Whoever She Is

Escrito por Michs | Revisado por Lelen

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  Pode achar isso clichê demais, podem até criticar a maneira em que a olho.
  Ou até mesmo podem dizer que foi passageiro, alheio as minhas prioridades ou um simples brinquedo.
  Podem dizer tudo sobre o que tivemos que eu passei por cima dos meus princípios por ela, ou até mesmo por cima dos princípios dela por mim.
  Julgue-nos da maneira que entenderem, eu sempre gostei de quebrar as regras impostas por meu coração. Porém, dessa vez não foi ele que ditou o jogo, foi o destino. Ele ditou o embarque e a chegada, o ódio e a esperança em amar. Ditou meus caminhos e se eu pudesse mudá-los eu alteraria todos e cairia nos braços dela de novo.
  Desculpem-me se meus versos te deixa sozinha, a evidência do amor não pode ser encontrada.
  E agora o esperar perdeu todo o seu significado.
  E é para ela que eu escrevo essa canção. Todos os meus versos expressos em meus olhos.
  Ah, já vou avisando: Eu sou completamente apaixonado pelo seu sorriso.


  Primavera de 2011, lá estava eu indo pra minha nova casa na minha velha cidade.
  Phoenix, Arizona. Bom, como eu dizia lá estava eu indo me mudar pro meu novo apartamento. Independência sempre foi a minha palavra chave na vida. Agora que a minha banda estava caminhando bem eu podia me mudar pra minha casa, só minha.
  Demorei meses, parecia mulher escolhendo a casa nova. Mas lá estava ela, ou melhor, ele: meu apartamento tão desejado.
  Agora eu teria minha independência, ser músico tem lá suas vantagens. Ah sim, eu não me apresentei.
  Sou Garrett Nickelsen, e faço parte de uma banda: The Maine.
  Agora a pouco meu companheiro de banda me ligou e disse que os caras viriam aqui em casa para fazermos nossa casual rodada de pôquer com cerveja. O que uns dias de folga sem shows não me ajudariam, hein?
  Corri pro meu banho, precisava repor as energias e como já estava tudo mobiliado dias antes, eu teria meu apartamento intacto até eles chegarem. É, porque depois disso seria aquela zona.
  - Não me diga que você esqueceu da tequila? – Pat disse ao entrar pela minha sala com suas caixas de isopor nas mãos.
  - Não, já comprei tudo. – assenti a eles dando espaço para que os outros caras entrassem.
  - Pôquer em plena sexta-feira com meus grandes amigos! – Kennedy disse ao entrar me dando um tapa nas costas. – Tá, e cadê as mulheres agora?
  Revirei os olhos, lá estava ele de novo. O galinha da banda.
  - Não enche Brock – dei um soco em seu braço.
  Passou-se minutos lá estávamos nós, sentados em volta de uma mesa jogando pôquer e repletos de garrafas e copos de bebidas.
  - E ai Nickelsen, curtindo o novo lar? – John me perguntou.
  - Muito, é melhor que o outro.
  - Vamos aproveitar essa folga por esses dias caras, semana que vem começa nossa turnê e eu vou ter que dividir meu bunk com o Nickelsen, sabe como é tenso essa parte. – Jared disse voltando seu olhar a mim.
  - Sei que adora dividir seu bunk comigo, Monaco. – ri de lado. – E sobre a turnê queria alertar a vocês que dessa vez eu ganharei a aposta, sinto muito.
  - Xi alá o Nickelsen preocupado com a aposta de quem pega mais mulher? Não estou ouvindo bem. – Revirei os olhos as palavras de John.
  - Acho que uns dias perdidos pelo país são bem aceitos agora, essa turnê vai dar o que falar.
  Jogamos pôquer por mais uma hora, até todos pararmos e começarmos a falar do que sempre falamos nessas circunstâncias: nada.
  Lá estávamos nós cinco, sentados em meu sofá olhando qualquer que fosse o jogo inútil que passava na TV.
  Até que Kennedy corta o silêncio dizendo que iria até a cozinha pegar mais bebidas.
  Voltamos a conversa inicial: mulher.
  Kennedy volta alarmando seus gritos histéricos.
