar em muitas coisas, mas isso, com certeza, vai entrar pra sua lista como um dos motivos pra você gostar dele. – Fiz uma careta á ultima frase dele, o mesmo se esquivou anda sorrindo e foi o primeiro a sair do elevador assim que esse o abriu, meio que salvando ele do meu olhar matador.
Fui a ultima a sair do elevador, completamente perdida em pensamentos e emoções. Fiquei ainda mais confusa ao ver as feições de meus amigos quando me aproximei deles que estavam na companhia de um segurança mal encarado. que se aproximou de me com sua cara sapeca e me estendeu um crachá. Arqueei minha sobrancelha encarando ele e todo o resto antes de olhar o crachá em minha mão.
O que eu li, realmente, poderia me causar um enfarte aquela noite.
Show do Westlife – Acesso restrito.
"Este crachá dá acesso de 15 minutos ao camarim do Westlife para o portador do mesmo, sendo ele encaminhado por um segurança do evento."
~~
- Amiga, pelo amor de Deus, faça aniversário mais vezes no ano! – cortou meus pensamentos e minha concentração ao encarar as fotos recém tiradas. Sorri para ela que logo voltou a comentar sobre os nossos quinze minutos marcantes gravados na câmera do , que pensou no que eu não consegui pesar no momento por estar muito hipnotizada. Eu, com certeza, iria querer gravar aquilo pra mostrar aos meus netos e, principalmente, para quelas duas loucas que eu amo eque vão enlouquecer com esse vídeo. A e a .
Acho que agora elas vão se converncer de que elas tem que pegar um avião logo pra Londres.
- Hey gente! Vamos curtir a piscina aquecida do hotel quando a gente chegar? – fez a pergunta que foi muito bem recebida por todos, inclusive por mim. – Com certeza o e a Mary topam. – ele completou se referindo aos dois não presentes naquele momento, por estarem indo de táxi já que o cara que eu não quero me referir, foi embora com o carro e não cabia todo mundo nesse do Poynter.
- Será que o ta por lá? – cochichou para o Hary tentando fazer com que eu não escutasse. Mal sabem eles que minha audição é fora do normal.
Vi dar de ombros discretamente.
Agora sim, eu me sinto em um maldito dilema! Vou ou não agradecer a ele depois de tudo o que ele me falou?
POV.
- Então bêe, nos encontramos aqui. Vê se não demora! – concordou com a cabeça e me deu um selinho demorado, saindo em seguida com seu sorriso encantador que sempre me arrancavam alguns suspiros antes de dormir.
Balancei minha cabeça, tentando tirar o Poynter por alguns minutos da minha cabeça para me concentrar na minha melhor amiga. Mais uma vez ela conseguiu me surpreender com a força que ela anda tendo com essas situações envolvendo ela e o .
Entrei no quarto e a vi sentada em sua cama, remexendo sua bolsa lilás, na procura de seu biquíni imagino. Ela percebeu minha presença e levantou seu olhar em minha direção, fazendo uma careta exausta enquanto eu fechava a porta do quarto.
Caminhei até sua cama e me sentei ao seu lado vendo ela me estender três pares de biquínis. Ela pode até fingir, mas assim como eu, ela é uma louca indecisa na hora de escolher alguma coisa.
- O Vermelho fica perfeito em você. – Falei jogando os outros dois na mala dela e lhe entregando o biquíni vermelho floral.
- Por que será que você sempre escolhe os mais indecentes em best? – Ela falou com a sobrancelha arqueada, depois caindo na gargalhada sendo seguida por mim.
- Porque eu acho você bem provida de bunda querida! – Ela escancarou a boca e me deu um tapinha no ombro. – É verdade! O que é bonito é pra se mostrar! – Dei de ombros rindo, deixando ela com um pouco de vergonha. Coisa que logo passa.
- Então eu vou me trocar, e a senhorita, vista o roxo com amarelo que vai ficar lindo! – Saiu indo até o banheiro com suas coisas em mãos. Sorri indo até minha mala.
- Será porque que a senhorita escolheu o mais indecente hein dona ? – Gritei e escutei em resposta uma gargalhada.
End POV.
Duas batidas na porta, seguidas de um "Bêe, ?" Me fizeram parar de pentear meu cabelo recém lavado. Acabei tomando um banho porque não aguentei aquele suor todo por causa do show, mesmo indo pra piscina eu tinha que tomar um banho. Fui até a porta e abri a mesma me deparando com um Poynter de bermuda verde e toalha nos ombros.
que me desculpe, mas o ta muito gostoso assim, meu Deus!
- Uau ! Se você não fosse da , eu te agarrava sabia? – Ele gargalhou me dando um abraço e entrando no quarto.
- Digo o mesmo em , não quero nem pensar o que tem em baixo desse vestido! – Fingi uma cara espantada, mas não aguentei e gargalhei em seguida. saiu do banheiro logo depois.
- Tão rindo de quê? – Perguntou secando seu cabelo na em sua toalha. Ela ficou com inveja de mim e acabou tomando banho também.
- De como eu pegaria o se ele não fosse seu. – Pisquei pra ela que jogou a toalha em cima de mim, fingindo estar com ciúmes. Isso claro, ela não tem. Nós nunca magoaríamos uma a outra por causa de algum cara, mesmo que ele seja o Poynter do McFLY.
- E eu de como eu nem quero pensar em vocês duas com esses biquínis. – nem se deu ao trabalho de jogar alguma coisa nele como fez comigo, foi logo lhe dar um bom tapa no braço.
- Mais respeito Poynter. – Ele fez uma carinha de cachorro maltratado e um bico fofo que fez a minha amiga amolecer rapidinho e dar um selinho nele.
- Eca! Parem com isso, seus nojentos! – Falei enquanto puxava a tirando ela de perto do Poynter. – Eu sou uma menininha inocente. – Minha best gargalhou e me abraçou de lado.
- Own, desculpa bebê. Eu esqueci que tinha criança no recinto!
- Então vamos brasileiras lindas, porque eu to doido pra ver vocês duas de biquíni! – só não apanhou dessa vez porque ele correu pra fora do quarto no momento exato. Eu apenas gargalhei.
- Seu tarado! – Falei ainda gargalhando enquanto pegava meu celular e meu roupão do hotel. – Não sei como a tem coragem de ficar com você. – sibilou algo como "Eu também não sei" de dento do quarto, aparecendo em seguida do lado de fora e fechando a porta do nosso quarto.
Os dois começaram a ir à direção do elevador e eu permaneci estática onde estava. Uma batalha interna havia sido travada mais uma vez.
Eu não vou! Ele não merece nada de mim depois de tudo o que ele me disse!
Pensa bem, ele vacilou, mas não muda o fato de aquela ida ao camarim já estar programada há muito tempo!
Consciência, ele estragou a melhor parte do show! Agora a música que eu mais amo do Westlife vai ter uma puta de uma lembrança ruim!
Mesmo assim! Você recebeu uma boa educação de seus pais, tem que agradecer as coisas incríveis que ele lhe proporcionou hoje.
- ? Terra chamando ! - Encarei que sorria para mim. Mal sabia ela que havia acabado de interromper um conflito interno que minha consciência e eu, havíamos travado.
- O que? - Perguntei ainda confusa, sem saber o que ela tinha dito.
- Ta esperando o que aí parada? Ta achando que vai se tele transportar para a piscina mocinha? - Dei um meio sorriso por causa de seu comentário idiota.
, você tem que ir agradecer a ele!
Para! Eu não vou!
Você tem que ir!
Não! Ele não merece isso de mim!
Ele não merece, mas você também não é mal educada! Você vai!
- ? - que chamou dessa vez, agora com uma cara preocupada. - Ta tudo bem?
Consciência não merece um 'a' de mim, quem dirá uma palavra tão nobre como "Obrigada".
, ele não merece, mas eu sou sua consciência e estou te dando um conselho. Vai lá, diz obrigada e sai. Ponto.
Não vo...
ANDA LOGO PORRA!
Tá bom, calma!
- Ta tudo bem . - Ele não pareceu se convencer muito, mesmo porque nem eu mesma estava me convencendo.
Sério que eu havia acabado de levar um esporro da minha consciência? Mano, na boa.
- Hum, ok, então vamos descer? - se pronunciou dessa vez.
- Eu... Hãn... Tenho que resolver uma coisa antes. - arqueou a sobrancelha. - Hum, , será que uma certa pessoa ta no seu quarto agora?
Capítulo. 13
POV em 3ª Pessoa.
respirou fundo ao chegar perto da porta 39. Olhou várias vezes para o dispositivo que abria a porta e para o cartão em sua mão. O cartão que lhe emprestara minutos antes.
Virou de costas, desistindo de fazer o que iria fazer, mas suas pernas não saíram do chão para andar para longe dali como ela esperava. Algo no seu interior a impedia de se afastar. Ela realmente não tinha alternativa.
Aproximou o cartão do dispositivo vendo o mesmo tremer por causa do seu nervosismo, quando finalmente conseguiu encaixa-lo, quase gritou amedrontada ao ver a luz vermelha do dispositivo ficando verde, mas como não era ela mesma que estava controlando seus movimentos, ao invés de gritar e sair correndo ela colocou a mão na maçaneta da porta e a abriu.
estava se sentindo um caco. Seu corpo inteiro doía como se ele tivesse acabado de receber uma grande surra de um daqueles lutadores de sumô. E a presença de há alguns minutos não trouxeram nenhuma melhora, pelo contrário, ele conseguiu deixá-lo ainda pior depois de ter contado tudo o que acontecera desde que ele fora embora.
Ele não sabia se o fato de ter ficado tão pouco abatida com a briga que tiveram era uma situação boa ou ruim. Ele não queria ter falado tudo aquilo, mas estava cego, não conseguia se controlar ao imaginá-la com um cara, qualquer um que fosse.
Mas ele ainda estava com ódio dela. Culpava a ela por tudo aquilo. Ele não diria aquelas coisas se ela tivesse se comportado melhor naquele show, se não tivesse dito tantas besteiras. Ele a odiava por não amá-lo, por não querer estar com ele antes de qualquer outro cara.
Estava tão perdido em suas lamentações que nem ao menos escutou a porta do seu quarto sendo aberta. Seu mundo era só aquela cama onde estava deitado, abraçando um travesseiro molhado por suas lágrimas e encarando um teto que ele nem ao menos conseguira reparar na cor.
“O que eu to fazendo aqui?” Pensou depois de mais de um minuto encarando deitado á sua frente. Apenas a luz fraca do abajur ao lado de sua cama iluminava o local. Ele parecia tão perdido como ela daquela maneira em que se encontrava.
Ela não soube se fez barulho ou se ele conseguiu pressentir sua presença ali, mas quando ele virou seu rosto e seus olhos encontraram com os dela, todos os pensamentos de ir embora desapareceram.
Ficaram assim por um bom tempo, cada um tentando encontrar respostas pelo olhar. Respostas que eles não dariam por palavras, já que, em se tratando de e , as coisas que eles pensam geralmente saem o oposto que eles falam.
“Eu... Eu queria agradecer...” começou com a voz bem fraca, desviando seu olhar do dele. “Eu realmente gostei da surpresa.” Disse agora com a voz mais firme, sentindo que aquilo realmente lhe faria um bem, dizer obrigada a aquele homem. “Obrigada! Foi muito importante pra mim.” Voltou a encarar os olhos á sua frente tentando decifrar o que aquele olhar frio ainda fazia ali.
“Imagino que você tenha aproveitado bastante.” começou com um tom grosseiro. Ele havia ficado feliz ao vê-la lá, mas ao imaginar ela ao lado dos homens do Westlife depois de ter dito todas aquelas coisas durante o show, o ciúme voltou a cegá-lo. “Você enganou o Shane também? Ou o Westlife inteiro?” Falou com raiva apertando mais o travesseiro em seus braços.
Ao ver a expressão de decepção no rosto da mulher em sua frente, sua mente voltou à realidade, percebeu que estava estragando tudo outra vez.
“Sabia que eu não deveria ter vindo!” cochichou acusando em voz alta sua consciência, culpada mais uma vez de tê-la feito escutar algo que não merecia. Virou de costas apertando cada vez mais forte o roupão que carregava na mão, sentindo seus olhos se encherem de lágrimas com tamanha decepção. O mínimo que ela esperava em troca era um pedido de desculpas, não mais pedradas.
Sem nem mesmo pensar no que estava fazendo, agora sendo completamente controlado por seu coração apaixonado, deu um salto de sua cama jogando seu travesseiro longe ao ver se virar para ir embora, para deixá-lo mais uma vez.
Com o coração disparado ele agarrou seu braço esquerdo, virando-a bruscamente e causando um choque entre o corpo dela contra o seu. Seus olhos encararam os confusos e assustados dela por apenas um segundo, o suficiente para ele saber que seu coração estava fazendo o que era certo, o que ele deveria ter feito há muito tempo.
não esperava por aquilo e se assustou completamente a se ver colada ao corpo de , mas não teve nem tempo de assimilar o fato porque no mesmo segundo ele colara seus lábios contra os dela de um jeito urgente.
No começo, ela estava tão surpresa que mal se moveu, mas em questão de segundos acabou perdendo completamente a noção das coisas ao seu redor, o que realmente importava era que seu corpo estava colado ao de , sua boca estava prensada contra a sua. Sem nem pensar, ela dera passagem á língua dele que procurava a dela, urgente, necessitada, enlouquecida por aquele contato tão intimo.
sentiu abrir levemente a boca, dando passagem para sua língua. Ao sentir as duas se tocarem seu corpo inteiro estremeceu, suas mãos agarraram a cintura dela com força e ele a prensou contra o que ele pensou ser a parede. Sentiu ela finalmente ceder ao largar algo no chão e agarrar-lhe pelos cabelos, o que deixou ele ainda mais enlouquecido.
Suas bocas brigavam, tentavam se fundir a cada toque, a cada carícia. arranhava o pescoço de com força a cada nova briga entre suas línguas, mais ainda quando ele lhe mordera o lábio inferior para poder pegar um pouco de ar.
Talvez se ela não estivesse sendo tão bem distraída poderia pensar em todas as coisas que haviam acontecido há apenas minutos atrás, pensar em todas as coisas ruins que ele havia dito ao seu respeito. Seria sensato se ela ao menos conseguisse pensar em algo diferente de estar beijando ele, a pessoa que ela amava, o beijo pelo qual ela tanto esperou e que, dessa vez, ocorria da maneira correta, sem ser forçado, sem fedor de bebida, sem um inconsciente de seus atos. sempre quis aquilo, sempre sonhou com aquilo, porque então não deixar que esse sonho simplesmente se realizasse?
O beijo já estava em um estágio tão avançado que os dois pareciam não precisar mais de oxigênio para respirar, pareciam precisar apenas do gosto um do outro, como se fosse um cálice divino que dava vida aos seus corações.
Os dois começaram a se afastar da parede, andando às cegas pelo quarto até que esbarrou suas pernas na beirada da cama de , que sem nem pensar começou a deitar a mulher em sua frente na cama, deitando-se por cima dela em seguida.
Com os corações a mil e as consciências desligadas, os dois começaram a aprofundar ainda mais aquele beijo que já duravam dez minutos, levando ele a um estágio de toques mais intensos, mais sedentos.
agarrou com força os cabelos de , a fazendo inclinar sua cabeça para trás, aproveitando assim para parar de beijá-la na boca e descer para seu pescoço. Ele depositou beijos molhados por toda aquela extensão, alternando com algumas pequenas mordidas que deixavam em estado de êxtase. Ela jamais havia sentido tantos sentimentos diferentes com apenas um beijo, com aqueles carinhos tão simples.
Os beijos no pescoço cessaram pelo simples fato de não aguentar mais ficar sem o gosto dos lábios de . Com certeza aquele gosto viraria seu maior vício.
As coisas entre os dois estavam esquentando demais. Tanto quanto não se viam mais no mundo normal, se viam em uma realidade paralela onde eles se amavam, se entregavam sem pensar nas consequências, sem pensar nas coisas ditas ou não ditas, sem deixar que a razão existisse. Não ali, não no paraíso secreto que eles acabaram de descobrir nos lábios um do outro.
Pelo menos não até o mundo real atrapalhar.
End POV.
Been all around the world
I never met a girl
That does the things you do
And puts me in the mood
To love you and treat you right
So come here and close your eyes
Lie back, release your mind
and let the world fall down
while I’m by your side
Meu Deus, o que eu to fazendo?
Pensei saindo de um momento hipnótico assim que o toque do meu celular adentrou meus ouvidos, ainda sentindo me beijar, agora no meu pescoço novamente, mas descendo até meu ombro de um jeito que tiraria a sanidade de qualquer mulher.
você tem que atender seu celular! Você vai deixar o James esperando?
Consciência me ajuda então porque ta difícil!
voltou a colar seus lábios aos meus, apertando fortemente minha cintura. As coisas aqui estão perdendo o controle!
Fala com ele . Só assim ele vai parar e só assim você vai ter forças pra parar!
- ? – Tentei dizer, mas estava meio difícil com ele ainda me beijando. Ele nem pareceu notar que eu havia falado alguma coisa já que voltou a puxar meus cabelos, indo brincar mais um pouco em meu pescoço descoberto.
Calma, respira! Agora fica mais fácil pra você falar com ele sem a boca, er, ocupada.
Você realmente acha mais fácil eu me concentrar com ele me beijando ou com ele me enlouquecendo desse jeito?
Vai, tenta de novo! Se o James desligar o celular, só amanhã pra você falar com ele. E ele vai ficar chateado.
Meu Deus, você tem razão. Eu não posso fazer isso com ele, ainda mais por um cara que me chamou de vadia uns minutos atrás.
- ... – Nada dele me responder ou demonstrar que estava escutando. – Eu tenho que atender meu celular ! – Falei um pouco mais alto sentindo um alivio momentâneo quando ele se afastou do meu pescoço pra poder me encarar.
- Tem certeza que precisa atender agora? – Ele frizou a palavra agora, dando a entender que essa ligação estava atrapalhando, e muito.
Tive que fazer muito esforço pra concordar com a cabeça e sair de baixo dele, me levantando na cama. me olhava de um jeito que me faria voltar e pular em cima dele em um segundo, se eu não estivesse mais preocupada de lembrar que eu me esqueci completamente do James, e do pessoal que ta todo na piscina agora.
Corri até meu roupão que estava caído no chão, perto da porta do quarto. Procurei nos bolsos e encontrei meu celular que ainda berrava “I’ll Be Your Man” no último volume.
Dei uma olhada em antes de atender. As feições de seu rosto não eram as melhores. Ele estava puto e eu imagino que não seja só pelo fato da ligação ter atrapalhado, e sim, pelo fato da ligação que atrapalhou nosso beijo ser do James.
- Alô? – Falei para o celular me sentindo arrependida de ter dado importância para aquela ligação. Claro que esse arrependimento desapareceu quando eu escutei a voz dele.
- Oi princesa! Por que você demorou para atender hun? – James e sua voz fofa que sempre me acolhia, falou ao telefone. Sorri involuntariamente e isso não deixou muito feliz.
- Eu tava longe do meu celular príncipe! – Expliquei omitindo o real fato de ter me feito demorar para atender. Bom, isso não era totalmente mentia era? A cama tava longe da porta.
me fuzilou com o olhar. Acho que ele queria que eu contasse que estava com ele. Aí é querer demais.
- Ah bom! Então meu amor, como foi o show? O se comportou? Ele te fez alguma coisa? – Travei relembrando tudo o que havia acontecido mais cedo. Cada palavra que ele me disse, o tapa que eu dei nele, tudo.
Como eu fui uma idiota de ter deixado ele me beijar! E, principalmente, de ter correspondido!
Para com isso . Você não vê que dessa vez vocês se acertaram?
O quê? Não! Eu não vou deixar que ele fique achando que pode pisar em mim a hora que ele quiser e depois vir me agarrando e me beijando. Achando que eu sempre vou corresponder!
Não ! Não faz isso que você ta pensand...
Agora é a vingança consciência!
- Hum, amor? Espera aí só um minutinho. – Escutei James murmurar um ok. Tampei o celular para que ele não escutasse e voltei minha atenção pra que me olhava com uma raiva bem aparente. – Sabe , o James acabou de me lembrar que eu deveria estar com muito ódio de você. – Ele arqueou a sobrancelha, ainda mais nervoso. – Você me feriu muito dessa vez. Disse coisas que eu não sou que eu não merecia ter escutado. – Segurei as lágrimas que ameaçavam cair.
- eu não tive a... – Ele começou, mas eu fiz um sinal em negação para que ele se calasse. Não queria escutar mais desculpas baratas pras burradas que ele fazia.
- Eu não quero escutar você . – Ele se levantou, aparentando estar com mais nenhum vestígio da raiva anterior. Agora ele parecia triste. Quase desisti do que eu ia falar.
Quase.
- Você disse que era apenas um idiota que havia se apaixonado por mim. – Suspirei, vendo ele fazer o mesmo. – E disse também que você se arrependia disso porque eu era só mais uma vadia interesseira. – Ele fez menção de falar alguma coisa e eu voltei a cortá-lo com meu olhar. – É por isso que eu digo que beijar você foi o maior erro que eu já cometi. Você é só mais um famoso metido a centro do universo que não se importa com ninguém além de você mesmo. Você nunca vai conseguir amar ninguém de verdade assim. – Dei uma pausa vendo seu rosto tão confuso, tão cheio de sentimentos. - E agora eu só posso me arrepender de ter feito essa burrice de beijar você. – Me virei para sair do quarto, mas acabei me lembrando que esqueci de falar uma coisa. – Ah! Sobre eu e o James estarmos namorando, é realmente mentira, mas agora eu vou pensar seriamente no assunto! – Sorri de um jeito bem irônico quando vi suas feições mudarem de novo. Para o ódio. – Aquele sim é um homem que eu jamais me arrependeria de beijar. De amar. Já você... – Deixei vago o final da frase e voltei a colocar o celular na orelha, pegando bem rápido meu roupão e saindo do quarto saltitante.
A vingança é um prato que se come frio. E eu odeio comida fria. Prefiro me vingar enquanto tudo está bem quente.
POV.
Eu estou com tanto ódio dentro de mim que ta me sufocando. Eu preciso jogar pra fora, preciso quebrar alguma coisa!
Andei até a minha cama e comecei a dar socos nela, tentando libertar minha raiva por tudo, por ter estragado tudo mais uma vez e por ter visto que só eu fazê-la sentir o meu amor já não era suficiente. Essa mulher não se contenta com nada!
Parei de socar a cama, não me sentindo satisfeito já que por ser tão fofa, minhas mãos não estavam sentindo dor nenhuma. Eu precisava sentir dor física para parar, assim ela distrairia a dor latejante que eu sinto em meu coração.
Olhei ao redor. Meus olhos pousaram em cima do mini bar no quanto do quarto. Eu havia parado de beber por causa dela, mas ela não se importa comigo, não se importa com o que eu faça e eu já to na merda mesmo!
Dei de ombros e fui até o mini bar analisando as bebidas ali presentes. A mais forte seria a escolhida, mesmo achando que isso não mudaria muita coisa. Seriam necessárias umas três garrafas para apagar toda essa dor.
Mesmo depois de dar um bom gole e sentir minha garganta se rasgar depois de tanto tempo, não me senti relaxado. Nada ainda havia sido esquecido, e não seria tão cedo. Minha mente só latejava uma coisa: “Vá atrás dela!”, como se fosse adiantar algo eu tentar conversar com ela. Do jeito que eu estou puto aqui, só iria piorar as coisas.
Mas como a curiosidade é tamanha e a culpa eu vou poder colocar na bebida, mesmo que tenha sido só um gole, dei meia volta e fui em direção á porta do quarto, esquecendo até de fechá-la.
~~
Mesmo depois de bater várias vezes na porta do quarto dela e da , nenhuma das duas veio me receber, então presumi que elas estivessem na piscina do hotel já que me enchera o saco meia hora atrás para ir pra lá.
Me encostei á parede onde daria para ver a piscina e ninguém lá me veria. Encarei o local e vi e Mary, e Rafaella na piscina, as meninas nos pescoços deles, tentando derrubar uma a outra. A famosa “brigada de galo” na piscina.
Contornei o local e avistei e deitados na mesma espreguiçadeira, namorando. Três espreguiçadeiras depois estava ela, ainda ao celular com aquele filho da puta.
Fiquei observando enquanto ela conversava com ele até o último segundo. Ela só parou quando a a gritou pra que elas entrassem na piscina.
Depois de desligar o maldito celular ela o guardou no roupão e foi para perto de e . Eu tava tão louco minutos atrás que nem havia reparado no vestido que ela tava usando, que tava mais para uma saída de praia azul.
Observei e entrarem na água, fazendo uma “bomba” de água para cima dos casais que já estavam lá e derramar metade da água da piscina pra fora. Dei até um sorriso com isso, que se desfez ao ver tirando o vestido, mostrando um biquíni vermelho cheio de flores na parte de cima. Quase morri quando reparei os detalhes.
Seios médios daqueles que ultrapassam por pouco a palma da mão, uma barriga bem retinha com um charme que era o piercing no umbigo, um bumbum redondinho que com aquele biquíni ficou ainda mais desenhado, e as cochas que só uma brasileira podia ter de natureza, que não tivessem sido ganhadas em academia.
Ela retirou um colar que usava no pescoço que bagunçou um pouco seus cabelos; Então ela terminou de me matar quando os arrumou de um jeito bem sexy. Claro que ela nem sabia que estava sendo sexy ali, mas qualquer um que olhasse diria a mesma coisa.
Não sei o que aconteceu, mas quando ela se virou em minha direção depois de concertar os cabelos, ela ficou paralisada olhando em minha direção. Acho que eu paralisei também quando olhei para a parede ao meu lado e me vi longe dela. Eu havia me aproximado da piscina sem nem ao menos ver.
Eu queria que ela se aproximasse, ou que ela me chamasse, que fizesse qualquer coisa! Eu só queria uma atitude positiva dela. E o que ela fez? Virou as costas e pulou na piscina, como se nunca tivesse me visto ali.
Eu fui ignorado de novo.
Mas que droga! Não foi ela que tinha me dito todas aquelas coisas, me insultando daquele jeito? Ela tinha que me pedir desculpas!
Isso só mostra o quanto ela está se importando comigo. Nada! Ela não se importa comigo. Ela prefere se importar com qualquer um do que comigo!
Desde quando isso não acontece comigo? Desde que eu não era famoso e estudava ainda. Quando as garotas não queriam ficar com um menino como eu. Porque eu era tímido, não tinha essa cara-de-pau que tenho hoje. Eu achava que só ficaria com uma garota se gostasse dela. Mas hoje é diferente!
Agora todas elas comem na minha mão. Qualquer uma que eu quiser eu pego.
Qualquer uma! Mas não , não ela! Ela é boa demais!
End POV.
POV.
- Hey! Não é o ali? – falou apontando para minhas costas. Olhei e vi o parado, olhando para o chão um pouco distante da piscina. Talvez ele tenha mudado de ideia.
- Hey! ? – Gritei para chamar sua atenção. – ! – Acenei com a mão assim que ele levantou a cabeça. – Vem pra cá cara! – Falei de novo. Ele ficou um tempo me encarando até desviar o olhar. Olhei na direção que ele olhava. Olhava para que estava no pescoço do para a brincadeira.
Os dois se encararam por breves segundos, não consegui decifrar o que estava acontecendo ali, mesmo porque, e são muito complicados.
- Vem ! – Mary gritou dessa vez, quebrando o contato visual dos dois. Ele não respondeu nada, apenas deu meia volta e saiu correndo. Estranhei aquele ato vendo que havia mesmo algo errado.
Comecei a nadar para a borda da piscina para ir atrás dele, saber o que aconteceu, mas a me impediu.
- Bêe. Ele parece precisar de um tempo. Deixa ele! – Ela deu um meio sorriso pra mim. Encarei a que fez a mesma coisa e apenas deu de ombros, como se adivinhasse a minha pergunta de “O que aconteceu com vocês?”.
Acabei me convencendo. Ele só deve estar precisando de um tempo.
End POV.
POV.
Bati com força a porta do quarto, sentindo meu coração acelerado por ter corrido e subido as escadas até o terceiro andar. Com a paciência que eu to eu teria quebrado todos os espelhos do elevador.
Tentei respirar, mas me senti sufocado. Alguma coisa estava entalada na minha garganta me impedindo de respirar. Depois de alguns segundos eu descobri o que era: o choro.
Me arrastei até o mini bar pegando a garrafa de whisky que me convidava a bebê-la. É como se ela dissesse “Me beba e esqueça de tudo!” e eu achei aquele convite muito apropriado pra o meu maldito momento fossa.
Caí sentado no chão frio do quarto encostando minhas costas na beirada da cama. Dei três goladas de uma vez sentindo mais lágrimas saírem de meus olhos. Um soluço alto saiu da minha garganta, e eu nem me importei. Eu só queria chorar.
Chorar de raiva, de mágoa, de tristeza, não me importava o motivo, só me importava a sensação de alívio que viria depois, se viesse.
Bebi mais um pouco. Mais. Mais. Outro gole, e por fim o último. Sequei a garrafa em menos de dez minutos. Um recorde! Pelo menos pra isso aquela desgraçada serviu; pra me fazer bater um recorde pessoal.
- Meus parabéns ! – Falei com tanto ódio que arremessei a garrafa vazia na parede do banheiro. O barulho dos cacos se quebrando me deixou estabilizado, aliviado. Agora sim eu esqueceria aquela cretina. Só precisava de mais uns goles.
End POV.
POV.
- Quero todo mundo acordando às nove e meia pra dar tempo de arrumar todas as coisas e almoçar cedo! – decretou com seu jeito autoritário. – Vamos começar a pegar a estrada lá pras onze e meia! A gente ainda tem umas coisas do tour pra resolver amanhã. – As meninas concordaram sem contestar, e nós acabamos concordando também. Essas férias de dois dias valeram a pena. – , você avisa o pra ele não dormir demais e não esquecer alguma coisa no hotel de novo! – Concordei com a cabeça me lembrando que o ficou muito estranho mais cedo. Eu tenho que ver como ele está.
- Bêe, vamos lá no quarto comigo? Quero ver como o está. – sorriu e concordou com a cabeça.
Todos foram para seus respectivos quartos. Exaustos do show e de tanto ficar na piscina. Eu e deixamos Sáah no quarto e só demos os passos para o final do corredor.
A luz do aparelho estava vermelha, indicando que estava trancada. Peguei meu cartão e destravei a porta. Encarei a que me deu um sorriso lindo. Ela fez sinal para que eu entrasse e eu o fiz. A primeira visão que eu tive quase me fez gritar de susto.
- ! – exclamou assustada. Meu amigo estava no chão, ao seu redor duas garrafas de whisky secas, e uma na metade estava caída perto de sua mão. O quarto estava praticamente todo cheio de cacos de vidro; estavam espalhados por toda a entrada do quarto até a entrada do banheiro.
Andamos com dificuldade até ele, tomando cuidado para não nos cortamos. agarrada em meu braço, tão assustada como eu. Nós abaixamos assim que o alcançamos e começamos a sacudi-lo. Ele não reagiu.
- Hey dude, acorda cara! Não me dá um susto desses! – Falei um pouco mais desesperado. pegou a garrafa de whisky que estava pela metade e colocou o gargalo perto do nariz do . Depois de alguns segundos ele deu sinal de vida soltando um gemido inaudível. Segurei seu rosto um pouco mais alto e a continuou com a garrafa. Aos poucos ele parecia ir acordando.
- ! Fala alguma coisa cara! – Disse depois de ele ficar com os olhos abertos de vez. Ele levantou com dificuldade, ficando sentado. Sua mente parecia vagar pelo quarto. Ele estava muito bêbado. – Dude, o que aconteceu pra você ter bebido desse jeito? – Perguntei vendo a se sentar ao lado dele com cuidado, apoiando a cabeça dele em seu ombro. Ele fez uma careta e começou a fazer o inesperado. estava chorando.
Fiquei assustado assim como que falava bem baixinho um “calma .” Alisando os cabelos do meu amigo, tentando acalma-lo. Ele sussurrava coisas inaudíveis entre seus soluços altos.
- Eu desisto dela ! – Ele disse com a voz embolada, mas olhando diretamente pra mim como se estivesse usando toda a lucidez que lhe restara. – Agora quem não a quer sou eu! – Falou mais uma vez antes de começar a soluçar novamente.
- De quem você ta falando ? – perguntou apenas para ter certeza, eu imagino. tentou levantar mais foi impedido por mim e por sua tontura causada pela bebida.
- Daquela sua amiguinha . – Disse embolando a voz de novo. – Ela achou mesmo que ia chegar aqui e logo depois da gente se beijar ela tinha o direito de me humilhar daquele jeito? – Ele fez uma cara até engraçada se não fossem as circunstâncias. – NÃO! – Gritou aparentando muita raiva. – Eu e nos entreolhamos vendo um nos olhos do outro a mesma exclamação, “Eles haviam se beijado!”
O que será que deve ter acontecido nesse quarto pro ter bebido tanto? Bom, Só a pra me responder isso agora, ou o quando acordar amanhã. O jeito é dar um banho nele pra ver se tira um pouco dessa bebedeira e colocar ele pra dormir logo.
Vida de melhor amigo é tão difícil.
End POV.
- Bom dia, pessoas! – Cumprimentei os presentes na mesa com um sorriso forçado, mas eles nem pareceram notar.
- Bom dia, Leitão! – sibilou quando eu fui lhe dar um beijo no rosto. – Dormiu bem? – Perguntou puxando a cadeira vazia ao seu lado para que eu sentasse. Concordei com a cabeça. – Aceita? – Ele me estendeu a jarra de suco de laranja e eu agradei enchendo um copo.
- Bom dia! – apareceu ao lado de . Os dois se sentaram nas cadeiras á minha frente. tirou seus óculos escuros e colocou em cima da mesa, já enchendo sua xícara com café.
- Onde é que você estava? Quando eu acordei você não estava no quarto! – Falei com um tom indignado. encarou o com uma expressão séria e ele fez a mesma coisa.
- Eu fui ver o e o... . – Ela fez uma pausa antes de pronunciar o nome dele. Eu iria xingá-la, dizendo que ele havia me trocado por eles, mas nem tive tempo.
- E onde está o afinal? Eu não o vejo desde... – começou a falar, mas depois travou ao me encarar.
- Desde que ele falou um monte de merda e foi embora do show. Você não precisa ficar hesitante por minha causa . – Falei voltando a prestar atenção nos meus cookies.
- Ele não vai descer. Está arrumando suas coisas... - Uma grande pausa aconteceu antes de começar a falar. Ele hesitou encarando a . – E resolvendo um problema do quarto. - Comecei a ficar intrigada, encarei esperando alguma resposta, ela somente me deu aquele olhar de preocupação e voltou a encarar seu bolo de chocolate.
- Por que ? O que aconteceu? – acabou percebendo os olhares dos dois assim como eu e fez a pergunta que eu estava louca pra fazer. e se encararam de novo.
respirou fundo e deu de ombros.
- Ontem ele ficou muito chateado com alguém... – Hesitou me encarando. Me encolhi em minha cadeira, nervosa. – E acabou bebendo como eu nunca tinha o visto beber.
Por incrível que pareça, todos na mesa me encararam, sabendo que a culpada daquilo era eu. Encarei a mesa pra fugir de seus olhares.
- E o que esse alguém fez pra deixar ele chateado assim? – disse ao meu lado, me encarando.
- Ele não contou exatamente, mas ontem no meio da sua crise... – Hesitou encarando novamente. – Ele disse algo sobre um beijo e uma humilhação. – Tremi quando os olhares voltaram a ficar em mim. Já estou até vendo todas as interrogações deles.
- E o problema do quarto, o que é? – Rafa disse percebendo meu desconforto.
- Bom... – começou hesitante mais uma vez. – Ele encheu o quarto de cacos de vidro. Quebrou umas garrafas de wisky na parede. E acabou com o abajur quando eu estava levando ele no banheiro para tomar um banho.
- Com licença. – Falei assim que ele acabou depois que todos voltaram a me encarar. É óbvio que eu não iria ficar ali com todos aqueles olhares acusadores. Já me bastava toda a culpa que eu senti hoje de manhã quando acordei, sem nem saber que ele tinha passado por tudo isso ontem à noite.
Andei em passos largos ignorando a voz de que me chamava. Parei apenas quando o vi.
Ele estava conversando com um empregado do hotel, usava uma calça jeans clara, uma camisa vermelha e estava com óculos escuro tampando seus olhos. Sua expressão demonstrava o quanto ele estava abatido me deixando com um aperto no peito.
Eu avisei você para não fazer aquilo. Estragou a única chance que vocês tinham.
Chega consciência! Eu fiz o que tinha que fazer!
Não, você fez o que não tinha que fazer. Desde quando devolver na mesma moeda leva a alguma coisa boa?
Eu não vou ficar discutindo com você, você me entende melhor do que ninguém, você sabe o que eu sinto. Naquele momento você só tinha optado por ficar do lado do meu coração.
Exatamente. Eu sei o quanto você está sofrendo por tudo isso. Nada vai mudar o que você tem aqui dentro, no seu coração.
Fiquei tão distraída que quando dei por mim, lá estava ele virado em minha direção com nenhuma expressão em seu rosto. Eu sabia que ele estava me fuzilando com o olhar mesmo tendo os óculos escondendo seus olhos. Eu sabia por que eu sentia os olhos dele sobre mim.
Ele virou as costas e saiu indo na direção que eu tinha acabado de andar.
- Droga! – Sibilei em voz alta, voltando a caminhar até o elevador. Será que as coisas ainda podem piorar?
POV.
- Por que você tem que ir dirigindo? – indagou com uma espécie de desespero em sua voz.
- Simplesmente porque você não está em condições dude. – Ele bufou. – Eu quero chegar vivo em Londres, então pode ir para o banco de trás. – Ele foi meio arrastado, mas se sentou no banco de trás do carro, ao lado da . - Pronto ? – Ele fez sinal de jóia com o polegar e eu entrei no carro.
Dei partida e comecei a dirigir. Vi pelo retrovisor que e estavam grudados nas portas do carro deixando um espaço tão grande entre eles que poderia caber a e a Rafa ali.
Suspirei ao ver meus amigos desse jeito. Havia tanto amor entre eles! Porque eles simplesmente não conseguiam acertar uma? Era pra ser tão fácil. Eu preciso entender o que realmente aconteceu com eles ontem à noite.
- Será que vocês dois poderiam explicar o que aconteceu dessa vez? – bufou sem nem se mexer, e me encarou pelo retrovisor com seu olhar assustado, me fazendo um pedido silencioso para que eu não começasse a fazer essas perguntas. Desculpa , mas eu vou continuar fazendo. – Eu to esperando! – Nenhum dos dois fez menção de começar a dizer. – Então ta, vocês é quem sabem. Preferem contar agora ou ficar me escutando perguntar a viagem inteira? Eu não vou parar até saber, dos dois, o que aconteceu. – Eles se encararam por um segundo, depois voltaram a olhar as janelas.
- A gente discutiu só isso. – começou com a voz quase nula. Dei uma boa olhada em Mary que negou com a cabeça. Como eu, ela também não acreditava.
- Não foi só isso ! Eu quero saber de tudo, não do que sempre acontece com vocês dois. – Rebati e ela se encolheu no banco de trás.
- Ela foi ao meu quarto me agradecer por ter ido ao camarim do Westlife. – começou ainda grudado á janela sem olhar pra ninguém. – Eu comecei a falar merda de novo, como no show. – Ele soltou um riso nervoso. – Quando eu a vi indo embora eu me desesperei, então eu a beijei. – Mary me encarou com um sorriso nos lábios. Nem ela ou eu ousamos olhar para trás pra que ele não parasse de nos contar.
e se beijando de verdade. Finalmente!
- Eu no começo me assustei... – começou ainda com a voz falha. – Mas acabei retribuindo ao beijo. – Os dois se encararam mais uma vez por meros segundos e voltaram suas atenções á janela. – Nós dois ficamos um bom tempo nos beijando...
- Entre outras coisas... – Ele completou meio que sem querer deixando com as bochechas bem vermelhas.
- Até meu celular tocar...
- Ah claro! O maldito celular! – dessa vez se moveu, encarando a que nem ao menos olhou pra ele. Foi assim que eu soube que o que viria a seguir não era bom. – Ela parou de me beijar para atender o celular ! E adivinha só quem tava ligando? – Não ousei nem falar ‘a’. – Aquele filho da puta do nosso queridinho James Bourne.
- Ai Deus... – Mary sibilou ao meu lado no banco. Eu quase fiz o mesmo. Começou a guerra no banco de trás.
- Não fala assim dele ! – Ela se virou para ele, visivelmente irritada e ele apenas bufou e voltou suas atenções a mim.
- Quer saber o que ela me disse , depois de conversar por três segundos com aquele desgraçado? – Nem me movi, mas ele continuou. –Disse que eu era mais um famoso metido a centro do universo, que eu não me importo com ninguém além de mim mesmo. Que eu nunca vou conseguir amar ninguém de verdade assim. – Dava pra ver meu amigo se esforçando pra que aquele desabafo não saísse junto de algumas lágrimas.
- Eu só disse a verdade, mas acho que você não conhece muito bem a palavra humildade pra você admitir que é assim. – Ela fingiu desprezo e deu de ombros deixando o ainda mais irritado.
- Ela ainda disse que ela e o idiota do James não estavam namorando, mas agora ela ia pensar seriamente no assunto. Que ele sim era um homem que ela jamais se arrependeria de beijar. De amar. Já eu... Bom ela não explicou o final da frase. Apenas saiu do quarto. – Ele voltou a encostar perto da janela parecendo visivelmente perturbado. Céus! Dessa vez a pesou as palavras. Por isso ele ta tão arrasado.
- Acho que o final ficou bem claro. Já que a primeira frase era uma afirmação, a segunda seria uma negação! – Ela voltou a provocar.
- Ah , já ia me esquecendo! – Ele a ignorou completamente. Agora sim a coisa vai ficar feia, ele vai descontar. Ai meu Deus. – Ela me disse que me beijar foi o maior erro que ela já cometeu que ela só podia se arrepender de ter feito essa burrice. Ah, fala sério! Não foi isso que eu senti enquanto ela me agarrava com força pelos cabelos, ou quando ela me arranhava a nunca, ou melhor ainda, quando a gente deitou na minha cama. – Ele deu de ombros enquanto só se encolhia mais e mais no banco. – Esse foi o melhor beijo da vida dela! Duvido que aquele ridículo do Bourne tenha conseguido o mesmo efeito que eu consegui. – Pronto! Já to até vendo a terceira guerra mundial acontecendo no banco de trás do carro!
- Ahn, ? Que história era aquela da namorar o James? – Mary falou acho que pra mudar a história ou por curiosidade mesmo. Isso só vai colocar mais bombas pra explodir.
- Eu vi aquela conversa que os dois tiveram pelo MSN quando ela entrou pelo notebook do . As conversas ficaram gravadas, e lá os dois estavam admitindo estar namorando escondido. – bufou com ódio.
- Você estava me espionando por acaso? Quem te deu esse direito? – Dessa vez ela o atingiu. Ele se encolheu no banco com o olhar acusador dela. – Mas era só o que me faltava! Você entendeu tudo errado seu idiota! – Ela quase berrou. – A gente estava brincando porque o pessoal da escola tem mania de dizer que a gente namora só isso! Você deveria ter vindo me perguntar antes de me acusar daquele jeito! – Ela se encostou ao banco e cruzou os braços com raiva.
- E você espera mesmo que eu não acredite depois de ontem? Você me trocou por causa de uma ligação dele! Custava atender em outra hora? Sei lá! – rebateu sem nenhum vestígio de raiva. Ele só estava indignado.
- Eu não to nem aí para o que você acredita ou deixa de acreditar, sua opinião não me interessa! – Ui, essa doeu. – Eu sou uma vadia interesseira, ou você já se esqueceu?
- É verdade! Não preciso perder meu tempo com coisas insignificantes. – Nus, essa doeu também. – Eu sou só mais um famoso metido a centro do universo! – Os dois se encararam com feições tão tristes e derrotadas. O orgulho estava tão ali que dava pra pega-lo com as mãos. Nossa.
- Ok gente. Chega disso vocês dois! – Falei com a Mary me dando apoio. – Se não vão admitir a idiotisse que estão fazendo com todo esse orgulho, de ambos os lados, eu não sei mesmo o que dizer! Vocês mesmos estragam tudo! – Dei um suspiro apertando bem o volante. – Mas quem sou eu pra dar algum palpite nesse relacionamento maluco de vocês! Só vocês dois que podem resolver isso e mais ninguém! Agora, encerramos esse assunto. – Eles se encolheram no banco e Mary, pra cortar o silêncio, ligou o som que começou a preencher o ambiente do carro.
End POV.
POV
- Como é bom estar em casa! - Tranquei a porta e me joguei no sofá. Respirei fundo e senti o cheiro de casa fechada. Vou ter que pedir pra Meg dar uma geral aqui amanhã.
Levei a mala até meu quarto e me joguei na cama. O telefone piscava anunciando mensagens da secretária eletrônica. Apertei o botão para escutá-las.
Você tem três mensagens:
“Oi querido! Como vai? Assim que chegar de viagem me liga! Temos que combinar aquela festa de fim de ano hun?
Mamãe tá com saudades! Beijos, te amo!”
Soltei um pequeno suspiro. Não estou com nenhuma cabeça pra pensar em festa, ainda mais de parentes.
“E aí ? Quando é que você vai aparecer aqui em casa mate? A gente tá precisando ter aquela revanche de pôquer cara! Aparece aqui com os guys. Me liga pra gente marcar! Então, até mais!”
Dallas, ele e suas partidas de pôquer que sempre acaba em todo mundo muito bêbado no chão da sala. Sorri.
“Oi chuchu, já passou aquela sua crise idiota hun? Eu ainda estou esperando a resposta das minhas outras ligações... Hum, você não deve estar aí né? Tudo bem, eu ligo amanhã. Te amo meu . To com saudades viu? Beijinhos.”
Vivian de novo. Mas dessa vez, me parece ter aparecido em boa hora. Já que a senhorita “sou boa demais pra você” fez questão de fazer o que fez, nada agora me impede de me divertir um pouco. Melhor ainda é começar por alguém que eu já conheço muito bem.
Comecei a discar os números do celular dela, já que eu nem tenho noção de onde ela tá morando agora. Chamou uma, duas, três...
- ? Chuchu? É você mesmo meu amor? - Minha ressaca piorou só de escutar sua voz, mas controlei minha vontade de desligar o telefone e ligar pra casa da . Eu resolvi esquecê-la e é isso que eu vou fazer!
- Oi Vivian! Sim, sou eu mesmo. - Forcei uma risada. - Então, será que a gente pode se encontrar?
End POV.
Vivian POV.
- Ok amorzinho. Até amanhã então! Beijos! Te am... Desligou? Nossa! – Joguei o celular de lado e deitei de qualquer jeito na cama me sentindo realizada. Finalmente ele caiu na real e viu que não consegue viver sem mim! Não vai ser nenhuma vadia brasileira que vai tirar o meu de mim!
O celular começou a tocar novamente. Com certeza é o que esqueceu de dizer que me amava e ligou pra falar. Atendi rápido.
- Oi, eu sabia que você ia se lembrar que havia esquecido de dizer algo importante!
- O quê? Essa é a primeira vez que eu te ligo Vivian. Você está me confundindo com alguém? - Senti ódio ao escutar a voz de Ashley ao invés da do .
- O que você quer Ashley? Espero que seja importante!
- É importante sim! A acabou de me ligar. – Franzi minha testa, mas acabei deixando um pequeno sorriso sair. – Me disse que acabou de chegar de viagem e que a gente já pode marcar um dia pra fazer o trabalho.
- Hum. Adivinha quem acabou de me ligar? – Ela hesitou um pouco.
- Não sei. Quem?
- . – Ela soltou um grito que me fez afastar o telefone do ouvido. – Eu te disse que ele ia voltar pra mim. Era só uma questão de tempo!
- Isso é ótimo Viv! Quer dizer que eu não tenho mais que ficar na cola da ?
- Nossa Ashley não seja idiota! É lógico que você vai continuar na cola dela!
- Vou? Mas por quê? O ta voltando com você então...
- Ashley, enquanto eu não tiver certeza que ele e aquela vadia não têm mais nada, você não vai sair da cola dela, entendeu?
- Ok. Se é isso o que você quer... – Sorri. – Então, o que eu vou ter que fazer agora?
End POV
Segunda-feira, 24 de Setembro de 2012.
- Oi ! – Virei e vi Ashley parada com um sorriso no rosto.
- Oi Ashley! – Retribui o sorriso.
- Então, vamos marcar o trabalho na sua casa ou na minha? – Ela disse sentando na carteira do outro lado da sala, chamando atenção dos meninos que saíam da sala depois do término da aula.
- Eu prefiro na minha, ela é bem perto daqui. Fica mais fácil! – Ela concordou com a cabeça.
- Pode ser às sete e meia? – Encarei a que deu de ombros.
- Ok. – Sorri. – Minha casa é nessa mesma direção da escola, um pequeno prédio de seis andares. Você pega o elevador para o quinto, o apartamento é no número vinte e sete. – Ela anotou tudo em seu celular e depois sorriu se levantando.
- Então, até à noite! – Saiu andando com suas amiguinhas em sua cola.
- Eu não gosto dessa garota. – cochichou para o nosso grupinho que estava todo na sala esperando Paul e Clark retornarem do banheiro.
- Ninguém que tem um pingo de decência gosta dela. – Melissa completou.
- Parem, ok? Ela é minha dupla do trabalho e vocês vão ter que engolir a Ashley até a apresentação! – Falei tentando parecer bem brava, mas acho que não deu muito certo.
- , se eu tiver que engolir essa garota vou ter uma puta de uma indigestão! – falou e eu não consegui segurar a gargalhada.
#
- Vou tomar meu banho! – Mal ela falou, já foi correndo pro quarto dela. Peguei meu celular depois de ter certeza que ela não me escutaria e disquei o numero do .
- Oi !
- Oi pequeno ! Como está? – Ele gargalhou.
- Bem e você brasileira? – Gargalhei também. Só o mesmo que fica me lembrando todo dia do Brasil.
- Ótima! Então, vamos ao que interessa! Comprou tudo o que eu escrevi na lista?
- Comprei sim! – Ele hesitou. - , eu não sei se vou conseguir fazer isso tudo sozinho.
- Claro que vai ! É só você seguir o passo a passo que eu te dei. Vai ser perfeito! – Ele suspirou.
- Tem certeza que não tem como você matar serviço pra me ajudar? – Rolei os olhos. – Por favor, !
- , não adianta implorar, não tem como. E outra, isso aí tem que ser feito por você!
- Fazer o quê, mas se for um desastre não me diga que eu não pedi ajuda! – Gargalhei do desespero dele.
- Vai dar tudo certo Poynter. Agora me deixa ir ali tomar um banho.
- Ok! Um beijo !
- Beijo ! – Desliguei o telefone.
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- Então amiga, ficou legal? – Ela deu uma voltinha em frente á minha cama, tirando minha atenção do notebook. Dei um sorriso ao ver o quanto ela estava bonita.
- Tá linda ! Pra quê tudo isso? – Perguntei do meu jeito mais atriz. Como se eu não soubesse.
- O que disse que iria me levar em um restaurante chique. – Ela sentou na cama dando de ombros. – Eu disse que não precisava, mas ele insistiu dizendo que lá tem a melhor comida que ele já provou depois do Buguer King. – Soltei uma gargalhada. Só mesmo o Poynter pra dizer algo assim.
- Então aproveita! Não é muito a cara do trocar um bom sanduíche por uma comida chique! – Dessa vez foi ela que gargalhou.
A campainha tocou. levantou em um salto e foi atender a porta. Voltou minutos depois com ao seu lado.
- Oi ! – Ele me cumprimentou. Estava visivelmente nervoso, me fazendo quase gargalhar.
- E aí Poynter? Fiquei sabendo que hoje você vai trocar todas aquelas calorias deliciosas do Buguer King por uma comida chique! Eu quero ser convidada na próxima vez, ok? – Ele soltou um sorriso e concordou com a cabeça. A campainha tornou a tocar.
– Deve ser a Ashley. Vou abrir! – disse me poupando o trabalho de pedir para ela abrir a porta.
Foi só ela passar pela porta que o desabou seu disfarce de “está tudo bem”.
- Eu não vou conseguir! – Ele quase gritou. Fiz sinal para que ele falasse baixo.
- Deixou tudo pronto? – Perguntei para tirar da atenção dele o nervosismo.
- Deixei, o vai fazer as ultimas coisas lá em casa.
- Ótimo! – Escutei as vozes da e Ashley se aproximando. – Vai dar tudo certo, apenas seja você mesmo . – Cochichei para ele que sorriu para mim, parecendo mais confortável ao escutar aquilo.
- , sua parceira de trabalho! – entrou no quarto com Ashley que sorriu para mim após a fala dela. – , acho melhor a gente ir. – Ela apontou para a porta e o concordou com a cabeça me dando um beijo no rosto.
- Bom jantar pra vocês! – Eles sorriram e saíram do quarto.
- Ah meu Deus, vocês são amigas do Poynter! – Ashley disse toda empolgada me lembrando que ela provavelmente deve ter achado muito louco ver o aqui.
- É, nós somos, mas isso é uma longa história. – Sorri. – Quando você vier aqui e a estiver, à gente te conta tudo. – Ela sorriu e concordou com a cabeça. – Então vamos ao trabalho! – Falei a vendo bufar e rolar os olhos. Essa daí não gosta mesmo de estudar!
POV.
- Desculpe por aquilo. – disse ainda gargalhando enquanto esperávamos o carro dele chegar com o manobrista.
- Não precisa se preocupar! Foi a dança mais hilária da minha vida! – Falei voltando a gargalhar.
- Prometo que, se você quiser, a gente começa a fazer aulas de dança pra melhorar nossa performance de tango!
- Não, não! – Gargalhei de novo. – Desse jeito maluco é bem melhor se a gente for acabar gargalhando toda vez! – Ele concordou sorrindo e o carro chegando ganhou sua atenção por um momento.
abriu a porta do passageiro pra mim e depois entrou no carro.
- Tenho que ir lá em casa pegar uma coisa pra antes de te deixar em casa. Tem algum problema? – Neguei com a cabeça e ele sorriu pra mim. – Ok. – Disse ligando o carro.
- Eu vou lá rapidinho e volto. – Ele disse me dando um selinho rápido e saindo do carro. Acompanhei ele entrar em casa pela janela do carro e depois sumir encostando a porta.
Peguei meu celular e reparei que eram 21:37. Como o tempo passou rápido naquele jantar que eu nem percebi? Mas é claro, a culpa é do Poynter que fica me hipnotizando com aquele sorriso lindo!
21:51. Mas o que ele tá fazendo lá dentro até agora? Ele deve ter indo no banheiro, ou ainda tá procurando o negócio da ou... ou...
Aff, eu vou lá ver o que aconteceu com ele!
Vi que ele havia levado a chave do carro porque no mesmo chaveiro tem a chave da casa, então travei as portas do carro de modo manual e andei até a casa. Parei em frente a porta e olhei pela fresta que as luzes estavam apagadas, mas ainda assim tinha alguma coisa iluminando um pouco a escuridão. Franzi minha testa, aquilo era muito estranho. Abri a porta.
Fiquei paralisada com o que eu estava vendo.
Velas. Tinha um caminho de velas por toda a sala indo até a escada que dava acesso ao segundo andar. Dei um passo e senti algo estranho no piso. Me agachei e vi o que era, pétalas de rosas brancas que formavam um coração, no meio delas havia um envelope com um laço vermelho preso a uma rosa vermelha. Desamarrei o laço e peguei a rosa. Abri o envelope e vi apenas uma frase em uma caligrafia bem caprichada. Claro que não era a letra dele, eu conheço a letra do .
Siga pelo caminho de velas atenta ás pétalas brancas.
Comecei a andar bem devagar prestando atenção em cada pedacinho que aparecia em meu campo de visão, tentando deixar de lado as batidas aceleradas do meu coração e minhas mãos suando. Achei outro coração de pétalas em cima da prateleira de vidro em frente ao espelho que cintilava com a luz de uma vela. O envelope estava como o outro, com uma fita e rosa vermelhas. Abri o envelope.
Olhe para o espelho e veja com o que eu sonho todas as noites, o que faz meu coração acelerar. A luz das velas vão te deixar ainda mais linda.
Encarei meu reflexo no espelho e senti uma súbita vontade de chorar. Não era real, eu estava sonhando. Uma hora dessas eu vou acordar e perceber que tudo foi uma peça da minha cabeça. Essas coisas tão lindas, preparadas pelo são mesmo pra mim?
Voltei a andar pelo caminho de velas e encontrei outro coração de pétalas no chão, ao lado da janela.
Um dia eu olhei para o céu e vi uma estrela cadente passar, pedi á ela uma pessoa especial. Em vez disso ela me mandou um anjo chamado .
Senti umas pequenas lágrimas de emoção caírem. Limpei-as e dei uma boa olhada pela janela. O céu estava lindo com algumas estrelas e uma lua crescente. Perfeito.
Voltei a andar assim que me recompus chegando ao pé da escada. Antes do primeiro degrau, no chão, havia outro coração. Peguei a rosa vermelha e o envelope e abri.
Subir esta escada representa bem o que eu sinto por você. A cada dia o que eu sinto aumenta mais e mais. Há uma diferença apenas, os degraus da minha escada não tem um fim.
Apertei o envelope contra o peito sentindo algumas outras lágrimas caírem. Respirei fundo para tentar me controlar e comecei a subir os degraus da escada. Vi, ao chegar no topo, que o caminho continuava por todo o corredor até a pequena sacada que havia no final deste. Continuei a andar até encontrar outro coração de pétalas no chão.
É estranho. Parece que eu te conheço há tanto tempo, como se, na minha vida inteira, você estivesse dentro de mim me mostrando o caminho até chegar á você. Acho que isso pode ser chamado de Alma Gêmea.
Voltei a dar mais alguns passos com o coração quase saindo do peito. A ansiedade de vê-lo, de abraçá-lo, beijá-lo, dizer tudo o que eu sinto como ele fez comigo é tão forte que nem cabe mais em mim!
Mais um coração de pétalas brancas apareceu em meu campo de visão em frente á uma das portas do corredor.
Você ainda pode desistir .
Não estou querendo que você vá até o fim disto por obrigação, para não me deixar triste ou algo assim. Eu sou um cara cheio de defeitos, você com certeza vai conhecê-los com o tempo. E, pra piorar tudo, eu sou do McFLY. Eu amo o que eu faço, mas pra se ter um relacionamento sério nessa área a pessoa tem que compreender que vai passar por muitas coisas desagradáveis, que vai ter que aguentar o que outras mulheres não aguentariam.
É por isso que eu digo que você deve pensar bem antes de prosseguir.
Se você desistir, há dentro desta porta um telefone, só o que você precisa fazer é dar um toque em meu celular para que eu saiba que esta foi sua decisão.
Eu tenho medo e sei que você também deve ter, mas se sua escolha for ficar comigo nós dois vamos lutar juntos, vamos aprender a lidar com as dificuldades e vamos conseguir porque o que a gente sente é mais forte que tudo isso.
Eu tive que me segurar para não cair. Ele pensou em mim acima de tudo! Acima do que ele sente, acima da influência que ele tem por causa do McFLY. Ele pensou em mim e isso é mais do que suficiente para eu superar qualquer medo, qualquer dificuldade que possa surgir.
Andei mais uns passos limpando algumas lágrimas, outro coração estava em mais uma prateleira de vidro em frente a um espelho, um pouco menos que o da sala, bem próximo á entrada da sacada.
Fico feliz por você não ter desistido de mim.
Agora você pode deixar todos os envelopes nesta prateleira já que eu tenho certeza que você carregou todos com você! Traga apenas as rosas.
Estou esperando ansioso por você.
Dei uma pequena gargalhada por ele ter mesmo acertado que eu trouxe os envelopes. Olhei para o espelho e tentei me recompor, limpar a maquiagem borrada pelas lágrimas o mais depressa possível já que eu também estava ansiosa para vê-lo.
Respirei fundo algumas vezes e finalmente tomei coragem para prosseguir até a sacada.
(NA. Coloquem pra tocar When I Look Into Your Eyes – Bon Jovi agora.)
sorria pra mim segurando um grande buquê de rosas brancas nas mãos. Sorri de volta pra ele dando alguns passos em sua direção. Ele se aproximou me entregando as rosas e pegando as rosas vermelhas da minha mão.
- São sete rosas vermelhas, uma para cada dia da semana. – Ele dizia colocando as rosas no buquê. – Eu vou te amar todos os dias até você enjoar de mim. – Ele pegou minha mão e beijou a palma. Eu sorri.
- Isso se você não enjoar de mim primeiro, porque eu vou te amar ainda mais. – Falei quase cochichando. Ele deu um beijo em minha testa e olhou fundo nos meus olhos me deixando hipnotizada. Seu polegar fazia carinho em minha bochecha.
Ficamos assim um longo minuto até ele sorrir e se afastar.
- Senta aqui linda. – Ele apontou uma pequena poltrona. Me sentei e vi ele fazer o mesmo em um puff em minha frente. De trás dele, pegou um violão. Começou a dedilhar a melodia e eu quase gritei de emoção ao reconhecer a música.
I see forever when I look in your eyes
Eu vejo a eternidade quando olho em seus olhos
You're all I've ever wanted, I always want you to be mine
Você é tudo que sempre quis, sempre quero que você seja minha
Let's make a promise till the end of time
Vamos fazer uma promessa até o fim dos tempos
We'll always be together and our love will never die
Estaremos sempre juntos e nosso amor nunca vai morrer
So here we are face to face
Então aqui estamos nós cara a cara
And heart to heart
E de coração para coração
I want you to know we will never be apart
Eu quero que você saiba que nós nunca iremos nos separar
Now I believe that wishes can come true
Agora eu acredito que desejos se tornam realidade
Cause I see my whole world, I see only you
Porque eu vejo meu mundo inteiro, só vejo você
When I look into your eyes
Quando eu olho em seus olhos
I can see how much I love you
Eu posso ver o quanto eu te amo
And it makes me realize
E isso me faz perceber
When I look into your eyes
Quando eu olho em seus olhos
I see all my dreams come true
Vejo todos os meus sonhos se realizarem
When I look into your eyes
Quando eu olho em seus olhos
I looked for you all of my life
Eu procurei por você toda a minha vida
And now that I've found you we will never say goodbye
E agora que eu te encontrei, nunca iremos dizer adeus
Can't stop this feeling and there's nothing I can do
Não posso parar este sentimento e não há nada que eu possa fazer
Cause I see everything, when I look at you
Porque eu vejo tudo, quando eu olho para você
When I look into your eyes
Quando eu olho em seus olhos
I can see how much I love you
Eu posso ver o quanto eu te amo
And it makes me realize
E isso me faz perceber
When I look into your eyes
Quando eu olho em seus olhos
I see all my dreams come true
Vejo todos os meus sonhos se realizarem
When I look into your eyes
Quando eu olho em seus olhos
When I look into your eyes
Quando eu olho em seus olhos
I can see how much I love you
Eu posso ver o quanto eu te amo
And it makes me realize
E isso me faz perceber
When I look into your eyes
Quando eu olho em seus olhos
We will always be together and our love will never die
Nós estaremos sempre juntos e nosso amor nunca vai
morrer
When I look into your eyes
Quando eu olho em seus olhos
I see all my dreams come true when I look into your eyes
Vejo todos os meus sonhos se realizarem quando olho em seus olhos
When I look into your eyes
Quando eu olho em seus olhos
deixou o violão de lado e se levantou, ainda sem desviar seus olhos dos meus como ele fez enquanto cantava toda a música. Estendeu sua mão para que eu a pegasse e assim que o fiz ele me puxou para cima me fazendo largar o buquê na poltrona. Seus olhos cintilavam com a luz das velas e suas mãos seguraram meu rosto com delicadeza. Um pequeno sorriso brotou de seus lábios.
- Namora comigo? – Ele cochichou. Fechei meus olhos. O sonho de escutar aquelas duas palavras vindas dele finalmente se realizou. Agora eu posso morrer feliz.
Abri meus olhos e o vi ansioso esperando a resposta. Aproximei meu rosto do dele e selei nossos lábios com um selinho. Ainda com nossos lábios grudados eu sorri.
- Sim.
Capítulo. 14
- Awn, que coisa mais linda amiga! – exclamou toda abobada na conversa do Skype. Sorri e vi sorrir também.
- Eu não to entendendo nada do que elas estão falando. – Ele cochichou pra mim e eu segurei a gargalhada. – Ela ta me elogiando né? – Perguntou em tom de brincadeira.
- É claro, Poynter! Ta contando os detalhes do “grande pedido”! – Ele encarou a sentada no outro sofá. – Eu vou ter que agradecer ao por ter lembrado de colocar as filmadoras lá! Você não tem noção do quanto eu fiquei louca pra ver aquilo de camarote! – Ele gargalhou baixo e concordou com a cabeça.
- Ele e o tão querendo pegar as melhores partes, sei lá, e fazer um vídeo pra postar pras fãs.
- Elas vão enlouquecer , principalmente porque foi o pedido mais lindo do século! Tudo ideia minha, é claro! – Ele bagunçou meu cabelo com uma cara emburrada.
- Vai jogar na cara senhora humildade? – Gargalhei alto dessa vez. fez careta pra mim.
- Será que dava pra você parar de atrapalhar nossa conversa dona ? – Disse fingindo estar brava.
- Ai gente eu já disse como é lindo ver vocês falando em inglês? – Escutei gritar, quase estourando os alto-falantes conectados ao notebook. Levantei do sofá e pulei ao lado de no outro. Ela fez careta.
- Nem reparei que tinha dito em inglês, acreditam? – Disse agora em Português. As meninas gargalharam.
- Claro que a gente acredita, sua língua nativa esta sendo substituída pelo inglês, sua feia. – Gargalhei pela cara de espanto que ela fez pra logo depois gargalhar da fala de Lora.
- Então, vocês podem ficar despreocupadas porque o teve a brilhante ideia de colocar umas filmadoras na casa do Poynter, assim vocês vão ver todo o pedido na íntegra! – As duas começaram a gritar como loucas, sendo necessário eu abaixar o volume na caixinha de som. Depois da crise passada, eu voltei a aumentar o volume.
- O é mesmo um lindo, fofo, perfeito... Ai Deus! – fingiu um desmaio e eu apenas agradeci mentalmente o fato de o não entender nada de Português.
- Perfeito é o meu namorado que fez tudo aquilo pra mim, e só pra mim! – deu um pequeno ataque fazendo o gargalhar quando ela lhe mandou um beijo no ar que ele retribuiu.