  - CARAS VOCÊS NÃO VÃO ACREDITAR! – ele dizia em sua forma hiena com asma ao entrar em minha sala.
  - Não costumamos acreditar em nada que você diz, Brock. – Jared disse rindo.
  - Cala boca – brigara Kennedy fingindo indignação. – Sério caras, agora eu sei porque o Nickelsen quis comprar esse apartamento!
  Os olhei sem entender.
  - Venham até a janela da cozinha e verão. – Nos levantamos sem ânimo algum e seguimos Brock até o cômodo da frente.
  A princípio minha vontade era socar a cara dele, mas não o fiz quando analisei o que ele queria mostrar-nos.
  Olhei pelo pouco espaço que restava em meio aos caras e analisei a cena. Kennedy indicava a janela do apartamento de lado ao meu, onde uma mulher jovem, e devo acrescentar que extremamente linda, tentava fazer algo em sua cozinha. Ela era muito linda mesmo, já podia perceber o porquê Kennedy armara aquele escândalo minutos antes.
  Ao perceber que nós cinco babávamos em direção a janela, nos levantamos e ao pigarrear algo John começara a fala.
  - Olha, acho que vou me mudar pra cá. – Jared foi o primeiro a rir.
  - Finalmente o Nickelsen compra uma casa na qual eu virei todos os dias. – Kennedy ria sozinho.
  Olhei para os quatro e levantei a sobrancelha esquerda em desdém.
  - Nem vem, a casa não é aberta a marmanjos que taram vizinhas alheias. – me fiz de durão.
  - Alá o Nickelsen dando uma de eu-não-me-apaixono. – começara Jared em deboche.
  Ri alto e me virei para eles.
  - Não me apaixono mesmo e olhar é bem diferente.
  - Ok então senhor eu sou anti-amor. – Lá vem o Kirch com suas frases tensas.
  Voltamos pra sala e tive que agüentar eles me zoando por exatos quarenta e cinco minutos até John resolver ir embora já que estava tarde e o dia seguinte iria ser somente visto para arrumar as coisas da turnê.
  Kennedy, Pat e Jared se levantaram nos segundos depois de John e deram suas despedidas ao sair pela minha porta.
  Fui para meu quarto, precisava ir logo tomar um banho e relaxar para o dia seguinte. Antes passei na cozinha e analisei a bagunça em que ela se encontrava, uma empregada ia ser necessário.
  Voltei meus olhos para a janela e olhei novamente a janela dela.
  Ela não se encontrava lá, senti meu peito soltar o ar existente ali e abaixei meus olhos.
  “Nada disso Nickelsen, nada de se focar em uma mulher que você nem sabe quem é”. Minha mente dizia isso, mas eu prefiro ouvir meu coração.
  Pode ser idiota essa questão, mas eu estava mesmo vidrado naquela janela. Todos os dias eu a olhava e foi assim durante toda a semana. Eu a via na cozinha tentando preparar algo, a via rindo sozinha e por alguns dias pude ver que ela fazia a colher de macarrão de microfone. Ria sozinha e me fazia rir do outro lado da minha cozinha. Não podia ouvir o que ela estava cantando, mas era uma sintonia leve pela dança que seus lábios faziam. Me peguei olhando ela por incontáveis minutos, até que fui interrompido pela ligação de alguém.
  - Alô – disse ainda mantendo meus olhos na janela. Agora ela parara de cantar.
  - Nickelsen! – era Tim. – Devo lhe alertar que em duas semanas começa nossa turnê e amanhã mesmo temos reunião no estúdio.
  - Eu sei disso Kirch, acho que você está ficando paranóico demais. – ri de lado.
  - Culpa de vocês – ele soltou uma risada. – Bom, Jared mandou te dizer que sua composição está atrasada!
  - Jared ou você? – ironizei.
  - A banda! – ele soltou outra risada tensa.
  - Vou compor, eu sei disso.
  - Espero que seja logo caro Nickelsen, até mais. – Desligou o aparelho.
  Ri de novo ao colocar o celular em cima da bancada e voltei meus olhos a cozinha dela, ela não estava mais ali.
  Talvez eu preferisse que ela jamais estivesse ali, isso já estava virando vicio.
  - Você não pode. Você jamais se apaixona, Garrett Nickelsen. – disse a mim mesmo antes de sair de perto daquela janela.