- Hum, exibida essa nova namorada do , não acham? – debochou me arrancando risadas. – ESPERA AÍ! – Ela gritou do nada fazendo todo mundo calar a boca. – O ta aí com vocês? – Nós concordamos com a cabeça. – AH MEU DEUS E POR QUE VOCÊS AINDA NÃO COLOCARAM ESSE LINDO NA FRENTE DA WEBCAM? – Ela gritou me fazendo tampar os ouvidos por causa da sua voz. – Com todo respeito . – revirou os olhos e sorriu.
- Bêe, vem aqui! As meninas querem ver você! – chamou e eu me levantei para que sentasse ao lado dela e aparecesse na webcam. Fui para de trás do sofá, assim elas também me veriam.
- Oi garotas, é um prazer finalmente conhecê-las. – Ele deu uma piscadela que arrancou o ar das duas sem nem ao menos a ter traduzido nada.
Quem precisa saber o que ele ta falando quando se dá uma piscadela daquelas? Bom, traduziu, é claro e se preparou pra traduzir o que elas diriam pra ele.
- Ai meu Deus, , você tem muita sorte! – disse depois de se recuperar. – Diz pra ele que nós achamos muito lindo o pedido de namoro!
- E que é pra ele cuidar bem de você! – Lora completou. traduziu tudo arrancando um sorriso de .
- E como eu não cuidaria? Essa garota é a realização de todos os meus sonhos. – Ele falou beijando a testa dela e deixando tão abobada que se esqueceu de traduzir; Eu fiz isso por ela, arrancando sonoros “Awn” das meninas.
- Então, conta pra gente quais são os planos do McFLY pra esse final de ano? – perguntou, eu traduzi e vi fazer uma cara misteriosa. Até eu to curiosa em relação a isso.
- Tem algumas coisas com o novo CD, mas nada que eu possa falar agora.
#
- Depois de tanto papo eu acho que até esqueci que tem aula amanhã.
- Nem fala amiga, essa vida ta me matando! Estudar de manhã, trabalhar a tarde toda, ai Deus! – Falei arrancando uma risada casada de .
- Então boa noite best!
- Boa noite namorada do Sr. Poynter! – Ela mandou língua pra mim, com certeza pra disfarçar suas bochechas rosadas de vergonha, antes de sair do meu quarto e fechar a porta.
When you're down and troubled
And you need a helping hand
And nothing, nothing is going right
Close your eyes and think of me
And soon I will be there
To brighten up even your darkest night
Acordei assustada com meu celular tocando alto. Peguei o mesmo de cima do criado-mudo e vi quem era: . Atendi logo estranhando o porquê daquela ligação tão tarde.
- Pooh, são duas e meia da manhã. – Sibilei soltando um bocejo cansado. Me assustei ao ouvir pequenos soluços do outro lado da linha. – O que aconteceu ? – Perguntei me sentando na cama.
- ... Eu... Desculpa ta ligando essa hora, mas... Eu não sabia pra quem ligar... – Os soluços aumentaram me deixando apavorada. O que deixou ele assim meu Deus?
- , tudo bem, apenas me explique o que aconteceu ok? – Tentei parecer calma para deixá-lo assim também. A resposta demorou um pouco pra vir. – ?
- Ela foi embora . – Disse baixo. Eu quase não entendi. – Ela me deixou e... Eu não sei o que fazer! – Ah Deus ele não pode estar falando da... – A Mary foi embora... Ela foi embora... – A voz dele foi sumindo transparecendo o seu desespero. Ah, droga.
- , fica calmo, ok? Onde você está? – Escutei ele fungar algumas vezes antes de responder.
- Eu precisava ver alguém então eu... Eu to na frente do seu prédio. – Suspirei aliviada por ele não ter ido pra nenhum bar. – Eu só não quero ficar sozinho . Aquela casa sem ela é tão... Tão vazia. – Disse baixinho me causando uma dor no coração. Ele deve estar um caco. Tadinho do meu amigo!
- Olha, você vai ter que esperar só uns quinze minutos ok? Eu vou avisar a , trocar de roupa e já desço ai! – Ele fez um som indecifrável, o que eu suspeitei ser uma confirmação. Desliguei o telefone e me levantei rápido.
Desci de elevador quase surtando por causa da demora. Sabia que o já estava enlouquecendo e eu ainda demorando tanto pra descer... Aff.
Sai pelo portão e logo avistei o carro do estacionado. Andei quase morrendo de frio por estar só com um moletom. Mal abri a porta do carro, me agarrou em um abraço apertado. Seus soluços logo começaram a preencher o silêncio do carro.
- Hey, , fica calmo. - Eu sibilava enquanto fazia carinho em seus cabelos. Aos poucos a crise de choro foi passando e ele logo se recompôs, sentando e endireitando o corpo. Dei um tempo para ele.
- Eu tô parecendo um garotinho de cinco anos, fala sério! - Ele reclamou consigo e eu apenas me limitei a negar com a cabeça. - Desculpe por te fazer ficar escutando os choros de um idiota que foi largado. - Ele disse olhando pra mim pela primeira vez.
Me aproximei, limpando algumas lágrimas que rolaram por seu rosto, sentindo uma dor tão forte por vê-lo daquele jeito.
- Pooh, seu bobão, só de estar com você o resto é o resto. - Ele forçou um sorriso. - Vamos logo pra sua casa ou vamos subir pra minha, porque né... - Ele finalmente gargalhou e concordou com a cabeça.
- Só você mesmo pra me fazer rir uma hora dessas. - Disse ligando o carro e saindo em seguida.
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- Então, , me conta logo o que aconteceu. - Ele largou seu chocolate quente de lado e deu um longo suspiro.
- Eu estava em casa, ela tinha ido ao trabalho pra resolver uns problemas que surgiram lá. - Começou, se encolhendo no sofá, puxando mais seu edredom. - Quando ela chegou veio conversar comigo, disse que tinha recebido uma proposta muito boa do emprego, mas... - Ele travou. Respirou fundo algumas vezes. - Mas ela teria que se mudar.
- De cidade? - Ele deu um sorriso sarcástico e negou várias vezes com a cabeça.
- De país. De continente! - Ele se levantou completamente irado. - Ela tá indo para os Estados Unidos e ainda quer que eu fique feliz?
Flashback On.
- Você o quê? Tá brincando, não é? - perguntou a noiva, que apenas negou com a cabeça. Ela já esperava uma certa crise dele.
- , é a chance da minha vida! Essa promoção sempre foi o meu sonho e...
- Sim, até aí tudo bem, mas você ir para o outro lado do oceano Mary? Como você espera que eu reaja a isso? Com um “meus parabéns meu amor!” cheio de entusiasmo? - O rapaz se alterou, seu rosto já concentrava uma grande parte de seu sangue estando, dessa maneira, todo vermelho.
- É! É exatamente assim que eu quero que você reaja! - Mary disse sentindo seus nervos ficarem mais pulsantes de indignação. fez sua melhor cara de sarcasmo e negou com a cabeça.
- Pois então, pode ficar esperando sentada essa reação. – Falou cruzando os braços firmemente em volta do peito. Mary ficou revoltada, revoltada ao ponto de explodir.
- Que ótimo ! VOCÊ É UM IDIOTA EGOISTA! – se assustou com os gritos dela que a pose sarcástica desapareceu. – Quando você resolveu formar uma banda? Eu apoiei você! Quando você começou a não ter nem um minuto do seu dia pra mim? Eu ainda estava apoiando você! Quando você começou a ser caçado por garotas apaixonadas, até mais bonitas do que eu? EU AINDA CONTINUEI DO SEU LADO! E AGORA VOCÊ NÃO PODE ME APOIAR A REALIZAR O MEU SONHO? – Ela gesticulava com as mãos de maneira alucinada, dos olhos algumas pequenas lágrimas de decepção escorriam.
não pareceu perceber, sua raiva ainda estava atrapalhando.
- Eu quero apoiar você droga! – Ele disse sentindo lágrimas escaparem. – Mas você não entende? Você vai morar nos Estados Unidos Mary! Há sei lá quantos mil quilômetros daqui! Você não pensou em mim?
- Mais que merda ! É claro que eu pensei em você! – Ela se exaltou ainda mais. – Eu sempre penso em você, mas pela primeira vez eu tô pensando em mim! – abaixou a cabeça e deixou que as lágrimas escorressem. Ele realmente não acreditava que aquilo estava acontecendo.
O silêncio se instalou por alguns minutos no local. O ar parecia muito pesado para se respirar com tanta raiva e indignação espalhada pela sala de estar.
Mary foi até o quarto dos dois e de lá só saiu com suas malas prontas. se surpreendeu ao vê-las.
- Mary você...
- Nós já conversamos tudo o que tínhamos pra conversar . - Ela se aproximou da porta e parou. - A única coisa que eu preciso saber é se você vai ou não me apoiar. - olhou para ela sem nenhuma vontade de aceitar aquilo. Ele respirou fundo algumas vezes e chegou a conclusão de que jamais conseguiria aceitar a decisão dela. Não quando isso fazia ela ir para o outro lado do oceano. - Foi o que eu pensei. - Mary disse com uma decepção que ela tentou esconder.
Se aproximou de que lhe olhava de forma suplicante. Beijou demoradamente a bochecha dele e o olhou profundamente nos olhos. Ela pegou a mão dele nas suas mãos e lá depositou a aliança de noivado que havia ganhado um ano antes. encarou o anel em sua palma e sentiu seu peito doer.
- Não Mary... - Implorou. Mary deixou algumas lágrimas caírem enquanto se afastava, em direção ás escadas.
- Adeus . – Sibilou antes de fechar a porta de casa. pode ver pela janela ela indo até um taxi, entrando nele e partindo.
Flashback Off.
- Eu sinto muito Pooh, mas você fez uma grande besteira. – Ele apenas me encarou dando sinal para que eu continuasse. Respirei fundo. – você deveria tê-la apoiado, ficado ao lado dela!
- Me explica como , porque pra mim é impossível continuar com a Mary morando nos Estados Unidos!
- vocês dois estão juntos há séculos! – Ele deu uma risadinha. – A Mary sempre esteve com você em todas as situações que envolviam o McFLY e tudo o mais. Ela tem toda a razão de ficar chateada com você. – Ele cruzou os braços em volta do peito. - E outra coisa, você imaginou que com isso não deu nenhum motivo para ela tentar voltar pra cá?
- Eu não tinha pensado nisso. – Ele disse totalmente surpreso.
- É claro que não, você estava com raiva. Ninguém consegue pensar com clareza quando está assim. – Ele concordou com a cabeça e voltou a beber um longo gole do seu chocolate quente. – Mas agora não dá pra voltar atrás.
- Por quê? – Perguntei soltando um pequeno bocejo. O sono estava começando a ficar forte.
- Porque ela saiu por aquela porta e eu não faço ideia de onde ela possa estar. Eu sei que ela viaja amanhã, mas não sei qual o aeroporto nem que horas é o voo, eu não sei nada! – Ele começou a chorar novamente. Me sentei ao lado dele no sofá e o abracei de lado.
- Para , não fica assim. A gente descobre e...
- Não! Eu não quero saber! – Ele disse se afastando para me olhar nos olhos. – Se ela escolheu me abandonar, ótimo! Quem vai perder é ela!
- Não fala isso...
- , eu não quero mais tocar neste assunto, ok? – Ele estava tão decidido que eu sabia que falar alguma coisa ia ser pior.
- Ok .
- Então a gente pode colocar o colchão aqui na sala e assistir filme até tarde! – Disse limpando o rosto e tentando parecer entusiasmado.
- Mais tarde do que já é? – Ele concordou com a cabeça esboçado um sorriso. – Então tá. Vamos ver se existe filme bom passando essa hora! – Dei de ombros e ele levantou rápido largando sua caneca de chocolate quente na minha mão indo pegar o colchão no quarto.
POV.
- Hey ! Porque você não foi ao estúdio cara?
- , escuta. Eu preciso falar com você, coisa séria. Vem aqui em casa, já liguei para o e . – A voz dele estava cansada, como se ele não tivesse dormido a noite toda.
- Tá tudo bem dude? – escutei um suspiro pesado.
- Vou explicar aqui. – Ele deu uma pausa. – quando chegar não toca a campainha, me dá um toque no meu celular.
- Por quê? – Perguntei estranhando aquilo.
- Só faz isso dude. Tenho que desligar. – Dito isso ele desligou sem nem escutar se eu tinha mais alguma coisa pra dizer. Isso tá muito estranho.
#
- O que vocês acham? – Perguntei ao e assim que cheguei em frente a casa do .
- O cara tá muito estranho. Ele não é de faltar no trabalho sem avisar. – falou baixo.
- E ele só não faltou como tá todo misterioso. Qual é o problema de tocar a campainha? – completou.
- Não sei, mas vou fazer o que o cara pediu. – Falei pegando meu celular e discando o número do . Depois de um toque ele apareceu abrindo a porta de sua casa.
Eu e os meninos nos encaramos com feições assustadas ao ver o estado do , mas sem dizer nada a ele. O cara tava parecendo um zumbi. Ele fez sinal para que nós estrássemos, sem dizer uma palavra sequer.
Depois de dentro, reparei que o lugar estava todo escuro por causa das cortinas fechadas. ameaçou começar a falar, mas o imediatamente fez sinal pra que ele ficasse calado.
Andamos até a cozinha e ele falou finalmente.
- Não falem alto para não acordá-la. - Ele cochichou, sentando em uma das cadeiras da mesa. Imitamos sua ação e também sentamos.
- Acordar a Mary? - perguntou aos cochichos.
- Acordar a . - Ele falou e eu logo ergui minhas sobrancelhas. Que diabos a tá fazendo dormindo aqui? pareceu perceber meu incomodo e logo completou. - Hey, não comece a pensar besteira antes de eu explicar ok? - Eu rolei os olhos e dei de ombros. Pouco me importa o que ela tá fazendo aqui. Não quero mais saber dessa garota.
- Desembucha logo . Quê que tá rolando? - perguntou falando baixo. respirou fundo antes de começar.
#
- Puta que pariu! – exclamou alto quase levando um tapa do . – Desculpa cara, é só que... Isso é muito louco. – Ele voltou a cochichar.
- Mas por que você não falou com a gente ontem? Por que não ligou? – Perguntei me sentindo um completo imbecil com ciúmes do meu amigo.
- Eu só... Só achei que a ... Ah! Eu não sei, mas quando eu vi já estava parado na frente do prédio delas e discando o telefone dela. – Ele se expressou diretamente pra mim, como se me explicasse algo. – Foi no desespero. Ela foi a única pessoa que me veio á cabeça.
- Muita consideração da sua parte. – Falei morrendo de ciúmes, e eu não sei se era do .
- ! – me repreendeu. Eu dei de ombros. – Porra o cara tá sofrendo! – Ele apontou para o e depois se dirigiu a ele. – Nós estamos do seu lado dude. O que precisar, você sabe... – concordou com a cabeça.
- Bom dia meninos. – A voz dela me fez dar um salto assustado.
estava parada ao batente da porta com seu cabelo levemente bagunçado, um sorriso lindo e um moletom do Ursinho Pooh. Sacudi minha cabeça tentando tirá-la dos meus pensamentos, mas meus olhos não conseguiram desviar dela de forma alguma. Quando eu vi, ela já estava dando um beijo no , e indo para o lado do . Só ali ela fingiu perceber minha presença.
- Olá . – Disse sem expressar nenhum sentimento, nada. Eu fingi o mesmo e apenas movimentei minha cabeça.
- A gente acordou você? - perguntou seguindo com os olhos até a geladeira.
- Um “Puta que pariu” fez esse trabalho. Imagino que o Poynter seja responsável. – Ela sorriu trazendo de lá a garrafa de leite e um bolo de chocolate.
- Desculpa , é que eu fiquei um pouco impressionado com os fatos. – concordou colocando copos em cima da mesa e voltando ao armário para pegar uma caixa de cereais de chocolate. Essa garota é louca por chocolate. E por que eu acho isso lindo? Fala sério eu sou um idiota!
- E você já contou tudo? – Ela se dirigiu ao que concordou. – Ótimo! Então não vamos tocar no assunto por enquanto ok? – Nós concordamos. – Alguém quer cereal?
End POV.
- Você não vai embora, não é? – Ele disse com um desespero visível quando ficamos sozinhos novamente.
- , eu preciso trabalhar daqui a pouco. Não posso faltar no emprego. – Ele soltou um suspiro pesado e eu me sentei ao lado dele no sofá o abraçando em seguida. - Deixa de ser bobo ok? Á noite eu venho pra cá e durmo com você de novo. Ou você pode dormir lá em casa! – Ele tentou sorrir, o que não foi bem sucedido.
- Eu não quero ficar sozinho. – Falou baixo. – Porque assim eu vou começar a pensar nela, pensar em tudo o que aconteceu e... Você sabe! – Eu concordei com a cabeça e fiz ele deitar em meu colo.
- Eu sei . Olha, você pode ir pra casa do , sei lá, vai ver um filme com os meninos ou jogar no Xbox. Eu sei que você vai se distrair. E eu não vou te deixar dormir sozinho, ok? – Ele me abraçou forte parecendo um garotinho indefeso.
- Promete?
- Prometo Pooh. Agora vamos arrumar essa bagunça da cozinha! – Ele fez careta, mas se levantou indo ao meu lado até a cozinha.
#
- Como foi o seu dia? – Ele suspirou, jogando-se ao meu lado no colchão que estava na sala.
- Eu tentei, de verdade , mas não consegui tirar ela da minha cabeça. – Olhou distante para a televisão ligada, parecendo se perder em pensamentos. – Eu não entendo porque ela não me procurou ainda, nem ao menos me ligou para ver como eu estava, nem nada. – Me encarou com o olhar triste.
- E você ligou pra ela? – Ele negou com a cabeça. – Então, como quer que ela te ligue?
- Ela foi embora, não eu. – Disse em resposta. Ai, esse não aprende.
- Para de ser orgulhoso ! Você está cheio de culpa no cartório. – Ele ergueu a sobrancelha, parecendo-me confuso.
- Culpa no cartório? – Perguntou.
- Ah! Desculpa ! Expressão brasileira quando a pessoa está errada e tal. – Gesticulei com as mãos toda nervosa quando isso acontecia de eu colocar uma expressão que eles não conheciam, já ele, sorriu.
- Eu gostei! Bem legal essa culpa no cartório. – Ele começou a rir e eu rolei os olhos.
- Você ta fugindo do assunto ! – Ele bagunçou meu cabelo e eu não consegui não rir. – Para Pooh.
- Ok, parei! Mas vamos parar de falar nela. Não quero saber mais, por mim ela que nunca mais volte pra cá, que arranje um outro cara americano pra ela. Eu só não quero mais saber dela ok? – Olhei com compaixão para o meu amigo que claramente estava tentando disfarçar a dor que estava sentindo, sem sucesso em relação a mim. – Eu sou o ! Eu não preciso dela! Posso ter todas as garotas que eu quiser! Posso ir a um PUB e voltar com vinte garotas aqui pra casa ficar com cada uma delas sem sentir culpa, porque eu não tenho mais noivado com ninguém. Nenhum compromisso. Nada. – Ele começou a chorar, mas limpou rapidamente as lágrimas ao ver que eu reparei e forçou um sorriso. – Ainda bem que eu tenho você. – Disse pegando em minha mão e entrelaçando com a sua.
Estranhamente meu coração começou a bater forte, muito forte, por causa daquele contato. Encarei nossas mãos entrelaçadas e depois voltei a encará-lo, ainda sorrindo pra mim. Retribui o sorriso e concordei com a cabeça.
me puxou para um abraço, me apertando em meio aos seus braços musculosos. Eu sorri ao receber um carinho nos cabelos.
- Que filme nós vamos ver hoje? – Falei para quebrar o silêncio um pouco constrangedor que se instalou assim que nos separamos do nosso abraço. – Mas nada de ver até a madrugada! Você vai ter que me levar ao colégio amanhã.
- Oh, droga! Vou ficar sozinho de novo! – Eu o encarei com meu melhor olhar de reprovação. – Ok, ok! Eu sei que eu vou trabalhar amanhã, só estava querendo ver a sua cara! – Disse apontando em minha direção. Fiz bico e saí do colchão, indo me deitar no sofá da sala. – Não Sáah, vem aqui! Eu tava brincando linda! – Fez cara de cachorro pidão se aproximando de mim. – Desculpa vai! Vem deitar comigo! Prometo que não brinco assim de novo. Hun? – Disse manhoso pegando em minha mão. Senti um arrepio percorrer a minha espinha instantaneamente.
Que diabos está acontecendo comigo?
- Tudo bem. – Falei. – Mas não se atreva a fazer isso novamente! - Me levantei do sofá e sentei ao lado dele no colchão.
- Vai ser uma pena, você ficou linda com raiva. – Eu abri minha boca totalmente surpresa, sentindo minhas bochechas começarem a ferver. Dei um tapa nele apena para disfarçar o quanto eu fiquei corada. – Ok, parei! Vamos ver o filme! – Ele apontou a televisão e pegou o controle. Deitou no colchão e bateu em seu peito para que eu me deitasse lá, com um sorriso lindo que era difícil resistir.
POV.
- E como o está? – Perguntei enquanto andávamos até a nossa sala.
- Ele está bem. Ás vezes ele se lembra da Mary e fica triste, ou ás vezes com raiva, você sabe. – Concordei com a cabeça. – Fora isso ainda é o mesmo , só um pouco amedrontado porque tem medo de dormir sozinho. – Eu sorri. – E como anda o ? Vocês ontem fizeram... – Deixou a frase vaga e eu me senti vermelha de vergonha.
- É claro que não! – Quase gritei. – Ele só dormiu lá ontem pra não me deixar sozinha, mesmo eu falando que não havia necessidade. – Expliquei toda nervosa. gargalhou.
- Eu sei boba, só disse aquilo pra ver sua reação. – Suspirei aliviada antes de dar um tapa no braço dela. – Ai! – Ela disse ainda rindo de mim. – Mas se vocês dois forem fazer alguma coisa hoje, você sabe, usem camisinha. Eu não quero ter sobrinhos agora! – Ela falou com tanta naturalidade que me deixou pasma.
- ! – Ela gargalhou mais uma vez.
- Ok, parei! Mas eu quero saber tudo o que aconteceu ontem. – Disse aos cochichos por termos encontrado o Carlos e a Melissa nos esperando ao pé da escada que leva ao corredor da nossa sala.
- Está bem. Mas vou logo avisando, não teve nada demais. – Ela me olhou desconfiada e depois voltou suas atenções para o comprimento do Carlos.
End POV.
Sábado, 29 de Setembro de 2012.
- me disse que está dormindo lá na sua casa com a . – comentou enquanto comia o cookie de chocolate da Starbucks.
- É! Eu pedi pra ele fazer isso. A é muito orgulhosa pra pedir e se acha muito corajosa pra dormir sozinha. – Mordi meu cookie. – Mas eu não ia deixar ela dormir lá sozinha! – concordou com um sorriso, bebendo seu cappuccino.
- O que a gente vai fazer hoje? – Perguntou tentando roubar o meu cookie, sem sucesso, é claro. Eu sou mais esperta! – Me dá! – Pediu manhoso.
- Não! – Ele fez bico e eu repartir o cookie no meio e dei a outra metade á ele. – Hoje nós vamos arrumar essa casa!
- Não precisa. A Gigi vem na segunda e arruma. – Falou se levantando e jogando a embalagem de Starbucks no lixo.
- E você acha mesmo que só uma faxina na segunda é suficiente? – Ele concordou com a cabeça. – É claro que não ! A gente tem que, ao menos, varrer, passar um pano e lavar os banheiros! –Ele fez careta.
- , é sério que você vai me fazer arrumar casa em pleno sábado? – Disse todo manhoso.
- Vamos lá , vai ser divertido! – Comecei a puxá-lo. – Onde ficam os materiais de limpeza?
- Eu não sei. Acho que na área de serviço. – Eu parei de andar e o encarei.
- Quer dizer que você nunca ajudou a Mary a arrumar casa?
- Eu enxugava e guardava as vasilhas da cozinha. – Eu neguei com a cabeça e voltei a andar. – O quê? Isso é muito difícil e cansativo, ok? – Escutei ele falar atrás de mim e eu só soltei uma risada baixa.
- Vai lá na minha bolsa e pega meu Ipod. Liga o som nas músicas Dance, eu só consigo arrumar casa movida á música! – Ele concordou e saiu enquanto eu procurava tudo o que eu iria precisar.
Sabão em pó, desinfetante, água sanitária, vassoura, rodo, pano de chão, balde. Acho que já peguei tudo.
Escutei Call Me Maybe tocar e já comecei sentir meu corpo reagir à melodia da música. Peguei todas as coisas que consegui com apenas dois braços e levei para a cozinha. Ás vezes eu penso que ser os quatro braços uma hora dessas não seria tão mal. apareceu em seguida indo me ajudar.
- Vamos começar pelos banheiros. – Falei vendo ele me seguir ao som de Hangover. Ele colocou no modo aleatório pelo que deu pra perceber já que elas estão em ordem alfabética no iPod. – Entra. – Ele fez careta, mas entrou no banheiro. – Primeiro tem que espalhar um pouco de sabão e depois molhar um pouco, aí você esfrega com a vassoura. – Expliquei pra ele entregando o sabão e a vassoura.
- Assim? - virou a caixa de sabão demais, caiu sabão que dava pra lavar uma máquina de roupa.
- Eu falei pouco sabão ! – Disse gargalhando.
- Agora já era. – Ele deu de ombros e derramou água com o balde, começando a esfregar com a vassoura de maneira desajeitada.
- Quero ver como você vai tirar todo esse sabão. – Comentei rindo. Ele olhou nervoso pra mim. – Tá bom, faça do seu jeito! – Ele voltou a esfregar o chão do box. – Hey, se você não tomar cuidado você vai acabar escorregando aí.
- Eu? É claro que não! Sou profissional! Olha só quanta espuma nesse... – Ele não conseguiu terminar a frase e caiu de bunda no chão.
- ! Você tá bem? – Perguntei segurando o riso, indo com cuidado pra perto dele. – ? – Perguntei pra ele que estava com a cabeça abaixada.
- TE PEGUEI! – Ele me agarrou quando me aproximei o suficiente e me fez cair no chão cheio de sabão. – Você tava rindo de mim não é? Agora tá aí toda suja de sabão também! – Ele pegou espuma e jogou em meu cabelo.
- Ah, mas isso não fica assim ! Toma isso! – Joguei toda a água do balde nele que ficou encharcado. Ele me agarrou e começou a me arrastar pelo banheiro, encharcando meu moletom de sabão.
- Não, , para! Eu não aguento mais! - Em meio às gargalhadas dos dois, ele me soltou e se jogou ao meu lado.
POV
- Que horas são? - perguntou.
- São 13:18h. - Ela respirou fundo.
- Hora do almoço. - Sibilou me encarando. Eu neguei com a cabeça.
- Hora de dormir. - Ela me deu um olhar de reprovação. - Eu to exausto! Nunca trabalhei tanto na minha vida.
- Deixa de ser bobo, você fez uma mega bagunça no banheiro e não arrumou nada, fui eu! - Coloquei língua pra ela.
- Mas eu ajudei a varrer a casa!
- Você tava jogando tudo pro lado errado! Em vez de limpar tava era sujando mais ainda! - Dei um beijo em sua bochecha.
- Ok. Da próxima vez você faz tudo sozinha. - Ela fez uma carinha ofendida que eu achei muito linda, e se levantou em seguida.
- Você vai ou não vai almoçar? - Peguntou com os braços cruzados. Eu sorri.
- É claro que sim. Vou pedir pizza! - Ela comemorou, correu até o telefone e o trouxe para mim. Joguei um beijo no ar para ela que retribuiu.
Me senti estranhamente bobo com isso.
#
- Ai meu Deus, esse filme é perfeito! - Escutei da cozinha gritar. - Vem ver ! - Sorri deixando os pratos sujos na pia da cozinha e voltando para a sala. Sentei ao lado dela no sofá.
- O que a gente tá vendo? - Perguntei abraçando ela de lado.
- Vem Dançar. - Franzi minha testa. - , não acredito que você nunca viu Vem Dançar! Que absurdo. - Ela fez um escândalo e eu ri. - Você vai ter que prestar bastante atenção porque já passou muita coisa do filme!
- Eu alugo depois pra gente ver do começo. - Falei, mas ela nem prestava mais atenção em mim. Rolei meus olhos e fui acompanhar o filme.
- , levanta! Essa parte é perfeita! - Ela falou saltando do sofá e me assustando. - Vem que eu vou te ensinar a fazer esses passos! - Ela estendeu as mãos em minha direção.
- , eu não sou um dançarino. - Falei, ela rolou os olhos. - Tá bom, tá bom. - Me levantei ficando de frente pra ela.
- Olha, você tem que segurar bem aqui e aqui. – Ela direcionou minha mão direita em sua mão e a esquerda em sua cintura. – Isso é Tango, então o contato visual é muito importante. – Concordei com a cabeça olhando para seus olhos. – Agora olha lá. – Ela apontou a tevê e eu vi Antônio Banderas e a outra atriz fazendo uns passos para os alunos verem. – Agora vamos repetir! – Ela voltou a me encarar e eu também fiz o mesmo.
começou a se mover de forma sensual como foi visto no filme, e eu apenas tentava acompanhar. Encaramos a televisão mais algumas vezes para tentar fazer os passos. conseguia bem já eu sou um desastre! Acho que pisei no pé dela algumas vezes. Não durou mais do que dois minutos, a dança no filme acabou.
- Você até que não foi tão mal. – Ela comentou. Nós ainda estávamos na posição de dança, um encarando o outro.
- E você dança muito bem. – Ela sorriu envergonhada. – Agora o meu grande final! – Ela franziu a testa sem entender.
Peguei bem firme atrás de suas costas e a virei em direção ao chão, curvando bem o meu corpo por cima do dela.
- Será que você consegue ficar aí por muito tempo? – Brinquei.
- E será que você vai aguentar esse peso por muito tempo? – também brincou. Eu a puxei para cima rapidamente, voltando a colar nossos corpos. Me pareceu que ela não esperava essa reação.
- Dá pra parar de dizer que você é gorda? O seu corpo é lindo! – Eu parei de encará-la para olhar da cabeça aos pés. Ela é mesmo muito linda! Como eu não percebi isso antes? – Você é linda. – Falei baixo quando voltei a encarar seus olhos.
End POV.
Meu coração começou a acelerar, parecia querer sair do peito. Minha respiração seguiu o mesmo ritmo, acho que não há tanto oxigênio assim no ar para eu estar precisando respirar tanto de maneira tão rápida.
Os olhos dele não desviaram dos meus, isso apenas aconteceu quando eu mordi meu lábio inferior por puro nervosismo, mas acho que isso chamou a atenção dele para aquele ponto de uma maneira que, seus olhos passeavam de meus lábios para meus olhos que o olhavam, nervosos.
Na TV, o filme ainda passava, mas eu já não conseguia distinguir as vozes ou o que elas estavam dizendo, mesmo tendo visto aquele filme mil vezes contadas. A única coisa que meu cérebro dava atenção era o fato de que estava aproximando seu rosto do meu lentamente.
Desisti de encará-lo quando meus olhos começaram a ficar vesgos por culpa da proximidade, resolvi que era melhor fechá-los e apenas esperar. Quando finalmente senti os lábios dele tocando os meus, meu corpo inteiro tomou um choque.
Ele demorou um pouco no selinho, acho que não sabia o que fazer. Eu sabia muito menos! Me sentia paralisada, apenas esperando o próximo toque.
Senti sua mão direita em meu rosto e seus lábios se separando dos meus. Fui obrigada a abrir os olhos depois disso só para encontrar no mesmo lugar, apenas com seu rosto a centímetros de distância. Ele me encarou profundamente, seus olhos um pouco confusos pareciam me fazer uma pergunta, não consegui decifrar bem, mas acho que ele queria a minha permissão.
Eu não raciocinei muito bem, pois eu respondi aquela pergunta da forma mais inesperada, eu o beijei.
Senti um pequeno sorriso nos lábios de quando eu fiz isso, mas que só durou um segundo, porque logo em seguida eu senti a língua dele percorrer meus lábios querendo passagem. Eu cedi de imediato. As duas se encontraram e pareciam que já se conheciam, pareciam dançar em perfeita sincronia.
As mãos de me agarravam com força, uma nos cabelos e a outra na cintura. Já as minhas se contentavam em apertar suas costas quentes.
Depois de muitos minutos sentimos que respirar era necessário, então partimos o beijo. grudou sua testa na minha ainda de olhos fechados. Ele os abriu alguns segundos depois encontrando com os meus.
- ... Eu... – Ele começou, mas a respiração acelerada o impediu de continuar. Eu aproveitei e neguei com a cabeça antes que ele falasse algo. Eu sabia muito bem que esse beijo com o não deveria ter acontecido, foi um erro. E ele com certeza vai falar algo assim.
- Eu sei . Me desculpa, eu não deveria ter te beijado. – Saí de seu abraço e me virei de costas, totalmente envergonhada de minha atitude.
Senti me virar para ele. Suas mãos encontraram meu rosto e o levantou me fazendo ser obrigada a encará-lo.
- Quer dizer que você se arrepende? – Perguntou com a voz baixa e os olhos bem grudados nos meus.
- Não me arrependo, mas...
- Eu também não, então por que essa história de “me desculpa”? – Tive que desviar meus olhos dos dele, me sentindo uma perfeita idiota.
- Eu achei que você ia... – Ele colou os lábios nos meus me impedindo de continuar. Mordeu meu lábio inferior e se afastou com um sorriso.
- Achou errado. – Disse baixo tirando uma mecha de meu cabelo e o colocando atrás da orelha, me deixando completamente boba com seu olhar meigo. Seus lábios voltaram a se aproximar, e mais uma vez eu estava indo beijar o meu melhor amigo.
POV.
- Tem o churrasco na casa do amanhã. A gente podia contar pra todo mundo. – tirou sua atenção do filme para me encarar. Pegou o pote de sorvete da minha mão e começou a mexer com a colher.
- Acho melhor não . Faz pouco tempo que você terminou com a Mary e...
- E você também tá preocupada com o que o vai pensar. – Ela me olhou, deixando transparecer o quanto eu havia acertado.
- É claro que não! Eu ia dizer que nós dois nem temos certeza, só estamos ficando. Não é necessário contar pro grupo e deixar eles achando que já ta sério ou algo assim. – Ela parou de falar e colocou uma colher de sorvete de chocolate na boca. Eu sorri.
- Quer dizer que não tem nada a ver com o ? – Ela negou de novo. – Ok , só não se esquece que eu ainda sou seu melhor amigo, apesar de estarmos nos pegando. – Eu gargalhei quando ela me bateu. – O quê? É verdade! Agora temos a famosa amizade colorida. – Ela negou com a cabeça e eu me aproximei, roubando um selinho com gosto de chocolate.
- Seu chato. – Ela pôs língua pra mim. – Vamos dar um tempo tá bom? Vamos ver aonde isso vai parar, aí depois a gente conta pra todo mundo. – Eu concordei com a cabeça, e ela colocou o pote de sorvete no chão.
- Quer dizer então que nós estamos namorando escondido? – Perguntei só pra provocar. Ela negou com a cabeça e veio pra cima de mim, aproximando nossos lábios.
- Não. – Ela me deu um selinho. – Nós estamos nos pegando escondido. – Eu ri e a agarrei, a virando e ficando por cima dela.
- Já que é pegação... – Beijei seu pescoço. – Vamos praticar um pouquinho. – Falei em seu ouvido.
- , mas e o filme? – Ela falou baixo, entregue ás caricias de meus lábios em seu pescoço.
- O filme a gente aluga e vê depois. – Falei, e o suspiro dela foi a minha deixa para beijá-la.
End POV.
POV.
- Cadê a e o ? – perguntou me entregando um copo com refrigerante.
- Eu liguei pra ela e ela disse que só ía em casa trocar de roupa e eles viriam pra cá. – Ele deu de ombros e me abraçou de lado.
- Sabe a tá ficando com ele lá, o deixou bem. A voz dele ontem quando eu liguei pra avisar do churrasco dava até pra dizer que estava feliz. – Eu concordei com a cabeça.
- A tem o dom de achar milhões de coisas pra gente fazer e se distrair. Ele nem deve estar lembrando mais do ocorrido com a Mary. – Escutamos a campainha tocar e se levantou.
- Deve ser o ou o . – Disse antes de se afastar.
Me levantei e fui conversar com a Rafaella que estava com o mexendo na churrasqueira. Depois de um minuto escutei as vozes do e do e mais uma feminina que eu não conhecia. Quando olhei para a entrada, vi de quem era.
A namorada vadia do .
Vivian é o nome dela. sempre odiou essa mulher antes mesmo de conhecer o , na época de fã. Enquanto eu odiava a ex do , a Sarah. Graças a Deus eu não tenho que suportar aquela garota, já a , to até vendo que ela vai ficar bem teatral do lado dessa aí.
Os três se aproximaram da churrasqueira. veio para o meu lado e foi cumprimentar e Rafaella.
- Bom, e Rafa você já conhece. – falou para a Vivian. – E essa é a , namorada do . – Foi impressão minha ou ela fez uma careta?
Eu estendi minha mão e forcei um sorriso, ela pegou na minha rapidamente e depois soltou.
- Prazer em te conhecer. – Falou com uma voz esganiçada.
- Cadê o ? – perguntou assim que passou os olhos pelo lugar. Acho que ele queria perguntar mesmo era “Cadê a ?”.
- Já devem estar chegando. – disse e na mesma hora a campainha tocou novamente. – Olha aí! Vou abrir a porta.
End POV.
POV.
- Já está todo mundo aí? – perguntou ao . Ele concordou com a cabeça. – Droga! Odeio ser a última a chegar! – Ela disse me arrancando uma risada.
Ela passou o braço ao redor do meu e respirou fundo. Em poucos passos, adentramos a área de churrasco. Passei os olhos pelo local e vi toda a turma próxima á churrasqueira, menos o que estava com a Vivian sentados em uma das espreguiçadeiras a beira da piscina. O olhar do foi direto para mim e .
percebeu o olhar do e soltou meu braço.
- Eu vou ver os outros. – Cochichou pra mim. Eu sorri.
- Eu vou cumprimentar o . – Ela concordou com a cabeça e saiu, enquanto eu me dirigia aos dois.
- E aí dude? – Estendi minha mão e o levantei para um abraço.
- Tá tudo bem com você? – Ele me perguntou ainda abraçado a mim. Me soltei dele e concordei com a cabeça. Se ele soubesse o que tá acontecendo provavelmente me socaria agora. – Ótimo!
- Oi Vivian! – Cumprimentei ela que nem fez questão de se levantar. Antipática como sempre. – Faz muito tempo que não nos vemos. – Ela concordou com a cabeça. – Tenho que cumprimentar o resto do grupo. Vamos também? – Perguntei aos dois. concordou com a cabeça e puxou Vivian para que ela se levantasse. Andamos até onde os outros estavam.
Saí cumprimentando um por um e por fim parei ao lado da que sorriu para mim. Ela desviou o olhar e encontrou com os de a encarando.
- Não vai me apresentar chuchu? – Vivian perguntou se pendurando no pescoço de . desviou o olhar da cena e encontrou com os meus lhe dando apoio.
- Ahñ? Sim, sim! Linda, essa é a . essa é a Vivian. – Ele apontou as duas garotas e eu percebi o quanto teve que se esforçar para sorrir.
- Sou a namorada dele. – Vivian completou algo totalmente desnecessário. Deu até para ver rolando os olhos.
- É um prazer conhecer você. – Disse pegando na mão estendida de Vivian.
- Ótimo! Agora que todo mundo se conhece, quem vai querer cerveja? – Perguntei pra cortar o clima chato que se espalhou pelo ar. – Pra você um refrigerante certo? – Falei para a que sorriu, concordando com a cabeça.
End POV.
- Então, , a Mary não vem? – A vadia soltou essa pegando o de surpresa. a repreendeu. – O quê? É natural eu perguntar já que ela é a noiva dele não acham? – Fingiu-se de desentendida. Eu sei bem o que essa aí tá tentando, criar algum caso por aqui.
- Não , tudo bem. – disse antes que repreendesse a sua vadiazinha de novo. – A gente terminou no inicio da semana, ela foi morar em outro país. – Ela forçou uma cara desapontada e encarou bem a mim e depois a ele.
- Que pena! A Mary é uma mulher incrível. Duvido que você encontre outra igual! – Ela voltou a me encarar quando disse a última parte me deixando completamente assustada.
É impressão minha ou essa vadia tem um excelente poder de percepção? Desconfiar de mim e assim de cara? Tem que ser bruxa, fala sério!
- , pega mais refrigerante na geladeira da cozinha? As que tinham aqui já acabaram. – disse pra cortar as minhas farpas que saíam do meu olhar sendo bem retribuídas pela vadia do . se levantou.
- Vem me ajudar. – Não foi um pedido. Seu olhar esboçava muito mais do que um simples pedido de ajuda. Segundas intenções, a gente se vê por aqui!
Mal entramos no pequeno corredor, me agarrou por trás depositando beijos em meu pescoço.
- Para ! Alguém pode nos ver! – Cochichei sentindo meu corpo arrepiar com as carícias.
- Que nada. Ninguém vai vir aqui agora. – Também cochichou, mas de forma bem sensual.
Continuei andando com certa dificuldade por culpa do , mas consegui chegar à cozinha. Ele saiu me arrastando até a geladeira e, ao invés de abri-la e pegar os refrigerantes, ele me prensou contra a porta da mesma. No mesmo segundo grudou seus lábios aos meus de forma brincalhona. Eu até tentei resistir, mas não fui bem sucedida.
Nossas línguas voltaram a travar aquela mesma dança que pareciam estar tão acostumadas em dançar enquanto nossas mãos lutavam para ver quem apertava mais, puxava mais, aranhava mais. O último eu estava ganhando, é claro.
segurou meu rosto em suas mãos e mordeu meu lábio inferior, beijando meu queixo em seguida e percorrendo um caminho lento até o meu pescoço. Minha respiração começava a ficar totalmente desregular sem contar os arrepios que percorriam o meu corpo.
Procurei seus lábios novamente e ele logo atendeu meu pedido e voltou a me beijar de forma mais séria, com muito mais fervor do que a primeira vez. Seu corpo me prensava contra a geladeira fria que não conseguia amenizar o calor que meu corpo começara a sentir. Vinha do meu baixo ventre e subia por todo o meu interior.
Eu estou mesmo excitada por culpa do meu melhor amigo? Que mundo é esse?
Minha cabeça dava voltas em um turbilhão de pensamentos, falas da minha consciência e a sensação de que aquilo tudo estava errado. Só que no fundo eu sei que não é errado. é solteiro e eu também sou. Nós também temos o direito de escolher a forma com a qual lidaremos com a nossa dor, a nossa fossa. E não há jeito melhor do que acabar com a frustração corporal.
Dessa vez eu mordi o lábio inferior de , para recuperar o oxigênio e esfriar um pouco aquela pegação desenfreada que aquilo estava se tornando.
- , nós temos que ir. – Falei ainda com dificuldade pela recente falta de ar. Ele concordou com a cabeça e me afastou da geladeira ainda me abraçando pela cintura.
- Mas antes eu quero mais um beijo. – Falou baixo com um sorriso lindo que ficou até difícil negar. Sorri também e vi ele se aproximar novamente.
Senti os lábios dele junto aos meus, dessa vez de forma lenta e carinhosa. Sua mão acariciava minha bochecha de leve enquanto eu fazia carinho em seus ombros descobertos pela camiseta.
- O que ta acontecendo aqui? – Paramos bruscamente de nos beijar e nos viramos na direção da voz.
Capítulo. 15
POV.
- Ah, droga! Tem que pegar mais carne na geladeira também. Eu vou lá pegar. - comentou.
- Eu vou junto Bêe. - Falei louca pra sair de perto da nojenta loira que agarrava o pelo pescoço. Ainda mais que eu tenho que conversar com a , ver como ela está com tudo isso. Eu sei que ela não deve estar bem.
- Ok. - Ele sorriu pra mim e começou a andar me abraçando de lado.
Entramos no pequeno corredor em silêncio e em poucos passos chegamos à cozinha. A cena que eu vi me surpreendeu totalmente.
- O que tá acontecendo aqui? - falou por mim, tão surpreso quanto eu.
e estavam se beijando! Se beijando na cozinha! Meu Deus, eu to vendo coisas só pode!
Os dois se separaram brutalmente após a fala do . Ficaram completamente vermelhos e assustados com a situação. abriu a boca pra falar alguma coisa, mas não conseguiu; Olhou para o que deu um pequeno sorriso pra ela.
- A gente tava se beijando, só isso. - Ele respondeu como se aquilo fosse o mais normal do mundo. Dois melhores amigos se beijando.
- Isso a gente viu! Mas dá pra explicar como isso aconteceu? - Eu disse dessa vez.
- Shhiu! Fala baixo! - cochichou e deu uma gargalhada. - ! - Ela o repreendeu e ele a abraçou de lado.
- A gente ficou ontem. Foi inesperado, apenas aconteceu! - explicou. abriu um sorriso.
- E vocês não iam contar nada pra gente? Você não ia me contar nada? - Eu a acusei e ela me olhou de forma suplicante.
- Eu não queria contar nada ainda, porque o acabou de terminar com a Mary... - Ela hesitou. - Não ia ficar bem.
- Vocês iam ficar escondido de todo mundo, até resolverem contar? - perguntou.
- Íamos não, nós vamos continuar ficando escondido. - falou encarando a . - Ela não quer contar, nós não vamos contar! - Eles nos encararam.
- Vocês prometem não contar, não é? - pediu. Eu e nos encaramos. É claro que nós não contaríamos.
- É claro que não! Mas vocês tem que tomar cuidado! Ficar se pegando assim na cozinha dos outros, poderia ser qualquer um vendo vocês aqui. - alertou e eu concordei. e também.
- A culpa foi minha. Não vai acontecer de novo! - disse e eu sorri.
- Eu sempre te disse que vocês dois formariam um belo casal! - Comentei.
- ! - Nós gargalhamos dela quase avançando pra cima de mim.
- É melhor a gente pegar as coisas na geladeira. - disse e nós concordamos indo pegar os refrigerantes e a carne.
End POV.
- Você vai dormir lá de novo? - me perguntou aos cochichos. Eu encarei o jogando sinuca com o . Ele me olhou no mesmo segundo e me deu um sorriso cúmplice.
- Acho que sim. - Respondi no mesmo tom de voz. - E o vai dormir lá de novo?
- É o jeito, já que a minha melhor amiga me abandonou. - Ela deu de ombros e eu gargalhei.
- Ah tá, como se você não estivesse gostando! - gargalhou também.
Ficamos um minuto em silêncio, apenas apreciando o clima bom que estava naquele fim de tarde. Eu encarei o céu que aos poucos ia ficando pintado de laranja com vermelho em alguns pontos específicos. A visão era de tirar o fôlego.
- , e como você está em relação a vadia loira ali? - Ela apontou disfarçadamente a Vivian, sentada no colo do próximo ao jogo de sinuca.
- Eu? - Ela concordou com a cabeça. - Deveria estar de algum jeito por culpa daquela ali? - me olhou com cara de, “para de fugir do assunto”.
- Acho que sim, afinal ela está agarrando o como se ele fosse fugir ou algo assim, coisa que eu acho bem capaz. - Ela deu de ombros e eu ri. – , é sério, ela te provocou o tempo inteiro! Até parece que ela sabe de alguma coisa!
- Talvez, o tenha contado pra ela. Ela é a namorada dele lembra? - Ai, como doeu falar isso. deve ter sentido porque ela me olhou com uma compaixão, que logo se transformou em indignação.
- É porra nenhuma! - Eu me assustei com o linguajar apurado da minha amiga. Ela nem pareceu se abalar com isso. - Ela que se apresentou assim! O máximo que ele chamou ela é de “linda”, como se ela fosse. - Ela cochichou a última parte ao ver e se aproximando.
- Elas estavam falando mal de alguém. Ficaram caladas depressa demais. - analisou enquanto se aproximava. me olhou de forma impressionada. Eu não me abalei tanto assim, já to mais acostumada com os poderes paranormais do em descobrir as coisas.
- Só espero que não seja da gente que elas estão falando. Imagina ser odiado por duas brasileiras lindas como essas? – comentou e eu e gargalhamos com o fato de ele não perder a oportunidade de nos chamar de “brasileiras”.
- Acho que pode até ser bom ser odiados por elas, sabe? Brasileiras bravas são bem perigosas! – Nós gargalhamos do jeito safado do falar, mas tivemos que parar com a aproximação do e a Vivian. Grudados como sempre.
Me dá até vontade de vomitar um arco-íris com tanto nojo saindo da boca daquela vadia.
Bem feito pro ! Conviver com a Vivian é o mínimo que ele merece! Esse idiota, arrogante, ridículo...
- Nós já vamos. – Ele falou para o e , sem olhar em minha direção. Imbecil.
- É! Eu e meu chuchuzinho precisamos tirar o atraso... Sabem como é, muito tempo longe de mim da nisso! – Vadia, desgraçada! Ela ta jogando na minha cara.
fez uma pequena careta. e concordaram com feições estranhas no rosto. Acho que nem eles entenderam o que a vadia estava querendo falando aquilo. Só que eu e a sim.
- Então tá... – deu de ombros. – Obrigada por terem vindo! – Estendeu a mão e apertou a da vadia loira rapidamente, depois apertou a do .
- Nos vemos amanhã. – Ele disse antes de se virar. Seu olhar pousou sobre mim por um segundo e depois ele o desviou para a puta da namorada, ou seja lá o que ela é agora.
- Que tal um filme agora? – sugeriu após se despedir do casal arco-íris e ir pra perto de nós. A sugestão foi muito bem recebida.
- Vamos ver o que tá passando na TV agora. – Eu sugeri. Começamos a andar em direção á sala.
- Não! Eu quero ver “Para Sempre”! É um romance lindo e baseado em fatos reais! – Rafa comentou toda empolgada.
- Nada de coisas melosas! Nós vamos ver um de ação! – rebateu. Rolei os olhos.
Lá se vai meia hora discutindo que filme nós vamos ver.
POV.
- Me dá a coberta ! – Eu ri e cobri um pouco mais a que se aconchegava em meus braços. – Assim tá melhor. – Ela comentou me dando um beijo no rosto.
Ficamos em silêncio por alguns minutos. Nossas mãos se entrelaçaram em baixo do cobertor. Dei-lhe um beijo de esquimó que ela retribuiu sorrindo.
- Sabe, é triste ver o com a Vivian. Ele se torna outra pessoa quando tá perto dela. – Comentei. franziu a testa.
- Fica mesmo, mas você sabe que pra mim não faz diferença. – Eu a encarei bem profundamente e ela acabou suspirando. – Tá! Talvez faça! Mas seria mais por causa daquela vadia loira! Pelo amor de Deus, como ele aguenta aquela mulherzinha? – Eu ri em concordância.
- Eu nunca imaginei o que fez o se apaixonar por ela, nem ele mesmo sabe. – Eu expliquei. me escutava atentamente. – Ele disse nesses últimos meses que ela era outra pessoa quando se conheceram, e quando ele viu, já não conseguia mais se separar dela.
- Ele foi enganado então. – Ela concluiu e eu concordei. – Mas sabe o que eu acho? – Perguntou. – Acho que eles se merecem! São igualmente desprezíveis! – Eu rolei os olhos para aquele pequeno ataque de ciúmes.
- Olha só quem tá com ciúmes! – Eu brinquei e ela fechou a cara pra mim. – Fala sério que você não vai admitir? – Ela desviou o olhar para o teto. – Jura ? Logo pra mim? – Ela bufou.
- Que droga! Ok! Eu to com ciúmes dele com aquela vadia loira! – Eu sorri. – Mas como não ficaria com aquela desgraçada jogando milhões de coisas na minha cara? – Eu dei um beijo na testa dela.
- Você sabe que pode acabar com isso. O ama você, mas você não quer saber dele. Então, ele foi acabar com a carência pegando a Vivian de novo! – Ela bufou mais uma vez. – Ele não voltou com ela . Ele só esta tentando enganar a si próprio de que não quer mais nada com você, mas isso logo passa!
- , que se foda o e a Vivian! Que se foda quem ele come por carência ou não! Eu não me importo! To muito bem, obrigado! – Ela virou de costas pra mim. Eu balancei minha cabeça algumas vezes.
- Você é muito cabeça dura sabia? – Eu falei ficando de conchinha com ela na cama.
- Olha só quem fala! O cara que nem coragem teve ainda de ir atrás da noiva! Você sabe que pode acabar com isso ! – Ela deu ênfase na ultima frase. Eu bufei dessa vez.
- Já disse que a culpa é dela, ela que venha atrás! – Falei com raiva.
- Ótimo! Então estamos quites! Quando você resolver suas coisas com a Mary eu me resolvo com o , ok? – Não respondi. – Agora apaga a luz porque eu tenho aula amanhã e você que vai me levar lá. – Ela apontou o abajur do meu lado e eu fiz o que ela pediu afinal, a discursão não estava favorável pra ninguém.
End POV.
- ! Chegou um envelope pra você aqui! – Falei fechando a porta, analisando o envelope preto em minhas mãos. Vi ele vir do corredor com uma toalha enrolada na cintura. Me perdi em seu corpo malhado.
- Pode tocar se quiser. – Ele comentou com um sorriso safado, me tirando do transe. Fiquei totalmente envergonhada e o entreguei o envelope para disfarçar minhas bochechas vermelhas.
Ele o pegou, ainda rindo de mim, e abriu o envelope. Leu rapidamente e abriu um sorriso ainda maior. Fiquei curiosa.
- O que é? – Falei indo para o lado dele para ler. Ele me entregou.
- O One Direction vai fazer uma festa á fantasia nesse fim de semana. – Terminei de ler e o encarei. – O Louis já havia me ligado e avisado sobre isso ontem, me esqueci de te contar. – Ele deu de ombros andando para o corredor. Eu o segui.
- Que máximo! Festa á fantasia deve ser bem legal! – Comentei antes de ele entrar no quarto.
- Vou trocar de roupa. Quer entrar? – Falou com uma cara pervertida.
- Não! Seu safado! – Ele gargalhou e encostou a porta do quarto.
- Com que fantasia você vai? – Ele comentou lá de dentro. Eu estranhei.
- Como assim? – Perguntei. Ele abriu uma pequena parte da porta e pôs o rosto pra fora.
- Você achou mesmo que eu ia te deixar perder uma festa dessas? Você é minha acompanhante! – Ele sorriu de minha cara surpresa e voltou a entrar no quarto. – Então, com que fantasia você vai? – Ele refez a pergunta de forma divertida.
- Ai meu Deus, eu não sei! – Respondi. – O que você acha?
- Eu só sei que você vai querer caprichar. A imprensa adora uma festa e vai estar em peso lá!
- AI MEU DEUS! – Gritei nervosa. – Eu preciso falar com a ! – Ele abriu a porta e saiu devidamente vestido com sua camiseta azul de uma estampa do Mikey e uma calça jeans.
- Vocês tem uma semana para ver essas fantasias, linda, não se preocupe. – Me deu um selinho e eu concordei com a cabeça. – Pronta? – Bufei concordando com a cabeça. Fui pegar minha bolsa pra poder ir trabalhar.
POV.
- Melhor do que essas fantasias não vão ter! – Rafa comentou sorrindo. Nós concordamos. - Pena que só a do vai ser diferente. Ia ser tão legal todo mundo com elas! – , como de praxe, rolou os olhos ao escutar o nome de ser pronunciado. Eu apenas concordei com a Rafaella e me concentrei quando nós finalmente chegamos á casa do .
- O vai amar totalmente essas fantasias! – comentou saindo do carro, sendo seguida por mim.
Andamos até a porta, eu ia me dirigindo á campainha, mas retirou de dentro de sua bolsa uma chave, colocou na porta e a abriu.
- Ele me deu pra não precisar vir abrir a porta. Tão jogando no X-Box. – Ela tentou disfarçar ao ver nossas caras. Rafa acabou engolindo a explicação. Já eu, tive vontade de socar a cara de .
- Você não acha que está esquecendo de me contar coisas demais sobre o você e o ? – Acusei aos cochichos. – É chato descobrir coisas com os outros ou atrasado. Eu tenho que ser exclusiva sempre! – Ela sorriu e me abraçou.
- Desculpa amiga, mas não achei a chave importante! Ele me deu apenas por isso mesmo! Não é como se eu estivesse me mudando pra cá. – Eu concordei a tempo de ver o se aproximando.
- Vão ficar aí? – Nós negamos e entramos. me deu um abraço e depois um beijo carinhoso na testa de .
- Vêm logo vocês duas! Vamos mostrar as fantasias! – Rafa, toda empolgada, nos chamou para perto do jogo dos rapazes. Eles deram pausa e se levantaram quando nós depositamos as fantasias em cima do sofá.
- Quem começa? – Perguntei ás meninas. Elas apontaram pra mim. Eu sorri. – Tá bom. nós seremos... – Fiz uma pausa enquanto tirava a proteção das fantasias. – A mulher Gavião e o Lanterna Verde! – Escutei aplausos do pessoal enquanto um saltitante veio conferir sua fantasia.
- Cara elas são demais, são idênticas mesmo! – Ele comentou animado. – Não vai ter melhor que a nossa. – Ele falou se achando. negou com a cabeça.
- Vai ter sim e vai ser a nossa ! Se prepare – Falou. se animou. – Nós seremos... – Ela fez o mesmo suspense que eu, retirando a proteção das fantasias. – Batman e Mulher Maravilha! – Ela disse erguendo as duas no ar. logo foi vê-las enquanto nós aplaudíamos.
- São incríveis! – Ele comentou animado. – E as de vocês? – Perguntou para Rafaella.
- As nossas com certeza são as melhores! – Ela comentou enquanto já começava a retirar as proteções. – Somos o Super-Man e a Super-Girl! – Nós aplaudimos também e o comemorou á beça.
- Quer dizer então que nós somos a Liga da Justiça? – falou animado.
- Por exceção do , sim, nós somos! – Rafa respondeu. – Não faço ideia da fantasia dele. – Ela deu de ombros.
- Se for a Vivian a escolher, eu sinceramente tenho dó dele. – falou arrancando muitas gargalhadas.
- Ok, vamos experimentar? – deu a ideia que animou todo mundo.
End POV.
Sábado, 06 de Outubro de 2012.
- Eles disseram que já tem muitos repórteres lá, muita imprensa. – comentou assim que desligou o telefone. – Não tem como correr . Hoje você e o serão a atração do momento. – Ele riu. fez uma cara desolada.
- Eu não sei se consigo. – Comentou abraçada ao que sorriu.
- É claro que sim. Você vai estar comigo. – Ele deu um selinho nela e nós escutamos a campainha tocar. havia chegado.
Deus me dê forças pra aguentar mais uma vez a vontade de matar a vadia loira!
Eles adentraram a casa do cumprimentando os que apareciam pela frente. Agradeço mentalmente por estar tão distante daquela porta.
Pousei meus olhos primeiramente na vaca loira que usava uma fantasia linda de Sininho, por mais que eu não queira admitir, caiu perfeitamente bem nela. Isso só me deixou mais nervosa com o fato de sentir uma ligeira ponta de ciúmes crescendo dentro de mim; e inveja por ela ser tão bonita.
Logo, meus olhos se desviaram automaticamente para me poupar de um ataque de raiva mais explicito, só mesmo pra piorar a situação quando eles pararam no outro recém-chegado ao ambiente: .
Não sei explicar o que eu senti ao vê-lo naquele momento, mas me deixei vislumbrar em um filme da Disney com ele vestido de Peter Pan, só que o diferencial era que ele havia ficado muito melhor com aquela roupa verde.
Fui pega de surpresa ao ver seus olhos encarando-me. Tive uma súbita vontade de desviar o olhar, mas não consegui. Seus olhos azuis sempre conseguiam me hipnotizar totalmente e em momentos muito inoportunos como aquele.
Só consegui desviar o olhar quando a vadia loira, agora Sininho, o agarrou pela cintura, mas voltei a encará-los segundos depois e reparei que seu olhar ainda estava sobre mim, estático. Nem mesmo Vivian tagarelando em sua frente conseguia distraí-lo de mim. Comecei até a me sentir constrangida.
Milagre a vaca loira não ter reparado nisso, se não ela já teria dado um jeito de fazer escândalo por aqui.
- Já que todos agora estamos aqui, nós podemos ir! – comentou se aproximando de mim e finalmente conseguindo atrair a atenção de . – Vamos eu, , e no meu carro. – Completou.
- Beleza dude, nós vamos logo atrás. – respondeu e todos concordaram.
#
- Jesus na cruz! – sibilou no banco de traz assim que o carro parou na frente do local da festa. – Eu to ferrada! Olha quantos paparazzis! – Disse encarando pelo vidro do carro.
- , relaxa! Você pelo menos tem uma desculpa pra estar com o e todo mundo já conhece você pela internet, - Tirei meu cinto de segurança e me virei para encará-la. – Já eu, vou estar ao lado do em vez da Mary. Isso sim é que vai dar polêmica! – Ela fingiu uma cara incrédula, mas no fundo sabia que minha explicação tinha sentido.
- Ok meninas, temos que ir. – disse ao ver o manobrista do carro se aproximar.
Não tivemos tempo de concordar, logo a porta do motorista havia sido aberta e o havia saído de lá, acenando para as fãs que se encontravam emboladas perto de uma grade protetora; saiu em seguida e repetiu os gestos do amigo.
Logo em seguida os dois vieram juntos contornando o carro e abriram a porta do passageiro da frente e a de trás no mesmo segundo. Dei um ultimo sorriso para antes de sair.
sorria para mim de forma acolhedora. Para a podia até não parecer, mas eu estava muito nervosa com aquilo. Primeira vez que eu iria aparecer na frente da imprensa com o McFLY, isso geraria muitas perguntas na internet, de gente conhecida, desconhecida. Já to até vendo as acusações, os xingamentos. Eu sou uma GD, sei como é que é porque eu faria o mesmo.
Começamos a andar lado a lado, meu braço cruzava com o de e minha mão apertava seu musculo por puro nervosismo quando alguns repórteres se aproximaram de nós. Dei uma olhada para trás e vi que o carro de já havia estacionado e que eles também saiam de lá. Fiquei aliviada, afinal as atenções não estariam em nós por muito tempo.
Os repórteres começaram a fazer perguntas para o , coisas sobre o McFLY e o novo trabalho. Eu achei que eles foram até bem legais por não terem começado logo com “Quem é essa?”, “Cadê a Mary?” o que deixaria tanto ele como eu muito sem graça. Mas é claro que não iria durar muito.
- Então, não vai nos apresentar a sua mulher maravilha? – deu um sorriso para mim e eu tentei acompanha-lo, sem demonstrar o quanto meu coração começou a acelerar de nervoso.
- Essa é a , uma grande amiga, posso até dizer que ela é a melhor! – Ele deu uma piscadela para mim e voltou sua atenção aos repórteres.
- E a sua noiva, a Mary? – soltou um suspiro e seu sorriso murchou. Estava na hora de dizer então.
- A Mary foi promovida no emprego e teve que se mudar de país. – Ele deu uma pausa pra respirar fundo. – E nós terminamos por causa disso. – Pronto! Havia sido feito. Agora todo mundo ficaria sabendo.
Eles iam fazer mais perguntas, mas o disse que já chegava e saiu comigo ao seu encalço para dar autógrafos as fãs que lá estavam. Enquanto ele o fazia, dei uma olhada em e . Uma quase multidão de repórteres estava com eles, enchendo-os de perguntas sobre o namoro imagino. Logo atrás, e Rafaella estavam conversando com alguns repórteres juntamente com o e a Vivian. Ela, como sempre, estava pendurada no pescoço dele.
Em pouco tempo, os outros se aproximaram de nós, também dando autógrafos para as fãs; e os paparazzis nos pediram uma foto em grupo da agora Liga da Justiça. Vivian não deve ter ficado muito boa por eles não terem dito “Peter Pan e Sininho” como os principais.
Nós nos posicionamos, intercalando um homem e uma mulher. Para variar, tinha que ficar do meu lado.
- Juntem um pouco mais! – Um rapaz disse depois de alguns flashes serem disparados. Haviam quatro câmeras, era bem difícil saber para qual olhar.
me encarou enquanto passava sua mão por minha cintura para se aproximar. Senti arrepios já conhecidos e desviei meu olhar para as câmeras. Elas dispararam algumas vezes e então acabou.
Andamos o resto de caminho que havia até a porta de entrada com os garotos acenando e distribuindo sorriso ás fãs.
- E então, o que achou da seção tortura? – perguntou em meu ouvido enquanto adentrávamos um corredor escuro iluminado nas laterais por neons azuis e vermelhos.
- Não foi tão ruim assim, pelo menos não pra mim. – Ele sorriu e seus dentes ficaram florescentes, eu dei uma gargalhada.
- Hey! Seus dentes estão azul florescente! – Ele disse apontando para mim que ainda gargalhava.
- E eu to rindo porque os seus estão assim também! – Ele fez uma negação com a cabeça e me abraçou de lado quando a festa em si começou a aparecer.
Os donos da festa, o One Direction, estavam bem na entrada da festa para nos receber, todos vestidos de Mosqueteiros. Os cinco Mosqueteiros.
Os garotos cumprimentaram os rapazes para logo depois começar as apresentações.
- As garotas ali vocês já conhecem – apontou a Rafa e a Vivian, dizendo um pouco alto por causa do som. – Mas essas aqui não. – Ele chamou para mais perto. – A Mulher Gavião é a nova namorada do ! , esses são o Niall, , Louis, Zyan e o Liam, o One Direction. – recebeu beijinhos no rosto dos cinco. – E a Mulher Maravilha aqui – Apontou para mim, eu sorri. – É a melhor amiga dela e minha também, . – Eu repeti os gestos de e cumprimentei os cinco rapazes mosqueteiros.
- Cara onde vocês acharam elas? São lindas! – Niall comentou deixando a mim e sem graça. riu.
- Foi o que esbarrou com elas. E sabe o que as tornam especiais? – Ele fez suspense quando os caras negaram. – Elas são brasileiras! – havia me dado um sorriso sincero quando o fez lembrar a forma como nos conhecemos.
- Lá existem mais garotas bonitas como vocês? – Louis perguntou, nós concordamos com a cabeça. - Acho que agora a gente vai marcar logo uma turnê por lá, o que acham caras?
POV.
Graças a Deus um pouco de paz! Pegar mais bebidas pra turma foi uma ideia excelente para tirar a Vivian de perto de mim por um segundo.