  Não me perguntem por que eu escolhi essa profissão: Jornalismo.
  Era meu sonho desde criança, mas eu poderia dizer que agora estava sendo por demais desgastante viver de casa em casa, cidade em cidade, migrando de filial a filial. Esse jornal conseguia me matar.
  Lá estava eu, me mudando para nada mais nada menos que Phoenix, Arizona.
  Calor, calor e... Calor.
  Meu apartamento era muito cômodo para a situação, o jornal quem bancava meus gastos com imóveis e os procuravam para mim. Não foi diferente dessa vez.
  Mudei-me para um prédio agradável e embora eu não gostasse muito de calor eu estava me acostumando com o clima do local.
  O único momento de diversão que eu tinha era na cozinha, aonde tentava inutilmente cozinhar algo agradável. Nada dava certo. Então lá estava eu, na minha cozinha cantando com a colher do macarrão. Quem visse acharia que eu era louca, e talvez eu seja.
  Não conheço muitas pessoas por aqui então estou um pouco perdida. Minha vida se resume em ir ao jornal e trabalhar até a tarde, e a noite me enfiar nesse apartamento e tentar viver as horas que faltam. Eu precisava sair dessa rotina de... Duas semanas.
  Corri contra o tempo para dar um jeito no meu cabelo que teimava em não colaborar comigo naquela manhã, justo quando eu estava atrasada. Sai correndo e tranquei a porta na velocidade da luz. Corri até o elevador e nada dele chegar. Meus pés batiam contra o chão por longos segundos.
  - Anda porra! – bradei sozinha naquele corredor.
  Corri até as escadas e encontrei outro no andar abaixo. Descer até o térreo nem pensar.
  Fui correndo em direção ao elevador e percebi que alguém já ia entrar quando este me olhou.
  Eu o olhei e nada disse. Os seus olhos não deixaram que minhas palavras escapassem da boca.
  Como ele era lindo meu Deus, que cabelo, que olhos, que boca. Me peguei fitando o desconhecido por longos minutos até ele falar.
  - Pode entrar primeiro, acho que está com pressa. – ele sorria e... QUE SORRISO!
  - Obrigada – apenas disse sem dar um passo. Porra como eu sou idiota!
  Entrei no elevador me sentindo vermelha por olhar pra ele a cada segundo. O desconhecido olhava pra frente tentando não focar em mim.
  - Você é nova por aqui?
  - Sou, me mudei há duas semanas. – respondi sorrindo. Ele realmente era muito diferente.
  - A esse prédio?
  - Não, a cidade mesmo. Não sou de Phoenix. – respondi.
  - É de onde? – ele me perguntou interessado.
  - Baltimore. – respondi sorrindo. – Sou jornalista e me mudo conforme os meses. Dependendo do que o jornal me manda fazer.
  - Uau, que aventura – ele riu-se. – Tá gostando de Phoenix?
  - Não tenho nada contra aqui, não tive tempo de conhecer nada. – disse.
  - Se quiser, posso te apresentar a cidade – ele me disse sorrindo interessado.
  - Seria muita gentileza – respondi grata. Ele sorriu satisfeito. O elevador parou no térreo e descemos dele sem dizer nada.
  Chegamos fora do prédio e nos entreolhamos antes de nos despedirmos.
  - Bem, eu vou indo. Obrigado pelo convite – disse a ele.
  - Não perguntei seu nome, qual seria? – ele me perguntou me fitando.
  - , . – sorri. – E o seu?
  - Nickelsen, Garrett Nickelsen. – me respondeu sorrindo. Acho que me perdi naquele sorriso.
  - Bem, Garrett – disse pronunciando o nome dele que sorriu em resposta. – Nos vemos por ai.
  - Com certeza – ele disse meio perdido em saber se me respondia ou se despedia de mim.
  Sai dali e virei a esquina sem olhar para trás.
  Garrett acenou de longe para mim e sorriu. Senti algo estranho no meu estômago gelar e a ultima vez que senti isso me apaixonei pelo canalha que era meu ex. Não pode acontecer de novo.


  - Hey man – era Kennedy quem acenara para mim ao entrar no estúdio aquela manhã.
  - E ai caras? – acenei a todos.
  - Que cara é essa Nickelsen? – perguntou-me Jared.
  - Acabei de sair do meu prédio e vocês não imaginam quem eu conheci no elevador. – disse em meio as caras de suspense deles.
  - Quem você conheceu? Obama? – Pat riu de mim.
  - A minha vizinha, aquela que vocês quatro babaram aquele dia em casa! – disse rindo. John foi o primeiro a me olhar interessado.
  - Aquela que a gente viu cozinhando? A que o Kennedy gamou? – John perguntava rindo recebendo um pedala do Brock.
  - A mesma. Encontrei com ela no elevador e fomos conversando até a saída do prédio.
  - Que sorte – suspirou Kennedy. – E ai, o que rolou?
  - Rolou? Não rolou nada cara – respondi óbvio.
  - O que? Você é muito lerdo! – Jared me disse rindo.
  - Não quero nada com ela caras! – disse meio incerto.
  - Nickelsen e sua mania de não amar ninguém. Não estamos falando em amor, e sim de só pegar ué – Kennedy disse pensativo.
  - Não quero “pegar” ela, Brock – disse dando um basta no assunto.
  - Ok, vamos esquecer desse assunto, já que o Nickelsen não vai admitir que ficou gamado na menina e... – começou John. Todos riram, menos eu.
  - Não fiquei gamado nela e vamos mudar de assunto. – disse com raiva.
  Logo começaram a me zoar de novo e depois de muito custo eles pararam e começamos a falar de trabalho.
  Não que eu tenha ficado interessado nela, mas eu não ia desistir de convidá-la para “conhecer a cidade” já que sugeri. E eu também tinha achado ela atraente. MUITO, mas eu jamais admitiria isso pros caras.
  Acabamos a reunião e eu estava indo embora quando Kennedy gritou da porta do estúdio.
  - Hey Nickelsen! Chame-a pra sair, toma uma atitude – ele me disse rindo. Fiz um gesto obsceno pra ele antes de continuar.
  Cheguei ao meu apartamento e me joguei no sofá sem animo algum. Olhei pro relógio e vi que marcavam seis da tarde.
  Não parava de pensar nela, e isso não era boa coisa. Eu jamais me apaixonara outra vez depois da minha ultima decepção, e isso eu não estava disposto a mudar. Droga de mulher! Agora eu estava começando a olhar para ela com outros olhos, e precisava fazer o que estava prestes a fazer.


  Sete colunas hoje entregues à minha coordenadora de sessão do jornal e eu não agüentava mais escrever.
  Resolvi pedir qualquer coisa para comer, já que estava cansada para cozinhar. Ia pegar o telefone para ligar quando toca minha campainha.
  Ao abrir a porta me surpreendi com quem eu via ali.
  - Oi – disse sem saber o que dizer.
  - Hey – ele sorriu. – Posso falar com você?
  - Claro, entre – abri a porta para ele entrar.
  Garrett entrou e observou minha sala de visitas antes de sorrir.
  - Belo apartamento – disse simpático.
  - Obrigada. – agradeci.
  - Bem, vim te fazer um convite.
  - Uau, para que?
  - Para jantar comigo essa noite, aceita? – me perguntou sorrindo.
  - Bem eu...
  - Não aceito um não como resposta. – disse sério rindo em seguida.
  - Nesse caso – sorri. – Aceito.
  - Fico feliz – ele riu. - Posso passar aqui às oito?
  - Garrett, moramos no mesmo andar. Posso te encontrar no saguão – disse rindo. Ele deu um tapa na testa e riu depois.
  - Oh, é mesmo. Nos encontramos no saguão às oito – sorriu.
  - Marcado – disse em seguida.
  Me despedi dele e quando ele saiu me permiti sorrir de lado e achar que seria uma boa ideia.
  Agora teria que correr para achar algo legal para usar essa noite.
  Eu estava começando a gostar desse cara.