Andei até o local e reparei em um grupo pequeno de pessoas assistindo ao rapaz fazendo malabarismos com a bebida. No meio daquelas fantasias todas, uma me chamou a atenção como vem chamado desde o momento que eu a vi pela primeira vez nessa noite.
A mulher maravilha.
Ela estava rindo e aplaudindo o malabarismo do rapaz juntamente com os outros. Procurei com os olhos e não o encontrei; ela estava ali sozinha.
O rapaz da bebida acabou seu malabarismo e depositou a bebida em uma taça, entregando para a... ? Desde quando ela bebe?
Me aproximei dela no mesmo instante em que ela se virava para ir embora. Ela pareceu se assustar com a minha presença, mas não o bastante para deixar transparecer.
Os passos dela não cessaram, muito menos os meus, e em poucos segundos ela estava em minha frente, já no outro não estava mais. Ela havia desviado de mim, mas não o suficiente para que eu não a agarrasse pelo braço. Seus olhos me fuzilaram para que eu a soltasse, mas eu não o fiz.
- Tá fugindo do quê? – Perguntei encarando bem seus olhos. Ela sustentou o olhar de forma sarcástica.
- Não estou fugindo, apenas não me misturo com qualquer um. – Se ela acha que me atingir é o melhor remédio, vamos ver quem faz isso melhor!
- Qualquer um que você estava aos beijos duas semanas atrás. – Soltei seu braço bruscamente e vi ela me encarar com ódio.
- Já me esqueci desse episódio lamentável da minha vida! – Ela disse séria, beirando a explosão de raiva, mas quem iria explodir era eu.
- É mesmo? – Me aproximei de seu corpo e ela não recuou. – Posso te beijar de novo pra você relembrar o quão lamentável foi o episódio. – Ela deu um meio sorriso e aproximou o rosto do meu levantando levemente os pés envoltos em um salto alto.
Sua mão direita foi parar em meu rosto e seu polegar fez carinho de leve ali. Senti minha respiração acelerar em expectativa ao vê-la aproximar ainda mais, sem tirar seus olhos dos meus.
- Vai atrás da sua namoradinha, ela com certeza não vai recusar essa oferta! – Disse isso com um sorriso sensual e se afastou.
Meu sangue começou a ferver de raiva enquanto ela virava as costas para mim para sair dali. Agarrei seu braço outra vez e, dessa vez, ela me olhou assustada.
- Você acha que pode brincar comigo desse jeito? – Estourei juntamente com meus nervos. Eu já não aguento mais essa brigas, esse vai-não-vai. continuou a me encarar sem dizer uma palavra. – Você sabe como é difícil controlar essa vontade de te beijar e de te encher de porrada, ? – Ela continuou sem dizer nada. – A gente podia estar bem agora, tudo podia ter sido resolvido com aquele beijo, mas não! – Eu neguei com a cabeça sentindo a raiva impulsionar o trabalho de uma glândula do meu corpo, a lacrimal. – Você tinha que estragar tudo! Você não consegue abrir mão do seu orgulho idiota, enquanto eu já fiz isso várias vezes pra tentar resolver as coisas entre nós dois.
- Você tá me machucando . – Ela sibilou olhando para seu braço que eu apertava com força. Eu soltei bruscamente e respirei fundo. Passei minha mão por meu rosto e limpei algumas lágrimas.
- E você tá me torturando . – Olhei no fundo de seus olhos e vi compreensão. Pela primeira vez nós dois havíamos concordado em algo: aquilo machucava aos dois.
O silêncio se apossou de nós dois mesmo com todo o barulho da festa. Nos olhos, frases mal ditas estavam se completando, pedidos de desculpa eram feitos mesmo sem querer.
- Olha só se não é a Mulher Maravilha e o Peter Pan! – Desviei meus olhos e vi se colocando ao lado de . O sorriso em seus lábios murchou ao ver nossas expressões. – Eu interrompi alguma coisa? – Perguntou olhando de mim para ela. negou com a cabeça e tentou sorrir. Entregou a ele a bebida que estava em suas mãos.
- Você perdeu. Foi incrível ele fazendo isso! – Ela disse apontando a taça. voltou a sorrir.
- É mesmo? Bom na próxima eu venho e vejo o show! – Disse andando para a direção em que nossas mesas estavam. – Vocês vêm ou o quê? – Perguntou vendo que eu e não nos movemos.
- Eu vou. – Disse. Ela voltou a me encarar. – Não tem como mudar o que foi feito e dito . – Falou para mim e saiu, andando até o .
- Mas tem como mudar o que será dito e feito a seguir! – Tive que elevar a voz para que ela me escutasse. Sua cabeça virou para trás e eu vi seus lábios sorrirem de leve para mim. Sua cabeça moveu em concordância. Mais uma vez nós chegamos a um consenso. Parece que as coisas estão evoluindo por aqui!
Sorri e me virei indo até o bar pegar as bebidas que eu já deveria ter levado para a mesa.
End POV.
- ? – Encarei o que me olhava sorrindo. – Eu to te chamando há horas! – Disse. Eu balancei minha cabeça me livrando do transe em que aquela conversa me deixou.
- Desculpa , o que você perguntou?
- Perguntei o que vocês dois estavam conversando antes de eu chegar. – Eu suspirei.
- Nada fora do comum. Ele me provocou, eu rebati, a gente brigou, como eu disse nada demais! – Dei de ombros avistando a mesa em que nós estávamos.
- E o que foi aquilo no final?
- Aquilo? – Ele concordou com a cabeça. – Nem eu sei ! – Chegamos até a mesa, mas não nos sentamos. virou de costas para a mesa e de frente pra mim.
- Vocês estavam se acertando! – Ele constatou depois de me encarar profundamente.
- Talvez... – Soltei essa completamente perdida nas frases que o me disse.
Você sabe como é difícil controlar essa vontade de te beijar e de te encher de porrada, ?
- É mesmo? Isso é ótimo! – sorriu e eu logo percebi a besteira que eu falei.
- Não ! Eu não quis dizer isso! Eu...
- , para de besteira! Sou eu o ! Seu melhor amigo lembra? – Escondi meu rosto em minhas mãos. – Você não pode negar logo pra mim! – Voltei a encará-lo.
- , eu já te disse que não quero saber dele mais. A gente tá se acertando não do jeito que você pensa, é só para a amizade de novo! – Seu rosto se preencheu de sarcasmo. – É sério. – Ele concordou com a cabeça e se virou, ficando ao meu lado.
- Se você diz . – Deu de ombros e nós fomos nos sentar á mesa.
#
- você vai embebedar a minha amiga! – Falei gargalhando depois de ver beber mais um drink maluco que o trouxe. Ele negou com a cabeça fervorosamente, já estava alterado também.
- Eu jamais farei algo que ela não queira! – Embolou um pouco arrancando mais risos meus e de que dançávamos uma música dance que eu não conhecia.
Começaram a brilhar aqueles neons malucos que te deixam meio tonta. Acabei ficando assim e resolvi ir ao banheiro para não passar mal. Eu tinha bebido um pouco dos drinks do e, é melhor não arriscar um vexame.
- Eu vou ao banheiro! – Gritei para que escutasse. Ele concordou com a cabeça e bebericou seu drink.
Saí andando em meio á multidão de Piratas, Fadas, Animais e... Nossa! Elvis Presley e Michel Jackson! Entre alguns outros que eu não consegui identificar enquanto eles esbarravam em mim. Demorei alguns minutos até finalmente sair do meio da loucura que estava a pista de dança e aquela bendita luz piscando loucamente não me ajudava em nada.
Respirei fundo tentando me localizar. Olhei ao redor e finalmente encontrei a placa de “Mulheres” acesa mais á frente após um pequeno beco escuro que separavam os dois banheiros. Aonde aquele lugar levava nem dava pra adivinhar, mas assim que eu passei percebi uma pequena iluminação ali onde um jardim de inverno se encontrava.
Entrei no banheiro e senti um alívio por não existir mais luzes piscando ao meu redor. Me encarei no espelho e assustei com o estado da minha maquiagem. Limpei alguns borrados de lápis e retoquei o mesmo e o meu batom. Dei uma boa arrumada em minha fantasia e em meu cabelo. Ainda bem que existe essa tiara pra disfarçar o estado precário da minha franja.
Sorri. Pra variar, comecei a fazer poses para fotos como já era costume quando eu estava em festa e demorava uns minutinhos á mais no banheiro com as meninas. Bateu até uma saudade daquelas loucas, elas iam amar essa festa á fantasia!
Ok, mas já tá na hora de voltar pra festa !
As luzes ainda estavam piscando como loucas quando eu saí. Demorei até alguns segundos para focalizar minhas vistas e sair andando, meio tonta novamente por causa da sensação de loucura que aqueles neons davam.
Fiquei ainda mais louca quando senti meu braço sendo puxado assim que passei em frente ao beco onde havia o jardim de inverno que eu reparei anteriormente. Meu coração bateu acelerado no escuro enquanto uma mão segurava minha boca fortemente e sufocava um grito assustado que já saia de minha garganta.
- Sou eu . – A voz de veio acompanhada de um sorriso. Depois de uns segundos ele retirou a mão de minha boca. Eu mal podia ver seu rosto piscando, acompanhando a luz.
- Nunca mais faça isso de novo! – Apontei em sua direção e ele gargalhou. Comecei a me sentir mais tonta ainda. O rosto de um Batman piscando a cada segundo em sua frente deixaria qualquer uma assim.
- Isso não, eu vou fazer pior. – Disse de forma sensual me imprensando na parede no mesmo momento e indo preencher meu pescoço de beijos molhados. Meu corpo inteiro estremeceu.
- , para! É perigoso! – Ele parou o que fazia para me encarar.
- Você acha mesmo? – Pude sentir sua sobrancelha arqueada por trás da mascara de Batman. – ninguém vai nos ver aqui se não olhar muito bem. Não acho que alguém se interesse por esse lugar com tantos sofás mais confortáveis lá fora. – Um sorriso safado apareceu em seus lábios e eu não consegui resistir. Ele tinha razão. Nem eu encarando muito bem veria alguém aqui.
- Por via das dúvidas. – Eu disse arrastando o meu Batman até mais ao meio do beco, onde as luzes piscando pegavam menos. – Assim é melhor. – Falei já o agarrando pelo pescoço e selando nossos lábios sedentos.
POV em 3ª Pessoa.
Depois de ir ao banheiro e retocar sua maquiagem, Vivian saiu do mesmo preparada para qualquer coisa que a brasileira vadia estivesse aprontando, afinal não havia ficado estranho com ela à toa. Alguma coisa aconteceu e não foi culpa dela, pelo menos era o que ela pensava.
Passou em frente a um pequeno beco que separava os banheiros masculino e feminino, e reparou um vulto bem no momento em que a luz neon da boate piscou. Ela já havia passado pelo local, mas parou em frente ao banheiro masculino sentindo que deveria voltar e olhar melhor. Fez isso e ficou encostada ao canto da parede, observando. A luz piscou algumas vezes e ela conseguiu ver um casal se agarrando no escuro.
Um sorriso de entendimento e até um pouco de surpresa se apossou de seus lábios assim que ela percebeu quem era o casal: e . Ficou observando mais um pouco e resolveu que aquela era uma oportunidade perfeita. Se os dois estavam escondidos ali, nada melhor do que ter alguma coisa com que ameaçar a garota se ela se atrevesse a ficar com o seu .
Agradeceu aos céus por estar com a câmera digital em mãos e se preparou para uma foto, mas não teve tempo, pois o casal partiu o beijo e se afastou. Vivian se escondeu bem atrás da parede e deixou apenas uma ponta de sua cabeça, suficiente para que seus olhos observassem.
retirou a máscara do rosto de , que estava atrapalhando o beijo dos dois, e o jogou em algum lugar no chão.
Vivian quase gargalhou de sua sorte. Agora sim daria pra ver na foto o rosto dos dois e isso era ainda mais perfeito.
Agora voltou a ficar em frente ao casal e posicionou a câmera digital. Ela teria que ser rápida por causa do flash para que eles não a vissem. Vivian tirou duas fotos e saiu dali com um sorriso de satisfação que qualquer um perceberia se a conhecesse bem, que ela havia aprontando algo.
“Essa vadia que me aguarde” Pensou olhando as fotos tiradas no visor da câmera.
Capítulo. 16
“, o que houve? Você não me deu atenção a noite inteira!” Vivian reclamou com o rapaz que estava mais uma vez perdido em pensamentos assim que chegaram ao apartamento dele. Ele fixou seus olhos aos dela e respirou fundo.
“Desculpe, eu só estou um pouco distraído.” Sibilou se levantando e indo até seu quarto para poder tomar um banho e tirar a fantasia de Peter Pan. Vivian foi logo atrás, o seguindo.
“Distraído? Você está me evitando!” Ela praticamente gritou. apenas respirou fundo mais uma vez tentando controlar um acesso de raiva. Foi até o banheiro. “Eu vou tomar um banho.” Disse antes de fechar a porta na cara de Vivian. Ela não ficou muito boa com sua atitude e urrou de raiva, arrancando as asas de sua fantasia e as atirando no chão do quarto.
Depois da crise de raiva ela escutou o chuveiro sendo aberto e viu que não tinha alternativa a não ser sentar e esperar que ele saísse. Já , queria ao máximo ficar para sempre no banheiro para não ter que encarar a Vivian mais uma vez. Eles dois não haviam voltado, era verdade, mas ele não deveria nem ao menos ter ficado com ela outra vez. Iria ferir os sentimentos dela como da última vez e ele não achava que aquilo fosse correto, mas se tornou necessário em prol dos acontecimentos.
Ele tentou, mas não lhe saiu dos pensamentos em nenhum segundo. Nem mesmo quando ele, com raiva, ligou para Vivian encontrá-lo e dormiu com ela para tentar provar a si mesmo que poderia esquecer rapidamente. “Foi só um beijo.” Indagava sem cessar em sua mente.
Depois de imaginar ter ficado uma eternidade em baixo do chuveiro com suas lamentações, se enxugou e abriu a porta do banheiro encontrando o olhar fixo de Vivian em cima dele. “Acho que me demorei por culpa da água quente.” tentou justificar vendo nos olhos verdes dela nenhuma mudança. “Então, o que você estava dizendo?” perguntou indo até seu guarda roupa para pegar uma boxer e uma bermuda.
“Quando é que você vai resolver que nós voltamos? Ou a gente ainda vai continuar com esse ficar sem compromisso?” Falou baixo assim que ele terminou de se trocar. se escorou na cômoda e cruzou seus braços.
“Eu não quero voltar Vivian.” disse decidido. O rosto dela se contorceu em desagrado. “Eu tenho que ser sincero com você” fez uma pausa para respirar fundo. Ele sabia que a magoaria, mas não havia outra opção. “Eu tentei de novo, foi por isso que te procurei, mas... Eu me apaixonei por outra pessoa.” os lábios de Vivian se abriram em surpresa. Ela jamais imaginaria que ele tivesse a audácia de dizer aquilo pra ela. “E eu não posso simplesmente ficar com você sabendo disso, eu não posso ignorar esse sentimento!” Vivian sentiu seu rosto ficar vermelho de ódio e colocou o mesmo escondido em suas mãos. Respirou fundo algumas vezes para se controlar o suficiente.
“Posso saber quem é?” fuzilou com os olhos marejados e ele apenas coçou a cabeça, muito nervoso. “Eu acho que você já tem um palpite.” ele respondeu e viu no meio sorriso de Vivian que tinha acertado. Ela respirou fundo mais uma vez para se controlar e disse entredentes. “Aquela garota brasileira.” mordeu seu lábio inferior e concordou com a cabeça.
Vivian se levantou achando que aquilo já era suficiente. Agora tinha certeza que suas suspeitas estavam no caminho certo e que não iria voltar para ela de bom grado, era hora de seguir com a parte principal de seu plano. Aquela garota ia pagar.
Ela foi para mais perto de que descruzou os braços e ficou apenas encarando os olhos da mulher que se aproximava. Vivian conseguiu sorrir, mas não fez o mesmo, estava apreensivo. “Eu disse uma vez e agora vou dizer de novo.” Ela começou com a voz baixa, olhando bem no fundo dos olhos azuis de . “Você vai se arrepender disso .” beijou os lábios dele que continuaram imóveis e se virou saindo do quarto sem olhar para trás e ver a expressão assustada no rosto dele.
End POV.
- Bom dia! - Abri meus olhos com dificuldade e vi olhando pra mim com um sorriso. - Trouxe café da manhã na cama pra você! - Esfreguei meus olhos enquanto me sentava na cama vendo uma bandeja perto de meus pés. - No menu de hoje, temos cereal de chocolate, leite, salada de frutas e suco de manga. - Uma rosa branca estava no canto da bandeja. pegou a mesma e cheirou. - Ela tem o seu perfume Mulher Maravilha. - Disse me entregando a rosa enquanto eu gargalhava do apelido.
- Você vai me chamar assim por quanto tempo? - Perguntei colocando a bandeja entre nós e pegando a salada de fruta.
- Acho que só por hoje já que você disse que nós vamos parar de nos pegar. - Ele deu de ombros roubando uma colherada da minha salada.
- Ainda bem que você lembrou! - Disse meio embolado por estar mastigando. - Nós temos que continuar aquela conversa sobre você ir atrás da Mary! - Ele fez careta e negou com a cabeça.
- Eu não vou atrás dela, .
- Você vai sim! - Falei vendo um bico enorme aparecer em seu rosto. - , já passou da hora de você ir atrás dela. - Ele negou com a cabeça novamente. - Se você não for vai perder o amor de sua vida e a sua melhor amiga! - Ele me olhou indignado.
- Você nunca faria isso! - Eu continuei com o rosto firme e ele percebeu que eu não estava brincando. - Isso é chantagem! - Disse indignado.
- , eu só to pedindo pra você ir até lá conversar com ela, não que vocês voltem. Quem vai resolver isso são vocês dois! – Ele comeu mais um pouco e ficou calado. – Por favor, Batman, eu não quero ter que ficar sem conversar com você! – Fiz manha e apertei as bochechas dele que ficaram vermelhas automaticamente. Ele fez uma careta pra mim.
- Tudo bem. Mas eu não garanto nada! – Ela apontou em minha direção e eu dei pulinhos retardados, batendo palmas. – Hey! Cuidado com a bandeja! – Falou gargalhando e segurando o objeto que pulava junto de mim.
#
- E então? – Perguntei assim que ele desligou o telefone.
- A amiga dela de trabalho me disse o endereço e o telefone da casa dela. Acho que eu vou ligar primeiro! – Eu neguei com a cabeça e o impedi de discar os números.
- Nem pensar! Você vai chegar lá de surpresa. – Ele fez uma careta e já ia protestar, mas eu o impedi novamente. – , esse tipo de conversa tem que ser pessoalmente, você não pode ver as expressões, os olhos e todo o resto por telefone! – Ele pareceu compreender, mesmo estando contrariado, e concordou com a cabeça.
- E o que você vai fazer sem mim? – Eu sorri e lhe dei um abraço.
- Eu vou voltar pra minha casa oras. – Ele riu em meu ouvido.
- Isso eu já sabia , quero dizer o que você realmente vai fazer quando eu viajar, já que agora você já sabe que o não está mais com a Vivian. – Ele me encarou e eu desviei o olhar.
- Eu vou deixar acontecer . – Ele sorriu, imagino por eu não ter dado uma negação em relação ao . – Eu cansei de negar , eu gosto daquele imbecil, mas não vou correr atrás dele. – Ele concordou com a cabeça.
- É assim que se fala! Tenho certeza que a minha mulher maravilha vai se sair muito bem sem mim por aqui! – Ele começou a fazer cócegas em mim e eu me desvencilhei de suas mãos, correndo até o outro lado da sala com ele gargalhando de mim e eu gargalhando das cócegas. – Que tal a gente almoçar fora pra comemorar? – Perguntou assim que conseguiu parar de rir, eu concordei com a cabeça. – Então liga pra que eu vou ligar pro e pro .
#
- Isso tudo é porque o tá indo, é? – Vi pelo reflexo do espelho sorrindo pra mim. Eu sorri de forma involuntária.
- Claro que não. Só estou me arrumando um pouquinho. - Dei de ombros e ele gargalhou de um jeito sarcástico.
- Então agiliza aí porque eles já estão prontos. - Eu concordei e fui dar os retoques na maquiagem e na roupa.
Confesso que ver o sabendo que ele não estava mais com a vadia loira era realmente um grande alívio. Estava ficando complicado ter que esconder os ciúmes que haviam apossado de mim, afinal desde que eu e nos conhecemos eu nunca o vi com nenhuma mulher, então eu ainda não sabia o que era sentir ciúmes dele porque eu nunca tive motivos pra isso. Ao contrário dele que já havia me visto com o James e com o Carlos, mesmo não havendo motivos para ciúmes de nenhum dos dois eu sei que ele sente do mesmo jeito.
- Anda logo, mulher maravilha! - gritou e eu apenas me deixei acordar desses pensamentos. Peguei minha bolsa e sai encontrando com todos do lado de fora da casa de .
Ele trancou a casa e veio nos acompanhar até os carros. Até então eu não havia visto o , mas foi por pouco tempo. andou até o carro do que eu reconheci estacionado na frente da garagem enquanto , , e Rafa iam no carro do .
- A gente não vai no seu carro? - Perguntei avistando sentado no capô do carro, aproveitando o pouco de sol que apareceu naquele Outono sempre nublado.
- Vamos ajudar a natureza , você sempre me disse isso. - Eu concordei com a cabeça meio perdida na visão deslumbrante de com óculos escuros. Ele havia cortado um pouco seus cabelos e arrumado da forma bagunçada de sempre. Uma camisa verde de gola v, colava em seus músculos delineados e a calça jeans também um pouco colada deixava ele super sexy, ou talvez minha mente me induzisse a pensar isso.
Quando dei por mim lá estava ele se levantando e sorrindo pra mim. Foi para o lado do passageiro e abriu a porta, se encostou nela de forma ainda mais sexy.
- Você não está com medo de entrar, não é? - Idiota, idiota, idiota! Me aproximei da porta para entrar e sorri pra ele, bem próxima de seu rosto.
- Porque eu teria medo? Por causa de você? Me poupe ! - Disse baixo, mas a última parte de uma forma brincalhona. Entrei no carro e fechou a porta, gargalhando de leve.
POV.
- Então ela me convenceu a ir atrás da Mary. Eu vou viajar amanhã pra pegá-la de surpresa. - terminou de falar deixando todos realmente contentes por ele ter finalmente caído na real de que ele tinha que ir atrás da Mary e, para variar, tinha que ter o dedo da nisso.
- Agora que você já contou o quanto eu sou incrível por colocar juízo na sua cabeça, eu vou até ali e quando o almoço chegar vocês me chamam. - Ela se levantou e o pessoal concordou com a cabeça sobre chamá-la. Acompanhei ela com o olhar se dirigindo até a sacada do restaurante para admirar a vista da cidade.
se aproximou da sacada de vidro e ficou ali um instante, depositando seus braços em cima da mesma. Ela virou sua cabeça para trás por um momento, me pegando no flagra a encará-la, mas em vez de me ignorar como sempre, ela sorriu pra mim e voltou a olhar para frente.
Pra mim isso é com certeza um convite.
Me levantei da cadeira, sem precisar explicar onde eu estava indo, todos ali estavam bem cientes disso pelos olhares que recebi. Não é a toa que eles nem ao menos se preocuparam em dizer nada, continuando com suas conversas das quais eu não estava prestando atenção.
Ao me aproximar, senti que ela havia reparado em minha presença, mas não disse nada, apenas continuou a observar os longos prédios cinzentos.
Fiquei ao seu lado e resolvi não falar também. No fundo eu estava com receio do que poderia acontecer agora que a gente deixou tantas coisas em claro, ou pelo menos da minha parte. Da dela eu ainda tenho muitas dúvidas rondando minha cabeça.
- A vida é engraçada, não acha? - Ela começou dizendo sem me encarar, eu não respondi nada. - Há quatro meses eu era uma fã qualquer e você o ídolo inalcançável. - Ela respirou fundo. - E hoje nós estamos aqui, com essa relação tão estranha. - Ela deu de ombros.
- No início ela não era tão estranha assim. - Eu completei vendo ela me encarar com um meio sorriso em concordância.
- Lembra quando eles nos trancaram na casa do ? - Eu concordei com a cabeça. - A gente disse que ia começar de novo, e mais uma vez estragamos tudo. - Ela sorriu e eu também.
- Nós somos muito bons em estragar tudo. - Gargalhei e ela gargalhou junto.
- É, somos sim.
Nossos olhares se fixaram e aos poucos nossas gargalhadas cessaram, restando apenas sorrisos sinceros e cúmplices. de repente se tornou tímida e abaixou o olhar, virando-se e encarando a vista novamente. Não consegui me conter em fazer um comentário.
- O problema é que você é muito orgulhosa.
- E você é um grande idiota.
- Mas sou o idiota que mais ama você. - Ela me encarou com surpresa, assustada pelo que eu disse. Eu apenas fiquei observando sua reação sem nem ao menos acreditar no quanto estava ficando fácil me declarar pra ela.
Ela voltou a desviar o olhar, respirando fundo algumas vezes. Eu podia sentir mais uma discussão vindo por aí. não deve ter uma boa recordação da minha última declaração de amor. Nem eu mesmo tenho!
- Você não ama ninguém , não da forma como você age. - Senti meu coração disparar. Pelo menos dessa vez nós não estamos discutindo, mas ela também não perde a oportunidade de me atingir.
- Talvez seja isso, ou talvez você simplesmente não quer aceitar o fato de que eu estou apaixonado por você. - Seu rosto virou-se em minha direção e sua testa franzida me fez perceber que eu a havia irritado.
- Eu não preciso aceitar fato nenhum! Todo mundo sabe que você não se importa com nada além de você mesmo! Você não tem capacidade de amar ninguém! - Senti a raiva subir dentro de mim, mas tentei me controlar. Não é fácil escutar coisas desse tipo da pessoa que você ama. Mais difícil ainda é não evitar devolver na mesma moeda.
- Sabe de uma coisa, ? Acho que os seus traumas te fizeram duvidar do amor que alguém possa ter por você. Criaram um muro que impede que qualquer sinal de sentimento tome conta do que você tem aí dentro. E por mais que eu já tenha dito que iria desistir de você, eu não vou! Nada pode mudar o que eu sinto e o que você sente. - Fiz uma pausa para respirar. me encarava com uma expressão indecifrável. - Eu vou continuar lutando por você e, um dia, eu vou conseguir quebrar essa barreira que existe aí. - Apontei para o seu peito.
Me aproximei dela devagar percebendo que seu corpo começou a ficar rígido com a proximidade, mas eu nem me importei. Deixei minha mão repousar em sua cintura, enquanto a esquerda passeava por seus cabelos. Abri um sorriso o ver que ela não se afastou.
- Eu só te peço para não demorar muito. - Sussurrei bem próximo ao seu rosto. Ela continuou estática, encarando meus olhos com firmeza. - Fica cada dia mais difícil te ver e não poder sentir os seus lábios nos meus. - Senti meu coração palpitar com a lembrança do gosto dela, do toque dela, do cheiro dela. Fiquei viciado com apenas um beijo!
- Por favor, , não insiste! É que... É muito difícil confiar em você depois de tudo o que aconteceu. - Ela desviou o olhar e respirou fundo. - Eu só não estou pronta – Voltou a me encarar com um pequeno sorriso. - Ainda. - Completou dando de ombros. Eu sorri também, satisfeito por ter conseguido arrancar aquilo dela. Já é um começo!
- Hey, vocês dois! - Viramos o rosto na direção da mesa em que estávamos. - O almoço chegou! - disse sorrindo com um pequeno pedido de desculpas nos olhos. Ele deve estar pensando que atrapalhou alguma coisa.
Bom, pelo menos dessa vez não.
se afastou de mim sorrindo para depois me dar um abraço que me pegou completamente de surpresa.
Meus braços a apertaram, e eu me deixei mergulhar em seus cabelos que cheiravam a xampoo de camomila. Senti seus dedos apertando de leve o meu cabelo e sua respiração bateu em meu pescoço me deixando arrepiado. Ficamos um bom tempo assim, o almoço ficou esquecido e o resto do mundo também.
- Só não desista de mim. - Ela sibilou baixo em meu ouvido. Concordei com a cabeça anestesiado pelo seu perfume. - E não vacile mais. - Ela se afastou com um sorriso e eu sorri também, segurando suas mãos.
- Eu não posso prometer, mas vou fazer o meu máximo! Enquanto a desistir, eu jamais farei isso. - Falei. Ela concordou com a cabeça e mordeu o lábio inferior, saindo em seguida, indo até a mesa. Fui logo atrás, ainda me sentindo imensamente feliz por essa conversa.
End POV.
- Graças a Deus só falta essa última parte! - Ashley disse assim que eu acabei de copiar a última folha. Eu sorri. Era mesmo um grande alívio acabar aquele trabalho.
- Eu acho que dá pra ganhar total na parte escrita. - Falei folheando o que a gente já havia feito. Estava realmente impecável.
- Eu preciso tirar total em tudo, até na apresentação! - Ela comentou preocupada.
- Você não é muito de estudar não é? - Ela sorriu da minha pergunta e concordou com a cabeça.
- Não é como se eu tivesse muita escolha. - Ela deu de ombros e eu franzi a testa. Ela percebeu que eu não havia entendido e respirou fundo. - Você promete que não vai contar pra ninguém? Principalmente pra alguém daquela escola! - Ela apontou em minha direção e eu concordei com a cabeça, curiosa. - Eu não sou rica como as pessoas pensam. - Começou. - Eu trabalho pra ajudar meus pais. - Ela deu de ombros olhando pro nada. - E o tempo que eu tinha pra estudar eu perco indo de metrô até o local que fica bem longe de casa.
- Por isso que você chega atrasada praticamente todos os dias? - Perguntei.
- É sim, porque eu vou dormir tarde, pois demora pra chegar lá em casa e aí eu sempre demoro pra acordar de manhã.
- Mas você não devia ter vergonha disso Ashley. Isso é até bem nobre de sua parte! - Eu comentei e ela me encarou.
- Obrigada. - Ela sorriu de leve. - Sabe , você é bem diferente do que eu imaginava! - Eu sorri também.
- Digo o mesmo. - Ela gargalhou e voltou a encarar o nada. - Se precisar de mim pra te ajudar na escola, sabe, é só dizer. - Eu dei de ombros. Ela sorriu.
- Valeu mesmo. - Ela disse. - Então, acho que eu vou embora. Depois a gente combina pra terminar e ensaiar pra apresentação. - Disse se levantando. Eu concordei com a cabeça e me levantei também.
Ashley POV.
- Sabe Viv, eu gosto dela. - Comentei depois de contar as coisas que eu havia descoberto hoje. Vivian me encarou com um olhar furioso, como se eu houvesse a insultado.
- Você gosta da vadia que tá roubando o meu de mim? - Falou furiosa. Eu tratei logo de me defender.
- Não é isso! É só que ela é uma garota legal e nem com o ela está. Você já pensou que pode ser ele que está correndo atrás dela e não o contrário? - Ela jogou o celular na parede me assustando completamente com sua brutalidade.
- Você tá brincando com a minha cara Ashley? O jamais ficaria atrás de uma garotinha como aquela, não estando comigo ao seu lado! - Ela se levantou e virou de costas me parecendo transtornada. - Aquela vadia enfeitiçou o meu pra tirar ele de mim, mas eu te disse que isso não vai acontecer! - Ela voltou a se sentar agora me encarando. - Eu tenho um plano e vou precisar de você nele.
- Que plano, Viv? - Perguntei assustada com seu tom de voz estranho. Quase como uma psicopata fala naqueles filmes loucos.
- Não vou te contar agora. Preciso de um tempo pra planejar tudo bem, não pode ter erros. - Ela disse mais pra si mesma do que para mim.
- Se você diz... - Comentei baixo.
- Droga! Vou ter que comprar outro celular! – Ela comentou irritada ao perceber que havia quebrado mais um celular. Eu apenas tentei não rolar os olhos.
End POV.
- E então? Me conta tudo! – Escutei a gargalhada de do outro lado da linha.
- Como sempre você tinha razão. Vir aqui foi a melhor coisa que eu já fiz Leitão. – Dei pequenos gritinhos de alegria. – Nós conversamos e resolvemos tudo.
- Eu disse! Que lindo! Então o noivado foi reatado? – soltou uma risada em concordância. Ele estava visivelmente feliz.
- Na verdade, eu pedi ela em casamento novamente! E fiquei até mais nervoso do que na primeira vez. – Seus risos me contagiaram e eu acabei sorrindo também.
- Fico muito feliz por vocês Pooh. Você sabe!
- Então, e como estão as coisas aí? Tem visto o ? – Perguntou como quem não quer nada. Eu suspirei.
- Desde o domingo que não o vejo.
- E? – Deixou vago. Eu respirei fundo algumas vezes, mas não disse nada. – do que é que você tem tanto medo? Vocês praticamente se acertaram! Ele estava super animado com aquela conversa que vocês tiveram! – Eu baguncei meu cabelo por puro nervosismo, vi entrar no meu quarto e fuçar meu guarda-roupa.
- , uma conversa não me fez esquecer tudo o que já aconteceu com a gente. – me encarou com a sobrancelha arqueada e voltou a mexer em meu guarda-roupa.
- Certo, isso todo mundo sabe. O que eu não entendo é o porquê de você simplesmente não ignorar isso e ser feliz !
- É porque ela é uma grande cabeça dura. – gritou, como ela escutou o que o disse eu não sei. Sei menos ainda é como ele conseguiu escutar.
- Tá vendo? Até a concorda. E olha que ela não teve lá uma boa impressão do no inicio assim como você! – Eu neguei com a cabeça vendo fechar a porta do meu guarda-roupa.
- , chega ok? Se for pra dar certo, eu tenho certeza que dará. Não vamos tentar apressar as coisas! sabe que eu não estou pronta e entende isso. – sorriu de forma maliciosa e eu rolei os olhos. – E eu tenho que dormir! Estudar se lembra?
- Ok, você tá fugindo do assunto agora, mas quando eu chegar aí a gente continua!
- Tá legal . Beijos! Manda um beijão pra Mary! – Ele concordou. – Te amo Pooh chato! – Fiz uma voz manhosa e ele gargalhou.
- Também te amo Leitão, vulgo mulher maravilha. – Eu gargalhei também. – Boa noite! Manda um beijo pra ! – gritou um “Beijo !” e eu escutei mais uma gargalhada dele antes de desligar.
- Você devia considerar os nossos pedidos. – A encarei vendo se levantar da minha cama e ir em direção á porta do quarto. – Vocês já se beijaram em Manchester, ele voltou com a vagabith da Vivian e mesmo assim não tirou você da cabeça. Já disse que não vai desistir de você, entre outras coisas. – Ela se encostou ao batente da porta, me fitando. - Ele está se esforçando , você deveria fazer o mesmo! – Eu soltei um suspiro pesado e me deitei na cama. Encarei o teto por alguns segundos.
- Eu não sei. Alguma coisa me diz que eu devo esperar . – Virei meu pescoço para encará-la. – Eu não quero me iludir para sofrer mais uma decepção, entende? – Ela concordou com a cabeça.
- Você sabe que eu só quero o melhor pra você, então... – Ela deu de ombros. – Faça o que achar melhor amiga. – Eu sorri, agradecida. – Boa noite! – Ela disse antes de fechar a porta do quarto.
Você está certa.
Sobre o quê?
Esperar.
É, eu espero que sim. Tenho medo de me machucar estando com ele, mas tenho medo ainda maior dele desistir de mim. Ainda mais agora que eu vi que a Vivian continua louca por ele!
Mas ele ama você.
Isso é o que ele diz agora. Ele pode ter quem quiser consciência. Eu não sou nada!
O que aconteceu com a sua autoestima? Se você não fosse nada ele não teria te escolhido!
Tem razão. Eu só espero que nada mais dê errado.
POV.
12 de Outubro de 2012
Avistei a porta do apartamento dela e respirei fundo. Senti minhas mãos tremerem idiotamente. Eu preciso me controlar. Preciso!
Olhei algumas vezes para a campainha, mas não cheguei a tocá-la. O fato de ter me dito que ela estaria ali sozinha não ajudou em nada. Seria mais fácil se ela estivesse aí.
Passei minhas mãos por meu cabelo mais curto, tentando deixá-los mais arrumados, o que não deu pra saber já que eu não tinha nenhum espelho por perto. Respirei fundo novamente e levei minha mão direita até a campainha, tocando-a.
Um minuto se passou até que ela viesse abrir a porta. Quase perdi meus cabelos com a expectativa que surgiu nesse tempo. Quando a porta se abriu, minhas pernas tremeram.
- ? – Perguntou surpresa ao me ver na porta. Mordi meu lábio inferior e cocei minha cabeça.
- Oi! – Respirei fundo encarando seus olhos surpresos. – Será que eu posso...? – Apontei a entrada da casa e ela pareceu se lembrar que não havia me convidado.
- É claro! – Disse baixo dando espaço para que eu entrasse. – Desculpe, é que você me pegou de surpresa! – Ela explicou fechando a porta do apartamento.
- Eu deveria ter avisado. Desculpa. – Falei, nervoso. – Na verdade eu resolvi vir aqui de última hora. – Dei de ombros.
- Quer sentar? – Perguntou apontando o sofá mais ao longe. – Eu estava lendo um livro. – Disse enquanto eu a acompanhava. sentou no sofá de dois lugares onde um edredom estava embolado. Eu me sentei na poltrona. Achei melhor, já que a simples presença dela ali estava me deixando tonto.
Ficamos em silêncio por um tempo apenas nos encarando.
- A te abandonou hoje então? – Perguntei para quebrar o clima chato que pairou no ar. Ela negou com a cabeça.
- Na verdade, eu não estava muito a fim de sair. – Deu de ombros abrindo um meio sorriso. – Ela até que me chamou sabe? – Concordei com a cabeça ficando ainda mais nervoso. Merda! Por que eu escolhi vir aqui, logo quando ela não está afim de sair? burro! – Mas então, o que te traz aqui? – Perguntou com um meio sorriso.
- Ahñ, nada! Na verdade eu vim ver se o estava aqui! – Menti descaradamente. Ela arqueou a sobrancelha.
- Acho que você não mente muito bem . – Eu dei uma gargalhada pra tentar esconder meu nervosismo.
Ela me encarou sugestivamente, induzindo minha boca a se abrir e fazer o que eu iria fazer, mas por alguns minutos eu fiquei estático a encarando. Por fim, respirei fundo e esfreguei minhas mãos tremulas e suadas umas nas outras.
- Ok. – Falei e vi as feições de mudarem para a curiosidade. – Eu vim até aqui pra... Eu... Quer sair comigo hoje?
End POV
- Você quer dizer como... – Eu comecei, mas não consegui terminar a frase.
- Um encontro? – Ele completou. Eu concordei com a cabeça. – Acho que sim, se você concordar é claro! – Disse todo nervoso.
Ai meu Deus, eu aceito ou não?
É claro que sim! Você disse que iria esperar, mas não custa nada sair com ele!
Ah, eu não sei...
Aceita logo !
- Só se a gente não for a nenhum lugar muito chique! Meu cabelo tá horrível! – Reclamei com um sorriso nervoso, mexendo em meu cabelo. sorriu aliviado, pelo que parece.
- Eu estava pensando em um lugar mais reservado. Sei que você vai gostar. – Piscou um olho parecendo ter desaparecido toda a insegurança e nervosismo com a qual ele estava antes de me perguntar.
- Ok! Eu só vou me arrumar. Pode ficar a vontade aí! – Falei me levantando e jogando o controle da TV para ele.
- Hey . – Disse antes de eu sumir no corredor. – Só não vá de vestido. – Eu franzi minha testa, mas concordei. O porquê do pedido eu tenho a impressão que só vou descobrir quando chegar no local reservado que ele disse.
#
- , a gente já está chegando? - Perguntei um pouco nervosa vendo a cidade desaparecer atrás de mim.
- Relaxa . Eu não vou te sequestrar. - Ele me deu um olhar sugestivo pra depois voltar a encarar a estrada. Eu respirei fundo. - Nós já estamos chegando. - Ele completou antes de virar à direita onde um pequeno morro apareceu.
O carro subiu o morro que, no início parecia bem pequeno, mas depois deu pra perceber o quanto era alto. Depois de uns minutos, uma pequena legião de árvores enormes começaram a aparecer. A iluminação do local era praticamente nula. Sorte que a lua estava bem cheia para ajudar.
Quando chegamos ao topo, estacionou o carro próximo a uma árvore. Não disse nada, apenas saiu do carro me deixando estática lá dentro.
- Não vai descer? - Ele perguntou se encostando à porta do meu lado. Eu concordei com a cabeça e abri a porta, saindo em seguida.
- Onde estamos? - Perguntei ao vê-lo andar para o outro lado do local.
- No meu pequeno paraíso. - Falou de costas para mim, me deixando curiosa de ir até lá e ver o que ele estava vendo.
A visão foi de tirar o fôlego. Eu demorei alguns segundos para acreditar que estava vendo mesmo aquilo.
Dava pra ver uma grande parte de Londres, toda iluminada principalmente nas áreas que pareciam ser o centro. O London Eye brilhava em meio à escuridão do céu e até o Big Bang dava pra ser visto ao fundo.
- Uau! - Sibilei ainda encantada com o espetáculo que meus olhos presenciavam. me deu um sorriso lindo e voltou a olhar a vista. - Obrigada por me mostrar isso aqui . É realmente muito lindo!
- Eu acho que eu tenho que agradecer. Agora esse lugar vai me lembrar você. - Ele deu de ombros. Senti meu coração enlouquecer em meu peito. - Quer sentar? - Perguntou. Eu olhei ao meu redor e não vi lugar pra sentar.
- Quero, mas aqui só tem como sentar no chão. - Eu brinquei e ele riu.
Um vento muito forte começou a soprar, balançando as folhas das gigantes árvores e fazendo muitas delas voarem pelos ares. Outono em Londres.
- Foi por isso que eu te pedi pra não vir de vestido. - Eu sorri. - Eu trouxe umas cobertas no carro. - Ele falou andando até o porta-malas do automóvel. Eu apenas o observei, me abraçando para tentar me esquentar do frio que o vento trazia. Em poucos minutos ele retornou com duas cobertas. Me entregou uma delas e eu logo me enrolei. A outra ele estendeu no chão e apontou para que eu sentasse. Assim que o fiz ele me acompanhou.
- A gente vai ter que dividir. - Ele comentou baixo, me encarando com seus olhos azuis brilhando à luz da lua cheia. Respondi com um sorriso, entregando a ele uma parte do cobertor.
POV.
Estávamos observando a vista por bem uns quinze minutos, se não mais, quando encostou sua cabeça em meu ombro. Eu encarei seu rosto onde havia um pequeno sorriso. Seus olhos estavam fechados e havia uma grande paz estampada em seu rosto sereno.
Sem ter medo, deixei que meu braço esquerdo a abraçasse por trás e a puxei para mais perto de mim. Seus olhos se abriram, mas o sorriso continuava ali, me deixando feliz. Feliz porque ela estava ali. Feliz porque do lado dela, não havia como ficar de outro jeito.
Seus olhos voltaram a se fechar e ela se aninhou ainda mais em mim.
ficou de olhos fechados por tanto tempo que eu comecei a achar que ela havia adormecido. Aproximei meu rosto do seu e cochichei em seu ouvido.
- Tá dormindo? - Ela negou com a cabeça.
- To quase. - Disse sussurrando e deixando um pequeno sorriso se abrir.
Seus olhos se abriram e me encararam. O brilho que reluzia dali me deixava hipnotizado como um bobo apaixonado. E no fim das contas, era isso o que eu era, não é?
Eu me senti tentado. Queria beijá-la novamente, sentir aquele gosto doce e a maciez de seus lábios rosados. Meu coração palpitou dentro do peito só com a possibilidade desse acontecimento. Mordi meu lábio inferior o que chamou a atenção dela para aquele local. Quando ela voltou a me encarar, eu pude ver um desejo ali assim como em meus olhos devem estar transparecendo. Minha mão direita foi até o rosto dela automaticamente e começou a fazer carinho por ali fazendo os olhos dela se fecharem. Aproximei ainda mais meu rosto do dela e deixei que nossos narizes se encostassem. A sensação que me atingiu é que aquele era o meu lugar. Aquilo era simplesmente certo e inevitável. Não há maneiras de enganar o amor.
abriu os olhos e me olhou assustada. Me afastei ao ver esse olhar.
- O que foi? - Ela perguntou. Eu voltei a encará-la.
- Desculpe . Você me disse que não estava pronta, mas eu continuo insistindo.
- Foi por isso que você não me beijou? - Ela disse baixo. Eu concordei com a cabeça. - Eu achei... Que burra. - Ela gargalhou nervosa.
- O quê? Você achou o quê? - Perguntei. Ela abaixou o olhar parecendo envergonhada.
- Achei que você tinha perdido a vontade, sei lá. - Ela deu de ombros. - Eu fiquei esperando e você... Você não me beijou. - Um sorriso apareceu em meu rosto. Me aproximei dela e peguei seu rosto em minhas mãos fazendo com que ela me encarasse.
- Eu sempre vou ter vontade de beijar você, . - Ela deu um meio sorriso. - O seu beijo é o meu mais novo vício. - Falei em seu ouvido. Ela gargalhou. - O quê? - Perguntei vendo ela gargalhar mais.
- Isso foi engraçado! - Ela disse ainda rindo. Eu neguei com a cabeça.
Depois de alguns segundos nos voltamos a ficar calados, apenas nos encarando. Eu e ela ajoelhados um na frente do outro. estremeceu quando um vento frio voltou a soprar. Peguei o cobertor e nos cobri pela cabeça. O que já era escuro, agora virou um breu. voltou a gargalhar.
- Eu não vou ver nada aqui ! - Reclamou.
- Você não precisa ver. Apenas sinta. - Sussurrei já próximo a ela.
Minhas mãos a puxaram pela cintura colando nossos corpos de maneira desajeitada. sorriu baixo depositando suas mãos ao redor do meu pescoço. Senti um arrepio me percorrer com o toque dela. Não aguentei esperar mais nenhum segundo.
End POV.
Meu corpo todo estremeceu e eu me senti agradecida por estar de joelhos e bem segura nos braços dele. Seu beijo parecia ainda melhor do que da última vez que nos beijamos. E era difícil não perceber o quando eu ansiava por sentir aqueles lábios novamente.
Nossas bocas começaram a ficar sedentas a cada movimento, deixando o beijo cada vez mais quente. Talvez a culpa de meu corpo inteiro estar queimando seja do cobertor.
me apertava contra seu corpo como se estivesse querendo nos fundir em um só. Uma difícil missão que só mesmo ele conseguiria fazer com sucesso.
O ar começou a fazer falta para nós dois, por isso nos afastamos um pouco, mas nossas testas ficaram grudadas. Eu só conseguia escutar nossas respirações pesadas.
- Senti falta disso. - Ele disse baixinho, roçando seu nariz no meu como um beijo de esquimó. Eu sorri automaticamente.
- Vai ser muito estranho se eu disser que eu também? - Perguntei o abraçando. Escutei seu riso em meu ouvido e ele começou a me dar carinho em meus cabelos.
- Sabe, eu sempre quis escutar você admitindo isso. - Ele depositou um beijo atrás de meu ouvido me causando um arrepio. - Acho que encontrei um ponto fraco. - Ele brincou. Eu dei um pequeno tapa em seu braço fazendo ele rir.
- Tá com fome? - Perguntou. Eu concordei com a cabeça. - A gente pode ir lá pra casa e pedir uma pizza. Você liga pra e chama eles pra irem pra lá. - Ele deu de ombros.
- Que tal a gente ligar pra pizzaria dentro do carro? Eu to realmente faminta! - Ele gargalhou, mas concordou comigo.
- Ok. Quando a gente estiver perto de casa a gente liga. - Me deu um selinho demorado e se levantou. Estendeu a mão me ajudando a levantar também.
- Hey amiga! Tá fazendo o que? - Perguntei.
- Nada. Eu tava indo pra casa, por quê?
- É que eu e o estamos indo pedir uma pizza e pensamos se vocês não queriam também. - Ele me deu um sorriso, concentrado na rua.
- Hum você e o , é? - Disse toda sarcástica. - Ok! Vocês tão na casa dele?
- Nós estamos chegando lá. - Respondi.
- Tá bom. Eu e o chegamos daqui a pouco!
- Ok. Beijo, amiga!
- Beijo!
- Eles vão. - Falei para o que concordou com a cabeça.
- Então vão saber de primeira mão que eu finalmente consegui domar a fera. - Brincou pegando minha mão esquerda e beijando a palma.
- Idiota! - Ele gargalhou.
- Princesa. - Disse em resposta me deixando envergonhada.
- Você sabe o quanto eu tô feliz de você vir aqui em casa finalmente estando comigo? - Me deu um beijo na testa e me abraçou em seguida. Eu concordei com a cabeça em meio ao abraço.
- É bem estranho, mas eu posso me acostumar com isso. - Brinquei e ele sorriu, me beijando em seguida. Paramos assim que o elevador se abriu.
Andamos abraçados até a porta do apartamento dele. tirou a chave de dentro do bolso e colocou na fechadura. Abriu a porta e fez uma reverência estranha pra que eu entrasse. Eu apenas gargalhei.
Assim que entrei, reparei que havia na mesa de jantar, um pequeno jantar à luz de velas. Estas estavam apagadas, mas ainda assim a mesa estava linda.
Encarei com um sorriso. Ele havia armado aquilo tudo e feito um jantar pra mim! Tem coisa mais romântica?
Ele parecia estar tão surpreso do que eu ao encarar a mesa. É um perfeito ator tenho que admitir.
- Ah, finalmente você chegou xuxuzinho! - Eu não posso estar escutando a voz dessa vadia, não posso!
Capítulo. 17
- Eu cheguei em casa e não te vi! Resolvi preparar uma surpresa! - A puta loira estava apenas enrolada em uma toalha próximo à mesa de jantar. De toalha na casa do . - Só não sabia que você viria com companhia. - Disse parecendo perceber minha presença. - Você vai querer ficar para o jantar ? - Perguntou com um sorriso sarcástico no rosto. Eu simplesmente tive que me segurar para não vomitar ao ouvir meu nome sair da boca daquela vadia!
Virei meu olhar para que olhava completamente assustado para Vivian. Eu me senti enojada. O filho da puta só queria brincar comigo enquanto sua namoradinha estava nua em sua casa apenas esperando ele chegar.
- Na verdade, eu não estou com fome. - Falei entredentes, me segurando para não gritar. - E eu já vou indo para deixar vocês dois mais à vontade. - Virei-me em direção a porta do apartamento e comecei a andar em passos largos para fora daquele lugar.
- ! - veio atrás de mim e eu escutei ele gritar enquanto eu esperava impaciente o elevador aparecer. Que inferno! - Eu não sabia que ela estava aqui! Eu... Meu Deus eu nem fazia ideia! - Senti sua mão me puxar para encará-lo. Olhei com bastante relutância.
Deus, ele parece estar apavorado.
- Por favor, acredita em mim! - Suplicou. - Eu jamais te traria aqui se soubesse! - Meus olhos se estreitaram com o ódio que me invadiu.
- Oh, será mesmo? - Falei sarcasticamente. - Imagino que agora você finalmente conseguiu sua vingança não é mesmo ? - Ele me encarou com os olhos confusos. - Bom, foi excelente, de verdade, você está de parabéns! A idiota aqui não sacou nada! - Senti meus olhos se encherem de lágrimas, mas engoli o choro. O elevador abriu.
- O quê? Do que você tá falando?
- Quando eu finalmente estava cedendo você viu que era uma ótima oportunidade para se vingar do ocorrido em Manchester. E olha só? Você conseguiu! - Eu entrei no elevador e apertei o botão para a porta se fechar. - Foi a última vez que você brincou comigo. - Falei baixo vendo o elevador ir se fechando à minha frente. pareceu perceber e tentou impedir, mas graças a Deus, sem sucesso.
POV.
- ! - Vi o elevador se fechar em minha frente. - QUE DROGA! - Gritei socando o ferro do elevador. Senti minha mão latejar, mas não sei se é por causa da dor ou da vontade de socar a Vivian.
Entrei rapidamente em casa e a vi lá acendendo as velas que estava em cima da mesa de jantar, agindo como se nada tivesse acontecido.
- Que diabos você pensa que está fazendo? - Perguntei aos gritos. Ela fingiu de desentendida ao me encarar.
- Eu estou ascendendo as velas pro nosso jantar. - Disse apontando a mesa.
Não aguentei me segurar e fui em direção a ela que me olhou assustada quando eu a agarrei pelo braço.
- Você acha que eu estou brincando com você Vivian? Eu não quero mais saber de você! - Ela estreitou os olhos verdes e me deu um pequeno sorriso.
- Desculpe se eu atrapalhei alguma coisa xuxuzinho. - Falou com aquela voz irritante. Soltei seu braço com força.
- Como você entrou aqui? - Perguntei me afastando dela, antes que eu explodisse.
- Eu usei a minha chave. - Ela deu de ombros. Eu voltei a me aproximar.
- Me devolva, AGORA! - Gritei. Ela deu um meio sorriso e foi até a cozinha, retornando depois com as chaves nas mãos. - Agora suma da minha casa! - Apontei a porta da rua para ela assim que ela me entregou as chaves.
- Você vai me fazer ir embora assim? - Disse pegando a toalha e desenrolando em minha frente. Deixou a mesma cair no chão enquanto ficava nua. Eu me senti ainda mais puto enquanto desviava o olhar.
- Você tem cinco minutos para se vestir e desaparecer da minha frente Vivian. - Falei entre dentes. Só pude escutar seu bufo pesado seguido de passos para a escada. Quando me virei e não a vi finalmente pude respirar direito.
Que encosto que eu fui arrumar! Não vejo a hora dela sair e eu ficar livre pra poder ir atrás de . Ela entendeu tudo errado! Tem que me escutar! Logo agora que a gente finalmente tinha se acertado!
End POV.
POV.
- Você acha que finalmente eles se acertaram? - perguntou.
- Talvez sim. A tava começando a admitir que eles estavam se acertando. E o me disse que estava indo chamá-la pra sair, como num encontro. - Sorri e fez o mesmo.
- Isso realmente me surpreendeu! convidando uma garota? O mundo deve estar realmente acabando em 2012! - Brincou gargalhando em seguida. Eu ri também, mas meu riso foi cessado ao olhar para a calçada próximo a casa do .
- Ah meu Deus! Aquela ali é a ? - Falei apontando o local e o seguiu com o olhar.
- Oh, droga! É ela mesmo! - Disse já desviando o carro e se aproximando da calçada onde andava apressadamente.
estacionou o carro e eu logo sai de dentro andando até minha amiga. Ela me agarrou ao perceber que era eu. Escutei seu choro abafado e apenas a abracei.
- Hey . Calma! O que houve? - Perguntei a empurrando um pouco para olhar para ela. logo estava do nosso lado limpando algumas lágrimas dela.
- Por favor, me leva pra casa? - Foi só isso que ela disse. Eu e nos entreolhamos e concordamos com a cabeça.
#
A campainha tocou assim que adormeceu no colo do e no meu. Como eu estava com os pés dela em cima de minhas pernas, me levantei com cuidado e fui atender a porta com uma leve impressão de que eu já sei quem é.
estava com feições desesperadas, parado em frente a nossa porta. Eu sai e encostei a porta para poder conversar com ele.
- eu sei que ela já deve ter falado milhares de coisas horríveis pra você, mas eu não tenho nada a ver com a Vivian estar no meu apartamento! Eu preciso falar com ela! - Disse alto. Eu fiz sinal para que ele falasse baixo.
- tá dormindo , e sim, ela já me contou tudo o que aconteceu na versão dela. - Ele continuou a me encarar, parece estar esperando a bronca. Não dessa vez . - Eu acredito que você não teve culpa dessa vez. - Ele deu um meio sorriso aliviado.
- Oh, graças a Deus! E você disse isso pra ela? - Perguntou esperançoso.
- Eu tentei , mas você sabe como é. - O rosto dele murchou. - Ela tá achando que você estava se vingando de Manchester...
- , eu não tinha noção que a Vivian estava lá em casa! Ela estava lá porque ainda tinha a chave do meu apartamento! - Falou exasperado! Fiz sinal novamente para ele falar baixo. - Desculpe. - Disse.
- , o problema é que nunca vai acreditar nisso! Ela está chateada demais porque ela se deixou levar por você e deu no que deu! - Ele levou as mãos à cabeça, puxando os fios por ali, demonstrando seu desespero. - Desculpe , mas eu não posso fazer nada. - Me senti muito mal por dizer isso, afinal essa impressão que a teve vai machucar tanto ele quanto ela.
- Mais que droga! O que eu preciso fazer pra essa garota perceber o quanto eu a amo? -
Disse mais para si mesmo.
- Dê um tempo pra ela. E tenha paciência! - Ele me encarou. - é o tipo de pessoa que precisa escolher por conta própria, não ser induzida a isso. Ela precisa ter certeza do que está fazendo. - Ele cruzou os braços e ficou pensativo por um momento.
- Tudo bem. Eu vou fazer isso. - Dei um sorriso. - Só espero que o que aconteceu não tenha acabado de vez com todos os progressos que nós dois fizemos.
- Eu também espero isso. Mas só quem vai saber são vocês dois!
End POV.
- , tudo bem? - Melissa despertou-me de meus pensamentos que, mais uma vez, estavam em .
- O quê? - Perguntei vendo todos os olhares me encarando.
- Você ficou pensativa de novo. - Carlos disse dessa vez. Eu apenas neguei com a cabeça.
- É só o trabalho que tá me preocupando. A apresentação amanhã. - Eles pareceram acreditar e voltaram para as suas conversas.
Carlos começou a falar sobre sairmos no sábado, ir ao London Eye. A ideia, se fosse dita antes dos últimos acontecimentos, com certeza teria me animado, mas agora a única coisa que eu consigo pensar é que essa só vai ser mais uma desculpa pra não ver o .
Depois de me contar que ele foi lá em casa na semana passada eu me senti tentada a vê-lo, afinal a explicação dele é plausível e parece acreditar na versão dele também. O problema é que a imagem daquela vadia de toalha, com uma mesa toda preparada pra um jantar, não me sai da cabeça. Eu não consigo deixar de pensar que ele apenas estava brincando comigo, que foi tudo uma vingança.
Conversei com sobre isso assim que ele voltou dos Estados Unidos. Ele me disse o mesmo que a . Que não vale a pena eu me sentir mal por algo que não foi culpa do , muito menos descontar nele depois de todo o progresso que nós dois fizemos.
Eu acabei concordando, internamente, é claro. nunca vai saber, vai ter que provar mais uma vez que é merecedor. Por mais que me doa eu acho que essa é a única maneira de resolvermos isso de uma vez. Eu vou continuar conversando com ele, mas vou voltar a fingir que entre nós dois não pode haver nada mais do que amizade.
- ! - estralou os dedos em minha frente e eu consegui reorganizar minha concentração para o rosto dela. - Nós vamos ou não? - Perguntou.
- Vamos sim! - Falei tentando parecer animada.
Eles voltaram a conversar me deixando de lado. Quer dizer, Carlos deixou um pequeno sorriso aparecer quando eu capitei seu olhar em mim. Ele logo desviou e encarou a Annie que falava. Eu nem havia visto ela chegar.
- Você vai levar seu namorado ? - Ela perguntou marotamente. Eu quase gargalhei das bochechas coradas de ao concordar. - Será que não vamos ter muitas fãs histéricas nos seguindo com o ao nosso lado? - Perguntou fingindo estar com medo. Eu finalmente gargalhei.
- Só se a fã histérica for você Annie! Tá louca pra conhecer o , admita! - Ela deu um risinho envergonhado que fez todo mundo gargalhar.
- Temos que ligar pro James. - Clark sugeriu depois de cessar sua gargalhada.
- Pode deixar que eu ligo pra ele. - Falei e ele concordou com a cabeça.
#
- Por que a aula vai ser no auditório? - Perguntei para Melissa que deu de ombros.
- Deve ser por causa desse monte de gente. - Ela comentou assim que adentramos o local que estava bem cheio de alunos que eu nunca vi por aqui.
- Como vocês sabem, o fim do ano está chegando e com ele as avaliações finais. - A professora começou a falar. Nós estávamos atrasados então apenas nos sentamos na primeira fileira vazia que achamos. Houve um murmurinho enquanto a professora fazia uma pausa. - E todos os anos a Kingsiton University faz um grande espetáculo onde seus alunos fazem suas apresentações artísticas para conseguir sua nota na avaliação final! - Falou dando um rodopio com seu longo vestido para valsa. - Elas ocorrerão na primeira semana de Dezembro, ou seja, vocês terão pouco mais de um mês para se prepararem! - Olhei para Carlos, e Melissa que fizeram as mesmas expressões aterrorizadas que eu deveria ter em meu rosto.
- Um mês é muito pouco! - cochichou e nós concordamos.
- No ano passado nós fizemos parceria com a equipe de teatro onde a apresentação dos alunos fora encaixada perfeitamente no teatro da Bela e a Fera! E foi um imenso sucesso! - Ela bateu palmas. Eu tentei imaginar como teria sido a apresentação e, com certeza, deve ter sido incrível! - Este ano nós estaremos por conta própria já que a equipe de teatro fará parceria com a equipe de música. Então, vocês poderão formar grupos e eu sortearei o estilo de dança de cada um. Haverá dois grupos que se unirão quando o estilo de música for Hip-Hop, e outros dois grupos se unirão para o estilo Street Dance. O resto será de grupos de seis pessoas. - Ela pegou uma pequena caixa verde e começou a sacudi-la. - Como vocês podem ver, a equipe da tarde e de manhã farão os grupos juntos. Eu mesma fiscalizarei para que em cada grupo haja pelo menos metade de cada turno, então nada de panelinhas hun? - Ela apontou o dedo na nossa direção. Eu quase gargalhei, mas consegui segurar o riso bem a tempo. - Então vamos lá! Formemos grupos para sortearmos os estilos de dança! - Disse agitando as mãos em nossa direção. Logo os grupos começaram a se formar. Como nós já estávamos em quatro, apenas esperamos até duas garotas que sobraram se aproximarem de nós com um pequeno “oi”.
- Elas são da tarde. - Mel cochichou em meu ouvido e eu concordei.
- Muito bem, muito bem! - A professora falou ao ver todos os grupos formados. - Agora eu vou passar com esta caixa verde e uma pessoa do grupo sorteará o seu ritmo! - Ela desceu as escadas do palco e começou a andar pelas cadeiras do auditório.
O primeiro grupo retirou Samba. Nós rimos bem discretamente já que todos os componentes daquele grupo são completamente londrinos. Os únicos que haviam se dado bem nas aulas de Samba fomos eu, e Carlos. Já tava no nosso sangue, é claro.
O segundo grupo retirou a valsa. O terceiro retirou o Hip-Hop o que foi bem comemorado pelo grupo. Já o quarto retirou Hip-Hop também.
- Já temos aqui o primeiro grupo maior! Juntem-se, juntem-se! - A Professora disse animada enquanto os alunos se levantavam e uniam o grupo. - Agora só temos mais três grupos! - Disse indo até o quinto grupo. Esse grupo pegou o Street Dance.
- A gente podia pegar esse! - Eu comentei, vendo a professora vir até o nosso grupo.
- Então você pega o papel! - Carlos indicou e eu concordei.
Sacudi minha mão na caixa e vi que só haviam dois papeis. Peguei um e fiz um pequeno suspense enquanto todo mundo me olhava curioso. Finalmente, eu puxei o papel e li em silêncio o que havia lá. Fiz uma cara de decepção que deixou todos com testas franzidas.
- Street Dance! - Falei sorrindo vendo as expressões mudarem para alegria!
- Ótimo! Temos mais um grande grupo! - Disse a professora. - E vocês ficaram com Tango! - O último grupo comemorou. Tango também é um ritmo incrível!
A professora voltou até o palco e demorou um pouco para conseguir silêncio dos alunos.
- Então, agora que os grupos estão formados, as apresentações são por conta de vocês! Cada grupo esquematizará seus próprios passos! Escolherão também a música que acharem melhor, desde que esteja dentro do ritmo sorteado! - Houve murmurinho entre os grupos, inclusive o nosso. - O resto da aula será para que vocês discutam o que querem fazer! O que precisarem perguntar é só virem a mim! Posso dar algumas dicas para ajudá-los!
- A professora realmente tá animada, né? - comentou assim que nos unimos para discutir. Nós concordamos.
- Fiquei sabendo que no ano passado foi lindo! - Uma menina do outro grupo comentou.
- Então vamos fazer esse ano perfeito! - Um garoto do outro turno disse com convicção!
- Ok, então alguém tem alguma ideia? - Melissa perguntou.
Muitos começaram a falar ao mesmo tempo. Eu tinha uma ideia na verdade, mas resolvi ficar calada. Não é nada de muito especial ou legal.
- Que tal a gente ir falando um por um? - Carlos interrompeu a confusão.
- Eu acho que nós temos que escutar primeiro os melhores da turma. Quem tirou as maiores notas na turma da manhã? - A garota que havia se juntado a nós antes de escolhermos o ritmo, falou.
- Foi a ! - me apontou e eu me encolhi na cadeira.
- No nosso turno foi a Tiffany. - O garoto loiro apontou a menina ao seu lado, que sorriu envergonhada como eu.
- Então o que vocês acham? - Melissa perguntou para nós duas. Eu encarei a garota loira na minha frente que sorriu. Eu cochichei um “você primeiro”.
- Eu pensei em alguns passos, mas não tenho nenhuma música em mente. Na verdade, acho que como nós temos alguns meninos no grupo, nós podemos fazer uma espécie de disputa entre eles e nós na dança. - Ela deu de ombros. Eu tenho certeza que abri minha boca em surpresa. Ela pensou praticamente o que eu pensei.
- Eu pensei praticamente a mesma coisa, só que no meu caso eu tenho uma música em mente. - Eles me encararam com curiosidade. Eu comecei a explicar.
#
- Vai ficar muito legal não acham? - Melissa comentou animada enquanto nós íamos embora.
- Com a ideia da e os passos que ela e a Tiffany tem em mente, vai ser incrível! - completou me deixando envergonhada de novo. Odeio ser o centro das atenções.
- O importante é a gente marcar logo os ensaios! Não podemos perder tempo. Afinal, a ainda vai ter que se apresentar na equipe de música e a Mel na equipe de teatro. Enquanto eu e a vamos pra um campeonato de basquete e vôlei! - Carlos relembrou. Nós paramos em frente à universidade para nos despedir.
- Vocês pelo menos tem sorte de o campeonato não ser no mesmo dia das apresentações. - Eu dei de ombros e Mel concordou comigo.
- Bom, amanhã a gente olha isso direito. - Falei.
Sábado, 27 de Outubro de 2012
- Você não vai recusar o meu pedido, né? - Mary disse com as mãos juntas, implorando. - Por favor, !
- Mary, nós vamos ao London Eye agora, com o pessoal da universidade! - Tentei desconversar.
- Não é desculpa Mary. Dá muito bem pra gente ir pra lá depois. Ela tá fugindo do , como sempre. - comentou entrando no meu quarto com sua maquiagem pra fazer. - Eu e o vamos pra lá também . E eu não vou te deixar dormir aqui sozinha! - Ela completou indo passar seu rímel.
- E eu muito menos! - apareceu no quarto também. Eu bufei.
- Vamos ! Eu só vou ficar aqui dois dias! A gente tem que aproveitar! - Ela me abraçou. Eu encarei o que estava de braços cruzados me encarando com aquele jeito “Você não tem escolha”.
- Fazer o que né? Eu vou! - Mary deu um gritinho.
- Ótimo! Nós vamos esperar você lá! Quer que eu já leve suas coisas? - Ela perguntou. Eu concordei com a cabeça e fui pegar minhas coisas. Um moletom pra dormir, minha escova de dentes, meus materiais de higiene pessoal. Coloquei tudo em uma bolsa e entreguei pra ela.
- Pronto! Satisfeita? - Perguntei, gargalhou.
- Não até você chegar lá! - Eu rolei os olhos.
- Não se preocupe, eu não vou fugir! - Foi a vez de gargalhar.
- Você nem seria louca mesmo. - Ela deu de ombros e eu tive que sorrir.
#
- Eu tenho certeza que você vai adorar... - Eu simplesmente não consegui escutar mais nada que Carlos disse.
Ainda estava cedo, o céu estava claro, mas logo iria escurecer.
A visão do London Eye me fez ficar paralisada apenas olhando de baixo. Imagine a minha reação quando eu estiver lá em cima? Dá até um antecipado frio na barriga.
A imensidão daquela roda gigante me fez perceber como o homem pode fazer coisas incríveis, mas ainda as desperdiça com guerras e violência. Poucos são aqueles que utilizam sua inteligência e criatividade para ajudar as pessoas, para ajudar a natureza.
Um dia eu vou fazer a diferença. Eu vou salvar o mundo, nem que seja só um pedacinho dele!
- Então, como serão os pares para as cabines? - Clark perguntou. Eu nem ao menos havia reparado que tinha andado até a fila de entrada. Muito menos, que eles já havia comprado seus bilhetes para uma volta no London Eye. - Já sei que e já estão em um. - O casal concordou com a cabeça e eu sorri. É bom ver os dois juntos!
- Você quer ir comigo? - Carlos cochichou em meu ouvido e eu quase pulei de susto. Fiquei tão distraída que nem reparei que ele estava ao meu lado.
Encarei os olhos verdes dele que esperavam atentamente por uma resposta. Desviei o olhar e reparei em Melissa um pouco mais à frente de onde estávamos. Ela nos encarava firmemente.
Está na hora de juntar esses dois. Operação cupido!
- Ok. - Respondi com um meio sorriso. Ele sorriu em troca.
Meu coração começou a palpitar assim que entramos nas cabines. Olhava atentamente para fora, esperando o momento em que aquela roda gigante fosse se mover e me levar lentamente para o alto. A expectativa me deixava ansiosa, ver Londres de tão alto me deixaria em completo estado de nostalgia. Eu realmente sou muito apaixonada por esse lugar para não ficar assim.
Uma pequena vibração ocorreu na cabine. Senti meus pés perderem um pouco o equilíbrio quando ocorreu o deslocamento da roda gigante.
Firme minhas pernas no chão e senti que tudo havia ficado mais firme na cabine, a única coisa que havia mudado era que estávamos subindo.
Não me informaram, mas eu imagino que a volta completa deve demorar em torno de 10 minutos, talvez mais. Tempo suficiente pra conversar com Carlos e fazê-lo enxergar a Mel com outros olhos.
- Então... - Ele começou a falar e eu finalmente percebi que ele estava me encarando desde o início. - É emocionante, não é? - Apontou para fora, onde era possível ver que subíamos cada vez mais alto. Eu concordei com a cabeça. - Sabe, eu só vim aqui uma vez. - Se aproximou de mim, ficando ao meu lado. Carlos olhava para fora, além do vidro da cabine. - E enquanto eu visualizava toda essa beleza que é Londres, eu soube que gostaria de voltar aqui com alguém especial. - Seu rosto se virou em minha direção. Os olhos me encarando profundamente. - E esse alguém é você .
No início eu não entendi muito bem o que ele queria dizer, mas ao vê-lo se aproximar ainda mais de mim, me encarando firmemente, percebi que a conversa não estava indo da maneira que eu planejei.
Abri a boca para dizer algo, mas vi que estava muda. Eu não faço ideia do que falar agora, principalmente com ele tão próximo.
Oh, droga! Por que o Bourne tinha que ter um compromisso? Se ele tivesse vindo eu não estaria aqui com o Carlos agora!
- Carlos. - Consegui balbuciar. - O que você... - Ele não me deixou terminar. O dedo indicador foi aos meus lábios e eu parei de falar.
- Por favor, foi muito difícil tomar coragem pra fazer isso . - Um sorriso nervoso apareceu em seus lábios. - Se você indagar alguma coisa agora eu vou acabar tento um colapso nervoso e vou me jogar daqui de cima! - Foi difícil não sorrir depois que ele disse isso e ele acabou sorrindo junto. - Idiota, eu sei. - Ele deu de ombros virando o rosto para o outro lado.
- Não é idiota. É só que... - Ele voltou a me encarar. - Eu não posso deixar que você faça isso se eu não vou poder retribuir. Não quero dar esperanças pra você. - Ele ficou pensativo por um instante.
Carlos voltou a me encarar e se aproximou ainda mais de mim. Um olhar penetrante fixou em meus olhos. Senti que o ar começou a sumir de meus pulmões e eu não tinha nenhuma coragem de puxá-lo de volta. Ele ficou alguns longos segundos me encarando nos olhos.
Quando eu assustei, senti suas mãos segurando meu rosto com firmeza.
- Deixa que eu me responsabilizo por isso. - Disse em resposta a minha frase anterior.
Não tive tempo, nem oportunidade para responder.
Carlos colou os lábios nos meus de maneira apressada, desesperada e urgente. Me senti respondendo mesmo sem querer e logo nossas línguas conversavam animadamente. Minhas mãos ficaram depositadas em seus ombros, quietas, mas firmes.
Fui empurrada até a lateral de vidro da cabine sentindo um pequeno choque por causa da baixa temperatura. Beijamos por mais algum tempo naquela posição, até a consciência me alertar do quanto aquilo era errado com a Melissa e com o , mesmo eu odiando admitir, ela estava certa e eu fui obrigada a me afastar.
Carlos pareceu assustado quando fiz isso, mas não disse nada. Ficamos recuperando o fôlego por alguns segundos, eu olhando para o chão sentindo o olhar dele em mim. Eu sabia que era hora de falar, mas não sabia o que dizer.
- Eu sei o que você está pensando. - Carlos resolveu falar por mim. Comecei a encará-lo. - Você não deveria ter feito isso, é errado, essas coisas. - Mordi meu lábio inferior tentada a concordar, mas fiquei quieta. - Mas quer saber? Nada disso importa! - Ele segurou minha mão esquerda, entrelaçando nossos dedos. Encarei nossas mãos unidas. - Eu sei que você não sente nada por mim , mas eu não podia desistir sem antes fazer isso. - Voltei a olhá-lo e vi um pequeno sorriso em seus lábios. Sorri mais por alivio de não ter que explicar toda a ladainha de “nós só podemos ser amigos”. - Mas eu tinha a esperança de que depois que eu te beijasse você se apaixonaria por mim. - Fiquei sem reação com seu olhar sério sobre mim.
O silêncio se apossou de nós por muito tempo. Me senti uma covarde por não conseguir falar nada, mesmo que fosse pra negar.
- Então... Você se apaixonou? - Perguntou com um sorriso brincalhão. Soltei o ar pesadamente me sentindo aliviada. Começamos a gargalhar. - Não custa nada tentar não é? - Disse me puxando para um abraço.
- Você merece alguém melhor do que eu. - Sibilei meio sufocada por causa do aperto que me deu no peito. Melissa nunca me perdoaria se soubesse o que aconteceu aqui.
Carlos se afastou um pouco para me olhar com a testa franzida.
- Que bobagem é essa? Você é tudo o que qualquer cara sonha em ter em uma mulher! - Neguei com a cabeça e soltei um bufo.
- Você não sabe nada Carlos. Eu sou problemática demais! - Ele deu um sorriso ao me ver irritada.
- Você só não consegue perceber o valor que tem! - Rolei os olhos. - Já reparou na quantidade de caras loucos por você? - O encarei com extrema curiosidade. - James, o , eu... - Contou nos dedos. - E esses são os que eu sei! - Eu estava surpreendida por ele saber do .
- Isso não é a verdade. - Falei baixo. Ele gargalhou.
- Ah, qual é ! Vai mentir pra mim agora? - Neguei com a cabeça. - Não sou bobo, e essas coisas qualquer um pode reparar.
Dei meia volta e encarei Londres pelo vidro da cabine. Atrás de mim eu podia sentir Carlos soltando a respiração de forma lenta. Cruzei os braços bem perto ao peito e cravei minhas unhas nos mesmos.
Será que é tão óbvio assim pra todo mundo que o gosta de mim?
Porra! Por que só pra mim isso parece ser impossível?
- O importante pra mim é que você seja feliz. - As mãos dele foram parar em meus ombros por trás. Levei minha mão direita até a sua e esbocei um sorriso.
- Eu digo o mesmo. - Ele sorriu. Agora é a hora de falar sobre o que realmente interessa. - É por isso que eu digo que você é muito burro! - As sobrancelhas dele se arquearam e eu evitei sorrir.
- Por que você diz isso? - Ele me soltou se afastando um pouco. Eu fiquei de frente para ele.
- Porque só você ainda não percebeu a garota incrível apaixonada por você! - Ele ficou parado por um bom tempo, sem reação. Dei um tempo pra ver se ele adivinhava, mas não deu em nada. É muito sonso! - Carlos, a Melissa é apaixonada por você!
- Para de brincadeira ! - Ele disse de uma maneira engraçada. Algo que beirava a descrença e o susto. - Isso é impossível!
- Ok. Se você vai continuar fingindo que não sabe a verdade, eu não tenho nada com isso! - Encarei o Carlos com dureza. - Mas eu só te aviso uma coisa: Eu vou juntar vocês, você querendo ou não!
Ele ficou um bom tempo parado, pensativo.
Enquanto Carlos ficava preso em seus pensamentos, eu acabei me perdendo nos meus ao voltar a encarar a vista de Londres. Não tão magnífica quanto estava antes. Também, foi imperceptível a decida da cabine da roda gigante e, pelo o que eu estou vendo, não demora muito e eu vou ter que me despedir desse passeio incrível.
Sabe-se lá quando eu vou poder voltar aqui de novo com tantas coisas da escola pra fazer.
Carlos continuou mudo por todo o final do trajeto do London Eye e eu resolvi melhor deixá-lo assim, mesmo porque agora que deu para eu perceber o que aconteceu aqui dentro. Carlos me beijou, eu quero juntá-lo com a Mel, ele sabe sobre o e agora, sabe sobre a Melissa. Coisas demais para ele e eu podermos processar.
Quando a roda gigante parou eu percebi que iria entrar em desespero. Melissa viria conversar comigo para saber como foi com o Carlos e eu não vou conseguir mentir pra ela. Ela vai me odiar!
Virei-me em direção ao Carlos e percebi que ele me olhava. Seus olhos verdes faiscaram em minha direção enquanto ele se aproximava. Um pequeno sorriso apareceu e eu percebi que prendia a respiração.
- Sabe, eu nunca vou me esquecer desse beijo. - Eu iria abrir a boca para falar, mas ele me interrompeu. - E eu sei que pra você não teve a mesma importância que para mim, mas isso é irrelevante e as suas preocupações também! - Soltei um suspiro ao ver seu indicador apontado em minha direção. - Eu gosto muito de você , mas desde o início você não me deu nenhuma esperança. Eu já estou conformado! - Ele deu de ombros, sorrindo.
- Hey! Vocês já podem sair! - O rapaz que havia nos “embarcado” na cabine, interrompeu nossa conversa. Eu e Carlos concordamos com a cabeça.
- Você disse que vai me juntar com a Melissa... - Ele disse olhando para além de mim. - Eu não sei se você vai conseguir algum resultado da minha parte , mas não há maneira melhor de se esquecer um amor com outro certo? - Eu sorri mais do que tudo depois daquilo.
- Então... Tudo bem? - Perguntei ainda com receio. Carlos pulou em cima de mim me pegando em um abraço apertado. Gargalhei.
- Claro que sim! - Ele me soltou e começou a andar comigo para fora da cabine. - Só não... Pega leve, ok? Com a Melissa. - Ele cochichou a ultima parte por causa de termos nos aproximado da turma que estava apenas nos aguardando sair da cabine.
Fui obrigada a concordar com a cabeça e um meio sorriso cúmplice. Agora tenho que me preocupar com a noite do pijama na casa do .
POV.
- Ah, finalmente! Achei que vocês tinham desistido junto com a ! - Mary comentou de forma exagerada enquanto abraçava os três recém-chegados.
- Na verdade, ela bem que tentou, mas eu não me deixei levar. - falou já adentrando a sala. Reparei que fez careta ao que ela disse. - Oi todo mundo! - Disse com um sorriso ao nos cumprimentar. veio logo atrás fazendo o mesmo.
Enquanto e tagarelavam de como foi o passeio no London Eye, foi cumprimentar o , se demorando um pouco ao lado dele. Parecia estar contando algo interessante já que fez o fazer umas caras surpresas em alguns momentos. Depois, levantou indo até o e Rafaella, trocando algumas palavras. Vi que ela havia me pegado no flagra a encarando e desviei rapidamente para a televisão em minha frente. Meu coração começou a bater forte em expectativa, quando ela se sentou ao meu lado no meu colchão. Algo que realmente me surpreendeu.
- Oi . - Tentei parecer firme, mas não consegui resistir à vontade de virar meu rosto e encarar o dela. Ela não olhava para mim assim que eu o fiz. parecia estar bem concentrada no que estava na televisão.
- Oi . - Não sei de onde veio voz para responder, mas ainda bem que eu consegui porque ganhei um olhar rápido, junto de um pequeno sorriso. Um belo começo!
- Pois é, aí eu fui com o na cabine e a foi com o Carlos! - Aquilo chamou a atenção tanto minha quanto de . Nós dois nos viramos para encarar a . - E eu nem ouvi uma palavrinha sequer do que aconteceu durante todos aqueles minutos, com toda aquela vista... - Ela deixou vago e eu senti ficar rígida. Dei uma pequena olhada nela e reparei em sua testa franzida para a amiga.
- E o que você quer saber exatamente dona ? - disse com uma voz irônica.
- Todos os míseros detalhes, amiga. - Ela disse simplesmente arrancando uma risada do e .
Mulheres.
- Ok. Pelo que deu pra ver, não é só você interessada, não é mesmo? - Ela passou o olho em cada pessoa ali na sala. fez questão de concordar e pedir para abaixar o volume da TV.
deu um pequeno bufo.
- Vou simplificar. - Começou. - Eu admirei a vista, a gente conversou, ele me beijou, a gente conver...
- Ele o quê? - Quase falaram todos juntos. A única pessoa que ficou calada fui eu. Acho que foi mais pelo choque.
- Por que o escândalo? - Fez de desentendida. lhe deu um olhar acusador. - Ah, qual é , vai me dizer que você não sabia? - se encolheu ao lado do .
- Na verdade, ele me falou... - Hesitou. - Mas eu nunca imaginei que ele tivesse mesmo coragem pra fazer!
- E você correspondeu? - Rafa perguntou, muito interessada.
- No início sim. - Deu de ombros. - Mas depois eu me afastei.
- Ele se declarou pra você? - voltou a perguntar. concordou com a cabeça. - Uau! - Disse levando as mãos aos lábios em sinal de grande surpresa.
- Rolou mais alguma coisa? - Mary perguntou dessa vez. Meu coração acelerou ainda mais. Imaginei até que poderia ouvi-lo do jeito que ele estava.
- Não. Nós só conversamos mesmo. - Respirei aliviado. - E eu acho melhor a gente parar de falar de mim que tal? - Ocorreram alguns protestos, mas no fim o assunto foi mudado.
havia caído no sono há alguns minutos atrás. Eu sou o único sobrevivente que ainda assiste o final de 'O curioso caso de Benjamin Button'. até havia tentado continuar, mas pelo que eu escutei antes do filme ser iniciado, ela tinha reclamado de já ter visto umas dez vezes o filme, nas ultimas cinco ela dormiu quando deu duas horas de duração. Não tinha mais paciência.
Desviei meu olhar da TV e reparei nela. Usava aquele moletom branco onde na frente havia os símbolos lançados por nós no Above The Noise e atrás um grande “ ” estava. Foi engraçado quando ela retornou após vesti-lo, tentando não me deixar ver suas costas. Pena que ela se esqueceu do e . Eles a atormentaram por longos minutos, deixando ela totalmente vermelha de vergonha. Eles só pararam quando viram que a ameaça de que ela iria trocar o moletom era verdadeira.
Eu apenas tentei não rir de toda a situação. O que foi bem difícil se contar o fato da minha cabeça me enganar muitas vezes me fazendo esquecer desse ponto importante: Ela era uma fã minha. Antes de toda essa merda acontecer ela via minhas fotos, sonhava comigo, dizia que me amava. E eu nem fazia noção disso.
Agora sou eu que digo que a amo, que sonho com ela todos os dias, que vejo as fotos dela e ela não tá nem aí... Que grande ironia do destino!
Dei um suspiro e me levantei, tentando ser o menos barulhento possível para não acordá-la. Acabou que não adiantou de nada.
- Aonde você vai? - Perguntou bem sonolenta, com os olhos meio fechados e tentando tirar o cabelo que havia caído em seu rosto.
- Pegar um copo de água. - Dei um pequeno sorriso. - Você quer um? - Perguntei coçando minha cabeça e bagunçando meus cabelos.
- Sim, por favor. - Dizendo isso voltou a se deitar de barriga para baixo agarrando o Pooh de pelúcia que ela havia ganhado do de aniversário.
Mordi meu lábio inferior sufocando minha vontade de gritar o quanto eu a amava e o quanto ela estava linda naquele momento. Fiquei a observando por mais uns segundos para enfim me mover até a cozinha.
Peguei dois copos de água e voltei até a sala. Assim que me sentei no colchão, os olhos dela voltaram a se abrir. Ela levantou metade do corpo e pegou o copo de minha mão sibilando um 'obrigada'.
Acompanhei, bebendo minha água também. Quando ela acabou, peguei os dois copos e coloquei em um lugar próximo ao colchão onde ninguém esbarraria sem querer. Voltei a me levantar e fui em direção ao sofá. Me deitei lá e reparei em me encarando assim que terminei de fazer isso.
- Vai dormir aí? - Perguntou baixo.
- Vou. - Respondi no mesmo tom.
- Por quê? - Fiquei surpreso com aquela pergunta. Será que não era óbvio? Porque você não quer dormir comigo . Não quer ficar perto de mim.
- Porque aí só tem espaço pra você e o Pooh. - Ela encarou o urso gigante e concordou com a cabeça.
- Acho que é melhor o Pooh dormir no sofá do que você. - Fiquei algum tempo parado apenas discutindo comigo mesmo se eu havia escutado aquilo direito. - Se você quiser é claro... - Acho que eu me demorei demais nesses dilemas. Praticamente dei um pulo do sofá arrancando uma risadinha sonolenta da .
Peguei o Pooh e o deitei no sofá. Voltei tentando não parecer ansioso, para o colchão. parecia ter adormecido novamente, agora abraçada ao travesseiro. Me deitei ao seu lado e me acomodei, virado de frente para ela. Seus olhos voltaram a se abrir pela metade.
Ela não disse nada, apenas pegou o edredom e me cobriu. Dei um pequeno sorriso quando ela voltou a me encarar.
- Boa noite, . - Sibilou voltando a fechar seus olhos.
- Boa noite, . - Falei baixo ainda a encarando. Senti uma súbita vontade de esclarecer uma coisa. - Porque você se afastou? - Ela franziu de leve a testa, mas não abriu os olhos.
- Afastei? - Perguntou baixo.
- É. Do beijo daquele cara. - Vi sua testa relaxar em entendimento.
- Porque eu me lembrei de você. - Ela disse simplesmente. Senti meu coração acelerar. - Mas isso não significa muita coisa. - O sorriso que se formava em meus lábios murchou.
- Significa sim. - Eu disse entredentes. - Significa que eu ainda tenho uma chance. - Os olhos dela se abriram, interrogativos.
- É, você tem. Só que essa é definitivamente, a última. - Sua voz era tão doce que me pareceu incrivelmente irônico já que o que ela me disse me atingiu como um ácido corrosivo. - Depois que essa fracassar, eu vou estar finalmente aberta à novas opções. - Seus olhos fecharam de novo. - Vou estar livre da sua influência em mim. - Um suspiro pesado saiu de seus lábios e depois, o silêncio. Me senti revoltado, mas ainda mais decidido a não desistir!
Levantei meu tronco e me aproximei de seu ouvido. Minha mão repousou em seus cabelos de leve. Falei com a maior convicção, como quando eu disse pela primeira vez que eu seria músico.
- Eu não vou fracassar . Nem que seja a última coisa que eu faça eu vou fazer você perceber que eu sou o homem da sua vida! - Pude jurar que vi um vestígio de um sorriso aparecer em seus lábios, mas ela não disse nada. Vi que ela realmente não diria nada, me deitei ao lado dela agora mais perto e passei meu braço direito sobre sua cintura, por cima do edredom.
se aproximou e aconchegou seu rosto na curva de meu pescoço, me abraçando de lado. Sua respiração leve batendo por ali, me deixando arrepiado. Soltei um pequeno bocejo e me ajeitei ao redor dela, aconchegando-a mais em mim.
Por mais que aquela conversa tivesse sido tão tensa, eu tenho agora certeza que ela é a primeira pessoa a querer que eu não desista, mesmo que não admitindo isso.
Não vai demorar, eu vou conseguir ter essa mulher pra mim.
End POV.
Capítulo. 18
Senti a claridade me cegar por um momento. Pisquei meus olhos e vi o teto da sala de estar do . O braço de estava em cima de minha barriga, seu rosto enterrado em meu pescoço, descansando em meu ombro. Virei minha cabeça para o lado e pude ver uma grande parte de meu cabelo cobrindo metade de seu rosto lindo. Sorri.
Tentei me mover para levantar, mas no mesmo segundo o braço de me apertou com força, levando meu corpo para ainda mais perto dele. Senti sua respiração pesada em meu ouvido enquanto ele se ajeitava me deixando presa.
Rolei meus olhos.
Eu tenho que levantar, mas não quero ter que acordá-lo.
Com a minha mão direita levantei bem devagar o braço de que estava em cima de mim. Consegui colocar o mesmo perto de seu corpo olhando atentamente para seu rosto para ver se ele acordava com o movimento. Dei um suspiro de alívio por ver que ele não acordou. Saí bem devagar do colchão e me levantei concertando meu moletom que estava todo embolado em meu corpo.
Olhei mais uma vez para e vi que ele estava praticamente fora do colchão. Com certeza por culpa das minhas pernas. Minha mãe sempre dizia que eu lutava Karatê enquanto dormia e meus pés iam parar em lugares totalmente absurdos quando eu dormia com alguém.
Bufei. Não quero me lembrar dela.
Olhei ao redor à procura de minha pantufa e a calcei. Vi os copos que tinha trago água ontem à noite e peguei os mesmos do chão. Eles com certeza estariam em pedaços assim que acordasse e passasse perto deles. Ela parece um ímã para quebrar coisas ou machucar ela mesma, é impressionante.
Sorri ao me lembrar que sempre foi uma de natureza mesmo sendo de carteirinha. Ela sempre brincava dizendo que era irmã do quando a gente dizia que os dois foram feitos um para o outro, o casal “quebra-tudo”.
Andei até a cozinha e depositei os copos na pia. Soltei um bocejo.
O que fazer agora?
Olhei o relógio da cozinha e percebi que eram apenas 08:12h. Muito cedo para acordar.
Comecei a andar novamente tentando me lembrar de onde o poderia esconder coisas divertidas e silenciosas para fazer. Subitamente me lembrei dos livros na sala do piano.
Encarei a pequena prateleira e vi vários dos livros que eu já li como Potter, Jogos Vorazes, Cinquenta Tons de Cinza... Hum, gosta de livros indecentes.
Soltei um riso baixo imaginando o que eu faria com essa informação se ainda fosse uma fã desconhecida.
Peguei um livro aleatório que eu ainda não tinha lido e fui me sentar na poltrona próxima ao piano. Encarei o instrumento lindo com grande admiração. Um dia eu ainda vou ter um desses!
Desviei meu olhar para o livro e abri o mesmo, li poucas linhas, mas minha cabeça não estava se concentrando no conteúdo do livro, ela estava estalando apenas um coisa: “Vá tocar!”
Sacudi minha cabeça para desviar aquela ideia, mas ela só ficou ainda mais forte. Relutantemente, me levantei, andando lentamente até o piano.
Me sentei no banco e passei meus dedos pela madeira escura que cobria as teclas do piano. Segurei nas laterais e levantei para cima, revelando o branco e preto das teclas. Meus dedos pairaram em cima delas, minha cabeça pulsando e buscando.
Que música tocar?
Uma feliz, apaixonada...
E porque eu escolheria uma assim consciência?
Porque é assim que você está depois do que te disse ontem à noite.
Sem que eu queira, eu sorrio com a lembrança. É verdade, eu me sinto feliz pelo que ele disse, me sinto feliz de ter dormido ao seu lado, de acordar e vê-lo encostado em meu ombro, me abraçando como se tivesse medo que eu fosse fugir.
Bem deve ser exatamente isso que ele estava pensando quando te abraçou daquele jeito. Mesmo com aquele “problema” com aquela vagabith, ele estava aqui com você fazendo juras de amor. É um bom sinal.
Odeio admitir consciência, mas é mesmo! Ele cada dia deixa isso mais claro.
Seus sentimentos. Talvez ele realmente me ame.
Ele te ama. Não existe um talvez!
Revirei meus olhos e voltei a olhar as teclas do piano e me vem a cabeça a música perfeita. Ainda bem que ela foi uma das primeiras que eu havia aprendido a tocar, já tenho ela gravada em minha mente. Deslisei os dedos sobre as teclas e comecei a me aquecer.
POV.
(N.A: Coloquem a música do Westlife – On My Shoulder para tocar)
Abri meus olhos devagar. Esfreguei os mesmo e foquei no espaço vazio ao meu lado. Soltei minha respiração pesadamente. não estava ali.
Um som preencheu a sala. Franzi minha testa ao constatar que era o som do piano. Levantei meu tronco e dei uma olhada nos outros colchões. estava se levantando e se espreguiçava. O som acordou a todos menos o que ainda roncava.
Fiquei de pé e escutei o toque do piano novamente. Não era uma melodia ainda, era como se alguém estivesse se aquecendo. Olhei para e vi que ele estava com a testa franzida assim como eu, talvez fazendo a mesma pergunta em sua mente. Quem é que está tocando?
O som agora era ritmado, uma música que eu desconhecia.
Aos poucos todos se levantaram, intrigados. Minha mente de repente respondeu a perguntar anterior.
Apenas não estava ali, então...
Comecei a andar em direção ao som, agora escutando a voz familiar de ecoar pelas paredes silenciosas.
Ela estava tocando piano e cantando?
Desde quando toca piano?
Nah nahnah nah nahnah
Nah nahnah nah nahnah
All around the world
Ao redor do mundo
All around the world
Ao redor do mundo
Someone needs somebody
Alguém precisa de alguém
Let it be a shield
Deixe-me ser sua proteção
All around the world
Ao redor do mundo
All around the world
Ao redor do mundo
Someone's feeling lonely
Alguém se sente só
But I know you never will
Mas eu sei que você nunca se sentirá
Sorri ao visualizá-la sentada ao piano totalmente concentrada no que fazia, praticamente de costas para a entrada. Parei na soleira da porta com receio de que se eu entrasse, ela parasse de tocar e cantar.
Cruzei meus braços junto ao peito e me deixei hipnotizar.
Cause when it all gets too much
E quando tudo parece demais
Put your head down on my shoulder
Coloque sua cabeça sobre meu ombro
A little warmth when it gets colder
Um pouco de calor quando fizer mais frio
Now I don't know the things that you're going through
Agora eu não sei as coisas pelas quais você está passando
But you can put your head down on my shoulder
Mas quando você puder colocar sua cabeça sobre meu ombro
Wear the storm till it blows over
Use a tempestade até que passe
I know you're there for me too
Eu sei que você estará lá por mim também
No I'll be there for you
E eu estarei lá por você
O espaço ao meu lado ficou apertado quando e apareceram. Logo atrás deles estavam o resto do pessoal tentando observar também.
sorria abertamente enquanto franzia a testa. Nossos olhares se cruzaram e eu percebi que não era o único ali que não sabia desse dom desconhecido de , mas essa informação só parecia ter sido omitida dos homens. As garotas estavam nem um pouco surpresas.
Voltei a encará-la assim que sua voz ecoou em meus ouvidos outra vez.
You're waiting for a change
Você está esperando por uma mudança
You're waiting for the day
Você está esperando pelo dia
When all that you remember
Quando tudo aquilo que você se lembra
Is with you once again
Está uma vez mais com você
There's a long road ahead
Há uma longa estrada à frente
Stretches out for miles
Estendendo-se por milhas afora
And if you want some company
E se você quiser alguma companhia
Walk with me a while
Caminhe comigo por um tempo
Ohh and when the road gets too rough
Oh e quando a estrada fica longa demais
Seus olhos fechados demonstrando uma grande emoção. Pude ver um pequeno sorriso surgir em seu perfil e senti que alguém cutucava meu braço. Olhei para o lado e vi me encarando.
- Vai lá. - Ela cochichou, apontando a frente do piano. Eu neguei com a cabeça.
- Não quero atrapalhar a concentração dela. - rolou os olhos.
- Essa música é pra você . - Fiquei sem reação por um momento. - Vai! - Ela cochichou de novo, um sorriso nos lábios.
Voltei meu olhar pra . Dei de ombros e comecei a andar.
Era o único jeito de descobrir se estava certa.
Put your head down on my shoulder
Coloque sua cabeça sobre meu ombro
A little warmth when it gets colder
Um pouco de calor quando fizer mais frio
Now I don't know the things that you're going through
Agora eu não sei as coisas pelas quais você está passando
But you can put your head down on my shoulder
Mas quando você puder colocar sua cabeça sobre meu ombro
Wear the storm till it blows over
Use a tempestade até que passe
I know you're there for me too
Eu sei que você estará lá por mim também
No I'll be there for you, for you, for you, yeah, oooh
E eu estarei lá por você, por você, por você, yeah, oooh
Por um momento, eu imaginei que não me perceberia ali, parado em frente ao piano, observando-a cantar. Mas seus olhos se abriram e fixaram-se nos meus e ela não parou de tocar como eu imaginei que faria, ela continuou me encarando, tocando e cantando para mim.
Eu sei que é pra mim porque ela me disse isso com seu olhar.
When it all… gets... too... much...
E quando tudo... parece... demais...
Put your head on my shoulder, on my shoulder
Coloque sua cabeça sobre meu ombro, no meu ombro
Your head on my shoulder, on my shoulder
Sua cabeça no meu ombro, no meu ombro
Put your head on my shoulder, now
Coloque sua cabeça no meu ombro, agora
, Mary e Rafaella começaram a cantar junto com , cortando nosso intenso contato visual. Sorri para ela e vi sua retribuição da mesma forma, voltei então para o lado dos guys.
As garotas que se entendam agora, mas não pude deixa de me sentir completo. Uma demonstração de afeto que partiu dela, de forma indireta, mas foi.
É um passo para ela admitir o que sente por mim.
Oooh, you can put your head on my shoulder
Ooh, você pode colocar sua cabeça no meu ombro
A little warmth when it gets colder, (Put your head on my shoulder)
Um pouco de calor quando fizer mais frio, (coloque sua cabeça no meu ombro)
I don't know the things that you're going through, (Put your head on my shoulder)
Agora eu não sei as coisas pelas quais você está passando, (coloque sua cabeça no meu ombro)
Baby, put your head on my shoulder
Baby, coloque sua cabeça no meu ombro
Wear the storm till it blows over, (Put your head on my shoulder)
Use a tempestade até que passe, (coloque sua cabeça no meu ombro)
I know your there for me too, (Put your head on my shoulder)
Eu sei que você estará lá por mim também, (coloque sua cabeça no meu ombro)
So I'll be there for you
E eu estarei lá por você
Nahnah nahh nah nahnaah nah nah nah
Nahnah nahh nah nahnaah nah nah nah
End POV.
- Desde quando você toca? - foi o primeiro a falar depois do longo minuto em que o local ficou em silêncio. Seu rosto demonstrava o quanto ele estava indignado de não saber que eu tocava piano.
- Desde que a gente deu um teclado pra ela de aniversário. - respondeu por mim. olhou de para Mary e Rafaella. Quando viu que as outras duas confirmaram, ele voltou a me encarar. Eu apenas consegui sorrir e dar de ombros.
- E você já toca tão bem em tão pouco tempo? Own! - Senti meu rosto esquentar de vergonha. tinha um sorriso no rosto quando eu o encarei.
- Eu tenho aulas de piano na escola. - Tentei esclarecer, mas não pareceu escutar minha declaração.
- Você sabe tocar alguma música nossa?
- Que música era essa que você tocou?
Os meninos perguntaram muita coisa ao mesmo tempo, não deu pra prestar atenção e responder todas.
- Eu sei tocar algumas músicas de vocês. E o nome daquela música era On My Shoulder do Westlife. - se aproximou do piano e indicou o espaço ao meu lado no banco. Concordei com a cabeça ao pedido silencioso dele sentar ao meu lado.
Nossos olhos se encontraram e eu senti meu corpo arrepiar. Um sorriso surgiu em seus lábios e ele inclinou a cabeça para o lado, como se me analisasse.
- Por que você só resolveu mostrar que tocava agora? - Eu dei de ombros e comecei a brincar com meus dedos e as teclas do piano, sem tocá-las.
- Ah, sei lá! Me deu vontade de tocar. - Continuei sem encará-lo.
- Uma bonita música, por sinal. - Eu sorri, concordando com um aceno de cabeça. - Ela teria algum significado especial? - Virei meu rosto subitamente e encontrei seus olhos azuis penetrantes. sorriu e eu acabei sorrindo também, mordendo meu lábio inferior em seguida para tentar conter o sorriso.
- Talvez tenha agora. - Falei baixo desviando meu olhar.
Sábado, 03 de Novembro de 2012
Vivian POV.
- Então o que você acha? - Ashley estava muda há tempo demais. Ela começou a negar com a cabeça.
- Viv, isso é loucura! - Cruzei meus braços. - Você realmente pretende fazer isso com ela? - Concordei com a cabeça e ela pareceu ficar mais assustada. Que imbecil! - Meu Deus, ela não fez nada pra você!
- Ela fez sim! Ela nasceu! Isso já é crime o suficiente! - Quase rugi de ódio dessa idiota. E ela ainda se diz uma Campbell!
- Eu não vou ajudar você com isso Viv. - Ela se levantou da cama. - Você parou pra pensar que pode matá-la? - Bufei.
- É claro que sim! Se eu tiver sorte é isso que vai acontecer sem ninguém perceber. Uma doença rápida e fatal que vai matar a vadia, ninguém vai descobrir que foi o meu veneno. - A boca de Ashley se abriu em um perfeito 'o'.
- Eu tenho certeza que a não tem culpa de o ter se apaixonado por ela. - Ela falou indo até a porta do quarto. - Mas agora eu vejo que você é a culpada por ele ter deixado de te amar.
Andei rapidamente pra perto dessa puta e puxei seu cabelo com força. Um grito saiu de sua boca e eu sorri ao ver seu olhar assustado.
- Acho melhor você pensar bem antes de falar merdas como essas pra mim, priminha. - Ela tentou se soltar, mas eu apertei o puxão ainda mais, fazendo-a inclinar sua cabeça para o lado.
- Eu ainda não vou ajudar você! - Ela disse entredentes. - Vou contar pro ou pra todo esse seu plano e...
- Ah, você vai mesmo? - Puxei ainda mais e ela gritou de dor. - Esqueceu quem me deu todas as informações sobre ela? Você é minha cúmplice Ashley, e eu vou fazer questão de indicar que você deu a ideia de usar o veneno.
- Ninguém acreditaria em você. - Falou baixo, o medo transparecendo em sua voz. Eu gargalhei.
- Sério? O nem sabe da sua existência e a puta brasileira mal conhece você. Você que pagar pra ver? Eu sou muito convincente quando eu quero.
Ashley ficou muda e eu sorri ao ver que o efeito que eu queria foi alcançado. Ela pode até não me ajudar, mas também não vai abrir a boca. Soltei seu cabelo bruscamente e ela concertou seu corpo, massageando o couro cabeludo.
- Eu não preciso de uma garota frouxa e insuportável como você. Só atrapalharia meu plano. - Ela me deu um olhar mortal e eu quase avancei de novo pra quebrar aquela cara em duas.
- Você é completamente louca. - Deu meia volta e saiu do quarto, quase correndo.
Bufei apertando minhas mãos em forma de punho.
Por culpa dessa desgraçada eu vou ter que adiar o plano e faze tudo sozinha. Tenho que planejar bem todos os passos para que ninguém me descubra, e ainda vou ter que ficar de olho na Ashley! Arg!
Uma coisa eu tenho certeza, até o final do ano essa puta brasileira vai estar morta.
E quem vai consolar o ? Eu!
Gargalhei alto com o pensamento.
End POV.
- Nossa, você tá me abandonando! - Fiz bico e ele gargalhou alto.
- Eu deixei de te ver só essa semana princesa, mas te liguei todos os dias! - Cruzei os braços bem junto ao peito e ele me abraçou. - Eu to aqui não to?
- Ela reclamou a semana inteira James. - apareceu na sala. - Nunca mais desapareça desse jeito! Encontra ela por dois minutos ou até mesmo segundos, mas encontra! Se não eu é que fico maluca! - Jimmy gargalhou e se afastou um pouco pra me olhar.
- É verdade? - Perguntou com os olhos brilhando. Fuzilei com o olhar e voltei a encarar ele.
- É, seu feio. Nunca mais faça isso comigo! - Ele sorriu e voltou a me abraçar.
- Certo. Vou dar um jeito de te ver pelo menos uma vez na semana pra você não enlouquecer a . - gritou um “É isso aí” de dentro da cozinha.
- Vem, acho que o pessoal deve estar chegando. - Apontei a sala e ele concordou, andando abraçado a mim.
Sentamos no sofá e ficamos assistindo televisão. James pegou o controle e passeou com os canais em busca de alguma coisa boa. A campainha logo tocou. Eu me levantei para ir abrir a porta, lá estavam Carlos, Melissa, Tiffany, Eric, Alice, Jessika, Nicky, Joe, Loise e Will. Sorri abertamente pra eles.
- Oi gente! Entra aí! - Apontei pra dentro de casa e eles sorriram. Carlos foi o primeiro a entrar me dando um abraço apertado. Depois dele foi a vez da Melissa. O resto foi me cumprimentando de maneira reservada já que a gente estava começando a se conhecer por causa do trabalho, eles eram do outro turno e ficava difícil a gente se encontrar pra ensaiar.
- Chegou todo mundo junto? - perguntou quando veio da cozinha. Eu concordei, fechando a porta. Carlos e James estavam se cumprimentando e ele estava o apresentando aos outros.
- , Paul e Clark disse que chegam daqui a pouco. - Melissa me disse e eu sorri.
- Aqueles intrusos não tem nada pra fazer não? - disse depois de cumprimentar todo mundo. - Eles vão ficar vendo a gente ensaiar? - Eu dei de ombros.
- É bom ter alguém pra falar se está bom ou não. - Melissa respondeu. James veio pra perto de mim e me abraçou de lado.
- E eu não conto, não? - Escutei algumas risadas.
- Na verdade, não. Você é puxa saco da . - Nós dois nos fizemos de indignados e houveram mais gargalhadas.
- Ok. Chega de papo! Temos muito pra fazer! - Falei alto. - Vamos arrastar os sofás pra gente ter mais espaço. , coloca a música!
#
- Carlos, você tem que ajoelhar. - Expliquei, mostrando a posição. - Assim. - Carlos veio para o meu lado gargalhando e imitou meu gesto. - volta a música aí. Vamos do começo! - Voltamos para as nossas posições. Olhei para o sofá e vi Eric lá ainda. - Vem logo Eric! Deixa Paul e Clark aí! - Clark gargalhou.
- Cuidado James, você tem uma general aqui! - Sorri negando com a cabeça. Dar atenção ao Clark é a mesma coisa que dar atenção a uma criança de sete anos.
- Então, vou dar play na música. Preparados? - Concordamos com a cabeça para a . Loise estava de olho na gente pra localizar qualquer erro. As duas, por não terem mais homens para ser par, ficaram com a organização de tudo.
Party Girl iniciou e eu me concentrei para não me esquecer de nenhum passo.
POV.
- I love this litlle party girl. - Eu cantava a música observando o desempenho da dança. Eles estavam indo muito bem, a primeira parte da música eles já acertavam todos os passos. O problema era quando acabava o refrão e eles iam para a segunda parte.
Escutei a campainha tocar. estava tão concentrada que não percebeu.
Andei até a porta me perguntando quem seria aquela hora da tarde. Que surpresa eu tive quando dei de cara com , , , e Rafa.
- Epa, que festa é essa aí? - foi o primeiro a se pronunciar. A música ainda tocava alto.
- ! O que você tá...? - não terminou de falar quando ficou do meu lado e viu quem tava na porta. - Ahñ, o que vocês tão fazendo aí? - Ela ficou nervosa, deu pra perceber pela voz dela. A música abaixou e alguém chamou a .
- Hey. Por que vocês estão aí? - Carlos perguntou abraçando a de lado, sem olhar para a porta. não fez uma cara boa. Oh Shit. - Ah! Vocês têm visita. - Ele não pareceu gostar muito de alguém ter interrompido nosso ensaio.
Ele e se encararam diretamente, fuzilando um ao outro com o olhar.
- Desculpa gente. Nós ficamos surpresas. Vocês não avisaram que viriam aqui agora. - Eu disse para tentar explicar as reações.
- A gente não ia vir, resolvemos agora. - me respondeu. pareceu ter ganhado vida e entrou pra dentro de casa. Carlos deu uma última olhada em e saiu atrás dela. - Porque vocês não entram? - Falei educadamente.
- O que ele tá fazendo aqui? - perguntou pra mim, a raiva em sua voz. Respirei fundo. Se ele ficou assim com a presença do Carlos, imagina quando souber que o James também está aí.
Ah, mas isso não vai prestar.
End POV
- Vamos dar uma pausa no ensaio gente! - Falei tentando parecer normal, mas o James levantou logo do sofá vindo em minha direção com a testa franzida.
- O que foi? - Perguntou preocupado enquanto o resto se espalhava pelo chão, casados de dançar tanto. Nem precisei responder.
- James! - falou entusiasmado de ver o amigo. Jimmy me deu um olhar compreensivo.
- Entendi. - Falou antes de se afastar de mim e ir cumprimentar o . - E aí cara?
- Tá fazendo o que aqui, dude? - perguntou ainda abraçado a ele.
- Ah, eu vim dar uma olhada no ensaio dessa galera. - Ele deu de ombros. Droga James! Por quê você tinha que abrir a boca?
- Ensaio de que? - Foi a vez de perguntar, cumprimentando o James.
- Uma apresentação de trabalho das meninas. - James olhou pra mim e viu meu olhar de desespero. - E vocês ainda não sabem dessa apresentação. Ah droga! - Ele veio pra perto de mim e depositou um beijo em minha testa. - Desculpa princesa. - Eu neguei com a cabeça e dei de ombros tentando sorrir.
- Por que vocês vieram de surpresa? Eu te disse que a gente ia fazer um trabalho ! - falou.
- É, mas você não especificou o tipo de trabalho que vocês iam fazer. - Ele respondeu com raiva. Oh merda, as coisas tão feias e não é só pra mim.
- A gente achou que vocês estavam sozinhas, estressadas e essas coisas. Viemos pra alegrar a tarde de vocês. - completou tentando amenizar.
- É, mas dá pra ver que vocês têm companhia o suficiente pra isso. - disse com raiva, me encarando diretamente.
Droga, mil vezes droga!
- Hey ! Não vai apresentar seus amigos? - Clark gritou. Olhei pra ele e vi um sorriso em seu rosto.
Fiz as apresentações, tentando ganhar tempo, indicando um por um. Depois de feitas, um pequeno silêncio surgiu.
- Por que vocês não nos contaram do trabalho? - perguntou. Dei uma olhada em e ela me olhou da mesma forma. Lá vamos nós!
- A gente pensou em contar quando estivesse perto da apresentação. - Expliquei.
- E por que ele pode ver esse ensaio e a gente não? - Fechei meus olhos e respirei fundo antes de encarar o . Cara ele estava com raiva mesmo. James não se abalou nem um pouco com o que ele disse.
- Porque ele não vai poder ir ver a apresentação.
- Nossa, isso explica muita coisa! - Ele disse, irônico, desviando seu olhar do meu.
- Você ia ficar sabendo . - Falei baixo. Eu sabia que ele estava com raiva não porque a gente não tinha contado, mas sim porque o James sabia e está aqui agora.
- Eu acho que não, afinal você já tem tudo o que você precisa com o Bourne. Você não precisa de mim. - Doeu muito ver nos olhos dele aquela mesma mágoa de Manchester quando eu atendi a ligação do James.
- Er... Gente. - Paul falou se levantando. - Tem uma Starbucks aqui pertinho. Vamos pra lá? - Ocorreram várias exclamações em concordância e o pessoal foi se levantando e indo até a porta. Isso me fez lembrar que não existia só o grupo de sempre ali, acostumados com as reações do e minhas.
Fiquei muito vermelha de vergonha por eles terem presenciado aquilo.
- Eu vou também. - James falou baixo.
- Você não precisa... - Ele me interrompeu, negando com a cabeça.
- É melhor. - Disse com um sorriso no rosto e depositou um beijo rápido em minha testa.
Olhei ao redor e vi muitos deles já do lado de fora do apartamento e me deparei com Paul ao meu lado, com o Carlos e a Melissa.
- Nós vamos ficar por lá um tempinho, quando as coisas acabarem por aqui você vai pra lá com a , ok? - Eu sorri abertamente para o Paul. Ele tava literalmente me salvando naquele instante. Concordei com a cabeça.
- Você quer que a gente peça alguma coisa pra você? - Mel perguntou.
- Alguma coisa com muito chocolate, por favor. - Eles riram, Mel concordou com a cabeça. Eles se afastaram, mas Carlos permaneceu do meu lado.
- Hey! O que foi que eu disse? - Eu franzi a testa sem entender. - O cara é louco por você. Tá morrendo de ciúmes. - Cochichou e eu me limitei a revirar os olhos. - Se ele te decepcionar, você sabe que eu vou estar aqui. - Eu gargalhei da sua cantada, mas concordei com a cabeça.
Eu e o Carlos já tínhamos deixado claro que não poderia acontecer nada entre a gente, mas ele adorava me lembrar que ainda gostava de mim. Acabou virando nossa piada particular.
- Certo. Você sabe que é o primeiro da lista. - Ele também gargalhou e me deu um beijo na bochecha, indo até a porta em seguida. Ele fechou a porta do apartamento e lá estávamos nós, nos encarando sem dizer nada.
POV
- Por que vocês não sentam? - disse quebrando o silêncio. Eu fiquei parado no mesmo lugar, nervoso demais para me aproximar de alguém.
Olhei pra e vi que ela me encarava. Seu olhar estava assustado, suplicante e eu quase amoleci. O problema era que eu me sentia traído.
Nós tínhamos passado um fim de semana incrível e uma semana perfeita. Ficamos próximos como nunca estivemos nesses últimos dias pra eu chegar aqui e me deparar com ela rodeado dos dois filhos da puta que haviam beijado aqueles lábios que eram meus.
Não é difícil ficar maluco.
- Certo. Quero explicações, agora! - disse cruzando os braços. Estava nervoso assim como eu.
- Nós não queríamos contar porque vocês iam querer assistir aos ensaios e aí, perderia a graça. - explicou encolhida ao lado do .
- A gente ia contar sobre a apresentação perto da data porque a gente sabia que vocês iam. - completou, ainda me encarando. Andou alguns passos pra perto de mim e eu fiquei rígido. - Eu não contei pro James sobre a apresentação. Foi o Paul que disse. E quando ele me falou que não ia poder ir eu dei a ideia dele assistir os ensaios. - Ela se aproximou ainda mais, me olhando de uma forma desesperada. - Ele ia saber no mesmo dia que você .
- Isso não muda o fato dele estar aqui e eu não. - Ela fechou os olhos com força e abaixou a cabeça.
- Então nada do que eu diga vai te fazer entender que eu não escolho entre vocês. O James é meu amigo e você... - Ela parou de falar. Eu senti algo dentro de mim pular e percebi que era meu coração batendo enlouquecidamente no peito.
Acabei como pequeno espaço que nos separava e levei minha mão até o queixo dela, levantando seu rosto. Ela olhou pra mim com os olhos confusos.
- E você? - Perguntei tentando fazê-la completar a frase. respirou fundo, desviando seu olhar do meu. - Me diz, por favor. - Cochichei. Seus olhos voltaram a encontrar os meus.
- Você é especial pra mim. - Sorri. - Mas sempre que você me vê com o James você arranja um jeito de brigar comigo, ou fica com raiva! - Disse alterando seu tom de voz e se afastando de mim. - O James nunca fez isso! Nunca me disse de quem eu posso ou não ser amiga, pelo contrário! Ele me apoia em tudo. E você só sabe brigar, brigar e brigar! - Ela se calou, mas continuou me encarando com um olhar acusador.
- Ok ! Você tá certa! - Explodi. - Eu odeio ver você com o James, odeio ver você com o Carlos, odeio ver você com qualquer um! Eu brigo porque eu morro de ciúmes de você! Eu morro de ciúmes quando algum cara toca em você, ou quando você sorri pra outro cara que não seja eu. Eu tenho medo que você se apaixone por algum cara melhor do que eu. Eu não consigo controlar isso! Eu to tentando, mas ainda não consigo controlar os meus ataques de ciúmes, é mais forte do que eu!
End POV
Fique paralisada. respirava rapidamente depois de ter dito tudo tão rápido. O local todo estava em silêncio.
- Você tem ciúmes do James? - Perguntei baixo, ainda sem acreditar.
- Do James, do Carlos, do Papa! De qualquer um. - Seu rosto estava sério. - Acho que tenho ciúmes até da , porque ela passa mais tempo com você do que eu. - Ele deu um pequeno sorriso.
- Pera aí! - Virei meu rosto e vi a com o braço esquerdo levantado como se tivesse pedindo permissão para interromper. - Eu não ando beijando a não, !
- Eca ! - Eu gritei e logo estávamos todos gargalhando.
- . - Eu voltei a olhá-lo. - Me desculpa. Eu achei que sabia o que era ter ciúmes, mas depois que eu conheci você, eu vi que não. - Ele tinha um pequeno sorriso de lado que me tirou totalmente o fôlego.
- Eu desculpo você. Mas não pense que eu fiquei feliz em saber que você é um maluco ciumento. - Ele franziu a testa. - Isso me assusta.
- É sério? - Ele ergueu sua sobrancelha. Eu concordei com a cabeça.
- Se, hipoteticamente, nós dois chegarmos a ter um relacionamento, e você agir como um maluco ciumento eu vou me assustar. E eu não quero ter que terminar com você por culpa das suas crises de ciúmes.
- Se, hipoteticamente, nós dois estivermos juntos, eu não vou precisar ter ciúmes de você, porque eu vou ter certeza que você é minha e que o seu amor é meu. Eu sou um louco ciumento porque você nunca me deu certeza sobre os seus sentimentos. A única certeza que eu tenho é que hoje você pode estar aqui comigo, mas amanhã pode aparecer namorando com o James ou com outro cara.
- Hey! Dá pause na novela aí porque eu preciso ir ao banheiro. - gritou sorrindo, andando até o corredor e sumindo dentro dele. Eu e voltamos a nos encarar.
- . - Dissemos ao mesmo tempo, soltando um gargalhada em seguida.
- Será que o casal pode se juntar ao resto do grupo? - perguntou com um tom irônico. Eu e andamos até os sofás e eu me sentei no chão, encostando minha cabeça na perna do . se sentou ao meu lado. - Certo! Qual é a desse trabalho?
- É como se fosse nossas provas finais. - Comecei. - Eles organizam uma mega apresentação para nos avaliar.
- Tem várias modalidades. - continuou. - Nós estamos ensaiando para a apresentação de dança, que a gente faz aula.
- Dança? - me olhou com um jeito brincalhão e eu corei de vergonha.
- É! A faz piano também e vai apresentar junto com a equipe de teatro. - Me encolhi ainda mais quando todo mundo me encarou.
- E a vai participar de um campeonato de vôlei. - Suspirei aliviada quando os olhares desviaram para .
- Que dia vai ser a apresentação? - perguntou.
- Dia primeiro de Dezembro. - Respondi.
- Ah, bom! Vamos poder ir então! - suspirou aliviado. Eu franzi minha testa.
- Como assim? Vocês vão ter compromisso? - Perguntei confusa.
- A gente vai viajar na semana que vêm pra escrever as músicas do novo CD. - Minha boca se abriu em um perfeito 'o' quando o respondeu.
- E vocês pretendiam nos contar quando? - perguntou com raiva olhando diretamente para o namorado. encolheu.
- Hoje mesmo. - respondeu.
- Parece que estamos quites de segredinhos. - Eu falei em tom de brincadeira e o riu baixo ao meu lado. - Vocês vão que dia?
- Na segunda. - respondeu ao meu lado. Senti meu peito doer ao imaginar uma semana sem ele.
- Pra onde vocês vão? - estava a beira de um colapso, disso eu tinha certeza, só pelo seu tom de voz.
- Não podemos dizer o lugar, mas é uma fazenda bem legal. Se eu pudesse levava você. - Ela bufou com a resposta do .
- E vocês voltam quando? - Perguntei, tentando achar um apoio na data de retorno deles.
- Na outra segunda-feira. - respondeu com um pequeno sorriso.
- Vai sentir minha falta? - cochichou em meu ouvido.
- Nem um pouco.
Segunda-feira, 05 de Novembro de 2012.
Hora: 05:22h
Leitão! Estamos saindo agora daqui de Londres.
Não quis te acordar com uma ligação, por isso a mensagem.
Como vamos estar incomunicáveis, já digo logo:
Se comporte!
Quando eu chegar, vou querer saber de tudo o que você fez na minha ausência.
Te amo muito! <3
Xxx Seu Pooh.
- O me mandou uma mensagem. - Comentei para a depois que terminei de ler. Ela pegou meu celular e leu a mensagem, me devolvendo depois com um sorriso no rosto.
- Tem uma não lida do aí. - Eu suspirei, concordado com a cabeça.
- Eu to sem coragem de ler. - Ela me olhou com a sobrancelha arqueada, enquanto mastigava seu biscoito.
- Se você não ler isso logo eu vou te dar um tapa . - Eu rolei os olhos, mas voltei a encarar a tela do celular. Cliquei para abrir a mensagem.
Hora: 05:25h
. Eu queria ter tido a oportunidade de te ligar, mas sei que não conseguiria dizer muita coisa. A mensagem é mais fácil.
Toda vez que eu vou viajar, eu fico com aquela ideia na cabeça de que eu posso ir e não voltar mais. E eu me preocupo sempre de me despedir das pessoas que eu amo, pra que elas saibam o que eu sinto se alguma coisa acontecer comigo.
Então, eu quero que você saiba que você é a melhor coisa que me aconteceu nesse último ano. Você me fez perceber que a gente precisa abrir mão de muita coisa por quem ama e isso sempre foi difícil pra mim, abrir mão de algo. Mas eu fiz por você e não me arrependo.
Se eu morrer, saiba que eu te amei até o último segundo, até a última batida de meu coração.
Eu sou seu, e serei sempre.
Xxx
- Ah meu Deus! - Minha visão estava embaçada pelas lágrimas, minhas mãos tremiam tanto que eu deixei o celular cair em cima da mesa. Respirei várias vezes tentando me controlar, mas não consegui.
- Que foi? - perguntou preocupada. Eu apenas apontei o celular para que ela lesse.
A cozinha ficou silenciosa enquanto lia a mensagem e eu tentava controlar as lágrimas que desciam pelo meu rosto.
- Ah meu Deus! - Ela repetiu minha expressão. - Isso foi lindo ! - Eu concordei com um aceno de cabeça. - Porque você tá chorando desse jeito?
- Porque se ele morrer ele nunca vai saber o que eu sinto por ele. Eu nunca disse! - me abraçou.
- Então diga a ele. - Ela levantou meu rosto e enxugou algumas lágrimas. - Manda uma mensagem. - Eu neguei com a cabeça.
- Falar “Eu te amo” pra ele pela primeira vez por uma mensagem ? Não posso!
- Então não diga eu te amo, diga algo que ele consiga saber o que você sente por ele. - Ela me entregou o celular. - Você tem alguns minutos. - Ela levantou e saiu da cozinha me deixando sozinha com meu celular.
O que eu posso dizer?
O quê?
Respirei fundo e comecei a digitar.
POV.
- Ah dude, eu tô um caco! - desabou no sofá. abria as janelas do lugar e estacionava o carro. Peguei minha mala e subi as escadas indo direto para o meu quarto. Coloquei a mala no chão e me espreguicei.
Preciso de um banho.
Peguei meu celular para ver que horas eram e me assustei ao ver uma mensagem nova, e era da .
Sentei na cama e abri a mensagem.
Hora: 06:38h
. Sua mensagem me pegou totalmente de surpresa, mas eu fiquei muito emocionada e também muito feliz por saber o que você sente.
Acho que é justo você ter uma noção de como eu me sinto.
Desde o dia que a gente esbarrou naquele shopping a minha vida mudou completamente. Tudo o que eu faço, tudo o que eu penso, tudo começou a girar em torno de você.
Pode não parecer, mas é verdade.
Você me fez rever os meus traumas, as minhas atitudes e os meus medos.
Você me fez amadurecer.
Se você morresse, se você não voltasse, eu acho que só teria um fim pra mim.
O mesmo fim que o seu.
Porque eu não consigo mais imaginar a minha vida sem você.
Sem suas crises de ciúmes, ou suas palavras de conforto e seus braços ao meu redor.
Você é uma parte de mim que eu não posso perder.
Eu não posso perder você entendeu?
Então trate de voltar vivo de onde quer que vocês estejam! :)
Xxx
Puta que pariu! Se isso não é uma declaração de amor, eu não sei o que pode ser!
É uma pena que aqui não tenha rede para o celular ou internet pra eu poder ligar pra ela. Agora vou ter que esperar até segunda-feira e ver se consigo arrancar tudo isso dela, com ela olhando pra mim. Quero ter certeza se é tudo verdade.
Não vejo a hora de voltar pra perto dela!
End POV.
- Gente, que estranho o Carlos não ter aparecido até agora. - cochichou para não ser pega pelo professor. Eu concordei com a cabeça, dando uma olhada no espaço vazio ao meu lado.
- Ele sempre avisa quando vai faltar. - Mel disse também no mesmo tom de voz.
- E o Paul também não veio. - Eu comentei também aos cochichos. O sinal tocou indicando o intervalo da aula.
- Será que aconteceu alguma coisa? - A pergunta de Melissa foi abafada por Clark e Annie se aproximando.
- Vocês viram o Paul? - Ele perguntou e nós negamos com a cabeça. - E o Carlos?
- Também não veio. - Eu respondi.
- Estranho. - Concordamos com a fala da . Realmente era muito estranho.
Andamos para fora da sala, e encontramos os corredores lotados de alunos. Seguimos o fluxo para a lanchonete ainda conversando sobre os motivos do Carlos e Paul terem faltado à aula.
Fiquei surpresa ao ver Carlos parado na entrada da lanchonete. Quando nos viu, andou até a gente. Seu rosto estava sério, sem nenhum vestígio daquela alegria contagiante que ele tinha pela manhã.
- Carlos! Onde é que você esteve? - Clark gritou antes mesmo do Carlos se aproximar da gente.
- Eu me atrasei. - Respondeu olhando para o Clark e desviando o olhar para mim. - , será que eu posso falar com você? - Eu estranhei aquela pergunta, mas concordei. - Vamos dar uma volta. - Ele me pegou pela mão e saiu me arrastando para longe da multidão de alunos.
Dei uma olhada pra trás e vi completamente curiosa e abismada pela atitude de Carlos. Eu apenas dei de ombros e voltei a olhar para frente.
Paramos na entrada da faculdade, sentando no banco em baixo da árvore enorme. Eu sentei ao seu lado e vi ele esfregar as mãos uma na outra. Ele está nervoso.
Mas por quê?
Continuei calada aguardando até que ele estivesse preparado para falar.
- , eu preciso da sua ajuda! - Começou, olhando para mim. - Você é a única do pessoal a quem eu posso recorrer, já que o Clark é muito amigo do Paul, mas não tem cabeça nenhuma e a Melissa é inocente demais como a Annie, e sobra a , mas ela não é tão próxima do Paul como você. - Eu franzi a testa, totalmente confusa. O que tem o Paul com isso?
- O que foi Carlos? - Perguntei depois da longa pausa que ele fez.
- Promete que não vai contar pra ninguém? - Eu concordei com a cabeça, agora ainda mais confusa. - O Paul desapareceu. Ele não aparece na república desde sábado à noite.
- O quê? - Falei surpresa. Jamais imaginaria que fosse algo assim.
- O Paul sempre sai no sábado a noite e volta domingo de manhã, não faço ideia do que ele faz quando sai, mas ele sempre volta. Até esse fim de semana. - Ele passou as mãos pelos cabelos curtos e parou atrás do pescoço apertando o lugar.
- Como você sabe que ele desapareceu?
- Eu fui chama-lo pra vir para a aula, como em todas as segundas, mas ele não estava lá. Eu estranhei e perguntei pra galera da república se alguém tinha o visto saindo e todas as respostas foram não. Então eu voltei para o quarto dele e procurei qualquer pista que me indicasse onde ele poderia ter ido. Aí achei uma coisa na cômoda dele.
Carlos deu uma pausa e começou a vasculhar em sua mochila. Pegou dois saquinhos plásticos na mão e escondeu em baixo da sua mochila. Olhou pra mim com feições nada boas. Ele levantou a mochila o suficiente pra que eu pudesse ver.
- Ah meu Deus, isso é... - Ele confirmou com a cabeça e eu levei minhas mãos à boca.
Maconha, Cocaína e Crack.
Era isso que tinha nos dois saquinhos plásticos.
Carlos os guardou na mochila e deu uma olhada ao redor pra ver se ninguém estava nos observando. Quando ele ficou satisfeito, voltou a falar.
- Eu já desconfiava que o Paul usasse drogas, mas nunca tive uma confirmações e ele escondia muito bem isso. - Eu confirmei com a cabeça, atordoada demais pra falar. - E eu estou preocupado . Se ele sai nos sábados pra usar essas coisas, alguma merda deve ter acontecido pra ele não voltar pra casa. Você não tem ideia de quantas coisas terríveis já passaram pela minha cabeça!
Apoiei minha cabeça em minhas mãos. Meus cotovelos apoiados em meus joelhos. Fechei meus olhos tentando pensar. Onde Paul estaria agora?
Drogado em algum lugar?
Sequestrado?
Ferido?
Morto?
Ah meu Deus, onde ele está?
- Eu procurei ele em alguns lugares que a gente costuma ir, mas não o achei. Se você for comigo talvez, não sei! Talvez a gente tenha mais sorte! - Olhei pro Carlos e vi o desespero em seus olhos assim como devia estar nos meus.
Me levantei do banco em um salto no mesmo instante que o sinal tocou.
- Vamos! A gente precisa encontrar ele! - Carlos se levantou também e me pegou pela mão.
- Avisa a , mas não deixa ela desconfiar de nada. - Concordei com a cabeça pegando meu celular e digitando uma mensagem pra ela.
POV.
- Eles estão demorando. - Melissa comentou e eu tive que concordar.
- O sinal tocou tem pouco tempo. Eles devem estar chegando. - Meu celular vibrou na mesma hora. Olhei na tela e vi que era uma mensagem da .
Amiga, vou ter que matar a aula de piano e a de dança.
Carlos me pediu uma ajuda, mas não é nada demais.
Eu devo ir almoçar com ele se nos demorarmos muito, então vou direto pro trabalho.
Nos vemos em casa ou no shopping!
Te amo s2
Xxx .
- Eles não vem. - Falei pra Melissa e ela franziu a testa. - A acabou de me mandar uma mensagem. - Ela fez uma cara de “ah, tá” e concordou com a cabeça.
- Então vamos pro prédio dois. - Concordei e comecei a andar.
End POV.
Já havíamos passado por três lugares que o Paul costuma frequentar, no último recebemos a informação de onde o Paul ia pra comprar drogas. O lugar era bem longe, Carlos nunca havia ido por aqueles lados e tivemos que usar o GPS pra não nos perder.
- Esse lugar me causa arrepios. - Concordei com sua fala porque também causa em mim.
Haviam crianças gritando e jogando bola na rua. Os prédios tinham pichações de todos os tipos e tamanhos, muitas janelas tinham os vidros quebrados e até marcas de bala foi possível identificar.
Carlos passou a mão ao meu redor como se quisesse me proteger. Eu suspirei agradecida.
Andamos até o local que o homem falou e Carlos bateu na porta de metal. Por uma pequena abertura na porta, um garoto que não parecia ter mais que quinze anos apareceu.
- Tão querendo o que? - Perguntou desconfiado.
- Precisamos de uma informação. - Deu pra perceber o menino nos observando atentamente.
- De que tipo?
- Um amigo nosso sumiu desde sábado. Tivemos informação que ele vinha aqui nesses dias. - Carlos tentou falar da forma mais sucinta possível. O menino pareceu pensar por um tempo.