  Garrett me esperava no saguão do prédio às oito em ponto quando desci e o vi. Ele estava lindo no seu traje.
  Sorri ao ver ele e o beijei na face.
  Fomos até seu carro no estacionamento do prédio e saímos rumo ao restaurante que ele reservara.
  Adorei a escolha dele, um típico restaurante mais calmo e reservado. Jantamos calmamente e conversamos sobre tudo, ele me contou que tinha uma banda e que estavam gravando um novo CD. Contei a ele sobre minha vida e todas as coisas que me levaram a estar ali em Phoenix.
  - Ual, então você desistiu da vaga em Nova York? – ele me perguntou interessado enquanto caminhávamos pela calçada gigante que havia ao lado de uma das avenidas principais da cidade. Estávamos andando por ali sem rumo para conversar.
  - Desisti, achei melhor vir para cá. – respondi.
  - Boa escolha – ele piscou rindo. – Você vai ficar por quanto tempo aqui?
  - Não sei, o jornal quem escolhe minha estadia. – disse pensativa. Ele abaixou o olhar.
  Conversamos demais aquela noite, até resolvermos ir embora, pois a hora já se estendera.
  Garrett se despediu de mim ao chegarmos ao nosso andar e entrei em meu apartamento sorrindo. Nunca me senti tão bem com alguém antes, eu realmente tinha gostado muito da noite.
  Ele era diferente, era sensível, incrível e tinha um ótimo papo. Conversamos sobre diversos assuntos.
  Foi a noite mais incrível que eu já tivera com alguém antes. Era bom saber que agora eu poderia contar com alguém ali.


  Acho que eu não sorria em meses desse jeito. era incrível, tudo que conversamos e passamos essa noite juntos foi inexplicável.
  Não estava sendo como as outras mulheres que eu já conhecera, ela era diferente de todas.
  Mais sensível e sorria a todo momento. Já devo acrescentar aqui que amava o sorriso dela?
  Foi a noite mais perfeita que tive com alguém e por um momento eu tive a impressão que toda a insegurança sobre gostar de alguém tinha ido embora. Por um momento eu espero não estar errado.
  Pois eu queria arriscar.

  Já se passaram dois meses desde que e eu estávamos convivendo muito bem. Sempre que posso e temos tempo saímos e eu mostro algo da cidade para ela. Estávamos mais próximos e unidos, conversamos sobre tudo e sobre até mesmo nossos medos. Contei a ela – coisa que eu jamais revelara a alguém – sobre minha ultima decepção e quando eu achei que ela iria rir de mim por ser tão sensível, ela me surpreendeu me contando sobre sua decepção amorosa também.
  Senti uma vontade imensa em dizer eu estaria com ela caso alguém a decepcionasse de novo e que ela poderia contar comigo, senti vontade de estar com ela agora e sempre, mas me segurei em não assustá-la e apenas abracei-a.
  Hoje iríamos pegar uma estrada em Phoenix e eu iria levá-la a uma montanha que costumávamos ir quando eu e os caras estávamos em folga.
  Estávamos indo de manhã a tal montanha e estava animada com o nosso passeio. Eu sorria a todo momento quando ela falava algo sobre nossa tour pela cidade.
  Agora estávamos sentados na grande rocha na estrada e observávamos o horizonte, começamos a conversar sobre tudo, sobre nossos dias juntos e sobre como estávamos felizes com isso quando eu não consegui evitar ao me aproximar dela e selar nossos lábios. Ela, por sua vez, não se afastou e deu permissão para que eu continuasse.
  Não era qualquer beijo, era algo esperado por ambos. E quando nos separamos ela sorriu em resposta assentindo que tudo estava bem. A abracei e continuamos nossa caminhada juntos.
  Acho que agora eu realmente abri mão do meu medo e vou arriscar.
  Por ela.

  Estávamos juntos há duas semanas, nada de namoro sério e nem de assumir com aliança e tudo. Mas, estávamos juntos.
  Um romance típico de adolescente, mas era um romance.
  Nunca me entreguei tanto de coração a uma mulher como tinha feito com ela. Eu sabia que com ela seria diferente e eu poderia arriscar.
  - Garrett, preciso falar com você – ela disse a mim depois de estarmos conversando por um bom tempo.
  - Sobre o que? – perguntei sorrindo.
  - O jornal quer me mandar para Santa Mônica mês que vem, disseram que eu vou cobrir o trabalho de uma jornalista que saiu da empresa. Vão me colocar como âncora em um programa. – ela me disse seria abaixando os olhos. Senti meu estômago doer.
  - Santa Mônica? – perguntei sem saber o que dizer. – E você vai?
  - Não sei, não queria deixar o que tenho aqui. Mas, eu sou coordenada através do jornal e eu vou para onde eles me mandam. Além disso, ser âncora em um programa sempre fora meu sonho. – ela disse seria.
  A fitei.
  - Mas, e nós?
   engoliu em seco.
  - Eu realmente estou gostando do que estamos tendo Garrett, mas desde o princípio eu te avisei que eu poderia ser transferida.
  - Você vai mesmo abrir mão do que estamos tendo?
  - Eu não posso recusar esse pedido, eu vou ser mandada embora e...
  - Você vai então? – a pressionei sentindo raiva de mim por ter me iludido tanto que ela ficaria aqui.
  - Não tenho escolhas – me disse com a cabeça baixa.
  Então era isso? Ela me abandonaria igual da ultima vez fizeram comigo?
  Eu estava em pedaços agora.