- Como seria esse seu amigo?
- Alto, loiro, olhos azuis e bem branco. O cabelo é caído na testa. - Eu dei as especificações.
- Hum... Não sei. Passa tanta gente por aqui. - Eu praticamente suspirei derrotada, mas Carlos pareceu compreender algo que eu não pude.
Ele pegou de dentro do seu bolso um dinheiro. Ele havia separado dentro do carro, mas eu não entendi bem pra quê ele queria. Agora deu pra saber.
Carlos passou o dinheiro pela abertura da porta e o menino se afastou da mesma, parecendo contar as notas. Depois disso ele reapareceu.
- Ah sim! Agora me lembro! - Esboçou um sorriso malandro. - Ele apareceu aqui na madruga e levou umas paradas. Depois sumiu por aquelas bandas. - Apontou com o dedo a direção que nós viemos.
- Sabe pra onde ele possa ter ido? - Perguntei de forma suplicante. Só aquela informação não adiantava de nada.
- Tem uma pensão na saída do bairro que alguns riquinhos vão pra usar as paradas. Talvez ele possa estar lá. Ainda mais com a quantidade de paradas que ele pegou. - Um cara apareceu atrás da gente. Parecia ir comprar com o menino. - Mais alguma coisa? - Perguntou.
- Não. - Carlos respondeu já se afastando da porta.
- Obrigada. - Eu disse.
Achamos a tal pensão. Era nojenta a entrada do lugar e minha cabeça imaginava que por dentro seria muito pior. Carlos conversou com uma mulher gorda e suja que estava na recepção e ela confirmou que Paul estava ali.
Com ajuda de um “auxílio financeiro”, Carlos conseguiu a chave reserva do quarto do Paul.
Andamos até a escada. Eu tentava não reparar nas pessoas jogadas pelo lugar. Algumas estavam deitadas no chão, havia um fedor muito grande de vômito e sujeira por toda a parte.
Nos andares não estava muito diferente. Tivemos que desviar de duas moças drogadas que vieram pra cima de nós, completamente sem consciência do que estavam fazendo.
Finalmente, paramos em frente ao quarto dezessete. Tentamos escutar pra ver se tinha algum barulho vindo de lá, mas não havia nada. Carlos colocou a chave na porta e abriu.
A primeira coisa que eu vi foi a cama de casal e vi alguém deitado em cima dela.
Paul.
Corri até lá e fiquei horrorizada com a quantidade de saquinhos plásticos espalhados ao redor dele. Seus olhos estavam fechados e seu rosto parecia ainda mais branco do que de costume.
Vi Carlos se aproximar. Nós trocamos um olhar preocupado antes de tentarmos acordar o Paul.
Tentamos uma, duas, três vezes. Carlos jogou até um pouco de água no rosto dele, mas ele não reagiu.
Peguei o pulso dele e pedi Carlos o seu relógio. Meu pai havia me ensinado um pouco de primeiros socorros como aferir pressão e fazer massagem cardíaca.
- A pressão dele tá muito baixa. - Eu disse. - Se ele usou a quantidade que tá parecendo que ele usou, nós precisamos de um hospital agora! - O desespero começou a me invadir.
- Você acha que ele está numa Overdose? - Eu concordei com a cabeça.
Nós não precisamos dizer mais nada.
Carlos pegou Paul no colo de mal jeito. Eu procurei pelo quarto pra ver se achava alguma coisa de Paul. No chão peguei sua carteira e na cama seu celular. Todas as ligações do Carlos e minhas estavam ali como não atendidas.
Saímos do quarto devagar. Carlos não conseguia andar rápido com todo o peso de Paul e ele não me deixou ajudar dizendo que nós dois andando com o Paul no colo era sujeito a um tombo. Eu tive que concordar, já que eu não sou um poço de força.
Descemos as escadas e eu entreguei a chave para a mulher gorda. Ela nem ao menos olhou Paul sendo carregado por Carlos. Cenas daquelas deveria ser bem comuns por ali.
Colocamos ele no banco de trás do carro e entramos. Carlos correu em direção ao hospital.
POV
- ? - Balancei a mão na frente do rosto dela. Ela me encarou assustada. - Você ficou no mundo da lua de novo! - Ela sorriu fraco, e balançou a cabeça de um lado pro outro.
- Só me distraí amiga. - Sua atenção voltou para suas batatas fritas.
- Não vai me dizer o que você andou fazendo com o Carlos? - Tentei mais uma vez. Ela bebericou seu suco.
- Já disse que estava ajudando ele com uma coisa.
- Que coisa? - Ela me olhou feio.
- Amiga, eu já te expliquei mais de mil vezes que não diz respeito a mim, responder. Vamos esquecer isso? - Eu coloquei minhas mãos na frente de meu rosto em sinal de rendição.
- Ok! - Ela voltou a comer suas batatas.
#
- Aonde você vai? - estava arrumada. Passava prancha na franja.
- Vou sair com o Carlos. - Respondeu sem me olhar.
- Sair com o Carlos? - Ela concordou com a cabeça.
- Vou ajudar ele a estudar para as provas. - Cruzei meus braços junto ao corpo. Que coisa mais estranha.
- E por que vocês não estudam aqui? - Ela parou com a prancha e ajeitou a franja, depois voltou seu rosto para mim.
- Ele me chamou pra casa dele , ele não se convidou para a nossa. - Eu ergui uma sobrancelha e observei atentamente. Tem alguma coisa que ela está me escondendo.
- E por que você não me chamou pra ir também?
- Você quer ir? - O jeito que ela perguntou foi como se ela já soubesse a resposta.
- Na verdade, não.
- Foi o que eu pensei! - Ela sorriu de leve pra mim. - Não se preocupe, ok? Eu volto em duas horas. - Me deu um beijo no rosto bem na hora que a campainha tocou.
End POV.
- Como foi com a ? - Carlos abriu a porta do passageiro pra mim e eu entrei agradecida. Já estava fazendo bastante frio naqueles dias.
- Difícil, mas eu consegui convencê-la de que estava te ajudando com as matérias. - Ele concordou com a cabeça, ligando o carro. - Não posso demorar muito porque ela está sozinha.
- Cadê o namorado dela?
- Viajou com os outros. Foram escrever músicas pro novo CD. - Ele concordou com a cabeça. - Notícias do Paul? - Carlos respirou fundo.
- Ainda desacordado, ainda com risco de vida, mas o médico disse que provavelmente ele possa acordar hoje ou amanhã assim que todo o efeito das drogas passar.
Andamos todo o caminho até o hospital falando de coisas aleatórias, tentando nos distrair da verdadeira preocupação que nos rondava.
Como Paul estaria quando acordasse?
Será que ele acordaria?
Entramos no hospital e fomos diretamente para a recepção. Tivemos informação que ele ainda não havia acordado, mas que o médico queria falar conosco. Sentamos em um dos sofás e esperamos. Dr. Joseph apareceu alguns minutos depois.
- Boa noite! - Nos cumprimentou. Trocamos apertos de mão.
- Como ele está? - Perguntei. Ele sorriu de uma forma acolhedora.
- Muito melhor de quando vocês o trouxeram, mas ainda não podemos ter certeza até ele acordar. - Concordei com a cabeça. - O que eu preciso discutir com vocês é fato de informamos a família do Paul. - Troquei um olhar com Carlos.
- Doutor, nós não podemos fazer isso. Paul mora aqui sozinho e nunca teve um bom relacionamento com os pais. Eles só atrapalhariam a recuperação dele.
- Vocês precisam entender que esse é um procedimento padrão do hospital.
- Nós entendemos. Mas não podemos fazer isso sem a autorização do Paul. - Carlos respondeu.
- Vamos fazer assim. - Eu comecei e os dois me encararam. - Vamos esperar até amanhã à noite. Se o Paul não tiver acordado ainda, nós entramos em contato com os pais dele. - Carlos sorriu com a minha ideia e o médico pareceu pensar.
- Certo. Vamos esperar até amanhã a noite então.
- A gente pode ver ele agora? - Dr. Joseph sorriu e concordou com a cabeça.
Terça-feira, 06 de Novembro de 2012
Passei meus olhos pelos corredores à procura de Carlos. A mensagem que ele havia me mandado dizendo que precisava falar comigo me deixou preocupada. O vi parado ao lado da porta da nossa sala. Ele sorriu quando me viu, tirando todas as minhas preocupações sobre uma notícia ruim. Carlos correu ao nosso encontro.
- Hey! - Disse nos cumprimentando. Depois seu olhar pousou em mim. - Preciso falar com você. - O sorriso ainda estava no seu rosto e eu acabei sorrindo também.
- Coloca na minha mesa pra mim? - Entreguei a minha bolsa. - A gente não demora. - Ignorei a cara de curiosidade de e saí correndo ao lado de Carlos. Teríamos pouco tempo antes do sinal tocar.
Fomos direto para o nosso banco e sentamos sem fôlego.
- Ele acordou! - Eu quase gritei de alegria e abracei Carlos fortemente.
- Como você sabe? O médico te ligou? - Ele negou com a cabeça.
- Eu fui lá hoje de manhã, antes de vir pra cá. Ele já estava acordado.
- E como ele está? - Carlos deu de ombros.
- Bem. Ele está um pouco desorientado, mas me reconheceu. O médico disse que é normal. Provavelmente à noite ele já vai estar com a cabeça melhor.
- Você me leva pra ver ele a noite? - Carlos concordou com a cabeça. O sinal ecoou por todo o campus. - Temos que ir. - Levantamos e andamos abraçados até a sala.
- Eu e o Paul combinamos uma história para não levantar suspeitas aqui. - Eu escutei atentamente quando ele começou a falar baixo. - Nós vamos dizer que ele me ligou, que teve que viajar de última hora por causa dos pais dele, que algum parente dele estava no hospital e ele não sabe se vai poder voltar para as provas finais. Ele também pediu pra gente ir até o diretor e explicar toda a situação.
- Podemos fazer isso no intervalo. - Ele confirmou com a cabeça e a gente se calou quando chegamos até a nossa sala.
Capítulo 19
- Hey! - Falei baixo vendo os olhos de Paul aparecerem em meio à roxidão que viraram ao redor de suas pálpebras. Ele sorriu fraco quando me viu. - Como você está?
- Vivo. Graças a você e o Carlos. - Sua voz estava rouca, mas eu me senti muito feliz ao vê-lo conversando. - Obrigado. - Ele disse e eu neguei com a cabeça.
- Como diz aquela típica frase: É pra isso que servem os amigos! - Uma pequena gargalhada escapou de seus lábios.
- Vocês falaram com o diretor? - Nós concordamos com a cabeça.
- Ele disse que não tinha problemas, mas que se você não estivesse lá para as provas finais, teria que fazer a dependência no ano que vem. - Carlos explicou.
- Ele não vai falar para os meu pais? - Nós negamos com a cabeça. - É só isso que me importa.
- Paul. Suas provas finais de futebol e basquete são só no dia 08. Você não acha que já vai estar bom até lá? - Perguntei. Ele respirou fundo.
- Eu não sei. Talvez. Mas ainda tem as provas escritas no final desse mês e eu vou perdê-las de qualquer jeito.
- Por que você diz isso? - Carlos perguntou, sentando na ponta da cama do hospital.
- Mesmo se eu fosse lá fazer eu não conseguiria as notas suficientes pra passar. Eu vou perder todas as aulas e não vou estudar. - Eu sorri para ele.
- Ah bobo! A gente estuda com você, não é Carlos? - Eu olhei pra ele que confirmou com a cabeça. Voltei a olhar o Paul. - Podemos vir aqui todos os nossos momentos livres pra te ensinar as matérias que você não sabe e fazer revisões! - O rosto dele pareceu se iluminar.
- Vocês fariam isso? - Eu e o Carlos concordamos com a cabeça e o Paul sorriu. - Então se o médico liberar e vocês me ajudarem, eu não vou precisar de dependência! Bem, talvez em futebol e basquete já que vocês não podem me ensinar isso aqui. - Ele deu de ombros. Eu e o Carlos gargalhamos com a sua fala.
Segunda-feira, 12 de Novembro de 2012.
- Você acha que eles já chegaram? - Eu dei de ombros indo até a geladeira e pegando minha garrafa d'água. - Eu to ficando preocupada.
- Não fique . - Eu comecei a andar até o meu quarto. - Daqui a pouco o aparece por aqui! - seguiu atrás de mim.
- Você não vai sair hoje de novo, vai? - Eu neguei com a cabeça.
- Eu já avisei o Carlos que os meninos chegam hoje. A gente deixou pra estudar amanhã. - Me sinto tão aliviada por não estar mentindo mais pra ela. Pelo menos não totalmente, já que agora a gente estava realmente estudando, mas em um hospital e com o Paul. - Eu vou tomar um banho e escutar música. Você me dá um toque quando o , ou todos eles, chegarem. - Ela concordou com a cabeça e eu entrei no quarto, fechando a porta em seguida.
Tomei meu banho demoradamente tentando distrair meus pensamentos do fato de que eu iria ver o depois de uma semana inteira sem nenhum contato. Ainda mais depois daquela mensagem.
Será que ele havia entendido o que eu quis dizer com aquela mensagem?
Será que ele havia recebido a mensagem?
O que será que vai acontecer a partir de agora?
Balancei minha cabeça de um lado a outro pra espantar as perguntas. Fui até meu som, depois de trocar de roupa, e coloquei meu iPod. Escolhi as músicas dos Backstreet Boys e aumentei o volume praticamente no máximo, já que o som não era muito potente e só assim pra ficar alto.
Peguei o controle do mesmo e coloquei no aleatório. Me joguei na cama no mesmo instante que Lose It All começava a tocar.
Respirei fundo me preparando pra cantar a música com força e sofrer um pouco com a letra.
POV.
- Oi gente! - abriu a porta e se jogou em cima dela. Rodou ela três vezes e depois beijou-a apaixonadamente.
Morri de inveja da cena.
- Eca, vocês dois! - gritou atrapalhando a pegação. e riram, envergonhados.
- Cadê meu Leitão? - perguntou olhando ao redor e não vendo a , o que eu já havia reparado há bastante tempo.
- Tão escutando? - Ela levantou o dedo no ar e nós ficamos em silêncio. Tinha uma música tocando em algum lugar da casa. - É ela trancada no quarto.
- Isso é Backstreet Boys? - perguntou ainda escutando a música. sorriu e concordou com a cabeça. - Espera que eu vou lá chamar ela!
- Não ! - o impediu. - Eu preciso conversar com vocês antes, aproveitando que ela não vai poder escutar.
Fiquei intrigado com aquilo assim como os outros guys. apontou a cozinha e a gente foi até lá. Ela cantarolava a parte da música que a escutava. Sentamos ao redor da mesa da cozinha e esperamos ela começar.
- Tem alguma coisa acontecendo com ela. - Me aproximei de quase que automaticamente, como se eu não quisesse perder nenhuma palavra. - Desde o dia que vocês viajaram que ela tá assim.
- Deve ser porque a gente viajou. - disse como se fosse obvio, mas negou com a cabeça.
- É outra coisa. - Ela apoiou as mãos na mesa e começou a tamborilar com os dedos. - Começou quando o Carlos e ela mataram aula na segunda. - Eu senti uma raiva estourar dentro de mim, como um vulcão prestes a entrar em erupção. pareceu perceber. - Não é nada do jeito que você está pensando , na verdade, eu não faço ideia do que eles fizeram.
- O que ela te disse? - perguntou.
- Esse é o problema. Ela me disse que foi ajudar ele com uma coisa, mas não me disse mais nada. - Eu passei as mãos por meus cabelos, tentando me controlar. - E aí eles começaram a sair todos os dias à noite, e ela me disse que estava ajudando ele a estudar para as provas finais, mas eu achei muito estranho! Eles não estudaram nenhum dia aqui em casa, ela sempre ia com ele!
- Você acha que os dois podem estar...? - Não consegui terminar a pergunta.
- Eu não sei! Acho que não, mas o que poderia ser? - A gesticulou rapidamente com suas mãos, nervosa. - A nunca me escondeu nada na vida! Normalmente quando ela faz isso eu acabo descobrindo por conhecer ela tão bem, mas dessa vez eu não consegui nada! - Ela fez uma pausa e ninguém ousou falar. - Tão vendo as músicas? - Nós concordamos. - É o único sinal de que tem alguma coisa errada, alguma coisa preocupando ela. não escuta essas músicas dos Backstreet Boys á toa!
É muito reconfortante saber que eu fico fora por uma semana e ela consegue se envolver de segredinhos com outro cara. E depois não quer me ver com ciúmes! Ah, !
End POV.
Acho que vou ficar rouca de tanto cantar/gritar essas músicas! Tomei o último gole da minha garrafa de água no fim de Dowpour. Suspirei com preguiça de ter que ir até a cozinha pegar mais água. Desisti completamente quando o toque de I Still começou.
Derrotada, preguiçosa, com sede e agora triste pra caralho por culpa da música, tive que me arrastar até a porta e sair do meu quentinho e barulhento refúgio.
Continuei cantando a música, mas fiquei muda ao ver quem estava na minha cozinha.
, , , e , me encararam ao mesmo tempo.
A garrafinha vazia em minha mão começou a ficar pesada, mais pesada que o normal. I Still acabou e começou I Never Break You Heart e eu quase ri da ironia do modo aleatório de colocar aquela música pra tocar naquele instante.
se levantou da cadeira e veio em minha direção, seus olhos fixando os meus totalmente. De repente não havia mais ninguém ali, apenas ele, eu e a saudade.
Ele parou bem próximo de mim e me olhou atentamente, o rosto sério. Meu coração bateu acelerado, e minha respiração ficou presa.
me abraçou pela cintura e me levantou. Coloquei meus braços ao redor do seu pescoço e apertei com força. Soltei minha respiração profundamente pra poder inspirar o perfume de seu pescoço. Ele fez o mesmo no meu, me causando arrepios e mais arrepios. Sorri quando meus pés tocaram o chão, mas ainda assim ele não me largou.
- Você está vivo! - Eu comentei em seu ouvido e ele se encolheu, soltando uma risada em seguida.
- Eu voltei pra você. - Me derreti toda em seus braços e o apertei ainda mais. Ele fez o mesmo, seus dedos apertando firmemente minha cintura. Depositei um beijo em seu pescoço e ele se afastou de mim o suficiente pra me olhar. - Você tem noção do quanto eu senti a sua falta? - Ele encostou sua testa na minha, os olhos fechados.
- Talvez eu tenha, se for como eu senti a sua. - Ele abriu os olhos e eu vi que eles brilhavam, ele sorriu largamente.
- Hey ! Dá pra deixar eu ver a também? - gritou agitando as mãos no ar. Eu sorri para o , mas ele não me soltou.
- Nós dois precisamos conversar. - Ele disse mais sério e então me largou. Antes que eu pudesse assimilar o motivo da conversa, me agarrou em seus braços.
- Ah ! - Eu gritei em meio às gargalhadas.
- Que saudade que eu tava de você Leitão!
- Eu também Pooh! - Sorri aliviada quando ele me soltou. - Como foi lá? Fizeram muitas músicas lindas? - Ele concordou com a cabeça e um enorme sorriso no rosto. - Conta tudo!
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- Você não vai embora também? - perguntou ao . Este olhou para mim e negou com a cabeça.
- Vou ficar mais um pouco. - Eu senti meus nervos enlouquecerem. O que será que ele quer falar?
- Então a gente vai! Até mais pra vocês. - Nos despedimos do e .
- Vem ! - chamou o namorado e os dois saíram em direção ao quarto dela deixando eu e o sozinhos em frente à porta do apartamento.
O único som que ficou foi o que vinha do meu quarto, ao som de There's Us. Olhei para o e o vi me observando. Mordi meu lábio inferior por puro nervosismo.
Peguei a mão dele e comecei a andar sem dizer nada. Fui direto para o meu quarto e fechei a porta. ficou parado ao lado da mesma enquanto eu abaixava o som. Ficou um som ambiente.
Eu não sabia mais o que fazer. Fiquei nervosa e tentei me concentrar na música que tocava agora pra tentar me controlar. Não tive muito sucesso.
- Então... - Hesitei. - Sobre o quê você quer conversar? - respirou fundo e se sentou na minha cama. Indicou com a mão para que eu fosse sentar ao lado dele.
- Sobre você, sobre mim, sobre nós dois. - Ele disse baixo quase arrancando todo o meu ar com aquelas palavras.
Oh céus! Era isso o que eu temia!
- Ok. - Foi a única coisa que eu pude dizer sem gaguejar.
ficou inquieto ao meu lado, pensativo. Continuei calada, esperando ele tomar a iniciativa.
- Você sabe o que eu sinto por você, eu deixei claro. - Eu apenas pisquei, totalmente vidrada em seus olhos e suas palavras. - Agora eu preciso saber o que você sente por mim.
- Eu pensei que você já soubesse. - Eu disse baixo, desviando meu olhar. Senti sua mão em meu queixo e ele puxou meu rosto em sua direção.
- Eu quero ouvir de você. - Eu fechei meus olhos, embriagada com a proximidade de seus lábios. Respirei fundo o cheiro do perfume de , criando coragem pra finalmente me declarar.
Meu celular tocando The Guy Who Turned Her Down, atrapalhou minha concentração. Me afastei de rapidamente em busca do celular. Eu não podia deixar de atender uma ligação do Carlos, já que podia ser alguma coisa com o Paul.
- Oi? - estava com a sobrancelha arqueada quando eu atendi a ligação.
- ! Tudo bem? Espero não estar atrapalhando você! - Ah, se o Carlos soubesse!
- Não Carlos! Tudo bem! O que foi? - O rosto de ficou enfurecido quando eu falei o nome dele.
- É o Paul. - Meu coração gelou com a pausa dele. Não podia deixar o ver a minha preocupação.
- Só um minuto Carlos. - Falei pro telefone e coloquei a mão no fone pra que ele não escutasse. - , eu volto em um minuto. - Não esperei ver sua resposta, apenas abri a porta do quarto e saí, indo até a sala. - Pode falar Carlos.
- O médico disse que ele precisa ser internado em uma clínica de reabilitação e vai transferir ele amanhã pela manhã.
- Mas nós vamos poder visitá-lo? - Perguntei baixo.
- Ele disse que vai fazer uma recomendação para a nossa presença todos os dias. Normalmente os internados têm visitas apenas uma vez na semana.
- E ele vai poder fazer as provas?
- Se estiver bem até lá, sim. Ele vai passar pelo processo de desintoxicação. O médico disse que é muito difícil e poucos conseguem superar esse processo.
- Mas ele vai conseguir! Nós vamos ajudá-lo!
- Vamos sim! - Sorri e sabia que Carlos também estava sorrindo. - Então, era só isso!
- Certo! A gente se fala amanhã então!
- Beijos!
Desliguei o celular e voltei para o quarto. estava deitado na minha cama, os pés com o tênis do lado de fora da mesma e o braço direito cobria seu rosto. Me aproximei da cama e ele retirou o braço do rosto e olhou pra mim. Paralisei no lugar.
- O que há entre você e esse cara?
- Como assim? - Perguntei, já com receio da sua reação e imaginando o que se passava pela sua cabeça.
- Como assim, não . Você sabe muito bem ao que eu estou me referindo! - Respirei fundo. se sentou novamente.
- Nós somos amigos, colegas de turma.
- Não é isso o que a me disse. - Agora eu fiquei confusa.
- E o que ela disse? - Ele bagunçou os cabelos e desviou seu olhar do meu.
- Disse que você e ele estão cheios de segredinhos desde que eu viajei. Que vocês saíram juntos todos os dias à noite pra “estudar” - Ele fez aspas com as mãos. - E você ainda quer que eu pense que vocês dois não tem nada? Você mal esperou eu viajar pra ficar pra cima e pra baixo com esse seu amiguinho! - Eu respirei fundo e contei até dez. Ele estava com ciúmes de novo.
- , nós dois não temos um caso ou nada do gênero do que você tá pensando. - Expliquei.
- Então o que vocês dois andam fazendo todos os dias?
- Não é da sua conta, nem da , nem de ninguém! - Quase explodi. - Que droga! Eu não to ficando com o Carlos! - Ele se levantou da cama e ficou parado na minha frente.
- E como você quer que eu acredite nisso se você não me conta o que vocês estão fazendo juntos? - Ele também explodiu.
- Você precisa confiar em mim . - Eu disse baixo de olhos fechados.
- Como você quer que eu confie se você mesma não confia em mim pra contar o que está acontecendo? - Abri meus olhos e respirei fundo.
- Então não temos solução pra isso. - Andei até a minha cama e me deitei. Abracei o Pooh gigante e escondi meu rosto nele.
Sem querer, eu senti as lágrimas caírem. Tentei abafar os soluços no pelo do Pooh, mas acho que foi em vão. Senti o lado da cama afundar e alguém me abraçar por trás. Solucei mais alto ainda.
- Shh, me desculpa. - Ele repetiu várias vezes em meu ouvido. - Eu sou um idiota com ciúmes. Por favor, me perdoa ! Não chora. - Larguei o Pooh e me virei enterrando meu rosto em seu peito. Meu cabelo ficou todo espalhado por meu rosto e começou a arrumá-lo com a mão, fazendo carinho em minhas costas ao mesmo tempo com a outra.
- Eu odeio brigar com você. - Gaguejei em meio aos soluços. me apertou ainda mais em seus braços entrelaçando nossas pernas.
- Eu também, amor. Eu também. - Senti meu coração bater mais forte ainda por ele ter me chamado de amor.
Depois de um longo tempo, meus soluços passaram e minhas lágrimas pararam de cair. não me largou nenhum segundo e eu me senti em paz ali, naqueles braços do cara que eu tanto amava.
Ele se afastou um pouco e com a mão levantou meu queixo pra poder ver meu rosto. Eu fiquei de olhos fechados imaginando a cena catastrófica que ele estava vendo. Olhos inchados, nariz vermelho, rosto molhado. Terrível.
- Psiu. - Ele chamou e eu tive que abrir os olhos. Seu rosto estava sério e seus olhos olhavam pra mim profundamente. - Me perdoa? - Eu concordei com a cabeça. - Eu confio em você. O problema é que eu sou um babaca medroso e ciumento. - Ele soltou uma risada e eu neguei com a cabeça.
- Você não é um babaca. - Ele sorriu. - E eu confio em você também e eu queria contar o que tá acontecendo, mas não posso porque não diz respeito a mim, entende? - Ele concordou com a cabeça e voltou a me abraçar, afundando seu rosto em meu pescoço.
A mão dele começou a passear pelas minhas costas, subindo, descendo, de um lado pro outro. Eu comecei a ficar sonolenta por culpa dos seus carinhos e eu vi que a respiração dele também estava pesada. Eu dei um beijo no topo de sua cabeça e ele retribuiu com um beijo em meu pescoço.
- De uns tempos pra cá, você andou dizendo como se sentia em relação a mim, mas eu nunca deixei claro pra você como eu me sentia. - Ele afastou o rosto de meu pescoço depois do meu cochicho.
- Você me mandou uma mensagem. - Ele respondeu no mesmo tom de voz.
- É, mas não era a mesma coisa. Você disse que sempre que viajava pensava que poderia ir e não voltar mais e eu fiquei completamente desesperada com essa ideia. Eu tinha que te mandar alguma coisa que te desse uma noção do que eu sentia, mas o que eu escrevi foi só um pedacinho.
- Você ficou com medo de me perder? - Ele perguntou com um sorriso de lado. Eu me levantei com o auxílio do meu cotovelo e fiquei com meu rosto por cima do dele.
- Desde o dia que você esbarrou em mim naquele shopping que eu tenho medo de te perder. - Eu olhei bem fundo dos olhos dele. - Quando eu me afastei de você foi a pior sensação pela qual eu já passei. Doeu muito, muito mesmo, ficar longe de você. Eu prefiro que a gente brigue, sei lá, não consigo suportar outra separação como aquela!
agarrou meu rosto com suas mãos e me beijou ferozmente. Fiquei muito surpresa com sua atitude, mas retribui de imediato. Meu corpo tremeu ao sentir seus lábios nos meus e logo nossas línguas estavam unidas. Suas mãos largaram meu rosto e me empurraram pela cintura para que eu deitasse as costas na cama. logo se colocou em cima de mim e eu levei minhas mãos ao encontro do seu cabelo e apertei com força, puxando ele pra mais perto de mim. Como se isso fosse possível.
Suas mãos agarraram as minhas coxas e ele as impulsionou para cima, deixando-as ao lado de sua cintura. estava entre as minhas pernas e essa posição me fez ficar com muito calor.
Ele mordeu meu lábio inferior para tomar fôlego e eu aproveitei pra desviar meus lábios para o seu pescoço. gemeu quando eu o mordi de leve lá e apertou sua mão em minha coxa esquerda. Isso me deu coragem pra continuar e eu subi até sua orelha mordiscando seu lóbulo.
Ele gemeu de novo e eu senti meu corpo todo responder ao som de sua voz.
Brinquei com meu nariz, fazendo o mesmo passear por seu pescoço e orelha, indo e vindo, sentindo o maravilhoso cheiro de . Parei meus lábios perto de seu ouvido e respirei fundo.
- Eu te amo . - Sussurrei.
Ele tirou seu rosto de perto do meu pescoço e eu vi seus olhos me olhando de uma forma tão linda que eu fiquei emocionada.
- Você me ama? - Ele sussurrou também.
- Sim. Eu amo você. - Um sorriso do tamanho do mundo se formou em seus lábios. Eu sorri também, sentindo toda a felicidade dele e a minha, me invadirem.
- ELA ME AMA! - Ele se ajoelhou entre minhas pernas e gritou, com os braços levantados pro ar.
- ! - Eu o repreendi, mas não consegui conter um sorriso ao ver sua alegria. Ele gargalhou alto e começou a pular em cima da minha cama. Eu encolhi minhas pernas pra não ser esmagada no meio da sua crise. Reparei que ele estava sem os tênis. Que horas ele tirou é que eu não sei.
- O quê que tá rolando? - abriu a porta do quarto e entrou com atrás dele. pulou da cama para o chão indo direto pra cima do amigo que foi pego totalmente de surpresa.
- Ela disse! Ela finalmente disse que me ama ! - O começou a gargalhar com o , os dois abraçados. Meu olhar encontrou com o de e ela sorriu pra mim. soltou o e agarrou a num abraço. - Você acredita nisso ? Ela me disse!
- É claro que eu acredito! Eu sabia! - soltou a e voltou pra mim. Me pegou em seus braços e me fez ficar sentada em seu colo. Ele começou a me dar vários beijos no rosto, no pescoço, selinhos. Eu quase me esqueci do fato da gente não estar sozinhos.
- Ok. Vamos bêe. - disse. - Vamos deixar o casal aproveitar o momento “ele me ama ela me ama” a sós. - gargalhou e eu vi a porta fechar.
uniu nossos lábios em mais um beijo apaixonado e me carregou em seus braços até o meio da cama, me deitando. Ficou entre as minhas pernas mais uma vez, naquela posição tentadora. O beijo não foi interrompido em nenhum momento e lá estava eu sem ar novamente. Respirei pesadamente quando ele começou a brincar com meu pescoço mais uma vez, mordendo, chupando e beijando. Deixei escapar um gemido baixo quando ele beijou atrás da minha orelha.
O ponto fraco que ele descobriu alguns dias atrás.
Ele voltou a procurar meus lábios e mais uma vez nossas línguas se uniram, dançando alegremente. Meu corpo todo ferveu quando ele colocou sua mão por dentro do meu moletom e da minha camiseta. O toque da sua mão fria com minha barriga quente me fez estremecer.
Eu me senti muito quente. Meu corpo inteiro estava em erupção.
Mordi seu lábio inferior para respirar e o puxei levemente. sorriu.
- Eu estou morrendo de calor com esse moletom. - Comentei com minha respiração entrecortada. soltou uma risada com os olhos fechados.
- Meu Deus, eu achei que era o único! - Eu gargalhei alto e ele aproveitou a inclinação pra mordiscar meu queixo. Minha gargalhada sumiu na hora.
Olhei seus lindos e famintos olhos . Tinham uma felicidade estampada neles, um brilho que eu nunca havia visto antes ali. E era meu.
Era por mim que eles brilhavam.
Tirei minhas mãos de seu pescoço e desci lentamente por seus ombros indo até seu peito e descendo por seu tórax. Agarrei a ponta de seu moletom e ele entendeu o que eu queria fazer, levantando seus braços pra facilitar. Puxei o moletom pra cima e o tirei de seu corpo. tinha uma camiseta preta por baixo de gola v. Ele sorriu marotamente quando fez suas mãos passearem pela barra do meu moletom. Me sentei, levando comigo e levantei os braços assim como ele fez. Puxou o mesmo e o atirou pra um quanto qualquer do quarto voltando a me beijar ardentemente.
Sem os moletons, ficou bem mais fácil pra ele explorar o meu corpo. Suas mãos fazia esse trabalho por minhas pernas, coxas, barriga e costas, enquanto seus lábios desceram de meu pescoço até a curva dos meus seios.
Eu soltei um gemido involuntário e senti sorrir. Me senti injustiçada e saí de baixo dele. me olhou confuso enquanto eu ficava ajoelhada ao lado dele. Fiz ele deitar e fiquei por cima, sentada em sua barriga.
- Acho que eu posso retribuir. - gargalhou alto, mas depois enrijeceu quando eu me aproximei de seu pescoço. Distribuí beijos e mordidas ali, descendo até sua clavícula e seguindo até seu peitoral coberto pela camisa. Beijei a parte descoberta pela gola v, continuei descendo por seu tórax e eu senti ficando mais rígido por baixo de mim quando eu cheguei no limite de sua calça jeans.
Sem encará-lo para não perder a coragem, eu levantei um pouco sua camiseta e comecei a mordiscar ao redor de seu umbigo. gemeu alto e eu sorri vitoriosa. Não continuei brincando ali por muito tempo já que ele me agarrou pelos ombros e me fez ficar deitada em cima dele, colando nossos lábios com furiosidade.
Suas mãos se espalmaram em minha bunda e apertaram com força. Eu gemi desesperada quando eu senti sua intimidade de encontro com a minha e gemeu também. Cravei minhas unhas em seu peitoral por cima da camiseta e mordi seu lábio inferior com força. levantou seu tronco e ficou sentado, me sentando em cima dele, o seu membro duro de encontro com minha intimidade mais uma vez, eu gemi fechando os olhos com força sentindo todo o meu corpo responder ao toque.
As mãos dele subiram pelo meu quadril, indo por dentro da minha camiseta e causando arrepios por toda a minha pele, foram contornando a minha cintura e pararam quando tocaram o tecido do meu sutiã. Segurei em seus braços para impedi-lo de prosseguir, seu rosto se afastou um pouco para me olhar, em seus olhos tinha uma luxúria, um desejo tão grande.
- Nós dois estamos... - Eu comecei respirando fundo.
- Muito rápido? - Ele disse utilizando seu polegar pra brincar com o elástico do sutiã. Eu concordei com a cabeça e ele sorriu. - Desculpa. - Começou me abraçando forte. - É que você me deixa um pouco descontrolado! - Eu sorri.
- Só um pouco? - Sussurrei perto de seu ouvido. Ele se afastou, voltando a deixar nossos rostos frente a frente.
- Totalmente. - Foi o que ele respondeu antes de voltar a me beijar, agora um beijo mais calmo, mais controlado, mas não menos apaixonado.
Quando paramos, começou a brincar com seu nariz no meu, um beijo de esquimó. Eu sorri abertamente e levei minhas mãos até seu cabelo bagunçado. Comecei a penteá-lo com os dedos e ele sorriu, inclinando sua cabeça para minhas mãos.
- Gosta que eu mexa neles? - concordou com um aceno leve de sua cabeça, com os olhos fechados. Eu mexi um pouco mais em seus cabelos e depositei um beijo casto em seus lábios. - Hey. - Seus olhos apareceram. - Vem deitar comigo.
- Ah, não. Assim tá bom. - Ele voltou a brincar com o elástico do meu sutiã nas laterais do meu corpo com seus dedos ágeis. Eu neguei com a cabeça.
- . - Repreendi, mas ele gargalhou.
- Eu to brincando! - Me deu um selinho e me levantou pela cintura, saindo de baixo de mim. Eu pulei da cama e fiz ele sair também. Puxei o edredom que cobria a mesma, que já estava totalmente embolado por causa da nossa pegação, e fiz ele se deitar.
- Hey! Esse travesseiro é meu! - Reclamei quando vi ele deitando no meu travesseiro. virou seu rosto e mergulhou no travesseiro, depois me olhou com um sorriso sapeca.
- Tem seu cheiro aqui. - Ele ajeitou o mesmo e não fez nenhuma menção de trocar o travesseiro pelo o outro. Eu neguei com a cabeça e peguei o Pooh, que estava esmagado no canto da cama, e o coloquei em cima do puff. Voltei e me deitei ao lado de , nos cobrindo com o edredom. Ele me puxou, fazendo a gente ficar deitado de conchinha. Seu braço ficou em baixo do meu pescoço e o outro me abraçando firmemente pela cintura. Eu entrelacei nossos dedos e ele beijou demoradamente o meu ombro.
Eu respirei fundo e fechei meus olhos, sentindo todas aquelas maravilhosas emoções me dominarem. A única coisa que se escutava agora era o som baixinho ainda tocando Backstreet Boys.
- Escutar os Backs nunca mais será a mesma coisa. - riu baixo em meu ouvido.
- Isso é bom. Se você me largar amanhã, pelo menos vai se lembrar de mim sempre que escutar alguma música deles. - Ele cochichou.
- Eu não vou largar você. - Eu cochichei também. Ele me apertou mais em seus braços.
- Você não tem noção de como eu ficaria se você me largasse agora, depois de hoje. - Eu respirei profundamente.
- Então não faça nenhuma burrada e eu vou ficar com você pro resto da minha vida.
- Promete?
- Prometo! - Ele apertou nossas mãos entrelaçadas e afundou seu rosto na curva do meu pescoço.
Terça-feira, 13 de Novembro de 2012
- Bom dia senhora ! - Revirei meus olhos, mas não consegui conter um sorriso.
- Meu sobrenome não é , .
- Mas o do seu namorado é! - Eu balancei minha cabeça em sinal de negação.
- Ele não é meu namorado. - Ela bufou.
- Depois do escândalo do “ela me ama”, eu não dou uma semana pra ser! - Eu tive que gargalhar. - Vai, me conta tudo!
#
- ! Visita pra você! - Escutei gritar. Franzi a testa e terminei de pentear meu cabelo rapidamente. Porque será que o Carlos chegou tão cedo? Não é nem seis e meia ainda!
Saí do quarto e andei em direção à porta do apartamento.
- ! - Disse surpresa, mas imensamente feliz em vê-lo. Ele sorriu e abriu os braços, como em um convite. Eu corri e me joguei nele. gargalhou.
- Ei amor! - Ele me afastou um pouco para olhar em meus olhos. - Porque você ficou surpresa?
- Eu achei que você viria mais tarde! - Ele me deu um selinho demorado. Meu corpo inteiro respondeu ao toque e lá estávamos nós, nos beijando apaixonadamente.
mordeu meu lábio inferior e respirou fundo. Eu sorri e seus dentes deixaram meu lábio. Ele se afastou de mim e seus olhos começaram a me observar dos pés à cabeça.
- Onde você está indo? - Ah, não! Não gostei do seu tom de voz, muito menos do seu olhar!
- Eu vou sair com o Carlos. - Falei baixo com medo da sua reação.
- Você tá indo sair com aquele cara? - Gritou. Sua reação ainda foi pior do que eu imaginei.
Me aproximei dele, que estava rígido e com os olhos ardendo de ódio, e levei minhas mãos devagar até seu rosto. Respirei aliviada quando ele não se afastou.
- , você já sabe que eu preciso sair com ele e que não acontece nada entre a gente. Por favor amor, não briga comigo. - Supliquei olhando no fundo dos seus olhos. Aos poucos o ódio foi sumindo de lá e soltou o ar pesadamente, levando suas mãos ao encontro das minhas em seu rosto. Fechou seus olhos com força.
- Desculpa amor, é que eu fico meio louco por não saber o que vocês andam fazendo e me passam tantas coisas pela cabeça. - Ele respirou fundo e abriu os olhos. Pegou minha mão esquerda e beijou a palma.
- A única coisa que eu posso dizer é que a gente tá estudando para as provas. - Ele arqueou a sobrancelha, como se aquilo não se encaixasse em um segredo. Na verdade, não encaixaria pra mim também se eu escutasse ele falar. - É sério. - Enfatizei.
- Tudo bem, se você diz. - Ele deu de ombros. - Você não pode ficar? Fazer o que vocês tem que fazer em outro dia? - Eu neguei com a cabeça.
- Não dá. Ontem eu fiquei em casa porque eu estava esperando você chegar. Não posso deixar de ir hoje também!
- Ok. - Ele bufou. - Que horas você vai?
- Ele chega ás sete.
- Então é melhor eu ir embora. - Ele se afastou, indo em direção a porta.
- Não! - Eu corri até ele e o segurei pelos ombros. - Não vai, ! - Ele me olhou com raiva, mas não disse nada. - Eu não vou demorar. Nove horas eu to aqui! Por favor, fica. - Passei meus braços por seu pescoço e o puxei. Rocei meus lábios nos seus e fechou os olhos. - Por favor, amor. - Ele suspirou.
- Eu amo quando você me chama assim. - Eu sorri largamente.
- Amor, amor, amor, meu amor! - abriu os olhos e sorriu, eu senti ele me abraçar pela cintura e seus lábios colaram nos meus. Nossas línguas encontraram imediatamente, eu comecei a explorar a sua boca, assim como ele fazia com a minha. O ritmo diminuiu aos poucos e parou de me beijar, mas os lábios continuaram nos meus como um selinho. - Você vai ficar? - Sussurrei.
- Vou. - Eu sorri e voltei a beijá-lo, minhas mãos puxando seus cabelos e as mãos dele apertaram meus quadris, puxando o meu corpo e colando mais ao seu. Comecei a achar aquelas roupas de frio, muito inconvenientes.
Mais inconveniente que elas foi a campainha tocando. Foi quase um martírio ter que me soltar de .
Abri a porta e lá estava Carlos com seu sorriso contagiante.
- Hey! - Cumprimentei.
- Oi ! Vamos? - Eu concordei com a cabeça.
- Espera só um minuto. - Eu dei a volta e corri até meu quarto. Pequei minha bolsa e voltei. estava de braços cruzados. Me aproximei dele e abracei seu pescoço. Ele me abraçou pela cintura. - Te vejo ás nove. - Ele concordou com a cabeça e eu o beijei, sugando seu lábio inferior, depois o superior e terminando com um selinho. Ele sorriu.
POV.
- Ela já foi? - concordou com a cabeça. Eu via em seu rosto a grande irritação que ele estava sentindo, mas tentava evitar. - Você vai esperar ela voltar? - Ele descruzou os braços e apoiou o cotovelo no sofá.
- Ela me disse que chegava ás nove. - Eu concordei com a cabeça, sentando-me ao seu lado no sofá. me seguiu com o olhar.
- Ela sempre chega ás nove. Até hoje, não se atrasou nem uma vez. - Foi a vez dele concordar com um aceno de cabeça, soltando um suspiro em seguida.
Ficamos em silêncio por um tempo. perdido em seus pensamentos e eu encarando a matéria de Inglês Geral. Comecei a me sentir frustrada por não estar conseguindo me lembrar de todos os dados necessários para a prova.
Soltei o ar pesadamente.
- O quê? - perguntou curioso, olhando ora pra mim, ora para o meu caderno.
- Essas provas malditas! - Ele gargalhou baixo e eu subitamente tive uma ideia. - Hey ! Você não quer me ajudar com a matéria da prova? - Ele arregalou os olhos perante a minha animação. Eu dei um tapinha em seu braço.
- Ah, não sei ... - Hesitou negando com a cabeça. - Eu nunca fui muito bom no colégio.
- Bobagem! - Eu rebati. - É tudo bem básico no Inglês Geral, e o que eu to tendo dificuldade de gravar mesmo são alguns detalhes sobre a cultura e história do Reino Unido. Tenho certeza que você sabe! - abriu a boca pra contestar, mas eu o interrompi. - Ah, qual é ?! Você não tem nada melhor pra fazer até às nove! Me ajuda! - Fiz uma voz manhosa e vi em seu rosto um pequeno sinal de sorriso. Comemorei com gritinhos, sabendo que ele não recusaria.
End POV.
Abri a porta de casa assim que o Carlos entrou no elevador. Escutei e conversando na sala. Fechei a porta com cuidado pra não fazer barulho e pegar os dois desprevenidos. Sorri sapeca me aproximando bem devagar e vi que segurava o caderno de enquanto a outra esfregava a testa sem parar.
- Foi a rainha Elizabeth II? - sorriu e concordou com a cabeça. - Isso! - Ela bateu palmas e deixou seus olhos focados em .
- Certo, agora... - Ele hesitou lendo o caderno. - No século XVIII, aconteceu algo inesperado na Europa. Os reinos da Inglaterra e Bélgica tinham apenas um herdeiro ao trono e a criança era a mesma para os dois. Ela foi a pessoa mais jovem a assumir um reino e fez grandes coisas. Também obtêm o recorde de anos que uma rei ou rainha já reinou na Europa. Quem é essa pessoa?
Mordi meu lábio inferior para não rir da forma elaborada que conseguiu fazer aquela pergunta. Tão simples, e tão direta, para se ter uma resposta tão fácil.
Fiquei impressionada em ver demorando tanto pra responder.
- Rainha Vitória. - Os dois viraram suas cabeças ao mesmo tempo para me encarar. - Ela foi coroada rainha aos 19 anos. Se casou com o Príncipe Albert e foi também a primeira rainha que morou no palácio de Buckingham. Seu período de reinado foi de 62 anos.
- Como é que você sabe disso? - me perguntou e eu rolei os olhos.
- Eu estudei, , achei que isso fosse óbvio. - soltou uma risada baixa por causa das reclamações que começou a soltar sobre estar estudando que nem uma louca e ainda não saber tudo. Eu sorri para e dei meia volta, indo até o meu quarto.
Joguei minha bolsa no puff e procurei meu celular lá dentro. Coloquei o mesmo no criado-mudo e senti alguém me abraçar por trás. Sorri levando minhas mãos até as dele.
- Sentiu minha falta? - Perguntou sussurrando em meu ouvido. Eu suspirei.
- Nem um pouco. - Ele soltou uma risada e girou meu corpo, me fazendo ficar de frente pra ele. No segundo seguinte, seus lábios estavam colados aos meus.
Quarta-feira, 21 de Novembro de 2012.
- Você viu como ele estava hoje? Aquelas tremedeiras? - Carlos concordou com a cabeça e o elevador se abriu.
- Ele estava se controlando pra não demonstrar. - Eu também concordei.
- E também estava se controlando pra prestar atenção na matéria. - Carlos sorriu.
- Mas ele conseguiu, com uma professora tão boa de Inglês Geral! - Eu ruborizei, negando com a cabeça. Paramos em frente a porta do apartamento e eu coloquei a chave e comecei a abri-la.
- Para com isso. - Eu disse, girando a maçaneta e empurrando a porta.
- É sério! Você é incrível! Não sei o que eu faria da minha vida sem você.
- Você não seria nada, é claro! - A gente gargalhou. - Quer entrar? - Ele negou com a cabeça.
- Não. Eu tenho que ir. Até amanhã . - Ele me deu um beijo no rosto e eu fiz um tchau com a mão.
Entrei em casa e fechei a porta do apartamento, trancando em seguida. Girei meu corpo e dei de cara com , parado com os braços cruzados e olhando pra mim. Eu sorri de imediato ao vê-lo e corri pra abraçá-lo.
- Oi! - Falei com empolgação passando meus braços ao redor de seu pescoço, mas não me abraçou como eu esperava. Seus braços ainda estavam cruzados. Me afastei dele devagar, tentando imaginar o que estava errado. - O que foi? - Ele me fuzilou com o olhar.
- Eu cansei . - Sua voz estava dura, rude.
- Como assim? - Perguntei sem entender. Ele descruzou os braços e levou as duas mãos aos cabelos. Droga, ele estava nervoso, muito nervoso.
- Eu cansei de você com esse cara! Você vê ele na escola, vê ele todos os dias à noite e vê ele até nos fins de semana, pelo amor de Deus! - Gritou, gesticulando com as mãos. - Você passa mais tempo com esse filho da puta do que comigo!
- Deixa de ser infantil ! Eu te vejo todos os dias a noite também! E a gente também passou o fim de semana juntos! - Eu também gritei com raiva.
- Infantil? - Ele gritou mais alto, com ódio em sua voz. - Eu só sou a merda da segunda opção ! Você sacrifica as suas horas comigo sem pensar, mas nada pode atrapalhar as suas saídas com esse imbecil! - Ele apontou o dedo em minha direção. - Você vai ter que escolher! Ou acaba de vez essas suas saídas com ele, ou você esquece que eu existo. - Senti lágrimas aparecerem nos meus olhos automaticamente. Eu não acredito que ele está me pedindo pra escolher.
- Você não... Você não pode me pedir uma coisa dessas. - Falei baixo, um soluço entalado em minha garganta. Vi algumas lágrimas descendo pelo rosto de .
- Ele é tão importante assim? Mais importante do que eu? - Eu neguei com a cabeça ferozmente.
- Você não entende . Eu não posso escolher. - O Paul precisa de mim e eu preciso do . O que eu posso fazer?
- Então fica com ele porra! - Gritou e eu deixei as lágrimas caírem. - Eu não preciso dessa merda! Eu não sou o tipo de cara que divide! - Ele avançou em direção a porta. - Talvez eu estivesse certo sobre você. Você é só mais uma interesseira. E dessas eu acho aos montes atrás de mim sem ter que precisar dividir nenhuma delas com ninguém. - Limpei minhas lágrimas de forma ríspida.
- Talvez eu também estivesse certa sobre você. - Ele me encarou segurando a porta do apartamento aberta. - Você só pensa em você! É um filho da puta egocêntrico e metido a centro do universo! Eu não preciso de alguém como você! - Gritei com ódio. - Vai embora! Você não merece nem mesmo o meu desprezo! - Ele fechou os olhos com força e algumas lágrimas desceram rapidamente por seu rosto. Sua cabeça mexeu pra cima e pra baixo como se concordasse e ele deu meia volta e saiu pela porta, batendo-a com força, sem nem ao menos olhar uma última vez pra mim.
Foi aí que eu desabei.
Domingo, 25 de Novembro de 2012.
POV.
- Oi bêe! - me abraçou, me dando um beijo em seguida. - Que cara é essa? - Eu respirei fundo, fechando a porta de casa.
- É a , . Ela não come direito há dias! Ela já deve ter perdido uns cinco quilos, talvez até mais! - Ele me abraçou forte. - Eu não sei mais o que fazer!
- O tá do mesmo jeito. - Eu me afastei do seu abraço. - Ele não dorme há dias, não se concentra nos ensaios e voltou a beber. Já tentei de todas as formas convencê-lo a conversar com a , mas toda vez que eu digo o nome dela ele explode!
- Toda vez que eu digo o nome do a também explode. - balançou a cabeça em negação.
- E tudo isso aconteceu porque ela não abriu mão de sair com aquele colega de vocês. - Eu concordei, puxando o para o sofá. Ele se sentou e bateu em suas pernas pra que eu me sentasse em seu colo. Eu sorri. - Ela ainda saí com esse Carlos?
- É a única hora que eu vejo forçando um sorriso, tentando parecer estar bem. - franziu a testa. - Ela sai do quarto com os olhos inchados de tanto chorar, mas um sorriso sempre aparece quando o Carlos cumprimenta ela. Quando ela volta, até o momento em que o Carlos está presente ela sorri, depois que ele desaparece pela
porta, ela volta a chorar e se tranca no quarto.
- Eu não entendo. Será que eles dois estão juntos? Não tem lógica! - Ele beijou meu ombro e escondeu seu rosto na curva do meu pescoço.
- Eles não estão, Carlos já me garantiu isso. E se eles estivessem a não estaria sofrendo tanto por estar longe do . - Ele concordou com a cabeça ainda grudado em meu pescoço.
- Onde ela está? - Eu respirei fundo.
- Não saiu do quarto desde que entrou lá depois do ensaio. Até agora não comeu nada. - Ele também respirou fundo e me olhou.
- não conseguiu nada ontem? - Eu neguei com a cabeça.
- Ela nem ao menos falou com ele. Ele conversou com a porta, literalmente.
- Isso não é bom. - Eu o abracei mais forte. Isso não é bom mesmo.
End POV.
Segunda-feira, 26 de Novembro de 2012.
Minha cabeça doía muito, por culpa da noite mal dormida. Pelo menos ontem eu consegui me distrair estudando pra prova de Matemática de hoje. Qualquer coisa pra não me fazer lembrar dele.
Meu corpo parecia em cacos principalmente pelo fato de eu ter passado a maior parte dos meus tempos em casa, dentro do banheiro.
Eu não podia aguentar deitar em minha cama sem me lembrar dele, sem sentir seu cheiro em meu travesseiro e no meu edredom. Dormir ali era uma tortura.
Tudo naquele lugar me lembrava dele. Cada quanto do meu quarto tinha uma lembrança escondida que, se aparecesse no estado em que eu estou, não sei nem o que faria ao meu coração frágil.
Eu nunca pensei, em toda minha vida, que ficar longe de alguém seria tão terrível.
Céus! Eu imaginava que já tinha passado por coisas ruins, mas isso supera de longe muitos dos meus traumas!
Pra piorar, eu não podia escutar mais nenhuma música. Ele conseguiu se infiltrar em qualquer melodia que eu escutasse.
Eu não podia escutar Westlife porque eu me lembrava do show em Manchester.
Eu não podia escutar Backstreet Boys porque me lembrava da primeira vez que eu me declarei, da primeira vez que nós nos acertamos de verdade.
E eu não podia mesmo escutar McFLY. A voz dele me causaria um suicídio, sem nenhuma dúvida.
Acho que a dor está sendo tão forte por eu já saber que não há solução pra mim e ele. Esgotei todas as fichas, todas as possibilidades de tentar fazer sair algo da nossa relação, mas nós sempre fomos nos afundando mais e mais em merda. Agora, pra sair dela é praticamente impossível.
É o fim.
O problema é que eu não sabia que estava tão despreparada para esse fim. No fundo eu sempre tive esperanças que nós conseguiríamos e agora eu to mais fodida do que estaria se tivesse me lembrado que, se tratando de , a esperança é sempre uma merda que não pode existir.
Procurei com os olhos pela entrada da faculdade, atenta a cada aluno que aparecia em meu campo de visão. Logo vi Carlos e Paul, sorrindo ao me ver.
Pela primeira vez em dias eu consegui sorrir de verdade.
Corri com certa dificuldade pela fraqueza do meu corpo e me esqueci completamente de tudo quando eu me joguei nos braços do Paul. Ele gargalhou alto enquanto me rodava no ar várias vezes.
- O que eu disse sobre você comer ? - Seu rosto estava repreensivo e eu rolei os olhos. - Você está ainda mais magra a cada dia. E pálida também. - Eu me afastei dele e fiz bico.
- Paul... - Repreendi e ele levantou as mãos ao ar, ao mesmo tempo que o resto do pessoal se juntava a gente. Em poucos segundos, Paul estava rodeado de pessoas o abraçando fortemente. Eu voltei a sorrir.
#
- O Paul está diferente, não é? - Eu dei de ombros, acenando com a mão para Carlos e Paul que estavam se afastando. - Preparada pra prova de Inglês Geral de amanhã? - Eu concordei com a cabeça.
- Vai ser fácil igual a de Matemática. - não pareceu tão confiante, mas não negou também.
- Hoje você vai almoçar. - Eu revirei os olhos, me preparando para mais um sermão. - Nem que eu tenha que enfiar a comida pela sua garganta à força! - Me deu até vontade de rir do comentário, mas eu não o fiz.
Poucas coisas conseguem me fazer rir nesses dias.
- Não estou com fome. - Escutei ela bufar, mas nem ao menos desviei meu olhar.
- Eu não perguntei se você estava, eu disse que você vai comer! - Senti meu braço ser puxado e encarei contra a vontade. - Parece que você vai voar a qualquer momento de tão magra! - Eu soltei meu braço, de uma forma um pouco indelicada.
- Eu to legal. - Eu não a encarei.
- Nossa! Imagina se você estivesse mal! - Mordi meu lábio para não ter que responder rudemente ao seu comentário sarcástico. Apenas apertei ainda mais o passo, louca pra chegar em casa logo e me trancar no quarto, até ser obrigada a sair para ir trabalhar.
POV.
- Isso só pode ser armação sua! - Quase gritei de ódio. apenas se limitou a negar com a cabeça. – Por que você não entrega isso outro dia?
- Porque eu estou indo fazer uma surpresa pra minha namorada e a gente já estava passando aqui por perto! - Eu bufei com raiva e me encostei à porta do carro, cruzando os braços com força.
- Eu não quero vê-la. Será que você não entende isso? - Quase chorei ao imaginar encontrar com a agora. Seria demais pra mim.
se encostou ao carro, ao meu lado. Eu não o encarei. Achei mais interessante olhar para os meus pés onde eu poderia observar cada sujeirinha da calçada.
- Eu entendo, e eu garanto pra você que eu não estou querendo fazer com que vocês se encontrem, nem nada, por mais que eu pense que esse seria o certo a fazer. - Ele respirou fundo. - Você pode ficar no carro, sei lá. Não precisa conversar com ela. - Eu neguei com a cabeça bem lentamente.
- , só de olhar pra ela eu sei que todo esse muro que eu construí para tentar esquecê-la vai desabar. É inevitável. - Pude jurar que o sorria.
- Então, ao invés de tentar aumentar ainda mais esse muro, deixa ele cair.
- Eu não posso. - Eu sussurrei.
- Certo! - se afastou do carro. - Sua consciência, seu guia! - Ergui meus olhos para encará-lo. - Não se preocupe. Eu só vou entregar o CD com as músicas novas pra e nós vamos embora. - Eu concordei com a cabeça.
No silêncio que se seguiu, eu tentei preparar minha cabeça e meu coração para não me abalar quando visse ela. Já foi completamente difícil me afastar, e muito mais ainda, permanecer afastado.
Me peguei milhões de vezes encarando o celular com o seu número, pronto para ligar. Parei na frente do seu prédio muitas vezes, esperando, tentando tomar coragem para subir e acabar com todo aquele sofrimento, mas nunca tive a coragem.
Eu bebi todos os dias, tentando inutilmente tirar aquele gosto e aquele toque da minha mente, mas quanto mais eu bebia, mais eu me lembrava dela. Me lembrava dela falando de seus traumas, falando que eu era a união de todos eles e que eu não era bom o suficiente.
Pior ainda, eu me lembrava dos movimentos de seus lábios, dos seus olhos brilhando e de sua voz doce dizendo que me amava.
Pesadelos me perseguiam todas as vezes que eu fechava meus olhos. Ela me deixava em todos eles, de mil formas diferentes, uma mais assustadora que a outra.
Era impossível dormir sabendo que eu tive o mundo alguns dias atrás e perdi tudo.
Eu a perdi.
Acho que nunca mais vou amar outra pessoa na minha vida.
Não como eu a amei, como eu a amo.
Por mais que eu tente me convencer de que estou fazendo o certo, eu sei que não é verdade.
Meu Deus! Eu simplesmente não consigo compreender porque eu não a esqueço logo de uma vez. Porque é tão difícil considerar todas as coisas que ela já fez pra me levarem aquela decisão de me afastar, porque ela não sai da minha vida de uma vez?
Tantas perguntas e apenas uma resposta.
Esse maldito sentimento chamado amor não foi feito pra ser simples. Foi feito para ferrar completamente a vida de quem sente.
E eu sou um desses ferrados.
começou a acenar de repente e eu senti meu coração bater forte em expectativa. Contei até dez e saí de perto do carro, olhando para a direção que encarava.
acenava para a gente, um sorriso surpreso no rosto. olhava para a amiga e franziu a testa ao perceber que ela estava cumprimentando alguém. Virou seu rosto em nossa direção e eu pude perceber que ela prendeu a respiração quando me viu.
Nos segundos seguintes eu pude reparar nela.
Estava muito mais magra que da última vez que eu a vi, e muito mais pálida também. Seus olhos tinham as mesmas marcas roxas por culpa da falta de sono que tinham também em meu rosto, mas os dela pareciam um pouco mais claros que os meus. Voltei meus olhos para os dela e tentei decifrar o que existia ali, mas havia apenas um tom opaco, quase sem vida.
Ela parou de andar, agarrando a alça de sua bolsa com força. Depois de mais alguns segundos, sua mão pendeu ao lado do seu corpo e eu vi seus olhos revirando-se nas órbitas e suas pálpebras caindo rapidamente. Sua cabeça deslocou para o lado e no outro segundo estava no chão.
Não pensei em mais nada.
Não vi mais nada.
Ela estava no chão.
Desmaiada.
O único impulso que eu tive foi de correr até ela e tentar controlar o medo que me invadiu.
Não me importei com os gritos amedrontados de , ou com o pequeno círculo de curiosos que se formou ao nosso redor.
Peguei ela em meus braços com cuidado e a ergui. Dei a volta em direção ao seu apartamento.
- Por favor amor, acorda. - Fui implorando baixo em seu ouvido, esperando alguma reação, qualquer que fosse, mas não havia nada. Sua pele estava branca demais, gelada demais. Eu espantei o último pensamento que surgiu em minha cabeça e continuei implorando pra que ela acordasse.
Eu não suportaria perdê-la.
Não assim.
Não agora.
Não !
End POV.
Capítulo. 20
Abri meus olhos e pisquei algumas vezes. Aqueles pontinhos vermelhos e pretos ainda não haviam desaparecido da minha visão e o mal estar do meu corpo era bem forte. Soltei um gemido de dor quando uma pontada foi sentida na parte de trás da minha cabeça.
Escutei um suspiro e virei lentamente a cabeça, pra evitar mais dor. Dei de cara com , sentado ao meu lado. Franzi a testa e reparei que estava deitada em minha cama.
Subitamente, me recordei do que havia acontecido.
- Hey. - Ele disse baixo e eu voltei meus olhos em sua direção. Respirei bem devagar para não desmaiar novamente. Ver e escutar sua voz ao mesmo tempo era uma dose muito forte de dor para o meu pequeno corpo frágil. - Como você está?
- O que você está fazendo aqui? - Tentei ser hostil para que ele não percebesse como eu estava afetada, e não era por culpa do desmaio.
Ele levou a mão esquerda aos cabelos e bagunçou-os, desviando seu olhar do meu.
- Está bem, pelo que eu vejo. - Seus olhos voltaram a fixarem-se em meu rosto. - Há quanto tempo você não come? - Não gostei nem um pouco daquela pergunta, muito menos de seu tom acusador. Desviei meu rosto, encarando o teto do quarto. soltou o ar pesadamente.
Senti o colchão mexer ao meu lado e vi pelo canto do olho levantando e saindo do quarto. Liberei o ar que estava preso em meus pulmões e levei minha mão direita até o lugar dolorido em minha cabeça. Uma elevação estava presente ali e a dor se intensificou quando eu toquei o lugar.
Tirei a mão imediatamente e fechei meus olhos.
Depois de um minuto voltei a sentir o colchão se mexer ao meu lado. Abri os olhos e dei de cara com segurando uma bandeja. Ele a colocou no criado-mudo ao seu lado e pegou o prato nas mãos. Esticou o mesmo em minha direção. Eu virei o rosto pro lado contrário.
- Você precisa comer. - Eu não respondi novamente. - , você precisa comer. - Sua voz era autoritária e nervosa. Eu trinquei os dentes com raiva, mas não me movi.
- Não estou com fome. - Ele bufou e eu escutei o som do prato se chocando com a bandeja.
- Você já se olhou no espelho? - Sua voz estava indicando claramente sua irritação, mas ele ainda falava baixo. - Você está, pelo menos, cinco quilos mais magra. Seu rosto tá tão branco que eu ainda estou me perguntando se você vai desmaiar a qualquer momento, ou se eu vou ter que te levar ás pressas para o hospital! - Mordi meu lábio inferior com força pra não responder nada.
Ele fez uma pausa e eu logo senti o toque de sua mão no meu braço. O lugar formigou e se espalhou por todo o meu corpo como uma corrente elétrica.
- Olha pra mim . - Eu soltei o ar pesadamente, percebendo agora que estava prendendo a respiração desde que ele me tocou. Virei meu rosto para vê-lo, sabendo que ele não descansaria enquanto eu não o fizesse. Seus olhos eram amedrontadores e eu tremi involuntariamente. - Se você ainda tem, pelo menos, um pouco de consideração por mim, por favor, coma! - Ele suspirou e desviou o olhar, abaixando a cabeça e levando o dedo indicador e polegar até as têmporas. - Eu não posso sequer imaginar você desmaiando outra vez, ou até coisa pior. - Ele começou a balançar a cabeça, como se espantasse um pensamento muito ruim.
Eu senti meu coração apertar para depois começar a bombear fortemente quando percebi o tamanho de sua preocupação. Sentei-me devagar e, ele ao perceber, veio para perto de mim e eu congelei. Um meio sorriso apareceu em seu rosto lindo enquanto ele ajeitava os travesseiros em minhas costas, seus olhos azuis grudados nos meus, a pele de seus braços a centímetros da minha. Se eu me aproximasse um pouquinho, conseguiria beijá-lo, sentir aquele gosto incrível de seus lábios de novo.
Mas, tão rápido como foi sua aproximação, foi seu afastamento.
Eu me encostei aos travesseiros engolindo meu suspiro de indignação por ele não ter me tocado, me beijado. Pra variar, sua presença estava me enlouquecendo.
Ele pegou o prato mais uma vez e eu pude ver uma sorriso maior aparecer em seus lábios quando ele pegou o garfo e espetou uma batata frita. Eu nem ao menos tinha reparado no que tinha ali.
Sua mão se aproximou com o garfo pra perto de minha boca, a batata a um centímetro de meus lábios. Eu senti o cheiro tentador da comida e meu estômago remexeu. Ainda assim, eu não abri minha boca.
- Coma. - Pude ver que ele parecia estar se divertindo. A irritação havia sumido de seus olhos.
- Eu posso fazer isso sozinha. - Ele riu, acho que de meu tom irritado.
- Abra a boca. - Eu bufei ao ver que ele havia ignorado totalmente o que eu disse.
Permaneci com a boca fechada por alguns minutos, mas a mão de não se moveu. Eu rolei os olhos e abri a boca, sabendo que ele não ia desistir e, quanto mais rápido eu cedesse, mais rápido ele iria embora.
sorriu com um ar vitorioso e diminuiu o espeço entre minha boca e a batata frita. Eu mastiguei, sentindo meu estômago remexer e um pequeno enjoo me invadir. Engoli e aguardei o retorno da batata, mas ela não voltou como eu imaginei e meu estômago roncou em protesto, acho que esperando mais comida. logo estava com o garfo carregado mais uma vez, esperando eu abrir a boca.
- Chega. - Ele depositou o garfo no prato, e o mesmo na bandeja.
- Bom, já é alguma coisa. - parecia se referir a quantidade de comida que ainda restava no prato. Em comparação aos últimos dias, eu comi em alguns minutos o triplo do que eu comi a semana inteira. Sobrou pouca comida no prato.
Eu comecei a me levantar, girando minhas pernas para estar na beira da cama. Antes mesmo de colocar os pés no chão, senti me segurar pelo braço.
- Onde você pensa que vai? - Estava irritado novamente.
- Huum... Me arrumar? - Falei ironicamente. Ele continuou apenas me encarando. - Eu tenho que trabalhar .
- Eu não vou deixar você ir trabalhar nesse estado! - Parecia indignado por eu ter dito que ia trabalhar. Aquilo me deixou irada.
- O ponto positivo é que, você não tem que deixar nada aqui. - Eu me levantei rapidamente e ele veio junto, a mão ainda segurando meu braço. - Me solta!
- , coloca um pouco de juízo na cabeça! Você não pode ir trabalhar! - Puxei meu braço com força, mas ele apertou ainda mais o aperto de sua mão.
- Solta o meu braço . - Falei entredentes.
Ficamos nos encarando por muito tempo, furiosos um com o outro. Como um imã, nossos corpos se aproximaram e quando eu vi, os lábios de já estavam praticamente nos meus, seu nariz encostou de leve na ponta do meu e, como antes, houve aquela descarga elétrica.
Subitamente, soltou meu braço e se afastou, ficando de costas pra mim.
Eu me lembrei que precisava respirar.
- Você não vai trabalhar. - Lá estava o tom autoritário mais uma vez. Preferi não dar ouvidos.
Fui até meu guarda-roupa e peguei tudo o que eu precisaria. Dei meia volta, me direcionando para a porta do banheiro, passando bem longe de . Fui surpreendida quando ia fechar a porta do banheiro.
- Que droga ! Você nunca faz as coisas direito? Você precisa descansar! - Ele empurrou a porta para o lado, escancarando-a, e apoiando o braço esquerdo nela. Tentei empurrar, mas ele era bem mais forte do que eu.
- Quem é você agora, meu pai? - Gritei frustrada, largando minhas coisas na bancada de mármore da pia.
- Claro que não! - Ele também gritou. - Eu sou... - Hesitou, sua respiração acelerada. Eu cruzei meus braços junto ao peito, olhando-o com o máximo de ódio que eu consegui juntar. desviou o olhar. - Eu era... - Sem querer, vi minha visão ficar embaçada.
Não, merda! Eu não posso chorar só porque ele usou um verbo no passado!
- Por que você se importa, afinal? - Tentei, mas foi inútil evitar que minha foz falhasse no final. voltou a me olhar, seus olhos azuis brilhavam por culpa das lágrimas não derramadas. Ele largou a porta, em sinal de desistência.
- Merda! Eu não sei! - Disse elevando a voz. - Você acha que eu queria estar aqui? Se dependesse de mim, eu nunca mais veria você de novo! - Depois dessa, não deu mais pra segurar as lágrimas.
- Então por que você está aqui? Porque ficou me esperando acordar? Por que você não foi embora? - Eu explodi, minhas lágrimas caindo rapidamente e eu agradeci já que assim dificultava a minha visão de ver o homem na minha frente. – Por que, raios, você não me deixou naquela maldita calçada? Seria de maior ajuda, já que eu já tinha eliminado você da minha vida!
- Agradeça ao . - Limpei minhas lágrimas rispidamente para encará-lo. Havia apenas uma lágrima solitária descendo pela sua bochecha. - Foi ele que me fez vir até aqui.
- Foi ele que te obrigou a ficar no meu quarto ou a me alimentar? - Ele negou com a cabeça sem nem ao menos piscar, respirando fundo em seguida.
- Você pode ter ferrado com o meu coração e me fazer ter certeza que eu nunca mais vou querer me apaixonar de novo, mas eu nunca vou querer ver você doente. - Ele se aproximou e eu recuei. ficou perigosamente perto e eu prendi a respiração, encurralada pela pia do banheiro.
Seu dedo indicador limpou algumas lágrimas que ainda estavam em meu rosto, em seguida, sua mão passou por meu cabelo, colocando-o atrás do meu ombro.
- Eu nunca quis o seu mal. - Seu dedo desenhou os meus lábios, primeiro no inferior, depois no superior. Eu quase fechei os olhos de prazer, mas eles estavam muito vidrados em . - Nunca. - E então ele se afastou mais uma vez, me deixando louca com a falta do seu toque.
- Então você faz o contrário do que quer. - Eu rebati, fechando meus olhos pra tentar me recuperar silenciosamente. - Você sempre consegue me fazer mal, principalmente quando eu estou mais feliz. - mordeu o lábio inferior, concordando com um aceno de cabeça.
- É recíproco. - Sua expressão era tão triste que eu comecei a me perguntar se era o espelho da minha. Provavelmente, sim. - Aqui estamos nós de novo, fazendo mal um ao outro. - Ele gesticulou com a mão, sua voz pouco mais alto que um sussurro. - Talvez seja o melhor mesmo, estarmos separados.
- É, talvez. - Eu dei de ombros, tentando passar a impressão de que não me importava. - Nós tentamos e não conseguimos... - Hesitei, segurando as malditas lágrimas que voltavam. - É melhor mesmo. - Concordei com a cabeça várias vezes, tentando convencer mais a mim do que a ele.
- Isso o que a gente tá sentindo, é passageiro. - Ele desviou o olhar para seus pés. - Você vai encontrar alguém e eu também. Nós vamos superar. - Ele também parecia se convencer do que falava. Engoli todo o meu choro e respirei fundo.
- Bom, eu já estou a um passo disso. - Ele levantou seu rosto e me encarou. - Tudo o que eu precisava saber para enterrar tudo isso de uma vez, agora eu já sei. - Respirei fundo mais uma vez, para ver se conseguia dizer o que eu ia dizer da forma mais convincente possível. - Em mais alguns dias eu vou estar pronta pra outra! - Seu rosto parecia tão sofrido, mas endireitou o corpo e deu um meio sorriso que mais pareceu uma careta.
- Eu também! Agora tudo isso é passado, uma lembrança ruim. - Forcei um sorriso, mas por dentro eu estava dilacerada.
- Isso! - Minha voz quase se tornou um grito.
- Ótimo! - Ele disse do mesmo jeito.
- Então, agora você pode ir embora. Você não precisa mais se preocupar comigo. - Ele estancou no lugar por alguns minutos, mas logo começou a sair do banheiro, os passos lentos e os olhos nunca deixando os meus.
- É verdade, eu posso ir. E eu não vou mais me preocupar porque você está bem, não está? - Ele apontou em minha direção e eu agarrei com força a bancada de mármore com as duas mãos, forçando outro sorriso.
- É claro que sim! Não podia estar melhor! - Ele suspirou.
- É nem eu! Nunca me senti melhor! - Parecia uma empolgação forçada. - Você está aí, eu estou aqui e nós estamos separados! Estamos felizes e separados! Está tudo como deveria ser! - Seus braços se movimentaram enquanto ele dizia. A cada palavra, ele se afastava mais de mim. Quando eu vi, ele já estava parado em frente à porta do quarto e eu continuava no mesmo lugar, vendo-o de longe.
- É, tudo como deveria ser. - Não sei bem se meus olhos estavam me enganando ou se era mesmo verdade, mas eu o vi dar um passo na minha direção e parar como se estivesse numa batalha interior.
soltou o ar pesadamente, desviando seu rosto do meu.
- Adeus . - Seus olhos azuis focaram nos meus por um segundo. Eu vi algumas lágrimas descendo velozmente por seu rosto, e no outro segundo desapareceu do quarto.
Eu soltei a bancada de mármore já vendo que havia perdido a sensibilidade dos meus dedos pela força que eu apertei o local. Não me importei.
Eu não me importava com mais nada.
Afundei no chão frio e me deitei, abraçando a mim mesma e simplesmente deixando que os soluços me dominassem.
Essa seria a última vez que eu choraria por .
Sexta-feira, 30 de Novembro de 2012
- É uma pena ela não poder vir . - Ele deu de ombros, colocando outra colher de sorvete de chocolate na boca.
Eu já havia engordado todos os seis quilos e trezentas gramas que tinha perdido na semana anterior, tudo culpa do e suas besteiras doces e deliciosas que ele trazia todos os dias. Eu nunca havia comido tanto chocolate na vida, o que batia meu recorde da Páscoa.
Mas Deus sabe o quanto eu precisava de chocolate pra continuar mostrando pra todo mundo que tudo estava bem, quando na verdade não estava.
Meus pedaços ainda estavam espalhados pelo chão do meu banheiro. Nem ao menos sei se algum dia vou conseguir juntar os cacos.
- Tudo bem! Eu vou filmar toda a apresentação pra ela ver depois. - Eu sorri ao ver a boca dele manchada de chocolate. Me lembrei de quando a gente tinha ficado junto assim, com um pote de sorvete.
Tentei ver se ainda havia algum mínimo sinal daquela atração louca que a gente sentiu, mas não havia nada. Provavelmente, a carência tinha dominado nós dois naquela época.
era meu melhor amigo e era assim que as coisas sempre deveriam ser.
- Certo! - Enchi minha colher de sorvete.
- O também vai. - Eu quase deixei minha colher de sorvete cair no sofá, mas recuperei o controle das minhas mãos rapidamente. Eu estava ficando muito boa nisso.
- disse que achava que ele não ia. - Tentei não gaguejar. Eu havia visto apenas uma vez depois do que aconteceu. Foi de relance, quando eu cheguei na casa do e ele estava lá. No instante que ele me notou, pegou suas coisas e saiu, como se ficar perto de mim fosse algo insuportável.
Tentei imaginar como é que chagamos à isso, mas no fim, eu já sabia a resposta.
- Todo mundo achava que ele não ia, e eu acho que é por isso que ele vai. - Eu coloquei outra colher de sorvete na boca, tentando acalmar meu coração idiota. - Parece que ele quer provar que as coisas entre vocês acabaram, quer dizer... - Ele hesitou e eu senti o chocolate derreter em minha boca, o frio deixando minha língua dormente – Acho que ele quer mostrar que te superou, que não se abala com sua presença. Que não sente mais nada por você.
- Bom, isso é ótimo, porque eu também não sinto mais nada por ele! - pegou o pote de sorvete de minhas mãos, que eu nem havia percebido que apertava tanto que ele estava quase arrebentando o plástico. Depois, ele voltou com uma toalha de papel e limpou meus dedos sujos de sorvete.
- Será mesmo? - Eu apenas bufei sem encará-lo. - Será mesmo que o melhor era vocês dois estarem desse jeito?
- Sim. Eu estou bem do jeito que estou e, pelo que parece, ele também está. Tudo está ótimo! - embolou o papel melado de sorvete e o jogou em cima da mesa de centro. Depois ele me abraçou me deixando enterrar o rosto em seu peito.
Só percebi que estava chorando quando um soluço escapou por meus lábios e me apertou ainda mais em seus braços dizendo que tudo ficaria bem.
Mas não ficaria, eu sabia disso. Não sem .
- Eu vou esquecê-lo um dia . - Minha voz saiu abafada de encontro ao seu peito. Sua mão fez um cafuné em meus cabelos. - Eu vou me apaixonar de novo, eu vou encontrar alguém. Não existe ninguém que não possa ser esquecido. Não existe amor que não possa ser apagado. É só uma questão de tempo. - Funguei e puxou meu rosto para que eu pudesse encarar seus olhos.
- Não tenho tanta certeza, mas eu espero que sim. Pelo seu bem e pelo o dele. - Eu voltei a enterrar meu rosto em seu peito. A blusa já encharcada com minhas lágrimas. - Eu só quero que você e o sejam felizes, estando juntos ou não.
Vivian POV.
Estacionei o carro na esquina onde havíamos combinado, encarei o vulto negro se desencostar do muro de um prédio desgastado como todos os outros daquele bairro nojento. Ele se aproximou do carro e eu abaixei o vidro da janela apenas alguns centímetros.
- Trouxe o pacote? - Ele concordou com a cabeça, passando pela janela uma sacola de papel pequena. Peguei-a e abri, vendo que dentro havia o pequeno pote transparente com o pó de cor caramelo e marrom.
Abri um pequeno sorriso enquanto guardava o pacote no porta-luvas do carro. De dentro, peguei um envelope de papel pardo e o passei pela janela do carro. O homem conferiu o conteúdo e sorriu, os dentes pretos e falhados em algumas áreas. Desviei o olhar para não vomitar.
- Tudo certo! - Ele disse e eu já comecei a fechar a janelo do carro quando sua mão interrompeu. - Cuidado com essa coisa! Se você usar demais, pode matar uma pessoa. - Ele avisou, mas eu acho que já sabia qual era minha intenção com aquilo. Eu concordei com a cabeça e um olhar frio e o cara se afastou do carro.
Subi o vidro e arranquei com o carro dando uma gargalhada de satisfação.
Em poucas horas, a vadia estaria morta.
End POV.
Sábado, 1º de Dezembro de 2012.
Caos.
Eu estava olhando para uma versão bem maluca do fim do mundo, só pode!
Haviam tantos alunos correndo e gritando, todos querendo falar mais alto que os outros. Muitos se vestindo pelos corredores, ensaiando de última hora, decorando falas.
foi encontrar com o grupo de dança e organizar tudo, mas eu tinha que achar antes a equipe de teatro, já que a apresentação de piano seria primeiro que as de dança.
- ! Aqui está você! - Bella apareceu do nada segurando nos braços o que pareciam fantasias do teatro. - Vamos! Eu estou com o seu vestido. - Ela sorriu e eu a acompanhei. - Eu ainda tenho que achar tantas outras pessoas! - Bella continuou tagarelando sem parar e eu apenas acenava quando ela me encarava, tentando não ficar maluca com toda aquela bagunça.
Nunca pensei que uma apresentação pudesse causar todo aquele efeito nos alunos.
Bella me empurrou para uma sala onde haviam mais umas trinta meninas se vestindo e maquiando, o barulho da conversa delas era ainda mais ensurdecedor do que lá fora. Bella jogou um vestido em meus braços e saiu dizendo algo como ter que encontrar mais mil garotas naquela loucura.
Eu neguei com a cabeça e sorri ao reconhecer meu vestido de época, parte do teatro de Romeu e Julieta.
Fui para um canto e comecei a me vestir, olhando ao redor de vez em quando e reconhecendo algumas das pessoas com quem ensaiei minha cena. Praticamente todas faziam parte da orquestra que tocaria na cena do baile da família de Julieta e meu solo no piano seria no momento em que ela encontraria Romeu.
Nada mais romântico.
É claro que agora aquela cena me parecia totalmente inconveniente pra minha atual situação. Tudo o que eu queria era me livrar de tudo o que fosse romântico.
Se eu tivesse aceitado o papel para tocar quando Julieta descobre que Romeu tomou o veneno e morreu, por imaginar que ela estava morta, seria praticamente justificado quando eu começasse a chorar porque a melodia seria bastante triste, mas eu teria que ser forte para não chorar ao ver os dois se encontrando, totalmente apaixonados, donos de um amor mais forte que tudo, mais forte do que todas as dificuldades que apareciam simplesmente por eles serem de famílias rivais, de mundos diferentes.
Tive que pedir ajuda a uma das meninas para amarrar os laços do meu vestido, o que ela fez, apertando tanto o corpete que eu imaginei que poderia morrer sufocada.
Ainda bem que depois de um tempo meu corpo acostumou com o aperto e voltou a respirar.
Corri para me maquiar e escutei algumas meninas gritando e avisando que o festival seria anunciado naquele instante, e consequentemente, o teatro de Romeu e Julieta em seguida.
POV.
Olhei pela multidão procurando pelas cadeiras que eu havia reservado para os meninos e percebi que elas estavam ocupadas. Eles haviam chegado!
Percebi que muitas pessoas encaravam eles, reconhecendo-os. Eles sorriam e pousavam para algumas fotos sem se levantar das cadeiras. Sorte que a maioria da plateia eram pais de alunos. Se fossem os alunos eu nem sei o que poderia acontecer com eles.
me viu aproximar e sorriu pra mim. Eu acenei e logo vi o olhar dos outros em minha direção. Rafa, , e acenaram também.
- Hey gente! - Cumprimentei todos com um beijo no rosto. Dei um selinho em por último, bem ciente de que estávamos no meio de muita gente. - Gostaram do lugar?
- É ótimo bêe! - Os outros também concordaram. - Cadê a ?
- Ela vai se apresentar agora com a equipe de teatro. Deve estar se arrumando!
- E a sua apresentação? - Rafa perguntou com empolgação.
- Vai ser uma das últimas apresentações.
- Você vai assistir o teatro com a gente? - perguntou me abraçando pela cintura. Eu neguei com a cabeça.
- Não dá bêe. Aqui nas cadeiras é só para convidados. Os alunos vão assistir sentados no chão ali na frente. - Apontei para o palco. - Ou dos bastidores. - Dei de ombros. - Eu só vim ver se vocês estavam confortáveis. Eu tenho que ir, porque eu sou a organizadora do show. - Dei uma piscadela dando uma volta e apontando para a minha blusa preta escrita “Organização” em cima e nas costas e “Grupo Street Dance” no meio e na frente da blusa.
- Se você ver a , manda um boa sorte pra ela! - gritou e eu concordei com a cabeça dando um selinho no .
- Eu tenho que ir. - Ele me soltou e concordou com a cabeça.
- Boa sorte! - Disse com um sorriso lindo que iluminou o meu dia. Agradeci e saí correndo bem na hora que as luzes do auditório se apagaram e o diretor apareceu no palco, apenas um holofote sobre sua cabeça. Ele ia anunciar o festival.
End POV.
A cortina se fechou e eu senti minhas mãos tremerem quando Jared se aproximou de mim com seu sorriso encantador. Eu sabia que estava na hora.
Ele me guiou até meu lugar ao piano e eu me sentei. Olhei ao redor e vi a orquestra sendo formada com os outros alunos de música, a orquestra que me acompanharia.
Acho que comecei a entrar em pânico porque Jared pegou minhas mãos e apertou.
- Você está bem? - Eu tentei concordar, mas não consegui. - Não se preocupe , imagine que você está tocando pra alguém que goste, apenas você e a pessoa. Se concentre nas teclas e sinta a música. - Eu comecei a relaxar pensando em , em , e na plateia. Em Kalissa e que adorariam estar aqui e ver isso. Sorri para Jared que retribuiu se afastando.
Tentei não pensar na outra pessoa que estava na plateia enquanto a cena se desenrolava em frente à cortina.
Depois de poucos minutos, eu escutei a minha deixa, o sinal de Jared que era hora de eu começar a tocar. Movi meus dedos lentamente pelas teclas, começando a Fantasy Overture. Os alunos de teatro começaram se mover, dançando em pares, representando a festa da casa dos Capulettos. Alguns fingiam uma conversa e eu continuei tocando, tentando esquecer que a cortina estava indo subir naquele instante.
Fechei meus olhos e me concentrei na melodia. Depositei nela todo o amor que eu pude encontrar, deixei que ele me guiasse e me esqueci completamente onde estava.
Só existíamos eu e o piano. E talvez alguém mais que só existiria agora na minha mente e no meu coração.
A orquestra me acompanhou no que seria a ponte da música e a combinação me fez sorrir. O som parecia mágico e eu podia apostar que estava enchendo de emoções as pessoas da plateia. Fiquei muito mais calma porque agora eu sabia que não estava sozinha ali, não era apenas eu tocando.
Meus dedos deslizaram pelas teclas finalizando a música e fechando a cena da dança entre Romeu e Julieta. Virei meu rosto para a plateia e meus olhos encontraram diretamente com um par de olhos azuis. Meu coração acelerou ao vê-lo ali. No fundo eu tinha esperanças que ele não aparecesse, mas lá estava ele, olhando pra mim.
A cortina se fechou em nossa frente assim que Romeu e Julieta se separaram, finalizando aquele ato. Eu pisquei algumas vezes ao escutar as palmas. Vi que os alunos já saíam rapidamente do palco enquanto outros ajeitavam os objetos da próxima cena. Eu balancei minha cabeça, espantando de minha mente, e me levantei.
A minha parte no piano tinha acabado, agora é a dança.
#
Os duetos musicais haviam acabado, e o coral tinha sido apresentado pelo diretor naquele instante, o que significava que era hora do nosso grupo parar de ver as apresentações e ir nos arrumar.
e Loise nos levaram para uma sala onde nossas coisas estavam guardadas. As duas tinham arranjado uma bem grande, com espaço suficiente pra gente poder ensaiar uma última vez.
Os meninos trocaram de roupa primeiro e depois saíram pra gente poder trocar de roupa também. Eu tive que ter ajuda das meninas já que eu teria que usar uma roupa por cima da outra. Lá estava eu com aquele vestido indecente pelo tamanho, mas apertado até minha cintura e formava uma saia rodada e por baixo, um short colado e um top. As outras meninas também estavam com o mesmo short por baixo de suas saias rodadas, mas as blusas delas eram diferentes e coloridas. Eu era a única de vestido porque era a Party Girl.
Assim que acabamos, os fez voltar pra sala. Resolvemos ensaiar utilizando o meu celular tocando Party Girl para que pudéssemos acompanhar. Não erramos nem um passo sequer. A gente tinha ensaiado muito no último mês e eu tinha certeza que nossa apresentação seria perfeita.
As meninas foram retocar a maquiagem e ajeitar os cabelos enquanto os meninos iam ver se a apresentação de dança já estava indo começar. O nosso grupo seria o penúltimo a se apresentar então daria pra gente ver a apresentação dos outros pela lateral do palco.
Em alguns minutos Carlos retornou dizendo que a apresentação iria começar. Alice e Jessika, continuaram na sala, pois ainda precisavam terminar de se arrumar, mas encontrariam com a gente em alguns minutos.
Corremos pra conseguir algum espaço na lateral direita do palco e escutei a melodia que me lembrava tanto de casa, Samba! O primeiro grupo já estava se apresentado.
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N.A. (Coloque pra tocar Party Girl – McFLY)
Minhas mãos tremeram um pouco. Olhei para o outro lado do palco onde os meninos estavam e meu olhar encontrou com o de Carlos. Ele parecia tão nervoso como eu, mas seu sorriso me tranquilizou como sempre. Eu sorri de volta e respirei fundo depois que o diretor saiu do palco após ter nos apresentado. As luzes do palco se apagaram e eu fechei meus olhos.
Now let's party!
A música iniciou e os meninos entraram no palco junto com as meninas, ficaram apenas eu e Carlos ainda no lugar. Vi ele começarem com os passos e comecei a me mover, acompanhando a música e me preparando para a minha parte. Carlos entrou quando a primeira estrofe começou a ser cantada. Ele andou bem confiante, como tínhamos ensaiado e os casais começaram a se juntar, dançando como se estivessem em uma festa, com passos ensaiados.
Chegou a minha vez.
Eu respirei fundo e comecei a andar confiante também, com um sorriso que eu imaginava ser sensual. Tentei ignorar a multidão logo a minha frente e me concentrei em Carlos. Ele sorriu ao me ver, como se estivesse impressionado. Eu me desviei dele como se estivesse o esnobando e comecei a dançar sozinha.
As meninas repararam nisso e vieram para o meu lado, abandonando seus pares, mostrando que eram tão independentes quanto eu. Os meninos se juntaram ao nosso redor, parecendo indignados e nos começamos nossos passos ensaiados e ordenados. Nós meninas, sensualmente, como se estivéssemos provocando os rapazes.
Na segunda parte da música, os rapazes foram tentar recapturar seus pares, voltando a fazer seus passos ordenados. Na frente, ficaram eu e Carlos. Eu resistindo a todas as suas investidas de dançar comigo, transformando tudo em uma coreografia de vai e volta cheio de pernas e cabelos jogados para o lado. Quando o refrão voltou eu dei um “chega pra lá” em Carlos e corri para a lateral esquerda do palco comandando as meninas para o meu lado que também deram um “chega pra lá” em seus pares.
Carlos também juntou seus companheiros do lado oposto ao nosso. Ficamos cada um na frente de seu respectivo par, e lá estava eu encarando Carlos. Eu e as meninas começamos com nossos passos ordenados, provocando os meninos.
Eles responderam com mais passos ordenados, dando continuação à disputa de sexos.
Quando o refrão finalizou, veio a parte que me deixava mais nervosa. Meu pequeno solo.
Nós todos corremos para o final do palco e a cortina branca e fina caiu, tampando a gente e a luz de todo o palco se apagou. Os meninos correram para o lado direito do palco e começaram a trocar suas roupas. As meninas correram para o lado esquerdo e fizeram o mesmo. Avistei com minha jaqueta nas mãos, e ela jogou a mesma, que caiu aos meus pés. Fiquei de costas para o palco no mesmo segundo que a luz começou a piscar na minha frente, e eu sabia que o efeito estava sendo a sombra do meu corpo na cortina branca.
Esquecendo a vergonha, comecei a rebolar e retirar meu vestido que abria com apenas um puxão por causa dele ser preso de cima a baixo por “carrapichos”. Escutei gritos e palmas da plateia e me animei.
Ainda rebolando eu joguei o vestido para o lado, deixando-o cair perto de , que o pegou imediatamente. Joguei meus cabelos para o lado e me abaixei sensualmente pra pegar a jaqueta. Subi com meu bumbum empinado e coloquei a jaqueta no momento certo que o toque acabou e a cortina caiu no chão rapidamente e a luz se acendeu totalmente dessa vez.
Permaneci de costas por mais um segundo até o refrão voltar a ser cantado e eu me virar, jogando meu braço direito ao ar e minha cabeça olhar para o teto. No outro segundo eu voltei e comecei a fazer meus passos ordenados.
Depois de alguns, as meninas se juntaram a mim, aparecendo do meu lado esquerdo. Eu permaneci mais a frente, mas sabia que elas dançavam atrás de mim quando eu dei uma olhada por sobre o meu ombro.
Mais alguns passos depois e os meninos apareceram, acompanhando nossos passos igualmente. Carlos foi para o meu lado na frente e eu sorri pra ele.
Quando o refrão repetiu nós começamos a dançar em pares. Já nos finalzinho da música teve o grande final, Eric e Nicky começaram a fazer suas acrobacias. Leques rondados precedidos de mortais de costas que arrancaram muitos gritos da plateia. Nós continuamos com nossos passos enquanto eles faziam isso na frente do palco.
Depois que acabaram eles voltaram para seus lugares ao lados das meninas e fizemos mais alguns passos antes de Carlos me pegar no colo e inclinar minha cabeça para o chão, seu rosto centímetros do meus, minha perna direita bem esticada para o alto e minha mão agarrando seu cabelo, formando a nossa pose final.
A música acabou e o auditório explodiu em palmas.
Nós permanecemos naquela posição por mais uns segundos antes de ficarmos de pé. Unimos nossas mãos com o resto do grupo formando uma corrente e abaixamos a cabeça e o tronco em sincronia, como sinal de agradecimento.
As luzes do palco se apagaram e nós corremos para fora dele pelas laterais. O diretor voltou para o palco para apresentar o último número de dança, mas eu não estava prestando atenção. Eu e o pessoal estávamos mais preocupados em gritar e nos abraçar.
Graças a Deus, tudo foi perfeito!
POV.
- Olha elas ali! - Segui com o olhar a direção que apontava. e saiam de uma porta juntas das outras pessoas do grupo. Desviei meu olhar rapidamente quando percebi que ela vinha andando abraçada com o cara que dançou com ela.
Meu sangue ferveu de ódio e minhas mãos se fecharam em punhos. me viu e veio para o meu lado, recebi um pequeno soco no braço e bufei em resposta.
- Ciúmes? - Eu revirei meus olhos, mas fiquei ainda mais irado. – Por que você não acaba com isso? Fala com ela . - Ele sorriu pra mim e se afastou, quando e se afastaram do grupo e vieram pra perto da gente.
Recebi um beijo no rosto de e acabei esquecendo parte do meu ódio, afinal aquele momento era delas, não vou ser eu que estragarei isso.
- Você deveria ter dançado também! - Comentei com ela que sorriu, negando com a cabeça.
- Eu sou mais útil na organização. Do jeito que eu sou desastrada teria ferrado com toda a apresentação! - Eu gargalhei. Ela se virou para dar atenção ao namorado e eu dei de cara com .
Ela não estava sorrindo. Quando ela viu que eu estava a encarando, desviou o olhar, mas eu continuei a vê-la. Mesmo tentando me ignorar, ela não conseguia. Seu olhar sempre se levantava para ver se eu ainda estava a encarando e se desviava imediatamente.
- , a gente tem que ir! - Ela disse sem olhar em minha direção. - O pessoal tá esperando! - Ela apontou para a saída do auditório onde o grupo delas estava parado na frente da porta. As pessoas do auditório já tinham praticamente acabado e eu nem havia percebido.
- Ir onde? - perguntou.
- A gente vai comemorar. Comer alguma coisa, ou ir na Starbucks. - Ela explicou dando de ombros.
- Nós ainda não resolvemos pra onde ir, mas se vocês quiserem ir... - deixou vago, olhando diretamente para e Rafa.
- Não! Tudo bem! - comentou olhando pra gente. - Nós podemos comemorar mais tarde, que tal? - pareceu aliviada e chegou a sorrir quando concordou com a cabeça.
- Pizza e sorvete? - concordou com a cabeça ao pedido dela. – Promete, Pooh? - Ele a abraçou gargalhando.
- Claro que sim Leitão! - Ele beijou sua testa e se afastou.
- Então vamos ! - despediu de e puxou a amiga pelo braço.
Vi as duas se afastarem a passos largos. virou seu rosto e eu peguei seu olhar. Ela logo voltou a olhar pra frente. Comecei a andar rápido, quase correndo e só percebi isso quando já estava na frente delas novamente.
- ! - Chamei. Ela deu meia-volta e me encarou surpresa. deu um sorriso e se afastou indo até seus amigos. Eu me aproximei mais de . Ela não disse nada e eu sabia que não diria mesmo, não depois de tudo o que aconteceu. - Você estava incrível.
- Obrigada. - Ela agradeceu e eu percebi um pequeno sorriso surgindo na lateral de seus lábios.
- Eu acho que nós precisamos conversar. - Ela franziu a testa.
- Sobre o quê? - Eu respirei fundo, mas fui interrompido quando o Carlos apareceu. E eu quase avancei nele quando o vi abraçar por trás e ela virou assustada, mas sorriu abertamente quando viu que era ele.
- Vamos ? - Minha mão coçava pra acabar com a raça daquele sujeito folgado. deu uma olhada em mim. O desgraçado pareceu perceber minha presença só naquele instante. - Ah! Eu atrapalhei alguma coisa? - Ele fez questão de depositar seu queixo no ombro da . Eu tive ainda mais vontade de quebrar em milhões de pedaços aquele rosto.
- Não Carlos. Eu já vou! - Ela disse e ele concordou. Deu uma última olhada em mim e eu encarei com fúria, saindo de perto da gente depois. - O que você estava dizendo? - Ela mexeu no cabelo, demonstrando seu súbito nervosismo. Provavelmente está com medo de o namoradinho brigar com ela.
- Nada. Pode ir atrás do seu namoradinho! - Quase gritei. Dei meia-volta e me afastei, sem nem ao menos olhar pra trás. Só mesmo se eu fosse burro pra pensar em resolver tudo, em voltar com uma garota como essa!
Ela nunca me amou de verdade! O que ela disse antes não foi nada pra ela, já que ela está se agarrando com o cara que causou nossa separação.
Eu sou mesmo um grande idiota por ter me apaixonado por ela.
End POV.
Vivian POV.
Consertei-me no banco do carro quando consegui avistar as duas putas brasileiras saindo do auditório. Arregalei meus olhos quando vi indo atrás delas. Mordi meu lábio com força até sentir gosto de sangue quando vi os dois conversando, mas consegui me controlar ao lembrar que em poucas horas aquela vadia não existiria mais.
seria meu de novo.
Um rapaz apareceu e abraçou a vadia por trás. Encarei rapidamente pra conseguir pegar sua reação e eu percebi que ele havia ficando muito irado. Suas mãos fechadas em punho e seu rosto fechado indicavam bem isso. Ele sempre tinha aquela expressão quando ficava com ciúmes de mim e eu rugi com ódio.
O rapaz se afastou e eles voltaram a conversar, mas por pouco tempo. disse algo com raiva e saiu de perto dela. A puta ficou parada vendo ele se afastar por alguns segundos, para depois dar meia volta e ir pra perto de um grupo de pessoas.
Segui cada passo dela, aguardando o que ela faria a seguir.
Ela entrou em um carro com a outra puta brasileira e mais alguns amigos e eu liguei o meu carro me preparando pra segui-los. Depois de andar alguns minutos o carro parou no restaurante The Curtains Up. Eu sorri ao vê-los descendo e indo pra dentro do local.
Ali seria muito fácil eu conseguir colocar o veneno na comida dela, eu só tenho que prestar bastante atenção pra saber o que ela vai pedir.
End POV.
- O suco de laranja é de quem? - O garçom perguntou erguendo o copo. Melissa acenou indicando que era o pedido dela. - Certo! Aqui tem um de maracujá! - Ele pegou outro copo e dessa vez eu acenei com a mão.
Peguei o copo do garçom e percebi que ele era muito grande. Depois da cena de ciúmes de , não havia mais nada na minha cabeça, nem mesmo lugar pra pensar em comida. Se eu estou achando ruim de um copo de suco, não quero nem ver o pedido quando chegar!
Dei um gole no suco enquanto o garçom servia o refrigerante para o restante do pessoal. Dei uma olhada em Mel e Carlos que estavam lado a lado em minha frente na mesa. Carlos pegou meu olhar e eu fiz sinal com as sobrancelhas para que ele conversasse com a Mel. Ele arregalou os olhos como se dissesse “Conversar o quê?”, mas acabou cedendo quando viu minha carranca.
Dei uma olhada no ambiente e vi o garçom retornar, agora com a nossa comida. Meu estômago revirou com a ideia de ter que comer e eu sabia que seria obrigada a isso por .
O garçom começou a servir os pratos, um a um, e eu comecei a rezar mentalmente pra que ele se esquece de servir o meu, mas era óbvio que isso não iria acontecer!
Fiz uma careta para a comida, por mais que eu estivesse louca pra experimentar os pratos daquele lugar. Recebi um empurrão de ombros e encarei a . Ela já estava mastigando e eu tentei disfarçar tomando mais um pouco do suco de maracujá, que por sinal estava muito bom e tinha um sabor diferente. Eu teria que perguntar o garçom depois se eles colocavam mais alguma coisa com o maracujá.
- Não vai comer? - Ela me perguntou assim que engoliu sua comida. Eu continuei bebendo o suco pra evitar responder. pareceu notar. - Você vai comer nem que seja um pouco ! - Me repreendeu. Eu soltei um suspiro depois de engolir mais um gole do suco.
- Perdi a fome.
- Isso não teria nada a ver com a breve conversa de você e o , teria? - Eu não a encarei quando tentei negar. Era impressionante como a me conhecia. Eu fico imaginando que eu talvez fosse um livro aberto, mas escrito em uma língua que apenas a e o conseguiam decifrar. Ou então, eu devo ter um código que só os meus melhores amigos de verdade conseguem acessar pra poder me conhecer tão bem.
- Eu to tentando seguir em frente como ele disse que era pra eu fazer, e o que ele faz? Chega até mim dizendo que a gente precisa conversar e depois dá um pequeno ataque de ciúmes! - Desabafei em voz baixa. - Eu realmente não entendo aquele homem! - soltou uma risada.
- Imagino que ele também não entenda nada quando o assunto é vocês dois. - Ela comentou também em voz baixa e eu concordei com a cabeça, bebendo mais um pouco do meu suco. - Ele está confuso e você também. Vocês parecem sempre tentar resolver tudo com uma briga! E nós bem sabemos que as brigas de vocês sempre acabam em merda! - Nós gargalhamos baixo. - Eu acho que vocês precisam conversar sim, mas de maneira civilizada. É a única forma de resolverem isso de verdade. - Eu concordei com a cabeça. - Agora come, nem que seja um pouco! - Ela apontou em minha direção e eu fiz uma careta pra ela.
Olhei para o meu prato e respirei fundo. Se eu ignorar a ordem de posso acabar causando um grande escândalo no restaurante. Nem quero pensar nessa possibilidade!
muitas vezes age como se fosse minha mãe, é impressionante!
Consegui colocar algumas garfadas pra dentro, mas nada mais. Meu estômago deu voltas e eu me senti enjoada, e minha cabeça começou a doer. Merda de , culpado pela minha onda de mal estar.
Tomei mais uns goles do suco, mas isso só piorou a situação. Larguei o copo na metade e a comida quase intacta. fez cara feia pra mim, mas eu nem me importei. Minha cabeça estava explodindo.
- Que foi? - Ela perguntou depois de um tempo. Eu levei minha mão direita até minha testa e massageei o local, um bom remédio pra aliviar a dor.
Não melhorou.
- Dor de cabeça. - Eu respondi baixo e senti uma pontada na lateral de minha cabeça.
- De que tipo de dor de cabeça? - Ela perguntou com a mão no meu ombro.
- Do tipo insuportável. - Ela soltou um assovio e eu só me encolhi com o barulho. - Acho que eu vou pra casa. - concordou quando eu a encarei. Ela sabia que quando o grau de dor de cabeça era o “insuportável” não havia nada que eu quisesse fazer ao invés de dormir por algumas horas.
- Eu vou com você! - Eu neguei com a cabeça.
- Nós estamos perto de casa, eu posso ir sozinha! - Ela já estava pronta pra protestar quando foi interrompida.
- Que foi meninas? - Tiffany perguntou do meu outro lado chamando a atenção de todos na mesa que ainda comiam.
- A não tá se sentindo bem e quer ir embora sozinha, não quer que eu vá com ela! - Respirei fundo sentindo mais uma pontada explodir meu crânio.
- Eu posso ir andando. - Falei bem devagar. Me mexer um milímetro estava acabando com minha cabeça, mas eu não podia deixar a perceber se não ela jamais vai me deixar sair dali sozinha e eu vou acabar ferrando com o jantar de todo mundo.
- Eu te levo lá. - Carlos falou já se levantando. - Vamos! - Ele nem ao menos me deu uma escolha. Também não tinha mais vontade de reclamar. Eu só precisava muito da minha cama.
#
- Valeu Carlos, não precisava se incomodar. - Ele sorriu e deu de ombros.
- Você tá bem? - Perguntou preocupado.
- Eu só preciso da minha cama. - Tentei sorrir, mas tudo doeu. - Diz pra pra ela me acordar quando chegar. - Ele concordou com a cabeça e eu abri a porta de casa.
- ? - Escutei atrás de mim e voltei a olhá-lo. - Eu sei o que você tá fazendo. - Eu aguardei por não ter entendido. - Com a Melissa. - Eu fiz um 'Ah', em resposta e sorri. - Eu to ficando sem graça de ficar sendo deixado do lado dela toda hora, sabia? - Se minha cabeça não estivesse doendo tanto eu poderia até gargalhar.
- Vocês deviam conversar mais. - Eu disse pra esclarecer. - Porque você não leva ela pra o cinema Carlos? Sabe, vocês só se encontram quando estão cercados do pessoal, nunca ficaram realmente sozinhos pra se conhecerem melhor. - Dei de ombros. - Segue o meu conselho e leva ela para o cinema, você não vai se arrepender.
- Como você sabe? - Ele parecia brincalhão, cruzando os braços perto do peito.
- Dons naturais da cupida aqui! - Ele gargalhou e eu sorri. - Volta pra ela, vai! - Ele negou com a cabeça e se aproximou, depositando um beijo em meu rosto. - Tchau! - Ele se afastou e acenou com a mão, indo embora.
Entrei em casa ás pressas, louca pra capotar na cama.
POV.
A casa estava silenciosa, sinal de que a ainda dormia. Fui até seu quarto para acordá-la como ela me pediu, afinal os meninos chegariam em uma hora pra poder comemorar com a gente.
Vi ela enrolada na cama por seu edredom. Cheguei perto de seu corpo e a balancei pelos ombros. nem ao menos se mexeu. Balancei mais um vez, mas não houve qualquer sinal dela acordar.
- ? – Perguntei alto, tocando em seu rosto. Minha mão se afastou automaticamente ao sentir a temperatura da pele dela. Franzi minha testa pensando ser apenas impressão minha. Ela não pode estar tão quente assim.
Toquei sua testa com cuidado e me assustei com a temperatura elevada que senti. Ela deveria estar com pelo menos uns 38 graus de febre.
- , acorda! – Balancei seu corpo com mais desespero e fiquei ainda pior ao ver que não ocorreu qualquer reação nela.
Saí correndo do quarto indo até o banheiro pegar a maleta de primeiros socorros. Procurei o termômetro e o peguei, correndo de volta para o quarto de , rezando pra que ela tivesse acordado.
Quase gritei de agonia ao vê-la ainda imóvel na cama. Puxei seu edredom até seus pés, deixando-a toda descoberta. Coloquei o termômetro em baixo do seu braço direito e aguardei. Depois de alguns minutos, escutei o apito indicando que a medição havia acabado. Peguei o termômetro e deixei ele cair no chão imediatamente, minha reação ao número que eu vi.
Comecei a chorar em desespero e corri para o telefone, discando o número do .
POV.
Escutei meu celular tocar em cima do sofá. Sorri ao ver que era meu bêe me ligando.
- Oi bêe! – Escutei voz de choro do outro lado da linha e franzi a testa. – ?
- , é a ! – Ela respondeu quase gritando. – Ela não acorda!
- Bêe, fica mais calma! – Tentei fazer ela parar de chorar pra eu conseguir entender o que ela estava dizendo. – Você disse que era alguma coisa com a ? Como assim? – Escutei ela respirando fundo.
- A começou a não se sentir bem no restaurante e veio embora com o Carlos, isso já faz uma hora. Ai eu cheguei em casa agora e fui acordar ela e ela não acordava mesmo eu sacudindo ela e tudo o mais. E eu toquei no rosto dela e senti que elaes tava muito quente, ai eu peguei o termômetro e medi a temperatura dela e deu que ela está com 40 graus e meio ! – Ela disse tudo tão rápido que eu quase não consegui acompanhar.
- Me escuta bêe! Se ela não está acordando e está com uma febre dessas a gente tem que levar ela para o hospital! Eu vou pegar o carro e chego aí em alguns minutos, ok? – Ela concordou com um barulho de sua boca. – Eu vou ligar e avisar o resto dos dudes e você continua tentando fazê-la acordar!
- Tá bom! Não demora, por favor! – Ela choramingou.
- Vou chegar rápido. Eu te amo! – Escutei um suspiro e sabia que ela tinha um pequeno sorriso naquele instante.
- Eu também amo você . Agora vai! – E com isso ela desligou.
Desliguei a ligação e comecei a discar o número do . Ele e a podem estar na merda que for naquele relacionamento, mas a última coisa que ele quer é ver ela doente. Eu bem me lembro como ele reagiu quando ela desmaiou!
Ele tem que ser a primeira pessoa dos guys a saber. Tenho certeza que ele vai querer ir junto dela para o hospital.
Escutei o toque da ligação chamando. Depois de três toques ele atendeu.
- Fala ! – Eu respirei fundo e fechei meus olhos.
- , é a .
End POV.
POV.
- A acabou de me ligar e disse que ela está desacordada com febre de 40 graus. – Eu desabei na cama sentindo meu peito apertar em desespero. Não podia ser verdade. – Eu to indo até lá, levar ela para o hospital com a . Só liguei pra avisar. – Eu fiquei sem fala por alguns minutos, minha cabeça apenas raciocinava a informação que havia acabado de receber. – ? – perguntou me tirando de meus pensamentos.
- Eu vou com vocês. – Consegui dizer com a voz rouca.
- Eu imaginei isso. – Ele respondeu. – Eu estou saindo de casa agora. Vou esperar você lá.
- Certo. Chego em alguns minutos. – Deliguei o telefone e desci correndo as escadas. Peguei minha carteira e as chaves do carro e fechei o apartamento.
Dirigi com um louco pelas ruas de Londres, quase perdendo a cabeça quando eu tive que parar nos sinais vermelhos. Eu olhava para o meu celular em cima do banco do passageiro a cada segundo, esperando uma notícia, qualquer que fosse.
Quando finalmente estacionei na frente do prédio delas eu vi que o carro do ainda não estava lá. Sai do carro ás pressas e entrei no elevador tentando controlar meu desespero enquanto ele subia os andares, em menos de um minuto a porta de metal abriu.
Andei rápido até a porta do apartamento delas e toquei a campainha. apareceu com os olhos vermelhos, segurando um pano em sua mão esquerda.
- ! – Ela disse surpresa e eu me assustei quando ela se jogou em cima de mim e me abraçou. – Ainda bem que você tá aqui! – Ela choramingou em meu peito e eu a apertei no meu abraço.
- Onde ela está? – Perguntei baixo, ainda esperando no meu interior que tudo aquilo não passava de uma brincadeira.
se afastou de mim e apontou para dentro da casa. Eu entrei e ela fechou a porta atrás de mim. Começou a andar em seguida e eu já sabia para onde. Segui ela até o quarto de e entrei logo atrás no local. Ela estava deitada na cama vestida com um moletom do Ursinho Pooh laranja.
foi até o banheiro do quarto dela e eu me aproximei da cama. Toquei sua bochecha vermelha e senti a alta temperatura. Mordi meu lábio inferior pra controlar a vontade de chorar por eu não poder fazer nada pra melhorar aquela febre.
apareceu em seguida com o pano molhado, dobrou o mesmo algumas vezes e depositou ele na testa dela.
- Você sabe se o vai demorar? – Ela perguntou baixo, sentada ao lado de , passando o pano molhado por seu rosto e pescoço.
- Ele disse que já estava saindo de casa antes de eu vir pra cá. Já deve estar chegando. – Ela concordou com a cabeça. E no mesmo momento a campainha tocou novamente. – Deve ser ele. – Eu disse.
Ela se levantou e saiu pela porta. Eu voltei meu olhar pra e me sentei ao lado dela. Peguei o pano que deixou em sua testa e comecei a passar por seu rosto, imitando os movimentos de .
- Amor? – Perguntei me aproximando de seu ouvido. – Acorda. – Observei seu rosto e fiquei frustrado por não ter nenhuma reação. – Por favor, não faz isso comigo. – Eu encostei meu rosto na curva de seu pescoço quente, se me importar com o calor queimando minha pele. – Eu sei que a gente brigou e eu sei que você disse que eu não precisava mais me preocupar com você, mas é impossível não fazer isso com você nesse estado! – Senti meus olhos queimarem com as lágrimas. – Briga comigo! Faz qualquer coisa, mas acorda! – Implorei novamente. Beijei seu pescoço, sua mandíbula, sua bochecha, sua testa. – Por favor. – Encarei aquelas pálpebras fechadas e fechei meus olhos com força.
- . – Virei meu rosto e encontrei e na porta do quarto. – Vamos. Temos que leva-la para o hospital. – Eu concordei com a cabeça. – Eu vou descer e abrir o carro. Você a trás. – Eu concordei novamente e me levantei, para pegar no colo. Depositei ela com cuidado em meus braços sentindo todo aquele calor emanando do corpo dela para o meu. Parecia o inferno em pessoa.
Beijei a testa dela e apoiei seu rosto em meu peito.
- Tudo bem amor, você vai ficar bem. – Repeti isso incansavelmente tentando convencer a mim mesmo.
#
estava fazendo o cadastro da na recepção. conversava com a enfermeira, explicando tudo o que aconteceu até a descoberta da febre da . Outro enfermeiro trouxe uma maca e me pediu pra depositar a ali.
Hesitei um momento, sem querer me desgrudar dela, mas não tive outra escolha se não fazê-lo. Ele começou a leva-la para a ala de exames e internação e eu acompanhei. A enfermeira que estava com a apareceu ali, ajudando o outro rapaz a colocar os equipamentos nela.
- Você precisa sair daqui. – A enfermeira me disse depois de perceber minha presença no local.
- Não vou sair de perto dela. – Respondi cruzando meus braços e mostrando minha melhor cara de “não discuta comigo”. Ela deu de ombros e voltou pra perto da .
O outro enfermeiro pegou uma prancheta e anotou as informações que apareceram no leitor que tinha sido conectado a ela. O mesmo que soltava os bips do batimento cardíaco da .
Eles cochichavam entre si algumas coisas médicas que eu não tinha conhecimento, coisas como sinais vitais e saturação.
e apareceram, os rostos cheios de preocupação. A enfermeira os impediu de se aproximarem da maca e eu tive que ir até eles, meio a contra gosto, por não querer ficar longe de .
- Como ela está? – perguntou olhando para o local onde estava a maca dela.
- Eu não sei, eles não me disseram nada ainda. – Falei com um tom de frustração em minha voz. e apareceram acompanhados de um homem de cabelos grisalhos e jaleco branco, que acenou para eles e saiu, indo até onde estava.
- Quem é esse? – apontou o homem.
- É o Dr. Albert. Ele está indo dar uma olhada na . – Observei o local e vi o homem conversando com os enfermeiros.
- Ele te disse alguma coisa? – Ela negou com a cabeça á minha pergunta.
- Apenas disse que não pode confirmar muito sem os exames, mas falou que o caso dela é de risco por causa da febre alta. – Nós nos olhamos, assustados com o pensamento de que a situação da fosse tão grave.
- Ela vai ficar bem. – disse tentando nos dar esperanças. – Não deve ser nada muito grave e...
- Precisamos do desfibrilador aqui, agora! – Virei minha cabeça rapidamente e vi a enfermeira gritar para outros enfermeiros. Demorei apenas alguns segundos para perceber o que estava acontecendo quando vi o médico debruçado sobre a , fazendo o que parecia uma massagem cardíaca.
Corri para a ala sem pensar duas vezes, o desespero tomando conta de todo o meu ser.
Escutei o barulho da máquina ligada a e percebi que não era mais aquele bip e sim, um som contínuo. O mesmo som que eu havia escutado em várias ocasiões na televisão que indicavam parada cardíaca.
Dois enfermeiros me empurraram para o lado e entraram com uma máquina empurrada por eles. Pararam perto da maca de e ligaram a mesma. O médico e o enfermeiro prepararam o mesmo e se aproximaram de , o doutor segurando o que pareciam dois ferros de passar na mão.
Eu sabia o que era aquilo. Eles dariam choque na .
- Afasta! – O médico gritou e o corpo de se elevou para o alto com o choque. Ele olhou para o leitor e viu que a linha contínua que marcava os batimentos do coração dela, continuava lá. O enfermeiro fez massagem cardíaca nela algumas vezes e o médico continuou olhando o leitor. Nada mudou. – Mais uma vez. – Ele disse para a enfermeira que controlava a máquina de choque. – Afasta! – Outra vez a linha contínua ainda estava lá. O enfermeiro fez massagem de novo, mas não reagiu. – Aumente a carga! – o médico gritou e a enfermeira o obedeceu.
Fechei meus olhos e rezei quando escutei o médico gritando “Afasta” pela terceira vez. Escutei o barulho da máquina não mudar e abri meus olhos vendo a expressão do médico desolar quando a massagem continuou sem fazer efeito.
- O coração dela parou. – Ele disse largando as duas coisas da máquina de choque na mesma, se afastando da . Eu não aguentei escutar aquilo.
Não.
Ela não podia estar morta.
- Não! – Corri até o médico e o segurei pelo jaleco, ele me olhou assustado e eu senti os enfermeiros me segurarem por trás. – Tente de novo! AGORA! – Gritei. Ele respirou fundo e concordou com a cabeça.
Eu o soltei e me afastei apenas o suficiente pra que ele preparasse o desfibrilador novamente.
- Aumente a carga mais uma vez. – Ele disse para a enfermeira que concordou. Me deu uma olhada antes de voltar a posicionar a máquina no corpo da . Lágrimas escorriam pelo meu rosto sem controle.
Eu sabia que aquela era a última chance.
- Afasta! – Meus olhos estavam colados no monitor e eu solucei alto quando uma pequena elevação cortou aquela linha contínua e o bip voltou a aparecer. Depois disso uma grande movimentação aconteceu dos enfermeiros e do médico, mas a única coisa que eu conseguia observar era aquele monitor que mostrava que ela tinha voltado.
Ela estava viva.
Lágrimas de alívio se misturavam ás lágrimas de medo. E dentro de mim, eu sabia que a tempestade estava apenas começando.
Capítulo. 21
- Como ela está? - Perguntei assim que avistei o médico se aproximando da sala de espera onde nós estávamos. Ele ergueu a mão como se nos pedisse calma.
- A paciente ainda está com febre alta e desacordada, mas os medicamentos para controle da febre já foram ministrados e esperamos que a temperatura abaixe em alguns minutos. - Ele deu uma olhada ao redor, encarando o nosso grupo preocupado. - Eu acabei de pegar o resultado de alguns exames e o que eu tenho em mãos é preocupante. - Eu prendi a respiração ao som daquelas palavras. - Mas antes de lhes dar o resultado, preciso fazer algumas perguntas em esclarecimento. - Soltei o ar pesadamente por meus lábios e concordei com a cabeça.
- O que precisar doutor. - sibilou, parecendo ser o único com capacidade de falar naquele instante. O médico concordou com um aceno de cabeça e deu uma olhada nos papéis presos em sua pasta.
- Algum de vocês pode me dizer se ela ingeriu recentemente amêndoas amargas e não industrializadas ou a raiz da mandioca mal preparada? - Eu franzi minha testa e dei uma olhada rápida em que parecia tão confusa como eu.
- Não. - Ela começou a dizer, um pouco confusa. - Eu imagino que ela nem goste de amêndoas e mandioca. - O médico concordou e anotou algo em seus papéis. - Mas o que isso tem haver com essa doença dela? - disse, um choramingo saindo de sua garganta no final.
- Essa informação é extremamente importante, porque agora nós só temos uma explicação para o que encontramos nos resultados do exame dela. - O médico fez uma pausa, dando uma boa olhada em cada um. Eu queria matá-lo por não dizer logo o que estava acontecendo. - A sua amiga foi envenenada.
End POV.
POV.
- Você tá brincando, não é? - quase gritou, tirando as palavras da minha boca. - Isso não pode ser verdade! - Eu concordei com a cabeça olhando o médico mais uma vez. Ele soltou um suspiro pesado.
- Creio que não exista outra explicação. - Ficamos mudos mais uma vez. As lágrimas se apossaram de meus olhos e eu não conseguia ver nada. - Existe uma quantidade bem significativa de cianeto no organismo dela que explica todos os sintomas descrito por você e os observados aqui no hospital. - Disse olhando para mim. Eu passei meus dedos por meus olhos para poder enxergar melhor. - Estamos fazendo novos exames para identificar de que forma ela ingeriu o cianeto.
- Espera aí! - disse erguendo sua mão. Dr. Albert virou seus olhos para encará-lo. - O senhor está querendo dizer que esse veneno pode estar contido na amêndoa e na mandioca e que ela comeu sem saber e se envenenou?
- Essa seria uma possibilidade se sua amiga não tivesse confirmado que ela não gosta de nenhuma das duas citadas, e ainda assim, para que fosse acidental ela teria que ter acesso aos dois alimentos sem que estes tivessem intermédio industrial. Todos os dois passam por processos muito rigorosos para a retirada do veneno antes do consumo. Não haveria nenhuma possibilidade dela se envenenar comprando tais alimentos em supermercados, o que nos leva à questão do envenenamento induzido.
- Quer dizer que alguém tentou matar a minha amiga? - Eu gaguejei.
- Infelizmente sim. É o que eu acredito no momento. - Eu neguei com a cabeça tentando pensar claramente.
Ninguém iria querer matar a ! Pelo amor de Deus, nós estamos aqui há pouco mais de cinco meses! Por que alguém iria querer fazer isso?
- O que esse veneno causa doutor? - questionou. Saí das minhas perguntas e voltei minha atenção ao médico.
- Depende muito da quantidade administrada. Os sintomas propriamente ditos começam poucos minutos após a ingestão do cianeto. A exposição aguda afeta o sistema nervoso central inicialmente estimulando-o e depois deprimindo-o. Concentrações baixas de cianetos podem produzir sintomas e sinais não específicos como: dor de cabeça, agitação, náuseas, desmaios, vômitos, confusão e incontinência. Exposição a concentrações mais elevadas pode provocar hipertensão seguida de hipotensão, taquicardia seguida de bradicardia, dispneia, descoordenação de movimentos, convulsões, cianose, coma e disfunção cardíaca ou respiratória que pode ser fatal.
- Então, no caso dela a quantidade foi alta? - peguntou, incerto. O médico concordou com a cabeça.
- Detectamos nos exames uma quantidade suficiente para matá-la em questão de duas horas. - Eu gelei com aquele comentário porque se nós tivéssemos demorado mais um pouco, ela teria morrido em casa. - Como eu fui informado pela ficha dela, ela havia ido a um restaurante e estava bem antes de comer, correto?
- Sim, mas... - Hesitei. - O senhor acha que ela foi envenenada lá? - Ele concordou com a cabeça. - Mas eu também comi a mesma coisa que ela! Eu teria que estar envenenada também! - Ele concordou com a cabeça mais uma vez e eu me vi confusa. Onde ele queria chegar afinal?
- A senhorita está certa, mas eu tenho convicção que ela não foi envenenada pela comida, e sim, pelo suco de maracujá. - Minha boca se abriu totalmente e eu comecei a tremer.
- Ah meu Deus! - Senti me abraçar de lado para tentar conter minha tremedeira. - Se o que o senhor diz está certo, era pra ela estar morta há muito tempo atrás! - Todas as cabeças se viraram em minha direção. Todas assustadas. Tentei me concentrar novamente para conseguir falar. - Ela estava sem fome, ela só conseguiu tomar metade do suco. - Eu gaguejei e senti o nó em minha garganta começar a sair junto com mais lágrimas. - Ela me disse que não queria comer nada, mas eu fiquei insistindo e insistindo! E eu me lembro dela dizer que o suco de maracujá tinha um gosto diferente. - Desabei nos braços do e comecei a chorar. Ele me apertou forte e eu senti seus lábios no topo da minha cabeça.
- Certo. Eu tenho informações suficientes. - O médico disse e eu fiz força para me recompor. - Eu preciso voltar a monitorá-la, mas retornarei com o resultado dos outros exames ou qualquer outra modificação do quadro clínico em que ela se encontra.
- Quando eu vou poder vê-la? - perguntou com a voz esganiçada. - Eu quero ficar com ela!
- Desculpe, mas não será possível. Ela está na UTI agora e precisa de monitoramento constante. O estado ainda é muito grave e nós precisamos erradicar a febre e ver quais seriam os possíveis danos da parada cardíaca. Haverá um horário de visita pela manhã. Eu aconselho a vocês irem para casa descansar. Não há nada mais a se fazer, por enquanto. - Eu vi que iria protestar, mas o impediu. O Dr. Albert deu um aceno e saiu.
- Vocês podem ir, eu vou ficar! - disse convicto, indo até o sofá e se sentando. Os braços cruzados bem junto ao peito e os olhos colados em seus pés.
- Você escutou o médico dude, não há mais nada o que fazer. Você deveria descansar. - disse baixo. bufou.
- Isso é o máximo de distância que eu me permito ficar longe dela, porque não há outra solução! Eu não vou sair desse hospital! - E pela sua voz, eu sabia que ele chorava.
iria protestar mais uma vez, mas eu fiz sinal de negativo com a cabeça.
Eu entendia o . Eu também não queria sair de perto daquele hospital. Mas imaginei que naquela hora ele queria ficar sozinho.
- Eu preciso ir em casa tomar um banho e pegar algumas coisas. - Comecei baixo. - Todos vocês deveriam ir também. Eu vou voltar e ficar aqui com o .
End POV
Um clarão muito forte cegava meus olhos protegidos pelas minhas pálpebras. Esperei até que toda aquela luz amenizasse para abrir meus olhos. Pisquei algumas vezes para focalizar e vi porque havia tanta luz.
Muita neve.
Havia neve por toda parte.
Dei uma olhada ao redor e vi que eu estava deitada em um colchão inflável no meio do nada. Logo atrás de mim, há alguns metros de distância, consegui ver o oceano com algumas partes congeladas e ao seu redor uma grande geleira.
Tentei me levantar e tive dificuldade quando percebi que eu estava usando pelo menos uns trinta casacos e calças de frio. Uma bota fofinha estava em meus pés e eu tinha uma luva vermelha nas mãos. Coloquei as mãos em minha cabeça e percebi que havia uma touca ali.
Fiz um esforço para ficar de pé e voltei a dar uma olhada ao redor. O sol estava bem acima de mim e era refletido pela neve deixando meus olhos cegos por alguns segundos quando eu olhava diretamente para ela. Não estava fazendo tanto frio como parecia, mas muito menos fazia calor como o sol tentava me iludir.
Voltei meus olhos para meu colchonete e vi uma mochila azul ao lado deste. Me agachei e peguei a mochila. Explorei dentro dela e encontrei dois sanduíches enrolados em papel alumínio, uma coberta, uma bomba que eu acho que enche o colchão, uma garrafa térmica que pelo peso estava cheia, duas xícaras de plástico e um óculos de sol.
Peguei os óculos e o coloquei. Dei um suspiro de alívio quando a luz ficou mais amena para os meus olhos. Fechei a mochila e coloquei a mesma em cima do colchão.
Escutei um barulho estranho e quase morri de susto. Olhei para o lado do oceano de onde vinha o barulho e quase caí pra trás quando eu os vi.
Pinguins!
Devia haver uns trinta, talvez mais. Todos saindo da água e se sacudindo para tirar o excesso dela de seus corpinhos preto e branco. Alguns batiam as asas/nadadeiras enquanto outros carregavam peixes nos bicos e os jogavam em uma pilha ali perto.
Não aguentei apenas olhar.
Como não havia ninguém por perto mesmo, deixei o colchão e a mochila e saí andando até o encontro daquele grupinho lindo sem tirar meus olhos deles. Observei bem cada movimento, gravando tudo no fundo da minha cabeça.
Me aproximei o suficiente para não assustá-los e me sentei no chão coberto de leve. Senti muito frio no local, mas não me importei. Finalmente eu senti que estava onde deveria estar.
- Eu vejo que você encontrou os óculos. - Dei um pulo, assustada. Olhei para o lado e vi um homem alto, também vestido da cabeça aos pés com roupas de frio, com óculos escuros cobrindo seus olhos. - A claridade aqui pode cegar. - Ele concluiu sua fala e se sentou ao meu lado. Depois de um segundo de silêncio apenas observando o estranho homem ele me estendeu uma garrafa. - Peguei um pouco de água pra você, bem gelada, do jeito que você gosta. - Deu uma risadinha no final como se estivesse lembrando de uma piada.
Peguei a garrafa da mão dele porque eu realmente senti que estava morrendo de sede. Dei o primeiro gole e senti aquele líquido descer por minha garganta seca. Soltei um gemido de aprovação e comecei a beber o resto em vários goles rápidos. Em poucos segundos, a garrafa estava seca.
O estranho soltou uma gargalhada.
- Ainda bem que eu já tinha bebido antes. - Me encolhi, totalmente envergonhada da minha falta de educação.
- Me desculpe. Eu nem havia reparado que estava com tanta sede. - Ele negou com a cabeça, ainda sorrindo.
- Não se preocupe, . Eu estava brincando! - Meus olhos arregalaram em surpresa.
- Você me conhece? - Seu sorriso me passou uma grande ternura.
- É claro que sim filha, e você também me conhece! - Franzi minha testa e reparei bem em seu rosto, mas não vi nada familiar.
- Não estou me lembrando. Qual é o seu nome? - Ele desviou seu rosto do meu e ficou com ele de perfil. Pude reparar que seu nariz e queixo eram bem salientes. O primeiro era muito grande mesmo, acho que eu não havia visto um daquele tamanho ainda.
- Eu tenho muitos nomes filha. Alguns me chamam de Emanuel, outros de Jeová, e ainda há aqueles que usam o nome de meu pai para se referirem a mim – Ele voltou a me encarar com um sorriso de lado. -, mas você me chama de Jesus.
POV.
- Acompanhantes de ? - Abri meus olhos, alerta, ao escutar o nome da . levantou sua cabeça de meu ombro onde ela dormia e fez sinal para a enfermeira. Esfreguei meus olhos e me levantei do sofá.
- Somos os acompanhantes. - Disse a ela que concordou com a cabeça.
- Vocês podem ir vê-la daqui trinta minutos, mas só entram na UTI de um em um. - Eu concordei com a cabeça. - O tempo de visitas é de uma hora, depois disso o próximo horário de visitas é ás cinco da tarde. - Ela me entregou um crachá onde tinha o emblema do hospital e escrito “UTI – Horário de visitas. 08H. Paciente: .” - É preciso estar portando esse crachá para entrar na UTI. Você sabe onde fica? - Neguei com a cabeça e ela explicou onde eu encontraria o local. Depois de eu agradecer, ela se afastou.
Dei uma olhada em e a entreguei o crachá para ela ver.
Só de pensar que eu só teria alguns minutos para ver a já me deixa desesperado. Eu preciso estar com ela. Preciso estar do lado dela em todos os segundos.
- Vou ligar para o e avisar sobre o horário de visitas. - Eu concordei com a fala dela.
- Acho que vou comprar alguma coisa na lanchonete. Quer algo? - Ela concordou, já com o celular no ouvido e eu me levantei.
End POV.
- Jesus? - Perguntei com espanto.
- Ah, eu sei que não sou nada do que você esperava fisicamente, mas interiormente eu sou tudo o que você conhece e mais! - Disse em tom brincalhão e eu fiquei muda mais uma vez.
- Não é isso! É que... - Hesitei sem saber mais o que dizer. - Uau! - Exclamei e ele gargalhou alto. - Quer dizer... Foi o Senhor que me trouxe aqui?
- Ah não! - Ele começou a abanar as mãos. - O que aconteceu com o você do começo desta conversa, hun? Nós somos amigos! Nada de senhor aqui ok? - Foi a minha vez de gargalhar. Ele me lembrava um pouco da . Concordei com a cabeça.
- Foi você que me trouxe aqui? - Reformulei a pergunta e ele bateu palmas.
- Claro que sim! Você sabe onde estamos? - Voltei a dar uma olhada ao redor.