   e eu não nos vimos mais depois da briga que tivemos em casa aquele dia. Um mês atrás, quase. Não sei por que eu brigara com ela sendo que no fundo eu sabia o que iria acontecer em menos tempo a transferência dela, mas o que tinha acontecido é que eu não estava pronto parar perder alguém de novo e nem sofrer por isso.
  O vôo dela seria essa noite, eu sabia que não poderia me sentir pior que estava sentindo, e sabia mais ainda que jamais conseguiria amar outro alguém. Eu tinha esse lado idiota.
  - O que você está pensando? – Pat me perguntou sério.
  - Em como eu me deixei iludir esses meses.
  - Amando ela?
  - Uhum – assenti. – Eu disse pra vocês que não queria amar mais ninguém.
  - Mas, você arriscou e vocês se curtiam de fato, Garrett – ele me dizia. – O que aconteceu foi algo do destino que interferiu nas suas vidas, não pode se culpar por isso.
  - Mas, eu a perdi Pat – disse sério.
  - Você não a perdeu ainda cara. – ele me dizia – Ela só vai se mudar, não significa que ela te esqueceu.
  - Mas, vai esquecer – disse sério, sem ânimo algum.
  Permaneci assim o resto do dia e a incerteza de que tudo iria se ajeitar e ficar bem estavam em mim.
  Eu não podia deixar ela ir e não queria que ela fosse para longe de mim, não daquele jeito.
  Ela não me amava por eu ter uma banda ou ser famoso e nem me amava pelas coisas materiais que ambos, nós, tínhamos. Ela me amava por quem eu era e com os medos e as incertezas que eu tinha. Ela me amava por eu gostar do jeito dela sorrir e eu a amava por ser sincera e sorrir para mim.
  E era isso que eu faria, mostraria a ela tudo isso. Eu precisava mostrar a ela antes dela abandonar tudo e me deixar.
  Pelo menos eu poderia mostrar a ela o que ela era para mim.

  Cheguei ao aeroporto e procurei entre todos ali a garota que tinha mudado meus últimos dias.
  A encontrei sentada esperando o chamado do seu embarque e fui até ela.
   me olhou sem saber o que eu fazia ali.
  - Preciso que você saiba o que eu vi em você, ou senti por você antes de você ir e me abandonar.
  Ela nada disse, apenas me olhava atenta e percebi que seus olhos possuíam lágrimas. Ela havia chorado antes de ir.
  Não liguei para quem estivesse naquele aeroporto e ao pegar meu violão eu esqueci de todos e foquei apenas nela. No sorriso dela.

I thought I had my girl but she ran away
My car got stolen and I'm gonna be late
For work this week, make that the fourth day straight
But I'm fine with it

I thought I had it all but I gave it away
I quit that old job now I'm doing okay
Those material things they can't get in my way
Cause I'm over it

But wherever she may be
She could be money, cars, fear of the dark
Your best friends are just strangers in bars
Whoever she is, whoever she may be
One thing's for sure, you don't have to worry

Yeah this is the part where you find out who you are
And these are the friends, those who've been there from the start
So to hell with the bad news
Dirt on your new shoes
It rained all of May til the month of June

But wherever she may be
She could be money, cars, fear of the dark
Your best friends are just strangers in bars
Whoever she is, whoever she may be
One thing's for sure, you don't have to worry

Every day in every way she will look the same
Every chance you used to have just seems to float away
Every day in every way she will look the same
Every chance you used to have just seems to float away
To hell with your new shit
And whether or not you think you fit in

She could be money, cars, fear of the dark
Your best friends are just strangers in bars
Whoever she is, whoever she may be
One thing's for sure

She could be rainy days, minimum wage,
A book that ends with no last page
Whoever she is, whoever she may be
One thing's for sure, you don't have to worry