- Aqui me lembra muito das fotos que eu vi da Antártica. - Ele concordou com a cabeça e também deu uma olhada ao redor.
- É, deve lembrar mesmo, já que nós estamos na Antártica! - Minha boca escancarou e Jesus gargalhou mais uma vez. - Você deveria ver a sua cara de surpresa! - Ele gargalhou um pouco mais e eu tive que gargalhar junto. - Ah, assim é melhor! Seu sorriso é lindo! - Apontou o indicador para o meu rosto e eu corei. - E você ainda consegue corar com todo esse frio! Ah, Papai fez um excelente trabalho com você ! Posso te chamar assim não é? - Eu sorri e concordei com a cabeça. - É isso que eu acho mais bonito nos humanos, como seus rostos reagem ás emoções, como um sorriso ou uma lágrima podem mudar suas feições e deixá-los ainda mais belos, mais parecidos com o Pai! E, puxa vida, você parece muito com Ele quando sorri assim!
- Eu pareço com Deus? - Perguntei baixinho. Jesus se arrastou para mais perto de mim.
- Você tem o sorriso Dele. - Eu sorri abertamente. - Você precisa sorrir mais, filha. - Concordei com a cabeça e nós voltamos a ficar em silêncio. Olhei para o grupo de pinguins que agora comiam alguns dos peixes que pescaram, dividindo igualmente entre eles.
- Eu morri Jesus? - Não o olhei quando fiz a pergunta. Eu tinha medo de saber a resposta. Muito medo.
Ainda assim, eu precisava perguntar.
- Do que você lembra? - Eu não esperava que ele me respondesse com uma pergunta, mas como eu sei que tudo pra ele tem um propósito, puxei pela memória.
- Me lembro de ir no restaurante com a turma da escola, depois ir pra casa com Carlos porque minha cabeça começou a doer muito. Me lembro também de vomitar umas duas vezes e de sentir meu corpo inteiro doer, mas provavelmente era a febre que eu tinha sentido quando toquei minha testa. E então eu fui dormir porque eu imaginei que estaria melhor quando acordasse como todas as outras vezes. E depois eu acordei aqui. - Jesus ficou calado ainda por alguns minutos e eu tive que virar meu rosto para vê-lo. Ele me deu um sorriso fechado, como se estivesse chateado, e pegou minha mão esquerda embalando-a nas suas, cobertas por uma luva listrada de azul e branco.
- Você não morreu . Quer dizer, você morreu por quatro minutos. - Eu imagino como minhas feições não devem ter ficado para ele precisar apertar minha mão, em sinal de conforto. - Eu te busquei e te trouxe aqui durante esse tempo, mas você está viva, só que em coma no hospital.
- Em coma? Então a Antártica é o meu coma? - Eu quase gargalhei quando Jesus concordou com a cabeça.
- Eu sempre bato um papinho com as pessoas que entram nesse estado no lugar que elas amam ou que elas sempre sonharam em conhecer. Eu só vim a Antártica com mais cinco pessoas sabia? Não é um local muito comum. - Então eu gargalhei, de felicidade, de frustração, de medo. E no fim eu estava aos prantos e Jesus estava me abraçando bem forte e cochichando palavras de conforto enquanto me embalava em seus braços.
POV.
Avistei o local onde ela estava e não desgrudei meus olhos de lá, mesmo quando uma moça começou a vestir aquela roupa de hospital em mim e me entregou uma touca para meus cabelos. Mesmo quando eu entrei no espaço de desinfecção, meus olhos ainda estavam grudados onde eu sabia que ela estava. Deitada e imóvel naquela cama de hospital.
Saí daquele quadrado de vidro e adentrei a UTI, uma enfermeira me aconselhou a não mexer em nada, não conversar muito alto e todas aquelas coisas e regras de hospital. Eu concordei a todas com um aceno de cabeça, ainda sem desviar meus olhos da .
Quando finalmente fui liberado, andei rapidamente até ela. Sentindo meu coração apertar ao vê-la naquele estado, me aproximei até estar ao lado dela. Segurei sua mão esquerda que não estava cheia daquelas ligações a sua veia onde eles aplicavam as injeções e onde corria o que eu imagino ser soro.
Me senti um pouco feliz ao ver que a temperatura da sua mão estava próxima ao normal. Só um pouco mais fria que a minha. O que comprovava o fim da febre. Mas minha felicidade durou pouco ao ver seu rosto com aquelas sondas nasais. O mesmo rosto que eu sempre vi cheio de vida, de expressões, agora estava ali, imóvel, inexpressivo.
Fiquei um tempo apenas gravando ela em minha memória. Sabia que eu podia aproveitar já que eu era o último a visitá-la e devia ter uns vinte minutos com ela. Dei uma olhada em cada centímetro de seu rosto, de seus cabelos, de seu pescoço descoberto e de seu corpo coberto pela roupa do hospital e um edredom azul.
Tentei colocar na mente que ela logo acordaria, que eu não precisava me preocupar, que o pior já havia passado, mas nada ficava na minha cabeça por mais que um segundo. Só de olhar pra ela dessa forma, tão debilitada, tão mal, não tem como não pensar no pior.
- ? - Cochichei perto de seu ouvido. - Eu escutei uma vez que as pessoas em coma escutam tudo o que dizem pra elas. - Dei uma olhada em seu rosto e vi que seus olhos mexiam por baixo das pálpebras, como se ela estivesse sonhando. - Eu não sei se quero que isso seja ou não verdade. - Soltei um suspiro, encostando minha testa na bochecha dela. - Tem tantas coisas que eu queria dizer, mas não com você assim! Eu só queria que você acordasse, que eu pudesse olhar em seus olhos.
A mão dela deu um espasmo, como se tivesse apertado a minha e eu pulei em surpresa. Dei uma olhada em seu rosto e vi que não havia mudança alguma e me lembrei da enfermeira dizer que os pacientes em coma podem se mover, respondem a alguns toques, mas não significa que estejam voltando em consciência.
Soltei o ar pesadamente e voltei a minha posição anterior, sentindo as lágrimas em meus olhos.
- Eu estou com tanto medo , tanto medo.
End POV.
- Ok! Chega de lágrimas, hun? - Jesus sorriu pra mim enquanto enxugava meu rosto com seus polegares. Concordei com a cabeça respirando fundo para engolir o choro. - Assim é melhor! - Eu sorri, feliz por saber que eu não estava sozinha.
- Obrigada! - Ele deu de ombros e me abraçou de lado.
- Quer saber de uma coisa que está acontecendo agora? - Ele não olhou pra mim, estava com os olhos fixos nos pinguins.
- Eu quero. - Respondi baixo e ele me deu uma olhadela de um jeito conspiratório.
- Você está recebendo suas primeiras visitas agora. - Olhei bem pra ele para tentar entender se ele estava brincando ou não comigo, mas é claro que Jesus não brincaria com algo assim.
- Quem está...? - Não consegui terminar a frase. A única pessoa que vinha em minha cabeça naquele momento era o . Será que ele estava indo me ver? Será que ele está preocupado? Será que ele ainda se importa?
- Hey! - Jesus bateu em meu ombro com o seu, para cortar meus pensamentos. - Ele salvou a sua vida, sabia? - Minha boca se abriu em mais um perfeito 'o'. - Ah, mas é claro que você não sabia, você estava morrendo! - Ele bateu com a mão na testa e fez uma careta.
- Ele quem?
- O homem que não sai da sua cabecinha. ! - Ele cutucou minha testa e eu senti minha respiração falhar.
- Como que isso...? - Mais uma vez eu não consegui terminar uma frase. Tenho que começar a controlar minhas emoções por aqui, afinal de contas eu estou com Jesus, ele vai me fazer muitas outras revelações malucas e impossíveis, tenho certeza.
- Bem, lembra quando eu disse que você morreu por quatro minutos? - Concordei com a cabeça. - Você estava sendo reanimada nesse tempo por um desfibrilador.
- Nossa! Eu levei um choque?
- Um não, você levou quatro choques! - Eu soltei um 'uau' e Jesus me acompanhou.
- Eu sempre quis saber como seria levar um choque daqueles! - Ele gargalhou ao meu lado e levou o dedo indicador até o local onde meu coração batia.
- Você não sentiu nada na hora, mas pode ter certeza que se você acordar vai sentir uma dor terrível nessa área. - Eu tentei não me concentrar muito no fato dele ter dito se você acordar.
- O que ele fez? - Perguntei para desviar meus pensamentos.
- Ah sim! - Ele bateu em sua testa novamente. - O médico desistiu depois do terceiro choque, mas ele invadiu o lugar, pegou o médico pelo jaleco e gritou pra ele tentar mais uma vez. Foi incrível! - Eu sorri da empolgação de Jesus. Ele me lembrava muito mesmo a . - E esse último choque fez seu coração voltar a bater.
Fiquei calada depois daquilo. Senti um alívio enorme me invadir. ainda se importava, mesmo depois de tudo o que aconteceu conosco, ele ainda não desistiu de mim.
- Você ainda não me disse quem está me visitando! - Jesus fez uma careta e eu gargalhei.
- Nesse instante quem está com você é a . Ela tá tendo uma séria dificuldade de segurar as lágrimas. - Soltei um suspiro pesado. Ah, ! - Antes dela já entraram o , o , a Rafaella e o . - Dei um pequeno sorriso.
Meus amigos não me abandonaram, mas pra variar, eu tinha que estar dando trabalho.
- Ah! - Ele chamou minha atenção com um sorriso enorme. - Adivinha só quem está entrando agora? - Meu coração acelerou automaticamente. Eu sabia que era ele mesmo antes de Jesus dizer. - . - Ele se levantou e eu franzi a testa. - Eu vou pegar o nosso colchão inflável, porque, eu não sei você, mas meu bumbum tá anestesiado por causa da neve. - Eu gargalhei alto. - Aproveite o momento filha. - Ele piscou um olho, deu meia volta e saiu.
Fiquei encarando Jesus andar com certa dificuldade pela quantidade de roupas e o gelo escorregadio tentando entender de que momento ele estava falando.
- ? - Ah meu Deus! Eu escutei a voz dele! Eu escutei!
Olhei ao redor, mas não vi em lugar algum. Eu só posso estar ficando louca!
- Eu escutei uma vez que as pessoas em coma escutam tudo o que dizem pra elas. - Ah! Eu escutei de novo! De onde será que a voz dele tá vindo? Será que eu to imaginando? - Eu não sei se quero que isso seja ou não verdade. - Ele soltou um suspiro e eu senti as lágrimas formando em meus olhos. - Tem tantas coisas que eu queria dizer, mas não com você assim! Eu só queria que você acordasse, que eu pudesse olhar em seus olhos.
Eu quero acordar! Por favor! Eu quero ver os olhos dele, eu quero acabar com esse sofrimento!
Escutei ele soltar o ar pesadamente, como se seus lábios estivessem bem próximos de meu ouvido. Senti minha pele arrepiar e fechei meus olhos, apreciando o som da sua respiração.
- Eu estou com tanto medo , tanto medo.
- Ah, ! - Comecei a chorar assim que escutei seu soluço, indicando que ele chorava também.
POV.
- Vocês precisam descansar um pouco. - disse para mim e assim que eu retornei para a sala de espera. negou com a cabeça e eu acompanhei. - De que vai adiantar ficar aqui? - Ele continuou parecendo indignado. às vezes não consegue perceber que certas coisas não há como discutir.
- Eu não vou sair daqui até ela acordar. - Falei cruzando meus braços.
- E eu só saio daqui com ela comigo. - nem ao menos desviou o olhar do seu celular. bufou e eu me sentei ao seu lado no sofá.
- Pelo menos ela vai ser transferida para um quarto. - Eu concordei com a cabeça, após a fala do . - Vamos poder ver ela a hora que quisermos.
- De uma coisa eu sei. - começou, pegando a atenção do . - A e o vão ter que tirar o par ou ímpar para ver quem vai ficar com ela o tempo todo, já que apenas um pode permanecer no quarto. - Ele deu de ombros e eu automaticamente olhei para o . O rosto dele dizia que não haveria par ou ímpar nenhum. Eu respirei fundo.
Sabia que seria impossível discutir com ele e eu tinha que trabalhar de qualquer maneira. E tinha que ir na aula também. Ainda havia uma semana até as férias de inverno.
- Não precisa se preocupar , o vai ficar com a . - Os quatro me encararam, imagino que surpresos por eu ter cedido tão facilmente. - Eu tenho que trabalhar pra viver, lembram? - Dei de ombros sorrindo.
- Quanto a isso, você sabe que não precisa ir trabalhar... - Eu coloquei minha mão no braço do e o encarei seriamente.
- Nós já conversamos sobre isso bêe, eu não quero discutir. - Ele soltou um suspiro pesado e concordou com a cabeça.
Eu já tenho coisas demais com o quê me preocupar, não quero ter que me lembrar do querendo me bancar agora. Isso seria demais!
- O detetive deu alguma notícia? - perguntou se dirigindo ao . O mesmo que suspirou, negando com a cabeça.
- Ele ainda tá de olho no restaurante, mas não apareceu nada suspeito até agora. Perguntou os funcionários, mas não deu em nada. - Ele esfregou as têmporas. - Eu não consigo entender como isso foi acontecer!
- É, isso tá sendo um grande mistério mesmo! - comentou. - E a única pista que a gente tem é o restaurante, mas se ele não descobrir nada por lá, como vamos saber quem fez isso com ela?
- Mais difícil ainda é saber o porquê de terem feito isso com ela. - completou. - Meu leitão não me disse que tinha inimigos por aqui, e eu acho muito difícil ela ter! - Nós concordamos com sua fala e eu respirei fundo. Tinha que contar logo antes que o enlouquecesse por ver o James aqui, ou o Carlos.
- Então, falando em amigos da . - Comecei devagar, sem olhar o . - Carlos e James virão aqui assim que ela for transferida para o quarto. - Escutei um rugido e vi que o estava com os dentes cerrados. Tentei ignorar. - Eles queriam vir hoje, mas eu expliquei a situação das visitas na UTI e eles acabaram se contentando em vir amanhã.
- Me avise antes, porque se eu ver um dos dois, nem sei o que posso fazer. - comentou com raiva, praticamente amassando seu celular na sua mão direita.
- , eles têm tanto direito quanto a gente! - Rebati tentando controlar a parte de mim que queria completar a frase com “não era deles que a estava com raiva”.
- Merda! Eu sei! - Ele gritou e a enfermeira que passava no momento olhou pra gente com cara de brava. - Eu sei! - Ele repetiu mais baixo.
- Dude, segura a barra dessa vez, pela . - disse com uma ternura que apenas ele poderia ter quando o assunto era o . - Ela iria gostar de saber que você deixou de lado a raiva por causa dela, hun? - soltou o ar pesadamente, concordando com a cabeça em seguida.
- Hoje eu sei que eu deixaria qualquer coisa de lado por causa dela. - Ele suspirou, escondendo o rosto em suas mãos. - Qualquer coisa.
End POV.
- Tão ruim assim? - Eu enxuguei meu rosto com o auxilio das minhas mãos e as luvas, negando com a cabeça. Jesus jogou o colchão inflável que ele carregava entre o braço esquerdo no chão, colocou minha mochila em um canto e de lá retirou dois edredons. Apontou para que eu sentasse e eu sorri.
Ele estendeu a mão e me ajudou a levantar do chão. Assim que me sentei no colchão ele se sentou ao meu lado e jogou um dos edredons em cima de meus ombros, cobrindo-me com carinho. Suspirei aliviada pelo calor imediato que aquele edredom pesado me proporcionou.
Jesus ficou calado, acho que me dando um tempo para que eu mesma começasse a contar porque chorava, mas nem eu mesma sei por onde começar! Talvez pela pergunta que mais me incomoda.
- Por quê? - Ele virou seu rosto em minha direção e sorriu com os lábios fechados. O sol bateu em seu rosto e uma luz muito forte quase cegou meus olhos cobertos pelos óculos de sol. Assim que a luz passou eu voltei a reformular a pergunta. – Por que eu posso escutá-lo? - Jesus deixou seus dentes brancos aparecerem e deu um aceno de cabeça, como se compreendesse.
- É relativo. - Eu franzi a testa. - Veja bem, você escuta tudo ao seu redor, mas seu cérebro está selecionando o que fazer você escutar, entende?
- Acho que sim, mas eu nunca imaginei você dando uma explicação científica pra esse tipo de coisa. - Eu sorri e Jesus gargalhou.
- Ah, sim! Eu já fiquei com muitas pessoas que acreditavam que tudo isso que estava acontecendo era um sonho maluco causado pelo coma. Foi muito difícil convencê-los do contrário. - Com seu dedo polegar e o indicador ele apertou a ponta do meu nariz que só então eu percebi que estava dormente, porque no mesmo instante um calor muito forte percorreu o lugar e eu senti que toda a pele do meu rosto esquentava. - Bom? - Ele perguntou e eu concordei com a cabeça. - Tá bem frio por aqui hoje. - Ele se afastou e voltou a olhar para a frente. - Olha só! - Disse animado apontando para frente.
Olhei na direção e vi um pequeno pinguim andando até nós. Travei no mesmo segundo para tentar não assustá-lo ou algo do gênero, mas Jesus não parecia pensar da mesma forma que eu.
Ele jogou de lado seu edredom e foi engatinhando até o pinguim, chamando o mesmo por uns assovios estranhos. O pinguim praticamente correu ao seu encontro e Jesus o pegou nos braços. O bichinho bateu as nadadeiras e soltou sons animados da garganta, os outros de seu grupo ao longe acompanharam os som e começaram a bater as nadadeiras também.
Eu sorri encantada com a cena. Era muito surreal ver tudo aquilo.
- Vem aqui! - Jesus me chamou com um aceno de sua mão. O pinguim que estava em seu colo virou o rosto para olhar pra mim e começou a bater as nadadeiras novamente. - Ele está chamando você também! - Joguei de lado meu edredom e fui até eles.
O pinguim no colo de Jesus pulou para o meu e eu me assustei com aquilo. Jesus apenas sorriu pra mim, me dando sinal para que eu o segurasse sem medo, o que eu fiz.
Como eu estava de luvas, não consegui sentir como era o pinguim realmente, mas sabia que ele era escorregadio porque minha mão nunca ficava no lugar onde eu a colocava e eu subitamente comecei a gargalhar.
- Ele é tão lindo! - Eu disse encarando os pequenos detalhes daquele bichinho fofo. - Como ele pode estar vindo tão facilmente até nós? - Jesus me deu um olhar de quem dizia “você ainda não percebeu?” e eu apenas sorri entendendo.
- Eu disse pra ele que não havia problema em se aproximar. Disse que ele podia confiar na gente. - Eu concordei com a cabeça.
É claro que ele podia falar com os animais! Ele era um dos criadores!
- Jesus? - Perguntei depois de um breve silêncio apenas observando o meu mais novo amiguinho pinguim. - Porque eu consigo escutar apenas a voz do ? - Ele suspirou fazendo uma coluna de fumaça sair por sua boca.
- O sentimento que vocês dois partilham um pelo outro é o mais puro que o meu Pai colocou no mundo. É o amor puro, mútuo e sincero. Mesmo que vocês dois tenham sofrido muito desde que descobriram esse amor, não foi por culpa dele e sim, por suas naturezas humanas que são falhas e conseguem atrapalhar até o mais forte dos sentimentos. - Jesus se aproximou de mim e pegou o pinguim do meu colo. - Veja, ele já ama você. - Apontou para o bichinho e eu sorri. - Se você o machucasse nesse instante, o que ele faria? - Não entendi bem onde ele queria chegar com aquela pergunta, mas respondi mesmo assim.
- Ele fugiria de mim, com certeza. Talvez tentasse me atacar, querendo me machucar também. - Dei de ombros e Jesus concordou com a cabeça, olhando para o pinguim.
- Sim. Ele poderia fazer qualquer uma dessas coisas, mas depois que a raiva dele passasse, que a dor sumisse, ele estaria disposto a tentar mais uma vez, a perdoar você, porque ele te ama. - Jesus voltou seu olhar pra mim. - As pessoas são assim . Elas amam, mas também machucam umas as outras. Algumas pessoas simplesmente não foram abençoadas com o poder de amar e outras nasceram com o poder de amar incondicionalmente. Por isso que há tanto sofrimento no mundo, porque no fim das contas algumas vão perdoar porque amam, mas essas pessoas vão continuar ferindo quem as amam porque elas não conhecem o amor.
- Isso é injusto. - Soltei sem pensar. Jesus fez sinal para que eu continuasse. Eu respirei fundo sentindo o ar gelado em meus pulmões. - Todas as pessoas deveriam ter a oportunidade de amar. Eles não deveriam ser excluídos. - Jesus sorriu e eu me senti uma louca por estar contestando aquilo com ele.
- Todas as pessoas nascem com o amor . Meu Pai depositou o amor dele na criação e concepção daquela criança, não importa de que maneira ela foi concebida e por quem. A diferença é que, a partir do momento que as crianças começam a entender o mundo ao seu redor, elas passam a cultivar o amor dentro delas, ou afastá-lo para longe de seus corações. O sentimento ainda está lá, pronto para ser resgatado e cultivado, a pessoa só precisa escolher fazer isso.
Eu concordei com a cabeça e fiquei em silêncio, refletindo no que Jesus tinha acabado de me dizer. No fim das contas, tudo girava em torno do livre arbítrio mesmo.
- Então o e eu... - Hesitei sem saber como completar a frase. Jesus aguardou, paciente. - Nós somos almas gêmeas?
- Sim, vocês são! - Fiquei surpresa.
- Eu nunca imaginei que isso fosse verdade. - Jesus deu de ombros.
- Não é da maneira que dizem por aí. “Você e sua alma gêmea são predestinadas a ficarem juntas!” e coisas do gênero. - Ele fez aspas com os dedos. - Na verdade existe sim uma alma gêmea para cada pessoa, mas são elas que escolhem se ficam juntas ou não. Muitas pessoas cruzam com suas almas gêmeas todos os dias e simplesmente não dão atenção. Todos sempre têm uma chance, o primeiro encontro, o primeiro olhar, já foi destinado por meu Pai realmente, mas o que acontece a partir dali depende exclusivamente do casal.
- Uau, isso sim é inacreditável. - Sibilei impressionada.
- Veja o seu caso, por exemplo. Você se apaixonou por sua alma gêmea desde a primeira vez que o viu, mas vocês tinham que se encontrar para que ele também tivesse a oportunidade de se apaixonar por você. Foi por isso que vocês esbarraram naquele shopping.
- Aquele encontrão foi destinado? - Ele concordou com a cabeça. - Uau!
- Pense bem em quantas coisas poderiam ter acontecido depois daquela primeira troca de olhares de vocês. Ele poderia pedir desculpas e sair de perto, poderia xingar você pelo esbarrão, poderia fingir que nada havia acontecido, mas não. Mesmo com tantas possibilidades ele escolheu ajudar você e te acompanhar, te conhecer melhor. A partir dali, o amor verdadeiro de vocês nascia e apenas vocês podem fazê-lo morrer.
Jesus me entregou o pinguim e eu o apertei em meu colo.
- Vou pegar a garrafa térmica na bolsa. Tem um delicioso chocolate quente lá! - Apenas consegui concordar com a cabeça e sorrir de leve. Assim que Jesus saiu, eu voltei a olhar para o meu amigo pinguim. Senti meu coração tão apertado pela saudade.
Saber daquela informação deixava tudo diferente.
Eu achei que era impossível, mas não. O realmente era o amor da minha vida e eu era o seu. Não havia erro. Não existia outra pessoa no mundo mais perfeita pra ele do que eu, mesmo com todos os meus defeitos, eu era dele.
A pior parte disso é me lembrar que eu provavelmente não vou viver pra contar isso a ele. Eu nem ao menos sei se vou acordar do coma.
Talvez esse lugar, esse encontro com Jesus, seja a minha passagem. Seria mais fácil morrer se eu não soubesse que o era a minha alma gêmea.
- O que você acha amiguinho? Vou viver ou morrer? - Cochichei me sentindo louca por estar falando com um pinguim. E eu provavelmente estava já que eu imaginei ter visto as laterais de seu bico subindo para o alto, como se sorrisse pra mim.
Eu acabei sorrindo junto.
POV.
- Dude? - Desviei meu olhar do rosto da e vi o parado na porta do quarto. Me levantei da cadeira, deixando a mão dela que eu segurava, ao lado de seu corpo, e andei para fora do quarto. - Eu vou dar uma passada em casa e pegar a na dela. Você quer que eu te traga algo da sua? - Concordei com a cabeça.
- Pega mais uma muda de roupa e um moletom, e um travesseiro. - concordou com a cabeça pegando a chave de minha casa que eu lhe entregava. - Cadê o ?
- Ainda tá lá fora conversando com os repórteres e tentando convencê-los a saírem da frente do hospital. - Eu soltei um suspiro. - Acho até que eles demoraram muito pra descobrir que alguém estava no hospital já que desde sábado que a gente entra e sai aqui. - Eu concordei com a cabeça e ele deu um soco de leve em eu ombro. - O chega daqui a pouco. - Ele deu meia volta e saiu e eu voltei a entrar no quarto.
Desde que a foi transferida para o quarto, eu não consegui dizer nenhuma palavra pra ela. Sempre que eu tentava, minha voz ficava presa em minha garganta e eu só conseguia olhar pra ela, segurar sua mão forte e esperar.
Esperar, esperar e esperar.
Eu já estava cansado de esperar, mas jamais desistiria. Um dia ela ia acordar e eu estaria ali, ao lado dela, quando isso acontecesse.
Duas batidas na porta me assustaram. Levantei meu olhar vi quem estava na porta. Bourne. Respirei fundo para controlar o ódio que formava dentro do meu ser.
Não vou fazer isso. Não vou brigar com ele.
Praticamente escutei a voz da em meu ouvido dizendo “Seja educado, ”.
- Posso entrar? - Ele perguntou, ainda parado na entrada do quarto. Eu concordei com a cabeça e me levantei da cadeira, dando uma última olhada na .
- Eu vou sair pra que você fique mais a vontade. - Foi muito difícil dizer, mas eu consegui. O Bourne franziu a testa e negou com a cabeça.
- Não precisa. Eu sei que você não quer sair de perto dela. - Eu o encarei e vi que ele não estava brincando. Queria mesmo que eu ficasse.
Respirei fundo e dei de ombros, voltando a ficar no canto oposto à cama da , deixando a cadeira ao lado de sua cama para que ele pudesse sentar.
O Bourne entendeu o recado e fechou a porta do quarto. Foi para o lado da cadeira e se sentou. Deu uma longa olhada da e eu tentei segurar o ciúme dentro de mim.
- Ah princesa! É só eu viajar e você consegue se meter em encrencas? - Ele pegou a mão dela e beijou delicadamente. Eu trinquei os dentes. - Eu tive que cancelar duas entrevistas e pegar o primeiro avião de volta quando fiquei sabendo. E não me venha você depois brigar comigo porque eu deixei meu trabalho de lado por sua causa! - Era estranho vê-lo conversando daquela maneira com ela, como se a estivesse acordada.
Ele fez uma pausa, com a testa encostada nas mãos dela e os olhos fechados. Parecia estar chorando silenciosamente.
- Será que dá pra você acordar? Eu tenho tanta coisa pra contar! - Ele olhou o rosto dela e suspirou. - Lembra que a gente tinha conversado pelo telefone antes de eu viajar, no sábado de manhã? Então. Logo em seguida, adivinha quem eu encontrei no aeroporto? Annie. - Ele sorriu de leve. - Ela estava esperando o irmão chegar pra ver a apresentação do trabalho dela mais tarde e a gente acabou ficando conversando lá enquanto o irmão dela não chegava e o meu voo não saía.
Ele fez uma pausa, abaixando a mão de e a depositando ao lado de seu corpo, ainda sem desentrelaçar seus dedos.
- Você tinha razão . A Annie gosta mesmo de mim. Sabia que ela se declarou ali, dentro do aeroporto? - Ele soltou uma risada. - Eu fiquei estático, imagina só! Ela me disse: “Eu sempre gostei muito de você James, mas você só tem olhos pra ” - Ele negou com a cabeça, ainda sorrindo. - Bem que você disse que ela morria de ciúmes de você! E antes que você me xingue, eu contei pra ela que nós dois éramos apenas amigos. Ela não acreditou muito bem, e adivinha só o que eu fiz pra provar? Eu a beijei! Bem ali no aeroporto!
Ele parou, seu rosto ficou um pouco triste, olhando para a .
- Droga ! É nessa hora que você grita comigo e faz um escândalo! - James deu uma olhada em mim antes de suspirar. Eu imagino a surpresa que ele viu em meu rosto. - Foi engraçado porque o irmão dela apareceu na hora e ela ficou toda sem graça, mas dava pra ver que estava feliz. - Ele voltou a sorrir. - E como sempre você estava certa! Eu gostei da Annie , até já marquei um encontro com ela no fim de semana. E eu acho bom você acordar até lá, porque eu preciso de algumas dicas! - Ele se levantou e inclinou seu troco para poder dar um beijo na testa dela.
O Bourne se afastou um pouco, mas continuou na mesma posição, encarando profundamente as pálpebras fechadas dela.
- Se você não acordar logo e resolver as coisas entre você e o , eu juro que mato você! - Cochichou, mas eu consegui escutar. - A me disse que o cara não saiu um segundo desse hospital e quase tem um ataque quando tem que almoçar ou tomar banho, porque consequentemente vai ficar longe de você por alguns minutos. - Ele deu uma olhada em minha direção e eu acabei sorrindo.
James se endireitou e sorriu também, andando em minha direção. Estendeu a mão, em sinal de paz. Eu sorri mais abertamente e agarrei a mão dele, o puxando para um abraço.
- Foi mal cara! - Disse pra ele, em sinal de desculpas. Senti o James negar com a cabeça.
- Você estava com ciúmes, eu entendo. - Ele se separou de mim, para poder me olhar nos olhos. - Eu nunca vi você assim, tão apaixonado por alguém. Isso justifica qualquer desentendimento que nós tivemos afinal, eu fiquei com a sua garota. - Soltei uma risada e ele me acompanhou. - Não existe ninguém na vida da além de você . O coração dela é seu. Lembre-se disso! - Ele me deu mais um abraço e se afastou. - Eu preciso ir. Tudo bem se eu voltar depois? - Eu concordei com a cabeça e sorri.
Aquela visita tinha sido bem melhor do que o esperado.
Andei até a cadeira e me sentei novamente, ainda sorrindo. Cheguei perto do rosto da e coloquei meus lábios próximos ao ouvido dela.
- Isso te deixa feliz? - Eu não precisei escutar ela falar pra saber que sim, eu e o James temos feito ás pazes deixava ela muito feliz. - Se você acordasse agora o meu dia seria perfeito. - Suspirei e depositei um beijo de leve em sua bochecha.
Capítulo. 22
- Aqui está! - Jesus me entregou uma das canecas onde eu vi sair uma fumaça branca de dentro, o cheiro era de dar água na boca! Agradeci e beberiquei o chocolate quente, que estava fervendo literalmente. Quase queimei minha língua! - É melhor você beber rápido porque daqui há alguns minutos esse chocolate vai estar virando uma pedra de gelo! - Eu gargalhei com o comentário e concordei.
- Foi você que fez o chocolate quente? - Ele concordou com a cabeça enquanto bebia da sua caneca. - Mas o gosto me é tão familiar!
- É claro que é! Eu peguei a receita com a sua avó. - Tentei não parecer tão surpresa, mas sei que falhei.
- Co... Como ela está? - Jesus me abraçou de lado e eu bebi ainda mais avidamente do chocolate quente, sentindo lembranças me atingirem por causa do gosto.
- Bem, é claro. Ela te mandou um beijo e disse que sente saudades. - Eu suspirei encostando minha cabeça no ombro dele.
- Eu também sinto saudades dela. Muitas.
- Imagino que tenha sido difícil pra você quando ela se foi. - Suspirei e concordei com a cabeça. - Ela era como uma mãe pra você, não é?
- Muito mais do que isso. Minha avó era mãe, pai e amiga. Ela me ajudou muito mesmo sem saber de muitas coisas. - Beberiquei meu chocolate quente e Jesus fez o mesmo. Ficamos em silêncio por alguns instantes.
- Quer falar sobre o que aconteceu? - Eu franzi minha testa sem entender do que se tratava. Jesus soltou um suspiro. - Do que aconteceu com você quando tinha treze anos.
- Você tá falando do estupro, da separação dos meus pais ou do desprezo da minha mãe? - Virei meu rosto o suficiente para que pudesse olhar nos olhos dele. Imaginei que a dor que estava em meu coração naquele momento estava refletindo nos olhos dele.
- Talvez sobre tudo. - Mordi meu lábio inferior e voltei a posição anterior. - Que tal começarmos pelo estupro? - Soltei o ar pesadamente, encarei a pequena fumaça branca enquanto ela saía de meus lábios.
- Eu não preciso falar sobre isso. Eu consegui superar o que aconteceu e prefiro esquecer esse passado. - Voltei a beber o chocolate quente e acabei com todo o conteúdo da caneca. Jesus ao perceber isso, pegou a mesma de minhas mãos e depositou em um quanto qualquer antes de voltar a me abraçar de lado. - Obrigada.
- Disponha. - Ele sorriu e eu fiz o mesmo. - Em relação ao estupro, eu também acho que não há necessidade de conversarmos sobre isso, mas preciso dizer que fiquei muito orgulhoso de você. Sua atitude de perdoar o rapaz foi algo que poucos fariam no seu lugar, ainda mais sem o ter denunciado. Você deu a ele uma segunda chance de ser bom. - Eu sorri.
Nunca havia pensado dessa forma. Eu só quis perdoar o Filipe porque ele foi muito importante pra mim apesar de tudo. Eu o amei muito. Foi a primeira pessoa que eu amei e que me beijou e eu não conseguia vê-lo como aquele monstro que tinha me forçado. Tentava imaginar que era um pesadelo da minha cabeça e que outra pessoa tinha feito aquilo e que, para tentar deixar o trauma menor, eu havia imaginado o rosto do Filipe na hora.
Claro que eu sei que não foi assim. Foi ele mesmo que fez aquelas barbaridades comigo, mas ainda assim, por mim ele teria uma segunda chance. É bom saber que eu dei uma a ele.
- E ele aproveitou a segunda chance? - Tive que perguntar. Acabei ficando curiosa demais.
- Sim. Ele conheceu uma moça de igreja, a alma gêmea dele, e já se casou. - Encarei Jesus com a boca aberta.
- Casou? Uau! Ele é tão novo!
- Pois é, a moça por quem ele se apaixonou ainda era virgem, pura. Ele respeitou a virgindade dela e se casou. - Fiquei impressionada com a revelação, afinal eu também era virgem quando ele arruinou a minha vida. - Depois de você ele não se envolveu com nenhuma outra virgem. Ele não queria tirar a virgindade de mais ninguém porque ele se lembrava do que fez com você. Só que então ele encontrou essa moça.
- Quem diria! - Soltei sem pensar e Jesus sorriu pra mim.
- Foi a sua atitude que proporcionou a ele essa oportunidade de conhecer a alma gêmea. Já imaginou se você não o tivesse perdoado? As coisas podiam ser bem diferentes pra ele hoje.
Eu apenas consegui concordar com a cabeça. Ainda estava tentando assimilar as informações novas.
- ? - Voltei a olhar pra ele e vi sua expressão séria. - Quer falar sobre a sua mãe? - Desviei o olhar no mesmo segundo, segurando um palavrão na garganta. Não ia falar palavrão na frente de Jesus, mas imagino que ele possa ler meu pensamento agora.
- Não.
- , você fez uma diferença tão grande na vida do Filipe ao perdoá-lo, por que não fazer o mesmo por sua mãe?
- Porque ela não merece nada! - Gritei sentindo o ódio transbordando por minhas veias. - Que ela viva a vida dela longe de mim! Eu não quero nada com ela e nada que venha dela!
- ... - Jesus me abraçou com força, mas eu nem reparei.
- Sabe como foi difícil escutar aquelas palavras saindo da boca dela? Sabe como isso está gravado na minha mente e no meu coração até hoje? Como dói todas as vezes em que eu precisei de uma mãe e não tive? Não Jesus, não tem como perdoar isso!
- Tudo bem, tudo bem. - Senti ele dizer enquanto minhas lágrimas caíam por meu rosto deixando um rastro quente no frio. - Eu não estou pedindo você para perdoá-la para o bem dela, e sim para o seu. Você sempre vai sofrer se não perdoar a sua mãe e eu sinto o seu sofrimento , sinto desde o início. Eu vi todas as lágrimas que você derramou por conta disso e eu chorei junto com você. Eu entendo você, mas eu preciso que você também entenda que não há maneira melhor de superar isso sem usar o perdão. - Suas mãos alisavam meus cabelos, transmitindo uma calma que eu achei só Jesus conseguir passar em um momento como esse.
- Eu não posso. - Disse ao me afastar, tentando enxugar as lágrimas do meu rosto. Jesus trouxe suas mãos para minhas bochechas, ajudando a limpar minhas lágrimas.
- Sim, você pode. Você já perdoou coisas piores querida. Você é forte e boa, consegue perdoá-la. - Ele deu um meio sorriso pra mim. Retirei os óculos escuros que estavam manchados com algumas das minhas lágrimas e esfreguei meus olhos.
Tentei esquecer todas as coisas ruins e me concentrar nas lembranças boas que eu tinha da minha mãe. Das vezes em que ela cuidou de meus machucados quando eu caía brincando. Quando ela me levou ao parque de diversões e andou comigo no carrinho de bate-bate. Quando ela me disse que, por mais que ela não desejasse engravidar tão nova, eu sempre fui a filha que ela pediu a Deus e ela estava muito feliz com isso.
Respirei fundo. Sim, eu acho que posso fazer isso!
- Eu perdoo você mãe. - Foi um sussurro, mas imagino que fosse o suficiente.
POV.
- ? - Olhei pra porta e vi acenar para que eu fosse até ela. Dei um beijo no rosto da .
- Eu já volto amor. - Cochichei no ouvido dela e saí. - Que foi ? - Fechei a porta atrás de mim.
- O pai da acabou de me ligar. Ele está aqui em Londres! - Fui pego de surpresa com aquela informação.
- E você só me avisa que ele estava vindo agora? - Tive que me controlar para não gritar.
- Eu também não sabia! Ele não me disse nada quando eu avisei que a estava no hospital. Agora ele está me pedindo para ir buscá-lo no aeroporto. - Passei minhas mãos pelos cabelos, bagunçando-os. - Ele não sabe uma palavra de Inglês e eu tenho que ir pra lá logo, mas antes eu tinha que vir te avisar porque eu sei que você não estava preparado então, vai preparando sua cabeça aí.
- Ele sabe sobre mim e ela? - Perguntei antes que ela pudesse se afastar. franziu a testa.
- Eu acho que o pai dela não sabe que é você, tipo, um cara famoso e tals, mas eu acho que a contou que estava enrolada com um rapaz aqui. - Ela sorriu e eu acabei sorrindo também. - Eu preciso ir. - Ela deu meia volta e saiu.
Avistei aguardando ela no final do corredor. Acenei e ele acenou de volta. Voltei para dentro do quarto tentando inutilmente espantar o súbito nervosismo que me atingiu.
Eu ia conhecer o pai dela! Deus, como eu vou conseguir fazer isso sem a pra me ajudar? A situação vai ser mais do que embaraçosa, vai ser um desastre!
- , amor, será que dá pra você acordar agora? - Sentei na minha cadeira ao lado dela e embalei sua mão nas minhas. - Seu pai está vindo pra cá e eu não faço ideia de como agir, o que falar, nada! Eu não sei se vou conseguir fazer isso sem você então, vai, acorda aí! - Beijei a palma de sua mão com delicadeza e apoiei minha bochecha nela, fechando meus olhos. - O que eu vou dizer se ele perguntar sobre a gente, hun? Nem eu ao menos sei o que nós dois somos. Amigos? Namorados? Ficantes? Nenhuma das alternativas? - Soltei uma risada sem graça e respirei fundo. - Ele pode fazer o que quiser comigo desde que não me tire de perto de você.
End POV.
- Eu vou sair pra que você fique mais à vontade. - Arregalei meus olhos quando eu escutei a voz do mais uma vez. Jesus ao meu lado sorriu.
- Ele está falando com quem? - Perguntei com a voz fraca. Era tão difícil escutar a voz dele, mas não poder vê-lo, não poder senti-lo, era ainda pior.
- Adivinha só! Um grande amigo dele que deixou de ser amigo assim que ele ficou com você. - Demorei alguns minutos para fazer a ligação e quando eu a fiz, soltei um grito.
- James? - Jesus concordou com a cabeça. - Ah meu Deus! Eles vão se matar ali! - Escutei uma gargalhada alta. Olhei para Jesus e vi ele se contorcendo de tanto rir. - O quê? - Perguntei sorrindo também. A gargalhada dele era contagiante.
- Você ficaria impressionada ao ver o que o James está falando pra você. Mais ainda porque o está escutando tudo!
- Ah não! - Levei as mãos à cabeça tentando não imaginar o que estava acontecendo naquele instante no quarto de hospital. - Eles vão mesmo se matar! - Vi Jesus negar com a cabeça, ainda sorrindo.
- Pelo contrário. Eles vão fazer as pazes.
- O quê? - Lá estava eu gritando mais uma vez.
- É. Escuta. - Ele apontou para o próprio ouvido escondido embaixo da touca.
- Foi mal cara! - A voz do preencheu meus ouvidos mais uma vez e eu percebi que a voz estava embargada pelo choro.
- Eles estão se abraçando nesse exato momento. É uma pena que você não pode escutar o que o James está dizendo. - Eu consegui sorrir, sentindo um enorme alívio me atingir.
e o Jimmy fazendo as pazes! Pelo menos uma coisa boa saiu desse coma!
- Isso te deixa feliz? Se você acordasse agora o meu dia seria perfeito. - Ah, . Você não tem noção do quanto eu estou feliz e de como eu queria poder acordar só pra ver os seus olhos lindos!
- Gostou? - Jesus perguntou depois de alguns minutos. Eu saí de meu devaneio e concordei com a cabeça. - Que tal irmos visitar os ursos agora? - Eu abri a boca mais uma vez. Parece que a cada segundo Jesus me aparece com uma surpresa nova.
- Sério? - Ele concordou com a cabeça, já se levantando. Estendeu a mão para que eu a pegasse. - Acho que você não vai deixar de me surpreender a cada segundo não é? - Ele gargalhou dando um impulso para o alto, me levantando.
- E qual seria a graça de passar um tempo com você sem ver a sua carinha linda de surpresa a cada instante? - Gargalhamos juntos. - Vamos.
POV.
- Ela está nesse quarto. - Parei em frente à porta branca e falei para ele em português. Ele deu uma olhada na porta antes de acenar com a cabeça. deu três batidas na madeira antes de abri-la.
Entramos no quarto silenciosamente. Vi levantar da cadeira quando viu a gente entrar. Seu rosto demonstrava todo o seu nervosismo. Coitado! Até imagino como ele deve estar se controlando pra não pirar.
Ele se afastou da cama assim que o pai de foi até ela, que se debruçou sobre a filha e passou a mão por seu rosto. Vi que algumas pequenas lágrimas estavam caindo por seu rosto, mas ele as enxugou quando endireitou o corpo, voltando a olhar pra mim.
- Ele é o ? - Perguntou encarando o que estava agora ao meu lado e do . Eu concordei com a cabeça.
- , esse é o pai da . - Apontei pra ele que engoliu em seco. se aproximou do homem e estendeu a mão.
- É um prazer finalmente conhecê-lo Sr. . Só lamento ser nessas circunstâncias. - Traduzi o que ele falou para o pai da . O mesmo apertou a mão do e concordou com a cabeça.
- Digo o mesmo . - Ele soltou a mão com um meio sorriso. - Ainda estou muito surpreso em descobrir que você é o rapaz que minha filha tanto falava. - Traduzi o que ele disse e sorriu sem graça. O pai da voltou para perto dela, olhando-a com afeição. - Ninguém nunca levou a sério quando ela dizia que encontraria o McFly em Londres, muito menos quando ela comentava que você era o amor da vida dela. - Tive grande prazer em traduzir isso para o que sorriu largamente.
Os dois se encararam por um momento.
- Vocês dois estão namorando? - Tá aí a pergunta que não queria responder. Traduzi pra ele e percebi seu olhar de desespero na minha direção. Ele voltou a encarar o pai da .
- É complicado na verdade. Nós dois estávamos separados quando isso aconteceu. - Traduzi e vi o pai da concordar com a cabeça por um momento.
- Mas você a ama ? - Traduzi mais uma vez e vi um olhar de determinação nos olhos de antes dele responder.
- Eu a amo com tudo o que sou. Posso ter cometido muitos erros com ela e ela comigo, mas nada mudou os meus sentimentos. Eu faria tudo pela . - Senti lágrimas se formarem em meus olhos e demorei alguns segundos pra conseguir traduzir tudo para o pai da . agarrou a minha mão percebendo o quanto eu estava emocionada pelo o que o acabara de dizer e ele parecia sentir o mesmo.
Depois de tudo não havia dúvidas que o e a se amavam verdadeiramente. É tão difícil imaginar que eles podem não ficar juntos se ela não acordar!
Vi o pai da sorrir um pouco, olhando para a filha em seguida. Ele ajeitou os cabelos dela na lateral de seu rosto e passou o polegar delicadamente por sua bochecha.
- Parece que você escolheu bem filha. Agora eu vejo que o seu lugar realmente é aqui, em Londres, com um rapaz que te ama de verdade. Fico muito feliz por saber disso. - Soltei um suspiro de satisfação ao escutar que o pai da havia aprovado o . O mesmo que me encarou com um pedido silencioso para que eu dissesse o que o pai dela tinha dito.
Traduzi tudo para ele, sabendo que o pai da não entenderia nada mesmo. Foi explícito o alívio que atingiu naquele instante depois que eu acabei de traduzir tudo.
- Que tal a gente sair para dar mais privacidade aos dois? - perguntou para mim e . Eu achei a ideia excelente. Disse ao pai da que esperaríamos lá fora e ele apenas concordou com a cabeça e com um pequeno sorriso de agradecimento nos lábios.
End POV.
Era um silêncio muito confortador nos rondando naquele momento. Fiquei imensamente aliviada de ter tido a coragem de abrir a boca e dizer com todas as palavras que perdoava minha mãe. Jesus estava certo, eu precisava muito disso.
Toda a minha vida eu tentei fugir desse sentimento, dessa realidade que dentro de mim existia esse ressentimento tão grande pela pessoa que me deu a vida. Apesar de ainda sentir tudo isso dentro de mim agora era mais leve, como se eu tivesse abrido uma válvula que fazia tudo aquilo escorrer pelo cano a qualquer momento, eu só precisava esperar.
Claro, como eu estou morrendo no momento não vou ter sequer oportunidade para dar uma chance real a minha mãe. Sei que essa seria a pior parte já que, uma coisa é dizer de longe que perdoava, outra bem diferente é dizer olhando pra ela depois de tantos anos.
Soltei um suspiro pesado e fixei meus olhos no enorme mamífero que estava a alguns metros de distância de mim e Jesus. Um Urso Polar andava junto a dois filhotes em direção ao rio. Acho que deve ser fêmea e que ela deve ser a mãe dos ursos menores já que ela tem o dobro do tamanho deles. Provavelmente estava indo pescar para alimentar os filhos, coisa que eu confirmei minutos depois.
Sorri de leve ao ver que eu realmente amaria ficar ali por muito tempo realizando meu sonho de ser Bióloga, de cuidar daquele pedaço do mundo que todo mundo fazia questão de esquecer em prol das suas outras prioridades. Como se ficar cada dia mais rico fosse tão importante assim!
Ninguém lembra que, se não tivermos a Terra, não haverá necessidade nenhuma de se ter dinheiro. Ser rico pra comprar o quê? Oxigênio? Água? Comida? Eu sinceramente acho que nós, humanos, não precisamos chegar a esse ponto. Mas do jeito que as coisas andam, essa realidade chegará muito em breve e as pessoas ainda vão se surpreender mesmo com tantos avisos que recebemos todos os dias.
É uma pena mesmo eu não conseguir realizar esse sonho. Sempre quis salvar um pedacinho do planeta para que, quando eu morresse, pudesse dizer para mim mesma: “Eu fiz a diferença!”. Se todos pensassem como eu, que uma pequena parte já mudaria tudo, o mundo não seria o que é hoje.
Mas fazer o quê? A vida não é justa mesmo.
- Eu já volto amor.
Estremeci ao escutar a voz sussurrada de , como se ele estivesse aqui do meu lado nesse instante. Dei uma olhada em Jesus e percebi que ele estava me encarando com as sobrancelhas arqueadas. Estava sem os óculos escuros e eu também, desde que eu chorei e retirei os mesmo, não vi necessidade de recolocá-los.
- Você sabe onde ele está indo? - Jesus sorriu e deu de ombros, voltando seu olhar para a pequena família de ursos.
- Você vai saber logo, logo.
Fiquei calada ao ver que não poderia persuadi-lo a me dizer. Voltei a olhar os ursos também, estreitando meus olhos por culpa do sol. Foi então que eu me lembrei que na Antártica existia seis meses de dia e seis meses de noite, quer dizer que eu nunca vou ter noção se está ou não na hora de dormir já que, claramente como o escaldante sol que brilhava, estávamos no período de verão.
Seis meses de dia sem fim.
- A sua noção de tempo é diferente por aqui. - Eu voltei meu olhar pra Jesus. Ele tinha lido meus pensamentos de novo! - No coma, quero dizer. No caso dos seis meses de dia sem fim você está certa. Esse é o verão na Antártica!
Soltei uma risada fraca antes de concordar com a cabeça.
Fiquei muito encucada com essa afirmação dele. Quer dizer que já poderia ter se passado um mês de coma e eu nem ao menos ia notar? Pra mim mal se passaram horas que eu estou aqui na Antártica, com Jesus e os pinguins, ursos polares e gelo, muito gelo.
- , amor, será que dá pra você acordar agora? - Quase dei um pulo, me esquecendo de por um instante. - Seu pai está vindo pra cá e eu não faço ideia de como agir, o que falar, nada! Eu não sei se vou conseguir fazer isso sem você então, vai, acorda aí! - Ah Meu Deus! Meu pai? Como assim meu pai foi pra Londres? Nus, as coisas devem estar muito feias pro meu lado mesmo! Eu só posso estar morrendo! - O que eu vou dizer se ele perguntar sobre a gente, hun? Nem eu ao menos sei o que nós dois somos. Amigos? Namorados? Ficantes? Nenhuma das alternativas? - Quase gargalhei do desespero dele e fiquei realmente com dó do . Conhecer meu pai em um momento como esse, sem nem ao menos saber como as coisas estavam entre a gente deveria ser muito constrangedor. - Ele pode fazer o que quiser comigo desde que não me tire de perto de você. - Meu coração deu um solavanco no peito.
Será que o realmente está comigo desde que fui pra o hospital? Será que ele realmente não saiu do meu lado em nenhum segundo, nem queria sair?
Ah, como eu queria acordar agora!
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Jesus e eu comíamos um delicioso sanduíche de frango dentro da barraca. Havíamos passado muitas dificuldades para montá-la, mas agora era muito bom estar ali dentro, já que o vento muito frio da Antártica começava a ficar constante demais. Estávamos praticamente mergulhados nos edredons que espalhamos pelo local que tinha o espaço certeiro para duas pessoas adultas.
- Oh ouh. - Franzi minha testa ao ver aquela expressão de quem acabou de ver alguém se dando mal no rosto de Jesus. Ele me deu uma olhada para depois sorrir de lado. - Seu pai acabou de entrar no seu quarto de hospital e eu acho que o vai ter um colapso nervoso a qualquer segundo.
Oh Deus!
Desesperador. Muito desesperador saber disso e não poder ajudar o .
Do nada, Jesus gargalhou e eu acabei me esquecendo totalmente do meu sanduíche para ficar bem ligada a cada reação dele. Sabia que ele estava escutando tudo, talvez até vendo tudo em sua mente. Vai saber!
- A tá traduzindo tudo, é hilário! - Eu sorri de leve imaginando o que a estaria pensando vendo a cena de meu pai no mesmo ambiente que o . - Estão se apresentando agora.
- É um prazer finalmente conhecê-lo Sr. . Só lamento ser nessas circunstâncias. - Sorri ao escutar a voz firme de , um pouco mais baixa do que o costume. Só posso imaginar que ele esteja um pouco longe de mim.
- Ele não gaguejou! Uau! - Abri minha boca, escancarando-a.
- Você está tirando sarro com o , Jesus? Que horror! - Neguei com a cabeça tentando esconder um sorriso.
- Se você escutasse os pensamentos dele e visse como suas pernas tremem nesse exato momento, também faria o mesmo. - Ele deu uma piscadela na minha direção. - Seu pai tá falando umas coisas bem legais aqui. Você ia adorar escutar. - Quase explodi de curiosidade, mas Jesus não deu nenhum sinal de que me diria o que escutava. - Opa! Seu pai perguntou se vocês estavam namorando!
Travei no mesmo segundo, visualizando em minha frente com a reação exagerada que Jesus deu ao dizer aquela frase. Foi praticamente do mesmo modo escandaloso e surpreso que ela faria nesse momento.
- É complicado na verdade. Nós dois estávamos separados quando isso aconteceu. - Soltei um suspiro quando escutei a resposta de .
- Uh, segure as lágrimas , porque seu pai acabou de perguntar ao se ele te ama! - Comecei a tremer imediatamente.
Não sei se quero saber a resposta. Na verdade, eu morro de medo de saber que de alguma forma os sentimentos de por mim mudaram desde a nossa briga mais definitiva. Depois que ele disse a primeira vez, ele sempre fez questão de me lembrar o que sentia, mas eu sempre tive receio, porque no fundo, não confiava plenamente em pra ver que aqueles sentimentos que ele dizia ter por mim eram verdadeiros.
Mas depois que eu disse a ele como me sentia, sabia que as coisas haviam mudado entre nós. Tudo se tornou mais concreto, mais definitivo. Da mesma maneira que, quando escutei o que ele me disse antes de terminar comigo naquele trágico dia, eu acreditei em tudo.
E no fundo eu sabia que escolheu não me amar mais.
- Eu a amo com tudo o que sou. Posso ter cometido muitos erros com ela e ela comigo, mas nada mudou os meus sentimentos. Eu faria tudo pela .
Ok! Jesus estava certo, era hora de segurar as lágrimas. Mas vai dizer isso para elas que não conseguem se controlar?
Ali estava a prova que eu queria para ter certeza que me amava como eu o amava. Apesar de tudo o que aconteceu, lá estava ele dizendo com todas as letras sem nenhum tipo de indício de insegurança em sua voz. Ele tinha certeza do que dizia.
E agora, eu tinha certeza do que ele sentia.
Que grande ironia eu estar em uma cama de hospital, em coma, sem nenhuma previsão de voltar!
End POV.
POV.
- . - Vi o rapaz me cumprimentar com um aceno de cabeça. Eu fiz o mesmo.
- Andrade. - Ele andou até a cama de hospital onde repousava e deixou seus olhos bem fixos no rosto dela. - Vou sair pra deixar você à vontade. - Disse a contra gosto. É claro que eu não queria deixar o Carlos sozinho com a , mas jamais admitiria isso agora. Tudo o que me importa é fazer o que a queria que eu fizesse.
E o primeiro de tudo é ser educado com o cara que a beijou meses atrás. Uma merda, é claro.
Uma coisa é fazer as pazes com o James, outra bem diferente é ser amiguinho do Carlos.
- Pode ficar. Não preciso esconder nada de você. - Ele nem ao menos olhou em minha direção. - Você sabe muito bem que eu sou apaixonado por ela. Você sair do quarto não vai mudar essa informação. E eu não me sinto com vergonha ou intimidado em dizer o que eu sinto na sua frente. - Ele virou o rosto em minha direção. Os olhos transbordavam sinceridade e uma pontada de desafio, como se me desafiasse a contradizê-lo.
- Foda-se! - Bradei, baixando a voz. - Eu só estava tentando ser educado, não por você, mas pela . - Ele sorriu, sentando-se na beira da cama de hospital, passando a mão pelo braço imóvel da . - Eu também não me importo, já sei do caso de vocês! - Tentei esconder meu ciúme, meu ódio e meu rancor quando falei aquelas palavras.
Carlos olhou pra mim com confusão. Eu permaneci impassível, pronto para rebater quando ele negasse. Vi o mesmo balançando a cabeça de um lado para o outro e voltando seu olhar para a .
- Então você não contou pra ele? - Perguntou me ignorando completamente. Quem ficou confuso agora fui eu. - Você fez aquela promessa, mas eu te falei que poderia quebrá-la . - Disse com carinho. Fiquei ainda mais confuso e agora curioso.
- Do que diabos você está falando? - Só percebi que havia dito quando ele olhou em minha direção mais uma vez.
- Estou falando , do motivo de você estar com a errada ideia de que eu e a estávamos juntos. - Ergui minha sobrancelha, abrindo a boca para rebater, mas ele não me deixou falar. - Você acha mesmo que se eu estivesse com ela teria deixado você ficar aqui até agora? Quem deveria estar aqui seria eu! - Ele soltou uma risada.
Carlos desviou seus olhos dos meus por um momento, apenas para olhar a . Ele passou o dedo indicador pela bochecha dela antes de suspirar.
- Eu deveria ficar calado, deixar que você continuasse com essa ideia na cabeça, mas eu não suporto ver a triste. - Voltou seus olhos na minha direção e eu pude perceber que o cara falava sério. - Eu e a estávamos ajudando um amigo nosso todas as noites. Um amigo nosso que nós descobrimos recentemente ser dependente químico. - Fiquei surpreso com a informação. Jamais imaginaria algo assim. - Ele estuda com a gente e mora na mesma república que eu. Eu, com a ajuda da , resgatei o cara depois dele desaparecer por dois dias em uma espelunca. Ele estava com princípio de overdose quando a gente encontrou ele.
Fez uma pausa correndo os dedos pela mão de que se repousava em seu ventre.
- Paul sempre escondeu muito bem o vício, mas algo fez ele se descontrolar. Quando voltou a si no hospital, fez a mim e a prometermos que não contaríamos sobre o ocorrido para ninguém. Depois disso, estávamos perto das provas finais e o Paul estava muito preocupado já que se reprovasse os pais dele iriam acabar vindo até aqui pra saber o porquê. Então a teve a ideia da gente estudar com ele todos os dias e se ele estivesse bem, faria as provas. Foi o que aconteceu. Paul foi para uma clínica de reabilitação e eu e a recebemos uma autorização do médico para vê-lo todos os dias das 19:30h ás 20:30h. Era por isso que ela saía todos os dias à noite e porque não falou pra você o motivo de sair comigo. - O cara deu de ombros e eu simplesmente repassava em minha cabeça tudo o que escutei.
- Quer dizer que... Ela estava estudando mesmo? - Gaguejei porque agora eu sabia que ela não havia mentido pra mim, mas sim omitido algumas partes. Carlos soltou uma risada.
- Ela não mentiu pra você idiota. Você foi burro de não confiar nela. Ela odiava não poder contar tudo pra você mais do que você imagina, mas ela tinha feito uma promessa. - Carlos se concentrou apenas em mim, o corpo todo virado em minha direção. - Eu disse a ela pra te contar tudo depois dela me dizer o que aconteceu com vocês, mas a me disse que não valia a pena tentar, que as coisas com vocês dois jamais dariam certo e que ela estava cansada de sofrer por alguém que não merecia. Eu não insisti no assunto porque primeiro: eu gostei muito da situação, e segundo: eu acho que ela estava certa. Apenas um completo idiota faria o que você fez com ela tantas vezes.
- Se ela tivesse me contado tudo, seria bem diferente! - Gritei com raiva por culpa daquele imbecil tentando me julgar. Quem ele pensa que é? - Eu estava tentando com ela, estava deixando de lado todos os nossos outros desentendimentos e o meu orgulho para fazer dar certo! Eu não tenho culpa se ela não confiou em mim! - Senti as lágrimas em meus olhos, mas tratei de evitá-las. Vi Carlos concordar de leve com a cabeça.
- Pelo que eu sei, ela te pediu um voto de confiança. - Ele ergueu a sobrancelha, me desafiando a dizer o contrário. Não disse nada. - E também sei que quem começou ferrando tudo foi você. Eu sou amigo dela aqui , sei de muitas coisas que aconteceram com vocês. te deu chances até demais.
Ele se levantou da cama, se aproximou da e depositou um beijo na testa dela. Depois endireitou o corpo e voltou a olhar pra mim. Me desencostei da parede e me aproximei mais, de forma ameaçadora.
Queria ver o que ele faria agora, que merda mais ele falaria.
Se ousasse dizer qualquer outra coisa sobre mim e a eu tinha certeza de que iria avançar nele sem pensar duas vezes. Estou com tamanho ódio correndo por minhas veias que só preciso de uma faísca para explodir.
- Mas eu não tenho nada a ver com vocês dois, não vou me intrometer. - Deu de ombros. - O caso aqui é: você deveria repensar no que você está fazendo aqui ao lado dela. O que você vai fazer quando ela acordar? Será que você já não a fez sofrer o suficiente ? Será que a não merece ter um pouco de paz e felicidade que ela tanto estava procurando quando saiu do Brasil e veio pra cá? Depois de tudo o que aconteceu, você realmente acha que pode fazer ela feliz como ela merece? - Carlos jogou os braços ao ar, como se estivesse cansado daquilo. - Eu só te peço que pense nisso. A é importante demais pra mim e, por mais que eu saiba desde o início que ela não retribui aos meus sentimentos, eu sempre vou estar pronto e esperando por ela. Eu quero que ela seja feliz e tenho certeza que posso fazê-la feliz, mas será que você pode?
O cara não me deu chance de dizer nada. E nem se eu tivesse chance, teria conseguido dizer alguma coisa depois de tudo o que eu ouvi. Carlos abriu um meio sorriso antes de dar meia volta e caminhar com passos firmes pra fora do quarto. Eu ainda continuei estático, paralisado no mesmo lugar.
Quarta-feira, 19 de Dezembro de 2012.
Dezoito dias. Quase três semanas que a está nesse hospital. Nenhum sinal de que sairia do coma, nenhum sinal de que voltaria pra mim.
Todos os tratamentos contra o cianureto deram resultado e o corpo dela está, teoricamente, normal. Não dá para eles terem noções das sequelas causadas pela parada cardíaca se a não acordar. A única coisa que resta é esperar o cérebro dela reagir.
Ter esperança.
Como se fosse tão fácil assim ter esperança depois de tanto tempo. Não sei como outras pessoas em casos parecidos conseguem ficar firmes com isso. Eu não consigo mais.
Cada dia que passa, apenas pensamentos ruins invadem minha cabeça. Eu tento desviá-los, pensar nos momentos bons que tive com a , mas essa técnica não está ajudando mais.
Tudo o que me vem na cabeça é que ela não vai mais acordar. Já faz muito tempo. O cérebro dela não responde mais.
Acho que eu sou o único que já perdeu as esperanças, na verdade, há apenas um mínimo vestígio dela em mim. O pai da foi embora semana passada depois de ter certeza de que não havia mais nada que ele pudesse fazer. Ele tinha que trabalhar e cuidar de outras coisas no Brasil, não podia ficar aqui ainda mais com a sem previsão de acordar.
Ele também queria transferi-la para o Brasil. Tratar dela lá. Mas eu jamais deixaria isso acontecer. Sabia que o problema pra ele era a questão financeira, mas eu já estava arcando com tudo e a estava no melhor hospital de Londres. Consegui convencê-lo que o melhor mesmo era deixá-la aqui, que eu o deixaria informado através da sobre tudo.
Ele concordou com relutância, mas eu sabia que era só pelo fato de eu estar pagando tudo. Só que ele também sabia que era melhor pra saúde da ficar aqui. Eu to pouco me importando com o dinheiro. Eu só quero a de volta.
Não deixei de pensar nem um segundo nesses dias sobre o que o Carlos me disse alguns dias atrás. Cheguei a conclusão várias vezes de que ele estava certo. Eu não fazia noção de como fazer a feliz dali pra frente, porra, minha experiência foi toda pelo ralo depois que eu conheci a . Fiz uma balança de todas as vezes que a fiz sorrir e das vezes que a fiz chorar e o resultado não foi nada satisfatório. Eu tinha sido uma merda com ela na maioria das vezes.
Eu mal conseguia olhar pra ela agora sem imaginar como tudo poderia ter sido diferente se eu não tivesse bebido como um louco naquela festa lá em casa. Talvez, nós dois estivéssemos juntos nesse momento, viajando para algum lugar. Ela não estaria nessa maldita cama de hospital, desacordada por dezoito dias!
Senti as lágrimas em meu rosto e não me importei. Já fazia mesmo alguns dias que eu não chorava e eu estava precisando desabafar, jogar pra fora toda essa confusão que estava dentro de mim.
Pela primeira vez na minha vida eu queria algo que estava totalmente fora do meu alcance. Não depende de mim se ela acorda ou não. Por mais que eu tenho implorado todos esses dias, ela ainda continua desacordada e eu simplesmente não suporto a ideia de não fazer nada, de não poder fazer nada além de ficar aqui ao lado dela e esperar.
Se sentir impotente é a pior sensação que uma pessoa pode passar. Pior que isso é se sentir inútil. E aqui estou eu sentindo as duas coisas. Eu sou uma merda mesmo!
Eu preferia vê-la com outro cara do que aqui nesse lugar! A única coisa que eu quero é que ela acorde, que ela seja feliz! Seria pedir muito?
- O que você acha ? - Cochichei vendo um vulto no lugar onde deveria estar a . As lágrimas estão atrapalhando toda a minha visão. - Talvez essa seja a solução mesmo já que eu fui o culpado de você estar aí de alguma forma. Talvez você devesse ficar com outro cara, alguém que faça você feliz de verdade porque eu sei que não vou conseguir fazer isso. - Um soluço alto escapou por meus lábios e eu tive que parar de falar mesmo sem querer. Tentei controlar esse choro, mas só consegui depois de alguns minutos. - Eu prometo pra você que, quando você acordar, eu vou me separar de você. Eu vou me afastar e deixar você livre pra ser feliz longe de mim. Mesmo que eu te ame demais, eu não posso te privar de uma chance de felicidade longe de mim pra ser egoísta o bastante pra te ter por perto. Eu não mereço uma garota incrível como você, eu sabia disso desde o início! - Parei de falar por culpa de mais soluços que escapavam de meus lábios. Tive que morder minha mão para abafá-los.
Demorei algum tempo para poder me recuperar. Me levantei de minha cadeira, limpando minhas lágrimas rispidamente, e aproximei meu rosto do rosto imóvel dela. Repassei em minha mente mais uma vez, cada traço daquele rosto que eu tanto amava. É engraçado perceber que só quando eu estou perto de perdê-la é que eu realmente dou valor a tudo o que ela fez por mim.
- Por mais que me doa muito, eu prometo que, se você acordar, eu vou me afastar de você. Só não se esqueça que eu te amei demais e vou continuar amando até o dia que eu morrer. Você é a única pra mim . Única.
End POV.
- Quer que eu chame os ursos pra perto da gente com eu fiz com os pinguins? - Eu parei de espiar a pequena família pela abertura da barraca e voltei meus olhos pra Jesus. Ele estava com um sorriso presunçoso no rosto.
- Você não está brincando, está? - Ele gargalhou e negou com a cabeça. - Eu adoraria ficar perto deles, mas será que eles não vão nos machucar? Dizem que os Ursos Polares podem ser bem perigosos. - Jesus rolou os olhos antes de voltar a olhar pra mim.
- Você acha que eu deixaria eles machucarem você? - Eu mordi meu lábio inferior e neguei com a cabeça. - O que eu te disse com os pinguins?
- Que você disse que nós somos amigos pra que ele pudessem se aproximar sem medo. - Soltei um suspiro quando percebi o quão idiota eu fui. - É que noventa por cento das vezes é difícil lembrar que eu estou ao lado do Jesus todo poderoso que fala com os animais e faz o que quiser. - Ele sorriu pra mim, erguendo uma sobrancelha. - Você é normal demais.
- Qual é? - Ele bateu a mão no meu joelho. - Eu já fui humano ou você se esqueceu? Eu sou normal! - Eu comecei a negar com a cabeça, um sorriso enorme surgindo em meu rosto. Eu estou mesmo indo tirar uma com a cara de Jesus? Sou louca pra caralho vei!
- Você não foi um ser humano normal, se esqueceu? Mesmo sendo humano você era divino! - Jesus sorriu como se estivesse envergonhado com o elogio.
- Fico lisonjeado por saber que eu superei suas expectativas . - Nós gargalhamos juntos. - Vem! Nossos visitantes chegaram. - Eu franzi minha testa quando vi ele engatinhando para a entrada da barraca. Fui atrás, ficando ao lado dele.
Bem em frente a nossa barraca estavam os três ursos. Eles eram muito maiores do que eu imaginava, os filhotes eram quase da minha altura e a mãe deles era o dobro de mim. Fiquei bem calada e imóvel, com medo de que do nada, eles dessem a louca e nos atacassem. Sabia que era só o instinto de sobrevivência falando mais alto, mas no fundo eu confiava que nada de ruim iria acontecer. Eu confiava muito em Jesus.
Nosso relacionamento por aqui ficou tão íntimo, tão pessoal. Ele realmente me lembrava muito uma versão masculina da e acho que é por isso que eu me dou tão bem com ele de cara. Não é porquê ele é Jesus, mas sim porque ele é alguém que está me fazendo rir, chorar, e realizar um dos meus sonhos mais impossíveis, afinal, não é qualquer um que consegue passar um tempo na Antártica!
Um dos filhotes de urso se aproximou de mim e eu gelei. Ele veio andando em suas quatro patas e, quando estava a apenas centímetros de mim, começou a me cheirar. Oh Deus! Que ele não pense que eu sou a refeição!
- Ele quer que você toque nele. - Eu olhei pra Jesus com uma grande interrogação em meu rosto e ele apenas sorria pra mim. - Vá em frente!
Voltei meu olhar para o urso. Ele estava parado no mesmo lugar, mas eu consegui ver o movimento de seu focinho. Ele ainda estava me cheirando. Respirei fundo e ergui minha mão até sua cabeça bem devagar, assim que toquei nele percebei que o urso não me faria nenhum mal então eu sorri.
Tirei as luvas de minhas mãos para poder sentir o pelo dele melhor, nem me importei com o frio de matar que estava fazendo e logo enterrei minhas mãos no pescoço do filhote, sentindo o pelo macio entre meus dedos. Soltei uma risada quando o urso inclinou a cabeça na direção das minhas mãos, como se gostasse do carinho.
- Uau! Ele é tão... - Parei de falar observando o urso fechar os olhos enquanto eu coçava seu pescoço com minhas unhas.
- Fofo? - Jesus completou. Dei uma olhada nele e vi que ele sorria, brincando com o outro filhote de urso.
- Eu ia dizer incrível, mas ele é fofo também! - Ele soltou uma risada alta.
- Eu devia imaginar que você não diria algo como 'fofo' no seu primeiro contato com um urso de verdade. - Ele negou com a cabeça como se não acreditasse que tivesse dito fofo uns instantes antes. - Uma futura bióloga vê animais desse gênero por um outro ponto de vista.
Eu sorri em resposta e continuei o carinho com o filhote que logo estava com sua cabeça deitada em minhas pernas. Parecia que ele iria tirar um cochilo a qualquer momento, ou talvez já estivesse tirando já que seus olhos estavam fechados.
O silêncio tomou conta de nós. A mamãe urso dormia entre mim e Jesus. O filhote que estava em meu colo também dormia e o que estava com Jesus brincava de arrastar suas patas pela neve.
Quem visse de fora diria que aquela cena era impossível de acontecer e eu concordaria totalmente se não estivesse vivendo aquilo. Era surreal demais, mas ao mesmo tempo, real demais. Eu só queria viver aqui pra sempre, sem problemas, sem decepções, sem lágrimas.
A minha vida inteira eu busquei por um lugar assim onde eu me sentisse à vontade, me sentisse feliz. Queria fugir de tudo que me lembrasse meu passado, meus traumas, mas isso nunca foi possível. Eles sempre me perseguiam não importava onde eu estivesse. Não é de espantar que eu esteja tão bem por aqui, tão confortável. Mesmo com esse frio de rachar que tá fazendo.
- O que você acha ? - Quase gritei ao escutar o cochicho de .
Do que será que ele está falando? Achar o quê?
- Talvez essa seja a solução mesmo já que eu fui o culpado de você estar aí de alguma forma. Talvez você devesse ficar com outro cara, alguém que faça você feliz de verdade porque eu sei que não vou conseguir fazer isso. - Não! Não diz isso , não fale algo assim!
Olhei pra Jesus e vi que ele estava com os olhos grudados nos meus. Eu queria muito saber o que estava acontecendo, por que o estava dizendo aquelas coisas, mas sabia que Jesus não me diria nada só pelo seu olhar.
- Eu prometo pra você que, quando você acordar, eu vou me separar de você. Eu vou me afastar e deixar você livre pra ser feliz longe de mim. Mesmo que eu te ame demais, eu não posso te privar de uma chance de felicidade longe de mim pra ser egoísta o bastante pra te ter por perto. Eu não mereço uma garota incrível como você, eu sabia disso desde o início!
- Não! - Cochichei sentindo as lágrimas invadirem meus olhos. Fechei-os com força tentando esquecer que havia escutado o dizer que iria se separar de mim. Neguei com a cabeça algumas vezes, muitos 'não' escaparam de meus lábios sem eu perceber.
- Por mais que me doa muito, eu prometo que, se você acordar, eu vou me afastar de você. Só não se esqueça que eu te amei demais e vou continuar amando até o dia que eu morrer. Você é a única pra mim . Única.
- Ah meu Deus, não! - Gritei, soluços fortes saindo de minha garganta e se propagando pelo gelo. O pequeno urso deitado em meu colo acordou, fixando seus olhos em mim. - , não! - Meu peito se contorcia de dor. Ele me amava, mas estava abrindo mão de mim, estava fazendo uma promessa e ia me deixar.
- ? - Escutei a voz calorosa de Jesus e ergui minhas mãos que tremiam até meu rosto, tentando esconder minhas lágrimas. - Por que o choro? - Funguei algumas vezes antes de ter coragem de dizer.
- Você escutou o que ele disse? - Perguntei com a voz fraca e Jesus concordou com um aceno de cabeça. - Ele vai se afastar de mim!
- Você só se fixou nessa parte? - Não entendi o que ele queria dizer.
- O quê...? - Jesus sorriu pra mim e eu fiquei mais confusa.
- , ele fez uma promessa pra que você melhorasse. Ele abriu mão do que ele mais ama no mundo, que no caso é você, em troca da sua melhora. Você não acha essa uma linda prova de amor? - Oh! Não consegui dizer absolutamente nada. Eu não havia analisado por aquele ângulo porque realmente, minha cabeça só latejava a parte que ele me amava, mas ia me abandonar.
- Mas agora se eu acordar ele vai me deixar. - Minha voz sumiu no final da frase e o urso em meu colo se levantou, inclinando a cabeça como se pedisse carinho. Eu acabei sorrindo antes de levar minhas mãos ao seu pescoço mais uma vez.
- Bom, sim! Mas você acha isso ruim? Não foi você que decidiu que não o queria mais na sua vida antes de entrar em coma? - Eu concordei com a cabeça como um robô. Não tinha como negar essa afirmativa.
- Mas eu o amo. Eu não quero mais ninguém! - Senti uma mão em meu ombro e vi que Jesus estava agora bem perto de mim, com um sorriso acolhedor em seus lábios.
- Se você tivesse a escolha de morrer ou acordar do coma nesse instante, o que você escolheria? - Minha testa franziu e minhas mãos congelaram no pescoço do urso. O mesmo pareceu perceber a seriedade da conversa porque se afastou, indo deitar-se com sua mãe e seu irmão. - Pense bem. Você poderia ir comigo para o paraíso, viver sem problemas, sem decepções e sem lágrimas. Você seria muito feliz lá, eu garanto. Se você escolhesse acordar, teria que lidar com toda a sua vida e ainda com a promessa do .
Tentei engolir os soluços que estavam em minha garganta, entalados. Será que aquilo era um teste? Claro que eu não saberia dizer já que Jesus disse: “Se você tivesse a escolha...” Era apenas uma suposição, é claro.
Respirei fundo.
A ideia de morrer era tentadora. Ficar livre de todos os males seria muito mais que bom, seria perfeito! Mas eu não posso simplesmente esquecer todos os sonhos que eu não realizei. Esquecer todas as coisas que eu ainda quero fazer.
E, claro, esquecer o .
- Eu acordaria do coma. - Jesus arregalou os olhos como se estivesse surpreso por minha resposta, mas eu sabia que não. Ele já tinha visto isso na minha cabeça com certeza. - Mesmo sabendo que eu corro o risco de sofrer muito por causa dessa promessa do eu não posso simplesmente desistir da minha vida se eu tenho uma chance. Você e o paraíso sempre estarão esperando por mim, certo? - Dei um pequeno sorriso limpando o restante das lágrimas que haviam em meu rosto. Jesus sorriu também antes de me abraçar.
- Gostei da escolha. Você mostrou que não se deixa levar pela direção mais fácil e sim pelo o que você acha que será melhor pra você, mesmo que você possa sofrer com isso. Fico orgulhoso , mas acho que agora está na hora da gente dormir! - Ele se ergueu, dando um aceno com a mão na direção dos ursos. - Dê tchau aos nossos amigos! - Eu sorri ao me levantar também, correndo até os meus amigos ursos e dando um mega abraço em cada um deles. Meu medo totalmente esquecido.
Voltei alegremente até a barraca onde Jesus, de braços cruzados e um mega sorriso no rosto, me esperava. Entramos na barraca e nos ajeitamos lá dentro. Jesus me cobriu com o edredom carinhosamente, fazendo carinho em meus cabelos agora sem a touca.
- Sabe, passar o dia com você foi muito bom. Eu gostei muito . Espero que você não se esqueça de hoje! - Eu sorri ao encarar os olhos de Jesus que brilhavam.
- Eu nunca vou me esquecer disso e espero que amanhã você me venha com muitas outras surpresas hun? - Ele mostrou aquela fileira de dentes brancos, um pouco tortos, mas ainda assim, perfeitos.
- Ah sim! Com certeza! Quando você acordar vai ter uma mega surpresa te esperando. - Jesus me deu uma piscadinha e eu sorri, concordando com a cabeça. - Agora vai dormir. Boa noite ! - Eu concordei com a cabeça já sentindo um sono pesado me invadir.
Meus músculos todos relaxaram quando eu fechei meus olhos, mas eu ainda estava sorrindo.
- Boa noite Jesus. Obrigada por esse dia incrível! - Continuei sentindo suas mãos em meu cabelo e no instante seguinte eu apaguei, mas meu sorriso ainda estava em meu rosto. Acho que nunca dormi tão feliz assim.
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Dor. Meu corpo doía muito mesmo. Parecia que todos os meus músculos estavam machucados de algum atropelamento, talvez de um espancamento. Nunca senti tanta dor assim.
Estranhei isso, mas não me preocupei. Talvez seja só mal jeito de ter dormido naquela barraca, por mais que ela parecesse muito confortável ontem. Pelo menos eu não estava mais sentindo todo aquele frio, a temperatura estava até agradável. Ou Jesus deu um jeitinho ou o sol esquentou demais hoje.
Não senti a presença daquele amontoado de pano que me rodeava quando eu fui dormir, no caso o enorme edredom e todas as minhas roupas contra o frio. Estranho. Talvez seja só impressão.
Abri meus olhos com dificuldade já que minhas pálpebras pareciam pesadas demais e pisquei algumas vezes. O branco daquela imensidão de gelo apareceu em minha visão de forma embaçada e eu fiquei ainda mais confusa ao constatar isso. Eu não dormi dentro da barraca? Como é que eu estou vendo branco por toda parte?
Pisquei mais algumas vezes e percebi que não era a imensidão da Antártica que eu estava vendo e sim, um teto branco. Consegui identificar uma lâmpada fluorescente desligada olhando para outro ponto da parede.
Onde é que eu estou? Cadê Jesus? Será que ele me trouxe para outro lugar que eu sonhava estar, como surpresa?
Minha boca se escancarou quando eu dei uma olhada ao redor.
Havia uma máquina apitando ao meu lado direito que eu só consegui escutar agora. Uma porta também estava nesse lado direito. Virei meu rosto com dificuldade, engolindo um gemido de dor por culpa do movimento de minha cabeça e olhei para o meu lado direito. Uma enorme janela jazia na parede, coberta parcialmente por uma cortina bege. Olhei um pouco mais para o lado e vi.
.
Ele estava com a cabeça deitada ao lado de meu braço esquerdo. Sua mão pousada sobre a minha como se ele tivesse adormecido apertando-a. Estava sentado em uma espécie de poltrona reclinável. Os cabelos que eu tanto amava e ansiava tocar, estavam bagunçados e o rosto dele estava sereno, tranquilo, enquanto ele dormia com a boca levemente aberta.
Os músculos de meu rosto e de meus lábios automaticamente trabalharam para formar um sorriso enorme. Por mais que eu sentisse dor também com aquele movimento, eu continuei da mesma maneira.
Eu acordei do coma!
Jesus não estava brincando quando me fez aquela pergunta, ele me deixou escolher! Ele sabia! Sabia que o faria aquela promessa e me deixou escolher depois daquele instante, ele me deixou ver o lado fácil e o complicado. Ele sabia!
Tirei minha mão bem devagar debaixo da de para não acordá-lo. Levantei a mesma em direção ao seu rosto e delineei sua bochecha, agora com uma barba rala, com meu indicador ignorando a merda da dor que estava atingindo todo o meu corpo com cada movimento.
Ele franziu um pouco a testa, mas logo relaxou, sem acordar. Me senti uma menina travessa naquele instante e levei minha mão cheia de dedos para seus cabelos. Tentei arrumá-los delicadamente, ainda sem querer acordá-lo, mas depois de alguns segundos, isso aconteceu.
Os enormes olhos estavam nublados quando apareceram, confusos. Um segundo depois eles se arregalaram em minha direção. Minha mão ficou imóvel em seus cabelos, porque eu comecei a ficar com medo de sua reação quando me lembrei daquela promessa.
- ? - Sua voz tão baixa. Ele tinha cara de achar que estava sonhando, de não acreditar que eu estava acordada na frente dele. Concordei de leve com a cabeça e sorri mais. - ! - se jogou em cima de mim no segundo seguinte. Ele me abraçou com força mesmo com a dificuldade por eu estar deitada e com agulhas e mais agulhas grudadas em meu braço esquerdo. Ignorei a dor muscular e aproveitei aquele contato, aquele calor que emanava dele.
- Meu Deus você acordou! - Ele se afastou, as mãos em meu rosto, seus olhos me encaravam com tanta felicidade. - Eu não acredito! Você está bem? - Me perguntou preocupado, seus olhos analisando meu rosto agora em busca de algum sinal de desconforto.
Eu já não sentia dor alguma, estava em um estado de êxtase e prazer tão grande de poder vê-lo que nada mais importava.
- Eu estou bem . Estou aqui.
- Eu pensei que ia perder você. - colou nossas testas, os olhos fechados com força. - Eu quase perdi você . Tive tanto medo, amor. Tanto medo! - Sua respiração quente batia em meus lábios e a única coisa que eu pensava era em beijá-lo e que existia esperança. Ele ainda me chamava de amor.
As coisas vão melhorar a partir de hoje. Eu não recebi uma segunda chance de Jesus à toa!
Capítulo. 23
- Bom, , você não precisa se preocupar. - O Dr. Albert sorriu pra mim, olhando uma prancheta que estava em seus braços. - Seus exames estão ótimos. Seu coração está bem e seu cérebro também, não vimos quaisquer lesões causadas pela parada cardíaca nestes órgãos. - Eu sorri vendo , , , e , respirarem aliviados. - Temos apenas esse pequeno problema com a sua coordenação motora, mas com a devida fisioterapia você deverá voltar ao normal em alguns meses.
- Eu já tomei conta disso. - interrompeu. - Você vai fazer a fisioterapia em casa. - Eu sorri em agradecimento. Eu não podia fazer nada contra a louca vontade do de pagar todos os meus tratamentos, mas como meu pai conseguiu aceitar, eu é que não vou recusar.
- Obrigada . - Agradeci e ele deu de ombros.
- Você também vai precisar de algumas seções com um fonoaudiólogo para cuidar dessa pequena dificuldade que você está tendo pra falar, mas cinco seções serão suficientes. E o rapaz ali também já cuidou pra que você os tivesse em casa. - Concordei com a cabeça. - Você vai ficar hoje por aqui ainda em observação, mas amanhã você poderá ir pra casa se tudo correr bem. Eu só vou precisar te dar algumas recomendações...
O Dr. Albert começou a falar sobre o que eu deveria ou não comer, beber muito líquido, não fazer nenhum esforço físico, dormir bastante, tomar os remédios corretamente, entre outras muitas recomendações.
e prestavam bastante atenção em tudo o que ele dizia. Acho até que a pediu uma cópia das recomendações impresso pra que ela pudesse me controlar. Eu só podia sorrir o tempo todo porque eu vejo o quanto eu senti falta dessas pessoas, e eu sinto que escolhi corretamente quando disse que queria voltar.
Eu não contei pra ninguém como foi o meu coma. Sabia que seria surreal demais pra todos eles se eu dissesse que estava na Antártica com Jesus, abraçando pinguins e ursos polares. Também não disse nada a sobre eu ter escutado sua voz durante todo aquele tempo e sobre eu saber da promessa que ele me fez. Ele já havia se afastado de mim, minimamente, mas afastado.
Começou depois que nós nos abraçamos quando eu acordei. Ele permaneceu do meu lado no quarto o tempo todo, mas não chegou perto de mim e muito menos me tocou. Tentei fingir que não havia reparado, mas reparei, principalmente quando os olhos dele ficavam tão tristes ás vezes.
Ele estava sofrendo com tudo aquilo e eu não ia deixar isso continuar assim. Por mim ele não cumpriria aquela promessa de forma alguma!
O Dr. Albert saiu do quarto com um pedido para que a turma me deixasse descansar. Eu me despedi dos meninos, mas e permaneceram no quarto.
- , será que eu posso conversar com a um pouco? - Ele se assustou com o meu pedido, pois desde que eu acordei, não deixei ele sair do meu lado. Ele concordou com a cabeça um segundo depois e nos deixou a sós.
- O que foi? - perguntou com curiosidade, sentando-se na minha cama de hospital.
- Me conta tudo o que aconteceu desde aquele dia da apresentação. - Ela deu um sorriso de lado antes de concordar com um aceno de cabeça.
Uma coisa era saber as coisas pela voz do enquanto eu estava em coma, outra muito diferente era saber os mínimos detalhes através da minha melhor amiga. Por mais que o tivesse me esclarecido muitas coisas, ele não saía de perto de mim. Mas a estava por dentro de tudo, com certeza!
Ela começou a tagarelar sobre tudo. Me contou de quando me encontrou desacordada em casa, como o reagiu, quando nós viemos para o hospital e eu tive a parada cardíaca. Essa parte ela me contou os mínimos dos mínimos detalhes, como as feições do quando percebeu que meu coração tinha parado, sua aflição enquanto eu era reanimada, seu desespero quando o médico disse que eu tinha morrido e quando ele explodiu com raiva para fazer o médico tentar mais uma vez e quando meu coração voltou a bater.
Ela disse que nunca havia visto o chorar tanto. Eu fiquei aliviada por não poder ver a cena, porque para o chorar, só pode estar acontecendo uma desgraça mesmo.
Depois ela me contou tudo o que sabia dos outros dias que se seguiram. Contou da visita do James e sobre seu namoro com a Annie. Eu fiquei muito feliz com a notícia. Contou também de quando meu pai ligou pra ela dizendo que estava aqui e me disse também sobre o encontro épico entre o e meu pai. Eu ri muito nessa parte.
Em seguida ela me contou como estavam as coisas na escola, me disse as pessoas que estavam preocupadas e que vieram me visitar. Contou que eu passei com louvor em piano e dança e que minhas notas foram excelentes nas matérias de estudo. Então ela me contou da visita do Carlos.
desabafava com ela na maioria das vezes e nessa não foi diferente. O contou tudo o que os dois conversaram e eu não pude deixar de ficar agradecida ao Carlos por ele me defender e se preocupar tanto comigo. Mesmo ele tendo sido o principal responsável pela promessa do .
Ela me contou sobre os dias seguintes, sobre as outras visitas que eu recebi e sobre o desespero do por eu estar demorando tanto tempo para acordar. Contou que a imprensa havia descoberto que eu estava internada e que boatos de que eu estava namorando o já estavam correndo na internet.
Eles me reconheceram da festa do One Direction que eu tinha ido na companhia do e me tacharam inicialmente como amante do . Ele desmentiu tudo, junto com a Mary, dizendo que eu era a melhor amiga dele e nada mais, e foi aí que eles começaram o boato do meu namoro com o que era o único solteiro da turma.
E pelo o que parece, ele não negou nem confirmou os boatos. Mas imagino que seja porque ele não tinha tempo nem atenção pra nada disso.
pegou meu notebook, que ela tinha trago depois de saber que eu acordei, e colocou nas notícias. Eu ri de muitas delas, porque eles inventavam mil e uma coisas pra mim estar no hospital e do meu envolvimento com o McFly. Mas alguns tinham sido certeiros e descobriram o local onde eu estudava e até o meu envolvimento com o James.
Eu só pude respirar fundo.
Se eu iria mesmo seguir adiante com a luta pra ficar com o , tenho que começar a me acostumar com a mídia.
me contou também que e estavam juntando dinheiro pra vir me ver. Eu só pude sorrir quando a explicou o que as duas estava fazendo pra juntar dinheiro. Depois disso eu só pude implorar por uma conversa no Skype com aquelas loucas.
Vivian POV.
- Abre essa porta Viv! - Arg. Larguei minha garrafa de Vodca e fui até a porta. Encontrei a minha querida prima do outro lado da madeira. - Você quase a matou sua louca! - Ela gritou e eu apenas revirei meus olhos voltando a atravessar a sala de estar e agarrar minha companheira e amiga Vodca. - Você tem noção de que o colocou detetives pra investigar tudo?
- Ele não vai conseguir chegar até mim Ashley. - Levei a garrafa a boca e Ashley a arrancou de mim antes que eu pudesse beber. - Me devolve!
- Não! Você já bebeu demais! - Eu bufei com raiva e tentei pegar a garrafa de volta, mas fiquei tonta e caí no chão. - Você já nem se aguenta em pé Viv! - Tentei me levantar, mas não consegui. Resolvi ficar pelo chão mesmo.
- Foda-se, eu não me importo! Aquela vadia brasileira não prestou nem pra beber a merda do suco todo. Agora eu fiquei sabendo que ela acordou do maldito coma e está bem e o meu está lá com ela! - Gritei com ódio, sentindo minha visão embaçar com as lágrimas.
- Você precisa se entregar Viv, conversa com o , tenho certeza que ele não vai te denunciar! - Joguei meu celular em cima dela, mas errei o alvo completamente.
- É claro que eu não posso me entregar idiota! O me odiaria! Eu preciso é pensar em mais alguma forma de matar aquela vadia. Ela não pode viver. - Vi Ashley se afastar de mim, andando em direção a porta.
- Você é doente Viv, precisa de tratamento. - Ela foi até a porta sem olhar pra mim. Me agarrei a mesa da cozinha e consegui me levantar. - Eu vou contar para o ou pra . - Corri até a gaveta do armário e peguei minha arma. Carreguei a mesma e apontei para a minha prima que já olhava pra mim com os olhos arregalados.
- Se você abrir a boca, vai ser a primeira a morrer. Me entendeu? - Vi ela engolir em seco e eu tentei ficar firme e renunciar a tontura que me invadia. - E eu vou adorar fazer uma visitinha a minha querida tia e mostrar pra ela meu brinquedinho também.
- Eu... Tudo bem! Tudo bem! Eu não digo mais nada, mas você vai ter que prometer que nunca mais vai me procurar ou procurar os meus pais. Se eu te ver alguma vez eu conto tudo ao ! Entendeu? - Hum. Parece que eu ensinei algumas coisas pra essa pirralha afinal. Ela aprendeu bem a fazer ameaças.
Pensei por um momento. Eu não precisaria mais dela. Tudo o que ela podia fazer por mim já foi feito e ela era fraca demais para me ajudar com meus planos. Não precisava mais dela e eu podia confiar que ela não abriria a boca por gostar demais daqueles ridículos que ela chamava de pais.
Eu não precisava me preocupar com a Ashley.
- Ok. Combinado. Agora some daqui. - Ela não esperou nem um segundo pra dar meia volta e bater a porta do meu apartamento com força. Larguei a arma no sofá e voltei pra cozinha. Peguei minha querida companheira e a abracei. - Somos só eu e você por enquanto Vodca, mas logo, logo, teremos o de volta. Vamos esperar a poeira baixar e assim que não tiver mais riscos, atacaremos de novo. A vadia vai morrer e o vai ser meu, assim como deve ser. - Virei a garrafa em meus lábios e bebi um longo gole do líquido antes de sorrir.
End POV.
POV.
Me acomodei na poltrona e estendi o edredom em meu corpo, sabia que a me encarava, mas eu tentei não olhar pra ela o tempo todo. Deitei minha cabeça no encosto e respirei fundo antes de olhar pra cima e encontrar os olhos da me perfurando.
Estendi minha mão esquerda para alcançar o interruptor que apagava os pequenos abajures.
- Não apaga ainda. - cochichou.
- Você precisa dormir. - Eu rebati no mesmo tom de voz, sem olhá-la.
- , olha pra mim. - Não pude negar seu pedido e eu sabia que me arrependeria de não ter insistido pra ela dormir. - Por que você está estranho comigo?
- Não estou estranho com você. - Ela ergueu a sobrancelha como se dissesse: “É mesmo?” daquele jeito irônico.
- Você é um péssimo mentiroso . - Ela me deu um meio sorriso e eu tentei não sorrir também, mas sem sucesso.
- E você é muito perceptiva . - Ela sorriu ainda mais antes de concordar com a cabeça.
- Eu conheço você muito bem. - Deu de ombros e eu senti meu coração bater forte. - Sei que você está me ignorando. - Oh merda! - Mas não vamos falar sobre isso, ainda não. - Ela disse quando eu havia aberto a boca para rebater sua afirmação.
Caralho. Eu espero não ter que falar sobre isso nunca! Não sei se vou aguentar!
- Então é melhor a gente ir dormir mesmo. - Eu disse com minha garganta seca.
- Sim, mas antes eu quero a sua mão. - Eu arregalei os olhos e franzi minha testa sem entender. apenas sorriu e estendeu sua mão esquerda na minha direção, os dedos espalhados deixando-a aberta. - Anda ! Acho que você não vai morrer se me tocar, vai? - Oh, se ela soubesse que eu realmente posso morrer com esse toque por saber que nunca mais vou poder tocá-la da maneira que eu realmente desejo! Merda de promessa!
Levantei minha mão direita e envolvi a mão dela. entrelaçou nossos dedos e eu senti aquele choque familiar percorrer todo o meu corpo.
- Agora eu posso dormir. - Ela fechou os olhos, mas ainda estava sorrindo. Se acomodou na cama de hospital antes de suspirar. - Boa noite . - Senti um aperto em minha mão e sorri. Levantei minha mão esquerda e apaguei as últimas luzes. O quarto virou um breu, mas o calor da mão dela era tudo o que eu sentia.
- Boa noite . - Cochichei dando um pequeno aperto na mão dela, retribuindo seu último movimento.
Fechei meus olhos e senti que pela primeira vez em tantos dias, eu dormiria como um bebê. Sem pesadelos e sem preocupações. Eu conseguiria até esquecer aquela maldita promessa por algumas horas.
Até meus olhos se abrirem amanhã.
End POV.
- Vou mandar trazerem a cadeira de rodas. - Eu neguei com a cabeça.
- Não Doutor, eu quero andar. - Virei meu rosto na direção do . - , você me ajuda? - Vi ele engolir em seco antes de concordar com um aceno de sua cabeça. Fazer ele abrir mão daquela promessa idiota estava sendo mais difícil do que eu imaginei.
veio para o meu lado da cama e estendeu o braço, enrolando-o em minha cintura. Me desceu da cama sem dificuldade e me esperou firmar os pés no chão antes de afrouxar o aperto. Olhei pra ele e sorri, seu rosto a centímetros do meu. Ele sorriu também, com os lábios fechados. Eu podia ver sua luta interior através daqueles lindos olhos .
- Vamos pra casa? - disse sorridente. Eu sorri também e concordei com a cabeça. Apoiei meu braço esquerdo no pescoço do antes de começarmos a andar.
Meu corpo ainda doía muito e era bem difícil andar sozinha, mas eu acho que estava melhorando a cada vez que eu andava. Como o doutor Albert disse, eu só preciso de fisioterapia e vou voltar ao normal.
Saímos pela parte de trás do hospital por causa dos paparazzis que ainda permaneciam à espreita. havia estacionado seu carro ali para que pudesse levar a mim e a pra casa. iria pegar o carro do no estacionamento do Hospital e o iria com o .
me colocou delicadamente no banco do passageiro e eu sorri em agradecimento. Ele foi para o lado do motorista enquanto a sentava no banco de trás. Fomos embalados pela música que passava na rádio até chegar em casa, ninguém disse nada. Eu apenas me concentrei em observar Londres passando pela janela do carro, agradecendo mentalmente a Jesus por me deixar ver essa maravilha no inverno.
Fiquei triste apenas por ter perdido a neve cair, mas eu sei que esse evento da natureza vai acontecer de novo e eu vou presenciar. Mal posso esperar pra ver isso!
Em frente ao prédio, me ajudou a descer do carro e me sustentou até chegarmos ao apartamento. Meu coração batia acelerado a cada toque e eu sabia que ele se sentia da mesma maneira que eu.
- Bem vinda ao lar amiga! - me abraçou assim que ultrapassamos a porta do apartamento.
- É muito bom estar em casa. - Respirei fundo e sorri. , e apareceram em seguida. - Pooh, acho que você me deve uma pizza e sorvete de chocolate! - logo veio ao meu encontro me abraçando, cortando o contato entre e eu.
- Meu Deus, você ainda se lembra disso? - Eu estreitei meus olhos pra ele que sorria. Aquelas lindas covinhas aparecendo em sua bochecha.
- Eu posso estar conversando engraçado e estar precisando de uma bengala pra andar, mas isso não significa que a minha cabeça está ruim ok? Eu me lembro de tudo! - Pisquei meu olho direito para ele. simplesmente gargalhou de mim, concordando com a cabeça.
- Ok! Sorvete e Pizza! Mas ainda é muito cedo. Que tal eu trazer tudo mais tarde? Deixa anoitecer. - Eu estava indo protestar quando o interrompeu.
- O tá certo . Você precisa descansar um pouco. - Soltei um bufo, mas concordei. Sabia que não poderia discutir com o meu enfermeiro particular. Acabei sorrindo com o pensamento.
- O que é engraçado? - perguntou, percebendo meu sorriso. Eu neguei com a cabeça.
- Nada . Está combinado então. Mais tarde eu vou ter minha pizza e meu sorvete, mas Pooh, eu quero um pote só pra mim! - arregalou os olhos.
- Deus, você tá começando bem em Leitão?! - Eu fiz aquela cara de quem não quer ser contrariada e ele se deu por vencido. - Certo, um pote só pra você.
- Ótimo! Então, acho melhor a gente ir embora. Eu to louco pra ir em casa. - comentou na mesma hora que o veio me tomar do . Senti aquele abraço de urso e quase urrei de dor. pediu milhões de desculpas. Claro que ele tinha se esquecido que meu corpo todo doía, eu só pude rir do seu desespero.
- É eu acho melhor mesmo. A ainda vai ter que se preparar pra receber muitas visitas hoje. - comentou e eu olhei pra ela com uma enorme interrogação em meu rosto. Ela não havia me dito que eu receberia visitas. me soltou e foi a vez do vir me abraçar.
- Quem vai vir aqui? - Ela deu de ombros em resposta a minha pergunta.
- Você sabe, o pessoal da escola. Eles não me deram certeza se viriam hoje ou amanhã, então eu já estou preparando você. - depositou um beijo em meu rosto e eu sorri. Meus olhos se encontraram com os de , que agora era a pessoa que faltava para se despedir de mim.
- Er... Acho melhor a gente ir dudes. - comentou ao perceber minha troca de olhares com o . E um segundo estavam todos do lado de fora do apartamento, nos deixando sozinhos.
- Você tá aguentando bem aí? - Ele apontou para o meu corpo e eu apenas sorri.
- Não é difícil ficar de pé. O problema mesmo é caminhar. É aí que eu perco a força e o equilíbrio nas pernas. - Ele concordou com a cabeça e se aproximou.
estendeu a mão em minha direção e eu a peguei. Ficamos encarando nossos dedos entrelaçados por um bom tempo antes dele se aproximar de meu corpo e envolver seus braços ao redor de minha cintura. Eu o puxei pelo pescoço e o abracei forte, pelo menos com o máximo de força que eu consegui no momento.
- Obrigada por tudo. - Falei com os lábios em seu pescoço, respirando fundo e sentindo seu cheiro.
- Não precisa agradecer, é o meu trabalho. - Ele se afastou um pouco para poder olhar pra mim. Sua mão direita envolveu meu rosto com delicadeza. - Eu sempre vou cuidar de você, sempre. - Pude ver em seus lindos olhos que ele estava confirmando a distância. Ele estava me dizendo que mesmo não ficando comigo, ainda cuidaria de mim.
Eu queria acabar com o sofrimento dele naquele instante, falar sobre aquela promessa e tirar aquilo de sua cabeça, mas eu sabia que ainda não era o momento, então não disse nada.
- Eu sei. - Eu pude ver o alívio estampado em seu rosto. Ele conseguiu ver que eu entendi o que ele queria dizer com aquilo.
- Acho melhor eu ir. - Ele me deu um sorriso triste e beijou minha testa delicadamente. Eu suspirei com o contato de seus lábios. - Até mais tarde . - se afastou de mim e desapareceu rapidamente pela porta da frente. Um minuto depois, estava ao meu lado.
POV.
- Vai lá, conta tudo! Finalmente pediu pra namorar com você? - apenas soltou o ar pesadamente com o comentário do . Eu franzi minha testa sem entender.
- Vocês não fizeram as pazes? - Perguntei, estranhando as feições tristes do . Ele negou com a cabeça.
- Dude, vocês dois são uns idiotas! - comentou, abraçando o cara de lado. O elevador se abriu e nós entramos, apertando o botão para o térreo.
- Ela não tem nada a ver com isso, o problema sou eu. - Agora sim eu não estava entendendo nada.
- Fala logo porque eu não to entendendo merda nenhuma. - disse tirando as palavras da minha boca e o apenas apertou suas têmporas com a ajuda do seu dedo indicador e o polegar.
- Eu não posso ficar com a . - Ele disse baixo, a voz embargada. O elevador se abriu e nós saímos em direção aos nossos carros. - Eu fiz uma promessa. - Eu, e paramos de andar no mesmo segundo. se voltou em nossa direção alguns passos depois.
- Que promessa? - Eu perguntei já imaginando que tipo de promessa seria para ele estar tão arrasado daquele jeito.
- Eu prometi que se ela acordasse eu me afastaria, eu não ficaria com ela. - Minha boca se escancarou. Pude ver o enxugando uma lágrima solitária que desceu por sua bochecha.
- Você é louco ou o quê? - comentou assim que conseguiu passar sua surpresa. - Você podia ter prometido qualquer coisa, menos isso!
- Eu prometi o que mais me importava no mundo. Eu abri mão do seu amor pra ver ela com saúde e bem. - Ele soltou um suspiro resignado e nos encarou, os olhos cheios de lágrimas não derramadas. - A vai ficar bem melhor sem mim. - Dizendo isso ele deu meia volta e saiu andando até seu carro. Eu apenas continuei encarando até ele desaparecer.
- Puta que pariu. - soltou essa e eu só pude confirmar.
End POV.
- Você me deu um susto daqueles ! - Eu apenas sorri. - Eu que fico na reabilitação e você é que vai para o hospital? Não é nem um pouco lógico sabia? - Soltei uma gargalhada e o Paul me ajudou. - Senti sua falta garota. É muito bom saber que você já está em casa.
- Eu também senti sua falta Paul. Como vai a sua reabilitação? - Escutei seu suspiro do outro lado da linha.
- É bem mais difícil do que eu imaginei, mas a sua ida ao hospital me ajudou muito no fim das contas, porque eu fiquei muito concentrado em melhorar pra poder ir visitar você. - Me olhei no espelho do banheiro e comecei a passar uma maquiagem leve para disfarçar a minha recém cara de hospital.
- Ainda bem que isso serviu pra alguma coisa boa! - Escutei sua risada e ri também, aproveitando para passar um batom rosa claro nos lábios. - Quando eu estiver um pouco melhor e a tiver diminuído suas paranoias pra cima de mim eu vou dar um jeito de ir te ver.
- Eu vou ver se consigo superar essa merda de desintoxicação logo porque assim você não precisa sair de casa. É a minha vez de te visitar garota.
- E as suas notas? - Apoiei o celular no meu ombro pra que eu pudesse abrir o recipiente com a máscara de cílios.
- Passei com louvor graças a você e o Carlos. Acho que se eu tivesse estudado sozinho não teria conseguido me sair tão bem. - Consegui perceber a felicidade em sua voz. - Ah, Droga! Eu tenho que ir, meu tempo pra ligações acabou.
- Tudo bem. Obrigada por ligar Paul, foi muito bom conversar um pouco contigo, mesmo que eu esteja demorando duas horas pra falar uma simples frase. - Escutei sua gargalhada.
- Já que você tocou no assunto. Cara, tá muito engraçado você conversando, sério! - Eu gargalhei também porque eu também estava me achando muito engraçada. - Mas ainda assim, mesmo você tendo me feito perder toda a minha hora com apenas algumas frases, eu amei conversar com você. Agora só me falta te ver pessoalmente e te dar aquele abração de urso!
- Que bom que isso vai demorar. Meu corpo todo dói e eu ficaria com lesões por muito tempo com esse seu abraço de urso. Contente-se de me dar ele por telefone mesmo! - Nós gargalhamos por algum tempo.
- Preciso desligar . Amanhã eu ligo pra você de novo ok? Aí nós vamos continuar essa conversa.
- Seu idiota! Você vai me zoar pro resto da vida por culpa dessa dificuldade que eu to tendo de falar não é? - Eu sorri, porque eu sabia exatamente que resposta ele daria.
- Com toda a certeza garota! - Neguei com a cabeça, mas com um enorme sorriso no rosto. - Até amanhã . Beijo!
- Tchau Paul, um beijo!
Voltei minha atenção para a maquiagem depois de dar play no som que eu tinha pausado quando o Paul me ligou. Rocket do The Wanted voltou a preencher o meu quarto e eu sorri. Engraçado como eu ainda não conseguia escutar McFly, Westlife e Backstreet Boys. Com isso acabei viciando nas músicas do The Wanted.
Cantarolei a música enquanto aplicava uma camada de rímel em meus cílios. Não queria nada exagerado, apenas uma maquiagem leve mesmo. Finalizei tudo com um pouco de blush pra dar mais vida ao meu rosto e comecei a guardar meus produtos de maquiagem quando a invadiu meu quarto.
- Eles chegaram! - Eu sorri para seu reflexo no espelho e concordei com a cabeça.
- Eu vou em um minuto. - Ela sorriu e saiu do quarto.
Peguei meu outro casaco e minha pequena bengala improvisada por mim e naquela tarde. Arrancamos o cabo de uma das vassouras e enchemos o fundo do cabo de fita isolante para evitar que ele arranhasse o piso da casa e diminuir os riscos da madeira escorregar.
Eu sabia que os meninos iriam rir horrores quando me vissem andando com aquela coisa, mas eu nem me importei. Melhor assim do que ter alguém na minha cola o tempo inteiro quando eu quiser ir pra algum lugar dentro da minha própria casa.
Eu sempre fui independente, não vai ser agora que isso vai mudar.
Desliguei o som e peguei minha imitação barata de uma bengala. Me apoiei na madeira e comecei a dar meus passos lentos até a sala de estar. Do corredor eu pude ver a abraçada ao e o de mãos dadas com Mary. Ah! Ela chegou hoje para passar a semana do Natal! O deve estar muito feliz com ela aqui.
Eu sorri, ainda concentrada em não cair no chão, quando eu vi o aparecer em meu campo de visão. Ele estava usando um sobretudo preto, uma cachecol vermelho enrolado em seu pescoço. Os braços estavam cruzados e ele virou o rosto na direção do corredor e nossos olhos se encontraram. Eu tive que parar de andar pra não cair com a força daquele olhar.
Ele andou rapidamente em minha direção.
- Que merda você está fazendo andando sozinha? - Perguntou baixo, os dentes cerrados e a mandíbula travada. Uh, alguém ficou com raiva.
- Eu não estou inválida . Só preciso de um apoio pra andar e eu e a improvisamos esse. - Levantei minha bengala improvisada e vi se esforçando pra não sorrir. - Pode rir, eu sei que você tá louco pra fazer isso! - Ele gargalhou alto.
- Só você mesmo. - Negou com a cabeça ainda sorrindo e me abraçou de lado, pegando minha bengala com sua mão livre. - Vem aqui. Eu prefiro não arriscar você andando com isso. - Eu não tive forças pra reclamar, não quando ele estava me apertando bem firme em seu braço, seu rosto a centímetros do meu e sua respiração quente me deixando tonta.
- Olha ela aí! - gritou, apontando em nossa direção. Logo eu me vi no meio de um milhão de braços que me apertavam em um abração conjunto.
- Ah, eu fiquei tão preocupada! - Mary disse assim que eu consegui respirar, quando eles se afastaram com a ajuda do que estava prometendo bater em quem continuasse me esmagando daquele jeito. - Tava ficando louca por não conseguir uma folga pra vir aqui te ver! Ainda bem que você já acordou e nós vamos poder passar o Natal todos juntos! - Eu só pude sorrir e concordar com a cabeça.
- , cadê meu sorvete? - Perguntei cruzando os braços quando o me sentou no sofá.
- Calma garota, eu mal cheguei e você já tá me cobrando sorvete? - Eu ergui uma sobrancelha tentando passar minha melhor cara de mal. - Ok! Ok! Tá no congelador sua brasileirinha impaciente. - Eu sorri satisfeita.
- E a minha pizza?
- Nós vamos ligar agora, se você quiser, e pedir! - Concordei com a cabeça e já vi o agarrar o telefone sem fio e digitar o número da pizzaria.
- Qual sabor vai ser? - Ele perguntou já com o telefone no ouvido. No segundo seguinte a sala explodiu de pessoas gritando sabores e mais sabores diferentes. Eu só gargalhei da cena.
Como é bom estar com todos eles de novo. Apenas uma coisa está faltando pra isso ser perfeito. Acho que está na hora de conversar com o .
- Vamos lá em baixo comigo? - Cochichei no ouvido dele que estava sentado ao meu lado. me encarou com a sobrancelha erguida. - Eu quero ver a neve. - Expliquei.
- Acho melhor não. Você pode se desequilibrar e cair. A neve é muito escorregadia. - Eu soltei um suspiro pesado e rolei os olhos.
- É pra isso que eu estou chamando você . Eu sei que você vai me segurar e não vai me deixar cair. - Existia muito mais nessa declaração do que ele poderia imaginar.
Vi em seu rosto ele ponderando se eu poderia ou não descer. Não esperei sua resposta, apenas fiquei de pé e eu sabia que em um segundo ele estaria o meu lado.
Não deu outra.
Logo eu senti o braço dele envolver a minha cintura.
- Você é impossível quando quer alguma coisa. - Eu soltei uma risada baixa e o encarei.
- Você nem faz ideia . - Vi a dúvida surgir em seu rosto, mas não deixei ele pensar muito sobre isso. - Vamos? - Concordou com a cabeça. - Hey gente! Nós vamos lá em baixo um minuto, quando a pizza chegar dá um toque no meu celular ok? - Vi todos aqueles rostos nos encarando enquanto a gente andava até a porta do apartamento, mas ninguém disse nada. Acho que eles sabiam o que eu queria indo lá em baixo sozinha com o . Vi cabeças se mexendo em concordância e logo eles retornaram para a discussão dos sabores da pizza.
- Espera. - Falei baixo assim que nossos pés tocaram a neve do lado de fora do prédio. parou de andar e ficou me observando com curiosidade. Eu tentei ignorar e apenas respirei fundo, soltando o ar em seguida e vendo aquela fumacinha se formando quando o ar saía de meus lábios. Sorri ao ver que aquilo já me era muito familiar por causa do meu coma na companhia de Jesus.
Eu ainda me pergunto se de fato eu não estava na Antártica com ele. Aquilo tudo foi real demais.
- Tá rindo do quê? - cochichou e eu só pude sorrir mais ao olhar pra ele.
- To rindo porque eu estou feliz. Feliz de estar tendo a chance de ver o inverno em Londres. Se não fosse você eu não estaria aqui, não é? - Senti ele ficando rígido ao meu lado, seu rosto demonstrava sua apreensão e dúvida.
Eu sabia que ele estava martelando em sua cabeça como eu poderia saber daquela informação, mas eu não me referia diretamente a promessa e sim ao fato dele ter insistido para que o médico usasse o desfibrilador mais uma vez.
Bom, deixa ele pensar no que quiser.
- Vamos . Vamos até a pracinha. - Ele não respondeu nada, apenas engoliu em seco e começou a andar.
Eu simplesmente não conseguia tirar meus olhos do chão, ver como nossas botas se afundavam na neve acumulada na calçada e na rua. Na rua havia pouca neve, como se ela tivesse caído recentemente e eu tinha certeza que essa pequena quantidade só era possível graças a alguma máquina que tirava a neve das ruas como eu havia visto muitas vezes em filmes.
Alguns passos complicados depois por culpa da minha dificuldade em andar, eu visualizei a pequena praça próxima ao meu prédio. O lugar estava com uma visão incrível, digna de algumas fotos profissionais. Os brinquedos estavam cobertos de neve e haviam alguns adolescentes correndo por ali em uma divertida guerra de bolas de neve.
Apontei os bancos a e vi ele concordar com a cabeça antes de andar na direção deles. Tínhamos sorte que aqueles bancos tinham proteção de uma espécie de pequeno telhado acima de cada um deles, imagino que foram construídos mais para abrigar as pessoas em um dia de chuva do que para protegê-las da neve, mas servia muito bem nos dois casos.
Nos sentamos ali, me soltou com cuidado ainda com medo de eu escorregar no enorme acúmulo de neve que existia em frente ao banco, fruto da neve que caía do pequeno telhado. Assim que nos acomodamos, se afastou um pouco de mim, imagino que mantendo uma distância segura de meu corpo. Eu quase sorri de desespero. Ficamos observando os meninos brincando no nosso lado direito por um bom tempo.
- ?
- O quê? - Sua voz estava contida, receosa. Ele sabia que eu iria perguntar.
- Por que você está distante de mim? - Olhei nos olhos dele de forma que ele não pudesse desviar o olhar. Eu sabia que ele queria olhar pra qualquer lugar menos pra mim, mas ele não conseguiu desgrudar seus olhos dos meus.
- Eu não posso ficar com você. - Foi a única coisa que ele me disse. Eu achei que ele iria negar a distância, mas eu vi que o jamais poderia mentir olhando nos meus olhos.
- Você não pode ou você não quer? - Perguntei mais para confirmar minhas suspeitas. Talvez ele até não me amasse mais. Talvez a promessa fosse só uma desculpa para ele me deixar. Vi ele soltar um suspiro pesado e desviar os olhos. Dei um tempo pra ele, ainda aguardando minha resposta.
- Não posso. Você não entenderia. - E lá estava aquela tristeza em seu olhar quando seus olhos voltaram a me observar.
- Talvez sim, talvez não. - Dei de ombros tentando melhorar o humor dele. Vi uma pequena elevação na lateral de seus lábios e sabia que ele estava reprimindo um sorriso. - O que me importa aqui é apenas uma coisa e eu quero que você me responda com toda a sua sinceridade. - Vi ele concordar com a cabeça, bem concentrado em mim. Respirei fundo antes de dizer. - O que eu significo pra você?
- Você é tudo pra mim. - Meu coração acelerou. - Você é a melhor amiga, a inimiga, a namorada, a amante, a estudiosa, a trabalhadora. Você é todas elas em uma só, uma só que é absolutamente tudo o que eu sempre quis e tudo o que eu sempre vou querer.
Eu sorri, pois era apenas isso que eu precisava. Era apenas essa confirmação que me faria contar tudo mesmo parecendo uma maluca, mas com a esperança que ele voltasse atrás com aquela promessa pelo bem do nosso amor.
Desviei meus olhos do seu e observei o céu, reunindo forças para contar tudo o que estava em minha cabeça e rezar pra que Jesus me ajudasse nessa hora.
- Quando eu estava em coma , eu passei por uma experiência maravilhosa e que pra você pode soar meio louca. - Continuei falando sem olhar pra ele. - Eu estava na Antártica acompanhada de um homem que dizia ser Jesus. - Sorri ao me lembrar dele. - Tivemos muitas conversas que não vem ao caso aqui, mas o fato é que algo incrível aconteceu que me prova que tudo aquilo foi real. - Olhei em sua direção e vi seus olhos me encarando com dúvida e curiosidade, esperando. - Eu escutei a sua voz todo o tempo em que estive lá.
- Minha voz? - Concordei com um aceno de cabeça e vi a surpresa estampada em seu rosto. Achei melhor despejar tudo de uma vez antes que ele começasse a ver a loucura naquilo tudo.
- Eu escutei cada palavra que você disse pra mim enquanto eu estava em coma. E eu apenas podia escutar você. - Levei minha mão até seu rosto e arrastei meu indicador coberto pela luva em seu maxilar. fechou os olhos por um momento. - Eu sei tudo o que você passou nesses dias , eu escutei tudo, escutei principalmente quando você fez a promessa. - Seus olhos se arregalaram e ele se afastou de súbito do meu toque.
- Não é possível. - Ele cochichou em choque. - Eu só contei para os caras quando eu saí de sua casa hoje, você só pode ter sabido através deles! - Eu neguei com a cabeça.
- Você disse que você era o culpado de alguma forma de eu estar em coma. Disse que eu tinha que ficar com outro cara, alguém que fosse me fazer feliz de verdade porque você não conseguiria isso. Você disse que não podia me privar de uma chance de ser feliz por ser egoísta o bastante pra me querer por perto, que você não merecia uma garota incrível como eu. - A cada palavra que eu dizia a compreensão e surpresa tomavam o lugar do choque. Seus lábios estavam abertos em um círculo perfeito. - Você me pediu para não esquecer que você me amou demais e que iria continuar me amando até o dia que você morresse. - Levei minhas duas mãos até seu rosto, trazendo-o para mais perto de mim. - Você disse que eu era a única pra você .
Ele abriu a boca pra falar algumas vezes, mas a fechou logo em seguida. Ele só conseguia ficar ali olhando pra mim e eu estava praticamente morrendo, esperando ele dizer alguma coisa.
- Você acredita agora? - Perguntei aos sussurros, meus olhos cheios de lágrimas não derramadas.
- Como isso é possível? - Ele se afastou mais uma vez, se levantando rapidamente. Suas duas mãos estavam em sua cabeça envolta pela touca preta. - Quer dizer... É loucura!
- Eu não sei , mas foi isso o que aconteceu. - Dei de ombros e vi ele me encarar daquele jeito triste de novo fazendo meu coração doer.
- Você saber disso não muda nada . Eu fiz a promessa, você está viva e bem, e eu tenho que me afastar de você! - Eu me levantei também, perdendo um pouco de equilíbrio, mas as mãos fortes do logo me seguraram.
- Você não vê ? - Aproveitei a aproximação e passei meus braços ao redor de seu pescoço. - Não vê que eu não posso simplesmente seguir com a minha vida sem você?
Sabendo que você me ama assim como eu te amo? - Espalmei minha mão em sua bochecha sentindo as lágrimas rolarem por meu rosto e vendo que isso acontecia também no seu. - Porque eu te amo . Você também é o único pra mim.
encostou sua testa na minha, seus braços agora em volta da minha cintura com força. Um soluço baixo escapou de seus lábios e eu vi o choro desesperador que ele tentava conter, pude sentir sua batalha interna.
- Eu amo você demais , mas eu não posso quebrar essa promessa. Eu não posso sequer imaginar ver você naquela situação de novo, morrendo. - Ele negou fervorosamente com a cabeça. Eu segurei em seu rosto com força pra que ele pudesse olhar pra mim.
- Eu vou morrer de tristeza se eu ficar sem você. , eu não tive uma segunda chance de viver por causa da sua promessa, mas sim pra poder ter uma segunda chance com você! - Fiquei na ponta dos pés para aproximar ainda mais nossos rostos. Meus lábios roçaram nos dele causando um choque elétrico muito familiar. - Por favor, não me deixe, não faça isso com o nosso amor.
Quando eu fechei meus olhos rezando, implorando, eu sabia que cada segundo poderia contar na minha memória para classificar o dia mais feliz ou o dia mais triste da minha vida. Mas quando eu senti os lábios frios de nos meus eu soube que aqueles segundos seriam para o dia feliz.
Abri meus lábios imediatamente para que nossas línguas se encontrassem. O desespero era palpável em cada gesto nosso. Minhas mãos agarraram a parte de trás do seu pescoço com força, com medo que ele desistisse a qualquer segundo e falasse que cumpriria a promessa. Já minha cintura foi espremida em um abraço apertado como se ele estivesse com medo que eu fosse desaparecer a qualquer instante.
Ficamos naquele beijo até estarmos sem ar, até eu sentir o gosto salgado de lágrimas misturadas ao gosto de hortelã de seus lábios e eu não sabia se era eu ou ele ou ambos que choravam, mas sabia que aquelas lágrimas não eram de tristeza e sim de alegria, de alívio.
Nos separamos depois de milhares de selinhos, eu sorria como uma idiota e sabia que se abrisse meus olhos veria sorrindo também.
- Eu tenho medo do que pode acontecer por eu estar quebrando essa promessa. - Ele cochichou levando suas mãos até o meu rosto. Eu neguei com a cabeça e abri meus olhos.
- Não tenha medo. A única coisa que me importa é ter você do meu lado , só isso. - Ele fechou os olhos com força e me puxou para um abraço apertado, seu rosto enterrado na curva do meu pescoço, sua respiração quente arrepiando minha pele.
- Ah, Deus! Eu amo tanto você! Eu não sei como eu pude pensar que conseguiria viver sem você! - Ele voltou a se afastar apenas para colar seus lábios nos meus novamente, em um beijo casto. - Namora comigo? - Disse com os lábios ainda colados aos meus e eu só consegui sorrir.
- Achei que você nunca fosse pedir. - Dei muitos selinhos nele dizendo vários 'sim'. Logo os selinhos viraram mais um beijo apaixonado.
- Eles estão se beijando! - Escutei a voz da gritar e nós nos afastamos para confirmar que toda a turma estava parada nos observando, os três casais. e eu sorrimos, ainda abraçados. Acho que eu nunca mais vou querer me soltar dele.
- Finalmente resolveram essa merda toda? - comentou com um tom sarcástico, mas com um enorme sorriso no rosto, principalmente quando eu e o concordamos com a cabeça. - Cara eu fico muito feliz por vocês! - Recebemos abraços de todos e tivemos que aguentar todos os comentários idiotas dos meninos. Eu não me importava menos, tudo ali pra mim estava perfeito. Eu finalmente estava do lado do amor da minha vida e sabia que dessa vez era pra valer.
- Hey amor, tá nevando! - apontou o céu e eu vi aqueles pequenos flocos brancos caindo devagar acima de nós. - É a primeira vez que você vê a neve cair, não é? - Eu concordei com a cabeça voltando a olhar naqueles lindos olhos que me hipnotizaram.
- É sim. Obrigada por estar do meu lado. - Ele sorriu largamente e depositou um beijo na minha mandíbula, mordiscando em seguida.
- Pode ir se acostumando porque eu não vou sair do seu lado nunca mais. - Sorri, fechando meus olhos pra apreciar o toque do meu namorado. - Se existe um para sempre, esse é o meu, com você.
- É, eu acho que posso me acostumar com isso. - Ele gargalhou baixo antes de voltar a colar seu lábios nos meus mais uma vez.
Epílogo
Uma olhadinha em It Was Hard, But Its Forever - parte dois de Who Said It Could Not Be Forever?
POV.
e saíram do prédio com feições ainda mais sérias e apreensivas de quando entraram. Quando me viram, começaram a cochichar algo que eu imaginei não ter relação com nada bom.
- Como foi lá amor? - Perguntei assim que elas se aproximaram do carro, indo até a e beijando-a nos lábios. Ela soltou um suspiro.
- Prefiro conversar sobre isso em casa, tudo bem? - Sabia que tinha alguma coisa errada só pelo modo que ela estava me olhando. Resolvi que era melhor esperar até ela me contar.
Entramos no carro e eu dirigi até o apartamento delas. As duas completamente caladas e perdidas em pensamentos sentadas no banco do passageiro e do carona. Eu tentei me distrair com as músicas que passavam na rádio, mas não consegui.
Minha mente apenas martelava o que poderia ter acontecido nessa conversa delas com a representante da imigração em Londres. já havia me contado que estava perto de seu visto vencer, mas isso não seria problema, ela logo seria aceita em uma universidade e renovaria o visto para mais quatro anos. Ela mesma me disse que eu não precisava me preocupar.
Bem, isso foi antes dela receber aquele e-mail com a intimação para que ela comparecesse ao prédio da imigração.
Estacionei o carro em frente ao prédio delas e abracei de lado. Subimos para o apartamento ainda naquele silêncio e eu estava começando a pirar com tudo aquilo.
Quando entramos no apartamento, me puxou diretamente para a sala, sentando-se no sofá oposto ao que eu estava. Vi ela esfregar as mãos umas nas outras e morder o lábio inferior forte antes de dar uma olhada rápida em , a mesma que suspirou.
- Eu vou lá dentro me arrumar, preciso conversar com o . - concordou com a cabeça e voltou a olhar pra mim. desapareceu pelo corredor e eu fiquei subitamente mais nervoso.
Se ela tinha que conversar com o , as coisas não podia ser boas mesmo.
- Amor, eu não to gostando nem um pouco da sua cara. - Eu disse esticando minhas mãos pra que ela a pegasse. fechou os olhos com força antes de se aproximar e entrelaçar nossos dedos.
- , eu e a fomos chamadas na imigração por causa dos nossos vistos. - Fiz um aceno pra que ela prosseguisse. - Nós ainda temos pouco mais de dois meses antes que eles expirem e, como você sabe, estamos tentando renovar. - Concordei com a cabeça. - Mas o caso é que aquele e-mail que eu recebi, todos os imigrantes receberam, os que tem vistos permanentes ou temporários. Por causa da crise na Inglaterra eles estão nos “convidando” a deixar o país. No caso da e eu, nós não conseguiremos renovar nossos vistos.
- O quê? - Me afastei dela, absolutamente assustado com o que ela havia acabado de me dizer. - Quer dizer que, mesmo se você for aceita em uma das universidades, você não vai conseguir o visto pra ficar? - Ela soltou o ar pesadamente e concordou com a cabeça.
- Exatamente. Parece que se as coisas não melhorarem até lá, eu e a não teremos escolha. - Ela fez uma pausa, olhando para mim com muita apreensão e medo. Eu comecei a perceber que não queria escutar o que ela diria a seguir. - Eu vou ter que ir para o Brasil sem nenhuma previsão de quando eu vou poder voltar pra cá.
Foi ali, olhando pra mulher que eu amava, a mulher pela qual eu lutei por tanto tempo e que finalmente tinha ela do meu lado como minha namorada, eu percebi que o destino realmente estava de brincadeira comigo.
Mais uma vez eu corria o risco de perdê-la, mas eu não vou deixar isso acontecer de novo!
End POV.
Fim!
Eu não vou iniciar essa N.A com o meu habitual “Oi pessoas” porque eu simplesmente não consigo crer que há um FIM bem ali em cima. Eu comecei a escrever a 'Who Said It Could Not Be Forever?' em Novembro de 2010, fruto de um sonho maluco que eu tive, um sonho que durou três noites. Cada noite sendo uma espécie de continuação da anterior.
Eu tinha acabado de conhecer o universo das fanfics e estava completamente fascinada com tudo aquilo então eu acho que minha mente ficou meio sobrecarregada com isso e mostrou toda a loucura nesses sonhos. Por isso eu digo pra vocês, essa fanfic é literalmente o sonho da minha vida.
Todas as situações de início, meio e fim, apareceram durante esses sonhos, tudo o que aconteceria neles, eu só tive que preencher as lacunas que ficaram pra fazer a ligação entre um e outro, mas o fato aqui é: Who Said não acabaria nesse ponto.
Pois é, eu resolvi dividir a fanfic porque ela ficou muito maior do que eu imaginei, eu jamais esperava que ia ter uma história escrita por mim com quase quatrocentas página de Word. É incrível!
É por isso que a segunda parte virá por aí, e o meu sonho maluco só finalizará quando It Was Hard, But Its Forever ter um FIM.O problema é que eu não sei quando eu vou iniciar a continuação.
Eu queria que fosse imediatamente, me entendam, eu vou morrer de saudades de escrever a fanfic, mas acabei de passar na UFJF pro curso da minha vida! Eu fiquei dois anos fazendo uma faculdade que eu nunca quis por livre e espontânea pressão do meu pai e agora eu tenho a oportunidade de mandar todo mundo se fuder e ir viver mais um dos meus sonhos! É por isso que eu não tenho noção de quando vou voltar a escrever, primeiro eu vou conhecer a rotina da faculdade, dar um jeito de me organizar, aí sim.
Então, não se preocupe ok? Pode demorar, mas a continuação aparecerá daqui um tempo.
Mas eu estou aqui nessa N.A. principalmente para agradecer. Obrigada pessoas por terem lido minha fanfic. Obrigada a quem acompanhou do início e viu minha escrita amadora se transformar em algo “legível” com esses dois anos e seis meses. *A galera do ATF nem teve que esperar tanto já que a Who Said entrou no site em Março de 2013. :D
Obrigada a você que se identificou com meus traumas, que sorriu e chorou, que ficou com raiva e com medo como a principal. Obrigada a você que amou o seu guy assim como eu amei, mesmo com tantos problemas.
Obrigada a Paulinha, minha bff, que escutou tudo e mais um pouco desde que eu resolvi escrever a fanfic, que me enlouquece desde 2010 esperando as atts em primeira mão, que adorou a história que eu escrevi pra ela com seu guy preferido. Obrigada best! Essa fanfic não terminaria hoje sem você ;D
E muitíssimo obrigada a minha beta Natashia! Obrigada por me aturar, por ter pegado a fanfic no final e ter sido a beta mais The Flash que eu conheci! Obrigada por sua competência linda! Muito obrigada também a Gabs que iniciou essa jornada comigo e ficou com a Who Said até o capítulo 7 <3 Obrigada meninas por fazerem parte disso aqui!
E para aquelas que estejam com dúvidas, vou colocar aqui com quem eu escrevi essa fanfic. Eu utilizei meu próprio nome pra a principal e meu guy é o Danny. Meu melhor amigo é o Tom e o Dougie é o guy da minha bff. O Harry é guy que falta pra completar o McFly. No caso da minha amiga de infância e outra amiga eu usei a Kalissa e a Ana Luisa, as duas que nem ao menos tem noção de que eu escrevi isso aqui, mas tá valendo! Rs. Já o carinha qualquer é o meu namorado Samuel. No sonho a gente terminou porque eu tinha que ir pra Londres solteira né? Haha. Mas na vida real eu estou com ele ainda, firme e forte. Nós dois temos no momento: cinco anos, nove meses e cinco dias de namoro. Ele sabe que eu escrevo a Who Said, mas eu nunca deixei ele ler. Já imaginou a merda? Ele já morre de ciúmes do Danny, se lesse isso aqui eu nem sei o que ele faria! Ele é um amor e eu o amo muito e hoje eu vejo que se o Danny aparecesse querendo ficar comigo, ele teria muito mais dificuldade pra me fazer aceitar do que quando eu comecei a escrever a fanfic.
As coisas mudam muito com o tempo...
Enfim, eu só queria finalizar dizendo que eu vou morrer de saudades de vocês! A Who Said não seria nada sem as leitoras e eu literalmente não seria nada sem vocês. Obrigada por tudo gente! E não se esqueçam: EU VOLTAREI! :)
Vocês podem me encontrar sempre aqui → @SahDiias - @Frasesdefics – saahdias|Tumblr – Danny-jones-inmypants|Tumblr – facebook.com/samara.diaas
Minhas outras fanfics.
Merry Christmas With McFly
Merry Christmas With McFly II – The Kidnapper
Merry Christmas With McFly III – The Wedding
Vento No Litoral
The Power Of Greed
That Dress
Our Son
Our Son II – Custody
Our Son III - Family