  Terminei de cantar e tocar a música que eu escolhi especialmente para ela e pousei meus olhos em . Ela chorava sem saber o que dizer e quando finalmente se levantou e veio até mim, ela me abraçou forte deixando que todas suas lágrimas me invadissem.
  Sorri para ela tentando passar uma mensagem de conforto e deixei que ela tentasse absorver.
  - Só queria me despedir de forma digna – disse a ela. me olhou sem entender.
  - Eu jamais vou me perdoar por deixar alguém tão maravilhoso para trás.
  - Você tem seu destino, eu entendo. – disse baixo querendo parecer confiante.
  - Mas, eu estou abrindo mão de você por ele, isso não é certo.
  - O que te fizer feliz, é certo.
  Ela me olhou sem saber o que dizer. Ainda deixava algumas lágrimas caírem.
  “Passageiros com destino a Santa Mônica, embarque em instantes no portão sete”, disse a voz no microfone informando que os segundos se aproximavam. Embora eu a amasse, não poderia impedir que ela seguisse seu destino.
   me olhou triste e isso significava que tudo estava acabando entre nós em poucos minutos.
  Não podia fazer nada, já tinha feito tudo.
  Nos despedimos depois dela dizer que não sabia o que fazer para ficar, e não poderia ficar. Mas, que ela tinha aprendido muito comigo e jamais me esqueceria. Não sabia se isso era verdade, mas eu teria que fazer ser.
  Quando ela passou pela porta de embarque eu sabia que tudo tinha acabado. Me virei para ir embora e não olhei para trás. Coloquei o violão nas costas e deixei que uma lágrima teimosa caísse antes de sair do aeroporto rumo ao meu carro.
  Tudo tinha se perdido e agora eu voltaria a ser quem sempre fui.
  Fiquei apoiado no meu carro olhando pra cima por um tempo, tentando absorver que agora nada mudaria. Ouvi o barulho de um avião decolar e imaginei que esse fosse o dela. Acabou mesmo.
  Ia entrar no carro quando senti uma mão apoiar-se em meus ombros e ao me virar assustei com o que vi ali.
   estava na minha frente.
  - Você disse que jamais queria ser decepcionado de novo e apostou suas expectativas em mim novamente, eu não posso te deixar sofrer de novo. E, além disso, você disse que eu poderia ser quem eu quisesse na música e eu estou sendo quem eu quero agora. Estou sendo eu. Então se me permite eu quero pedir que você não me odeie e deixe que voltemos ao que estávamos tendo esses meses.
  Ela me disse isso e sorriu no final. Não pude deixar de sorrir, era tudo o que eu mais queria e ela sabia disso.
  - Você não vai mais embora? – perguntei deixando isso soar infantil.
  - Não posso. – ela respondeu sincera.
  - Por quê? – perguntei tolo.
  - Porque esses anos todos eu rodei o país trabalhando e sempre encontrava pessoas que acabavam entrando na minha vida, mas você é o que me completou e merece permanecer nela, não ligo de perder essa vaga em Santa Mônica, eu prefiro permanecer aqui e ficar ao lado do meu vizinho, literalmente – ela riu-se e eu me permiti sorrir em resposta.
  Fui até ela e a abracei tentando manter o contato visual que estávamos. Selei nossos lábios e deixei que ela compreendesse que eu também a amava e queria estar com ela pra sempre. Ela compreendeu.
  - Podemos ir pra casa agora?
  - Moramos no mesmo andar – ela riu de lado.
  - Ok, eu acho que está na hora de juntarmos esses apartamentos. Uma parede nos separa demais, sabe – ri de lado. Ela gargalhou gostosamente.
  Dei a mão a ela e sorri em resposta. Agora tudo deveria ficar bem. Ela voltou pra mim e eu me sentia o cara mais feliz do mundo ao lado dela. Já se foi a época em que eu não em apaixonava.
  E uma coisa ela poderia estar certa: Ela não precisava se preocupar.

Whoever she is, whoever she may be…



Comentários da autora


  n/a: heeeey (: Não é uma fic que eu costume escrever, só arrisquei por causa da promoção e sempre tive vontade de fazer uma fic rápida com Whoever She Is e surgiu a oportunidade! Espero que gostem (:
  dedico essa fic a @minadobrock e a @_thewaywetalk (:
  @coisadebarakat xx